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Aula0 Apostila1 HFRU08UZB5

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Prévia do material em texto

Aula 00
Direito Penal p/ CLDF (Agente de Polícia Legislativa) - Com videoaulas - Pós-Edital
Professor: Renan Araujo
00000000000 - DEMO
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 86 
DIREITO PENAL P/ CLDF (2017) Ð TƒCNICO Ð AGENTE DE POLêCIA 
Teoria e quest›es 
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 
 
 
AULA DEMO 
DO CRIME - CONCEITO. SUJEITOS DO DELITO. 
ELEMENTOS (PARTE I): FATO TêPICO; CLASSIFICA‚ÌO 
DOS CRIMES (DOLOSO, CULPOSO, CONSUMADO, 
TENTADO E IMPOSSêVEL). ILICITUDE. 
SUMçRIO 
1 DO CRIME ............................................................................................................. 6 
1.1 Conceito de crime .......................................................................................... 6 
1.2 Sujeitos da infra‹o penal .............................................................................. 8 
1.2.1 Sujeito ativo .................................................................................................. 8 
1.2.2 Imunidades Diplom‡ticas .............................................................................. 10 
1.2.3 Imunidades Parlamentares ............................................................................ 10 
(a) Imunidade material ............................................................................................ 11 
(b) Imunidade formal ............................................................................................... 12 
1.2.4 Sujeito Passivo ............................................................................................ 13 
1.3 Fato t’pico e seus elementos ........................................................................ 14 
1.3.1 Conduta ..................................................................................................... 14 
1.3.2 Resultado natural’stico .................................................................................. 17 
1.3.3 Nexo de Causalidade .................................................................................... 18 
1.3.4 Tipicidade ................................................................................................... 23 
1.4 Crime doloso e crime culposo ....................................................................... 25 
1.4.1 Crime doloso ............................................................................................... 25 
1.4.2 Crime culposo ............................................................................................. 27 
1.4.3 Crime preterdoloso ....................................................................................... 29 
1.5 Crime consumado, tentado e imposs’vel ...................................................... 30 
1.5.1 Iter criminis ................................................................................................ 30 
1.5.1.1 Cogita‹o (cogitatio) .............................................................................. 30 
1.5.1.2 Atos preparat—rios (conatus remotus) ...................................................... 30 
1.5.1.3 Atos execut—rios .................................................................................... 31 
1.5.1.4 Consuma‹o ......................................................................................... 32 
1.5.1.5 Exaurimento ......................................................................................... 32 
1.5.2 Tentativa .................................................................................................... 32 
1.5.3 Crime imposs’vel ......................................................................................... 36 
1.5.4 Desistncia volunt‡ria e arrependimento eficaz ................................................ 37 
1.5.5 Arrependimento posterior .............................................................................. 38 
1.5.6 Causas de exclus‹o do fato t’pico ................................................................... 41 
1.5.6.1 Coa‹o f’sica irresist’vel ......................................................................... 41 
1.5.6.2 Erro de tipo inevit‡vel ............................................................................ 41 
1.5.6.3 Sonambulismo e atos reflexos ................................................................. 41 
1.5.6.4 Insignific‰ncia e adequa‹o social da conduta ........................................... 41 
00000000000 - DEMO
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 86 
DIREITO PENAL P/ CLDF (2017) Ð TƒCNICO Ð AGENTE DE POLêCIA 
Teoria e quest›es 
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 
 1.6 Ilicitude ....................................................................................................... 42 
1.6.1 Estado de necessidade .................................................................................. 42 
1.6.2 Leg’tima defesa ........................................................................................... 45 
1.6.3 Estrito cumprimento do dever legal ................................................................ 48 
1.6.4 Exerc’cio regular de direito ............................................................................ 48 
1.6.5 Consentimento do ofendido ........................................................................... 49 
1.6.6 Excesso pun’vel ........................................................................................... 50 
2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 50 
3 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 52 
3.1 Sœmulas do STJ ............................................................................................ 52 
4 RESUMO .............................................................................................................. 52 
5 EXERCêCIOS DA AULA ......................................................................................... 59 
6 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 68 
7 GABARITO .......................................................................................................... 85 
 
 
Ol‡, meus amigos! 
 
ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA 
CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprova‹o de 
vocs no concurso da CLDF. N—s vamos estudar teoria e comentar exerc’cios 
sobre DIREITO PENAL, para o cargo de TƒCNICO LEGISLATIVO Ð AGENTE 
DE POLêCIA LEGISLATIVA. 
E a’, povo, preparados para a maratona? 
O edital acabou de ser publicado, e a Banca ser‡ a FCC. As provas est‹o 
agendadas para o dia 17.12.2017. 
Bom, est‡ na hora de me apresentar a vocs, n‹o Ž? 
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico 
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro, 
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes, 
porŽm, fui servidor da Justia Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de 
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho. 
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos. 
Desde o comeo da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha 
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferena! Algumas pessoas me perguntam 
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco + 
Fora de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente 
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso 
funciona! 
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro,poder colaborar para a aprova‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu 
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova‹oÓ, n‹o estou falando apenas 
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DIREITO PENAL P/ CLDF (2017) Ð TƒCNICO Ð AGENTE DE POLêCIA 
Teoria e quest›es 
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 
 por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova‹o 
em todos os concursos! 
Neste curso vocs receber‹o todas as informa›es necess‡rias para que 
possam ter sucesso no concurso da CLDF. Acreditem, vocs n‹o v‹o se 
arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua 
aprova‹o, com sua vaga, ou seja, com voc! 
Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc ainda 
n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos Ž a melhor 
escolha. Eu entendo voc, j‡ estive deste lado do computador. Ës vezes Ž dif’cil 
escolher o melhor material para sua prepara‹o. Contudo, alguns colegas de 
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse: 
 
 
Esse print screen acima foi retirado da p‡gina de avalia‹o do curso. De 
um curso elaborado para um concurso bastante concorrido (Delegado da 
PC-PE). Vejam que, dos 62 alunos que avaliaram o curso, 61 o aprovaram. Um 
percentual de 98,39%. 
Ainda n‹o est‡ convencido? Continuo te entendendo. Voc acha que 
pode estar dentro daqueles 1,61%. Em raz‹o disso, disponibilizamos 
gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que voc possa analisar o 
material, ver se a abordagem te agrada, etc. 
Acha que a aula demonstrativa Ž pouco para testar o material? Pois 
bem, o EstratŽgia concursos d‡ a voc o prazo de 30 DIAS para testar o 
material. Isso mesmo, voc pode baixar as aulas, estudar, analisar detidamente 
o material e, se n‹o gostar, devolvemos seu dinheiro. 
Sabem porque o EstratŽgia Concursos d‡ ao aluno 30 dias para 
pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso n‹o vai acontecer! N‹o 
temos medo de dar a voc essa liberdade. 
Neste curso estudaremos todo o conteœdo de Direito Penal previsto no 
Edital. Estudaremos teoria e vamos trabalhar tambŽm com exerc’cios 
comentados. 
Abaixo segue o plano de aulas do curso todo: 
!
!
AULA CONTEòDO DATA 
00000000000 - DEMO
==0==
 
 
 
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DIREITO PENAL P/ CLDF (2017) Ð TƒCNICO Ð AGENTE DE POLêCIA 
Teoria e quest›es 
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 
 
Aula 00 
Fato t’pico; infra›es penais: crime e 
contraven‹o; crime doloso; crime 
culposo; antijuridicidade; exclus‹o 
de antijuridicidade; imunidades 
diplom‡ticas e parlamentares; 
prerrogativa de fun‹o; 
05/09 
Aula 01 
Crimes contra a pessoa: Crime 
contra a vida e integridade f’sica. 12/09 
Aula 02 
Crimes contra a fŽ pœblica. Crimes 
contra a organiza‹o do trabalho. 19/09 
Aula 03 
Crimes praticados por funcion‡rio 
pœblico contra a administra‹o em 
geral 
26/09 
Aula 04 Crimes praticados por particular 
contra a administra‹o em geral 
03.10 
Aula 05 
Crimes contra a administra‹o 
pœblica estrangeira. Crimes contra a 
administra‹o da Justia. Crimes 
contra as finanas pœblicas. 
10/10 
Aula 06 Lei de Drogas (Lei 11.343/06) 17/10 
Aula 07 
Crimes previstos no ECA. Crimes no 
C—digo de Defesa do Consumidor. 
Crimes Eleitorais. 
31/10 
 
As aulas ser‹o disponibilizadas no site conforme o cronograma 
apresentado. Em cada aula eu trarei algumas quest›es que foram cobradas 
em concursos pœblicos, para fixarmos o entendimento sobre a matŽria. 
Sempre que poss’vel, utilizaremos quest›es da FCC, que Ž a Banca 
escolhida para elaborar o certame. 
AlŽm da teoria e das quest›es, vocs ter‹o acesso a duas ferramentas 
muito importantes: 
¥! RESUMOS Ð Cada aula ter‡ um resumo daquilo que foi estudado, 
variando de 03 a 10 p‡ginas (a depender do tema), indo direto ao 
ponto daquilo que Ž mais relevante! Ideal para quem est‡ sem 
muito tempo. 
¥! FîRUM DE DòVIDAS Ð N‹o entendeu alguma coisa? Simples: basta 
perguntar ao professor Vinicius Silva, que Ž o respons‡vel pelo 
F—rum de Dœvidas, exclusivo para os alunos do curso. 
 
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 Outro diferencial importante Ž que nosso curso em PDF ser‡ 
complementado por videoaulas. Nas videoaulas ser‹o apresentados 
alguns pontos considerados mais relevantes da matŽria, seja atravŽs da 
apresenta‹o da teoria seja atravŽs da resolu‹o de exerc’cios anteriores, como 
forma de ajudar na assimila‹o da matŽria. 
 
No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 E-mail: profrenanaraujo@gmail.com 
 Periscope: @profrenanaraujo 
Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia 
Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br 
Youtube: 
www.youtube.com/channel/UClIFS2cyREWT35OELN8wcFQ 
 
Observa‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a 
legisla‹o sobre direitos autorais e d‡ outras providncias. 
 
