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Resumão de Direito Empresarial

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DIREITO EMPRESARIAL – PONTO 04
Teoria Geral do Direito Societário: conceito de sociedade; personalização; classificação das sociedades. Sociedades personificadas. Sociedades não personificadas: sociedades simples; sociedade em nome coletivo; sociedade em comandita simples; sociedade em comanditas por ações; sociedade cooperada; sociedades coligadas; sociedades anônimas; sociedades limitadas; sociedades dependentes de autorização. Liquidação. Transformação. Incorporação. Fusão. Cisão. Sociedades dependentes de autorização.
20/08 – Gabriela Macedo
1. CONCEITO DE SOCIEDADE 
A pessoa jurídica é verdadeira “unidade de pessoas naturais ou patrimônios que visa a consecução de certos fins, reconhecida essa unidade como sujeito de direitos e obrigações”�. De acordo com o art. 44 do Código Civil, as pessoas jurídicas de direito privado, instituídas para atender a interesses particulares, abarcam as fundações, as associações, as sociedades, as organizações religiosas e os partidos políticos. A sociedade, portanto, é espécie de pessoa jurídica que visa à realização de atividade econômica, almeja o lucro com o objetivo de reparti-lo entre os sócios.
As sociedades podem ser simples, porque seguem atividade civil, ou empresária, porque têm por objeto o desenvolvimento de atividade de empresa. 
Empresa é a atividade economicamente organizada para produção ou circulação de bens e serviços, não se confundido com o sujeito (empresário) nem com o objeto (estabelecimento empresarial ou patrimônio aziendal). A empresa pode ser desenvolvida por pessoas físicas ou por pessoas jurídicas. Se quem exerce a atividade empresarial é pessoa física ou natural, será considerado empresário individual. Se quem o faz é pessoa jurídica, será uma sociedade empresária. O adjetivo empresário indica a própria sociedade (e não seus sócios), a titular da atividade econômica.
Logo, a diferença entre sociedade simples e empresária está no modo de exploração de seu objeto social. Se essa exploração for feita mediante a organização dos fatores de produção (capital, insumos, mão-de-obra e tecnologia) será empresária. Se feita sem essa organização, será considerada simples.
Existem duas exceções a essa regra. As sociedades anônimas, independentemente de seu objeto, são sempre empresárias, e as cooperativas são sempre sociedades simples. [Art. 982, parágrafo único do CC/02].
Em relação às sociedades composta por profissionais liberais e sociedade rural, duas observações devem ser feitas:
1º) Em regra será civil, salvo se adotarem estrutura empresarial [modo de organização da atividade], é dizer, se a organização dos fatores de produção for mais importante que a atividade pessoal desenvolvida (Enunciado 194 do CJF). Exemplos: consultório médico com secretária - não é empresa; clínica de estrutura empresarial, com vários médicos, secretárias etc - é empresa.
Enunciado 195 do CJF – Art. 966: A expressão “elemento de empresa” demanda interpretação econômica, devendo ser analisada sob a égide da absorção da atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, como um dos fatores da organização empresarial. 
2º ) Para ser considerada empresária, a sociedade rural deverá registrar seu ato constitutivo na Junta Comercial, já que sua inscrição é facultativa. O registro, então, tem natureza constitutiva (Enunciado 202 do CJF).
As sociedades empresárias podem adotar um dos seguintes tipos:
1) Sociedade em nome coletivo – N/C
2) Sociedade em comandita simples - C/S
3) Sociedade Limitada – Ltda. 
4) Sociedade anônima - S.A
5) Sociedade em comandita por ações - C/A
As três primeiras foram plenamente tratadas pelo novo Código Civil. As sociedades anônimas estão disciplinadas na Lei 6.404/76, e as sociedades em comandita por ações regem-se pelas normas relativas às sociedades anônimas, com algumas regras impostas pelo Código Civil (Arts. 1090 a 1092 do CC/02). Somente será admitida a constituição de sociedade empresária de acordo com uma das cinco espécies acima descritas (Art. 983, 1ª parte do CC/02).
A sociedade simples pode ou não adotar um daqueles modelos societários, exceto da sociedade por ações. Se não o fizer, submeter-se-á às regras que lhe são próprias (sociedade simples pura), previstas também no Código Civil, nos arts. 997 a 1.038 (Art. 983, 2ª parte do CC/02). A opção pelo tipo empresarial não afasta a natureza simples da sociedade (Enunciado 57 do CJF). 
REQUISITOS DA SOCIEDADE:
– DE EXISTÊNCIA: Affectio Societatis e Pluralidade de Sócios 
	– DE VALIDADE: 
	Genéricos ou comuns – requisitos de validade para o negócio jurídico: agente capaz �, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei (art. 104 do C.Civil).
	
	Específicos – todos os sócios devem contribuir para a formação do capital social e todos os sócios participarão dos lucros e resultados.
2. PERSONALIDADE JURÍDICA
O ordenamento jurídico atribui personalidade – e via de conseqüência, capacidade para titularizar relações jurídicas e praticar atos da vida civil – a entes morais, surgidos a partir da vontade humana. Quando esse ente ganha personalidade jurídica, ocorre o fenômeno da separação patrimonial, cujas conseqüências são as seguintes:
1) Titularidade obrigacional – a sociedade passa, em nome próprio, a celebrar negócios jurídicos, adquirindo direitos e contraindo obrigações;
2) Titularidade patrimonial – passa a possuir patrimônio próprio (o sócio, geralmente, contribui na formação do capital social e, em razão disso, passa a possuir uma participação na sociedade) e respondem com ele pelas obrigações que contraírem (Responsabilidade patrimonial ilimitada)
3) Titularidade processual – possibilidade de ser parte e capacidade processual para estar em juízo.
2.1 Teoria da desconsideração da personalidade jurídica no CC/02
A principal consequência da personificação das sociedades é o reconhecimento da sociedade como sujeito de direitos. Daí decorre um dos elementos fundamentais do direito societário: a autonomia patrimonial das pessoas jurídicas. Todavia, a personalidade jurídica não constitui um direito absoluto, sendo contida pela teoria da fraude contra credores e pela teoria do abuso de direito.
A teoria está positivada: CDC, Lei Ambiental, na Lei de Concorrência e CC/02 (artigo 50). A teoria da desconsideração da personalidade jurídica é disciplinada de maneira diversa em cada um desses diplomas, com requisitos distintos dependendo da natureza jurídica da responsabilização.
O CC/02 estabelece dois pressupostos para aplicação da teoria:
Desvio da finalidade (abuso de direito da forma).
Confusão patrimonial (como forma de exteriorização da fraude, já que a fraude é muito difícil de comprovar; há confusão patrimonial entre os bens da sociedade e os dos sócios).
2.1.1 Abuso da personalidade jurídica e a teoria maior da desconsideração
	Concepção clássica: só admite a superação do ente legal quando constatado o uso abusivo da pessoa jurídica.
	Concepção subjetivista da teoria maior: tradicionalmente, o abuso da personalidade jurídica que admite sua desconsideração só se caracterizava quando houvesse a prova efetiva da fraude, ou seja, da atuação dolosa, maliciosa dos sócios em detrimento dos credores da sociedade.
	Concepção objetivista da teoria maior: surgiu em razão da dificuldade da prova da fraude. Para essa concepção, o abuso pode ser comprovado através da análise de dados objetivos, como o desvio de finalidade e a confusão patrimonial. O Código Civil de 2002 adota essa concepção, sendo desnecessário comprovar o dolo específico do sócio ou administrador que cometera o ato abusivo.
2.1.2 Teoria Maior e Teoria Menor
Teoria maior: admite a desconsideração da PJ somente quando haver desvio de finalidade ou comprovação de confusão patrimonial.
Teoria Menor: desconsidera-se a PJ quando haver, tão somente, ocorrência de prejuízo ao credor. Para os defensores desta teoria, há que se distinguir entre os credoresnegociais (bancos etc), e os credores não negociais (trabalhadores e consumidores, p. ex.). Este últimos, não podem arcar com os riscos inerentes ao empreendimento.
