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Tidir (bens e serviços de luxo)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA
CIÊNCIAS ECONOMICAS
CAROLINA JACOME
DIEGO NUNES
FERNANDA SOUZA
GABRIEL CAETANO
JOAO PAULO TEIXEIRA
LORRANA SILVA
VINICIUS MATOS
BENS E SERVIÇOS DE LUXO
BELO HORIZONTE 
2014
CAROLINA JACOME
DIEGO NUNES
FERNANDA SOUZA 
GABRIEL CAETANO
JOÃO PAULO TEIXEIRA
LORRANA SILVA
VINICIUS MATOS
BENS E SERVIÇOS DE LUXO
Artigo apresentado como requisito de avaliação do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário UNA para aprovação no trabalho Interdisciplinar.
Professor orientador: Luciano Ferreira
BELO HORIZONTE 
2014
RESUMO
Este estudo fará uma análise do crescimento do mercado de bens e serviços de luxo no Brasil, dando ênfase ao impacto do crescimento da nova classe neste setor. A relevância deste setor é demonstrada pelo seu crescimento, pois apesar da crise mundial, o setor de luxo no Brasil superou a média do varejo tendo crescimento de 11,5% no ano de 2009, onde se esperava que o segmento crescesse 8% (GIRÃO, 2010).
Abordaremos diversos pontos como os investimentos públicos e privados que impulsionaram um grande número de pessoas à classe média; a descentralização do consumo de luxo, uma vez que diversas regiões do país ganharam força no consumo desses produtos e também o perfil do consumidor brasileiro, que busca produtos e serviços diferenciados pelos quais estão dispostos, mais do que nunca, a pagar por eles.
ABSTRACT
This study will analyze the growth of the market for goods and luxury services in Brazil , with emphasis on the impact of growth in this sector of the new class . The relevance of this sector is demonstrated by its growth , because despite the global crisis , the luxury sector in Brazil surpassed the average retail with 11.5% growth in 2009 , where it was hoped that the segment grew 8 % ( GIRÃO 2010 ) .
Discuss several points such as public and private investments that spurred a large number of people into the middle class ; decentralization of luxury consumption , since several regions of the country gained strength in the consumption of these products ; and also the profile of Brazilian consumers seeking differentiated products and services for which they are willing , more than ever , to pay for them .
	
INTRODUÇÃO
 O surgimento do universo do luxo decorre da necessidade de uma classe social distinta. O Luxo é a medida da riqueza de uma classe social e, até mesmo, de uma nação. Do ponto de vista do consumidor o artigo de luxo faz despertar sentimentos de desejo e admiração tanto por ele quanto pelas demais pessoas do seu meio social, pelo fato de usar uma peça que é referência de luxo. O mesmo ocorre em um serviço de luxo, onde a personalização e exclusividade são objetos de desejo.(DINIZ,2012)
 Logo, verifica se que o valor de um artigo de luxo não esta na sua utilidade (até porque ele é supérfluo), mas, sim, no sentimento despertado pelo consumidor, bem como na sua beleza e fantasia (DINIZ, 2012).
O consumidor do luxo não costuma ser explícito sobre os motivos que resultam em despesas não compreendidas e aceitas por muitas pessoas. Compreender as atitudes que afetam seu comportamento de compra e levam a preferir determinada marca é um desafio que exige pesquisa qualitativa contínua e complexa.
Mas algumas generalizações são possíveis. Um estudo de 2003 do MCF Consultoria mostra que a valorização pessoal do dia-a-dia e a necessidade de quebra de rotina são os principais fatores que levam à compra de artigos de luxo. As pessoas gastam cada vez mais para satisfazer sua autoestima, com produtos de beleza, esporte, lazer e cultura. A satisfação da autoestima é ainda mais forte no setor da moda.
De acordo com Allérès (2000, p.124) o mercado do luxo pode ser dividido em três níveis. 
O primeiro nível é das pessoas que pertencem à classe mais alta de consumo, muitas são de famílias tradicionais, aristocráticas, que buscam no luxo a superioridade em relação às outras classes sociais. 
Em segundo nível, são as pessoas de alto poder aquisitivos e bastante consumistas, que são os chamados “novos ricos”, que buscam no luxo o mesmo status e sofisticação daqueles pertencentes à primeira camada. 
E por ultimo são as pessoas da classe média que seguem as tendências ditadas pelas grifes de luxo e buscam copiar as classes de maior poder aquisitivo e os formadores de opinião, como celebridades e pessoas socialmente conhecidas.
O mercado de luxo é dinâmico e atende a todos os níveis, de acordo com suas respectivas tendências, com esta característica o mercado de luxo está mudando rapidamente. O setor, que em 1985  faturava US$ 20 bilhões (OKONKWO, 2009), passou a faturar US$ 250 bilhões no ano de 2008 (MEYER, 2008), obtendo um crescimento ininterrupto por mais de duas décadas. De acordo com Okonkwo (2009), tal crescimento é decorrente da globalização, do surgimento de novos segmentos de mercado, do aumento de viagens internacionais, da comunicação digital, do aumento de oportunidades para geração de riqueza e da convergência da cultura. 