Grupos de rateio e pirataria s‹o clandestinos, violam a lei e prejudicam os 
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe 
adquirindo os cursos honestamente atravŽs do site EstratŽgia Concursos. ;-) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Teoria e quest›es 
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 1! DO CRIME 
1.1!Conceito de crime 
O Crime Ž um fen™meno social, disso nenhum de vocs duvida. Entretanto, 
como conceituar o crime juridicamente? 
Muito se buscou na Doutrina acerca disso, tendo surgido inœmeras posi›es 
a respeito. Vamos tratar das principais. 
O Crime pode ser entendido sob trs aspectos: Material, legal e anal’tico. 
Sob o aspecto material, crime Ž toda a‹o humana que lesa ou exp›e 
a perigo um bem jur’dico de terceiro, que, por sua relev‰ncia, merece a 
prote‹o penal. Esse aspecto valoriza o crime enquanto conteœdo, ou seja, 
busca identificar se a conduta Ž ou n‹o apta a produzir uma les‹o a um bem 
jur’dico penalmente tutelado. 
Assim, se uma lei cria um tipo penal dizendo que Ž proibido chorar em 
pœblico, essa lei n‹o estar‡ criando uma hip—tese de crime em seu sentido 
material, pois essa conduta NUNCA SERç crime em sentido material, pois n‹o 
produz qualquer les‹o ou exposi‹o de les‹o a bem jur’dico de quem quer que 
seja. Assim, ainda que a lei diga que Ž crime, materialmente n‹o o ser‡. 
Sob o aspecto legal, ou formal, crime Ž toda infra‹o penal a que a lei 
comina pena de reclus‹o ou deten‹o, nos termos do art. 1¡ da Lei de 
Introdu‹o ao CP.1 
Percebam que o conceito aqui Ž meramente legal. Se a lei cominar a uma 
conduta a pena de deten‹o ou reclus‹o, cumulada ou alternativamente com a 
pena de multa, estaremos diante de um crime. 
Por outro lado, se a lei cominar a apenas pris‹o simples ou multa, alternativa 
ou cumulativamente, estaremos diante de uma contraven‹o penal. 
Esse aspecto consagra o SISTEMA DICOTïMICO adotado no Brasil, no 
qual existe um gnero, que Ž a infra‹o penal, e duas espŽcies, que s‹o o crime 
e a contraven‹o penal. Assim: 
 
 
 
 
1 Art 1¼ Considera-se crime a infra‹o penal que a lei comina pena de reclus‹o ou de deten‹o, quer 
isoladamente,quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contraven‹o, a infra‹o penal a 
que a lei comina, isoladamente, pena de pris‹o simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou 
cumulativamente. 
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Vejam que quando se diz Òinfra‹o penalÓ, est‡ se usando um termo 
genŽrico, que pode tanto se referir a um ÒcrimeÓ ou a uma Òcontraven‹o penalÓ. 
O termo ÒdelitoÓ, no Brasil, Ž sin™nimo de crime. 
O crime pode ser conceituado, ainda, sob um aspecto anal’tico, que 
o divide em partes, de forma a estruturar seu conceito. 
Primeiramente surgiu a teoria quadripartida do crime, que entendia que 
crime era todo fato t’pico, il’cito, culp‡vel e pun’vel. Hoje Ž praticamente 
inexistente. 
Depois, surgiram os defensores da teoria tripartida do crime, que 
entendiam que crime era o fato t’pico, il’cito e culp‡vel. Essa Ž a teoria que 
predomina no Brasil, embora haja muitos defensores da terceira teoria. 
A terceira e œltima teoria acerca do conceito anal’tico de crime entende que 
este Ž o fato t’pico e il’cito, sendo a culpabilidade mero pressuposto de 
aplica‹o da pena. Ou seja, para esta corrente, o conceito de crime Ž 
bipartido, bastando para sua caracteriza‹o que o fato seja t’pico e il’cito. 
As duas œltimas correntes possuem defensores e argumentos de peso. 
Entretanto, a que predomina ainda Ž a corrente tripartida. Portanto, na 
prova objetiva, recomendo que adotem esta, a menos que a banca seja muito 
expl’cita e vocs entenderem que eles claramente s‹o adeptos da teoria bipartida, 
o que acho pouco prov‡vel. 
Todos os trs aspectos (material, legal e anal’tico) est‹o presentes 
no nosso sistema jur’dico-penal. De fato, uma conduta pode ser 
materialmente crime (furtar, por exemplo), mas n‹o o ser‡ se n‹o houver 
previs‹o legal (n‹o ser‡ legalmente crime). Poder‡, ainda, ser formalmente crime 
(no caso da lei que citei, que criminalizava a conduta de chorar em pœblico), mas 
n‹o o ser‡ materialmente se n‹o trouxer les‹o ou ameaa a les‹o de algum bem 
jur’dico de terceiro. 
Desta forma: 
 
INFRAÇÕES
PENAIS
CRIMES
CONTRAVENÇÕES	
PENAIS
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Teoria e quest›es 
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 
 
 
Esse œltimo conceito de crime (sob o aspecto anal’tico), Ž o que vai 
nos fornecer os subs’dios para que possamos estudar os elementos do 
crime (Fato t’pico, ilicitude e culpabilidade). 
O fato t’pico Ž o primeiro dos elementos do crime, sendo a tipicidade um de 
seus pressupostos. Vamos estud‡-lo, ent‹o! 
 
1.2!Sujeitos da infra‹o penal 
Os sujeitos do crime s‹o aqueles que, de alguma forma, se relacionam com 
a conduta criminosa. S‹o basicamente de duas ordens: Sujeito ativo e passivo. 
 
1.2.1!Sujeito ativo 
Sujeito ativo Ž a pessoa que pratica a conduta descrita no tipo penal. 
Entretanto, atravŽs do concurso de pessoas, ou concurso de agentes, Ž poss’vel 
que alguŽm seja sujeito ativo de uma infra‹o penal sem que realize a 
conduta descrita no tipo penal. 
EXEMPLO: Pedro atira contra Paulo, vindo a causar-lhe a morte. Pedro Ž 
sujeito ativo do crime de homic’dio, previsto no art. 121 do C—digo Penal, isso 
n‹o se discute. Mas tambŽm ser‡ sujeito ativo do crime de homic’dio, Jo‹o, que 
lhe emprestou a arma e lhe encorajou a atirar. Embora Jo‹o n‹o tenha realizado 
a conduta prevista no tipo penal, pois n‹o praticou a conduta de Òmatar alguŽmÓ, 
auxiliou material e moralmente Pedro a faz-lo. 
Somente o ser humano, em regra, pode ser sujeito ativo de uma 
infra‹o penal. Os animais, por exemplo, n‹o podem ser sujeitos ativos da 
infra‹o penal, embora possam ser instrumentos para a pr‡tica de crimes. 
CONCEITO	DE	
CRIME
MATERIAL
FORMAL
ANALÍTICO
TEORIA
BIPARTIDA
TEORIA
TRIPARTIDA
ADOTADA	PELO	
CP
TEORIA
QUADRIPARTIDA
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 Modernamente, tem se admitido a RESPONSABILIDADE PENAL DA 
PESSOA JURêDICA, ou seja, tem se admitido que a pessoa jur’dica seja 
considerada SUJEITO ATIVO DE INFRA‚ÍES PENAIS. 
Embora boa parte da DOUTRINA discorde desta corrente, por inœmeras 
raz›es, temos que estud‡-la. 
A Constitui‹o de 1988 trouxe, em seu art. 225, ¤ 3¡, estabelece que: 
¤ 3¼ - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitar‹o os 
infratores, pessoas f’sicas ou jur’dicas, a san›es penais e administrativas, 
independentemente da obriga‹o de reparar os danos causados. 
 
Esse dispositivo Ž considerado o marco mais significativo para a 
responsabiliza‹o penal da pessoa jur’dica, para os que defendem essa tese. 
Os opositores justificam sua tese sob o argumento, basicamente, de que a 
pessoa jur’dica n‹o possui vontade, assim, a vontade seria sempre do seu 
dirigente, devendo este responder pelo crime, n‹o a pessoa jur’dica. Ademais, o 
dirigente s— pode agir em conformidade com o estatuto social, o que sair disso Ž 
excesso de poder, e como a Pessoa Jur’dica n‹o pode ter em seu estatuto a 
pr‡tica de crimes como objeto, todo crime cometido pela pessoa jur’dica seria 
um ato praticado com viola‹o a seu estatuto, devendo o agente responder 
pessoalmente, n‹o a Pessoa Jur’dica. 
Muitos outros argumentos existem, para ambos os lados. Entretanto, isto 
n‹o Ž um livro de doutrina, mas um curso para concurso, ent‹o o que vocs 
precisam saber Ž que o STF e o STJ admitem a responsabilidade penal da 
pessoa jur’dica em todos os crimes ambientais (regulamentados pela lei 
9.605/98)! 
Com rela‹o aos demais crimes, em tese, atribu’veis ˆ pessoa jur’dica 
(crimes contra o sistema financeiro, economia popular, etc.), como n‹o houve 
regulamenta‹o da responsabilidade penal da pessoa jur’dica, esta fica 
afastada, conforme entendimento do STF e do STJ. 
A Jurisprudncia CLçSSICA do STJ e do STF Ž no sentido de ADMITIR a 
responsabilidade penal da pessoa jur’dica. Todavia, o STF e o STJ exigiam a 
puni‹o simult‰nea da pessoa f’sica causadora do dano, no que se convencionou 
chamar de TEORIA DA DUPLA IMPUTA‚ÌO. Apesar de esta ser a jurisprudncia 
cl‡ssica, mais recentemente o STF e o STJ DISPENSARAM o requisito da 
dupla imputa‹o. Ou seja, atualmente n‹o mais se exige a chamada 
Òdupla imputa‹oÓ. 
Em regra, a Lei Penal Ž aplic‡vel a todas as pessoas indistintamente. 
Entretanto, em rela‹o a algumas pessoas, existem disposi›es especiais 
do C—digo Penal. S‹o as chamadas imunidades diplom‡ticas (diplom‡ticas e de 
chefes de governos estrangeiros) e parlamentares (referentes aos membros do 
Poder Legislativo). 
 
