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DIREITO ECONÔMICO E CONSUMIDOR – PONTO 05

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DIREITO EMPRESARIAL – PONTO 05
Sociedade limitada. Sociedade Anônima.
21/08 - Gabriela Macedo
1. SOCIEDADE LIMITADA
Trata-se de uma sociedade contratual, constituída por um contrato social, cujo capital social é dividido em cotas. É o tipo societário mais utilizado na praxe comercial brasileira, o que se deve ao fato de ela ostentar duas características específicas que a tornam um tipo societário bem atrativo para pequenos e médios empreendimentos: i) a contratualidade (é a vontade societária que decide a maioria das questões que interessam aos sócios, ao contrário do que ocorre com as sociedades anônimas, que possui um regime legal que previamente estabelece a disciplina das relações sociais); e ii) a limitação da responsabilidade dos sócios. 
No caso das sociedades limitadas, poderá adotar firma ou denominação, ambas trazendo a palavra “limitada” ou sua abreviatura ”Ltda.”. A sua ausência determinada a sociedade solidária e ilimitada dos administradores que a utilizarem (§ 3º do art. 1158 do CC/02). Em se tratando de denominação, a sociedade pode se utilizar um nome fantasia, mas o ramo da atividade deverá necessariamente estar presente.
As cotas são frações que serão subscritas pelos sócios. Esses sócios, com a subscrição, comprometem-se à integralização do montante correspondente às suas cotas, mediante o efetivo fornecimento de dinheiro, bens ou créditos para a formação do capital social e constituição do primeiro patrimônio da sociedade, necessário ao início das atividades empresariais.
CONSTITUIÇÃO: a sociedade limitada é constituída por um contrato social. 
I. Requisitos comuns de validade do contrato
Agente capaz
OBS: a Lei 12.399/2011, alinhando-se a jurisprudência do STF, incluiu no CC autorização para que o incapaz seja sócio de sociedade limitada, desde que atendidos de forma conjunta os seguintes pressupostos: I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; II – o capital social deve ser totalmente integralizado; III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais.
Objeto lícito
Forma legal
II. Requisitos especiais (específicos)
Contribuição dos sócios (artigo 1055): o capital social é dividido em quotas (cotas), que são as unidades do capital social. As quotas podem ser iguais ou desiguais, podendo ter valores diferentes. Essas cotas podem ser integralizadas com bens, dinheiro ou cheque, sendo vedada a contribuição ao capital social por meio de prestação de serviços (artigo 1055, § 2º).
Distribuição dos lucros: é nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas. 
III. Pressupostos de existência
Pluralidade de sócios 
A sociedade limitada pode ser unipessoal? Na sua constituição, a sociedade limitada, não pode ser unipessoal. Contudo, depois de constituída, é possível a unipessoalidade, que pode durar o máximo de 180 dias.
É admitida a sociedade marital, exceto se o regime de bens for o de comunhão universal ou de separação obrigatória. Se os sócios-cônjuges são casados no regime de comunhão universal ou separação obrigatória, a responsabilidade deles será ilimitada. Esse impedimento somente surgiu com o CC-02. Segundo o Parecer n. 125/03 do DNRC, as sociedades maritais anteriormente existentes, contraídas entre cônjuges sob os regimes atualmente sujeitos ao impedimento, devem permanecer como estão, em razão do ato jurídico perfeito e do direito adquirido.
Affectio societatis ( consiste na disposição dos sócios em formar e manter a sociedade uns com os outros. 
CARACTERÍSTICAS:
De pessoas ou de capital – de acordo com a determinação do contrato social sobre o tratamento dispensado aos sócios.
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS (artigo 1052) – a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas cotas, mas todos respondem solidariamente para integralização do capital social (total do capital social subscrito e não integralizado).
OBS: O grande sucesso das sociedades limitadas deve-se à limitação da responsabilidade subsidiária dos sócios quanto às obrigações sociais. A sociedade limitada é a única sociedade do tipo contratual em que todos os sócios possuem responsabilidade limitada.
No que toca à dívida tributária, nos atos praticados com excesso de poderes ou infração à lei, dispõe o CTN que ficará pessoalmente responsável o administrador (e não os sócios).
O artigo 1055, § 1º, estabelece que o cotista pode integralizar as cotas com bens, que terão seu valor atribuído pelo próprio cotista, que é responsável pelo valor conferido ao bem no ato da integralização. É responsável pela exata estimação de bens conferidos ao capital social. Durante o prazo de até 05 anos após a integralização, o cotista será responsável pela estimativa que ele fez sobre os bens. Note-se que essa responsabilidade é solidária entre todos os cotistas, pois, eles aceitaram a integralização dos bens pela estimativa feita pelo cotista que se utilizou da integralização de capital por meio de bens. 
Enunciado 224 do CJF: Art. 1.055: A solidariedade entre os sócios da sociedade limitada pela exata estimação dos bens conferidos ao capital social abrange os casos de constituição e aumento do capital (...).
 
Pelo artigo 1053, a sociedade limitada rege-se pelas regras do CC/02 e subsidiariamente pelas normas da SOCIEDADE SIMPLES. No parágrafo único, está previsto que é permitido ao contrato social prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima.
Enunciado 217 do CJF: Arts. 1.010 e 1.053. Com regência supletiva da sociedade limitada, pela lei das sociedades por ações, ao sócio que participar de deliberação na qual tenha interesse contrário ao da sociedade aplicar-se-á o disposto no art. 115, § 3º, da Lei n. 6.404/76. Nos demais casos, aplica-se o disposto no art. 1.010, § 3º, se o voto proferido foi decisivo para a aprovação da deliberação, ou o art. 187 ( abuso do direito), se o voto não tiver prevalecido. 
Enunciado 223 do CJF: Art. 1.053. O parágrafo único do art. 1.053 não significa a aplicação em bloco da Lei n. 6.404/76 ou das disposições sobre a sociedade simples. O contrato social pode adotar, nas omissões do Código sobre as sociedades limitadas, tanto as regras das sociedades simples quanto as das sociedades anônimas.
CESSÃO DE QUOTAS (artigo 1057) – é uma novidade, anteriormente não era assim que funcionava. Desde que o contrato seja omissivo, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente, da audiência dos outros, ou a estranho, senão houver oposição de titulares de mais de ¼ do capital social.
Para outro sócio – independe de anuência dos demais.
Para não sócio – depende da anuência de 75% do capital social, pelo menos.
Note-se que o contrato pode tratar isso de forma distinta, estabelecendo mais ou menos requisitos para a cessão de quotas.
A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, inclusive para fins do artigo 1003 (sociedade simples), a partir da averbação do respectivo instrumento, subscrito pelos sócios anuentes.
Registre-se que aquele que se retira da sociedade permanece responsável, perante a sociedade e perante terceiros, pelo prazo de 2 anos e o sócio admitido não se exime das dívidas anteriores da sociedade.
