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Direito_Previdenciário_-_Prof._Ducler_Gaspar ini

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Prof. Ducler Gasparini
Aula de 02/02/11
Trabalharemos com uma vertente dos direitos sociais, chamada direito previdenciário. Trata-se de uma disciplina nova, dentro da grade curricular, na qual estudaremos desde a evolução histórica, até os requisitos de cada uma das prestações dos 12 benefícios previdenciários.
É uma disciplina muito intrincada, são muitos requisitos, várias legislações, não há uma sistematização da lei. 
A CF, mais duas emendas constitucionais, n˚ 20 e n˚ 41, dão suporte ao direito previdenciário.
Será objeto de nossos estudos a EC n˚ 20, que diz respeito ao Plano de Benefícios. 
A EC n˚ 41 diz respeito a previdência social dos funcionários públicos, mas ela não será nosso objeto.
O objeto será o Regime Geral de Previdência Social dentro do direito previdenciário.
Temos também duas leis ordinárias que regulamentaram a CF e também as 2 emendas: 
A Lei 8.212 e a Lei 8.213, ambas de 24 de julho de 1991. 
A primeira versa sobre o Plano de Custeio de Benefícios da Previdência Social, que é a parte tributária do direito previdenciário, e a segunda, versa sobre o Plano de Benefícios e sobre as espécies de prestações previdenciárias.
Depois temos o regulamento que traçou as diretrizes da maneira como a qual a administração pública deve agir ao recepcionar os requerimentos no âmbito da esfera administrativa, que é o Decreto 3.048/99.
Há várias outras legislações, que vamos citando em nosso caminho.
Prova 3 pontos.
6 questões de múltipla escolha, sem consulta.
 
Prova de 7 pontos
Prova dissertativa ou discursiva, que requer raciocínio jurídico e fundamentação. Consulta a decidir.
Seminário
A ideia é dividir a turma em grupos, e definir um tema para cada grupo, que fará uma pesquisa, desenvolvendo o tema, de acordo com regras da ABNT, com introdução, desenvolvimento e uma conclusão, depois apresentar em sala aos demais, podendo ser questionados pelos demais.
O seminário é bom para desenvolver a pesquisa, oratória, submeter às arguições dos colegas, etc.
O interessante é trazer também casos particulares. Temos casos polêmicos como desaposentação, fator previdenciário, renda mensal inicial, salário de benefícios, e vários fatores controvertidos. Fazendo uma pesquisa prévia podemos interagir mais.
Direito Previdenciário
A importância do direito previdenciário como direito social, tem como basilar a dignidade da pessoa humana, solidariedade, enfim, é um ramo do direito que alcançou sua importância após o advento da CF de 88, e hoje é um ramo autônomo do Direito. 
O direito previdenciário estava intimamente ligado ao direito do trabalho, e aprendia-se junto com o direito do trabalho, e hoje, apesar de autônomo, ainda há uma abordagem entre eles.
Temos uma justiça especializada em direito previdenciário, tamanha a necessidade de implantar os juizados especiais com juízes especializados em direito previdenciário. No âmbito da Justiça Federal, além das varas cíveis e criminais, temos também as varas previdenciárias. Tamanha a importância a partir do advento da CF de 88.
Temos também outras varas especializadas no âmbito estadual, que são as varas de acidente do trabalho, que é um instituto inerente ao direito previdenciário, e temos uma justiça especializada para acidentes do trabalho.
Com a EC 45, que ampliou a competência da Justiça do Trabalho, causou também um maior envolvimento do direito previdenciário. 
Dependendo então da espécie de benefício, da espécie de prestação, precisamos verificar qual será a competência, se Justiça do Trabalho, ou Vara de Acidente do Trabalho, ou Justiça Federal por uma de suas Varas Previdenciárias, ou se será Juizado Especial Federal. 
Veja que temos 4 jurisdições, tamanha a repercussão existente no direito previdenciário ao longo dos anos.
A maioria dos concursos trazem questões referentes a direito previdenciário, exame de OAB também.
Bibliografia
Temos bibliografias com título de "seguridade social" outras com "direito previdenciário", mas é a mesma coisa.
Não é exigido uma específica, mas:
Vladimir Novaes Martinez - Editora LTR
Especialista muito citado. Escreve por tomos e por temas, Qualidade de segurado, etc.
Vagner Balea
Titular da cadeira de direito previdenciário no mestrado em direitos difuso e coletivo.
João Batista Lazaren
De Santa Catarina. Escreve sobre seguridade social e não apenas previdência social. Mais profundidade.
Marcos Orione
Juiz Federal da 3ª Região.
Marisa Santos
Desembargadora Federal
João Ernesto
Miguel Orvati Júnior
Fábio Zanbite
Juiz no Rio de Janeiro
Sérgio Pinto Martins
Ezequiel Miranda
Falecido.
Após a evolução histórica, fontes, autonomia, princípios, faremos a abordagem da seguridade social e em seguida adentraremos especificamente em direito previdenciário estudando o regime geral de previdência social. 
O mais completo para acompanhar seria o João Batista Lazari, porque aborda toda a seguridade social, tratando não apenas da previdência social, mas também da saúde, que são sub-sistemas que compõem o sistema da seguridade social.
Aula de 09/02/11
Para entender seguridade social nos dias de hoje, veremos primeiramente como ela surgiu.
Quando falamos em seguridade social, estamos falando em proteção social. Verificamos no Art. 6˚ da CF nos direitos sociais, temos inseridos no rol o direito previdenciário. 
Portanto, seguridade social não é outra coisa senão a proteção social que visa a cobertura de riscos sociais a que estamos expostos no dia a dia, desde o nosso nascimento até a nossa morte.
O Estado deve preocupar-se com quais são as coberturas que ele oferecerá para os cidadão em virtude destes riscos sociais. 
Falando em seguridade social, estamos falando em proteção social, e quando falamos em proteção social, estamos falando em cobertura dos riscos sociais a que estamos expostos.
Não somente o Estado, mas também a sociedade civil organizada deve preocupar-se com políticas públicas que visem a cobertura dos riscos sociais. 
Partindo desta premissa, faremos um breve comentário a respeito desta evolução histórica, que para a maioria dos doutrinadores, começou não como seguridade social, mas sim como proteção social do indivíduo, na Inglaterra em 1601.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL
Evolução histórica no mundo:
1601 - Inglaterra
Lei de Amparo aos Pobres
Em 1601 foi sancionada a Lei de Amparo aos Pobres. Visava a cobertura de contingências para as pessoas idosas, enfermas, pessoas que estavam em condições de miserabilidade, não tendo meios próprios de subsistência, que eram levadas para as chamadas "Casas dos Pobres".
1883 - Alemanha (Bismarck)
Modelo Bismarkiano - aposentadoria, benefícios, Lei de Seguro Doença, Lei de Acidentes do Trabalho, Sistema Tríplice de Custeio (empregados, empregadores e Estado)
Em 1883, na Alemanha, Otto Von Bismarck também elaborou um projeto chamado de modelo bismarkiano, depois convertido em lei, consistindo na proteção social e na concessão de benefícios, no caso a aposentadoria e o auxílio para os segurados que contribuiam para o regime. 
Nessa oportunidade foi sancionada a Lei de Seguro Doença e a Lei de Acidentes do Trabalho. 
De acordo com esta legislação, somente tinham direito aos benefícios aqueles que contribuiam para o regime. Este sistema de contribuição era denominado de Sistema Tríplice de Contribuição, porque havia participação dos empregadores, empregados e do Estado.
1917 - México
Foi a primeira Constituição no mundo a tratar especificamente de seguridade social. Quando nós começamos a falar em seguridade social, a Constituição Mexicana já se preocupava em trazer no seu bojo sub-sistemas, assim como temos hoje na CF. 
Os sub-sistemas que compõem hoje a nossa seguridade social são: AssistênciaSocial, Previdência Social e a Saúde.
1935 - Estados Unidos
Lei do Seguro Social
Estava baseado na filosofia do "Estado do bem estar social". Esta doutrina, ensejou a sanção da legislação nos EUA, que foi denominada Lei do Seguro Social.
Nós fomos buscando essas perspectivas de acordo com a evolução histórica, para trazer para o nosso sistema de seguridade social. Fomos adequando e, na CF de 88, pegando parte de um todo, de cada uma dessas legislações, formamos a nossa. 
Hoje, chamamos nosso sistema de custeio de quadripartite, porque acrescenta também os aposentados que ainda continuam em atividade e continuam a recolher.
1941 - Inglaterra (Beveridge)
Modelo Beveridgiano - Sistema Universal
O lord inglês Willian Beveridge elaborou um relatório buscando a universalidade de cobertura e de atendimento. Nesse momento o seguro era universal, buscava proteger todos os cidadãos e todos eles contribuiam para este sistema na Inglaterra. 
Todos contribuem para o bem estar de todos. 
O sistema universal é o sistema de financiamento por toda a sociedade. 
Veja que é diferente do bismarckiano, no qual, somente aqueles que contribuiam eram aqueles que tinham direito. Aqui todos estavam universalmente cobertos e todos estavam universalmente contribuindo.
*
Estamos partindo de 1601, mas como falamos em proteção social, devemos lembrar que o primeiro grupo que participamos é o núcleo familiar. Nós já temos essa preocupação com a proteção social dentro do núcleo familiar,. 
Outros autores citam o Código de Hamurabi, citam a Bíblia Sagrada, nesta onde está escrito sobre a preocupação que se deve ter em relação aos órfãos e às viúvas, e que formas de proteção social.
