Buscar

APOSTILA - LYBSON - TEORIA GERAL DO CRIME

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

TEORIA GERAL DO CRIME
Prof. GINA
- Conceito de Direito Penal:
Direito penal é o ramo do direito público dedicado às normas emanadas pelo Poder Legislativo para reprimir os delitos cominando penas com a finalidade de preservar a sociedade e de proporcionar o seu desenvolvimento.
- História do Direito Penal -> Tempos Primitivos: Castigo era a própria vida.
- Fases da Vingança:
“A história do Direito Penal é a história da humanidade. Ela surge com o homem e o acompanha através dos tempos, isso porque o crime, qual sombra sinistra, nunca dele se afastou”.
Os estudiosos subdividem a história do direito penal em algumas fases, fases estas que não se sucederam de forma linear ou totalmente rígida (os princípios e características de um período penetravam em outro). São elas:
*VINGANÇA PRIVADA (Talião – Entre as Partes)
“A pena em sua origem, nada mais foi que vindita, pois é mais compreensível que naquela criatura, dominada pelos instintos, o revide à agressão sofrida devia ser fatal, não havendo preocupações com a proporção, nem mesmo com sua justiça” Noronha
Quando ocorria um crime a reação a ele era imediata por parte da própria vitima, por seus familiares ou por sua tribo. Comumente esta reação era superior à agressão, não havia qualquer idéia de proporcionalidade.
Esta ligação foi definida por Eric Fromm como sendo um vínculo de sangue, ou seja, era “um dever sagrado que recai num membro de determinada família, de um clã ou de uma tribo, que tem de matar um membro de uma unidade correspondente, se um de seus companheiros tiver sido morto”.
Foi um período marcado por lutas acirradas entre famílias e tribos, acarretando um enfraquecimento e até a extinção das mesmas. Deu-se então o surgimento de regras para evitar o aniquilamento total e assim foi obtida a primeira conquista no âmbito repressivo: a Lei de Talião (jus talionis).
O termo talião de origem latina tálio + onis, significa castigo na mesma medida da culpa. Foi a primeira delimitação do castigo: o crime deveria atingir o seu infrator da mesma forma e intensidade do mal causado por ele.
O famoso ditado “olho por olho, dente por dente” foi acolhido como principio de diversos códigos como o de Hamurabi e pela Lei das XII Tábuas (Lex XII Tabularum).
Com o passar do tempo á própria Lei de Talião evoluiu, surgindo a possibilidade do agressor satisfazer a ofensa mediante indenização em moeda ou espécie (gado, vestes e etc). Era a chamada Composição (compositio).
“A composição é, assim, uma forma alternativa de repressão aplicável aos casos em que a morte do delinqüente fosse desaconselhável, seja porque o interesse do ofendido ou dos membros de seu grupo fosse favorável à reparação do dano causado pela ação delituosa”.J. Leal
*VINGANÇA DIVINA (Deuses – Deus Condena)
É o direito penal imposto pelos sacerdotes, fundamentalmente teocrático; o Direito se confundindo com a religião.
O crime era visto como um pecado e cada pecado atingiam a um certo deus. A pena era um castigo divino para a purificação e salvação da alma do infrator.
Era comum neste período o uso de penas cruéis e bastante severas.
Seus princípios podem ser verificados no Código de Manu (Índia) e no Código de Hamurábi, assim como nas regiões do Egito, Assíria, Fenícia, Israel e Grécia.
“Se alguém furta bens do Deus ou da Corte deverá ser morto; e mais quem recebeu dele a coisa furtada também deverá ser morto”.
(Código de Hamurábi – art.6º.)
*VINGANÇA PÚBLICA (Estado – Agente x Estado)
Período marcado pelas penas cruéis (morte na fogueira, roda, esquartejamento, sepultamento em vida) para se alcançar o objetivo maior que era a segurança do monarca.Com o poder do Estado cada vez mais fortalecido, o caráter religioso foi sendo dissipado e as penas passaram a ter o intuito de intimidar para que os crimes fossem prevenidos e reprimidos.