 Atualmente o setor encontra-se em franca expansão (PASSARELLI, 2010),  principalmente nos países em desenvolvimento como o Brasil (MEYER, 2008). Nesse sentido, compreender quais são os fatores competitivos que impulsionam a tomada de decisão estratégica  passa a ser uma informação valiosa para as empresas atuantes neste mercado cada vez mais dinâmico, assim, neste trabalho, realizaremos uma análise sobre os impactos da nova classe media no mercado de luxo, analisar sua representação no PIB e a visão atual do mercado de luxo no Brasil.
Em virtude deste cenário, é imprescindível que as organizações estejam sempre atentas  aos acontecimentos do mercado para que possam nele competir. Dessa forma, é importante que as empresas adotem estratégias que as proporcione lucros e uma posição sustentável neste ambiente instável. 
A estrutura deste trabalho está dividida em seis capítulos a fim de contemplar todas as etapas deste estudo.
O primeiro capítulo aborda como a teoria econômica do consumidor explica as compras de bens e serviços pela população.
O segundo capítulo aborda os impacto da variação de renda, no consumo de bens e serviços de luxo, analisando se a renda tem a função de ser um fator determinante para o usufruto de produtos luxuosos.
O terceiro capítulo aborda a importância do consumo de bens e serviços de luxo para o crescimento econômico, analisando o modelo de crescimento baseado no consumo e a distribuição geográfica deste mercado no brasil.
O quarto traz a evolução da classe media e suas variáveis, explicando o contexto histórico para este crescimento e as características desta nova classe média.
O quinto capítulo traz o aumento da classe media e o seu impacto no comercio de bens e serviços de luxo.
E o sexto capítulo aborda a representação do mercado de luxo no PIB brasileiro, analisando os três principais segmentos do mercado e suas tendências. 
PROBLEMA DE PESQUISA
Quais fatores influenciaram o consumo de bens de luxo e serviços de 2001 a 2013?
OBJETIVO GERAL
O objetivo geral deste trabalho é analisar os fatores que influenciaram o aumento do consumo de bens e serviços de luxo no Brasil.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Caracterizar o segmento do luxo e os atributos econômicos e sociais de seus produtos e serviços.
Identificar as principais fontes de influência sobre o consumo de produtos e serviços de luxo e seus impactos.
Apontar como a evolução da classe média atingiu o mercado de luxo.
Identificar características da compra de produtos de luxo.
METODOLOGIA
Este artigo é um estudo de natureza qualitativa e, mais precisamente, um estudo exploratório com base em pesquisa bibliográfica e análise de dados secundários referentes ao período de 2002 a 2013, havendo enfoque no panorama histórico, político, econômico e social. 
As principais variáveis analisadas serão econômicas, tendo destaque o faturamento de marcas e grupos do setor de luxo; PIB em termos absolutos evariação anual; renda per capita; investimentos estrangeiros diretos e inflação. Serão analisados os aspectos referentes aos fatores influenciadores de tendências econômicas do mercado de luxo e seus atributos, formas de atuação junto ao consumidor de produtos de luxo e seu comportamento.
JUSTIFICATIVA
A pesquisa tem como principal objetivo ampliar os estudos realizados em sala de aula, visando o esclarecimento da dimensão que o mercado e os serviços de produtos de luxos apresentam no Brasil, fartamente reportada pela imprensa nos últimos anos.
Partindo da ideia de que o consumo impulsiona a economia em geral, deve-se fazer uma análise de como o mercado de bens e serviços de luxo contribuem para a economia do Brasil.
Esse tipo de mercado tem sido o alvo mais frequente de pesquisas nos últimos anos, se destacando por ser menos suscetível às influências externas da economia, com isso se tornando um atrativo para investidores.
 
O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR PELA VISÃO DA MICROECONOMIA
As compras de bens e serviços pela população muitas vezes são vistas como atitudes irracionais por meio da Teoria do Consumidor. 
Esta teoria é muito simples: os parte-se do pressuposto de que os consumidores escolhem a melhor cesta de bens que podem adquirir (VARIAN 2003). Para definir a lista de bens escolhida pelo consumidor, é usado o termo cesta de mercado. A cesta de mercado é um conjunto de quantidades de uma ou mais mercadorias, podendo ser itens do gênero alimentício, vestuário, bens para a casa, adquiridos pelo consumidor mensalmente, afim de que seja um conjunto que o satisfaça melhor.
O comportamento do consumidor é melhor compreendido quando examinamos as suas preferências, suas restrições orçamentárias e suas escolhas. Pindyck (2006, p.65) faz uma análise baseado nessas três etapas que são fatores determinantes das demandas de diversos bens e serviços.
 As preferências dos consumidores partem de três premissas básicas: sendo a integralidade, a transitividade e de que uma maior quantidade é sempre melhor. 
A integralidade parte do conceito de que o consumidor conhece todas as cestas de mercado e pode comparar uma à outra. A transitividade mostrando que essas preferências não são fixas e são passíveis de mudanças. E a premissa de que a maior quantidade de um bem é sempre preferível à menor quantidade. Após a análise dessas premissas, já é possível perceber que há sim, racionalidade no simples ato de consumir do nosso cotidiano. 