Enunciado 225 do CJF: Art. 1. 057. Sociedade limitada. Instrumento de cessão de quotas. Na omissão do contrato social, a cessão de quotas sociais de uma sociedade limitada pode ser feita por instrumento próprio, averbado junto ao registro da sociedade, independentemente de alteração contratual, nos termos do art. 1.057 e parágrafo único do Código Civil.
O sócio tem o dever de integralização das quotas que subscreveu, sob pena de tornar-se sócio remisso (artigo 1058), podendo ter suas quotas tomadas pelos demais sócios ou transferidas a terceiros. Além disso, pode executar o sócio ou excluí-lo (artigo1004), ou sua participação pode ser reduzida ao “quantum” foi pago.
ADMINISTRAÇÃO (artigo 1060 e seguintes) – 
Grande avanço foi inserido no artigo 1060, ao firmar que o administrador (antigo sócio-gerente) pode ser nomeado no contrato ou em ato separado. Ele pode ou não ser sócio. 
Se o administrador for nomeado no contrato social e tratar-se de sócio, seus poderes são irrevogáveis, salvo justa causa, reconhecida judicialmente.
Se, por outro lado, o administrador foi nomeado em contrato social, mas tratar-se de não sócio, seus poderes são revogáveis.
Se for nomeado em ato separado, pouco importa se é sócio ou não sócio: seus poderes são revogáveis.
ATENÇÃO: O CC estabelecia que para ser não-sócio o contrato deveria permitir; caso fosse silente, apenas o sócio poderia ser administrador (artigo 1061, 1ª parte). Sucede que a Lei 12.375, de 30 de dezembro de 2010, alterou esse regramento, passando a exigir apenas a aprovação dos sócios nos termos dispostos acima, ou seja, não é mais necessária a previsão no contrato para que não-sócio seja administrador. A designação de administrador não-sócio depende:
Da unanimidade dos sócios – capital não integralizado
De 2/3, no mínimo - após a integralização do capital.
Enunciado 66 do CJF: Art. 1.062. A teor do § 2º do art. 1.062 do Código Civil, o administrador (da sociedade limitada) só pode ser pessoa natural.
A princípio, é a pessoa jurídica que responde pelos atos do administrador. Contudo, se o administrador agir com dolo ou culpa no desempenho das suas funções, responde solidariamente perante a sociedade e terceiros (art. 1.016).
	Teoria Ultra Vires. 
Ultra vires significa “além das forças”. Ato ultra vires é aquele praticado pelo administrador com extrapolação dos limites de seus poderes estatutários. Segundo esta teoria, não é imputável à sociedade o ato ultra vires.
A teoria ultra vires é aplicada em três situações, previstas no art. 1.015, parágrafo único:
Se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no contrato social 
Provando-se que era conhecida do terceiro 
Tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade 
Atendendo as críticas contra a teoria ultra vires, o direito brasileiro vem adotando a teoria da aparência, segundo a qual se o ato tiver aparência de validade, mesmo que o administrador tenha exorbitado de seus poderes, o ato é válido, a sociedade responde perante os credores, mas, é-lhe reservado o direito de regresso contra o administrador que exorbitou nos poderes. Afinal, a dinâmica das relações contratuais (operações em massa), a modernidade e a intensificação das relações exigem a proteção do terceiro de boa-fé
Segundo o STJ, apesar do subscritor do negócio jurídico não possuir poderes estatutários para tanto, a circunstancia de esse comportar-se no exercício das suas atribuições, e somente assim por que o permitiu a pessoa jurídica, como legítimo representante da sociedade, atrai a responsabilidade da pessoa jurídica (REsp 887.277).
* O STJ também entende que não se pode invocar a restrição do contrato social quando as garantias prestadas pelos sócios, muito embora extravasando os limites de gestão previstos contratualmente, retornaram direta ou indiretamente, em proveito dos demais sócios da sociedade fiadora (REsp 704.546).
OBS: Nos termos do art. 1.013 do CC, na omissão do contrato – e não havendo ato em separado – a administração compete separadamente a cada um dos sócios.
Deveres dos sócios:	
Dever de integralização do capital social 
Dever de lealdade ( É dever do sócio colaborar com o desenvolvimento da sociedade, abstendo-se de praticar atos que possam prejudicá-la. 
Direitos dos sócios
Participação nos lucros sociais 
Participação nas deliberações sociais 
Direito de retirada (ou de recesso): cuida-se do direito que tem o sócio de se retirar da sociedade. 
Sociedade de prazo determinado ( O sócio pode retirar-se se provar justa causa, que deve ser demonstrada judicialmente.
Sociedade de prazo indeterminado ( O sócio pode sair da sociedade livremente, sem a necessidade de justa causa. Neste caso, basta que aquele que queira se retirar notifique os demais sócios, no prazo de 60 dias.
Direito de fiscalização: a sociedade limitada pode instituir um CONSELHO FISCAL. Trata-se de um órgão de EXISTÊNCIA facultativa, pode ou não existir. Caso ele não exista, a assembléia irá desempenhar suas atividades.
A sua composição será de 03 membros e respectivos suplentes que podem ou não serem sócios (artigo 1066). É assegurado aos sócios minoritários, que representem pelo menos 1/5 do capital social, o direito de eleger, separadamente, um dos membros do conselho fiscal e os respectivos suplentes (artigo 1066, § 2º).
As suas atribuições estão previstas no artigo 1069, além de outras atribuições determinadas na lei ou no contrato social.
Direito de preferência (art. 1.081 do CC): até trinta dias após a deliberação, terão os sócios preferência para participar do aumento, na proporção das quotas de que sejam titulares. Os sócios também poderão ceder o direito de preferência na subscrição de cotas. Essa cessão será livre para os demais sócios, e, para terceiros, somente poderá ser feita se não houver a oposição de mais de ¼ do capital social.
DELIBERAÇÕES DOS SÓCIOS – podem ser tomadas por reunião ou por assembléia, conforme previsto no contrato social. Se o número de sócios for superior a dez, é obrigatório que as decisões sejam tomadas em assembléia. Se a limitada possuir até 10 sócios, suas deliberações poderão ser toadas em reunião (art. 1072 caput e § 1º ou assembléia. O contrato deve prever o rito da reunião, sob pena de serem aplicadas as normas referentes à assembléia ( arts. 1.072, § 6º, e 1.079).
As reuniões ou assembléias poderão ser convocadas por sócio, extraordinariamente, quando os administradores retardarem a convocação, por mais de 60 dias, nos casos previstos em lei ou no contrato, ou pelos titulares de mais de 1/5 do capital, quando não atendido no prazo de 8 dias, pedido de convocação fundamentado, com a indicação das matérias a serem tratadas; ou pelo Conselho Fiscal, se houver, caso a diretoria retarde por mais de 30 dias sua convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves e urgentes ( art. 1.073).
ASSEMBLÉIA (artigo 1152, § 3º) – o anúncio de convocação será publicado por 03 vezes em jornal de grande circulação com prazo mínimo de 8 dias para a primeira publicação e 05 dias para datas posteriores.