2.1.3 Questões interessantes 
Para o STJ, é desnecessária a citação do sócio para compor o pólo passivo da relação processual, na qual o autor pede a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica da empresa, sendo suficiente a sua intimação (oportunidade em que poderá apresentar defesa), sobretudo quando o processo encontra-se na fase de cumprimento de sentença (Informativo 501); 
A aplicação da teoria da desconsideração do art. 50 CC dispensa a demonstração de insolvência da pessoa jurídica? 1º Corrente: SIM (enunciado 281 CJF); 2ª Corrente (STJ): NÃO (REsp 1.141.447-SP / i-462).
Desconsideração inversa é o afastamento do princípio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica para responsabilizar a sociedade por obrigação do sócio. É utilizada principalmente no Direito de Família.
As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou de fins não-econômicos estão abrangidas no conceito de abuso da personalidade jurídica (Enunciado 284 da CJF).
Desconsideração X Despersonificação: A desconsideração é tópica, em respeito ao princípio da função social e continuidade da empresa, enquanto a despersonificação é permanente.
A desconsideração da pessoa jurídica é matéria sob reserva de jurisdição ou a administração pública pode desconsiderar de ofício? Em regra, a desconsideração é matéria jurisdicional, salvo em situações excepcionalíssimas admitida pela doutrina (Gustavo Teppedino) e pela jurisprudência (STJ, RMS n 15.166/BA) em caso grave de fraude.
A desconsideração da personalidade jurídica é medida cabível em sede de execução, ainda que não tenha sido discutida no processo de conhecimento (STJ, Resp 920602/DF)
A desconsideração da personalidade não atinge indiscriminadamente todos os sócios, mas apenas aquele que se beneficiou do ato abusivo (Enunciado n. 07 das JDC)
O STJ entende ser possível estender os efeitos da falência de uma empresa a outra, por decisão incidentalmente proferida, sem a oitiva da interessada, na hipótese em que não há vínculo societário direto entre as empresas, mas em que há suspeitas de realização de operações societárias para desvio de patrimônio da falida nos anos anteriores à quebra, inclusive com a constituição de sociedades empresárias conjuntas para esse fim. É possível coibir esse modo de atuação mediante o emprego da técnica da desconsideração da personalidade jurídica, ainda que para isso lhe deva dar nova roupagem. (REsp 1.259.020-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 9/8/2011).
Não há prazo (decadencial, se existisse) para o exercício do direito potestativo à desconsideração da personalidade jurídica e inexiste a exigência de ação própria para a desconsideração da personalidade jurídica. (REsp 1.180.191-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 5/4/2011).
3. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES
Pessoas – levam-se em conta os atributos pessoais dos sócios. Suas qualidades ou defeitos têm relevância para o desenvolvimento da empresa. A alienação societária é restringida, porque depende do consentimento dos demais sócios para que o terceiro possa ingressar na sociedade, ou seja, os demais sócios podem barrar a entrada de um terceiro estranho a sociedade. No caso de falecimento do sócio, o herdeiro não ingressa diretamente sem autorização dos sócios.
Capital – somente se considera a contribuição financeira para o ingresso no quadro de sócios da sociedade. É livre o ingresso de terceiros estranhos ao quadro social, já que não importam as qualidades pessoais dos acionistas (S.A ou Comandita por ações) ou sócios (Ltda.), apenas que eles efetivamente contribuam para a formação do capital pela integralização de ações ou cotas.
OBS: a jurisprudência vem admitindo a penhora de cotas de sociedade limitada, apontando que a pessoalidade do vínculo é assegurada pelo direito de preferência na aquisição/remição dessas cotas (AgRg no Ag 1164746/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 29/09/2009, DJe 26/10/2009)
	Sociedade em COMANDITA POR AÇÕES
	CAPITAL
	Sociedade ANÔNIMA
	
	Sociedade EM NOME COLETIVO
	PESSOAS
	Sociedade EM COMANDITA SIMPLES
	
	Sociedade SIMPLES (não é empresária)
	
	Sociedade DE CAPITAL E INDÚSTRIA (não existe mais)
	
	Sociedade LIMITADA (contrato social)
	PESSOAS OU CAPITAL
OBS.: A sociedade limitada será de pessoas ou de capital dependendo do contrato social. Se ele dispuser que assume a forma subsidiária de SA, será de capital; se assume de sociedade simples, será de pessoas.
Contratual – são constituídas através de um contrato social. O capital social da sociedade é dividido em cotas e o seu titular é denominado sócio. Existe maior liberdade na vontade das partes e há maior discricionariedade na elaboração das cláusulas.
Institucional – são constituídas por um estatuto social. As relações são entre os sócios e a sociedade, não havendo relação deles entre si. Qualquer interessado, desejando ingressar na sociedade, adere ao estatuto. O capital social está dividido em ações e o seu titular é denominado acionista. O estatuto está adstrito à lei, não há liberdade de alteração das normas.
	SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES
	INSTITUCIONAL
	SOCIEDADE ANÔNIMA
	
	SOCIEDADE EM NOME COLETIVO
	CONTRATUAL
	SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES
	CONTRATUAL
	SOCIEDADE SIMPLES
	CONTRATUAL
	SOCIEDADE LIMITADA (sempre)
	CONTRATUAL
Quanto à responsabilidade dos sócios, a sociedade pode ser:
Responsabilidade limitada – ao aporte financeiro que o sócio subscreveu na sociedade, ou seja, somente pelo valor que se obrigou (subsidiária e limitada).
Responsabilidade mista – Existem sócios que respondem ilimitadamente e outros de forma limitada (limite previsto no contrato ou no estatuto social).
Responsabilidade ilimitada – o patrimônio dos sócios responde subsidiariamente, mas de forma ilimitada pelas obrigações sociais.
Mesmo nas sociedades com responsabilidade mista ou ilimitada, essa responsabilidade será sempre subsidiária em razão do benefício de ordem previsto no art. 1024 do CC/02. Primeiro deve-se esgotar (exaurir) o patrimônio da sociedade para só então atingir o patrimônio pessoal do sócio. Nas sociedades não personificadas, a responsabilidade dos sócios será direta, solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais nos termos do art. 990 do CC/02.
	SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES
	Responsabilidade mista
	SOCIEDADE ANÔNIMA
	Responsabilidade limitada
	SOCIEDADE EM NOME COLETIVO
	Responsabilidade ilimitada
	SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES
	Responsabilidade mista
	SOCIEDADE LIMITADA 
(há solidariedade)
	Responsabilidade limitada
	SOCIEDADE SIMPLES
	Pode ser pactuado no contrato: nenhuma ou ilimitada.
4. SOCIEDADES PERSONIFICADAS E NÃO PERSONIFICADAS
O Código Civil divide as sociedades em dois grandes grupos: em um deles, tratou das sociedades personificadas; no outro, das sociedades não personificadas. Cumpre esclarecer, inicialmente, que parece contraditória em si a expressão sociedade “sociedade não personificada”. De fato, se a sociedade é uma categoria de pessoa jurídica, não se pode admitir que uma sociedade não tenha personalidade jurídica. Todavia, entende-se a opção do legislador de disciplinar as chamadas “sociedades não personificadas”, não obstante a impropriedade da expressão. Quis o legislador conferir um mínimo de segurança jurídica as suas relações, que não são poucas, haja vista o grande número de atividades empresariais exercidas na informalidade.
4.1 SOCIEDADES NÃO-PERSONIFICADAS
SOCIEDADE EM COMUM (artigos 986 e 990) 
A sociedade em comum é, segundo afirmam alguns autores, a que conhecemos tradicionalmente com os nomes de sociedade irregular ou sociedade de fato. Na verdade, segundo afirma o art. 986 do CC, trata-se daquela sociedade que ainda não inscreveu seus atos constitutivos no órgãocompetente.
OBS: A Sociedade de fato: não possui instrumento escrito de constituição
 Sociedade irregular: possui um contrato escrito, mas que não está registrado na Junta Comercial.