 Mais um determinante está na renda limitada, chamada como restrição orçamentária. Representada pela linha do orçamento, onde todas as combinações de bens para os quais o total de dinheiro gasto é igual a renda. Dessa forma, modificações na renda e nos preços provocam alterações na linda do orçamento e na cesta.
 E como último fator, a escolha por parte do consumidor. Supondo que eles façam essa escolha de maneira racional; com isso queremos dizer que eles decidem a quantidade de cada bem visando a maximizar o grau de satisfação que poderão obter, considerando o orçamento limitado de que dispõem (PINDYCK). Duas condições que devem compor a cesta de mercado para atingir o máximo da satisfação são: devem estar sobre a linha do orçamento e devem atender sua combinação preferida de bens e serviços.
 
O IMPACTO DA RENDA NO CONSUMO DE BENS E SERVIÇOS DE LUXO
Dentre os fatores que contribuíram para o aumento do consumo, consideram-se: o aumento do número de novos ricos no mundo e no País, a abertura para as importações, as políticas de preço que facilitam o pagamento dividindo-o em várias parcelas, bem como a mudança nos padrões de consumo em que a renda não é mais determinante para usufruto de produtos luxuosos (PASSARELLI, 2010). 
O produto de luxo é considerado um item com apresentação inabalável, perfeita e absoluta, é a combinação de materiais nobres, refinados e insubstituíveis, comparados aos do mercado comum. O fato de um produto ser caro nada tem a ver com o fato de ser de luxo, mas o fato de ser de luxo está diretamente ligado com seu alto preço.
O consumo do luxo atualmente não se dá pela renda do consumidor, e sim, decorrente de sua cultura e comportamento os valores passam a se centrar no bem estar, e o luxo passou a ser encarado como uma fonte de prazer em que o nível cultural interfere no comportamento de consumo, podendo até triplicá-lo, independentemente do nível de rendimentos do consumidor. Segundo Allérès (2000), a satisfação dessas falsas necessidades, que agradam a personalidade profunda e o imaginário, satisfeitos por bens aparentemente inúteis, porém refinados e de alta qualidade, é a expressão de uma sociedade em crescimento, da elevação de seu padrão de vida e da melhoria da média do poder de compra. O brasileiro tem o perfil perfeito para esse tipo de compra: adquire produtos por impulso e se deixa levar pela emoção.
 Esse novo luxo não faz distinção de posição social, dá ênfase nos valores pessoais de um público com diferentes níveis de renda e estilos de vida. Representa uma oferta limitada, mas não exclusiva. Dessa forma, houve um aumento do consumo de produtos de luxo por uma camada da população que não costumava consumi-lo (MEYER, 2008).
Conforme pesquisa feita pelo Instituto Ipsos (2004), o brasileiro se dispõe a gastar acima de suas posses no que se refere ao consumo de produtos supérfluos e possui forte gosto pela novidade. E as condições de pagamentos oferecidas pelas grandes marcas de luxo influenciam no aumento do consumo desses bens e serviços para diversos públicos indiferentemente a renda.
O consumidor brasileiro raramente compra a vista, sempre procura parcelar o pagamento, pois tem o costume de se endividar para consumir. Marcas como Hermés e Christian Louboutin representam o novo luxo que dentro do seu segmento, estão posicionadas como “premium”, ou seja, numa categoria elevada, diferenciando-se das demais marcas que oferecem produtos com a mesma funcionalidade da sua por conter atributos que a posicionam como luxo, essas marcas oferecem as condições de pagamento parcelados como diferencial apenas no Brasil. O brasileiro consome muito por impulso, sendo muito rápido no consumo, o mesmo não tem noção de valor discricionário, ele não pensa no valor total, ele pensa nas parcelas, na condição de pagamento (PASSARELLI, 2010).
Isto enfatiza que o mercado de luxo não está restrito apenas às pessoas ricas. Pessoas da classe média consomem produtos de luxo mostrando que o consumo do luxo é decorrente de cultura e comportamento, não apenas da renda disponível (PASSARELLI, 2010).Com as mudanças na sociedade e, consequentemente no comportamento de consumo, onde o luxo já não está mais restrito às classes mais abastadas, inicia-se um movimento de democratização do luxo trazendo à tona um novo conceito conhecido como “masstígio” (ou masstige, em inglês) que significa produtos de massa com prestígio (SILVERSTEIN 2006). Ou seja, puxando para cima o consumo da classe média, vendendo produtos com um sabor a "neo-luxo" cujo preço é bastante inferior aos exclusivos de luxo, mas três a cinco vezes mais elevadas que os produtos de massa. Essa tendência aparece com o intuito de democratizar o luxo e o deixá-lo ao alcance de maior público.
Durante a crise financeira a classe A foi a camada da população mais atingida pela crise financeira internacional. E foi também o extrato que menos ganhou integrantes de 2008 para 2009: 106.487 pessoas passaram a ocupar o topo da pirâmide social, revelou a pesquisa "A Nova Classe Média: O Lado Brilhante dos Pobres", da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada hoje.