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 1.2.2!Imunidades Diplom‡ticas 
Estas imunidades se baseiam no princ’pio da reciprocidade, ou seja, o Brasil 
concede imunidade a estas pessoas, enquanto os Pa’ses que representam 
conferem imunidades aos nossos representantes. 
N‹o h‡ viola‹o ao princ’pio constitucional da isonomia! Cuidado! Pois a 
imunidade n‹o Ž conferida em raz‹o da pessoa imunizada, mas em raz‹o do 
cargo que ocupa. Ou seja, ela Ž de car‡ter funcional. Entenderam? 
 Estas imunidades diplom‡ticasest‹o previstas na Conven‹o de Viena, 
incorporada ao nosso ordenamento jur’dico atravŽs do Decreto 56.435/65, que 
prev imunidade total (em rela‹o a qualquer crime) aos Diplomatas, que est‹o 
sujeitos ˆ Jurisdi‹o de seu pa’s apenas. Esta imunidade se estende aos 
funcion‡rios dos —rg‹os internacionais (quando em servio!) e aos seus 
familiares, bem como aos Chefes de Governo e Ministros das Rela›es Exteriores 
de outros pa’ses. 
Essa imunidade Ž IRRENUNCIçVEL, exatamente por n‹o pertencer ˆ 
pessoa, mas ao cargo que ocupa! Essa Ž a posi‹o do STF! Cuidado com isso! 
Com rela‹o aos c™nsules (diferentes dos Diplomatas) a imunidade s— Ž 
conferida aos atos praticados em raz‹o do of’cio, n‹o a qualquer crime. 
EXEMPLO: Se Yamazaki, c™nsul do Jap‹o no Rio de Janeiro, no domingo, 
curtindo uma praia, agride um vendedor de picolŽs por ter lhe dado o troco errado 
(carioca malandro...), responder‡ pelo crime, pois n‹o se trata de ato praticado 
no exerc’cio da fun‹o. 
Resumidamente: 
¥! IMUNIDADE TOTAL DE JURISDI‚ÌO PENAL Ð Agentes 
diplom‡ticos e seus familiares, bem como os membros do pessoal 
administrativo e tŽcnico da miss‹o, assim como os membros de suas 
fam’lias que com eles vivam, desde que n‹o sejam nacionais do estado 
acreditado (no caso, o Brasil) nem nele tenham residncia 
permanente. 
¥! IMUNIDADE DE JURISDI‚ÌO PENAL em rela‹o aos ATOS 
PRATICADOS NO EXERCêCIO DAS FUN‚ÍES Ð C™nsules2 e 
membros do pessoal de servio da miss‹o diplom‡tica que n‹o sejam 
nacionais do Estado acreditado nem nele tenham residncia 
permanente. 
 
1.2.3!Imunidades Parlamentares 
Est‹o previstas na Constitui‹o Federal, motivo pelo qual geralmente s‹o 
mais bem estudadas naquela disciplina. Entretanto, como costumam ser 
cobradas tambŽm na matŽria de Direito Penal, vamos estud‡-la ponto a ponto. 
Trata-se de prerrogativas dos parlamentares, com vistas a se preservar 
a Institui‹o (Poder Legislativo) de ingerncias externas. S‹o duas as hip—teses 
 
2 Art. 43.1 do Decreto 61.078/67 Ð Promulga‹o da Conven‹o de Viena sobre Rela›es Consulares. 
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 de imunidades parlamentares: a) material (conhecida como real, ou ainda, 
inviolabilidade); b) formal (ou processual ou ainda, adjetiva). 
 
(a)! Imunidade material 
Trata-se de prerrogativa prevista no art. 53 da Constitui‹o: 
Art. 53. Os Deputados e Senadores s‹o inviol‡veis, civil e penalmente, por quaisquer de 
suas opini›es, palavras e votos. 
 
Assim, o parlamentar n‹o comete crime quando pratica estas condutas em 
raz‹o do cargo (exerc’cio da fun‹o). Entretanto, n‹o Ž necess‡rio que o 
parlamentar tenha proferido as palavras dentro do recinto (Congresso, 
Assembleia Legislativa, etc.), bastando que tenha rela‹o com sua 
fun‹o (Pode ser numa entrevista a um jornal local, etc.). ESSA ƒ A POSI‚ÌO 
DO STF A RESPEITO DO TEMA. 
Quanto ˆ natureza jur’dica dessa imunidade (o que ela representa 
perante o Direito), h‡ muita controvŽrsia na Doutrina, mas a posi‹o que 
predomina Ž a de que se trata de fato at’pico, ou seja, a conduta do parlamentar 
n‹o chega sequer a ter enquadramento na lei penal (Essa Ž a posi‹o que vem 
sendo adotada pelo Supremo Tribunal Federal Ð STF). 
Temos, ainda, a imunidade material dos vereadores, prevista no art. 29, 
VIII da Constitui‹o: 
Art. 29. O Munic’pio reger-se-‡ por lei org‰nica, votada em dois turnos, com o interst’cio 
m’nimo de dez dias, e aprovada por dois teros dos membros da C‰mara Municipal, que a 
promulgar‡, atendidos os princ’pios estabelecidos nesta Constitui‹o, na Constitui‹o do 
respectivo Estado e os seguintes preceitos: 
(...) 
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opini›es, palavras e votos no exerc’cio do 
mandato e na circunscri‹o do Munic’pio; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda 
Constitucional n¼ 1, de 1992) 
 
Vejam que Ž necess‡rio que o ato (no caso dos vereadores) tenha sido 
praticado na circunscri‹o do munic’pio. Caso contr‡rio, n‹o haver‡ a 
incidncia da prote‹o constitucional. 
Informativo 775 do STF Ð ÒNos limites da circunscri‹o 
do Munic’pio e havendo pertinncia com o exerc’cio do mandato, garante-se a imunidade 
prevista no art. 29, VIII, da CF aos vereadores (...) O Colegiado reputou que, embora as 
manifesta›es fossem ofensivas, teriam sido proferidas durante a sess‹o da C‰mara dos 
Vereadores Ñ portanto na circunscri‹o do Munic’pio Ñ e teriam como motiva‹o quest‹o de 
cunho pol’tico, tendo em conta a existncia de representa‹o contra o prefeito formulada junto 
ao MinistŽrio Pœblico Ñ portanto no exerc’cio do mandato.Ó Ð (RE 600063/SP, rel. orig. Min. 
Marco AurŽlio, red. p/ o ac—rd‹o Min. Roberto Barroso, 25.2.2015. (RE-600063) 
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(b)! Imunidade formal 
Esta imunidade n‹o est‡ relacionada ˆ caracteriza‹o ou n‹o de uma 
conduta como crime. Est‡ relacionada a quest›es processuais, como 
possibilidade de pris‹o e seguimento de processo penal. Est‡ prevista no 
art. 53, ¤¤ 1¡ a 5¡ da Constitui‹o da Repœblica. 
A primeira das hip—teses Ž a imunidade formal para a pris‹o. Assim 
disp›e o art. 53, ¤ 2¡ da Constitui‹o: 
¤ 2¼ Desde a expedi‹o do diploma, os membros do Congresso Nacional n‹o poder‹o ser 
presos, salvo em flagrante de crime inafian‡vel. Nesse caso, os autos ser‹o remetidos 
dentro de vinte e quatro horas ˆ Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus 
membros, resolva sobre a pris‹o. 
 
O STF entende que essa impossibilidade de pris‹o se refere a 
qualquer tipo de pris‹o, inclusive as de car‡ter provis—rio, decretadas pelo 
Juiz. A œnica ressalva Ž a pris‹o em flagrante pela pr‡tica de crime 
inafian‡vel. 
Entretanto, recentemente, o STF decidiu que os parlamentares podem 
ser presos, alŽm desta hip—tese, no caso de sentena penal condenat—ria 
transitada em julgado, ou seja, na qual n‹o cabe mais recurso algum. 
Continuando no caso da pris‹o em flagrante, os autos da pris‹o ser‹o 
remetidos ˆ casa a qual pertencer o parlamentar, em atŽ 24h, e esta decidir‡, 
em vota‹o aberta, por maioria absoluta de seus membros, se a pris‹o Ž 
mantida ou n‹o. 
A imunidade se inicia com a diploma‹o do parlamentar e se encerra com o 
fim do mandato. 
J‡ a imunidade formal para o processo, est‡ prevista no ¤3¡ do art. 53 
da Constitui‹o: 
¤ 3¼ Recebida a denœncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido ap—s a 
diploma‹o, o Supremo Tribunal Federal dar‡ cincia ˆ Casa respectiva, que, por iniciativa 
de partido pol’tico nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poder‡, atŽ 
a decis‹o final, sustar o andamento da a‹o. 
 
Assim, se um parlamentar cometer um crime ap—s a diploma‹o e for 
denunciado por isso, o STF, se receber a denœncia, dever‡ dar cincia ˆ Casa a 
qual pertence o parlamentar (C‰mara ou Senado), e esta poder‡, por iniciativa 
de algum partido pol’tico que l‡ tenha representante, sustar o andamento da a‹o 
atŽ o tŽrmino do mandato. 
CUIDADO! S— quem pode tomar a iniciativa de pedir a susta‹o da a‹o 
penal Ž partido pol’tico que possua algum representante NAQUELA CASA. 
EXEMPLO: Se um Senador est‡ sendo processado, sendo o Senado 
comunicado pelo STF, somente um partido com representa‹o no SENADO 
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 FEDERAL poder‡ tomar a iniciativa de pedir a susta‹o da a‹o penal, que ser‡ 
decidida pela Casa. 
 