Os processos eram sigilosos, o réu não sabia qual era a imputação feita contra ele, o entendimento era de que, sendo inocente, o acusado não precisava de defesa; se fosse culpado, a ela não teria direito. Isso favorecia o arbítrio dos governantes.
*DIREITO PENAL ROMANO (Direito(rico) e Religião(pobre) se separam)
De inicio, em Roma, a religião e o direito estavam intimamente ligados, o Pater Famílias consistia no poder de exercitar o direito de vida e de morte (jus vitae et necis) sobre todos os seus dependentes, inclusive mulheres e escravos.
Com a chegada da Republica Romana ocorreu uma ruptura e desmembramento destes dois alicerces, a vingança privada foi abolida passando ao Estado o magistério penal.
“Roma foi o marco inicial do direito moderno principalmente no âmbito civil. No penal, embora tímido, conseguiram destacar o dolo e a culpa e o fim da correção da pena (...)” César Dário
Os romanos contribuíram para a evolução do direito penal fazendo a distinção do crime, do propósito, do ímpeto, do acaso, do erro, da culpa leve, do simples dolo e dolo mau (dolus malus), além do fim de correção da pena.
*DIREITO PENAL GERMÂNICO (Consuetudinário – Costume)
O Direito era visto como uma ordem da paz; desta forma o crime seria a quebra, a ruptura com este estado.
Inicialmente eram utilizadas a vingança e da composição, porém, com a invasão de Roma, o poder Estatal foi consideravelmente aumentado, desaparecendo a vingança.
As leis bárbaras caracterizavam-se pela composição, onde as tarifas eram estabelecidas conforme a qualidade da pessoa, o sexo, idade, local e espécie da ofensa. Para aqueles que não pudessem pagar eram atribuídas as penas corporais.
Também adotaram a Lei de Talião e, conforme o delito cometido, utilizavam a força para resolver questões criminais.
Eram admitidas também as ordálias ou juízos de Deus (provas de água fervendo, ferro em brasa...), assim como os duelos judiciários, onde o vencedor era proclamado inocente.
*DIREITO CANÔNICO (Igualdade entre os homens – Isonomia)
 (Regeneração)
É o ordenamento jurídico da Igreja Católica Apostólica Romana.
O vocábulo canônico é derivado da palavra kánon, que significava regra e norma, com a qual originariamente se indicava qualquer prescrição relativa à fé ou à ação cristã.
Inicialmente o Direito Canônico tinha o caráter meramente disciplinar, porém com o fortalecimento do poder papal, este direito passou atingir a todos da sociedade (religiosos e leigos).
Tinha o objetivo de recuperação dos criminosos através do arrependimento, mesmo que fosse necessária a utilização de penas e métodos severos.
Os delitos eram classificados em:
*delicta eclesiástica: ofendido o direito divino, o julgamento era de competência dos tribunais eclesiásticos. A punição do infrator era dada em forma de penitências.
*delicta mere secularia: quando a ordem jurídica laica fosse lesionada a competência era dos tribunais do Estado. O infrator era punido com penas comuns.
*delicta mixta: delitos que violavam a ordem laica e a religiosa; a competência do julgamento era do primeiro tribunal que tomasse conhecimento do delito.
Esse direito deu uma atenção ao aspecto subjetivo do crime, combateu a vingança privada com o direito de asilo e as tréguas de Deus, humanizou as penas, reprimiu o uso das ordálias e introduziu as penas privativas de liberdade (ocorriam nos monastérios em celas) em substituição às patrimoniais.
A penitenciária foi criada por este Direito: seria um local onde o condenado não cometeria crimes, se arrependeria dos seus erros e por fim se redimiria podendo voltar ao convívio social.
Os tribunais eclesiásticos não costumavam aplicar as penas capitais até o período conhecido como a Inquisição. Neste período passou-se a empregar a tortura, o processo inquisitório dispensava prévia acusação e as autoridades eclesiásticas agiam conforme os seus valores e entendimentos. Foi um período marcado por muitas atrocidades...
*DIREITO PENAL COMUM – (Fusão dos anteriores (Romano+Germanico+Canonico)
				