A classe C se defendeu melhor da crise, muita gente de classe A e B está ligada à indústria , um dos setores da economia que mais sofreram com as turbulências. A crise afetou o centro do capitalismo, os mais ricos perderam mais (NERI, 2010).
Porém, ao se considerar o período de 2003 a 2009, a classe A foi a que proporcionalmente mais cresceu no Brasil. Há um movimentogeral de deslocamento das pessoas em direção ao topo da pirâmide, e o crescimento dessa classe econômica também é importante para o desenvolvimento do País (NERI, 2010).
Enquanto a classe A aumentou 40,9% no período, as classes B e C tiveram ganho de 38,5% e 34,3%, respectivamente. A classe D encolheu 11,6% e a E, 45,5%. A redução da desigualdade de renda no Brasil é apontada como uma tendência. O estudo da FGV prevê que o Brasil está prestes a atingir o menor nível de desigualdade desde que os registros foram iniciados, em 1960.
A IMPORTÂNCIA DO CONSUMO DE BENS E SERVIÇOS LUXO PARA O CRESCIMENTO ECONÔMICO
O consumo consiste nos gastos das famílias para a aquisição de bens e corresponde a quase 80% do PIB no Brasil. O consumo certamente é a direção da economia, porém o que a movimenta é um processo longo de transformação de matérias primas e de criação de valor que são conduzidos por investimentos e por poupança. Não há fundamentação lógica para sustentar a ideia de que uma economia pode crescer somente por meio do estímulo ao consumo, o consumo é o objetivo, mas é a produção que é o meio. 
Os mecanismos contábeis utilizados para o cálculo do PIB podem levar à falsa conclusão de que o consumo é que realmente importa (SILVERSTEIN 2006). Como bens e serviços intermediários usados na produção não entram no cálculo do PIB (pois o valor desses bens e serviços já está “inserido” no preço final), o que sobra é a ideia de que quanto mais as pessoas consomem, mais o PIB tende a crescer. Mas antes de se consumir algo, precisa-se produzir algo.
Tornou-se usual identificar uma mudança estrutural na economia brasileira, marcadamente a partir de 2004, com a dominância de um novo padrão de demanda agregada que fortaleceu o mercado interno e o crescimento impulsionado pela intensa adoção das políticas públicas redistributivas, como aumentos reais do salário mínimo e das transferências públicas previdenciárias e assistenciais (TAPs). (MESSENBERG,2013).
Dadas as características gerais desse novo padrão da demanda agregada, bem como sua suposta dominância sobre a dinâmica do crescimento econômico brasileiro, passou-se à denominação usual deste último como "modelo de crescimento baseado no consumo”.
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 Mesmo na eventualidade de crescimento permanente da renda (ou do PIB) baseado na elevação da demanda de consumo, haveria, necessariamente, uma queda na taxa de poupança nacional como contrapartida da elevação das importações líquidas. Não obstante, a taxa de poupança exibiu tendência recente de alta na economia brasileira. Esse fato nega, portanto, que a expansão econômica recentemente observada no Brasil, bem como seu virtual esgotamento (sua transitoriedade), possa ser entendida a partir do modelo de crescimento baseado no consumo (MESSENBERG,2013).
.
Não mais limitado ao universo dos reis e das elites, o luxo tornou-se, hoje, um importante mercado em termos globais. Movimenta cifras consideráveis de dinheiro e configura como uma fonte notável de atividade econômica, gerando empregos e renda, seja no seu comércio, ou na manufatura. As marcas de luxo exigem um forte trabalho de posicionamento, de uso criativo do “marketing” e de renovação contínua, sem contradizer sua essência de marca. (BERNARD, 2003, p. 84).
O universo do luxo é extremamente propício para o desenvolvimento e experimentação de novas tecnologias, que, sendo inicialmente de alto custo e reduzida escala de produção, seriam inacessíveis para consumidores de menor poder aquisitivo. Após certo tempo, e passada a fase inicial de novidade, ocorre o fenômeno de “trickle-down” que é um termo utilizado para se referir a ideia de que benefícios fiscais ou outros benefícios econômicos dados às empresas e os níveis de rendimento superiores irá beneficiar os membros mais pobres da sociedade, melhorando a economia como um todo, com isso as tecnologias ganham em custos de escala e passam a ser difundidas em outros segmentos.
Grandes grupos industriais e financeiros controlam boa parte desse mercado globalizado, que se expande cada vez mais fora dos tradicionais mercados europeus.
Segundo dados da Interbrand em 2012, o mercado mundial de produtos Premium atingiu em 2003 cerca de US$ 200 bilhões, apresentando crescimento de 19%. A estimativa do Boston Consulting Group era de que esse mercado atingisse US$ 1 trilhão por volta de 2010 e atingiu US$ 660 bilhões neste período. (CAROZZI, 2005 p. 85).
No Brasil, estima-se que o consumo do luxo seja da ordem de R$ 2 bilhões por ano, segundo dados da Câmara de Comércio Americana. O grupo Publicis Salles Norton realizou um estudo levantando dados preciosos para entender esse mercado.