A susta‹o deve ser decidida no prazo de 45 dias a contar do recebimento 
do pedido pela Mesa Diretora da Casa. Caso o processo seja suspenso, suspende-
se tambŽm a prescri‹o, para evitar que o Parlamentar deixe de ser julgado ao 
tŽrmino do mandato. 
Havendo a susta‹o da a‹o penal em rela‹o ao parlamentar, e tendo o 
processo outros rŽus que n‹o sejam parlamentares, o processo deve ser 
desmembrado, e os demais rŽus ser‹o processados normalmente. 
 
Cuidado, meu povo! No caso de crime cometido ANTES da diploma‹o, n‹o 
h‡ essa regra. O STF n‹o tem que comunicar a Casa e n‹o h‡ possibilidade de 
susta‹o do andamento do processo! 
 
 Cuidado! Essas regras (referentes a ambas as espŽcies de imunidades) 
s‹o aplic‡veis aos parlamentares estaduais (Deputados estaduais), por fora do 
art. 27, ¤ 1¡ da Constitui‹o. Entretanto, aos parlamentares municipais 
(vereadores) s— se aplicam as imunidades materiais! Muito, mas muito cuidado 
com isso! Ah, e em qualquer caso, n‹o abrangem os suplentes! 
Os parlamentares n‹o podem renunciar a estas imunidades, pois, como disse 
antes, trata-se de prerrogativa inerente ao cargo, n‹o ˆ pessoa. Entretanto, a 
Doutrina e a Jurisprudncia entendem que o parlamentar afastado para 
exercer cargo de Ministro ou Secret‡rio de Estado NÌO mantŽm as 
imunidades, ou seja, ele perde a imunidade parlamentar (A sœmula n¼ 04 
do STF fora revogada!). INQ 725-RJ, rel. Ministra Ellen Gracie, 8.5.2002.(INQ-725) Ð 
Informativo 267 do STF. 
Fiquem atentos! As imunidades parlamentares permanecem ainda que o pa’s 
se encontre em estado de s’tio. Entretanto, por decis‹o de 2/3 dos membros da 
Casa, estas imunidades poder‹o ser suspensas, durante o estado de s’tio, em 
raz‹o de ato praticado pelo parlamentar FORA DO RECINTO. Assim, EM 
HIPîTESE NENHUMA (NEM NO ESTADO DE SêTIO), O PARLAMENTAR 
PODERç SER RESPONSABILIZADO POR ATO PRATICADO NO RECINTO 
(aqueles atos previstos na Constitui‹o, Ž claro). 
 
1.2.4!Sujeito Passivo 
O sujeito passivo nada mais Ž que aquele que sofre a ofensa causada 
pelo sujeito ativo. Pode ser de duas espŽcies: 
1)!Sujeito passivo mediato ou formal Ð ƒ o Estado, pois a ele pertence 
o dever de manter a ordem pœblica e punir aqueles que cometem crimes. 
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 Todo crime possui o Estado como sujeito passivo mediato, pois todo crime 
Ž uma ofensa ao Estado, ˆ ordem estatu’da; 
2)!Sujeito passivo imediato ou material Ð ƒ o titular do bem jur’dico 
efetivamente lesado. Por exemplo: A pessoa que sofre a les‹o no crime 
de les‹o corporal (art. 129 do CP), o dono do carro roubado no crime de 
roubo (art. 157 do CP), etc. 
 
CUIDADO! O Estado tambŽm pode ser sujeito passivo imediato ou 
material, nos crimes em que for o titular do bem jur’dico especificamente 
violado, como nos crimes contra a administra‹o pœblica, por exemplo. 
As pessoas jur’dicas tambŽm podem ser sujeitos passivos de crimes. J‡ os 
mortos e os animais n‹o podem ser sujeitos passivos de crimes pois n‹o 
s‹o sujeitos de direito. Mas, e o crime de vilipndio a cad‡ver e os crimes 
contra a fauna? Nesse caso, n‹o s‹o os mortos e os animais os sujeitos passivos 
e sim, no primeiro caso, a fam’lia do morto, e no segundo caso, toda a 
coletividade, pelo desequil’brio ambiental. 
NINGUƒM PODE COMETER CRIME CONTRA SI MESMO! Ou seja, 
ninguŽm pode ser, ao mesmo tempo, sujeito ativo e sujeito passivo imediato de 
um crime (Parte da Doutrina entende que isso Ž poss’vel no crime de rixa, mas 
isso n‹o Ž posi‹o un‰nime). 
 
1.3! Fato t’pico e seus elementos 
O fato t’pico tambŽm se divide em elementos, s‹o eles: 
¥! Conduta humana (alguns entendem poss’vel a conduta de 
pessoa jur’dica) 
¥! Resultado natural’stico 
¥! Nexo de causalidade 
¥! Tipicidade 
 
1.3.1!Conduta 
Trs s‹o as principais teorias3 que buscam explicar a conduta: Teoria 
causal-natural’stica (ou cl‡ssica), finalista e social. 
 
3 Temos, ainda, outras teorias de menor relev‰ncia para fins de concurso, como a teoria funcionalista 
teleol—gica de CLAUS ROXIN, segundo a qual a no‹o de ÒcondutaÓ deve estar vinculada ˆ fun‹o do Direito 
Penal (que Ž a de prote‹o de bens jur’dicos). Logo, conduta seria a a‹o ou omiss‹o, dolosa ou culposa, 
que provoque (ou seja destinada a provocar) uma ofensa relevante ao bem jur’dico. 
H‡, ainda, o funcionalismo sistmico (tambŽm chamado de radical), cujo principal expoente Ž JAKOBS. 
Para essa teoria a conduta deve ser analisada com base na fun‹o que o Direito Penal cumpre no sistema 
social, mais precisamente, a fun‹o de reafirmar a ordem violada pelo ato criminoso. Assim, para esta teoria, 
a conduta seria a a‹o ou omiss‹o, dolosa ou culposa, que viola o sistema e frustra a expectativa normativa 
(expectativa de que todos cumpram a norma). Importa saber, portanto, se houve viola‹o ˆ norma, n‹o 
importando se h‡ alguma ofensa a bens jur’dicos. 
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 Para a teoria causal-natural’stica, conduta Ž a a‹o humana. Assim, 
basta que haja movimento corporal para que exista conduta. Esta teoria est‡ 
praticamente abandonada, pois entende que n‹o h‡ necessidade de se analisar 
o conteœdo da vontade do agente nesse momento, guardando esta an‡lise (dolo 
ou culpa) para quando do estudo da culpabilidade.4 
Para a teoria finalista, de HANS WELZEL, a conduta humana Ž a a‹o 
volunt‡ria dirigida a uma determinada finalidade. Assim: 
Conduta = vontade + a‹o 
 
Logo, retirando-se um dos elementos da conduta, esta n‹o existir‡, 
o que acarreta a inexistncia de fato t’pico. 
EXEMPLO: Jo‹o olha para Roberto e o agride, por livre espont‰nea vontade. 
Estamos diante de uma conduta (quis agir e agrediu) dolosa (quis o resultado). 
Agora, se Jo‹o dirige seu carro, v Roberto e sem querer, o atinge, estamos 
diante de uma conduta (quis dirigir e acabou ferindo) culposa (n‹o quis o 
resultado). 
 
Vejam que a ÒvontadeÓ a que me referi como elemento da conduta Ž uma 
vontade de meramente praticar o ato que ensejou o crime, ainda que o resultado 
que se pretendesse n‹o fosse il’cito. Quando a vontade (elemento da 
conduta) Ž dirigida ao fim criminoso, o crime Ž doloso. Quando a vontade 
Ž dirigida a outro fim (que atŽ pode ser criminoso, mas n‹o aquele) o crime Ž 
culposo. PorŽm, por enquanto vamos ficar apenas na ÒvontadeÓ (desculpem o 
trocadilho) e estudar somente os elementos do fato t’pico. 
ESTA ƒ A TEORIA ADOTADA PELO NOSSO CîDIGO PENAL. Vejamos os 
termos do art. 20 do CP5: 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas 
permite a puni‹o por crime culposo, se previsto em lei. 
 
Ora, se a lei prev que o erro sobre um elemento do tipo exclui o 
dolo, Ž porque entende que o dolo est‡ no tipo (fato t’pico), n‹o na 
culpabilidade. Assim, a conduta Ž, necessariamente, volunt‡ria. 
A grande evolu‹o da teoria finalista, portanto, foi conceber a conduta como 
um Òacontecimento finalÓ6, ou seja, somente h‡ conduta quando o agir de alguŽm 
Ž dirigido a alguma finalidade (seja ela l’cita ou n‹o). 
 
4 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 287/288 
5 DOTTI, RenŽ Ariel. Cursode Direito Penal, Parte Geral. 4. ed. S‹o Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2012, 
p. 397 
6 DOTTI, RenŽ Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. 4. ed. S‹o Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2012, 
p. 396 
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 Para terceira teoria, a teoria social, a conduta Ž a a‹o humana, volunt‡ria 
e que Ž dotada de alguma relev‰ncia social.7 
H‡ cr’ticas a esta teoria, pois a relev‰ncia social n‹o seria um elemento 
estruturante da conduta, mas uma qualidade que esta poderia ou n‹o possuir. 
Assim, a conduta que n‹o fosse socialmente relevante continuaria sendo 
conduta.8 
A conduta humana pode ser uma a‹o ou uma omiss‹o. A quest‹o Ž: 
Qual Ž o resultado natural’stico que advŽm de uma omiss‹o? 
Naturalisticamente nenhum, pois do nada, nada surge. Assim, aquele que se 
omite na presta‹o de socorro a alguŽm, pode estar cometendo o crime de 
omiss‹o de socorro, art. 135 do C—digo Penal (que Ž um crime formal, pois a 
morte daquele a quem n‹o se prestou socorro Ž irrelevante), n‹o porque causou 
a morte de alguŽm (atŽ porque este resultado Ž irrelevante e n‹o fora 
diretamente provocado pelo agente), mas porque descumpriu um comando legal. 
Entretanto, o art. 13, ¤ 2¡ do CP diz o seguinte: 
¤ 2¼ - A omiss‹o Ž penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para 
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obriga‹o de cuidado, prote‹o ou vigil‰ncia; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrncia do resultado. 
 
