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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO SERVIÇO SOCIAL ANGELA ANDRELINA DE SOUZA NUNES EDILÂNIA ROCHA DE ARAÚJO IONI SILVA DE CARVALHO THAYS RAQUEL DA SILVA ROSA CONSELHOS GESTORES DE POLÍTICAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO E AS SUAS INFLUÊNCIAS COM O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL __________________________________________________________________ Itabira 2016 2 ANGELA ANDRELINA DE SOUZA NUNES EDILÂNIA ROCHA DE ARAÚJO IONI SILVA DE CARVALHO THAYS RAQUEL DA SILVA ROSA CONSELHOS GESTORES DE POLÍTICAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO E AS SUAS INFLUÊNCIAS COM O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL Portfólio em grupo apresentado à Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de conceito no segundo semestre, do curso de Assistente Social. ___________________________________________________________________ Itabira 2016 SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 3 2 DESENVOLVIMENTO .............................................................................................. 3 2.1 Analisar a formatação da ética profissional com ênfase para os princípios éticos presentes no atual código ético ............................................................................ 3 2.2 Identificar a origem do conselho de política pública (saúde ou assistência social) no município e analisar a sua atual legislação em comparação com o contexto brasileiro ............................................................................................................... 5 2.3 Correlacionar os princípios presentes nestas legislações com o compromisso ético político do assistente social frente aos cidadãos ................................................. 7 3 CONCLUSÃO............................................................................................................................... 8 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 8 1 APRESENTAÇÃO Os conselhos gestores de assistência social ao longo dos anos adquiriram o caráter deliberativo/consultivo e paritário, como "[...] instâncias em que se refratam interesses contraditórios e, portanto, espaços de lutas e disputas políticas" (IAMAMOTO, 2009, p. 360). Foi a partir da década de 1990 que a participação popular passou a se caracterizar como uma participação negociada na disputa entre os projetos distintos e não mais como um confronto entre sociedade civil e Estado. Neves (2006, 2008) afirma que há um processo de institucionalização da participação popular, evidenciando a estreita aproximação entre governo local e a população. É neste contexto que este portifólio disserta sobre o que hoje se denomina "controle democrático", promovido pela participação nos Conselhos Municipais de Assistência Social, e para expor os embates que essa questão produz para o exercício do assistente social no debate contemporâneo da profissão. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Analisar a formatação da ética profissional com ênfase para os princípios éticos presentes no atual código ético Um Código de Ética se destina a profissionais de diferentes credos e princípios filosóficos, devendo ser aplicável a todos e entende-se que a formação da consciência profissional é fator essencial em qualquer profissão e que um Código de Ética constitui um valioso instrumento de apoio e orientação. O Serviço Social adquire, no mundo atual, uma amplitude técnica e cientifica, impondo aos membros da profissão maiores encargos e responsabilidades, mediante essa realidade o profissional de assistência social, sob à luz de uma concepção de vida, baseada na natureza e destino do homem, deve desempenhar sua tarefa com eficiência e competência, na complexidade dos problemas do mundo moderno. Em maio de 1962, o Conselho Federal de Serviço Social - CFESS, no uso suas atribuições em 13 de Março de 1993 Com as alterações Introduzidas pelas Resoluções CFESS nº290/94, 293/94, 333/96 e 594/11 aprova o Código de Ética alicerçado nos direitos fundamentais do homem e as exigências do bem comum, princípios estes reconhecidos pela própria filosofia do Serviço Social. Em suma, o código enfatiza os seguintes princípios éticos: I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais; II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo; III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras; IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida; V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática; VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças; Código de Ética Princípios Fundamentais VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual; VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero; IX. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos/as trabalhadores/as; X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física. Com a globalização, a responsabilidade ética está, cada vez mais, sendo discutida pela sociedade. Vivemos num mundo de muitas diversidades, principalmente desigualdades e exclusões sociais, econômicas e culturais, criando uma indignação no homem, pois o "capitalismo selvagem" torna as pessoas individualistas, não pensando nas outras e apenas nelas próprias. A partir daí, a ética vai procurar explicar o comportamentos humano, aliando-se ao cumprimento das orientações gerais que regem sua atuação profissional, como por exemplo a utilização do código que é uma importante ferramenta para nortear a atuação do profissional em sua totalidade, proporcionando ao assistente social a postura e a ética que as demandas sociais exigem nos espaços ocupacionais. Nesse contexto é importante destacar sobre os espaços de inserção do assistente social na atualidade, enfatizando que em qualquer área, seja na educação, na saúde ou na assistência social, o profissional da área acrescenta uma relevante contribuição, no desenvolvimento de ações propostas para o melhor desempenho dos projetos e programas, voltados para garantia dos direitos sociais de todos os cidadãos em risco de vulnerabilidade social, destacando à atuação do assistente social no acolhimento institucional2.2 Identificar a origem do conselho de política pública (saúde ou assistência social) no município e analisar a sua atual legislação em comparação com o contexto brasileiro O Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) é o órgão que reúne representantes do governo e da sociedade civil para discutir, estabelecer normas e fiscalizar a prestação de serviços socio-assistenciais estatais e não estatais no Município. Os conselhos estão vinculados ao órgão gestor de assistência social, que deve prover infra-estruturar garantindo recursos materiais, humanos e financeiros. Os Conselhos de Assistência Social têm como principais atribuições no seu respectivo âmbito de atuação: deliberar e fiscalizar a execução da Política de Assistência Social e seu funcionamento; convocar e encaminhar as deliberações das conferências de assistência social; apreciar a aprovar o Plano da Assistência Social; apreciar e aprovar a proposta orçamentária dos recursos da assistência social a ser encaminhada ao Poder Legislativo; apreciar e aprovar a execução orçamentária e financeira do Fundo de Assistência a ser apresentada regularmente pelo gestor do Fundo; acompanhar os processos de pactuação da Comissão Intergestores Tripartite – CIT e Comissão Intergestores Bipartite – CIB; divulgar e promover a defesa dos direitos socioassistenciais; inscrever entidades de Assistência Social, bem como serviços, programas, projetos socioassistenciais; fiscalizar a rede socioassistencial (executada pelo poder público e pela rede privada) zelando pela qualidade da prestação de serviços; eleger entre seus membros a sua mesa diretora (presidente e vice- presidente paritariamente); aprovar o seu regimento interno; fiscalizar e acompanhar o Benefício de Prestação Continuada – BPC e o Programa Bolsa Família – PBF; acompanhar a gestão integrada de serviços e benefícios socioassistenciais; e, exercer o controle social da gestão do trabalho no âmbito do SUAS, conforme prescrito na NOB/SUAS/RH/2006. Em 16 de abril de 2015, a Câmara Municipal de Itabira, por seus Vereadores e o Prefeito, sancionou a Lei 4.796 que consolida a legislação do Conselho Municipal de Assistência Social. No qual determina que o “Conselho Municipal de Assistência Social” é um órgão de deliberação, de caráter permanente, com a finalidade de controlar a Política Municipal de Assistência Social, e possui composição paritária, cujos membros governamentais e não governamentais, nomeados pelo prefeito, têm mandato de dois anos, permitida uma única recondução por igual período. O Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) é vinculado à Secretaria Municipal de Ação Social (SMAS). A atual legislação Itabirana, em comparação ao contexto brasileiro está bem redigida, visto que prevê articulação com os demais Conselhos de Políticas Públicas e os de Defesa e garantia de direitos existentes nos municípios. 