Legislação Penal e Cruel/Vingança/Intimidação	
-ESCOLAS PENAIS
1- Escola Clássica: 	
-O Direito é liberdade.
-Responsabilidade penal éamparada no livre arbítrio.
-Pena é vista como meio de retribuição pelo mal, devendo ser aflitivo, exemplar e pública.
-Delinquente é um homem normal que se sente livre para optar entre o bem e mal.
-Objetos de estudo do direito penal são delito, a pena e o processo.
			*Beccario
	2- Escola Positivo:	
-Crime é um fenômeno material e social, sujeito a influências do meios e de múltiplos fatores.
				-Responsabilidade penal é responsabilidade social por viver e criminoso ou sua neutralização.
-Criminoso é sempre um anormal psicologicamente, de forma temporária ou permanente.
*Cessare Lombroso (1876 – O Homem Deliquente)
				
Para ele o criminoso é um selvagem e nasce delinqüente, o criminoso nato é insensurável moral e fisicamente impulsivo, vaidoso, preguiçoso.
				*Henrique Ferri – (Sociologia Criminal)
Escola Técnico-Judiciário:
-Pena constitui uma reação e uma conseqüência do crime, com função preventiva geral e especial.
-Responsabilidade é moral/Livre.
-EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PENAL BRASILEIRO
	
Período Colonial: 	
-Imperava a fase da vingança privada, com a colonização as leis da metrópole se impuseram totalmente.
-Ordenações Honsinas – 1446
-“Manuelínas – 1521”
-Complicação Duarte Nunes da Costa – 1569
-Ordenações Filipinas – 1603
	2- Período Imperial: 	
				-CF de 1824 em seu art. 179 consignou a necessidade de elaboração de um código criminal, fundado com base de justiça e equidade.
				-1830 – 1º Código Criminal do Império Brasileiro, sancionado por D. Pedro I, 1º código autônomo da América Latina.
		
Período Republicano:
-1890 – Código Penal com graus defeitos e bastante atrasado, sendo ato de severas críticas.
-1940 – Código Penal Brasileiro Penal
						
(__P. Geral_____|___P.Especial______)
				 1964 Art. 120 |Art.121	 Art. 361
	 Crimes
-DIREITO PENAL DO BRASIL
				- 1603 - Nasce o Livro V do Rei Felipe II (Primeiro a falar do Direito Penal).
				-1830 – Sancionado o Código Criminal do Império.
				-1840 – A República Traz seu Código Penal (Severamente Criticado)
				-1932 – Consolidação de Piragibe (Uniu todos os dados relacionados)
				-1940 – Código Penal (Atual)
				-1984 - Alteração da Parte Geral. 
 Lei de Execuções Penais		 Art. 1º ao 120
-DIREITO PENAL E O (ESTADO DEMOCRÁTICO DO DIREITO XEDD) – (ESTADO DE DIREITO)
			Todos Respeitam a Lei
			Lei+Plus=Conteúdo Social (Bem estar Coletivo)
	Legislação/Lei
								 Ex: Progressão de Regime
	