Esse artigo estabelece o crime omissivo impr—prio. Nesses crimes, 
quando o agente se omite na presta‹o do socorro ele n‹o responde por omiss‹o 
de socorro (art. 135 do CP), mas responde pelo resultado ocorrido (por exemplo, 
a morte da pessoa a quem ele deveria proteger). 
EXEMPLO: O pai, querendo matar o filho de 06 meses, sai de casa e vai 
viajar, permanecendo fora por 03 semanas. Quando retorna, o filho est‡ morto 
(por inani‹o). 
 
Mas como se pode dizer que a conduta do pai matou o filho? Tecnicamente 
falando, a conduta do pai n‹o gerou a morte do filho. O que gerou a morte do 
filho foi a ausncia de alimento e ‡gua. Entretanto, pela teoria natural’stico-
normativa, a ele Ž imputado o resultado, em raz‹o do seu descumprimento 
do dever de vigil‰ncia e cuidado. 
 
 
7 DOTTI, RenŽ Ariel. Op. cit. p. 397 
8 ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 246/247 
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Assim, lembrem-se: nos crimes omissivos impr—prios (crimes comissivos 
cujo resultado Ž imputado a alguŽm em raz‹o de sua indevida omiss‹o) a rela‹o 
de causalidade que liga a conduta do agente (uma omiss‹o) ao resultado NÌO 
ƒ FêSICA (pois a omiss‹o n‹o d‡ causa ao resultado), mas NORMATIVA, ou seja, 
o resultado Ž a ele imputado em raz‹o do descumprimento da norma (omitir-se, 
quando deveria agir), num racioc’nio de presun‹o: se o agente tivesse agido, 
possivelmente teria evitado o resultado; como n‹o o fez, vai responder por ele. 
 
1.3.2!Resultado natural’stico 
O resultado natural’stico Ž a modifica‹o do mundo real provocada 
pela conduta do agente.9 
Entretanto, apenas nos crimes chamados materiais se exige um 
resultado natural’stico. Nos crimes formais e de mera conduta n‹o h‡ essa 
exigncia. 
Os crimes formais s‹o aqueles nos quais o resultado natural’stico pode 
ocorrer, mas a sua ocorrncia Ž irrelevante para o Direito Penal. J‡ os 
crimes de mera conduta s‹o crimes em que n‹o h‡ um resultado 
natural’stico poss’vel. Vou dar um exemplo de cada um dos trs: 
¥! Crime material Ð Homic’dio. Para que o homic’dio seja consumado, Ž 
necess‡rio que a v’tima venha a —bito. Caso isso n‹o ocorra, estaremos 
diante de um homic’dio tentado (ou les›es corporais culposas); 
¥! Crime formal Ð Extors‹o (art. 158 do CP). Para que o crime de extors‹o 
se consume n‹o Ž necess‡rio que o agente obtenha a vantagem il’cita, 
bastando o constrangimento ˆ v’tima; 
¥! Crime de mera conduta Ð Invas‹o de domic’lio. Nesse caso, a mera 
presena do agente, indevidamente, no domic’lio da v’tima caracteriza o 
 
9 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 354 
CRIMES
COMISSIVOS
RELAÇÃO	DE	
CAUSALIDADE
FÍSICA	OU	
NATURAL
RESULTADO
NATURALÍSTICO
CRIMES COMISSIVOS	
POR	OMISSÃO
(OMISSIVOS	
IMPRÓPRIOS)
RELAÇÃO	DE	
CAUSALIDADE	
NORMATIVA
RESULTADO
NATURALÍSTICO
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 crime. N‹o h‡ um resultado previsto para esse crime. Qualquer outra 
conduta praticada a partir da’ configura crime aut™nomo (furto, roubo, 
homic’dio, etc.). 
 
 
AlŽm do resultado natural’stico (que nem sempre estar‡ 
presente), h‡ tambŽm o resultado jur’dico (ou normativo), 
que Ž a les‹o ao bem jur’dico tutelado pela norma penal. Esse 
resultado sempre estar‡ presente! Cuidado com isso! Assim, 
se a banca perguntar: ÒH‡ crime sem resultado jur’dico?Ó A 
resposta Ž NÌO!10 
 
1.3.3!Nexo de Causalidade 
Nos termos do art. 13 do CP: 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existncia do crime, somente Ž imput‡vel 
a quem lhe deu causa. Considera-se causa a a‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado 
n‹o teria ocorrido. 
 
Assim, o nexo de causalidade pode ser entendido como o v’nculo que une 
a conduta do agente ao resultado natural’stico ocorrido no mundo exterior. 
Portanto, s— se aplica aos crimes materiais! 
Algumas teorias existem acerca do nexo de causalidade: 
¥!TEORIA DA EQUIVALæNCIA DOS ANTECEDENTES (OU DA CONDITIO 
SINE QUA NON) Ð Para esta teoria, Ž considerada causa do crime toda conduta 
sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido. Assim, para se saber se uma conduta 
Ž ou n‹o causa do crime, devemos retir‡-la do curso dos acontecimentos e ver 
se, ainda assim, o crime ocorreria (Processo hipotŽtico de elimina‹o de 
ThyrŽn). EXEMPLO: Marcelo acorda de manh‹, toma cafŽ, compra uma arma e 
encontra Jœlio, seu desafeto, disparando trs tiros contra ele, causando-lhe a 
morte. Retirando-se do curso o cafŽ tomado por Marcelo, conclu’mos que o 
resultado teria ocorrido do mesmo jeito. Entretanto, se retirarmos a compra da 
arma do curso do processo, o crime n‹o teria ocorrido. 
O inconveniente claro desta teoria Ž que ela permite que se coloquem como 
causa situa›es absurdas, como a venda da arma ou atŽ mesmo o nascimento 
do agente, j‡ que se os pais n‹o tivessem colocado a criana no mundo, o crime 
n‹o teria acontecido. Isso Ž um absurdo! 
Assim, para solucionar o problema, criou-se outro filtro que Ž o dolo. 
Logo, s— ser‡ considerada causa a conduta que Ž indispens‡vel ao 
resultado e que foi querida pelo agente. Assim, no exemplo anterior, o 
 
10 Pelo princ’pio da ofensividade, n‹o Ž poss’vel haver crime sem resultado jur’dico. BITENCOURT, Cezar 
Roberto. Op. cit., p. 354 
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 vendedor da arma n‹o seria responsabilizado, pois nada mais fez que vender seu 
produto, n‹o tendo a inten‹o (nem sequer imaginou) de ver a morte de Jœlio. 
Nesse sentido: 
CAUSA = conduta indispens‡vel ao resultado + que tenha 
sido prevista e querida por quem a praticou 
 
Podemos dizer, ent‹o, que a causalidade aqui n‹o Ž meramente f’sica, mas 
tambŽm, psicol—gica. 
Essa foi a teoria adotada pelo C—digo Penal, como regra. 
 
¥!TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA Ð Trata-se de teoria tambŽm 
adotada pelo C—digo Penal, porŽm, somente em uma hip—tese muito espec’fica. 
Trata-se da hip—tese de concausa superveniente relativamente 
independente que, por si s—, produz o resultado11. Como assim? Vamos 
explicar desde o comeo! 
As concausas s‹o circunst‰ncias que atuam paralelamente ˆ conduta 
do agente em rela‹o ao resultado. As concausas podem ser: absolutamente 
independentes e relativamente independentes. 
As concausas absolutamente independentes s‹o aquelas que n‹o se 
juntam ˆ conduta do agente para produzir o resultado, e podem ser 
preexistentes (existiam antes da conduta), concomitantes (surgiram durante a 
conduta) e supervenientes (surgiram ap—s a conduta). Exemplos: 
EXEMPLO (1) Pedro resolve matar Jo‹o, e coloca veneno em seu drink. 
PorŽm, Pedro n‹o sabe que Marcelo tambŽm queria matar Jo‹o e minutos 
antes tambŽm havia colocado veneno no drink de Jo‹o, que vem a morrer em 
raz‹o do veneno colocado por Marcelo. Nesse caso, a concausa preexistente 
(conduta de Marcelo) produziu por si s— o resultado (morte). Nesse caso, Pedro 
responder‡ somente por tentativa de homic’dio. 
__________________________________________________ 
EXEMPLO (2) Pedro resolve matar Jo‹o, e comea a disparar contra ele 
projŽteis de arma de fogo. Entretanto, durante a execu‹o, o teto da casa de 
Jo‹o desaba sobre ele, vindo a causar-lhe a morte. Aqui, a causa concomitante 
(queda do teto) produziu isoladamente o resultado (morte). Portanto, Pedro 
responde somente por homic’dio tentado. 
__________________________________________________ 
EXEMPLO (3) Pedro resolve matar Jo‹o, desta vez, ministrando em sua 
bebida certa dose de veneno. Entretanto, antes que o veneno faa efeito, 
Marcelo aparece e dispara 10 tiros de pistola contra Jo‹o, o mantando. Nesse 
caso, Pedro responder‡ somente por homic’dio tentado. 
 
11 CUNHA, RogŽrio Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. 7¼ edi‹o. Ed. Juspodivm. Salvador, 
2015, p. 232/233 
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 __________________________________________________ 
Em todos estes casos o agente NÌO responde pelo resultado ocorrido. 
Por qual motivo? Sua conduta NÌO FOI a causa da morte (aplica-se a 
pr—pria e j‡ falada teoria da equivalncia dos antecedentes). Se suprimirmos 
a conduta de cada um destes agentes (nos trs exemplos), o resultado morte 
ainda assim teria ocorrido da mesma forma. Logo, a conduta dos agentes 
NÌO Ž considerada causa. 
 