Nós partimos de 1601, apenas por serem os marcos mais importantes da história da seguridade social.
*
Evolução histórica no Brasil:
1891 - Constituição Federal (aposentadoria) - Art. 75 da CF
Em 1891 houve a primeira constituição a versar sobre aposentadoria. O servidor público, a que sobreviesse uma invalidez a serviço da nação, recebia uma aposentadoria por invalidez. Era o que versava o Art. 75 daquela CF. 
Só servidores públicos e a serviço da nação. 
Tinha que haver comprovação desses dois requisitos, pelo princípio da legalidade, que diz que a administração deve praticar os seus atos dentro da estrita legalidade.
O interessante é que esta aposentadoria por invalidez não requeria necessidade de contribuição, ou seja, era concedida gratuitamente, desde que comprovado que estava a serviço da nação. 
1923 a 1933 - Período de Implantação
Do ponto de vista infraconstitucional, aqui nós temos o marco inicial do início da proteção social propriamente dita no Brasil. O período de 1923 a 1933 é um período de implantação. 
Decreto Legislativo - 4682/23 Lei Elói Chaves
De acordo com o Decreto Legislativo 4683/23, o então deputado Eloi Chaves - por isso a lei foi denominada de Lei Elói Chaves - lançou um projeto que foi aprovado e criou o que se chamou de "Caixa de Aposentadoria e Pensão". 
CAP (Caixa de Aposentadoria e Pensão) - Empresas - Somente Ferroviários tinham direito.
Essa CAP era estruturada por empresas, especificamente para os ferroviários. 
Todos aqueles que trabalhavam em ferrovias estavam vinculados a CAP, tinham direito a auxílio doença, a aposentadoria ordinária, também conhecida como tempo de contribuição, pensão no caso de morte, ou seja, as coberturas que nós temos hoje.
 
1933 a 1960 - Período de Expansão
IAP - Categoria Profissional (Instituto de Aposentadoria e Pensão)
Essa forma de proteção social com a CAP também era em regime contributivo, somente aqueles ferroviários que estavam vinculados a empresas ferroviárias e contribuiam é que tinham direito a percepção desses benefícios.
Deu certo e surgiu então a expansão com a implantação do que se denominou de Instituto de Aposentadoria e Pensão. 
Deixou de existir a CAP estruturado por empresas ferroviárias e agora temos o IAP estruturado por categoria profissional. Cada categoria fez o seu.
Então tínhamos:
IAPB - Instituto de Aposentadoria e Previdência dos Bancários
IAPC - Instituto de Aposentadoria e Previdência dos Comerciários
IAPI - Instituto de Aposentadoria e Previdência dos Industriários
IAPM - Instituto de Aposentadoria e Previdência dos Marítimos
IAPTC - Instituto de Aposentadoria e Previdência do Transporte de Carga
Os profissionais vinculavam-se ao instituto e passavam a ter direitos aos benefícios como forma de proteção social.
1960 a 1977 - Período de Unificação
Lei 3807/60 de 26/06/60 - Unificação e Centralização (INPS)
Por esta lei unificou-se a CAP e todos esses institutos, passando essa união a denominar-se de INPS - Instituto Nacional de Previdência Social, ou seja, com todos os regimes, abrangendo todo o Estado federativo.
Cada uma dessas categorias tinha sua legislação própria e seus requisitos próprios. Cada uma tinha um período de carência de tempo de contribuição, a forma de filiação, etc. 
1977 a 1988 - Decreto 72/77 - Período de Reestruturação
Cria-se o SINPAS - Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social. O SINPAS buscou integrar os demais órgãos que compunham o Ministério de Previdência e Assistência Social.
Portanto, nós tínhamos:
INPS - Instituto Nacional de Previdência Social (era um órgão concessor e mantenedor dos benefícios)
IAPAS - Instituto de Administração da Previdência e Assistência Social (era um órgão fiscalizador, verificava o recolhimento das contribuições previdenciárias)
INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (era um órgão de assistência médica, portanto, da saúde)
LBS - Legião Brasileira de Assistência (era um órgão de assistência social)
Todos estes órgãos, foram integrados por conta do SINPAS, vinculado ao Ministério de Previdência e Assistência Social. 
Mas hoje, nós não temos mais apenas um ministério, temos dois: 
A previdência social, que está vinculada ao Ministério da Previdência Social, e a assistência social que está vinculada ao Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome (veremos adiante).
1988 - NOVA REESTRUTURAÇÃO
Com a CF de 1988 nós tivemos uma nova reestruturação.
Obs: Atualmente, nós extraímos do Art. 194 da CF, a estrutura organizacional da seguridade social. Compreende-se através do artigo, com mais facilidade, como ficaram esses desmembramentos todos.
Lei 8.029/90 - INSS (antigos INPS/ IAPAS) - Regulamentou o Art. 201 da CF.
Com esta lei extingue-se o INPS e o IAPAS e cria-se o INSS - Instituto Nacional do Seguro Social. Essa lei regulamentou o Art. 201 da CF.
Lei 8.080/90 - SUS (antigo INAMPS) - Regulamentou o Art. 196 da CF
Deixamos de ter o INAMPS, que era a assistência médica e passamos a ter o SUS - Sistema Único de Saúde. Essa lei regulamentou o Art. 196 da CF.
Lei 8.212/91 - PCPS - Plano de Custeio da Previdência Social (Legislação tributária previdenciária)
Esta lei trouxe o Plano de Custeio da Previdência Social. Esta é a legislação tributária da previdência social. 
Lei 8213/91 - PBPS - Plano de Benefícios da Previdência Social
Nesta legislação estão elencadas quais são as prestações previdenciárias, a carência, qualidade de segurado, os requisitos para a concessão de cada uma das espécies de benefícios previdenciários.
Lei 8742/93 - LOAS - Lei de Organização da Assistência Social - Regulamentou o Art. 203 da CF
Regulamentou o Art. 203 da CF, que versa sobre a assistência social, e acaba por extinguir a LBA. 
Assim como na Inglaterra, em 1961, as pessoas nessas condições eram encaminhadas para a Casa dos Pobres, essa lei possibilita a concessão de um benefício de um salário mínimo, para aquelas pessoas que vivem em condições de miserabilidade. 
Essa assistência está no Art. 20 dessa lei.Um requisito, que geralmente é difícil de transpor, do ponto de vista administrativo, é o de que no núcleo familiar, a soma dos rendimentos não deve ultrapassar 1/4 do salário mínimo (piso nacional).
Do ponto de vista jurídico, por se tratar de um direito social, que é um direito do cidadão, no âmbito de primeira instância, as decisões são no sentido de julgar procedente a ação, porém, nos Tribunais isso vem sendo reformado. Há ainda muita discussão. 
Os Tribunais entendem que o Art. 203 da CF não trouxe esse requisito para concessão do benefício assistencial, o qual, estaria já vetado pelo próprio Art. 20 da lei especial.
*
Um dos poucos países que ainda mantém o regime de contribuição é o Brasil. Nos demais países, a tendência é que apenas exista o critério de aposentadoria por idade e por contribuição, concomitantemente.
No Brasil nós temos duas modalidades de aposentadoria:
A aposentadoria por tempo de contribuição proporcional e a por tempo integral. 
O homem tem direito de aposentadoria proporcional a partir dos 30 anos de contribuição. Ela é considerada proporcional até os 34 anos de contribuição. Portanto, quando ele faz o requerimento de benefício com um tempo de contribuição de 30, 31, 32 ou 34 anos, denomina-se aposentadoria proporcional.
Com 35 anos de contribuição a aposentadoria denomina-se integral.
Obs: Veja que há uma vantagem, pois, o segurado pode começar a receber com 30 anos de contribuição proporcionalmente, e continuar trabalhando, quando depois, com 35 anos de contribuição, tornar-se-á automaticamente uma aposentadoria integral.
Houve um estudo para que se buscasse implantar também o requisito idade. Mas, como isso não foi aprovado, se buscou uma regra de transição, porque as aposentadorias eram concedidas muito cedo.
Antes, o segurado que começou a trabalhar aos 14 anos - na época era permitido, mas hoje não mais, o mínimo é 16 anos - e trabalhou por 30 anos ininterruptamente, aos 44 anos de idade, ou seja, mão de obra ativa ainda, já poderia aposentar-se.
Por isso, a busca de alteração lançando a idade, era para tentar retardar a concessão dessas aposentadorias precoces. Isso era ruim porque ele, além de receber o benefício, o segurado continuava no mercado no trabalho.
E pior, ele continuava trabalhando, recebia o beneficio e não contribuia mais. 
Hoje houve uma melhora, porque se ele se desaposentar e voltar a trabalhar, ele continua recolhendo.
Este fato gera o que se chama de déficit previdenciário, pois, há um desequilíbrio na forma de concessão e manutenção dos respectivos pagamentos.
De qualquer forma, a implantação do requisito idade não foi aprovado.
Mas, depois uma emenda constitucional, trouxe uma alteração relevante, trazendo para essas aposentadorias proporcionais, um elemento que compõe o cálculo da renda mensal do benefício, que é o chamado fator previdenciário, um fator redutor, que vai reduzir o benefício do segurado.
Outro requisito trazido foi a idade de 53 anos para o homem e para a mulher de 48 anos, mas isso só se aplica para o caso das aposentadorias proporcionais.
Ele então precisa comprovar, na época do requerimento, que ele tem 30 anos de tempo de contribuição e tem 53 anos de idade. 