De 1980 a 2000, ou seja, em 20 anos, o percentual de famílias com renda média mensal de R$10.000 pulou de 1.8% do total da população brasileira para 2.4% (correspondendo a mais de 1 milhão de famílias).Para os 1% mais ricos da população, a renda mensal é de R$ 23.388, sendo que a renda média da população brasileira é de R$ 1.608. Em 4 cidades concentram se 50% das famílias mais ricas: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. Há uma grande concentração geográfica das empresas de luxo no eixo Rio-São Paulo, seguido de Brasília e Porto Alegre. O restante do Brasil vem comprar em SP. 
Em 2009, mesmo sob o efeito da crise financeira mundial, o universo do luxo movimentou cerca de US$ 6,45 bilhões no Brasil, já em 2013 o segmento faturou cerca de R$ 24,1 bilhões, tendo um crescimento de 16% do mercado de artigos de luxo referente ao ano anterior, segundo dados da MFC Consultoria, empresa que acompanha o setor.
Esse desempenho vem se dando graças, principalmente, à chegada e expansão de grandes marcas fora do eixo Rio-São Paulo. Entre os mercados promissores despontam Brasília, Curitiba, Recife e Ribeirão Preto, além de Belo Horizonte. (OLIVEIRA, 2014)
O mercado mineiro é promissor, pois, o estudo da consultoria britânica WealthInsight, mostra que 330 famílias belo-horizontinas são ultra ricas, ou seja, tem pelo menos US$ 30 milhões em investimentos e propriedades. No Brasil, são 4.123. Há quem diga, entretanto, que os números sejam ainda mais expressivos, já que a mensuração de riqueza não é tarefa fácil no Brasil. (DINIZ, 2012)
 Visto o potencial que apresenta este mercado, as empresas do setor de luxo que atuam no Brasil pretendem fortalecer sua marcar, expandir seu mercado alvo e abrir novas lojas próprias. Contudo, devem enfrentar obstáculos como elevada tributação, recursos humanos, divulgação da marca e dificuldades de importação. (OLIVERIA, 2014)
EVOLUÇÃO DA CLASSE MÉDIA
Utilizou-se como fonte de dados secundários a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para abordar a mobilidade das classes sociais e a melhoria nas condições econômicas das famílias, de classe média, e sua influência no aumento do consumo de mercado de luxo.
Para a definição de classes de renda foi o considerada, as faixas a qual fosse o valor dos rendimentos monetários e não monetários definidos pela (POF):
TABELA 1 - SALARIAL BRASILEIRA
	Classe AAA
	Acima de R$ 30.000
	Classe A
	Acima de R$ 11.000
	Classe B
	Entre R$ 7.000 e R$ 11.000
	Classe C
	Entre R$ 1.400 e R$ 7.000
	Classe D
	Entre R$ 900 e R$ 1.400
	Classe E
	Até R$ 900
Fonte: Estimativa produzida com base na pesquisa do POF
A classe C, para os efeitos da presente análise, foi considerada a chamada classe média, em função de ser o grupo no qual ocorreram as maiores mudanças entre as POF de 2002 e 2009 e por mostrar, em termos de renda média familiar mensal, o valor mais próximo da renda média mensal de todas as famílias brasileiras – cerca de R$ 2.900,00 mês/família.
Antes de analisar as mudanças no padrão de consumo das famílias é importante abordar primeiramente as causas desta melhoria econômica. Após o Plano Real, o Brasil pôde entrar em uma nova etapa de crescimento. O fim da inflação e a inserção do regime de metas paraa variação de preços, metas para o superávit primário, reestruturação do sistema bancário, lei de responsabilidade fiscal e abertura econômica foram as bases para que o País pudesse olhar para o futuro e não somente resolver os problemas conjunturais.(FECOMERCIO, 2012)
Aliado a isso, no início dos anos 2000, a China havia se tornado uma potência econômica, com o crescimento decorrente da exportação de produtos com baixo valor agregado e na importação de matéria-prima, com isso houve uma elevação substancial dos preços das commodities (petróleo, aço, soja, dentre outros), o Brasil, sendo um país majoritariamente exportador de commodities, se beneficiou em grande escala desta mudança no panorama mundial. 
A partir deste ponto o governo pôde praticar algumas políticas econômicas para acelerar o ritmo de crescimento. Pelo lado monetário, o Banco Central do Brasil realizou dois feitos importantes: o acúmulo maior de reservas internacionais e a redução da taxa básica de juros. Pelo lado fiscal, o governo ampliou a distribuição de renda por meio de programas sociais, em destaque o Bolsa Família, e também conseguiu atingir as metas para o superávit primário, ou seja, economia para pagar juros. (MATTA, 2010)
Além desses movimentos do governo, o setor privado, com ganhos maiores diante do crescimento acentuado da economia mundial, aumentou o nível de investimentos nos mais diversos setores (agricultura, comércio e serviços e indústria) (MEYER, 2008). As ações conjuntas de governo e setor privado provocaram um estímulo à economia nacional, consequentemente batendo recordes na geração de emprego e elevando a renda média do cidadão brasileiro (STREHLAU, 2008).
Outro fator importante foi o crédito. O sistema bancário sólido e mais investimentos em novas agências pelo País auxiliaram a inserção das famílias brasileiras neste segmento, com abertura de novas contas e aquisição do cartão de crédito, que hoje pode ser considerado um bem popular (YOSHIDA, 2009).