Entretanto, pode ocorrer de a concausa n‹o produzir por si s— o resultado 
(absolutamente independente), afastando o nexo entre a conduta do agente e o 
resultado, mas unir-se ˆ conduta do agente e, juntas, produzirem o resultado. 
Essas s‹o as chamadas concausas relativamente independentes, que 
tambŽm podem ser preexistentes, concomitantes ou supervenientes. 
Mais uma vez, vou dar um exemplo de cada uma das trs e explicar quais 
os efeitos jur’dico-penais em rela‹o ao agente. Primeiro comearei pelas 
preexistentes e concomitantes. Ap—s, falarei especificamente sobre as 
supervenientes. 
EXEMPLO (1) Caio decide matar Maria, desferindo contra ela golpes de fac‹o, 
causando-lhe a morte. Entretanto, Maria era hemof’lica (condi‹o conhecida 
por Caio), tendo a doena contribu’do em grande parte para seu —bito. 
Nesse caso, embora a doena (concausa preexistente) tenha contribu’do para 
o —bito, Caio responde por homic’dio consumado. Por qual motivo? Sua 
conduta FOI a causa da morte (aplica-se a pr—pria e j‡ falada teoria da 
equivalncia dos antecedentes). Se suprimirmos a conduta de Caio, o 
resultado teria ocorrido? N‹o. Caio teve a inten‹o de produzir o resultado? 
Sim. Logo, responde pelo resultado (homic’dio consumado). 
___________________________________________________ 
EXEMPLO (2) Pedro resolve matar Jo‹o, e coloca em seu drink determinada 
dose de veneno. Ao mesmo tempo, Ricardo faz a mesma coisa. Pedro e Ricardo 
querem a mesa coisa, mas n‹o se conhecem nem sabem da conduta um do 
outro. Jo‹o ingere a bebida e acaba falecendo. A per’cia comprova que 
qualquer das doses de veneno, isoladamente, n‹o seria capaz de produzir o 
resultado. PorŽm, a soma de esforos de ambas (a soma das quantidades de 
veneno) produziu o resultado. Assim, Pedro responde por homic’dio 
consumado. 
Por qual motivo? Sua conduta FOI a causa da morte (aplica-se a pr—pria 
e j‡ falada teoria da equivalncia dos antecedentes). Se suprimirmos a 
conduta de Pedro, o resultado teria ocorrido? N‹o. Pedro teve a inten‹o de 
produzir o resultado? Sim. Logo, responde pelo resultado (homic’dio 
consumado). 
 
AtŽ aqui n—s conseguimos resolver todos os casos pela teoria da equivalncia 
dos antecedentes, da seguinte forma: 
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 ¥! Nas concausas absolutamente independentes Ð Em todos os 
casos a conduta do agente n‹o contribuiu para o resultado. Logo, 
pelo ju’zo hip—tese de elimina‹o, a conduta do agente n‹o foi causa. 
Portanto, n‹o responde pelo resultado. 
¥! Nas concausas relativamente independentes (Preexistentes e 
concomitantes) Ð Em todos os casos a conduta do agente 
contribuiu para o resultado. Logo, pelo ju’zo hip—tese de elimina‹o, 
a conduta do agente foi causa. Portanto, responde pelo resultado. 
 
Agora Ž que a coisa complica um pouco. 
No caso das concausas supervenientes relativamente independentes, 
podem acontecer duas coisas: 
§! A causa superveniente produz por si s— o resultado 
§! A causa superveniente se agrega ao desdobramento natural da 
conduta do agente e ajuda a produzir o resultado. 
 
EXEMPLO (1) - Pedro resolve matar Jo‹o (insistente esse cara!), e dispara 25 
tiros contra ele, usando seu Fuzil Autom‡tico Ligeiro-Fal, CALIBRE 7.62 (agora 
vai!). Jo‹o fica estirado no ch‹o, Ž socorrido por uma ambul‰ncia e, no caminho 
para o Hospital, sofre um acidente de carro (a ambul‰ncia bate de frente com 
uma carreta) e vem a morrer em raz‹o do acidente, n‹o dos ferimentos 
causados por Pedro. 
Nesse caso, Pedro responde apenas por tentativa de homic’dio. 
Por qual motivo? Sua conduta n‹o foi a causa da morte. Mas, se 
suprimirmos a conduta de Pedro, o resultado teria ocorrido? N‹o. Pedro teve a 
inten‹o de produzir o resultado? Sim. 
Ent‹o por que n‹o responde pelo resultado?? 
Aqui o CP adotou a teoria da causalidade adequada. A causa 
superveniente (acidente de tr‰nsito) produziu por si s— o resultado, j‡ que o 
acidente de ambul‰ncia n‹o Ž o desdobramento natural de um disparo de arma 
de fogo (esse resultado n‹o Ž consequncia natural e previs’vel da conduta do 
agente12). 
Perceba que a concausa superveniente (acidente de carro), apesar de 
produzir sozinha o resultado, n‹o Ž absolutamente independente, pois 
se n‹o fosse a conduta de Pedro, o acidente n‹o teria ocorrido (j‡ que a v’tima 
n‹o estaria na ambul‰ncia). 
Por isso dizemos que, aqui, temos:§! Concausa superveniente relativamente independente Ð A conduta 
de Pedro Ž relevante para o resultado. 
 
12 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Ð Parte Geral. Ed. Saraiva, 21¼ edi‹o. S‹o Paulo, 
2015, p. 324/325 
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 §! Que por si s— produziu o resultado Ð Apesar disso, a conduta de Pedro 
foi relevante apenas por CRIAR A SITUA‚ÌO, mas n‹o foi a respons‡vel 
efetiva pela morte. 
 
EXEMPLO (2) - No mesmo exemplo anterior, Jo‹o Ž socorrido e chegando ao 
Hospital, Ž submetido a uma cirurgia. Durante a cirurgia, o ferimento infecciona 
e Jo‹o morre por infec‹o. Nesse caso, a causa superveniente (infec‹o 
hospitalar) n‹o produziu por si s— o resultado, tendo se agregado aos 
ferimentos para causar a morte de Jo‹o. Nesse caso, Pedro responde por 
homic’dio consumado. 
 
Mas qual a diferena entre o exemplo (1) e o exemplo (2)? A diferena 
b‡sica reside no fato de que: 
§! No exemplo (1) Ð A conduta do agente Ž relevante em apenas um 
momento: por criar a situa‹o (necessidade de ser transportado pela 
ambul‰ncia). 
§! No exemplo (2) - A conduta do agente Ž relevante em dois 
momentos: (a) cria a situa‹o, ao fazer com que a v’tima tenha que 
ser operada; (b) contribui para o pr—prio resultado (j‡ que a infec‹o 
do ferimento n‹o Ž um novo nexo causal). 
 
Segue abaixo um esquema para melhor compreens‹o: 
 
 
 
CONCAUSAS
ABSOLUTAMENTE
INDEPENDENTES
AGENTE	NÃO	
RESPONDE	PELO	
RESULTADO,	POIS	
SUA	CONDUTA	
NÃO	FOI	CAUSA.
TEORIA DA	
EQUIVALÊNCIA	DOS	
ANTECEDENTES
RELATIVAMENTE
INDEPENDENTES
PREEXISTENTES
OU	
CONCOMITANTES
AGENTE	RESPONDE	PELO	
RESULTADO,	POIS	SUA	
CONDUTA	FOI	CAUSA.
TEORIA DA	
EQUIVALÊNCIA	DOS	
ANTECEDENTES
SUPERVENIENTES
PRODUZIU SOZINHA	
O	RESULTADO	- NÃO	
RESPONDE	PELO	
RESULTADO.	É	
CAUSA,	MAS	NÃO	É	
CAUSA	ADEQUADA.
TEORIA DA	
CAUSALIDADE	
ADEQUADA
NÃO	PRODUZIU	
SOZINHA	O	
RESULTADO	-
RESPONDE	PELO	
RESULTADO		- FOI	
CAUSA
TEORIA DA	
EQUIVALÊNCIA	DOS	
ANTECEDENTES
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 ¥! TEORIA DA IMPUTA‚ÌO OBJETIVA Ð A teoria da imputa‹o objetiva, que 
foi melhor desenvolvida por Roxin13, tem por finalidade ser uma teoria mais 
completa em rela‹o ao nexo de causalidade, em contraposi‹o ˆs "vigentes" 
teoria da equivalncia das condi›es e teoria da causalidade adequada. 
Para a teoria da imputa‹o objetiva, a imputa‹o s— poderia ocorrer quando o 
agente tivesse dado causa ao fato (causalidade f’sica) mas, ao mesmo tempo, 
houvesse uma rela‹o de causalidade NORMATIVA, assim compreendida como 
a cria‹o de um risco n‹o permitido para o bem jur’dico que se pretende 
tutelar. Para esta teoria, a conduta deve: 
a)!Criar ou aumentar um risco Ð Assim, se a conduta do agente n‹o aumentou 
nem criou um risco, n‹o h‡ crime14. Exemplo cl‡ssico: JosŽ conversa com 
Paulo na calada. Pedro, inimigo de Paulo, atira um vaso de planta do 10¼ 
andar, com a finalidade de matar Paulo. JosŽ v que o vaso ir‡ cair sobre a 
cabea de Paulo e o empurra. Paulo cai no ch‹o e fratura levemente o brao. 
Neste caso, JosŽ deu causa (causalidade f’sica) ˆs les›es corporais sofridas 
por Paulo. Contudo, sua conduta n‹o criou nem aumentou um risco. Ao 
contr‡rio, JosŽ diminuiu um risco, ao evitar a morte de Paulo. 
b)!Risco deve ser proibido pelo Direito Ð Aquele que cria um risco de les‹o para 
alguŽm, em tese n‹o comete crime, a menos que esse risco seja proibido pelo 
Direito. Assim, o filho que manda os pais em viagem para a Europa, na 
inten‹o de que o avi‹o caia, os pais morram, e ele receba a herana, n‹o 
comete crime, pois o risco por ele criado n‹o Ž proibido pelo Direito. 
c)! Risco deve ser criado no resultado Ð Assim, um crime n‹o pode ser imputado 
ˆquele que n‹o criou o risco para aquela ocorrncia. Explico: Imaginem que 
JosŽ ateia fogo na casa de Maria. JosŽ causou um risco, n‹o permitido pelo 
Direito. Deve responder pelo crime de incndio doloso, art. 250 do CP. 
Entretanto, Maria invade a casa em chamas para resgatar a œnica foto que 
restou de seu filho falecido, sendo lambida pelo fogo, vindo a falecer. Nesse 
caso, JosŽ n‹o responde pelo crime de homic’dio, pois o risco por ele criado 
n‹o se insere nesse resultado, que foi provocado pela conduta exclusiva de 
Maria. 
 