A única exceção a essas normas reside no caso do § 2º do artigo 1072:
Dispensam-se as formalidades de convocação, quando todos os sócios comparecerem ou declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia.
A assembléia e a reunião tornam-se dispensáveis, na forma do artigo 1072, § 3º, quando todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas.
As deliberações tomadas em reunião ou assembléia, as quais estejam em conformidade com a lei e o estatuto, vinculam todos os sócios, não importa se dissidentes das decisões tomadas ou ausentes.
Se forem tomadas deliberações infringentes do contrato social ou da lei, responderão ilimitadamente pelas obrigações decorrentes aqueles que expressamente as aprovaram (art. 1.080). 
As competências para deliberação dos sócios estão previstas no artigo 1071, além de outras matérias indicadas na lei ou no contrato:
Aprovação de contas do administrador.
Designação de administradores, por ato em separado.
Destituição de administradores.
Modo de remuneração dos administradores.
Modificação do contrato social.
Incorporação, fusão e a dissolução da sociedade ou a cessão do estado de liquidação.
A nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas.
Pedido de concordata ( A nova lei de falências suprimiu a concordata, estabelecendo a recuperação judicial e extrajudicial).
Para a assembléia começar é necessário um “quorum” mínimo de instalação(artigo 1074):
Em primeira convocação – 3/4 do capital
Em segunda convocação – qualquer número
Enunciado 226 do CJF: Art. 1.074. A exigência da presença de três quartos do capital social, como quorum mínimo de instalação em primeira convocação, pode ser alterada pelo contrato de sociedade limitada com até dez sócios, quando as deliberações sociais obedecerem à forma de reunião, sem prejuízo da observância das regras do art. 1.076 referentes ao quorum de deliberação.
Existem, ainda, os “quoruns de deliberação”, que estão previstos no artigo 1076, para aprovação das matérias constantes no artigo 1071:
3/4 do capital para:
aprovar modificação do contrato e; 
fusão, incorporação, dissolução, cisão (Enunciado 227 do CJF) ou cessação de estado de liquidação.
+ 50% do capital social (maioria absoluta):
Designação dos administradores, quando feita em ato separado.
Destituição dos administradores.
Modo de remuneração dos administradores, quando não estabelecido no contrato.
Pedido de concordata ( A nova lei de falências suprimiu a concordata, estabelecendo a recuperação judicial e extrajudicial).
+ 50% dos presentes (maioria simples) – nos demais casos previstos em lei ou no contrato, se não exigirem maioria mais elevada.
Aprovação das contas da administração.
Nomeação e destituição dos liquidantes.
destituição de administrador: sócio (designado em ato separado) e NÃO-SÓCIO (designado no contrato ou em ato separado).
Admissão de administradores não sócios:
UNANIMIDADE – se o capital social não estiver todo integralizado.
 2/3 – se o capital social estiver todo integralizado
Destituição de sócio nomeado administrador no contrato – 2/3 do capital social.
Dissolução da sociedade, se por prazo determinado - unanimidade
Dispõe o § 1º do art. 1.074 que “ o sócio poderá ser representado na assembléia por outro sócio, ou por advogado, mediante outorga de mandato com especificações dos atos autorizados, devendo o instrumento ser levado a registro, juntamente com a ata”. Não se admite, outrossim, que nenhum sócio, por si ou representado por mandatário, vote matéria em assembléia que lhe diga respeito diretamente. 
Os sócios deverão reunir-se em assembléia, pelo menos uma vez ao ano, nos 4 meses seguintes ao término do exercício social.
Enunciado 228 do CJF: Art. 1.078. As sociedades limitadas estão dispensadas da publicação das demonstrações financeiras a que se refere o § 3º do art. 1.078 ( A aprovação, sem reserva, do balanço patrimonial e do de resultado econômico, salvo erro, dolo ou simulação, exonera de responsabilidade os membros da administração e, se houver, os do conselho fiscal.). Naquelas de até dez sócios, a deliberação de que trata o art. 1.078 pode dar-se na forma dos §§ 2º e 3º do art. 1.072, e a qualquer tempo, desde que haja previsão contratual nesse sentido. 
Enunciado 229 do CJF: Art. 1.080. A responsabilidade ilimitada dos sócios pelas deliberações infringentes da lei ou do contrato torna desnecessária a desconsideração da personalidade jurídica, por não constituir a autonomia patrimonial da pessoa jurídica escudo para a responsabilização pessoal e direta.
MODIFICAÇÃO DE CAPITAL SOCIAL:
O capital social da sociedade limitada poderá ser aumentado ou reduzido, desde que observadas as prescrições legais e aquelas contidas no contrato social.
O aumento somente será possível após a integralização total do capital social.
O capital social também pode ser reduzido (artigo 1082).A redução pode ocorrer, depois da total integralização, quando houver perdas irreparáveis ou quando o capital estiver estipulado em valor superior ao objeto da sociedade. Também ocorrerá redução no caso de retirada de um dos sócios, salvo se os demais suprirem o valor das cotas ( art. 1.031, § 1º). O CC/02 não prevê a possibilidade de a sociedade limitada adquirir as próprias cotas, tornando-se sócia dela mesma, para que não ocorra diminuição de seu capital social. Contudo, essa possibilidade existe na Lei das Sociedades Anônimas.
Enunciado 391 do CJF: A sociedade limitada pode adquirir suas próprias cotas, observadas as condições estabelecidas na Lei das Sociedades por ações.
O credor quirografário, por título líquido anterior a data da publicação da ata da assembléia que aprovar a redução, poderá opor-se ao deliberado no prazo de 90 dias, contados da publicação da ata da assembléia que modificou o contrato social. Dessa forma, a redução somente será eficaz se, nesses 90 dias, não houver oposição de credor, ou se restar provado pagamento da dívida ou o depósito judicial do valor cobrado por eventual credor.
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE – pode ser total ou parcial. A dissolução parcial ocorre quando um ou mais sócios saem da sociedade, porém ela é mantida, em razão do princípio da função social da empresa.
I. CASOS DE DISSOLUÇÃO PARCIAL
Falecimento do sócio (arts. 1.027, 1.028 e 1.032, CC);
Tratando-se de sociedade de pessoa, o herdeiro poderá ingressar na sociedade se tiver autorização dos demais sócios. Em se tratando de sociedade de capital, o ingresso será livre. 
Falência do sócio 
Direito de retirada
Exclusão do sócio
Sócio remisso (art. 1.004) 
Falta grave ou incapacidade superveniente (art. 1.030, CC): a exclusão por incapacidade superveniente do sócio se dá nos casos de sociedades de pessoa.
OBS: No pedido de dissolução parcial de sociedade limitada, a alegação de quebra da affectio societatis não é suficiente para a exclusão de sócios (REsp 1.129.222, j. 28.06.2011).
Exclusão do sócio minoritário (art. 1.085, CC) ( Exclusão extrajudicial.