Houve uma discussão grande no Congresso, para também extinguir o fator previdenciário, como um elemento que compõe o cálculo da renda mensal inicial, mas pretendia-se aprovar uma outra legislação, a "Fórmula 85/95".
A mulher precisaria comprovar 30 anos de tempo de contribuição + 55 anos de idade (85). O homem precisaria comprovar 35 anos de tempo de contribuição + 60 anos de idade (95). 
Isso forçaria o segurado a ficar mais tempo contribuindo para a previdência social, para que os valores em caixa a Previdência, para pagar esses benefícios, estejam então no ativo, e não no passivo, como ocorre com o déficit previdenciário.
*
EC 20 de 15/12/98 - Altera RGPS - Regime Geral de Previdência Social (Fator Previdenciário = composto pelo tempo de contribuição, alíquota e idade)
Esta emenda representa um marco divisor, pois, trouxe muitas alterações no regime geral de previdência social, uma das quais, a introdução do fator previdenciário como elemento que compõe o cálculo para apurar a renda mensal inicial dos benefícios.
EC 41 de 31/12/03 - Altera RPPS - Regime Próprio de Previdência Social
O RPPS é o regime dos servidores públicos. No âmbito da União, nós temos a Lei 8212/90, que é o regime jurídico único dos servidores públicos federais, e no âmbito de cada Estado nós temos uma legislação.
Obs: Não é objeto de nosso estudo o RPPS. O nosso objeto é o RGPS.
Paridade na Previdência Social
Quando o servidor público se aposentava (se civil) ou reformava-se (se militar), ele se aposentava com 100% dos seus proventos. 
Ele passava então para a inatividade, mas todas as vezes que a categoria (na ativa) obtia um aumento salarial, ele também recebia. 
Mas, isso não existe mais, por força da EC n˚ 41, que subsidiariamente está aplicando o RGPS. 
Portanto, os índices de atualização dos benefícios dos servidores públicos inativos não importa mais em 100%. 
Tanto que temos uma diferença entre os ativos e inativos. Mas, há uma enxurrada de ações tramitando nas varas públicas, questionando isso.
Importante!
Todas as vezes em que se discute no Congresso o aumento do salário mínimo, o argumento contrário é que se for aumentar de acordo com aquilo que se pretende, vai quebrar a previdência social.
Esse argumento não procede, porque nosso sistema é de seguridade social. 
Dentro dele, nós temos sub-sistemas, que são saúde, previdência e assistência social. Tanto para a saúde, quanto para a assistência social, não há obrigatoriedade de contribuições para que tenhamos direitos.
A saúde é um direito do cidadão, portanto, um dever do Estado. Não é dado mediante contribuição.
Se o SUS funciona ou não, se não se aplicou corretamente a verba arrecadada com a CPMF nele, não importa, a questão é que nós temos direitos gratuitos de assistência a saúde, bem como, direitos a assistência social, ambos garantidos pela CF.
Isso é diferente do que ocorre com a Previdência Social, pois, neste caso, para que tenhamos direitos às prestações do RGPS, é necessário que façamos as respectivas contribuições, pois, o regime é contributivo. 
Vale dizer que, os ativos contribuem para a manutenção dos inativos, e aqueles inativos que continuam ativos, também contribuem.
É por isso que não deve-se concordar com o posicionamento de que a previdência está quebrada.
O problema é extrair valores que estão destinados ao pagamento dos benefícios previdenciários, para manutenção dos outros dois sub-sistemas, saúde e assistência social. 
Aí está o problema, fica com o "cobertor curto", ou seja, cobre a cabeça e os pés ficam de fora.
Aula de 16/02/11
ESFERA ADMINISTRATIVA - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Vamos analisar o conceito de seguridade social.
Art. 194 - A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Com base neste conceito, vamos verificar a estrutura organizacional:
Parágrafo Único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei ...
Todas as vezes que nós encontramos no texto constitucional a expressão "nos termos da lei" significa que este artigo depende de uma complementação, seja por lei ordinária ou complementar.
O legislador constituinte, ao trazer o conceito de seguridade social, remeteu ao legislador infraconstitucional que determinasse essa estrutura organizacional.
Nos termos da lei, no Art. 5˚ da Lei 8.212/91, encontramos a regulamentação.
Vejamos:
Art. 5˚ - As ações nas áreas de Saúde, Previdência Social e Assistência Social, conforme o disposto no Capítulo II do Título VIIIda Constituição Federal, serão organizadas em Sistema Nacional de Seguridade Social, na forma desta Lei.
Veja então que o legilador constitucional remeteu ao legislador infraconstitucional, que determinou que essas ações de iniciativa integrada dos poderes públicos e da sociedade, dar-se-ão de acordo com um Sistema Nacional de Seguridade Social (SNSS).
Como vimos anteriormente, o SINPAS - Sistema Nacional de Previdência e Assistencia Social, com a nova reestruturação da CF, foi extinto e implementado um Sistema Nacional de Seguridade Social.
Nós tínhamos o INPS, tratando de benefícios previdenciários, o INAMPS, de saúde e a LBA, tratando de assistência social. O SINPAS visava integrar os órgãos que versavam sobre previdência social.
Portanto, o SINPAS, como um sistema, integrou esses sub-sistemas e os vinculou ao Ministério da Previdência e da Assistência Social.
Como a CF trouxe uma nova determinação, criando o Sistema Nacional de Seguridade Social, precisamos dar cumprimento ao caput do Art. 94, seu Parágrafo Único, e combinar com o Inciso VII do mesmo artigo, que determina:
VII - o caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
Portanto, para que se pudesse dar atendimento a este Inciso VII, do Parágrafo Único do Art. 194, foi criado o Sistema Nacional de Seguridade Social, com base no Art. 5˚ da Lei 8.212/91, e tivemos aqui um desmembramento do sistema.
Hoje nós temos como sub-espécies a Saúde, a Previdência Social e a Assistência Social, e veja que é diferente daquela época em que todo eles estavam vinculados ao mesmo sistema e ao mesmo ministério.
Hoje nós estamos em caráter descentralizado, nós criamos um Ministério para cada uma dessas sub-espécies.
Vinculado ao Ministério da Saúde, nós temos o Sistema Único de Saúde (SUS), que por sua vez tem um Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Veja que o legislador determinou um caráter democrático e descentralizado, mediante uma gestão quadripartite, ou seja, teremos que ter 4 (quatro) trabalhando em conjunto, porque compreende um conjunto integrado de ações, onde participam os trabalhadores, os empregadores, os aposentados, e o Governo nos órgãos colegiados. 
Por meio dos Conselhos, que são os órgãos colegiados, o legislador buscou fazer com que todos os seguimentos da sociedade estivessem aqui representados, para que possam atuar visando políticas públicas, tanto no âmbito da saúde, quanto da previdência, quanto da assistência social.
Dentro do Sistema Nacional de Seguridade Social (SNSS), temos outra sub-espécie a ver, que é a Previdência Social, que está vinculada ao Ministério da Previdência Social. Veja que nós não temos mais o Ministério da Previdência e Assistência, eles foram descentralizados.
O Ministério da Previdência social, por sua vez, tem vinculado o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e dentro do INSS nós temos vários órgãos colegiados.
O primeiro deles é o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), que é um órgão colegiado e deliberativo, cuja atribuição e competência estão especificadas nos Arts. 3˚ e 4˚ da Lei 8.213/91.
*
Nos órgãos colegiados, temos a participação quadripartite, dos trabalhadores, empregadores, aposentados e poder público, e ela se dá através dos sindicatos. 
Casa sindicato de classe tem lá os seus respectivos representantes, devidamente nomeados, e compõem os Conselhos, seja ele na área da saúde (CNS), na previdência social (CNPS), ou na assistência social (CNAS).
Quando nós temos um sistema composto por sub-sistemas, podemos então afirmar que houve um caráter descentralizado, porque dentro desses conselhos, nós temos toda a sociedade representada, conferindo o atendimento ao Inciso VII, do Parágrafo Único, do Art. 194, da CF.
*
Ainda no âmbito do INSS, nós temos também o Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS), que é um órgão de julgamento, localizado em Brasília, sendo um órgão de última instância dos recursos administrativos.
No caso do Município de São Paulo, temos regiões norte, sul, leste e oeste. Em cada uma das regiões nós temos agências de atendimento da previdência social. 
Quando o segurado pretende a concessão de uma determinada espécie de benefício, ele vai formalizar o pedido através de um requerimento, instruindo-o com os devidos documentos, numa agência da região de sua residência. Podendo ainda ser feito via on line. 
Dentro do âmbito de cada uma dessas agências da previdência social, nós temos um setor de recursos. Se porventura sobreveio uma decisão desfavorável, nós podemos fazer a interposição de recurso, que se dará nesse Setor de Recursos, vinculado a agência da previdência social, a qual, eu fiz o meu requerimento.
Portanto, funciona assim:
Eu estou numa Agência da Previdência Social (APS), o meu pedido foi indeferido. Faço a interposição do meu recurso, lá dentro da agência mesmo, no Setor de Recursos (SR), que vai analisar se mantém ou reforma a decisão. 
Se o SR julgar procedente, o benefício é concedido. 
Mas, se o recurso for indeferido, nós temos ainda uma outra possibilidade. 
Podemos interpor um novo recurso, que será interposto novamente no próprio Setor de Recursos, que vai analisar as razões recursais e, se tudo certo, expede um despacho deteminando o encaminhamento para a Junta de Recursos (JR), que não está vinculada às agências.