	*ESTADO DE DIREITO
	 Estado de Direito é aquele em que o poder exercido é limitado pela Ordem Jurídica vigente, que irá dispor, especificamente, desde a forma de atuação do Estado, suas funções e limitações, até às garantias e direitos dos cidadãos. Dessa forma, tanto Estado, quanto seus indivíduos são submetidos ao Direito. 
O Estado, assim, não poderá impor suas vontades que não tiverem fixadas em lei, e nem poderá atuar contra as leis existentes. Dessa forma, o Estado deverá, além de acatar as leis, proteger sua população, concedendo-lhe segurança, e sendo eficiente na busca do bem comum. 
	*DIREITO PENAL E ESTADO DEMOCRÁTICO
Nem sempre vigorou nas sociedades o chamado Estado Democrático de Direito. Este, na verdade, foi uma conquista do povo que se consolidou com muita luta contra os poderes soberanos.
Na idade média, por exemplo, por volta do século XIII, barbaridades foram cometidas durante a Santa Inquisição. Nesta época, pessoas foram presas, condenadas e muitas vezes queimadas em plena praça pública sob o argumento de atentarem contra a Igreja Católica e o Direito Canônico.
Aqueles que eram processados durante a inquisição não tinham muitas chances de defesa, sendo que muitas vezes nem sabiam o porquê de sua prisão. Nesse tempo não se falava em contraditório, ampla defesa e muito menos em devido processo legal. Foi nesta época que surgiu o sistema processual inquisitivo, onde não havia uma separação das funções processuais de acusação, defesa e julgamento, sendo estas funções concentradas nas mãos de uma só pessoa ( juiz inquisidor ).
Durante o regime absolutista o poder era todo concentrado nas mãos do soberano ( rei ) , sendo que o povo não possuía direitos. Apenas em 1215 com a Magna Carta do Rei João sem terra é que foram concedidos alguns direitos aos cidadãos, principalmente aos nobres.
Com o passar do tempo, influenciados pelas idéias iluministas, o povo passou a se rebelar contra a concentração do poder em uma só pessoa. O Iluminismo defendia a idéia de que a razão do poder não está em Deus, mas sim no homem. Como conseqüência, o chamado terceiro estado se revoltou contra a minoria no poder ( nobreza e clero ), o que deu origem a Revolução Francesa de 1789.
O período pós Revolução Francesa marca o nascimento do constitucionalismo. Este movimento não tinha o objetivo de ofertar uma Constituição aos estados, uma vez que estes sempre a tiveram e sempre a terão. O objetivo do constitucionalismo era fornecer constituições escritas aos estados ( constituição folha de papel de Ferdinand Lassale ).
As primeiras constituições escritas foram as constituições dos EUA em 1787 e a francesa em 1789. Outra conseqüência importante das revoluções liberais foi o surgimento do Estado de Direito, onde se pregava que tanto os governantes como os governados deviam obediência às leis.
Todavia, a idéia de Estado de Direito foi desvirtuada durante a Segunda Guerra Mundial, onde vários judeus foram mortos por Hitler com base na lei alemã ( Estado de Direito ), pois o positivismo pregava total obediência às leis.
A partir daí, passou-se a diferenciar lei vigente de lei válida, pois, acima das leis há valores que devem ser respeitados e obedecidos. Assim, após a Segunda Guerra Mundial passou-se a falar em Estado Democrático de Direito, onde todos, inclusive os governantes, devem obediência às leis, desde que estas atendam aos valores igualdade, liberdade e, principalmente, a dignidade da pessoa humana. Desse modo, o poder do Estado passou a ser limitado, respeitando-se o Estado de Direito.
Hoje, principalmente pela importância dada aos direitos humanos, a doutrina moderna defende a existência de um Estado Social Democrático e Humanitário de Direito.
-DIREITO PENAL E CONTROLE SOCIAL
			- Direito que pune a conduta criminosa (O descontrole)	
						