Segundo André Luiz Ramos, a sociedade em comum é, na verdade, uma expressão que designa a sociedade contratual que está na fase de constituição, ou seja, praticando os atos preparatórios ao registro.
Prova da existência da sociedade em comum: Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo.
Responsabilidade dos sócios na sociedade em comum: como regra geral do direito societário, os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais. Ocorre que, para a sociedade em comum deveria o legislador ter previsto a responsabilidade ilimitada e direta dos sócios pelas obrigações sociais. Todavia, preferiu o legislador estabelecer a responsabilidade ilimitada, porém subsidiária dos sócios em geral, e a responsabilidade ilimitada e direita somente do sócio que contratou pela sociedade (art. 990). 
Patrimônio: os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum. Na verdade, por não ser pessoa jurídica, não existe patrimônio próprio. O seu patrimônio social, na verdade, é formado de bens e direitos titularizados por cada um de seus sócios. O que o código fez, portanto, foi estabelecer uma especialização patrimonial, ou melhor, um patrimônio de afetação (Enunciado 210 CJF). 
SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO
Marcas características: despersonalização e a natureza secreta (ato constitutivo não precisa ser levado a registro na Junta Comercial). Outros aspectos também justificam não considerá-la uma sociedade: a conta de participação não tem necessariamente capital social, liquida-se pela medida judicial de prestação de contas e não por ação de dissolução de sociedade, e não possui nome empresarial. A eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade (993).
Sócios: Sócio ostensivo e sócio participante. A atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes. Mas, se os sócios participantes, em determinada negociação, “aparecerem” perante terceiros, ou seja, se atuarem em certo negócio social firmado pelo sócio ostensivo, responderão solidariamente com este pela negociação. Sendo o sócio ostensivo quem, na verdade, exerce a atividade que constitui o objeto social, sua falência acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva cota, cujo saldo constituirá crédito quirografário (art. 994, § 2º), a se habilitado no processo falimentar. Se quem falir for o sócio participante, o contrato social fica sujeito à normas que regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido (art. 994, § 3º). 
Formalidades: bem informais, podendo provar-se por todos os meios de direito (art. 992).
Patrimônio: O sócio ostensivo responde com seu patrimônio pessoal ou com o patrimônio especial do art. 994? Vera Franco acredita que o sócio ostensivo não obriga seu patrimônio na gestão da conta de participação, salvo se esta vier a se tornar insolvente. André Luiz Ramos: a conta de participação só existe entre os sócios, o contrato social somente produz efeito entre os sócios; os terceiros não são credores da sociedade, mas do sócio ostensivo, com que contrataram.
Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos demais.
Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto para a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual.
O exemplo mais comum de sociedade em conta de participação é o apart hotel.
SOCIEDADES PERSONIFICADAS
4.2.1 SOCIEDADES SIMPLES
Suas regras são aplicadas subsidiariamente às sociedades empresárias. Trata-se de uma sociedade de pessoas �. 
Será constituída por contrato escrito particular ou público que será registrado no órgão competente, que é o cartório de registro de pessoas jurídicas (artigos 997 e 998). Independentemente de ter sido feito o ato constitutivo por instrumento público ou particular, as alterações contratuais ou estatutárias poderão ser efetivadas por instrumento particular (art. 53 � da Lei 8.934/94).
As cláusulas necessárias para constituição da sociedade simples estão previstas no art. 997 do CC/02, além de outras estipuladas pelos contratantes: III - capital da sociedade; IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições; VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; etc. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao disposto no instrumento do contrato.
CAPITAL SOCIAL: Os sócios podem contribuir para a formação do capital social com bens, direitos e serviços (art. 997).
O sócio, cuja contribuição consista em serviços, não pode, salvo disposição em contrário, empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e dela excluído. A contribuição do sócio exclusivamente em prestação de serviços é permitida nas sociedades cooperativas (art. 1.094, I) e nas sociedades simples propriamente ditas (art. 983, 2ª parte). Quando se tratar de sócio que contribui com serviço, não poderá haver penhora das verbas descritas no art. 1026, se de caráter alimentar. 
O sócio que, a título de quota social, transmitir domínio, posse ou uso, responde pela evicção; e pela solvência do devedor, aquele que transferir crédito.
NOME EMPRESARIAL: Sociedade simples pode adotar FIRMA ou DENOMINAÇÃO SOCIAL.
ADMINISTRAÇÃO: Pessoas que não sejam sócias podem ser administradoras, mas somente pode administrar pessoa física. Os administradores são responsáveis pela manifestação da pessoa jurídica. Em regra, as atividades dos administradores regem-se pelas normas atinentes ao mandato (art. 1011, § 2º do CC/02), pelos deveres que lhe são próprios (dever de diligência – art. 1011 do CC/02, lealdade – arts. 1017 e 1013 do CC/02, prestação de contas – art. 1020 do CC/02, pessoalidade – art. 1018 do CC/02) e outros previstos no contrato social. 
O administrador que, sem consentimento escrito dos sócios, aplicar créditos ou bens sociais em proveito próprio ou de terceiros, terá de restituí-los à sociedade, ou pagar o equivalente, com todos os lucros resultantes, e, se houver prejuízo, por ele também responderá. Fica sujeito às sanções o administrador que, tendo em qualquer operação interesse contrário ao da sociedade, tome parte na correspondente deliberação. Também responde por perdas e danos perante a sociedade o administrador que realizar operações, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a maioria. 
Os administradores são obrigados a prestar aos sócios contas justificadas de sua administração, e apresentar-lhes o inventário anualmente, bem como o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
Ao administrador é vedado fazer-se substituir no exercício de suas funções, sendo-lhe facultado, nos limites de seus poderes, constituir mandatários da sociedade, especificados no instrumento os atos e operações que poderão praticar.
Nada dispondo o contrato social, a administração da sociedade compete separadamente a cada um dos sócios (art. 1013, caput do CC/02). Neste caso, cada um dos sócios pode impugnar operação pretendida por outro, cabendo a decisão aos sócios, por maioria de votos (art. 1013, § 1º do CC/02). Pode praticar todos os atos pertinentes à gestão da empresa(ato de administração), mas não está compreendida a oneração ou a venda de bens imóveis que depende do que a maioria dos sócios decidir, salvo quando constituir objeto social da sociedade – ou seja, atos de disposição. 
No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir.
Pode o contrato social ou a lei estabelecer que a administração da sociedade seja feita pelos sócios em conjunto nos termos do art. 1010 ou que certas decisões sejam tomadas em conjunto pelos sócios (Art. 1014 do CC/02)
Nos atos de competência conjunta de vários administradores, torna-se necessário o concurso de todos, salvo nos casos urgentes, em que a omissão ou retardo das providências possa ocasionar dano irreparável ou grave.
O administrador sócio pode constar em cláusula expressa no contrato social e, neste caso, a sua investidura é irrevogável “salvo justa causa, reconhecida judicialmente, a pedido de qualquer dos sócios” (art. 1019 do CC/02). Ou então, pode ser nomeado por instrumento em separado, devendo ser averbado no registro da sociedade sob pena de responder pessoal e solidariamente com a sociedade pelos atos praticados antes da averbação (Art. 1012 do CC/02). Administrador que seja sócio ou não e nomeado em ato separado pode ser destituído, a qualquer tempo, de seus poderes (artigo 1019, parágrafo único).
Além da necessidade de ser capaz, é necessário que o administrador não se enquadre nas situações que constituíram situação de impedimento (ausência de legitimação): condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação. 
TEORIA ULTRA VIRES (art. 1015, CC/02): Por essa teoria, se o administrador celebra contrato assumindo obrigações, em nome da sociedade, em operações evidentemente estranhas ao seu objeto social, presume-se que houve excesso de poderes. A teoria está positivada no Direito brasileiro, com as seguintes ressalvas: (a) o ato ultra vires não produz efeito apenas em relação à sociedade; (b) sem embargo, a sociedade poderá, por meio de seu órgão deliberativo, ratificá-lo; (c) o Código Civil amenizou o rigor da teoria ultra vires, admitindo os poderes implícitos dos administradores para realizar negócios acessórios ou conexos ao objeto social, os quais não constituem operações evidentemente estranhas aos negócios da sociedade; (d) não se aplica o art. 1.015 às sociedades por ações, em virtude da existência de regra especial de responsabilidade dos administradores (art. 158, II, Lei n. 6.404/76) (Enunciado 219). 