Na Junta de Recursos, nós temos as Turmas Recursais. 
As Turmas Recursais são compostas pelos representantes dos sindicatos dos empregados e/ou empregadores. Se ela reformar a decisão e dar provimento ao meu recurso, ele volta para a APS e o benefício será concedido.
Se a Junta de Recurso mantém o ato indeferitório, ainda cabe mais um recurso, em última instância da esfera administrativa, para o Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS).
Obs: Abrimos este "parentêses" para mostrar o caminho até o CRPS. 
Veja que nós temos 3 (três) possibilidades de reversão do ato indeferitório, até chegar ao CRPS, que é formado por Câmaras Julgadoras, que também são órgãos colegiados.
Nós não estamos obrigados a esgotar toda a esfera adminstrativa para buscar reverter a situação do segurado, especialmente porque se trata de um benefício de caráter alimentar.
O trâmite destes recursos é extremamente rigoroso. Portanto, na prática, se o meu requerimento é indeferido, esqueço a esfera administrativa, vou logo para a esfera judicial, pois, com o indeferimento na esfera administrativa eu já tenho como demonstrar a minha pretensão resistida perante o Judiciário.
Tratando-se de benefício de caráter alimentar, vou logo para a esfera judicial, mesmo que eu mate a esfera administrativa, pois, não posso prosseguir nas duas.
Contra o ato indeferitório será que cabe MS?
No MS temos que comprovar logo de cara um direito líquido e certo, porque ele não comporta a dilação probatória. 
Portanto, se o direito depender de dilação probatória, melhor descartar o MS. Mas, dependendo do caso, se se puder demonstrar o direito líquido e certo, pode ser impetrado o MS.
Entretanto, para impetrar o MS é necessário contratar advogado, pois, se trata de atuação na esfera judicial.
Mas, no âmbito do Poder Judiciário, especificamente no Juizado Especial Federal, a parte também tem capacidade postulatória, desde que, as causas não ultrapassem 60 (sessenta) salários mínimos.
Com essa possibilidade do próprio segurado ir lá no JEF propor ação, o que se aconselha, é que ele proponha uma ação de obrigação fazer com pedido de tutela antecipada.
Esta ação não tem cunho patrimonial, pois, visa reformar o ato indeferitório, com a obrigação de fazer, consistente na concessão do benefício. A tutela antecipada é flagrante, porque identifica-se de cara o periculum in mora e o fumus boni iuris.
Obs: Atenção! Não cabea impetração de MS no âmbito do JEF nem do JEC. Por vedação expressa da Lei 10.259/01 (JEF) e também pela Lei 9.099/95 (JEC).
O MS deve ser impetrado por uma das Varas Previdenciárias da Justiça Federal. Outro caminho seria justamente uma ação de obrigação de fazer na Vara Previdenciária.
Veja que também é bom fazer o cálculo antecipado para verificar se o valor da causa ultrapassaria ou não os 60 (sessenta) salários mínimos. Se ultrapassar, não posso entrar pela JEF.
Medida Cautelar Preparatória
Outra possibilidade ainda que era muito usada, é a chamada medida cautelar preparatória. 
Era proposta com o fim específico de reverter o ato indeferitório, quando há valores atrasados a serem recebidos, que atrasaram por conta da demora desde a data do requerimento, até a data do ato indeferitório.
O advogado ingressava com a ação de cobrança comum (principal) para poder propor a medida cautelar preparatória.
Art. 5˚, XXXV, CF - Princípio da Inafastabilidade do Juízo
Por esse princípio, nós podemos buscar os direitos do segurado no âmbito da esfera judicial.
Mas, temos que analisar também a controvérsia doutrinária, que diz, que tenho que ter a pretensão resistida. 
Outros entendem que não.
Vejamos:
Primeiro tenho que buscar o requerimento no âmbito administrativo, para que se tenha a pretensão resistida. Esse é o primeiro entendimento. 
O segundo, é que o fato da autarquia ter sido citada e apresentar a sua contestação na esfera judicial, sem ter sido sido "citada" na esfera administrativa, já demonstrou a pretensão resistida, pois, ainda que não seja no âmbito da esfera administrativa, se a autarquia fez isso no âmbito da esfera judicial, ela também faria na esfera judicial.
Na prática, o que é bom fazer. 
A lei 8.213/91 determina que a administração pública tem um prazo de 45 dias do requerimento para analisar se vai receber ou denegar o pedido do benefício. 
O melhor a fazer então é ingressar na esfera administrativa, esperar passar o prazo, depois tira-se uma cópia de todo o processo, e com isso, posso entrar na esfera judicial demonstrando a pretensão resistida e que não houve supressão de instâncias.
Antes demorava muito, hoje até que nem tanto.
No caso de aposentadoria por idade, o segurado já recebe uma correspondência em casa, informando que ele tem idade e a carência já preenchida, solicitando o comparecimento perante a APS para assinar os documentos, se ele pretende ter o benefício concedido.
Isso provavelmente se dará em relação a todos os demais benefícios. 
No caso de aposentadoria por tempo de contribuição, se o empregado trabalhou toda a vida como empregado ininterruptamente, não tem nenhum problema para o requerimento. 
O problema é daquele que era empregado um tempo, depois virou autônomo (contribuinte individual), ou sai da iniciativa privada e vai para o regime de servidor público, depois volta de novo. Aquela salada.
Veja que a forma de se fazer o cálculo do tempo de contribuição, acaba trazendo várias minúcias e várias exigências de documentação, que acaba por inviabilizar a forma de conceder direta e rapidamente.
*
Importante!
Só é objeto de nosso estudo a parte de Previdência Social, não será objeto de nosso estudo a parte ligada a Saúde nem a Assistência Social.
Ainda no âmbito do INSS, também vinculado ao Ministério da Previdência Social, temos o Conselho Gestor de Previdência Complementar (CGPC). Tratado na Lei Complementar n˚ 109/01, que versa sobre o Plano de Previdência Privada Complementar, este tema não será objeto de nosso estudo.
Continuando no âmbito do INSS, temos o Conselho Gestor do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CGCNIS). A possibilidade de haver uma concessão por meio do envio de uma cartas (do exemplo da aposentadoria por idade), se dá por conta deste cadastro.
Portanto, todas as nossas contribuições, seja como empregado ou como contribuinte individual, estão todas lá no CGCNIS, onde ocorre um entrelaçamento das informações entre o Ministério do Trabalho e o Ministério da Previdência Social.
O procedimento para alimentação desse cadastro se dá pelo envio compulsório da RAIS pelas empresas. 
A RAIS é a Relação Anual de Informação Social. Toda a vida laborativa fica lá gravada e facilita muito a concessão dos benefícios.
Veja que todos os documentos expedidos pelo CGCNIS tem fé pública. Por isso, não é necessário que a administração pública queira fazer alguma exigência sobre o documento. 
Caso eu perca a minha CTPS, vou buscar junto às empresas um novo registro na minha 2ª Via.
Mas, o agente administrativo, quando analisa essa CTPS, vai verificar que as datas de registro estão anteriores à data de expedição da minha 2ª Via. Portanto, vai fazer exigência de cópias das fichas de registros do empregado, porque ele não sente muita firmeza apenas na CTPS. Ele procura então ratificar os dados com aqueles constantes do cadastro. 
Veja que isso vai demorar muito e vai onerar o segurado. Lembre-se que é um benefício de caráter alimentar! Não pode demorar!
Portanto, veja o tanto que o registro no CGCNIS facilita a vida do segurado. Caso ele perca a carteira e ainda por cima não consiga mais obter os registros anteriores, se o registro em CTPS se deu após 1.974, é possível obter informações no CGCNIS.
A partir de 1.974, o Setor de Informações da Previdência Social, recebia a cópia da RAIS e fazia a atualização dos cadastros. 
Mas, antes disso, não havia esse controle. Por isso, se o período for anterior, tenho que buscar outras ferramentas.
Posso formalizar um pedido de justificação administrativa, juntando documentos da época em que trabalhei, recibos, declarações, aliados a mais 3 (três) testemunhas, pelo menos, e o agente administrativo poderá então deferir o meu pedido.
Outro órgão ligado ao Ministério da Previdência Social é a Inspetoria Geral da Previdência Social (IGPS). Normalmente, essa inspetoria realiza auditorias referentes aos benefícios concedidos, para verificar se houve fraude ou vício na concessão.
Nós temos ainda, uma Gerência Executiva (GEREX). Em cada uma das APS eu tenho um gerente-executivo, que é o responsável por todos atos praticados no âmbito daquela determinada APS.
Se eu pretendo adotar alguma medida judicial, contra algum ato de algum servidor ou agente administrativo, a minha ação será endereçada contra - em especial o MS - o Gerente-executivo da APS, referente à região em que eu fiz o meu requerimento.
Obs: Ilmo. Sr. Gerente Executivo do Órgão Regional X.
E dentro de cada uma das APS, também vou ter um Conselho de Previdência Social (CPS), que também é um órgão colegiado. 
Quando há alguma dúvida sobre algum ato a ser adotado pelo agente administrativo, ele solicita ao CPS que emita um parecer, reforçando a sua tese, mas também para evitar erros nos despachos, na concessão ou indeferimento do benefício.
Portanto, se o agente administrativo tem dúvida, solicita parecer para o CPS, este emite, encaminha para o GEREX, que homologa, volta para o agente que está analisando o benefício, e com base nesse parecer ele toma sua decisão. Isso é uma forma do agente se isentar de responsabilidade, quando tem dúvidas.