O sócio minoritário pode ser excluído da sociedade, por simples alteração contratual desde que:
Pratique atos de inegável gravidade
O contrato social preveja a exclusão por justa causa
Seja feita simples alteração do contrato social
Haja assembléia ou reunião especialmente convocada para este fim, ciente o minoritário em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa.
OBS: Para o STJ, o fundo de comércio – também chamado de estabelecimento empresarial (art. 1.142 do CC/2002) – integra o patrimônio da sociedade e, por isso, deve ser considerado na apuração de haveres do sócio minoritário excluído de sociedade limitada. O fato de a sociedade ter apresentado resultados negativos nos anos anteriores à exclusão do sócio não significa que ela não tenha fundo de comércio. REsp 907.014-MS, Rel. Min. Antônio Carlos Ferreira, julgado em 11/10/2011.
II. CASOS DE DISSOLUÇÃO TOTAL
Vontade dos sócios:
Sociedade com prazo determinado ( Consenso unânime
Sociedade de prazo indeterminado ( Maioria absoluta
Decurso do prazo (tratando-se de sociedade com prazo determinado) ( chegado o fim do prazo, se a sociedade ou os sócios não providenciarem a dissolução, haverá prorrogação por prazo indeterminado.
Falência da sociedade 
Unipessoalidade por mais de 180 dias (art. 1.033, IV)
Extinção de autorização de funcionamento (art. 1.033, V) ( Perdendo-se a autorização para funcionamento, a sociedade tem o prazo de 30 dias para proceder à dissolução. Se os administradores não o tiverem feito no prazo, o MP promoverá a liquidação judicial da sociedade.
Anulação do ato constitutivo
Exaurimento/inexequibilidade do objeto social
A dissolução pode ser: a) ATO (DISSOLUÇÃO “STRICTO SENSU”) – a primeira medida do processo como todo, que consiste na proposição da dissolução (pedido e de acordo com o entendimento, a liquidação); b) PROCEDIMENTO (DISSOLUÇÃO “LATO SENSU” – engloba todo o procedimento de dissolução). Com a liquidação (arrecadar os bens e pagar os credores; levantamento de ativo para pagamento do passivo). Nessa fase, serão nomeados liquidantes e a sociedade ganha, em seu nome, a expressão: “em liquidação”. Depois haverá a partilha entre os sócios. 
2. SOCIEDADE ANÔNIMA
As sociedades anônimas são espécies de sociedades estatutárias, também chamadas de “institucionais”. Constituem-se, assim,por meio de um estatuto social e seu capital está dividido em frações denominadas ações. Cada sócio é titular de determinado número de ações, sendo chamado de acionista.
Está regulamentada por uma lei própria, a Lei 6404/76, aplicando-se-lhe, nos casos omissos, as disposições do Código Civil. A LSA sofreu algumas alterações em sua redação que incorporou em nossa legislação os ideais de governança corporativa, que cria padrões de gestão das companhias, com o intuito de harmonizar as relações entre controladores e minoritários e dar mais segurança aos investidores do mercado de capitais. A transparência e a prestação de contas confiável são suas principais marcas. 
Ela é sempre empresária por força lei, independentemente do seu objeto social. Por serem sociedades institucionais ou estatutárias, elas serão sempre sociedades de capital.
	A importância econômica e social das sociedades anônimas�
O exame da evolução das sociedades comerciais mostra a importância da adoção da administração disjuntiva e da responsabilidade limitada como instrumentos de fomento da atividade comercial e dos grandes empreendimentos. 
A partir do século XIX, ficou claro que as sociedades anônimas eram o instrumento por excelência do capitalismo e da macroempresa, possibilitando a realização de grandes empreendimentos por meio da socialização do investimento e do risco. A expansão das sociedades anônimas foi tão rápida que tornou-se preocupante o agigantamento de diversas companhias não apenas em decorrência de seu crescimento interno, mas também dos diversos mecanismos de concentração industrial, o que ensejou a intervenção do Estado na economia com o intuito de preservar a livre concorrência e proteger os consumidores (criou-se, por exemplo, legislações de defesa da concorrência). 
A empresa, então, ganhou dimensão própria, ultrapassando as categorias clássicas do direito privado e passando a ser vista como a instituição social definidora da sociedade contemporânea, organização criadora de empregos, bem estar dos trabalhadores e consumidores, riquezas e recursos para tributação. No caso específico das sociedades anônimas, um dos fatores que acentuou o seu caráter institucional foi a alta proporção da socialização do investimento, especialmente no Direito Anglo-saxão, o que mostrava que as grandes companhias eram na verdade organizações quase-públicas. 
Logo, o contexto econômico e social de transição do Estado Liberal para o Estado Social acentuou o significado social e econômico das sociedades anônimas, de modo que pode-se afirmar que a “disciplina da sociedade anônima constitui atualmente o autêntico direito constitucional da atividade econômica no setor privado” 
2.1 Nome empresarial
As sociedades anônimas devem adotar denominação como nome empresarial. Obrigatoriamente, deverá constar na denominação o objeto social. As denominações das sociedades anônimas devem vir integradas pelas expressões “sociedade anônima” ou “companhia”, ou abreviadamente como “S.A” ou “Cia”. O termo “sociedade anônima” ou sua abreviatura pode vir no início, meio ou fim da denominação. O termo “companhia” ou sua abreviatura não pode ser usado no fim (art. 3º da LSA).
OBS: Permite-se que na denominação conste o nome do fundador, acionista ou pessoa que tenha concorrido para o bom êxito da formação da empresa. 
Enunciado 395 do CJF – A sociedade registrada antes da vigência do Código Civil não está obrigada a adaptar seu nome às novas disposições. [em razão de se tratar de direito inerente a sua personalidade – Enunciado 79 do CJF]
2.2 Responsabilidade dos sócios
Uma das principais características das sociedades anônimas é a limitação da responsabilidade dos sócios ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. (art. 1.088 do CC/02). Não há solidariedade entre os sócios pelo capital não integralizado.
2.3 Tipos de sociedades anônimas:
ABERTA – aquela que negocia seus valores mobiliários no mercado de capitais (formado pela bolsa de valores e pelo Mercado de balcão). Para tanto, é necessária uma prévia autorização e registro perante a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Bolsa de valores ( São entidades privadas constituídas sob a forma de associações civis ou sociedades anônimas, tendo por membros corretoras de valores mobiliários de uma mesma base territorial, autorizada pela CVM. Conquanto sejam privadas, atuam sob a supervisão da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), pois atuam na prestação de serviço público, devendo fiscalizar seus membros e as operações realizadas por estes (organiza e mantém o pregão de ações e de outros valores mobiliários). A finalidade da bolsa de valores é aumentar o fluxo de negociação dos valores mobiliários. 
Mercado de balcão ( O mercado de balcão consiste nas operações realizadas fora da bolsa de valores, quando, por exemplo, se adquire ações junto a uma instituição financeira ou uma sociedade corretora.