*Crítica: na maioria das vezes, em razão do dinamismo inerente às atividades econômicas, é muito difícil analisar, em todas as transações negociais, se os poderes dos administradores lhe permitem firmar aquela especifica relação jurídica.
*De acordo com o art. 1015, o excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses: I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade; II - provando-se que era conhecida do terceiro; III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade (teoria ultra vires). Numa interpretação literal, as hipóteses seriam disjuntivas, bastando à presença de uma delas, contudo a previsão inserida no inciso I do parágrafo único do art. 1015 do CC/02 se afigura problemática, porque não se insere nos usos e costumes dos negócios a realização de prévia pesquisa no registro público acerca das possíveis limitações aos poderes atribuídos aos administradores da sociedade. Neste passo, deve-se interpretá-lo como requisito comum a ser conjugado com os incisos II e III do parágrafo único do art. 1015 do CC/02. Tal entendimento não viola a ordem jurídica, na medida em que o negócio jurídico se encontra objetivado, devendo ser tutelada a confiança e a boa-fé objetiva. Registre-se, contudo, que mais adequado seria se a sociedade ficasse obrigada pelo ato do administrador, responsabilizando-o regressivamente pelo ato praticado.
*Atendendo as críticas contra a teoria ultra vires, o direito brasileiro vem adotando a teoria da aparência, segundo a qual se o ato tiver aparência de validade, mesmo que o administrador tenha exorbitado de seus poderes, o ato é válido, a sociedade responde perante os credores, mas, é-lhe reservado o direito de regresso contra o administrador que exorbitou nos poderes. Segundo o STJ, apesar do subscritor do negócio jurídico não possuir poderes estatutários para tanto, a circunstancia de esse comportar-se no exercício das suas atribuições, e somente assim por que o permitiu a pessoa jurídica, como legítimo representante da sociedade, atrai a responsabilidade da pessoa jurídica (REsp 887.277).
* O STJ também entende que não se pode invocar a restrição do contrato social quando as garantias prestadas pelos sócios, muito embora extravasando os limites de gestão previstos contratualmente, retornaram direta ou indiretamente, em proveito dos demais sócios da sociedade fiadora (REsp 704.546).
	TEORIA DA APARÊNCIA
	TEORIA “ULTRA VIRES”
	Excesso de poder com aparência de legalidade. 
	Excesso de poder.
	Responsabilidade da sociedade que passa a ter ação regressiva contra o administrador (Segurança Jurídica)
	Responsabilidade direta do administrador (parágrafo único do artigo 1015 prevê as hipóteses de cabimento dessa responsabilidade).
Obs.: a aplicação da “ultra vires” não se confunde com a desconsideração da personalidade jurídica, pois, é caso de responsabilidade civil, sendo assim, não se aplica a desconsideração.
Os administradores têm responsabilidade pessoal e solidária perante sociedade e terceiros quando agirem com culpa no desempenho de suas funções (Art. 1016 do CC/02). O administrador poderá ainda ser pessoalmente e ilimitadamente responsável pelos atos praticados com dolo. Por outro lado, se for probo, não tendo agido como dolo ou culpa, não poderá ser prejudicado por eventual ato prejudicial à sociedade. 
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E NAS PERDAS: a cláusula que exclua o(s) sócio(s) de participar dos lucros e das perdas é NULA, sendo denominada de cláusula leonina (artigo 1008). Nulo será a cláusula, não o contrato. Deve imperar o jus fraternitatis, ou seja, assim como todos os sócios devem arcar com os resultados negativos da empresa, também a todos cabe uma parcela na distribuição dos lucros. 
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS: solidária e ilimitada. 
CESSÃO DE COTAS: pode ser total ou parcial, mas deva ser feita com anuência dos demais sócios (a sociedade simples pura é de pessoas, na qual existe uma forte affectio societatis entre os sócios), sob pena de não surtir efeitos perante os terceiros e a sociedade; mesmo com a anuência dos demais sócios, o cedente responde solidariamente com o cessionário pelo prazo de 02 anos. Note-se que o registro também é requisito de validade da cessão.
DIREITOS E DEVERES GERAIS DOS SÓCIOS (variam de acordo com o tipo societário):
Deveres dos sócios:
1) integralizar o capital social subscrito, à vista ou a prazo, conforme estipulado em contrato social ou estatuto social (Art. 1004 do CC/02);
O sócio remisso (não cumpriu seu dever de integralização de capital perante a sociedade e no prazo determinado no prazo previsto no contrato social) será notificado e no prazo de 30 dias deve cumprir sua obrigação contribuindo para o capital social, se não o fizer ele será responsável pelo dano emergente da mora (artigo 1004). Os demais sócios podem exigir do remisso:
Indenização pela mora ou
A sua exclusão da sociedade, com ressarcimento do que ele integralizou ou 
Reduçãoda quota ao montante já realizado (PU do artigo 1004 do CC/02).
O capital social sofrerá redução, salvo se os demais sócios suprirem o valor da quota (§ 1°, artigo 1031).
2) participar dos resultados negativos da empresa, arcando com sua responsabilidade subsidiária limitada ou ilimitada, de acordo com o previsto no contrato;
3) ter lealdade para com a sociedade, buscando o desenvolvimento da empresa. Pode ser efetuada através do auxílio nas decisões sempre no interesse da sociedade (abster-se de atuar quando possuir interesse em conflito – Art. 1010, § 3 º do CC/02).
4) obedecer ao contrato ou estatuto social
Direitos dos sócios:
1) participar dos lucros da sociedade;
2) fiscalizar a administração bem como a escrituração
3) retirar-se da sociedade em determinadas condições estipuladas no contrato
4) exigir a prestação de contas dos administradores (art. 1020 do CC/02) 
5) votar nas deliberações da sociedade segundo a sua participação societária
6) preferência na subscrição de cotas ou ações
QUÓRUM DA TOMADA DE DECISÕES: maioria absoluta.
QUÓRUM PARA ALTERAÇÃO CONTRATUAL 
Matéria indicada no art. 997 (cláusulas contratuais): dependem do consentimento de todos os sócios; 
Demais cláusulas: podem ser decididas por maioria absoluta� de votos, se o contrato não determinar a necessidade de deliberação unânime.
Falta grave no cumprimento de suas funções sociais ou por incapacidade superveniente e exclusão de sócio remisso: maioria absoluta (Enunciado 216, CJF). 
RESOLUÇÃO DA SOCIEDADE EM RELAÇÃO AO SÓCIO – pode ser chamada de dissolução parcial, ou seja, não há extinção da sociedade, mas, apenas saída de sócios. O artigo 1029 elenca os casos de resolução; existem sociedades com prazo determinado e outras com prazo indeterminado:
Indeterminado – o sócio pode sair a qualquer tempo, não pode ficar eternamente vinculado. Mediante notificação com antecedência mínima de 60 dias, aos demais sócios.
Determinado – como existe prazo mínimo especificado, o sócio somente poderá sair antes do prazo, se comprovar judicialmente a justa causa.
O contrato e a lei podem estabelecer outras formas de saída. Nos 30 dias seguintes à saída do sócio, podem os demais optar pela dissolução da sociedade.
O artigo 1031 dispõe que quando um sócio sai da sociedade recebe o valor da cota com base na situação patrimonial, a data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado, salvo se houver estipulação contratual em contrário. O pagamento deverá ser efetuado em dinheiro, no prazo de 90 (noventa) dias subseqüentes à saída; ao acordo e ao contrato está reservado o direito de estipulação de outras regras para o pagamento relacionadas a bens e prazos (§2°, artigo 1031).