E temos, por último, também vinculado ao SNSS, a Assistência Social, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento e Combate á Fome - nós não temos mais o Ministério da Previdência e Assistência Social. 
Tenho também a Lei de Organização de Assistência Social, a Lei 8.742/93 (LOAS), que por sua vez também tem o seu Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS)
 
Perguntamos novamente:
De acordo com tudo o que vimos pelo fluxograma, será que o legislador atendeu ao inciso VII, do Art. 194, da CF?
Siiiimmmm!
Aula de 02/03/11
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
- Ramo do Direito Público
O direito previdenciário está inserido no ramo do direito público, porque o SNSS está vinculadoao Estado. Vimos isso quando observamos a organização estrutural.
- Autonomia
Esse sistema tem o chamado Poder de Império do Estado, que determina que para ter direito às prestações da seguridade social, especificamente o direito previdenciário, eu estou obrigado a filiar-me ao RGPS.
Antes da CF o direito previdenciário era estudado como parte do direito do trabalho. Os doutrinadores faziam argumentações dos institutos, princípios, das regras pertinentes a direito previdenciário, dentro do direito do trabalho.
Com o advento da CF/88 isso deixou de existir. Hoje todos os doutrinadores entendem que o direito previdenciário, além de ser um do ramo do direito público, é uma ciência autônoma, que não está mais vinculada ao direito do trabalho.
Vejamos algumas diferenças que os dotrinadores indicam:
	DIREITO DO TRABALHO
	DIREITO PREVIDENCIÁRIO
	Título II - Capítulo II
Art. 7˚/ Direitos Sociais
	Título VIII - Capítulo II
Da Ordem Social
	Art. 22, I, CF
	Art. 22, XXIII, CF
	Art. 114, CF
	Art. 109, I, CF
	Empregado/Empregador
	Segurado ou Empregado/ Estado
Se verificarmos no Título II, Capítulo II, no Art. 7˚ da CF, veremos que ele versa sobre os direitos sociais.
No âmbito do direito previdenciário, nós vamos para o Título VIII, Capítulo II, Da Ordem Social.
Art. 22 da CF - Compete privativamente à União legislar sobre:
É o artigo que diz que entre outros compete privativamente a União legislar, entre outros, direito do trabalho.
XXIII - seguridade social;
Também compete á União, de acordo como este inciso legislar sobre Seguridade Social.
Essa é mais uma argumentação, que determina a autonomia do direito previdenciário. Se o legislador não fizesse menção a isso, ficaria apenas a parte do direito do trabalho, e aí sim o direito previdenciário não seria autônomo, teria que seguir regramentos do direito do trabalho.
Art. 114 da CF - Compete a Justiça do Trabalho, processar e julgar:
Este artigo foi alterado pela EC n˚ 45, que ampliou a competência da Justiça do Trabalho. Os incisos I a IX versam sobre a competência para julgar causas referentes ao direito do trabalho.
Quando vamos ao Art. 109, I, a CF está tratando sobre a competência da Justiça Federal, para processar e julgar as causas em que há a participação das autarquias federais.
Vejamos:
Art. 109 - Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - As causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral à Justiça Militar e da Justiça Eleitoral.
Note que, como nós sabemos, o INSS é uma autarquia federal, e por isso todas as causas contra ou a favor do INSS serão processadas e julgadas perante a Justiça Federal. 
Portanto, mais uma argumentação para demonstrar a autonomia do direito previdenciário em relação ao direito do trabalho.
A relação jurídica, como nós vimos, no âmbito do direito previdenciário, se dá entre segurado (ou empregado) e Estado. Diferente do que ocorre, no direito do trabalho, pois, a relação jurídica aqui se dá entre empregado e empregador. Outro motivo.
O direito do trabalho tem regras e princípios próprios e o direito previdenciário também. Tanto é verdade, que há uma justiça especializada, doutrinadores diferentes, princípios exclusivos e conceitos.
- Relação Jurídica entre Segurado e Estado
Diferente daquilo que acontece no direito privado, na relação segurado e Estado não se aplica a convenção entre as partes, pois o regime é público.
Essas são as principais argumentações para dizer que o direito previdenciário é uma ciência pertencente ao ramo do direito público.
- Relaciona-se com outros ramos
Relaciona-se com outros ramos, visto que nenhuma ciência jurídica se basta em si mesma. 
Se relaciona com o direito administrativo, constitucional, processual civil, civil, processual penal, penal, tributário, do trabalho. 
No direito administrativo temos o princípio da legalidade, aplicável tanto lá quanto cá no direito previdenciário.
Com o direito civil também, quando tratamos em dependentes do segurado, remetendo a herdeiros no direito civil. A companheira hoje tem direitos devido aos julgados em direito previdenciário, que irradiou para o direito civil, ajudando a moldar o que é a sua atual lei também.
Relaciona-se com o direito comercial. Dentre o rol dos beneficiados nós temos os segurados e dentre eles temos o contribuinte individual, e dentro deste rol dos contribuintes individuais, nós temos também os empregadores. Estes institutos de direito comercial, serão aplicados também em direito previdenciário.
Relaciona-se com o direito tributário, quando falamos sobre o Plano de Custeio da Previdência Social, a parte tributária, que informa quais são os contribuintes, as alíquotas que se deve aplicar sobre o salário de contribuição. A prescrição, nós vamos aplicar o que diz o Art. 173 e 174, do CTN no que diz respeito a Previdência Social.
Com o direito do trabalho, apesar de todas as diferenças. P. ex., quando buscamos o conceito de empregado e empregador, constantes dos Arts. 2˚ e 3˚ da CLT. São institutos, conceitos do direito do trabalho, que vamos aproveitar também no direito previdenciário.
Também relaciona-se com o direito penal, quando há falsificação de documentações e fraude em um requerimento. Buscamos institutos do direito penal e processual penal, para poder chamar a responsabilidade de quem agir assim. 
P. ex., nós temos um empregado devidamente registrado, tem as contribuições devidamente deduzidos de sua contribuição, mas a empresa não repassa para o INSS.
Veja que há apropriação indébita, que é crime (Art. 168-A do CP). Isso até já tinha expresso na Lei 8.213/91, dizendo que era crime, mas não determinava sanção nenhuma. Por isso foi criado o Art. 337-A do CP, que versa sobre a sonegação.
Com processo civil também, para tratarmos de competência, qualificação das partes, os requisitos da PI, os prazos no âmbito do Judiciário para tomar as medidas, etc.
Além desses ramos do direito, também haverá uma relação multidisciplinar. Vamos nos relacionar também com as Ciências Contábeis. Se ingressamos com uma ação judicial, ou se ingressamos perante a esfera administrativa, nós vamos aplicar a matemática financeira, e demais institutos contábeis para chegar a determinado cálculo.
Também vamos nos valer da Assistência Social, pois, temos o Serviço Social dentro de cada uma das APS. 
Com a Medicina também, p. ex., numa espécie de prestação onde o segurado busque por conta de uma incapacidade um determinado benefício. Acidente do trabalho, p. ex., para verificar se existe uma incapacidade laborativa, se é permanente, temporária. Quem fará este laudo é o médico perito.
FONTES DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
FONTES MATERIAIS
São os fatores sociais, econômicos ou históricos, que contribuem para o surgimento de uma norma. 
Nos EUA, a lei do seguro social surgiu de um fato econômico, que foi a quebra da bolsa, trazendo miséria para a população, que, com a mobilização dos cidadãos, eles conseguiram sancionar a lei.
FONTES FORMAIS
- Fontes formais principais 
1. Constituição Federal, Arts. 194 a 204, CF
2. Emenda Constitucional n˚ 20 de 15/12/1998.
3. Lei Complementar n˚ 109/2001 - Regime de Previdência Privada Complementar
4. Lei Ordinária - Lei 8.212/91 - Plano de Custeio da Previdência Social
5. Lei Ordinária - Lei 8.213/91 - Plano de Benefícios da Previdência Social
6. Leis Delegadas = Não temos.
7. Medidas Provisórias*
*É bom verificar a MP 1553, pois, trata-se de uma MP muito polêmica.
 - Fontes formais secundárias
1. Decreto 3.048/99 - Regulamentou a Lei 8.212/91 e 8.213/91
2. Portarias - Não temos.
3. Ordem de Serviço** Pesquisar a OS 611 e 612. 
Tem várias alterações a respeito da aposentadoria especial. Se havia a possibilidade de converter uma atividade especial para buscar aposentadoria comum, ou, converter o tempo de atividade comum para especial e buscar a aposentadoria especial.
Vários MS foram impetrados contra essas OS. Também é bom dar uma analisada para ter conhecimento prévio, pois, vamos estudá-las.
Aula de 16/03/11
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL
PRINCÍPIOS GERAIS
São aqueles que norteiam o Direito:
1. Dignidade da Pessoa Humana - Art. 1˚, III, CF
Versa sobre um dos fundamentos de um estado democrático de direito. Nesse estado devemos ter a preocupação com a proteção social dos membros que compõem essa sociedade.
Observamos isso também nos Arts. 6˚ e 7˚, que versam sobre os Direitos Sociais, e também no Título VIII, a partir dos Arts. 193, 194, 195, da CF, que tratam da Ordem Social.
Há que se ter meios mínimos necessários para que esse membro da sociedade possa ter condições de manutenção e subsistência. Que é o que a seguridade faz, quando autoriza a concessão de um benefício assistencial para aquele membro que não tem meios próprios de subsistência.