						Mau comportamento+Prisão=Paz Social.
A existência do direito penal é de extrema importância para um bom desenvolvimento da sociedade. A existência de penas pré-estabelecidas é fundamental para o controle da sociedade, evitando-se, assim, que as pessoas saiam do caminho traçado pelas leis.
O objetivo principal do direito penal é justamente proteger aqueles valores tidos como mais importantes para o cotidiano de uma sociedade. Deste modo, criam-se leis que induzem o individuo a agir em conformidade com as regras traçadas pelo Estado.
Em estreita síntese, o direito penal atua primeiramente de forma preventiva, fazendo com que o individuo evite sair dos trilhos da lei por medo de ser punido por isso; posteriormente, caso haja essa transgressão da lei, o direito penal atua de maneira repressiva, fazendo com que o individuo não volte a delinqüir, punindo-o exemplarmente.
Praticada uma infração penal, surge para o Estado o direito de punir ( ius puniendi ).Contudo, esse direito não pode ser exercido a qualquer custo, é preciso que se respeitem as garantias fundamentais pertencentes a todos cidadãos, mesmo aqueles que atuam de maneira contrária as regras impostas pelo Estado.
Assim, pode-se afirmar que o direito penal é uma forma de controle social, controle este que não pode, todavia, ser ilimitado, devendo ser devidamente regulamentado, principalmente pelo fato de consistir uma forma de invasão do Estado no direito de liberdade de cada indivíduo.
Ademais, vale destacar, outrossim, que a correta aplicação da sanção penal é de interesse de toda a sociedade, tanto dos mocinhos como dos bandidos, pois o direito penal objetiva, precipuamente,manter o equilíbrio e a ordem social.
-DIREITO PENAL DO INIMIGO
			- Pessoa que infringe várias vezes a lei. 
							Vagabundo – Briga – Pocilga – Prisão
A teoria do Direito Penal do Inimigo foi criada pelo alemão Günter Jakobs e sustenta que há duas espécies de direito penal: o direito penal do cidadão e o direito penal do inimigo.
O direito penal do cidadão é aplicado àquelas pessoas que delinqüem, mas que não chegam a apresentar um grande perigo para o Estado. O cidadão comete um deslize e se afasta momentaneamente da observância da lei. Nesses casos, o individuo que comete um delito deve ser respeitado e também lhe devem ser asseguradas todas as garantias processuais e penais.
Por outro lado, o direito penal do inimigo deve ser aplicado nos casos de pessoas que se afastam permanentemente do Direito. O inimigo representa uma grande ameaça ao próprio Estado, pondo em constante risco a paz social que é de interesse de todos.
O Direito Penal do Inimigo defende que aquele que se propõe a agir de maneira contrária a lei, acaba agindo de maneira contrária ao próprio Estado e, deste modo, deve ser encarado como um inimigo, tendo, como conseqüência, suprimidas algumas de suas garantias fundamentais. A pessoa que não se enquadra no estado de cidadania também não faz jus aos direitos assegurados aos cidadãos e, portanto, são tratados de modo diferenciado pela Justiça.
De acordo com essa teoria, o inimigo não pode ser tratado como pessoa. Da mesma forma, não pode ser considerado como sujeito de direito, mas apenas como objeto de direito ( o inimigo é tido como não-pessoa ).
Filosoficamente, o Direito Penal do Inimigo encontra base nas lições de Rosseau, que defende que o individuo que não obedece o contrato social estabelecido entre o Estado e o povo, deve ser considerado à margem da sociedade, não podendo ser tratado como "súdito", mas sim como inimigo.
Já para Kant, aquele que se recusa peremptoriamente a participar da vida comunitária, não pode ser tratado como pessoa, pois configura constante ameaça a paz social.
Vale destacar que o direito penal do inimigo segue a mesma linha do funcionalismo sistêmico de Jakobs. De acordo com este modelo, o direito penal teria a função precípua de proteger a norma, sendo que a proteção aos bens jurídicos só aconteceria de maneira indireta. Contudo, o grande problema do funcionalismo sistêmico é justamente a excessiva proteção dada à norma, o que poderia causar grandes injustiças, uma vez que a norma protegida pode ser inconstitucional.
Características do Direito Penal do Inimigo
O Direito Penal do inimigo tem como característica se pautar pelo modelo de direito penal do autor, que se diferencia do direito penal do fato. Este defende que o individuo deve ser punido por aquilo que ele fez e de acordo com a sua culpabilidade. Aquele, todavia, defende que o individuo deve ser punido apenas pelo o que ele é, independentemente daquilo que ele fez.
Um grande exemplo de direito penal do autor ocorreu com o nazismo de Hitler, onde muitas pessoas foram mortas apenas pelo fato de serem judeus e não por haverem transgredido as leis vigentes na época.
Conforme a teoria em estudo, o inimigo não pode ser punido com pena, mas sim com medida de segurança. Sobre o inimigo recai um juízo de periculosidade e não de culpabilidade. Assim, o que se analisa no Direito Penal do Inimigo é a possibilidade de um individuo vir a delinqüir. Observa-se, portanto, apenas o futuro do inimigo ( o que ele pode fazer, o perigo que ele causa à sociedade ) e não o seu passado ( o que ele fez ).
Jakobs defende que o objetivo do Direito Penal do Inimigo não é a garantia da vigência da norma, mas sim a eliminação de um perigo para o Estado. Assim, certo de que a teoria visa eliminar um perigo, a punibilidade deve avançar no sentido de se punir também os atos preparatórios e até a cogitação de um crime.
Como consectário da adoção da teoria ora em análise, é admitida a flexibilização de princípios, como da legalidade, da presunção de inocência e da lesividade, o aumento desproporcional das penas, o abuso de medidas cautelares etc.