Registre-se que a possível repercussão econômica do renome de um dos sócios não integra o cálculo na apuração de haveres em dissolução parcial de sociedade simples composta por profissionais liberais. Isso porque o renome é atributo personalíssimo, intransferível, fora do comércio, e não é passível de indenização a título de fundo de comércio. O sócio renomado, ao sair da sociedade, leva consigo todos os benefícios que tal circunstância traz (informativo 498 do STJ).
DISSOLUÇÃO – pode ocorrer judicial (quando os sócios não concordam com a dissolução ou quando ocorrer uma das hipóteses do artigo 1034) ou extrajudicialmente (artigo 1033).
Judicialmente – a sociedade pode ser dissolvida judicialmente a requerimento de qualquer dos sócios quando:
Anulada a sua constituição;
Exaurido o fim social ou verificada a sua inexequibilidade. 
Extrajudicial ou judicialmente (artigo 1033) 
Vencido o prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;
Concurso unânime dos sócios;
Deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;
A falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de 180 dias;
A extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.
SOCIEDADE EM NOME COLETIVO
É sociedade com responsabilidade solidária, ilimitada e subsidiária (primeiro a sociedade e depois os sócios).
Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais.
Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unanimidade em convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade (parágrafo único do artigo 1039).
O nome empresarial é a razão ou firma social (artigo 1041).
A administração da sociedade compete exclusivamente aos sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes (artigo 1042), qualquer sócio pode ser gerente ou administrador. A fonte subsidiária é a sociedade simples, mesmo se ela for empresária.
Quorum de deliberação é o mesmo da sociedade simples. A sociedade se dissolve pelas causas previstas no art. 1033 do CC/02 (= a sociedade simples) e, se for empresária, também pela declaração de falência (art. 1044 do CC/02). 
O credor particular de sócio não pode, antes de dissolver-se a sociedade, pretender a liquidação da quota do devedor; poderá fazê-lo quando (art. 1043 do CC/02):
A sociedade tiver sido prorrogada tacitamente.
Tenha ocorrido prorrogação contratual, foi acolhida judicialmente oposição do credor, levantada no prazo de 90 dias, contado da publicação do ato dilatório.
SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES
Foi o primeiro tipo societário que trouxe responsabilidade mista para os sócios. Existem 02 tipos de sócios (artigo 1045):
COMANDITADO – somente pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Somente esse tipo pode ser administrador e integrar a firma ou razão social da sociedade. 
COMANDITÁRIO – obrigados somente pelo valor de sua quota. Pode ser pessoa física ou jurídica. Não pode praticar atos de gestão (art. 1047, PU do CC/02) e nem dar nome à sociedade, sob pena de a sua responsabilidade tornar-se ilimitada (Art. 1157, PU do CC/02). Pode fiscalizar a sociedade, participar nas deliberações e ser constituído procurador da sociedade para negócio determinado e com poderes especiais. Morrendo sócio comanditário, a sociedade continuará com os seus sucessores, que designarão quem os representará, salvo disposição em contrário no contrato social (Art. 1050 do CC/02)
Obs.:
Sempre a responsabilidade dos sócios será subsidiária em relação à responsabilidade da sociedade.
Todos os sócios devem figuram no contrato social de forma discriminada (o Art. 1045, PU do CC/02 manda identificar o comanditário e o comanditado), mas somente o(s) sócio(s) comanditado(s) pode(m) integrar a firma ou razão social.
Pode optar por firma ou denominação. 
Além das causas enumeradas no Art. 1033 do CC/02 e da falência, “dissolve-se de pleno direito a sociedade: (...) II – quando por mais de cento e oitenta dias perdurar a falta de uma das categorias de sócios”. Art. 1051, PU do CC/02: “Na falta de sócio comanditado, os comanditários nomearão administrador provisório para praticar, durante o período referido no inciso II [180 dias] e sem assumir a condição de sócio, os atos de administração”
Aplicam-se subsidiariamente as normas da sociedade em nome coletivo, se esta for omissa, as normas referentes à sociedade simples. (Art. 1046 c/c o Art. 1040 do CC/02)
SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES
Está prevista no CC/02 (artigo 1090 a 1092 do CC/02) e na Lei de Sociedade por ações (LSA, Arts. 280 a 284), sendo que os dispositivos legais são compatíveis entre si. É uma sociedade de capital e regida por estatuto (institucional) de responsabilidade mista. O seu capital está dividido em ações, regendo-se subsidiariamente pelas normas relativas à sociedade anônima (Art. 1090 do CC/02 e Art. 280 da LSA). Pode adotar como nome empresarial tanto a firma composta somente pelo nome dos diretores quantodenominação indicativa do objeto social acompanhada da expressão “Comandita por ações”, por extenso ou abreviadamente “C/A”. 
Possuem dois tipos de SÓCIOS de acordo com a sua RESPONSABILIDADE:
Acionista – responsabilidade limitada ao preço da emissão das ações subscritas. Não pode ser administrador 
Diretor – responsável pela administração da sociedade, respondendo de forma ilimitada e subsidiariamente. Se houver mais de um, serão solidariamente responsáveis pelas obrigações sociais (Art. 1091, §1° do CC/02). Terceiro não pode ser administrador.
Os diretores devem ser nomeados no estatuto social, sem limitação de tempo, e só podem ser destituídos de seus cargos por voto de, no mínimo, 2/3 do capital social. Destituído ou exonerado, o diretor continua, por 2 anos, responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração. (Art. 1091, §§ 3° e 4°do CC/02). 
Ao contrário da sociedade anônima, “A assembléia geral não pode, sem o consentimento dos diretores, mudar o objeto essencial da sociedade, prorrogar-lhe o prazo de duração, aumentar ou diminuir o capital social, criar debêntures, ou partes beneficiárias.”(Art. 1092 do CC/02). Isto é, não pode agravar a situação do diretor.
SOCIEDADE COOPERATIVA
É a pessoa jurídica criada por pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum e sem objetivo de lucro (art. 3º da Lei n. 5.764/71). Admite-se a contribuição do sócio exclusivamente em prestação de serviços (Enunciado 206 do CJF).
São sociedades simples [por força de lei] sujeitas à inscrição nas juntas comerciais. (Lei 8.934/94, Art. 32).
Nada obstante a sua natureza de sociedade simples, pode ser sócia de qualquer tipo societário e desenvolver atividade empresarial (Enunciado 207).
Não se submetem, entretanto, ao regime de falência, mas ao de dissolução voluntária ou judicial e ao de insolvência civil (REQUIÃO, Rubens. Curso, vol. 1, 27ª ed.) 
Cuida-se de uma sociedade de pessoas nos termos do Art. 1.094º, IV do CC/02. 
As cooperativas adotam denominação seguida da palavra “cooperativa” (Art. 1159 do CC/02).
A sociedade cooperativa está prevista no Arts. 1093 a 1096 do CC/02, sem prejuízo da regulamentação em legislação especial (Atualmente, Lei 5.764/71). No que for omissa (tanto no Capítulo Específico como na Lei 5.764/71 �) e desde que compatível com sua natureza, aplica-se a legislação da sociedade simples (Art. 1.094).
 São características da sociedade cooperativa (CC/02, Art. 1.094):
I - variabilidade, ou dispensa do capital social;
II - concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da sociedade, sem limitação de número máximo;
III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio poderá tomar;
IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por herança;
V - quorum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no número de sócios presentes à reunião, e não no capital social representado;
VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação;
VII - distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital realizado;
VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de dissolução da sociedade.
Uma característica interessante é, independentemente de sua participação ou não no capital da cooperativa, cada sócio tem direito a um só voto nas deliberações sociais (Art. 1094, VI do CC/02). Esta regra é específica deste tipo de sociedade, pois na sociedade simples a votação é tomada com base na participação no capital social. 
A responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada (art. 1095). 
O Código Civil permite cooperativa sem capital (REQUIÃO, Rubens. Curso, vol. 1, 27ª ed.) 
OBS: Serviço de segurança não pode ser prestado através de cooperativa, pois a Lei 7.102/83, que estabelece normas para a constituição e funcionamento de empresas que exploram serviços de vigilância exige a relação de emprego para a prestação de serviço de vigilância (RESP 506.117/RS).