Pela Lei 8.742/93, temos a possibilidade da concessão desse benefício para aquela pessoa que comprova especificamente os requisitos do Art. 20, demonstrando que não tem meios próprios de subsistência, mesmo sem que haja a contribuição.
É dever do Estado a saúde pública. Por isso nós temos o SUS que autoriza para preservar a dignidade da pessoa humana o livre acesso à saúde.
2. Igualdade/ Isonomia - Art. 5˚, caput, CF
Todos somos iguais sem distinção de qualquer natureza.
Nós temos a aposentadoria por idade, para a mulher em 60 anos e para o homem em 65 anos. Mas, veja que não há a quebra da igualdade, pois, nós estamos tratando os desiguais desigualmente na medida de suas desigualdades.
Sabe-se que a mulher tem dupla jornada em relação ao homem. E é por essas questões que se diminui a idade, para que haja uma igualdade entre homem e mulher
Também, quando a legislação autoriza a concessão por tempo de contribuição integralmente aos 30 anos e para o homem aos 35 anos, ocorre também um tratamento de igualdade, na medida das desigualdades.
3. Legalidade - Art. 5˚, II, CF
Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei.
Uma autarquia federal não pode exigir do segurado requisitos que não estejam especificados na legislação. P. ex., exigir uma carência maior para determinado benefício, além do que o determinado em lei.
O Art. 25 e s.s. determina que a carência exigida para concessão desta espécie de benefício, importa em 12 contribuições. Não pode querer exigir mais do que isso.
4. Direito Adquirido - Art. 5˚, XXXVI, CF
Nós sempre aplicaremos as regras vigentes à época do fato gerador. O direito adquirido é aquele direito que já está incorporado ao patrimônio do titular, ainda que este titular não tenha exercido este direito.
Se ele já preencheu os requisitos para a concessão de uma espécie de benefício, então já tem o seu direito adquirido. Não pode uma legislação posterior alterar ou revogar aquele direito que já está incorporado ao meu patrimônio.
P. ex., a EC n˚ 20/98, tínhamos a regra anterior que determinava que para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição proporcional para a mulher, em 25 anos de tempo de contribuição, e para o homem 30 anos.
Bastava para eles comprovarem até o dia 15/12/1998 comprovar o exercício de atividade profissional pelo tempo previsto e estavam aptos a receber o benefício. Mas, a EC extinguiu a aposentadoria por tempo de contribuição proporcional, passando a viger somente a concessão de aposentadorias integrais.
Para não prejudicar os segurados que estavam na iminência de adquirir o direito - veja que é diferente do direito adquirido, quando preencho todos os requisitos na época da vigência da legislação - criou-se uma regra de transição, que trouxe mais 2 (dois) outros requisitos para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição proporcional.
Se até a data de 15/12/1998 a mulher tem 20 anos de tempo de contribuição, ela ainda não teve o direito adquirido, então entra na regra de transição. 
Sobre esse tempo faltante de 5 anos, ficou determinado pela EC que a segurada deve pagar o que se chamou de "pedágio" - que é o requisito incluído - de 40% sobre esse tempo faltante, para que possa, após a soma, buscar o requerimento da aposentadoria proporcional.
Se ela precisava de mais 5 anos, agora com este pedágio, é necessário que ela contribua por 7 anos, ou seja, 40% de 5 anos = 2 anos, por isso 7 anos. Veja que aumentou o tempo de contribuição.
E o outro requisito da mulher é ter a idade mínima de 48 anos.
Para o homem a mesma coisa, mas o segundo requisito, idade mínima, é de 53 anos de idade.
Se em 15/12/98 eu preenchi os requisitos, eu não posso ser abrangido sobre estas novas regras, sob pena de ferir o direito adquirido, ainda que eu não tenha exercido o meu direito.
P. ex., vamos supor que em 15/12/98 eu preenchi os meus 30 anos de tempo de contribuição, mas não formalizei o meu pedido no âmbito da esfera administrativa, isso não influenciaria no meu direito adquirido, pois eis que estão incorporados ao meu patrimônio, eu apenas não o exerci quando implementei os requisitos. Poderei fazê-lo posteriormente fazendo com que aplique-se a legislação vigente à época dos fatos.
O que pode ocorrer é o fato de gerar um prejuízo financeiro, ou seja, eu preenchi os requisitos, mas não formalizei o pedido. Como eu demorei para fazer isso, quando fizer eu terei prejuízo, porque o meu benefício terá a data de início a partir da data de entrada do meu requerimento. 
Portanto, todas as parcelas anteriores a esta data estarão prescritas, por conta da minha inércia.
5. Devido Processo Legal - Art. 5˚, LIV, CF
Ninguém pode ser privado de seus bens sem o devido processo legal. Este princípio aplica-se no âmbito do direito previdenciário, para dizer que a autarquia não pode suspender ou cancelar um benefício sem que haja o respeito a ampla defesa e o contraditório.
Porém, infelizmente, eles fazem isso mesmo.
Um segurado buscou o requerimento do benefício em 1992 e o benefício foi concedido. Em 1993 ele ingressou com um pedido de revisão no âmbito da esfera administrativa, buscando a conversão de um período especial para comum, para que depois com a soma desses dois períodos, pudesse ser majorado o tempo de contribuição, e consequentemente a renda mensal inicial.
Num primeiro momento ele saiu com uma renda mensal inicial cuja alíquota importava em 70%, com esta conversão, somados os períodos, esta alíquota foi majorada em 100%, porque ele chegou a 36 anos de tempo de contribuição.
Significa que esse segurado tinha uma diferença favorável, mês a mês, em 30% por mês. Foi feito este re-cálculo e foi implantado um benefício com as novas características. O INSS fez o cálculo de todos os valores atrasados, mês a mês, corrigido monetariamente, mas acabou por não pagar os valores.
O segurado procurou a via judicial para receber esses valores atrasados. Obteve sucesso em primeira instância, onde o INSS confirma o re-cálculo, e gerou um outro favorável ao autor, porém, disse que havia necessidade de apresentar alguns documentos para que pudesse liberar o benefício.
Ora, se já havia sido realizada a análise dos documentos para fins de revisão do benefício, porque agora eu venho perante o Judiciário justificar da necessidade de apresentar documentos para que se possa liberar os valores que estão em atraso aguardando o pagamento.
A sentença foi procedente, o INSS recorreu, contra-razões, o Tribunal manteve a decisão, o processo volta para a primeira instância, e então entramos na fase de execução de sentença. 
Intima-se a parte para apresentaros cálculos, o INSS se manifesta, não impugna os cálculos, vai para o juiz e ele determina que se expeça as peças necessárias para que agora se possa expedir o ofício requisitório para pagamento desses valores atrasados através do chamado precatório.
Veja a delonga! Desde 1992!
Se este autorizar a expedição do ofício requisitório, ainda no exercício de 2011, que deve ser feito até 30 de junho de cada exercício, se o ofício requisitório entrar até esse dia, a autarquia tem um prazo de até um ano, ou seja, até junho de 2012, para efetivar o depósito.
Contudo, para a surpresa do segurado - rasgando o direito adquirido, devido processo legal, legalidade e tudo mais! - o INSS, em março de 2010 expede uma notificação dizendo ao segurado, novamente, para apresentar aqueles documentos da ação judicial.
O segurado contra-notifica dizendo que os documentos já tinham sido apresentados na época oportuna, foi analisado, aceito, foi revisto e implantado o benefício com novas características, gerou valores atrasados, houve sentença judicial transitada em julgado.
E para surpresa do segurado, que recebia o valor de R$ 2.500,00, foi receber o pagamento no mês de janeiro de 2011, e lá estava depositado a título de benefício, R$ 1.041,00!
O segurado desloca-se a agência para saber o porquê e lhe informam de que houve uma revisão no âmbito da esfera administrativa, em que se desconsiderou, aquele período em que gerou a majoração e diminuiram o valor.
Esse então é um exemplo triste do que acontece. Por isso, vemos que por vezes o direito adquirido, ato jurídico perfeito, coisa julgada, legalidade, devido processo legal, não se respeita, e é por isso que temos uma avalanche de processos tramitando no âmbito da Justiça Federal.
A maioria dos processos lá constantes são contra o INSS.
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS
Implícito - Solidariedade - Art. 3˚, I, CF
Como cidadãos e membros da sociedade, temos que ter a preocupação com a coletividade. Entre nós existe o que se chama de cotização. Cada um de nós, seja como empregado, trabalhador avulso, contribuinte individual, contribuimos individualmente para o bem estar da coletividade.
O princípio da solidariedade significa que nós que estamos na ativa, contribuimos para a manutenção dos benefícios daqueles que estão inativos. Eles contribuiram uma época para que outros usufruissem e hoje estão usufruindo também de quem contribui.
Podemos verificar no Art. 195 da CF, que a seguridade social será financiada por toda a sociedade. Todo cidadão deve compulsoriamente contribuir para a previdência, para que tenhamos direito a contra-prestação depois (Poder de Império).
Princípios Explícitos - Art. 194, I a VII, CF
Estão especificados como "objetivos", mas os doutrinadores dizem que são princípios.
O artigo versa sobre a universalidade da cobertura e do atendimento. Significa buscar e cobrir todas as possíveis contingências ou eventos a que estamos expostos ao longo da vida.
Desde o berço até o túmulo, como dizia Beveridge.