Por fim, podemos concluir que o intuito principal da teoria do Direito Penal do Inimigo é atuar de maneira preventiva contra aquelas pessoas que demonstram, de maneira inequívoca, que se afastaram do Direito e que não mais aderem ao contrato social ( Rosseau ). Essas pessoas configuram uma ameaça para o Estado, submetendo-se, assim, a um tratamento diferenciado, com o fim de preservar o equilíbrio e a paz social.
-INCOMPATIBILIDADE ENTRE O DIREITO PENAL DO INIMIGO X ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO	
Como já foi dito alhures, um Estado Democrático de Direito se caracteriza principalmente pelo fato de, tanto os governados como os governantes, se submeterem às leis.
Cabe ao Estado a função de aplicar as leis, disciplinando as relações em sociedade, contudo, o direito de punir do Estado encontra limites nos direitos fundamentais dos cidadãos. Desse modo, a doutrina majoritária ( Luiz Flávio Gomes, Zaffaroni etc. ) critica severamente a teoria do Direito Penal do Inimigo.
Segundo esse entendimento, a teoria adrede mencionada conflita com os princípios constitucionais estabelecidos na Constituição da República. Em um Estado Democrático de Direito não se pode vislumbrar a possibilidade de um indivíduo ser tratado como um objeto de direito e não como um sujeito de direito. Da mesma forma, tratar um criminoso como inimigo, suprimindo-lhe garantias como o contraditório, a ampla defesa e o devido processo legal, é totalmente inconstitucional.
Os direitos fundamentais consistem uma conquista da humanidade, que deve ser protegida, promovida e até melhorada pelo Estado. Seria um retrocesso a limitação de direitos fundamentais simplesmente com o objetivo de punir mais facilmente aqueles que violarem as leis. Agindo dessa forma, cria-se um verdadeiro estado de polícia que é incompatível com o estado de direito.
Vale lembrar que a função do direito penal não é punir, mas sim buscar o equilíbrio social através da justiça. O legítimo direito penal deve existir para tutelar e preservar os bens jurídicos mais importantes, e não para servir de instrumento de guerra. A partir do momento em que o Estado trata alguns criminosos como inimigos, passa a agir como verdadeiro terrorista.
Outra crítica que se deve fazer ao Direito Penal do Inimigo é pelo fato de adotar a teoria do direito penal do autor. Conforme já exposto neste trabalho, o direito penal do autor pune o individuo pelo o que ele é, e não pelo o que ele fez. Cria-se, assim, um direito penal discriminatório, racista e preconceituoso, uma vez que passa a tratar um cidadão possuidor de direitos como mero objeto e não como pessoa.
Ademais, o direito penal do autor atua de maneira tão repressiva que acaba punindo o agente pela simples cogitação do crime, ou seja, pune-se o mero pensamento. Assim, o direito penal passa a controlar, inclusive, tudo que se passa na cabeça das pessoas, o que fere vários princípios penais, como o da lesividade, da ofensividade e da materialização do fato.
A lógica da guerra adotada pela teoria em estudo, faz com que ocorram excessos por parte do Estado, levando-se a um punitivismo exacerbado, o que acaba por destruir o princípio constitucional da razoabilidade, colocando-se em risco o Estado de Direito.
Em conclusão, podemos afirmar que o Direito Penal do Inimigo é totalmente incompatível com o Estado Democrático de Direito, configurando-se como um verdadeiro retrocesso para a sociedade, uma vez que o ius puniendi do Estado não pode ser exercido de forma discricionária, encontrando seus limites nos direitos e garantias fundamentais consagrados na Constituição, preservando-se, assim, o princípio da dignidade da pessoa humana.
-PRINCÍPIOS LIMITADORES DO PODER PRIMITIVO:
			- Legalidade\Reserva Legal – Art. 5º XXXIXCF (art. 1º CPB – Não há crime sem lei que á defina)
			-Anterioridade da Lei – A lei tem que ser anterior ao crime ou a data de promulgação.
			-Insignificância/Bagatela – Condutascom causas mínimas de prejuízos (menor potencial ofensivo- ex. furto de bombom).
			-Alteridade/Transcendentalidade – Não punir a quem faz mal a si próprio ou a patrimônio.
			-Confiança – Todos têm que confiar no Estado.
			-Adequação Social – O Direito não pode intervir na vida íntima. (O Estado tem que se adequar a sociedade com condutas relacionadas)
			-Intervenção Mínima – Intervir minimamente na vida (Crimes irrelevantes)
			-Humanidade – Todos tem que respeitar as condições mínimas
			-Ofensividade – punir somente quando houver uma ofensa jurídica
			-Culpabilidade – Exclusão de culpabilidade.
			- Proporcionalidade da Pena – A pena tem que ser proporcional
‘			-Estado de Inocência – Art. 5 º LVII da CF – (Todos são considerados inocentes até que se prove o contrário)
			-Igualdade – caput do art. 5º (isonomia – todos são iguais)
			“Ne Bis In Idem” – Eu não posso ser punido duas vezes pelo mesmo crime.
- FONTES DO DIREITO PENAL
1- Conceito	Lugar onde provém o direito
Espécies	
2.1 De produção\Material\Substancial – União – Órgão Incumbido de sua elaboração. (Art. 22 I)
2.2 Formal\de cognição\ Conhecimento – modo pelo qual o D.P se exterioriza.
2.2.1 Espécies de Fonte Formal
2.2.1.1. – IMEDIATA: É lei
	A) Partes – preceito primário (discriminação conduta) Ex: art. 121 Matar Alguém
	 Partes – preceito secundário (sanção) Ex: Pena de 6 a 20 anos 
B) Característica: não proibitiva, mas descritiva.
C) Classificação: 
	Leis Incriminadoras: descrevem crimes e cominam pena
		Leis não-incriminadoras: não descrevem penas nem cominam penas.
		Podem ser: Permissivas (Permite Ações) – tornam lícitas determinadas condutas tipificadas em leis incriminadoras. (Legítima Defesa, Estado de Necessidade, Exercício Regular de Direito e ECDL)
		Finais/Complementares/Explicativas:esclarece o conteúdo de outras normas. Ex. todos os artigos da Parte Geral, exceto as permissivas.
	 