Do ato cooperativo: nos termos do art. 79 da Lei n. 5.764/71, os negócios entabulados pela cooperativa assumem duas naturezas distintas:
atos cooperativos, praticados entre a cooperativa e seus associados, entre eles e aquelas e pelas cooperativas entre si, quando associadas;
atos não-cooperativos, praticados pela cooperativa com terceiros.
No caso, o ato cooperativo não constitui operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria.
Outro traço importando dessa espécie de sociedade é de que não há relação de emprego entre o cooperado e a cooperativa, bem como entre o cooperado e o contratante dos serviços da cooperativa, mesmo no caso da cooperativa de prestação de serviços.
4.2.6. SOCIEDADES COLIGADAS 
Quando uma sociedade possui participação societária em uma outra, dá-se o nome de sociedades coligadas (gênero) que podem abranger relação de controladas, filiadas ou coligadas e simples participação. As sociedades podem manter ligações entre si sem que uma delas seja matriz e a outra filial.
CAPÍTULO VIII – Das Sociedades CoLigadas
CC/02, Art. 1.097. Consideram-se coligadas as sociedades que, em suas relações de capital, são controladas, filiadas, ou de simples participação, na forma dos artigos seguintes. 
Art. 1.098. É controlada:
I - a sociedade de cujo capital outra sociedade possua a maioria dos votos nas deliberações dos quotistas ou da assembléia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores;
II - a sociedade cujo controle, referido no inciso antecedente, esteja em poder de outra, mediante ações ou quotas possuídas por sociedades ou sociedades por esta já controladas.
Art. 1.099. Diz-se coligada ou filiada a sociedade de cujo capital outra sociedade participa com dez por cento ou mais, do capital da outra, sem controlá-la. 
Art. 1.100. É de simples participação a sociedade de cujo capital outra sociedade possua menos de dez por cento do capital com direito de voto. 
Art. 1.101. Salvo disposição especial de lei, a sociedade não pode participar de outra, que seja sua sócia, por montante superior, segundo o balanço, ao das próprias reservas, excluída a reserva legal.
Parágrafo único. Aprovado o balanço em que se verifique ter sido excedido esse limite, a sociedade não poderá exercer o direito de voto correspondente às ações ou quotas em excesso, as quais devem ser alienadas nos cento e oitenta dias seguintes àquela aprovação.
Estas regras não se aplicam a sociedade anônimas e comandita por ações (ambas sociedades institucionais) que são regidas por normas especiais previstas na Lei 6404/76. 
Os conceitos de sociedade controlada e coligada são idênticos àqueles previstos na LSA.
 No CDC, art. 28 e §§:
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
        § 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
        § 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
	CONSÓRCIO
A figura do consórcio está prevista na Lei 6.404/1976, que regula as SOCIEDADES POR AÇÕES. 
As companhias e quaisquer outras sociedades, sob o mesmo controle ou não, podem constituir consórcio para executar determinados empreendimentos (artigo 278). Dessa união de esforços empresariais não resulta nova pessoa jurídica. as consorciadas respondem pelas obrigações especificadas no instrumento de consórcio, já que este não tem personalidade jurídica própria. Não há, por outro lado, solidariedade presumida entre elas, exceto nas obrigações relacionadas com os direitos do consumidor (CDC, art. 28, § 3o.) e nas licitações (Lei8.666/93, art. 33, V).
Art. 279. O consórcio será constituído mediante contrato aprovado pelo órgão da sociedade competente para autorizar a alienação de bens do ativo permanente, do qual constarão:
I - a designação do consórcio se houver;
II - o empreendimento que constitua o objeto do consórcio;
III - a duração, endereço e foro;
IV - a definição das obrigações e responsabilidade de cada sociedade consorciada, e das prestações específicas;
V - normas sobre recebimento de receitas e partilha de resultados;
VI - normas sobre administração do consórcio, contabilização, representação das sociedades consorciadas e taxa de administração, se houver;
VII - forma de deliberação sobre assuntos de interesse comum, com o número de votos que cabe a cada consorciado;
VIII - contribuição de cada consorciado para as despesas comuns, se houver.
Parágrafo único. O CONTRATO DE CONSÓRCIO e suas alterações serão ARQUIVADOS no Registro do Comércio do lugar da sua sede, devendo a certidão do arquivamento ser publicada.
Já a Lei 8666/93 (regula as licitações) afirma que:
Artigo 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
I – comprovação do compromisso público ou particular de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados.
§ 2o. O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso do inciso I deste artigo.
4.2.7 EIRELI
Atendendo aos reclamos antigos da doutrina comercialista e do meio empresarial, o legislador brasileiro finalmente criou a figura da “empresa individual de responsabilidade limitada”, por meio da Lei 12.441/2011. 
Como nova espécie de pessoa jurídica incluísa no rol do art. 44 do CC, a EIRELI tem personalidade distinta da pessoa que concentra a totalidade de seu capital. Personalidade essa que faz plenamente compreensível a opção do legislador em limitar a responsabilidade pelo pagamento de dívidas contraídas em nome dessa empresa ao capital integralizado, cujo valor mínimo foi fixado em 100 (cem) salários mínimos.
A fixação desse piso pecuniário motivou questionamento deduzido perante o Supremo Tribunal Federal, sob a forma de ação direta de inconstitucionalidade (ADI n. 4.637, com pedido de liminar ainda não apreciado), ajuizada por partido político que apontou ofensa ao princípio da livre iniciativa econômica – fruto de discrímen desarrazoado em detrimento dos pequenos empresários – e ao dispositivo da Lei Fundamental que veda a vinculação do salário mínimo “para qualquer fim” (CF/1988, art. 7º, IV). A questão ainda não foi decidida.
Segundo Andre Luiz Ramos, a lei foi mal redigida, pois o legislador deveria ter optado por duas figuras jurídicas: (i) o empresário individual de responsabilidade limitada; ou (ii) a sociedade limitada unipessoal. O legislador, contudo, utilizou nomenclatura atécnica, confundindo a empresa (atividade econômica organizada) com o empresário (pessoa que exerce atividade econômica organizada). Outro equívoco que o legislador cometeu, segundo o autor, foi criar um novo tipo de pessoa jurídica. Se o intuito dele era criar um empresário individual de responsabilidade limitada, não precisava tê-lo colocado no rol de pessoas jurídicas de direito privado do art. 44 do CC, pois o empresário individual pode perfeitamente ser uma pessoa física, e a limitação de sua responsabilidade seria feita através da constituição de um patrimônio especial, formados pelos bens e dívidas afetados ao serviço de sua atividade econômica. Em contrapartida, se o intuito era criar uma pessoa jurídica constituída apenas por apenas uma pessoa, também era desnecessário acrescentar uma nova espécie de pessoa jurídica no rol do art. 44 do CC. Nesse caso, era só permitir que a sociedade limitada pudesse ser constituída por apenas um sócio.
Ainda assim, a instituição da “EIRELI” trouxe perspectiva alvissareira para o mundo dos negócios: a de não mais ser preciso recorrer ao artifício de atribuir a um sócio quota(s) de valor ínfimo, simbólico por assim dizer, tão apenas para evitar que o empreendedor de fato, o que alocou a totalidade ou a esmagadora maioria dos investimentos, venha a ser responsabilizado em grau ilimitado pelo adimplemento do passivo de sua empresa. Isso não significa, por óbvio, caminho livre e irrestrito para a perpetração de abuso da personalidade jurídica, haja vista ser aplicável para coibir distorções dessa natureza a medida incidental de desconsideração da pessoa jurídica.
 Por fim, eis uma polêmica suscitada tão logo veio a lume a lei instituidora da “EIRELI”: prestigiosa corrente doutrinária, retratada no Enunciado n. 468 da V Jornada de Direito Civil, e que conta atualmente com o apoio do Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), preconiza somente poder figurar, como titular da totalidade do capital de uma “EIRELI”, pessoa natural.