Tudo o que puder sobrevir de risco social, temos que ter uma proteção social. P. ex., para o nascimento, velhice, doença. O legislador deve buscar a universalização disso, para cada um dos riscos sociais a que estamos expostos.
Se nós temos a universalidade da cobertura, também temos que ter a universalidade do atendimento. Então, para cada uma destas espécies de contingências ou eventos a que estamos expostos, como risco social, a que se ter a respectiva proteção social. 
Para o nascimento deve-se ter a licença maternidade e o salário maternidade. Para a velhice, deve-se ter a aposentadoria por idade. 
Para a doença, se ficou determinado que devo permanecer por mais de 15 dias afastado de minhas atividades, devo ter um auxílio doença. Se sofri um acidente permanente, aposentadoria por invalidez.
Portanto, o legislador, dentro desta universalidade, verifica quais são esses riscos que estamos expostos, e busca o atendimento para cobrir estes riscos sociais.
Princípio da Uniformidade
O Art. 194, Parágrafo Único versa sobre uniformidade. 
Não pode haver - como houve, antes da CF/88 - uma distinção entre trabalhadores rurais e urbanos. Deve-se ter o mesmo atendimento para ambos. Se eu sou um rurícula e faço minhas contribuições, não pode haver diferença em relação ao trabalhador urbano, havendo prestações diferentes, p. ex.
Ambos tem direito a aposentadoria por idade, por tempo de contribuição, ou especial. Não pode haver distinção.
Princípio da Seletividade e Distributividade
Art. 194, III, versa sobre a seletividade e distributividade nas prestações dos servíços. Este princípio está dirigido ao legislador. Ele que selecionará e verificará quais são os eventos, ou quais são as contingências que merecem a respectiva cobertura e atendimento.
Com isso, ele, em primeiro lugar, busca a distribuição de renda. Em segundo lugar, ele vai determinar quem tem direito e quais são os requisitos para concessão de determinada espécie de prestação.
P. ex., para o salário família, o legislador determinou dentro deste requisito de distributividade, que somente os segurados de baixa renda tenham direito ao salário família. Ou seja, quem ultrapassa esse limite de requisito de baixa renda, não recebe o benefício (hoje até R$ 862,11).
Princípio da irredutibilidade do valor do benefício
O Art. 194, IV versa sobre a irredutibilidade do valor do benefício.
Este princípio tem a ver com aquele princípio da intangibilidade do salário, lá no âmbito do direito do Trabalho. 
Tanto o salário quanto o benefício, não podem ser objeto de arresto, sequestro nem penhora, porque são valores que visam a manutenção e subsistência. Tem caráter alimentício.
Do ponto de vista do direito previdenciário, não pode haver um redução desse benefício.
Ainda dentro deste princípio, o legislador deve adotar medidas para que haja manutenção do valor real e do poder aquisitivo dos benefícios, sob pena de infringir este princípio.
Todos os anos sempre há uma discussão sobre os percentuais para majoração dos benefícios previdenciários. 
Há um discussão a respeito dos indíces de aumento do salário mínimo, apesar deste não ser o mesmo índice de aumento do salário de benefícios, são distintos. A discussão é qual benefício aplicar, e se ao aplicar índices superiores, poderá haver a "quebra" da Previdência Social, que nós já falamos.
O salário de benefícios é aumentado pelo INPC do IBGE, conforme o Art. 41-A da Lei 8.213. Aumenta na mesma data de aumento do salário mínimo, mas não é o mesmo índice.
Como fica sempre aquém do índice de aumento do salário mínimo, por isso que muitos segurados fazem uma comparação e reclamam de que existe um achatamento no valor do salário de benefícios. Eles fazem uma comparação com o valor do benefício em números de salários mínimos, e essa comparação não existe, pois, o índice de aumento do salário mínimo é um, e o índice de aumento do salário de benefícios é outro.
Evidentemente, que o índice, por ser aquém, sempre o valor ficará achatado. Por isso é que não cabe o pedido de revisão com base nesta tese, em querer fazer preservar o meu benefício em números de salários mínimos. 
Isso só foi possível até 1998, depois não mais porque houve uma desvinculação do salário mínimo com o salário de benefícios.
Capacidade contributiva
Art. 194, V, versa sobre a capacidade contributiva.
Quem pode mais contribui mais, quem pode menos contribui menos. P. ex., Art. 20 da Lei 8.212/91, nós temos as alíquotas de contribuições para os segurados empregados, 8%, 9% e 11%. No Art. 22, da mesma lei, nós temos a alíquota para os empregadores, que importa em 20%.
O empregador, em tese, como "pode" mais, recolhe mais, e o empregado, hipossuficiente, recolhe menos.
Diversidade da base de financiamento
Art. 194, VI, versa sobre a diversidade da base de financiamento, que é o quedissemos quando tratamos no Art. 195, quando tratamos sobre o princípio da solidariedade, de que a seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, todos nós contribuimos como empregado, empregador, União, Estados e Municípios através dos seus orçamentos, os aposentados, etc. Diversidade na base de financiamento, toda a sociedade contribui
Caráter democrático e descentralizado
Art. 194, VII, CF - Ler.
É democrático porque toda a sociedade participa, e descentralizado porque nós temos saúde, previdência e assistência social, cada uma com seus respectivos ministérios. Dentro destes ministérios nós temos os respectivos conselhos, que são órgãos colegiados, com a participação dos empregados, empregadores dos aposentados e do Governo.
Toda essa participação significa o caráter democrático e descentralizado.
Aula de 23/03/11
Vamos entrar nos institutos propriamente ditos da Previdência Social.
PLANO DE BENEFÍCIOS - Art. 9˚ da Lei 8.213/91
A Previdência Social compreende o RGPS e o RFPC. O segundo é regido por lei própria e não é objeto de nosso estudo. Nós ficamos com o RGPS, que é o Regime Geral de Previdência Social.
Beneficiários: 
Segurados e Dependentes
Dentro do RGPS temos os denominados como beneficiários (Art. 10), que são todos aqueles funcionários filiados ao RGPS. 
Dentre os beneficiários temos os segurados e os dependentes dos beneficiários.
Segurados Obrigatórios - Art. 11 da Lei 8.213/91
Dentre o rol dos segurados, temos os chamados segurados obrigatórios, e são 5 (cinco) categorias que compõem os segurados obrigatórios.
Vejamos:
1. Empregados 
Todos aqueles que demonstram vínculo empregatício do Art. 3˚ CLT.
2. Empregados domésticos
Aqueles que prestam serviços no âmbito da residência familiar.
3. Contribuintes individuais. P. ex., os profissionais liberais, os autônomos (CCM na Prefeitura)
P. ex., os profissionais liberais, os autônomos. O médico, o advogado, estará vinculado como beneficiário do regime e como segurado obrigatório, visto que precisa fazer sua filiação. 
É comum que os autônomos façam o CCM - Cadastro de Contribuinte Mobiliário na Prefeitura, assim demonstram qual a atividade que exercem como autônomo. Também podem fazer a inscrição como contribuinte individual na Secretaria da Fazenda.
Com uma ou outra inscrição, ele então poderá efetuar os recolhimentos para os cofres da Previdência para que tenha direito as prestações previdenciárias.
4. Trabalhadores Avulsos
Temos o exemplo na Lei 8.213/91 e também no Art. 9˚, VI, do Decreto 3.048. São aqueles trabalhadores que trabalham na área portuária, descarregando e carregando os navios.
Esses trabalhadores são considerados como trabalhadores avulsos. Eles sempre precisam de uma intermediação, seja do sindicato de classe, seja de um órgão gestor de mão-de-obra, e toda vez que haja necessidade do trabalho deles, esses um desses dois deve intermediar.
5. Segurado Especial
P. ex., os trabalhadores rurais, aqueles que trabalham como seringueiros, pescadores. Esta atividade sempre será desenvolvida no âmbito da economia do núcleo familiar. Vemos famílias que se reúnem e acabam arrendando terras para trabalhar na agricultura. Estão protegidos também, na qualidade de beneficiário/ segurado/ obritatório.
Segurado Facultativo - Art. 13 da Lei 8.213/91
O segurado facultativo é aquele que voluntariamente se inscreve junto a Previdência Social para fazer suas contribuições e depois ter direito à proteção social.
Por exceção então, todos aqueles que não se enquadrarem no Art. 11 como segurado obrigatório, serão reconhecidos, desde que faça sua filiação voluntariamente como segurado facultativo.
P. ex., a dona-de-casa, que não se enquadra no Art. 11, não é nenhum daqueles 5, mas pretende ter também as suas prestações.
Ela faz a sua inscrição, perante a Previdência Social e obtém o NIT - Número de Inscrição do Trabalhador, faz a inscrição e passa a recolher através do carnê de recolhimentos, passando a estar também protegida.
Importante! 
Revogação tácita de parte do Art. 13 da Lei 8.214/91
O Art. 7˚, XXIII, da CF autoriza o início de atividade laborativa, somente para os menores a partir dos 16 anos. Portanto, prevalece sobre o Art. 13 da Lei 8.214/91. Exceto, o menor aprendiz, que também pode recolher.
Dependentes do Segurado
São aqueles que estão especificados no Art. 16 da Lei 8.213/91. 
Obs: Não há necessidade de inscrição dos dependentes para efeitos de recebimento da pensão. Apenas junta-se as provas da dependência, com a Certidão de Nascimento, Casamento, etc.
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição (tanto adotivo, como natural), menor de 21 anos ou inválido;
II - os pais;
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido.