Mercado primário ( É aquele que se estabelece entre a companhia emissora do título/valor mobiliário e o investidor. Só há aqui mercado de balcão.
Mercado secundário ( Por outro lado, se um indivíduo já é investidor e vende seu valor mobiliário a outro investidor, trata-se de mercado secundário.
FECHADA – aquelas que não negociam seus valores mobiliários no mercado de capitais.
2.4. Constituição de uma sociedade anônima
Poderá ser de duas modalidades:
por subscrição pública: impõe-se para as sociedades abertas;
por subscrição particular: aplica-se às sociedades anônimas que não oferecerão ao público suas ações.
2.4.1 Requisitos preliminares para a constituição de uma Sociedade anônima, independentemente da modalidade de constituição:
Pluralidade de sócios: subscrição de pelo menos duas pessoas, de todas as ações em que se divide o seu capital social. A subscrição é irretratável.
A Sociedade Anônima poderá ser unipessoal em casos excepcionais:
Empresa Pública.
Subsidiária integral (art. 251, LSA: É um tipo de sociedade anônima constituída mediante escritura pública, tendo como único acionista sociedade nacional)
Entre uma assembléia ordinária e outra.	
Realização, como entrada, em dinheiro, de 10%, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas. Nas instituições financeiras essa porcentagem é de 50%.
O fundador terá 5 dias, contados do recebimento das quantias, em nome do subscritor e a favor da sociedade, para fazer o depósito no estabelecimento bancário autorizado pela CVM. 
Arquivamento do estatuto social da empresa na Junta comercial e publicação pela imprensa de seus atos constitutivos; 
Transferência para a companhia, por transcrição no registro público competente, dos bens com que o subscritor tenha contribuído para a formação do capital social.
2.4.2 Constituição propriamente dita
I. CIA ABERTA
	A constituição da CIA aberta é chamada subscrição pública ou sucessiva:
Retirada do registro de emissão das ações na CVM. O projeto/estatuto da sociedade anônima deve ser levado à aprovação pela CVM, em razão do interesse público envolvido. Além do projeto/estatuto, a CVM analisa a viabilidade econômica da s/a.
Contratação de instituição financeira para intermediar a venda das ações.
Depois disso, passa-se à assembléia de fundação. 
II. CIA FECHADA
Há, aqui, a chamada subscrição particular (ou simultânea) por meio de:
Assembléia de fundação; ou
Escritura pública 
2.5 Valores mobiliários (títulos emitidos) pelas sociedades anônimas:
AÇÕES – são bens móveis que representam frações em está dividido o capital social, concedendo ao seu titular um complexo de direitos e deveres. Elas têm vários valores:
Valor nominal – valor indicado no estatuto social.
Valor ou preço de emissão – é aquele pago por quem subscreve a ação e é fixado pelos fundadores no momento da constituição da empresa.
Valores de mercado – valor da negociação.
Valor patrimonial – valor da ação em relação ao patrimônio. Patrimônio dividido pelo número de ações. Esse valor será pago emcaso de dissolução total ou parcial da sociedade.
De acordo com a forma como são transferidas para outros acionistas ou para terceiros, as ações podem ser:
nominativas: são aquelas cujos titulares estão designados no Livro de Registro de Ações Nominativas. Para a transferência destas, bastará o termo lavrado no livro de Transferência de Ações Nominativas datado e assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou por seus representantes. Em verdade, todas as ações de uma sociedade anônima devem ser nominais, haja vista que a Lei n. 8.021/90 vedou a emissão de títulos ao portador.
Escriturais: elas não deixam de ser nominais, visto que são identificados seus titulares. Entretanto, diferenciam-se quanto à forma de transferência, uma vez que esta ocorre por contas de depósito. Aqui, uma instituição financeira autorizada pela CVM, manterá contas de depósitos em nome dos titulares das ações.
As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens conferidas aos seus titulares poderão ser:
ORDINÁRIAS ou em comum – conferem aos acionistas os direitos comuns, como o direito a voto e de participação nos lucros. São ações de emissão obrigatória por todas as companhias.
PREFERENCIAIS – conferem aos acionistas certas vantagens, que podem consistir em: a) prioridade na distribuição de dividendo fixo, garantia do recebimento de dividendos mínimo ou cumulativos (se a sociedade não divide os lucros, eles serão cumulados para o próximo ano); b) prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele. O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais alguns dos direitos reconhecidos às ações ordinárias ou conferi-los com restrição. O número de ações preferenciais sem direito de voto ou sujeitas a restrições não poderá ultrapassar 50% do total das ações emitidas
Golden share: são ações especiais titularizadas pelo ente desestatizante, sem direito de voto, mas com o poder especial de veto às deliberações da assembléia geral.
GOZO OU FRUIÇÃO: são aquelas distribuídas aos acionistas titulares de ações ordinárias ou preferenciais em substituição dessas ações que já foram amortizadas. A amortização consiste na distribuição aos acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital social, da quantia a que teriam direito em caso de liquidação da companhia.
DEBÊNTURES – são valores mobiliários que conferem a seus titulares direito de crédito contra a companhia. São títulos emitidos pela S/A para negociar junto ao público, levantando capital para sociedade, é como se fosse um empréstimo feito para a Sociedade (captação de recursos). É título executivo extrajudicial. 
Existem quatro espécies de debêntures (art. 58):
debêntures com garantia real
debêntures com garantia flutuante: asseguram a seus titulares privilégio geral
debêntures quirografárias.
debêntures subordinadas ou subquirografárias.
As debêntures podem ser, tais como as ações, nominativas e escriturais, bem como conversíveis em ações.
OBS: 1) É facultado à companhia adquirir debêntures de sua emissão. (Lei 12.431/11). 2) A partir da Lei 12.431/11, não há o limite do valor do capital social para a emissão de debênture. 
PARTES BENEFICIÁRIAS - São emitidos para captar recursos ou remunerar serviço prestado. É um direito de crédito eventual, até um limite de 10% do lucro da empresa, dependendo da existência ou não de obtenção de lucro pela sociedade. Somente podem ser emitidas por sociedades fechadas (Lei 10303/01).
BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO – são valores mobiliários que conferem ao titular, nas condições constantes do certificado, o direito de preferência para subscrever novas ações por ocasião do aumento do capital social autorizado no estatuto, antes de qualquer outro. 
COMMERCIAL PAPER – são valores mobiliários que conferem a seu titular direito de crédito contra a empresa. Servem para a captação de recursos no mercado de capital, sendo restituídos aos investidores em curto prazo. 