Em contraponto a essa linha de interpretação, alega-se que a lei empregou somente o vocábulo “pessoa” na redação do caput do art. 980-A do Código Civil (incluído pela Lei n. 12.441/2010), nada especificando quanto à categoria (se natural ou se jurídica). Razão por que não seria dado ao intérprete estabelecer distinção onde a lei não distingue. Ainda conforme essa ótica, a referência à expressão “pessoa natural”, feita pelo § 2º do art. 980-A do Código Civil, cingiu-se a assentar que um indivíduo não pode ser titular de mais de uma “EIRELI”.
A seguir, transcreve-se alguns dispositivos sobre o novo ente jurídico do direito brasileiro:
	DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. 
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. 
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. 
§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. 
§ 4º ( VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. 
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. 
5. OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS = transformação, incorporação, fusão e cisão das sociedades. 
Operações societárias são mutações no tipo ou na estrutura da sociedade empresária. Compreendem a transformação, incorporação, fusão e cisão. 
Se essas operações envolverem uma sociedade institucional (anônima ou comandita por ações) seguem a disciplina prevista na LSA (arts. 220 a 234). Do contrário, aplicam-se as regras previstas no Código Civil. Embora prevista no Título do Capítulo X do CC/02 (“Da Transformação, da incorporação, da fusão e da cisão das sociedades), a cisão não foi regulada expressamente, aplicando-se a disciplina prevista na Lei 6.404/76. 
 TRANSFORMAÇÃO – ocorre quando há mudança de tipo societário, ou seja, de uma S/A para LTDA ou vice-versa. Também há transformação caso haja alteração de aberta para fechada ou vice-versa. Não ocorre a dissolução ou liquidação da sociedade (extinção) , já que permanece a mesma pessoa jurídica, porém, submetida ao regime do novo tipo adotado. Não há qualquer prejuízo aodireito dos sócios. Em regra, depende do consentimento de todos os sócios, salvo se for previsto no ato constitutivo, caso em que o sócio dissidente terá o direito de retirada ou recesso da sociedade. A falência da sociedade transformada somente produzirá efeitos em relação aos sócios que, no tipo anterior, a eles estariam sujeitos, se o pedirem os titulares de créditos anteriores à transformação, e somente a estes beneficiará.
INCORPORAÇÃO – uma ou mais sociedades desaparecem para integrar uma sociedade que já existente, vale dizer, uma sociedade (incorporada) é absorvida pela outra (incorporadora). Se houver concentração de mercado, haverá apreciação do CADE (art. 36, §2º 12.529/11�).
CC/02, Art. 1.117. A deliberação dos sócios da sociedade incorporada deverá aprovar as bases da operação e o projeto de reforma do ato constitutivo.
§ 1o A sociedade que houver de ser incorporada tomará conhecimento desse ato, e, se o aprovar, autorizará os administradores a praticar o necessário à incorporação, inclusive a subscrição em bens pelo valor da diferença que se verificar entre o ativo e o passivo.
§ 2o A deliberação dos sócios da sociedade incorporadora compreenderá a nomeação dos peritos para a avaliação do patrimônio líquido da sociedade, que tenha de ser incorporada.
CC/02, Art. 1.118. Aprovados os atos da incorporação, a incorporadora declarará extinta a incorporada, e promoverá a respectiva averbação no registro próprio.
Enunciado 232 do CJF – Arts. 1.116, 1.117 e 1.120: Nas fusões e incorporações entre sociedades reguladas pelo Código Civil, é facultativa a elaboração de protocolo firmado pelos sócios ou administradores das sociedades; havendo sociedade anônima ou comandita por ações envolvida na operação, a obrigatoriedade do protocolo e da justificação somente a ela se aplica. 
FUSÃO – ocorre quando duas ou mais sociedades se fundem para formar uma NOVA sociedade, que a ela sucederá em direitos e obrigações. Se gerar concentração de mercado, haverá apreciação de CADE (Vide Enunciado 232 do CJF)
CC/02, Art. 1.120. A fusão será decidida, na forma estabelecida para os respectivos tipos, pelas sociedades que pretendam unir-se.
§ 1o Em reunião ou assembléia dos sócios de cada sociedade, deliberada a fusão e aprovado o projeto do ato constitutivo da nova sociedade, bem como o plano de distribuição do capital social, serão nomeados os peritos para a avaliação do patrimônio da sociedade.
§ 2o Apresentados os laudos, os administradores convocarão reunião ou assembléia dos sócios para tomar conhecimento deles, decidindo sobre a constituição definitiva da nova sociedade.
§ 3o É vedado aos sócios votar o laudo de avaliação do patrimônio da sociedade de que façam parte.
CC/02, Art. 1.121. Constituída a nova sociedade, aos administradores incumbe fazer inscrever, no registro próprio da sede, os atos relativos à fusão.
CISÃO – operação pela qual a sociedade transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, podendo ocorrer ou não a sua extinção. Se for total, a sociedade desaparece formando duas ou mais sociedades. Se for parcial, a sociedade continua existindo, mas, parte dela ou se incorpora à outra sociedade que já existe ou forma uma nova sociedade.
Lei 6.494/76, Art. 233. Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da companhia extinta. A companhia cindida que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da primeira anteriores à cisão.
Parágrafo único. O ato de cisão parcial poderá estipular que as sociedades que absorverem parcelas do patrimônio da companhia cindida serão responsáveis apenas pelas obrigações que lhes forem transferidas, sem solidariedade entre si ou com a companhia cindida, mas, nesse caso, qualquer credor anterior poderá se opor à estipulação, em relação ao seu crédito, desde que notifique a sociedade no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data da publicação dos atos da cisão.
Como estas três últimas operações societárias podem prejudicar os direitos dos credores, o art. 1122 do CC/02 assegura aos credores o direito de pedir a anulação destes atos no prazo de até 90 dias. Trata-se de um prazo decadencial. Caso a sociedade deposite o seu valor (consignação em pagamento) ou garanta a sua execução, fica obstada a pretensão anulatória, prosseguindo a ação de cobrança, pois a sociedade pode reputar a dívida indevida. 
Sendo ilíquida a dívida, a sociedade poderá garantir-lhe a execução, suspendendo-se o processo de anulação.
Ocorrendo, no prazo deste artigo, a falência da sociedade incorporadora, da sociedade nova ou da cindida, qualquer credor anterior terá direito a pedir a separação dos patrimônios, para o fim de serem os créditos pagos pelos bens das respectivas massas.
Observação: nas sociedades regidas pela Lei n. 6404/76, o prazo para a anulação dessas operações societárias é de 60 dias.
6. LIQUIDAÇÃO 
Ocorrida a dissolução por qualquer motivo (Arts. 1033 e 1034 do CC/02), opera-se-á a liquidação da sociedade. A pessoa jurídica não se extingue imediatamente, permanecendo a sua personalidade até que ocorra a sua conclusão. As normas previstas no art. 1.102 a 1.112 aplicam-se as sociedades simples e empresárias e as demais pessoas jurídicas de direito privado. 
CC/02, Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica
Esquematicamente, podemos dividi-la em:
- Liquidação – Os sócios deverão providenciar, imediatamente, a investidura do liquidante que pode ser terceiro estranho à sociedade e restringir a gestão da sociedade aos negócios inadiáveis, vedadas novas operações, pelas quais responderão solidária e ilimitadamente. Se não estiver designado no contrato social, o liquidante será eleito por deliberação dos sócios, podendo a escolha recair em pessoa estranha à sociedade.
Se for terceiro, o liquidante deverá providenciar a averbação� de sua nomeação e, em qualquer caso, situação da sociedade a margem de seu registro. O liquidante representa a sociedade e não mais o administrador. A sua responsabilidade será a mesma do administrador (Arts. 1104 e 1105 do CC/02)
Em todos os atos, documentos ou publicações, o liquidante empregará a firma ou denominação social sempre seguida da cláusula “em liquidação” e de sua assinatura individual, com a declaração de sua qualidade. (Art. 1103, Parágrafo único do CC/02).