Importante!
Dentro do rol apresentado, os mais próximos excluem os mais remotos. Portanto, se tivermos um segurado que estava empregado e faleceu, se ele tinha dependentes tanto da classe 1, quanto da classe 2, os mais próximos excluem os mais remotos.
O exemplo mais comum é daquele segurado que também tem seus pais como dependentes para fins de declaração de IR. Ele tem duas classes de dependentes. Os da primeira classe seria a mulher, os filhos e na segunda classe tem os pais.
Se lhe sobrevem o falecimento quem terá direitos serão todos aqueles que estão especificados na classe 1, em detrimento daqueles especificados na classe 2. 
Portanto, ainda que tenha os pais como dependentes, eles não concorrerão a habilitação da pensão por morte, somente aqueles dependentes da classe 1, concorrendo em igualdade de condições.
Se eu tenho uma esposa e três filhos, os quatro serão habilitados a minha pensão por morte. Os mais próximos excluem os mais remotos.
Relação homoafetiva
Após a busca incessante da pensão de companheiros homoafetivos, hoje, há o reconhecimento para fins de habilitação e pensão por morte e pensão previdenciária nessa relação. 
Inicialmente, todos os pedidos dos companheiros sobreviventes, eram indeferidos no âmbito administrativo, então muitas ações eram propostas. No Rio Grande do Sul começaram a sair julgados procedentes e várias jurisprudências.
Desta forma a AGU emitiu parecer reconhecendo a possibilidade de pensão por morte na relação homoafetiva, entrando na classe 1, como se companheiro fosse.
A relação homoafetiva não se trata de uma união estável, pois, a CF prevê que a união estável se dá entre homem e mulher, mas está se equiparando.
Maioridade é de 21 anos para a lei previdenciária
O CC determina a maioridade a partir dos 18 anos. Mas, para fins de pensão por morte, nós consideramos a data de 21 anos estipulada pela Lei 8.213/91, que é especial e prevalece sobre a geral CC.
ESPÉCIES DE PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS - Art. 18 da Lei 8.213/91
Vamos as espécies que esses beneficiários tem direito:
Quanto ao segurado:
1. Aposentadoria por invalidez
2. Aposentadoria por idade
3. Aposentadoria por tempo de contribuição, comum ou ordinária
4. Aposentadoria por tempo de contribuição especial (segurados expostos a agentes nocivos, prejudiciais a saúde ou integridade física)
O tempo de contribuição para este tipo de segurado será reduzido ao tempo do contribuinte comum.
Deve-se verificar se o segurado está efetivamente exposto, de forma habitual e permanente a estes agentes nocivos. O que vai determinar se efetivamente isso ocorre será o chamado PPP - Perfil Profissiografico Previdenciário.
Obs: Não existe mais a aposentadoria especial por categoria.
5. Auxílio-doença
6. Auxílio-acidente
7. Salário-maternidade
8. Salário-família.
Quanto aos Dependentes
1. Pensão por morte
2. Auxílio-reclusão
Quantoaos segurados e dependentes
1. Serviço Social (LOAS)
Comumente utilizado para aqueles que pretendem o benefício assistencial do LOAS. Vão até o Serviço Social da Previdência Social e verifica-se se preenche o perfil sócio-econômico, para ver a viabilidade de concessão do benefício de 1 salário mínimo por mês.
2. Reabilitação Profissional
Para aqueles segurados que estão afastados por um acidente do trabalho ou até mesmo por uma enfermidade que acaba por incapacitar, e há necessidade de reabilitação. A reabilitação é feita com o objetivo inicial de proteção social, mas na verdade o objetivo é que ele volte a ser inserido no mercado de trabalho e volte a contribuir.
REQUISITOS
Para que se tenha direito a cada uma das prestações preciso preencher requisitos específicos. Vamos estudar uma a uma.
Mas, aqueles que diz respeito a quase todas as espécies sugere que se respeite os requisitos de:
1. Qualidade de segurado
2. Carência
3. Requisito próprio do benefício
Qualidade de segurado
P. ex., na aposentadoria por idade, que para a mulher se dá aos 60 anos, não basta apenas a qualidade de segurado, mas também a carência. Por isso sempre esses requisitos acabam sendo observados em cada um dos benefícios que veremos.
O segurado tem a qualidade de segurado quando está filiado e está contribuindo. Mas, é possível que essa qualidade seja mantida por um tempo, ainda que não haja as respectivas contribuições, ou seja, ele fica um tempo sem contribuir, mas ainda continua como segurado.
A doutrina denomina esse período de período de graça (Art. 15 da Lei 8.213/91):
Art. 15 - Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela 
I - sem limite de prazo, que está em gozo de benefício;
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixa de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;
Estou empregado, contribuindo mas, fui demitido. Posso ficar por um prazo de 12 meses sem contribuir que ainda manterei minha qualidade de segurado. P. ex., 01/01/11, até 31/12/11.
Também, se fui acometido por uma doença, que me incapacitou por mais de 15 dias, também posso ficar sem contribuir e me manter com a qualidade de segurado.
Obs: Parte da doutrina entende que o período de graça começa a contar após o período em que há recebimento do seguro desemprego. Mas na prática, isso não funciona assim.
Obs 2: O período de graça não entra no cômputo de contribuições. P. ex., se tenho 29 anos e me falta 1 ano para poder requerer a aposentadoria, mesmo que fique no período de graça, ainda me falta o cômputo necessário de 30 anos de contribuições. Para sanar isso, depois eu me filio novamente e completo o restante isoladamente. Sem problemas.
III- até 12 (doze) meses após a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;
IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso; 
V- até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar;
VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
§ 1˚ - O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 meses se o segurado já tiver pago mais de 120 contribuições mensais sem interrupção que acarrete na perda da qualidade de segurado.
Aqui dobra-se o prazo se o segurado tem mais de 10 anos de contribuições ininterruptas. Terá então 2 anos ao invés de 1 só.
Obs: O segurado está empregado, mas a empresa não repassou para a Previdência Social. Quem é responsável pela fiscalização é o INSS. O segurado não tem que fazer prova disso, pois, estava regularmente empregado e as deduções foram devidamente debitadas. O empregado não pode ser responsabilizado por isso.
Carência - Art. 24
É o número mínimo de contribuições indispensáveis para que o beneficiário faça jus a determinados benefícios.
Art. 24 - Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências.
Parágrafo Único. Havendo perda da qualidade de segurado as contribuições anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido.
Temos também um rol no Art. 25 de número de contribuições, para que eu tenha direito a determinado benefício.
P. ex., para o auxílio-doença e para a aposentadoria por invalidez, preciso ter no mínimo 12 contribuições vertidas para a Previdência Social. Para a aposentadoria por idade, preciso ter no mínimo 180 contribuições.
Vejamos:
Atenção!
Tenho 29 anos de tempo de contribuição e fui desligado. Se formos atrás do dissídio coletivo, provavelmente haverá uma cláusula que me dará a estabilidade na iminência da aposentadoria, mas vamos apenas supor.
Tenho então que fazer uma inscrição como contribuinte individual e continuo recolhendo, até implementar o tempo de contribuição necessário para a aposentadoria.
Se não der, posso fazer minha inscrição como contribuinte facultativo, continuo contribuindo pelos 12 meses restantes, entra no cômputo de contribuição e então vou buscar minha aposentadoria por tempo de contribuição comum proporcional.
Obs: Pulamos o Art. 19 a 22, pois falaremos deles quando tratarmos o auxílio-acidente e acidente do trabalho.
Aula de 30/03/01
Para cada uma das espécies tratadas na aula passada, nós temos uma sistemática de cálculo que está de acordo com alguns elementos.
ELEMENTOS
Salário de contribuição
É a base de cálculo do recolhimento da contribuição social. Temos um segurado empregado, que recebe mensalmente a sua respectiva remuneração e esta no importe de 3 mil reais. Ela é a base de cálculo para encontrarmos o valor da contribuição social.
Sobre esse valor nós aplicamos uma alíquota e o resultado é o valor do recolhimento.
De acordo com o Art. 20 da Lei 8.212/91, especifica algumas alíquotas progressivas de 8, 9 e 11%. Para essa faixa salarial de 3 mil reais a alíquota é de 11%, portanto, R$ 330,00.
Salário de benefício - Art. 28 e 29 da Lei 8.213/91
É a base de cálculo para apurar a renda mensal inicial do benefício (RMI). 
Enquanto o salário de contribuição é a base de cálculo para o recolhimento, o outro é a base de cálculo para encontrar o valor do benefício.
Art. 29 - O salário de benefícios consiste em:
I - para os benefícios de que tratam as alíneas b e c do inciso I do Art. 18, na média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário.
Este inciso é utilizado para fins de apuração da RMI da aposentadoria por idade e da aposentadoria por tempo de contribuição.
II - para os benefícios de que tratam as alíneas a, d, e e h do inciso I do Art. 18, na média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo.
Este inciso é utilizado para encontrar a RMI da aposentadoria por invalidez, especial, auxílio-doença e auxílio-acidente, na média aritmética simples dos maiores salários de contribuição, correspondentes a 80% de todo o período contributivo.
A diferença do inciso I e II, é que no I, além de calcularmos a média aritmética simples das maiores contribuições correspondentes a 80% de todo o período contributivo, nós teremos que aplicar o fator previdenciário.
Já no inciso II basta somente encontrarmos a média aritmética simples das maiores contribuições correspondentes a 80% de todo o período

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