2.6 Órgãos da companhia
São órgãos principais das sociedades anônimas:
ASSEMBLÉIA 
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
DIRETORIA
CONSELHO FISCAL
ASSEMBLÉIAS – são órgãos de deliberação colegiados. Reúnem todos os acionistas que tenham ou não direito a voto. Podem ser das seguintes espécies:
ASSEMBLÉIA GERAL – é o órgão supremo da companhia. Podendo ser: 
1) assembléia geral ordinária (AGO): deverá ocorrer anualmente, nos quatro primeiros meses seguintes ao término do exercício social da empresa, e deverá abranger as seguintes matérias: 
♦ tomada de contas dos administradores, exame, discussão e votação das demonstrações financeiras;
♦ deliberação sobre a destinação do lucro líquido do exercício e distribuição de dividendo;
♦ eleição dos administradores e dos membros do Conselho Fiscal, quando for o caso;
♦ aprovação de correção da expressão monetária do capital social. 
2) assembléia geral extraordinária (AGE): pode ocorrer a qualquer tempo, e serve para a deliberação de qualquer outra matéria que não seja de competência privativa da assembléia geral ordinária. A AGE que tiver por objeto a reforma do estatuto somente se instalará com a presença de acionistas que representem 2/3, no mínimo, do capital com direito a voto. Em segunda convocação, instalar-se-á com qualquer número.
OBS: Considera-se presente em assembleia geral, para todos os efeitos desta Lei, o acionista que registrar a distância sua presença, na forma prevista em regulamento da Comissão de Valores Mobiliários, podendo inclusive votar. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).
	OBS: não é possível anular as deliberações para aumento de capital da companhia quando elas causam diluição injustificada da participação acionária dos sócios na sociedade, mesmo considerando que tal diluição não é permitida em face do § 1º do art. 170 da Lei n. 6.404/1976 (Lei das Sociedades Anônimas – S/A). Isso por que o referido dispositivo não prevê como conseqüência de sua violação a nulidade da assembléia, sendo hipótese de responsabilidade civil dos controladores, que se resolve em perdas e danos, e não em declaração de nulidade de assembleia (art. 117 da mesma lei). (REsp 1.190.755-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 21/6/2011.) 
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO – é um órgão de deliberação colegiada a quem compete, primacialmente, fixar a orientação geral dos negócios da companhia e fiscalizar a gestão dos diretores. É composto por, no mínimo, 3 membros, acionistas, eleitos pela AGE e por ela destituíveis a qualquer tempo, com mandato de no máximo 3 anos, permitida a reeleição. Somente é obrigatório nas sociedades anônimas abertas (que negociam suas ações na bolsa ou no mercado de capitais), nas de capital autorizado (têm autorização de aumento de capital no estatuto, sem necessidade de assembléia para deliberação) e nas sociedades de economia mista. 
OBS: Na companhia aberta, o conselho de administração pode deliberar sobre a emissão de debêntures: 1) não conversíveis em ações, salvo disposição estatutária em contrário; 2) conversíveis em ação, se o estatuto permitir. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
DIRETORIA – é a responsável pela representação da companhia e pela prática dos atos necessários ao seu funcionamento regular. É obrigatória em todas as sociedades anônimas. Os diretores podem ou não ser acionistas, exigindo a lei que se trate de pessoa residente no país e que sejam pessoas naturais. Ela é composta por dois ou mais diretores, eleitos e destituíveis a qualquer tempo pelo Conselho de Administração, ou se, inexistente, pela assembléia geral, com mandato nunca superior a 3 anos, permitida a reeleição.
CONSELHO FISCAL – é de existência obrigatória nas sociedades anônimas, mas, o seu funcionamento pode não ser permanente, restringindo-se aos exercícios sociais em que for instalado a pedido dos acionistas. Sua atribuição é a fiscalização dos atos de administração da sociedade. Os conselheiros podem ou não ser acionistas. Serão, no mínimo, 03 e no máximo, 05 conselheiros.
2.7 DIREITOS E DEVERESDOS ACIONISTAS 
Dever de integralizar as ações – é o principal dever do acionista, que tem que integralizar as ações subscritas, sob pena de tornar-se acionista REMISSO, com a conseqüência de ser executado ou ter suas ações negociadas em bolsa. O título executivo pode ser: Boletim de Subscrição ou Aviso de Chamada de Capital (são títulos executivos extrajudiciais por força de lei). 
A execução e a negociação das ações são medidas que podem ser adotadas simultaneamente pela sociedade. Mesmo a S/A fechada pode negociar as ações do remisso na bolsa, cujos valores serão suportados pelo remisso.
Direitos podem ser: ESSENCIAIS (não podem ser retirados do acionista) ou NÃO-ESSENCIAIS (direito de voto é dessa natureza, tanto que existem ações sem esse direito garantido).
ESSENCIAIS:
	1 – Participação nos lucros (qualquer cláusula que retire esse direito é nula, sendo chamada de cláusula leonina; entretanto esse direito pode ser reduzido ou ampliado).
	2 – Preferência (a subscrição de novas ações).
	3 – Fiscalização (podem os acionistas por meio do Conselho Fiscal, fiscalizar a administração da sociedade e por meio da assembléia geral, que é responsável pela aprovação das contas da sociedade).
	4 – Participação no acervo societário (em caso de liquidação da sociedade, que consiste na apuração do ativo para pagar o passivo, o que resta deve ser dividido entre todos os acionistas, com base no valor patrimonial das suas ações).
	5 – Retirada (o acionista pode sair da sociedade; não a qualquer tempo, mas, sim, se houver dissidência com relação às deliberações constantes no artigo 137, sendo reembolsado pela sociedade, pelo valor nominal das ações; não é o simples desejo de sair da sociedade, pelo fim da “affectio societas”, caso isso ocorra deve procurar negociar suas ações).
2.8 DIREITO DE RETIRADA (direito de recesso)
Existem duas formas de uma pessoa se desligar da sociedade empresária de que participa: (1) alienando a sua participação societária e (2) exercendo seu direito de retirada.
Na sociedade anônima, dada a facilidade de alienação da participação societária, as hipóteses de exercício do direito de retirada são limitadas, estando disciplinadas especificamente em lei.
O exercício do direito de retirada se dá mediante reembolso do valor das ações (por seu valor patrimonial).
Hipóteses (entre outras):
redução do dividendo obrigatório;  
fusão da companhia, ou sua incorporação em outra; 
mudança do objeto da companhia; 
cisão da companhia;
transformação da sociedade anônima em limitada (quando há autorização no estatuto para transformação da sociedade por decisão não unânime) – art. 221
2.9 ADMINISTRADORES DA SOCIEDADE ANÔNIMA – são membros do Conselho de Administração e da Diretoria. Eles têm 03 deveres: diligência, lealdade e informação. Diligência (artigo 153) consiste em cuidar do negócio como se fosse seu. Lealdade (artigo 155) não pode utilizar as informações privilegiadas em benefício próprio ou alheio. Informação (artigo 156) desde a nomeação deve informar a sua participação no capital social da sociedade administrativa e em outras sociedades por ela controladas.
OBS: A aprovação das contas sem reservas pela assembléia geral ordinária (AGO), salvo se anulada, exonera os administradores e diretores de quaisquer responsabilidades (art. 134, § 3º, da Lei n. 6.404/1976– Lei das Sociedades Anônimas), não bastando a prévia deliberação da assembléia geral para a propositura da ação de responsabilidade civil, sendo mister, antes de tal propositura ou concomitantemente a ela, o ajuizamento da ação de anulação da assembleia. (REsp 1.313.725-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 26/6/2012).