				D) Características das Normas Penais
				-Exclusividade
				-Anterioridade
				-Imperatividade
				-Generalidade – Erga omnes
				-Impessoalidade
E) Normas Penais em Branco: Normas que o preceito secundário está completo, mas a decisão da conduta está incompleta, necessitando de complementação. Ex. Lei 11.343/06 – art. 33 (a palavra “Droga” precisa de uma complementação para definição)
2.2.2.2 – MEDIATA – Costumes
	Princípios gerais do direito – omissão o juiz decide por analogia, costumes e PGD (Princípios Gerais do Direito)
-FORMAS DE PROCEDIMENTO INTERPRETATIVO:
	
			-Equidade – O juiz deve procurar a solução mais justa ao caso concreto, tratando as partes com igualdade.
			-Doutrina – Especialistas estudam, pesquisam, interpretam e comentam o direito.
			-Jurisprudência – Reiterações de Decisões Judiciais.
-INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
		
			-Conceito: extrair exato alcance e real significado
			-Natureza: buscar a vontade da lei, desconsiderando a vontade de quem a fez
			-Espécies: 
-Quanto ao sujeito que a elabora			 
				A) autêntica/legislativa – (Câmara/Senado Federal)
				B) doutrinária/científica – (quem escreve/estudiosos)
				C) judicial. (juiz, MP, Adv)
				-Quanto aos meios empregados
				A) gramatical/literal (sentido)
				B) lógica/teleológica (vontade) *pode haver equívoco
				-Quanto ao Resultado
				A) declarativa – perfeita correspondência entre a palavra da lei e a vontade.
				B) restritiva – letra foi além (falaram demais- diminui)
				C) extensiva – letra ficou a quem (falou pouco-completa)
-AMBITO DA EFICÁCIA DA LEI PENAL
*Lei não tem eficácia permanente/não é eterna.
*Soberania
-EFICÁCIA EM RELAÇÃO AO TEMPO
			4 passos:
				Sanção – Ato pelo qual o chefe de governo apóia (Presidente)
				Promulgação – Ato pelo qual se trata a existência da lei e se determina a todos que a observem.
				Publicação – deriva sua obrigatoriedade (eficácia) entrando em vigência.
				Revogação – extingue total (Ab-rogação) ou parcial (derrogação)
-VACATIO LEGIS (VACÂNCIA DA LEI) – PERÍODO ENTRE A PUBLICAÇÃO E A EFETIVA VIGÊNCIA
	
			Dupla Finalidade:
Para que seja conhecida
Oportunidade para preparo
				
-DOU (REVOGAÇÃO)
			-Expressa – determina a cessação da vigência da norma anterior.
			-Tácita – O novo teto é incompatível com a anterior.
			
-Art. 2º LICC – 
-Temporárias: preordenada data de expiração.
-Excepcionais: condicionam sua eficácia à duração de condições.

Outros materiais