Durante a liquidação, que poderá ser judicial ou extrajudicial, a personalidade jurídica da sociedade fica restrita a prática dos atos necessários à sua dissolução, tais como realização do ativo e pagamento do passivo, bem como ao cumprimento das obrigações sociais restantes. Nesta fase, o liquidante praticará a realização do ativo (venda de todos os bens materiais e imateriais pertencentes a sociedade) e pagamento do passivo (credores da sociedade) com os valores obtidos. 
Respeitados os direitos dos credores preferenciais, como trabalhistas e fiscais, o liquidante pagará, proporcionalmente e sem distinção, as dívidas vencidas e vincendas, estas últimas sem descontos. 
CC/02, Art. 1102 (omissis), Parágrafo único. O liquidante, que não seja administrador da sociedade, investir-se-á nas funções, averbada a sua nomeação no registro próprio.
CC/02, Art. 1.103. Constituem deveres do liquidante: (...) IV - ultimar os negócios da sociedade, realizar o ativo, pagar o passivo e partilhar o remanescente entre os sócios ou acionistas;
CC/02, Art. 1.105. Competeao liquidante representar a sociedade e praticar todos os atos necessários à sua liquidação, inclusive alienar bens móveis ou imóveis, transigir, receber e dar quitação.
Parágrafo único. Sem estar expressamente autorizado pelo contrato social, ou pelo voto da maioria dos sócios, não pode o liquidante gravar de ônus reais os móveis e imóveis, contrair empréstimos, salvo quando indispensáveis ao pagamento de obrigações inadiáveis, nem prosseguir, embora para facilitar a liquidação, na atividade social.
CC/02, Art. 1.106. Respeitados os direitos dos credores preferenciais, pagará o liquidante as dívidas sociais proporcionalmente, sem distinção entre vencidas e vincendas, mas, em relação a estas, com desconto.
- Partilha – Pago todo o passivo, o restante será partilhado entre os sócios, na proporção das cotas de cada um, salvo estipulação em contrário.
- Prestação de contas – Partilhado o remanescente, o liquidante convocará assembléia de sócios para a prestação de suas contas.
- Cancelamento – aqui definitivamente ocorre a extinção da pessoa jurídica mediante averbação no registro da sociedade.
CC/02, Art. 1.110. Encerrada a liquidação, o credor não satisfeito só terá direito a exigir dos sócios, individualmente, o pagamento do seu crédito, até o limite da soma por eles recebida em partilha, e a propor contra o liquidante ação de perdas e danos.
Em relação a liquidação judicial, vale citar os seguintes artigos:
CC/02, Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios, quando:
I - anulada a sua constituição;
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade.
CC/02, Art. 1.037. Ocorrendo a hipótese prevista no inciso V do art. 1.033 [extinção da autorização para funcionar], o Ministério Público, tão logo lhe comunique a autoridade competente, promoverá a liquidação judicial da sociedade, se os administradores não o tiverem feito nos trinta dias seguintes à perda da autorização, ou se o sócio não houver exercido a faculdade assegurada no parágrafo único do artigo antecedente.
Parágrafo único. Caso o Ministério Público não promova a liquidação judicial da sociedade nos quinze dias subseqüentes ao recebimento da comunicação, a autoridade competente para conceder a autorização nomeará interventor com poderes para requerer a medida e administrar a sociedade até que seja nomeado o liquidante.
CC/02, Art. 1.111. No caso de liquidação judicial, será observado o disposto na lei processual.
CC/02, Art. 1.112. No curso de liquidação judicial, o juiz convocará, se necessário, reunião ou assembléia para deliberar sobre os interesses da liquidação, e as presidirá, resolvendo sumariamente as questões suscitadas. [faculdade do magistrado]
Parágrafo único. As atas das assembléias serão, em cópia autêntica, apensadas ao processo judicial.
7. Sociedade dependente de autorização
CAPÍTULO XI – Da Sociedade Dependente de Autorização
Seção I – Disposições Gerais
Art. 1.123. A sociedade que dependa de autorização do Poder Executivo para funcionar reger-se-á por este título, sem prejuízo do disposto em lei especial.
Parágrafo único. A competência para a autorização será sempre do Poder Executivo federal.
Além da sociedade estrangeira (Art. 1.134 do CC/02), necessita de autorização: Operadora de Plano de Assistência à Saúde (autorizada pela ANS – Art. 8º da Lei 9.656/98 com alterações da MP n.º 2.177-44, de 2001)), Instituição financeira (autorizada pelo Banco Central - Art. 10, X da Lei 4595/64), Sociedades seguradoras (autorizada pela SUSEP – Art. 36, al. “a” do DL 73/66) 
Art. 1.124. Na falta de prazo estipulado em lei ou em ato do poder público, será considerada caduca a autorização se a sociedade não entrar em funcionamento nos doze meses seguintes à respectiva publicação.
Art. 1.125. Ao Poder Executivo é facultado, a qualquer tempo, cassar a autorização concedida a sociedade nacional ou estrangeira que infringir disposição de ordem pública ou praticar atos contrários aos fins declarados no seu estatuto.
Seção III – Da Sociedade Estrangeira
Art. 1.134. A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem autorização do Poder Executivo, funcionar no País, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira.
Art. 1.137. A sociedade estrangeira autorizada a funcionar ficará sujeita às leis e aos tribunais brasileiros, quanto aos atos ou operações praticados no Brasil.
Parágrafo único. A sociedade estrangeira funcionará no território nacional com o nome que tiver em seu país de origem, podendo acrescentar as palavras "do Brasil" ou "para o Brasil".
Art. 1.138. A sociedade estrangeira autorizada a funcionar é obrigada a ter, permanentemente, representante no Brasil, com poderes para resolver quaisquer questões e receber citação judicial pela sociedade.
Parágrafo único. O representante somente pode agir perante terceiros depois de arquivado e averbado o instrumento de sua nomeação.
Art. 1.139. Qualquer modificação no contrato ou no estatuto dependerá da aprovação do Poder Executivo, para produzir efeitos no território nacional. 
� DINIZ. Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 206.
� Ao incapaz é permitida a continuação de um negócio empresarial já existente, em caso de incapacidade superveniente ou incapacidade do sucessor na sucessão por morte (Art. 974). Trata-se, pois, de casos em que o incapaz será autorizado a explorar atividade empresarial individualmente, ou seja, na qualidade de empresário individual. É necessária prévia autorização judicial a ser obtido através de procedimento de jurisdição voluntária ouvido o Ministério Público, sendo nomeado gerente, se o representante ou assistente não puder exercer a atividade de empresário. Ao contrário das demais empresas ou firmas individuais [Não existe autonomia patrimonial com a conseqüente limitação da responsabilidade], há uma limitação da responsabilidade quanto ao patrimônio do menor, ficando limitado os resultados da empresa aos bens afetados na sua exploração (art. 974, § 2º do CC/02). Ressalte-se que a possibilidade de o incapaz ser sócio de uma sociedade empresária é situação totalmente distinta e que há muito tempo é admitida no Brasil desde que o capital social esteja integralizado, que o incapaz não exerça poderes de administração e esteja representado ou assistido (art. 974 do CC incluído pela Lei nº 12.399/11 e Enunciado 221 do CJF). 
�	 CC/02, Art. 1.002. O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções, sem o consentimento dos demais sócios, expresso em modificação do contrato social.
	Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade.
	Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio.
�	 Lei 8.934/94, Art. 53. As alterações contratuais ou estatutárias poderão ser efetivadas por escritura pública ou particular, independentemente da forma adotada no ato constitutivo.
� Maioria absoluta significa a maioria absoluta do capital (§1°, art. 1010 do CC/02).
�	 A lei especial que versa sobre cooperativas é enorme (dispõe de mais de 100 artigos), razão pela qual o atualizador do resumo preferiu pinçar os seus aspectos gerais contidos no Código Civil. 
�	 Presume-se posição dominante sempre que uma empresa ou grupo de empresas for capaz de alterar unilateral ou coordenadamente as condições de mercado ou quando controlar 20% (vinte por cento) ou mais do mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo Cade para setores específicos da economia.
�	 A averbação é uma espécie de arquivamento e corresponde à anotaçãode nova situação contratual feita à margem do registro originário.

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