As profundas mudanças no quadro socioeconômico brasileiro ocorrido na década passada foram de tal ritmo e magnitude que surpreenderam os prognósticos mais otimistas feitos até então. Imaginava-se que para iniciar um processo de reversão e equalização do mais grave e crônico problema brasileiro – a imensa e crescente desigualdade de distribuição de renda – seria preciso que o País apresentasse décadas dentro de um ciclo virtuoso e sustentado de crescimento e que, mesmo assim, isso ocorreria em um ritmo gradual e lento, exigindo mais de uma década para que se conseguissem resultados importantes na desconcentração da renda (BAUMANN, 2010).
Diante desse novo quadro as famílias puderam, com o aumento do seu rendimento, proporcionar tanto um aumento em suas despesas quanto a elevação na qualidade delas. Tendo uma variação média 65% dos gastos da classe média de 2002 a 2010 (STREHLAU, 2008).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda per capita da classe A foi de R$ 19.342 em 2010. A FecomercioSP projeta que, entre 2011 e 2020, o consumo per capita deve crescer 30% para as faixas de renda A e B, e quase 50% para as demais.
De acordo com levantamento realizado pela FecomercioSP, com base nos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2009 (POF 2009) do IBGE, no Brasil existem pouco mais de 57 milhões de famílias. Que estão distribuídas em porcentagem de acordo com a tabela abaixo. 
TABELA 2 – DISTRIBUIÇÃO DAS CLASSES
	Classe AAA
	1%
	Classe A
	4%
	Classe B
	5%
	Classe C
	52%
	Classe D
	17%
	Classe E
	22%
Fonte: Estimativa produzida com base na pesquisa do 	IBGE
No estudo, a classe C é denominada como classe média. Dos cerca de R$ 2 trilhões que o Brasil deve adicionar ao PIB até 2020, R$ 1,4 trilhão virá do consumo das famílias. Esse crescimento de poder de consumo será mais evidente na classe C, que já abrange 54% da população brasileira e detém um poder de consumo de mais de R$ 1 trilhão, o que equivale a 51% de toda a renda das famílias. 
O comércio varejista foi um dos setores mais privilegiados com a mudança dos padrões sociais da população brasileira. De 2004 a 2010, a taxa média de crescimento do comércio varejista no Brasil foi de 9% ao ano, proporcionando um aumento real das vendas no período de 82%. Ou seja, em sete anos o comércio varejista quase dobrou de tamanho (YOSHIDA, 2010).
O crescimento nas vendas do setor de comércio demonstra que, com a evolução da classe média, as pessoas passaram a encontrar no crédito e no aumento da renda uma grande oportunidade para ingressar de forma cada vez mais agressiva no mercado consumidor. Isso vem fazendo com que a economia mantenha (CAROZZI, 2005). A e aquecida, refletindo positivamente no aumento do PIB. Enquanto o PIB mundial cresceu entre os anos 2000 e 2010 algo em torno de 28%, o Brasil ampliou as suas riquezas, no mesmo período, em 42%. (BAUMANN, 2010).
E o resultado dessa forte expansão do PIB brasileiro reflete o aumento do consumo ocorrido, principalmente, pela ascensão da classe média, fazendo com que, do total do PIB, 64% corresponda propriamente ao consumo das famílias. Em 10 anos, o consumo das famílias no Brasil cresceu 45% (CAROZZI, 2005 p. 85).
O crescimento entre 2,5% e 3% da produtividade média fará o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescer mais de 40% até 2020, segundo o estudo “A evolução da classe média e o seu impacto no varejo” da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Apesar de a classe C deter pouco mais de um quarto da massa salarial do país (26,9%), é esse extrato social o responsável por 38,7% do consumo dos produtos, de acordo com os dados divulgados no estudo.
Com 2,6% da população, a classe A destaca seus consumo em itens considerados mais sofisticados, como CDs e DVDs (27,3% de todo o consumo dessa categoria está nessa classe), produtos financeiros (25,7%), artigos de decoração (25,3%) e aquisição de veículos (25%). Já a classe B, que representa 24,4% da população, gasta mais com consumo de combustível (58,3%), ensino (58,3%) e cinema (54,6%). São pessoas que já compraram carro e agora têm gasto com a manutenção e abastecimento,(MCF, 2014)
Até 2020, a população brasileira crescerá de 7% a 8%, passando de 207 milhões de habitantes – quase 70% em idade economicamente ativa. Com isso, o PIB per capita deve crescer mais de 30% em termos reais até o final desta década. Ao mesmo tempo, o País terá que arcar com as aposentadorias de mais cinco milhões de pessoas. Isso traz grandes consequências políticas, econômicas e sociais que necessitam de atenção desde já (FECOMERCIO, 2014).
AUMENTO DA RENDA DA CLASSE MEDIA E SEU IMPACTO NO COMÉRCIO DE BENS E SERVIÇOS DE LUXO
A transformação dos hábitos de compra no País guarda relação direta com o fenômeno da ascensão social, esta grande mobilidade social da classe trabalhadora brasileira se deve à queda do desemprego, à política de valorização do salário mínimo e às políticas sociais para os mais pobres. 