2.3 Correlacionar os princípios presentes nestas legislações com o compromisso ético político do assistente social frente aos cidadãos Convém que os Conselhos Municipais de Assistência Social tenham sua atuação articulada com os demais Conselhos de Políticas Públicas e os de Defesa e garantia de direitos existentes nos municípios, tais como Educação, Saúde e Direitos das Crianças e Adolescentes e do Idoso, uma vez que entre as diferentes políticas públicas há situações que exigem ações intersetoriais. O compromisso ético político do assistente social, frente aos cidadãos caracteriza-se na efetiva participação desses profissionais no espaço dos conselhos, quando lhes são atribuídas novas competências, aprofundando e qualificando sua atuação junto à gestão das políticas públicas. Ao longo do tempo os assistentes sociais estiveram predominantemente na posição de executores de políticas sociais. Embora essa atuação ainda seja uma característica marcante e intrínseca do seu trabalho, pois sua intervenção profissional incide sobre as múltiplas expressões da questão social, atualmente esses profissionais são chamados a ocupar novos espaços de trabalho, como os dos conselhos gestores de políticas. Nessa perspectiva, a inserção do assistente social nos CMAS não é exclusivamente na condição de cidadão político, mas também como trabalhador de Serviço Social. Seu trabalho não deve se distinguir daquele de participação do assistente social como representante da sociedade civil. Assistentes sociais na posição de conselheiros governamentais que direcionam sua atuação à militância política, à defesa de projetos político-partidários ou que contribuem para reproduzir os conflitos entre os governantes e governados, distanciam-se do projeto ético-político profissional. Dessa forma, a análise da participação do assistente social nos CMAS deve considerar os pilares éticos, teórico-metodológicos e sócio-históricos que fundamentam a direção sociopolítica do Serviço Social na atualidade. 3 CONCLUSÃO A aposta na possibilidade de uma atuação conjunta do Estado e da sociedade civil emergiu principalmente durante a década de 1990 com o surgimento dos conselhos gestores de políticas públicas. Esse processo é concomitante à ênfase neoliberal, caracterizada pelo desmonte da coisa pública, como a desconstrução dos direitos sociais, com a redução do Estado, a redução dos recursos governamentais e a fragilização das relações do mundo do trabalho. É nessa conjuntura contraditória que se inscrevem as políticas públicas, especialmente a política de assistência social, com uma forte tendência à refilantropização, ou seja, um novo estudo sobre as novas fórmulas de implementação das políticas sociais no neoliberalismo. Diante desse quadro, o assistente social se vê cotidianamente frente a desafios na sua prática profissional, precisando firmar seu posicionamento ético-político diante da sociedade. É com base nessa afirmação que a atuação profissional nos conselhos deve contribuir para a modificação das relações sociais, considerando os direitos de cidadania e resgatando a soberania popular. Esta é uma relação que precisa ser entendida como um processo educativo, uma vez que cabe ao profissional estimular a participação popular para que o espaço dos conselhos seja percebido através da noção do público e democrático. Outro desafio profissional é a função do assistente social como conselheiro (governamental ou da sociedade civil), pois contempla uma faceta de seu exercício profissional que é intrínseco à dimensão política de sua formação. O profissional deve buscar desenvolver um trabalho coletivo que não pode prescindir de articulações e alianças com outros atores sociais. Nesse sentido, o profissional de Serviço Social precisa buscar novas estratégias a fim de superar os obstáculos institucionais. Não se pode deixar de mencionar que o espaço institucional também é um local de interesses e de luta por distintos projetos societários que convivem em disputas por hegemonia nos termos sociais. Tal realidade põe diversos desafios aos assistentes sociais. Dentre esses, compreender e priorizar o espaço dos conselhos e direcionar sua intervenção com novas competências na formulação de políticas públicas, tendo como horizonte a consolidação da cidadania através da democracia, equidade e justiça social, princípios estes preconizados no projeto ético-político da profissão. REFERÊNCIAS Código de Ética do/a Assistente Social Lei 8662/93. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf acesso em: 07 outubro 2016, 21:18 IAMAMOTO, M. V. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo:Cortez, 1998. OLIVEIRA, M. P. A. Atuação do assistente social frente ao código de ética. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/19970620/atuacao-do- assistente-social-formatado acesso em: 29 outubro 2016, 19:32 Lei N. 4.796, de 16 de abril de 2015. Consolida a legislação do “Conselho Municipal de Assitência Social” e dá outras providências. Disponível em: http://www.itabira.mg.gov.br/portal/wp-content/uploads/2015/05/4796-2015- Conselho-Municipal-de-Assistencia-Social1.pdf acesso em: 21 outubro 2016, 13:34 NEVES, A. V.; SANTOS, C. O. V.; SILVA, S. H. Conselhos Municipais de Assistência Social: novas competências para o trabalho do assistente social. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414- 49802012000200003 acesso em 18 outubro 2016, 16:45
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