2.10 ACIONISTA CONTROLADOR: considera-se acionista controlador a pessoa natural ou jurídica, ou grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum, que seja titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembléia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores, e que usa efetivamente esse poder para dirigir e orientar o funcionamento do órgãos da companhia. Ele responde pelos danos causados por atos praticados com abuso de poder e que impliquem danos ou prejuízos aos demais acionistas, à companhia ou à sociedade.
2.11 REPERCUSSÕES DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA SOBRE A RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL DOA ADMINISTRADORES E CONTRALADORES DAS S.A. (Tese do doutorado de Ana Frazão)
Com extinção da autorização estatal para a criação das sociedades anônimas – fenômeno chamado de liberalização –, ocorrida na segunda metade do século XIX, houve a proliferação dessa espécie de instituição tornando-se necessária a estruturação de um regime mais cuidadoso de responsabilidade civil dos administradores, como forma de contrabalançar a perda das garantias decorrente do afastamento estatal sobre a constituição e funcionamento das companhias. 
Nesse período, em que vigorava o liberalismo, predominava o contratualismo e o tecnicismo caracterizador da pessoa jurídica, abordagens que possibilitavam que a sociedade anônima fosse vista como mero instrumento de separação patrimonial perfeita e de geração de lucros. Aqui, já havia uma preocupação com a proteção dos acionistas contra ilícitos cometidos pelos administradores. 
Com o advento do estado social, houve alteração considerável do tratamento dessas questões, em razão de diversos fatores, tais como o crescente reconhecimento da importância social e econômica das sociedades anônimas. A identificação do poder de controle e a dissociação entre este e a propriedade também mostrou a necessidade de que os controladores estivessem sujeitos às responsabilidades correspondentes. A responsabilidade dos administradores também foi redefinida nesse contexto, em razão da proeminência que eles assumiram no controle societário por conta da dispersão acionária. 
A reconstrução do regime de responsabilidade dos gestores foi marcada pelo princípio da função social da propriedade e dos direitos, cuja função principal foi inserir aspectos de solidariedade nas relações privadas. O poder de gestão, desdobrado no controle e nas competências administrativas, também passou a ser sujeitos da função social e dos deveres por ela impostos. 
O interesse social em torno das companhias abertas também passou a se vincular à proteção da poupança popular investida em valores mobiliários da companhia e ao funcionamento regular do mercado como forma de estimular o investimento, o que gerou um aumento na complexidade da gestão. 
São conseqüências dessa reconfiguração do regime de responsabilidade civil dos gestores:
a consideração dos administradores como órgãos da companhia, o que reforçou a natureza extrajudicial da responsabilidade destes;
o declínio da teoria ultravires, a fim de tutelar amplamente os terceiros de boa-fé;
a sujeição dos controladores a regime de responsabilidade semelhante ao dos administradores, a fim de assegurar a correspondência entre a gestão e a responsabilidade;
a análise da conduta dos gestores a partir de padrões mais objetivos e exigentes e não mais a partir de um viés psicológico ou acentuadamente subjetivo da culpa;
a ampliação do rol de deveres dos gestores; etc.
Essa nova configuração de deveres e responsabilidades buscou equilibrar melhor as relações entre controladores e acionistas minoritários e tutelar interesses relacionados a trabalhadores, consumidores, colaboradores, credores e outros grupos sociais. A responsabilidade civil dos controladores e administradores, portanto, tornou-se um importante instrumento para o atendimento da função social da empresa, cujas diretrizes no Direito Brasileiro são encontradas no art. 170 da Constituição (prevê princípios que necessariamente orientam e direcionam a livre iniciativa empresarial, tais como a livre concorrência, a proteção dos empregados, do meio ambiente, etc) 
Essa nova abordagem – relativa à função social da empresa – não pode levar à conclusão de queos interesses dos acionistas devam ser preteridos ou subordinados incondicionalmente aos demais interesses que se projetam sobre a empresa. A função social da empresa também está relacionada a sua função econômica de gerar lucros, sem o que não haveria investimentos. 
Como cláusula geral a orientar e direcionar a conduta dos gestores, o cumprimento da função social foi cercado de diversas dificuldades: i) indefinições da própria expressão; ii) problema de como conciliar os interesses da companhia, dos acionistas e dos demais interessados; iii) impacto econômico que o agravamento da responsabilidade civil dos gestores, diante das diversas formas de transferência do risco para a companhia, pode gerar sobre o preço final de produtos e serviços, gerando uma sobrecarga sobre a parte mais pobre da população. 
Para dar concretude ao princípio, a doutrina elencou as seguintes alternativas: edição de regras específicas para a concreção do princípio, o controle e a supervisão estatal sobre a criação e o funcionamento das companhias, a regulação do mercado de capitais, as chamadas estratégias de governança� e soluções organizativas� 
No que toca especificamente o regime de responsabilidade gestores e dos administradores, é preciso ressaltar que este é mais rígido do que aquele. Isso por que os acionistas controladores exercem direitos subjetivos e, portanto, podem buscar interesses pessoais, desde que compatíveis com a comunhão acionária e a função social da empresa. Já os administradores exercem competências funcionais, que estão atrelados exclusivamente aos interesses da empresa, jamais podendo agir em interesse próprio. 
A lei das S.A., nos arts. 116, § único e art. 154 da Lei das S.A, traz a cláusula geral da atuação conforme a função social da empresa, a qual desempenha importante papel hermenêutico e sistematizador em relação às demais normas previstas na Lei das S.A. sobre a matéria. Vejamos as conseqüências da função social da empresa sobre a atuação dos gestores:
Quanto ao dever de agir no interesse da companhia, a função social da empresa: 
- vincula a gestão ao objetivo constitucional da ordem econômica, que é assegurar a todos uma existência digna;
- proibir o voto indevidamente interessado e fazer com que o direito ao voto seja exercido em respeito aos interesses da companhia, dos demais interesses que se projetam sobre a empresa e aos valores constitucionalmente protegidos;
- mitiga a eficácia dos acordos de acionistas no âmbito de órgãos colegiados de administração.
Quanto à regulação dos conflitos de interesses:
- realça a necessidade de abordagem procedimental do conflito, impondo os deveres de plena transparência e revelação;
- reforçar em relação aos controladores a abordagem material do conflito e, em relação aos administradores, a regra do conflito formal (a transação deve ser aprovada pelos demais administradores não interessados com base em informações completas);
Quanto ao direito de voto:
- amplia a repressão ao voto abusivo
- alarga o espectro do voto emulativo para o fim de abarcar as hipóteses de voto exercido com o fim exclusivo de causar danos a empregados, consumidores, terceiros e a coletividade como um todo;
- Reforça a desnecessidade do dolo para a identificação do voto abusivo
Quanto ao abuso do pode de controle, torna possível na modalidade culposa e também omissiva;
Quanto ao dever de diligência:
- possibilita o afastamento de ações vantajosas para a sociedade e acionistas sempre que trouxerem danos injustificados a outros grupos envolvidos;
- reforça a proteção dos credores sociais – pequenos credores e credores não contratuais;
- Vincula o dever ao princípio básico de agir informando. 