A classificação desse segmento social de trabalhadores pobres que melhoraram de renda como “nova classe média” está ligada ao número de trabalhadores, que estavam desempregados ou na informalidade, e que conseguiram um emprego com carteira assinada, a maior parte no setor de serviços, com renda de até dois salários mínimos. 
GRAFICO 1 - EMPREGOS FORMAIS NO BRASIL
Fonte: Estimativa produzida com base nos dados do Ministério do Trabalho
A classe média brasileira, também chamada de classe C, representa 58% da população do País, de acordo com um estudo feito pela Serasa Experian, tendo uma estimativa de 104 milhões de pessoas em 2012, segundo dados da PNAD. (Tabela 4)
TABELA 3 - DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO POR CLASSE NO BRASIL
	Extrato Social 
	2004
	2011
	2014
	Classe A
	2,7%
	3,2%
	3,3%
	Classe B
	6,3%
	8,0%
	8,7%
	Classe C
	42,4%
	53,9%
	58,3%
	Classe D
	41,3%
	31,1%
	26,8%
	Classe E
	7,3%
	3,8%
	2,9%
	Total de brasileiros 
	181 milhões
	193 milhões197 milhões
Fonte: Estimativa produzida com base no estudo do IBGE
Segundo informações da consultoria Data Popular especializada em mercados populares, as classes mais altas representam hoje 16% da população brasileira, enquanto a classe média – que tem renda domiciliar mensal entre 1.015 e 3.384 reais – já responde por mais da metade. Junto com a elevação do poder aquisitivo, veio o desejo de consumir mais e melhor. É importante lembrar também que, no topo da pirâmide, existem famílias com perfis muito diferenciados e a maioria de seus integrantes pertence à classe B, com renda domiciliar de 3.385 a 6.787 reais ao mês. Muitos deles são egressos da própria classe C e ajudam a compor o novo público consumidores do luxo. A classe média tem um potencial de compra gigantesco. (ALLÉRÈS, 2000, p. 100)
Nesse gigantesco mercado da nova classe C, até pouco tempo atrás conhecida pelo desejo reprimido de comprar, os produtos de luxo exercem grande poder de sedução, de acordo com D’Angelo (2006 p.108). Essas pessoas não podem pagar por um super-carro, mas nada as impede de adquirir bonés, perfumes e peças de vestuário com a marca da montadora. Esta é uma das explicações para que o faturamento da Ferrari seja composto em mais de 60% por produtos secundários ao carro. Essa fórmula, aliás, consagrou-se no setor, dizem os especialistas. Nos produtos com preços um pouco menores, longe de serem baratos, residem as maiores margens de lucro. (BERNARD, 2003, p. 24).
Para as marcas, alguém que consome no mercado nacional, é motivo de celebração. Já que as classes B e C substituem hoje o público de alta renda que deixa para comprar quase tudo na Europa e nos Estados Unidos. (D’ANGELO, 2006, p. 99). Os dados do Banco Central revelam que a classe média, gastOU mais de R$ 1,17 trilhão em 2013.
O fenômeno fica evidente no mercado de óculos. No ano passado, o setor movimentou 16 bilhões de reais, com um crescimento de 22% em relação ao ano interior, segundo a Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica). Essa elevação expressiva ocorreu a despeito do fato de óculos escuros de grife serem facilmente encontrados em free shops e lojas fora no exterior com preços mais amigáveis. Por outro lado, aumentou o número de pessoas que traz armações do exterior e deixa para comprar lentes de grau no país. A interpretação dos profissionais do ramo para esse fenômeno é a seguinte: os ricos e super-ricos continuam viajando e comprando volumes crescentes lá fora, o que se reflete na comercialização de lentes no Brasil; e que está puxando as vendas dos óculos propriamente ditos são as classes mais populares. 
 Um dos grandes responsáveis por essa democratização do consumo de luxo é a possibilidade de pagar em várias vezes e a facilidade de conseguir crédito na praça em 2013 o setor movimentou 58% do crédito no Brasil.
REPRESENTAÇÃO DOS SEGMENTOS DE LUXO NO PIB
Segundo dados do estudo realizado em 2010 pela empresa Bernstein Research, o mercado de luxo brasileiro corresponde a 25% das demandas que não as norte-americanas (cerca de 0,7% da demanda global). É previsto que passe a consistir em cerca de 5% do faturamento total mundial no ano de 2025. (MARQUES, 2010). 
O mercado de luxo pode ser definido basicamente pelos seguintes setores: segmentos de hotelaria de luxo, gastronomia, automobilística, imobiliário, náutico, e o mercado da moda. (MCF 2010).
Os produtos mais vendidos no Brasil são moda (32%), alimentos e bebidas (18%), produtos de saúde e cosméticos (14%), joias e relógios (14%) (Crepaldi, 2010). Quando considerado o mercado brasileiro como um todo, 27% das empresas voltadas ao mercado AAA atuam em moda, seguidas por calçados (17%) e automóveis (10%). (FOLHA, 2010)
A indústria automobilística, moda e o segmento imobiliário tiveram destaque.