1.3.4!Tipicidade 
A tipicidade pode ser de duas ordens: tipicidade formal e tipicidade 
material. 
A tipicidade formal nada mais Ž que a adequa‹o da conduta do agente 
a uma previs‹o t’pica (norma penal que prev o fato e lhe descreve como 
crime). Assim, o tipo do art. 121 Ž: Òmatar alguŽmÓ. Portanto, quando Marcio 
esfaqueia Luiz e o mata, est‡ cometendo fato t’pico (tipicidade formal), pois est‡ 
praticando uma conduta que encontra previs‹o como tipo penal. 
 
13 ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 362/411 
14 ROXIN, Claus. Op. cit., p. 365 
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 N‹o h‡ muito o que se falar acerca da tipicidade formal. Basta que o 
intŽrprete proceda ao cotejo entre a conduta praticada no caso concreto e 
a conduta prevista na Lei Penal (subsun‹o). Se a conduta praticada se 
amoldar ˆquela prevista na Lei Penal, o fato ser‡ t’pico, ou seja, haver‡ 
adequa‹o t’pica, por estar presente o elemento ÒtipicidadeÓ. 
 
 
CUIDADO! Nem sempre a conduta praticada pelo agente se 
amolda perfeitamente ao tipo penal (adequa‹o imediata). 
Ës vezes Ž necess‡rio que se proceda ˆ an‡lise de outro 
dispositivo da Lei Penal para se chegar ˆ conclus‹o de 
que um fato Ž t’pico (adequa‹o mediata). Por exemplo: 
Imaginem que Abreu (El Loco) dispara contra Adriano (El 
Imperador), que n‹o morre. Nesse caso, como dizer que 
Abreu praticou fato t’pico (homic’dio tentado), se o art. 
121 diz ÒmatarÓ alguŽm, o que n‹o ocorreu? Nessa 
hip—tese, conjuga-se o art. 121 do CP com seu art. 14, II, que 
diz ser o crime pun’vel na modalidade tentada. Isso tambŽm 
se aplica aos crimes omissivos impr—prios (art. 13, ¤ 2¡ do 
CP). 
 
Assim, a adequa‹o t’pica pode ser: 
⇒! Imediata (direta) Ð Conduta do agente Ž exatamente aquela descrita 
na norma penal incriminadora. Ex.: JosŽ atira em Maria, querendo sua 
morte, e Maria morre. H‡ adequa‹o t’pica imediata ao tipo penal do 
art. 121 do CP. 
⇒!Mediata (indireta) Ð A conduta do agente n‹o corresponde 
exatamente ao que diz o tipo penal, sendo necess‡ria uma norma de 
extens‹o. Ex.: Paulo empresta a arma para que JosŽ mate Maria, o 
que efetivamente ocorre. Paulo n‹o praticou a conduta de Òmatar 
alguŽmÓ, logo, a adequa‹o t’pica depende do art. 29 do CP (que 
determina que os part’cipes respondam pelo crime). Assim: art. 121 
+ art. 29 do CP. 
 
Por fim, temos ainda a tipicidade material, que Ž a ocorrncia de uma 
ofensa (les‹o ou exposi‹o a risco) significativa ao bem jur’dico. 
Assim, n‹o haver‡ tipicidade material quando a conduta, apesar de 
formalmente t’pica (prevista na Lei como crime), n‹o for capaz de afetar 
significativamente o bem jur’dico protegido pela norma. Um exemplo disso ocorre 
nas hip—teses em que h‡ aplica‹o do princ’pio da insignific‰ncia.EXEMPLO: JosŽ subtrai uma folha de papel em branco, pertencente ˆ escola em 
que o filho estuda. Neste caso, a conduta Ž formalmente t’pica (est‡ prevista na 
Lei como crime de furto). Todavia, n‹o h‡ tipicidade material, j‡ que n‹o Ž uma 
conduta capaz de ofender significativamente o bem jur’dico protegido pela norma 
(o patrim™nio da escola). 
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1.4!Crime doloso e crime culposo 
O dolo e a culpa s‹o o que se pode chamar de elementos subjetivos do 
tipo penal. 
Com o finalismo de HANS WELZEL, o dolo e a culpa (elementos 
subjetivos) foram transportados da culpabilidade para o fato t’pico15 
(conduta). Assim, a conduta (no finalismo) n‹o Ž mais apenas objetiva, sin™nimo 
de a‹o humana, mas sim a a‹o humana dirigida a um fim (il’cito ou n‹o). 
Vamos estudar cada um destes elementos separadamente. 
 
1.4.1!Crime doloso 
O dolo Ž o elemento subjetivo do tipo, consistente na vontade, livre e 
consciente, de praticar o crime (dolo direto), ou a assun‹o do risco produzido 
pela conduta (dolo eventual). Nos termos do art. 18 do CP: 
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
Crime doloso(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Inclu’do 
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
 
O dolo direto, que Ž o elemento subjetivo cl‡ssico do crime, Ž composto 
pela conscincia de que a conduta pode lesar um bem jur’dico mais a vontade de 
lesar este bem jur’dico. Esses dois elementos (conscincia + vontade) 
formam o que se chama de dolo natural. 
Antigamente, quando o dolo pertencia ˆ culpabilidade, a esses dois 
elementos era acrescido mais um elemento, que era a conscincia da 
ilicitude. Esse era o chamado dolo normativo. Atualmente, com a 
transposi‹o do dolo e da culpa para o fato t’pico, os elementos normativos 
ficaram na culpabilidade e a conscincia da ilicitude tambŽm, passando, ainda a 
ser meramente potencial. 
Desta maneira, podemos dizer que no finalismo o dolo Ž natural e 
no causalismo o dolo Ž normativo. 
O dolo eventual, por sua vez, consiste na conscincia de que a 
conduta pode gerar um resultado criminoso, mais a assun‹o desse 
risco, mesmo diante da probabilidade de algo dar errado. Trata-se de 
hip—tese na qual o agente n‹o tem vontade de produzir o resultado criminoso 
(n‹o o que aconteceu, embora possa ser outro), mas, analisando as 
circunst‰ncias, sabe que este resultado pode ocorrer e n‹o se importa, age da 
mesma maneira. 
 
15 BITENCOURT, Op. cit., p. 290/291 
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 EXEMPLO: Imagine que Renato, dono de um s’tio, e apreciador da pr‡tica do 
tiro esportivo, decida levantar s‡bado pela manh‹ e praticar tiro no seu terreno, 
mesmo sabendo que as balas possuem longo alcance e que h‡ casas na 
vizinhana. Renato atŽ n‹o quer que ninguŽm seja atingido, mas sabe que isso 
pode ocorrer e n‹o se importa, pratica a conduta assim mesmo. Nesse caso, se 
Renato atingir alguŽm, causando-lhe les›es ou mesmo a morte, estar‡ 
praticando homic’dio doloso por dolo eventual. 
 
O dolo pode ser, ainda: 
¥! Dolo genŽrico Ð Atualmente, com o finalismo, passou a ser chamado 
simplesmente de dolo, que Ž, basicamente, a vontade de praticar a 
conduta descrita no tipo penal, sem nenhuma outra finalidade; 
¥! Dolo espec’fico, ou especial fim de agir Ð Em contraposi‹o ao 
dolo genŽrico, nesse caso o agente n‹o quer somente praticar a 
conduta t’pica, mas o faz por alguma raz‹o especial, com 
alguma finalidade espec’fica. ƒ o caso do crime de injœria, por 
exemplo, no qual o agente deve n‹o s— praticar a conduta, mas deve 
faz-lo com a inten‹o de ofender a honra subjetiva da v’tima; 
¥! Dolo direto de primeiro grau Ð Trata-se do dolo comum, aquele 
no qual o agente tem a vontade direcionada para a produ‹o do 
resultado, como no caso do homicida que procura sua v’tima e a mata 
com disparos de arma de fogo; 
¥! Dolo direto de segundo grau Ð TambŽm chamado de Òdolo de 
consequncias necess‡riasÓ, se assemelha ao dolo eventual, mas 
com ele n‹o se confunde. Aqui o agente possui uma vontade, mas 
sabe que para atingir sua finalidade, existem efeitos colaterais 
que ir‹o NECESSARIAMENTE lesar outros bens jur’dicos. 
Diferentemente do dolo eventual, aqui a ocorrncia da les‹o ao 
bem jur’dico n‹o visado Ž certa, e n‹o apenas prov‡vel. 
Imagine o caso de alguŽm que, querendo matar certo executivo, 
coloca uma bomba no avi‹o em que este se encontra. Ora, nesse 
caso, o agente age com dolo de primeiro grau em face da v’tima 
pretendida, e dolo de segundo grau face aos demais ocupantes do 
avi‹o, pois Ž certo que tambŽm morrer‹o, embora este n‹o seja o 
objetivo do agente; 
¥! Dolo geral, por erro sucessivo, ou aberratio causae Ð Ocorre 
quando o agente, acreditando ter alcanado seu objetivo, pratica 
nova conduta, com finalidade diversa, mas depois se constata que 
esta œltima foi a que efetivamente causou o resultado. Trata-se de 
erro na rela‹o de causalidade, pois embora o agente tenha 
conseguido alcanar a finalidade proposta, somente o 
alcanou atravŽs de outro meio, que n‹o tinha direcionado 
para isso. Exemplo: Imagine a m‹e que, querendo matar o pr—prio 
filho de 05 anos, o estrangula e, com medo de ser descoberta, o joga 
num rio. Posteriormente a criana Ž encontrada e se descobre que a 
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 v’tima morreu por afogamento. Nesse caso, embora a m‹e n‹o tenha 
querido matar o filho afogado, mas por estrangulamento, isso Ž 
irrelevante penalmente, importando apenas o fato de que a m‹e 
alcanou o fim pretendido (morte do filho), ainda que por outro meio, 
devendo, pois, responder por homic’dio consumado; 
¥! Dolo alternativo Ð O agente pratica a conduta visando um resultado 
ou outro, tanto faz. Ex.: JosŽ atira uma pedra em Maria, querendo 
mat‡-la ou lesion‡-la, tanto faz. O dolo alternativo Ž considerado 
espŽcie de dolo indireto, assim como o dolo eventual. 
¥! Dolo antecedente, atual e subsequente Ð O dolo antecedente Ž o 
que se d‡ antes do in’cio da execu‹o da conduta. O dolo atual Ž o 
que est‡ presente enquanto o agente se mantŽm exercendo a 
conduta, e o dolo subsequente ocorre quando o agente, embora 
tendo iniciado a conduta com uma finalidade l’cita, altera seu ‰nimo, 
passando a agir de forma il’cita. Esse œltimo caso Ž o que ocorre no 
caso, por exemplo, do crime de apropria‹o indŽbita (art. 168 do CP), 
no qual o agente recebe o bem de boa-fŽ, obrigando-se devolv-lo, 
mas, posteriormente, muda de idŽia e n‹o devolve o bem nas 
condi›es ajustadas, passando a agir de maneira il’cita. 
 