Quanto ao dever de lealdade:
- estende tal dever ao controlador;
- reforça os aspectos estruturais da prevenção de conflitos;
- alarga o rol de beneficiários do dever de lealdade para abranger não apenas a companhia, mas também credores, empregados e terceiros;
Em conclusão, o trabalho de doutorado de Ana Frazão trouxe algumas reflexões sobre esta cláusula geral:
Primeiro. Sua interpretação não pode ter como resultado a ampliação dos deveres dos gestores a ponto de deles exigir, sob pena de responsabilização pessoal, a distribuição ativa dos benefícios empresariais. A função social da empresa também não pode ter como conseqüência o afastamento do caráter subjetivo da responsabilidade, bem como não pode implicar por si só a existência de solidariedade entre os administradores, já que estes respondem por fato e culpa próprios. 
Segundo. As cláusulas gerais sobre o dever de diligencia e lealdade podem e devem ser interpretadas em conformidade com as regras gerais da responsabilidade civil.
Terceiro. As cláusulas gerais em questão possibilita a responsabilidade direta dos gestores perante terceiros, sobretudo sobre o aspecto do dever de cuidado e proteção e do abuso dos poderes de gestão.
Quarto. O arts. 116, §u e 154 permitem o respeito a personalização, na medida em que submetem os gestores a regime de responsabilidade compatível com suas funções e levando em consideração que a principal destinatária da função social da empresa é a companhia.
Quinto. Apesar da importância da função social da empresa, esta não tem o alcance de imputar aos controladores e administradores de companhias a responsabilidade pelo resultado de suas decisões. Isso por que as obrigações relacionadas ao dever de diligencia são de meio e não de resultado (vige aqui a “business judment rule”: existe uma presunção de que, ao tomar uma decisão, os administradores agem sobre uma base informada e na crença honesta de que a ação foi tomada no melhor interesse da companhia).
Em conclusão, essas cláusulas não são suficientes para, por si só, resolver o delicado problema da realização da justiça social e da distribuição dos resultados da atividade empresarial, mas deve-se adotar em relação a elas uma postura não apenas sensível a força vinculante dos princípios constitucionais pertinentes e as perpectivas, funções e limittações da função social. 
2.12 DISSOLUÇÃO, LIQUIDAÇÃO E EXTINÇÃO DAS SOCIEDADES INSTITUCIONAIS:
A dissolução poderá ocorrer:
de pleno direito: ocorrerá nas seguintes hipóteses: a) término do prazo de duração; b) em qualquer caso específico previsto no estatuto; c) por deliberação da assembléia geral; d) pela existência de um único acionista, verificada em AGO, se no mínimo de dois não for reconstituído até à do ano seguinte; e) e pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar.
Por decisão judicial: ocorrerá quando: a) for anulada a sua constituição em ação proposta por qualquer acionista; b) for provado que não poderá alcançar o seu objetivo em ação proposta por acionistas que representem 5% ou mais do capital social; c) for decretada a falência, na forma da respectiva lei.
Por decisão da autoridade administrativa competente: ocorrerá nos casos e na forma prevista em lei especial, tal como na falta de autorização devida para a negociação de ações no mercado de capitais.
Após a dissolução terá início a liquidação, que poderá ser extrajudicial (competindo à assembléia geral deliberar o seu modo e nomear o liquidante) ou judicial. A companhia dissolvida conserva a sua personalidade jurídica até a sua extinção, para que possa ser efetuada a liquidação. O liquidante tem os mesmos deveres e responsabilidades do administrador.
2.12 OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS
 
São mutações no tipo ou na estrutura da sociedade empresária. Se essas operações envolverem uma sociedade institucional (anônima ou comandita por ações) seguem a disciplina prevista na LSA (arts. 220 a 234). Do contrário, aplicam-se as regras previstas no Código Civil. 
TRANSFORMAÇÃO – ocorre quando há mudança de tipo societário, ou seja, de uma S/A para LTDA ou vice-versa, independentemente, de dissolução e liquidação de um tipo para outro. Também há transformação caso haja alteração de aberta para fechada ou vice-versa. A transformaçãonão prejudica os direitos dos credores, que continuarão, até o pagamento integral dos seus créditos, com as mesmas garantias que o tipo anterior de sociedades lhes oferecia.
FUSÃO – ocorre quando duas ou mais sociedades se unem, as quais se extinguem, para formar uma NOVA sociedade, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. O sócio dissidente da sociedade em que ocorreu a fusão tem direito de retirada da companhia. Se gerar concentração de mercado, haverá apreciação de CADE (sempre que uma empresa ou grupo de empresas for capaz de alterar unilateral ou coordenadamente as condições de mercado ou quando controlar 20% ou mais do mercado relevante).
INCORPORAÇÃO – uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhe sucede em todos os direitos e obrigações. As sociedades absorvidas extinguem-se. O sócio dissidente da sociedade em que ocorreu a incorporação também tem direito de retirada da companhia, a não ser que seja titular de ação de espécie ou classe que tenha liquidez e dispersão no mercado, hipótese em que não lhe é assegurado esse direito. O sócio da companhia incorporadora não tem direito de retirada. Se houver concentração de mercado, haverá apreciação do CADE (20% do mercado).
CISÃO – é a operação pela qual a companhia transfere parcela do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver a transferência de todo o seu patrimônio (total), ou dividindo-se o seu capital (parcial). Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da companhia extinta. Já a companhia cindida que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da primeira anteriores à cisão. O sócio da companhia cindida tem direito de retirada. Tal como na fusão, a cisão poderá está condicionada à aprovação pelo CADE�. 
� FRAZÃO. Ana. Função social da empresa. Rio de Janeiro: Renovar, 2011. p. 71.
� As estratégias de governança podem ser assim resumidas: i) reforço do poder que os acionistas têm de selecionar e destituir administradores; ii) reforço do poder de intervir na administração, votar, iniciar ou ratificar decisões administrativas; iii) estratégias de incentivo, que busquem recompensar a lealdade dos gestores por meio de compensação financeira; iv) proteção de acionistas minoritários por meio de tratamento igualitário, como a distribuição estritamente pro rata de dividendos. 
� Procuram resolver os conflitos por meio de representação dos “grupos conflitantes” nos órgão de direção.
� Art. 88. Serão submetidos ao Cade pelas partes envolvidas na operação os atos de concentração econômica em que, cumulativamente: 
I - pelo menos um dos grupos envolvidos na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais); e 
II - pelo menos um outro grupo envolvido na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais). 
§ 1o Os valores mencionados nos incisos

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