Automobilismo
A venda de carros importados no segundo semestre de 2013 avançou 175,3% sobre igual período de 2009, segundo a ABEIVA (Associação Brasileira das Empresas importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores).
Nos modelos de carros acima de R$ 400 mil, os números são ainda mais expressivos: foram vendidos 277 carros nessa faixa de preço de janeiro a junho deste ano. No mesmo período de 2009, foram 120. Esse desempenho foi o melhor da história. Acompanhando o crescimento, revendedoras da BMW, da Mercedes e da Audi comemoram recordes.
Além do incremento na venda de modelos de luxo, as montadoras investem na criação de espaços vips dentro das concessionárias para atrair o público. A GM é uma das empresas que estudam abrir alas "premium" nas revendedoras, segundo o Jornal Folha.
Uma pesquisa da (Pyxis, 2013) indica que cada brasileiro gastou, em média, R$ 1.691 (US$ 724) com o seu carro. Esse valor é 6% superior ao registrado em 2012.
Moda
O número de milionários brasileiros vem crescendo no Rio e em São Paulo, mas nos outros estados também. Em 2014, a estimativa de crescimento almejada é de 16% a 18% no mercado de luxo no Brasil (MESSENBERG, 2014),
Há pessoas com alto poder aquisitivo em outras capitais graças ao desenvolvimento regional. Um reflexo desse desenvolvimento regional é o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, divulgado no final de novembro de 2013 pelo IBGE e referente a 2011. Segundo dados do instituto, o Distrito Federal lidera o ranking de PIB per capita brasileiro (R$ 63.020,02), número que representa quase três vezes a média do país e quase o dobro do de São Paulo (R$ 32.449,06), que tem o maior PIB do país e é o tradicional endereço das grifes de luxo e dos seus consumidores. Pernambuco fica à frente entre os estados do Nordeste, com PIB per capita de R$ 11.776,10, mas atrás do Paraná, que tem R$ 22.769,98 de PIB per capita (NERI, 2014).
Imobiliário
De 2003 a 2009, o crescimento anual médio real do PIB (Produto Interno Bruto) per capita foi de 2,3%. Adentraram à classe média 30,5 milhões de brasileiros e 20,5 milhões de pessoas deixaram a linha da pobreza. (SINDICATO, 2014).
O Brasil passa por um momento de consolidação do crédito imobiliário como negócio, e a poupança e o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) apresentaram bons indicadores de incremento. A classe média puxou o aquecimento do setor, com a compra de unidades de 2 dormitórios de 45 metros quadrados a 60 metros quadrados. Isso se deve, principalmente, à mobilidade social e ao Programa Minha Casa, Minha Vida. (STREHLAU, 2008).
Nos próximos 12 anos, o Brasil vai precisar de 900 milhões de metros quadrados de terrenos urbanos para construir habitações, conforme prognóstico do Construbusiness Fiesp 2010. São 24 milhões de moradias a serem produzidas (SINDICATO, 2014).
O mercado está vivenciando uma possível bolha imobiliária, um apartamento reformado de 151 metros² localizado no centro de negócios de Frankfurt na Alemanha está na quantia em euros referente a R$ 300 mil o mesmo valor é cobrado por um apartamento de 105 metros² simples em Santos, São Paulo (VEJA 2013).
CONCLUSÃO
A interdisciplinaridade aplicada na produção deste artigo nos proporcionou exercer o método de trabalho colaborativo, e nos permitiu desenvolver a habilidades de identificar, analisar, explicar e solucionar problemas, dentro e fora da sala de aula. Com a orientação de todos os professores, utilizando como base as matérias lecionadas.
Neste trabalho foi possível entender que o consumo de bens de luxo é influenciado pela elasticidade da renda do consumidor. Artigos de luxo tem elasticidade positiva em relação à renda, ou seja, quanto maior a renda da sociedade, maior é o consumo de artigos de luxo
Entendemos que o consumo é condicionado a preferencia, a escolha e a linha orçamentaria. O crescimento do setor de bens e serviços de luxo no Brasil, foi fruto da influencia das mudanças politicas e econômicas aplicadas ao Brasil no período da pesquisa. A transformação dos hábitos de compra no País guardada pela relação direta com o fenômeno da ascensão social demonstrou que as classes B e C substituem hoje o público de alta renda que deixa para comprar quase tudo na Europa e nos EstadosUnidos.
E compreendemos que o incentivo ao crédito e a entrada de empresas internacionais especializadas em produtos de luxo no mercado brasileiro é fruto da oportunidade que estas empresas identificaram no Brasil, devido ao fato de que o cidadão brasileiro se dispõe a gastar acima de suas posses no que se refere ao consumo de produtos supérfluos. E as condições de pagamentos oferecidas pelas grandes marcas de luxo influenciam no aumento do consumo desses bens e serviços para diversos públicos indiferentemente a renda.
 Sendo assim podemos concluir que existe potencial neste mercado e as empresas do setor de luxo que atuam no Brasil pretendem fortalecer sua marcar, expandir seu mercado alvo e abrir novas lojas próprias. Contudo, devem enfrentar obstáculos como elevada tributação, recursos humanos, divulgação da marca e dificuldades de importação. 
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