1.4.2!Crime culposo 
Se no crime doloso o agente quis o resultado, sendo este seu objetivo, ou 
assumiu o risco de sua ocorrncia, embora n‹o fosse originalmente pretendido o 
resultado, no crime culposo a conduta do agente Ž destinada a um determinado 
fim (que pode ser l’cito ou n‹o), tal qual no dolo eventual, mas pela viola‹o a 
um dever de cuidado, o agente acaba por lesar um bem jur’dico de terceiro, 
cometendo crime culposo. 
A viola‹o ao dever objetivo de cuidado pode se dar de trs maneiras:¥! Negligncia Ð O agente deixa de tomar todas as cautelas 
necess‡rias para que sua conduta n‹o venha a lesar o bem jur’dico 
de terceiro. ƒ o famoso relapso. Aqui o agente deixa de fazer algo 
que deveria; 
¥! Imprudncia Ð ƒ o caso do afoito, daquele que pratica atos 
temer‡rios, que n‹o se coadunam com a prudncia que se deve ter 
na vida em sociedade. Aqui o agente faz algo que a prudncia 
n‹o recomenda; 
¥! Imper’cia Ð Decorre do desconhecimento de uma regra tŽcnica 
profissional. Assim, se o mŽdico, ap—s fazer todos os exames 
necess‡rios, d‡ diagn—stico errado, concedendo alto ao paciente e 
este vem a —bito em decorrncia da alta concedida, n‹o h‡ 
negligncia, pois o profissional mŽdico adotou todos os cuidados 
necess‡rios, mas em decorrncia de sua falta de conhecimento 
tŽcnico, n‹o conseguiu verificar qual o problema do paciente, o que 
acabou por ocasionar seu falecimento; 
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A punibilidade da culpa se fundamenta no desvalor do resultado praticado 
pelo agente, embora o desvalor da conduta seja menor, pois n‹o deriva de uma 
deliberada a‹o contr‡ria ao direito. 
O CP prev o crime culposo em seu art. 18, II: 
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
Crime culposo(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudncia, negligncia ou 
imper’cia. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
 
O crime culposo Ž composto de: 
¥! Uma conduta volunt‡ria Ð Dirigida a um fim l’cito, ou quando il’cito, 
n‹o Ž destinada ˆ produ‹o do resultado ocorrido. 
¥! A viola‹o a um dever objetivo de cuidado Ð Que pode se dar 
por negligncia, imprudncia ou imper’cia. 
¥! Um resultado natural’stico involunt‡rio Ð O resultado produzido 
n‹o foi querido pelo agente (salvo na culpa impr—pria). 
¥! Nexo causal Ð Rela‹o de causa e efeito entre a conduta do agente 
e o resultado ocorrido no mundo f‡tico. 
¥! Tipicidade Ð O fato deve estar previsto como crime. Em regra, os 
crimes s— podem ser praticados na forma dolosa, s— podendo ser 
punidos a t’tulo de culpa quando a lei expressamente determinar. 
Essa Ž a regra do ¤ œnico do art. 18 do CP: Par‡grafo œnico - Salvo os 
casos expressos em lei, ninguŽm pode ser punido por fato previsto como 
crime, sen‹o quando o pratica dolosamente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 
11.7.1984). 
¥! Previsibilidade objetiva - O resultado ocorrido deve ser previs’vel 
mediante um esforo intelectual razo‡vel. ƒ chamada previsibilidade 
do homem mŽdio. Assim, se uma pessoa comum, de inteligncia 
mediana, seria capaz de prever aquele resultado, est‡ presente este 
requisito. Se o resultado n‹o for previs’vel objetivamente, o fato Ž 
um indiferente penal. Por exemplo: Se M‡rio, nas dunas de Natal, d‡ 
um chute em Jo‹o, a fim de causar-lhe les›es leves, e Jo‹o vem a 
cair e bater com a cabea sobre um motor de Bugre que estava 
enterrado sob a areia, vindo a falecer, M‡rio n‹o responde por 
homic’dio culposo, pois seria inimagin‡vel a qualquer pessoa prever 
que naquele local a v’tima poderia bater com a cabea em algo 
daquele tipo e vir a falecer. 
 
A culpa, por sua vez, pode ser de diversas modalidades: 
¥! Culpa consciente e inconsciente Ð Na culpa consciente, o agente 
prev o resultado como poss’vel, mas acredita que este n‹o ir‡ 
ocorrer. Na culpa inconsciente (ex ignorantia), o agente n‹o prev 
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 que o resultado possa ocorrer. A culpa consciente se aproxima muito 
do dolo eventual, pois em ambos o agente prev o resultado e mesmo 
assim age. Entretanto, a diferena Ž que, enquanto no dolo eventual 
o agente assume o risco de produzi-lo, n‹o se importando com 
a sua ocorrncia, na culpa consciente o agente n‹o assume o 
risco de produzir o resultado, pois acredita, sinceramente, que ele 
n‹o ocorrer‡. 
¥! Culpa pr—pria e culpa impr—pria Ð A culpa pr—pria Ž aquela na 
qual o agente NÌO QUER O RESULTADO criminoso. ƒ a culpa 
propriamente dita. Pode ser consciente, quando o agente prev o 
resultado como poss’vel, ou inconsciente, quando n‹o h‡ essa 
previs‹o. Na culpa impr—pria, o agente quer o resultado, mas, 
por erro inescus‡vel, acredita que o est‡ fazendo amparado 
por uma causa excludente da ilicitude ou da culpabilidade. ƒ o 
caso do pai que, percebendo um barulho na madrugada, se levanta e 
avista um vulto, determinando sua imediata parada. Como o vulto 
continua, o pai dispara trs tiros de arma de fogo contra a v’tima, 
acreditando estar agindo em leg’tima defesa de sua fam’lia. No 
entanto, ao verificar a v’tima, percebe que o vulto era seu filho de 16 
anos que havia sa’do escondido para assistir a um show de Rock no 
qual havia sido proibido de ir. Nesse caso, embora o crime seja 
naturalmente doloso (pois o agente quis o resultado), por quest›es 
de pol’tica criminal o C—digo determina que lhe seja aplicada a pena 
correspondente ˆ modalidade culposa. Nos termos do art. 20, ¤ 1¡ 
do CP: 
Art. 20 (...) ¤ 1¼ - ƒ isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas 
circunst‰ncias, sup›e situa‹o de fato que, se existisse, tornaria a a‹o leg’tima. 
N‹o h‡ isen‹o de pena quando o erro deriva de culpa e o fato Ž pun’vel como 
crime culposo.(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
 
Cuidado! N‹o existe a chamada Òcompensa‹o de culpasÓ no Direito Penal 
brasileiro. EXEMPLO: Imaginem que Jœlio, dirigindo seu ve’culo, avana o sinal 
vermelho e colide com o ve’culo de Carlos, que vinha na contram‹o. Ambos 
agiram com culpa e causaram-se les›es corporais. Nesse caso, ambos 
respondem pelo crime de les›es corporais, um em face do outro. 
 
1.4.3!Crime preterdoloso 
H‡ ainda a figura do crime preterdoloso (ou preterintencional). O 
crime preterdoloso ocorre quando o agente, com vontade de praticar determinado 
crime (dolo), acaba por praticar crime mais grave, n‹o com dolo, mas por culpa. 
Um exemplo cl‡ssico Ž o crime de les‹o corporal seguida de morte, previsto no 
art. 129, ¤ 3¡ do CP. Nesse crime o agente provoca les›es corporais na v’tima, 
mediante conduta dolosa. No entanto, em raz‹o de sua imprudncia na execu‹o 
(excesso), acabou por provocar a morte da v’tima, que era um resultado n‹o 
pretendido (culpa). 
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 A Doutrina distingue, no entanto, o crime preterdoloso do crime 
qualificado pelo resultado16. Para a Doutrina, o crime qualificado pelo 
resultado Ž um gnero, do qual o crime preterdoloso Ž espŽcie. Um crime 
qualificado pelo resultado Ž aquele no qual, ocorrendo determinado 
resultado, teremos a aplica‹o de uma circunst‰ncia qualificadora. Aqui 
Ž irrelevante se o resultado que qualifica o crime Ž doloso ou culposo. No delito 
preterdoloso, o resultado que qualifica o crime Ž, necessariamente, 
culposo. Ou seja, h‡ dolo na conduta inicial e culpa em rela‹o ao 
resultado que efetivamente ocorre. 
 
EXEMPLO: Mariana agride Luciana com a inten‹o apenas de lesion‡-la (dolo de 
praticar o crime de les‹o corporal). Contudo, em raz‹o da fora empregada por 
Mariana, Luciana cai e bate com a cabea no ch‹o, vindo a falecer. Mariana fica 
chocada, pois de maneira alguma pretendia a morte

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