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Unidade IV
7 INTRODUÇÃO À ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL
A pergunta norteadora para esta unidade é:
Como interpretar 
as demonstrações 
financeiras/contábeis?
Figura 25
Em uma matéria assinada pelas agências Infomoney e Reuters (2014), veiculada no dia 13/2/2014, 
os jornalistas redigiram a seguinte manchete:
BB tem maior lucro da história, Braskem reverte prejuízo de 2012; confira 
mais balanços. Natura também divulgou seus números, registrando queda 
do lucro em 2013, mas avanço de 8,7% no trimestre; Via Varejo lucra R$ 769 
milhões no trimestre (INFOMONEY, 2014).
Nessa mesma matéria, dizem o seguinte sobre as demonstrações financeiras/contábeis que foram 
divulgadas pelas empresas:
SÃO PAULO – Entre a noite da véspera e esta quinta-feira (13), diversas 
companhias divulgaram resultados. Em destaque, esteve o Banco do 
Brasil (BBAS3), que reportou um lucro líquido de R$ 3 bilhões, uma 
queda de 23,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior. 
Em bases recorrentes, o lucro do período, de R$ 2,424 bilhões de reais, 
caiu 23,8% na comparação anual. A previsão média de oito analistas 
ouvidos pela Reuters apontava para lucro líquido de R$ 2,61 bilhões no 
período (INFOMONEY, 2014).
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Contabilidade
 Saiba mais
A matéria completa dos jornalistas da InfoMoney/Reuters pode ser 
encontrada em: 
<http://dinheiro.br.msn.com/mercado/bb-tem-maior-lucro-da-
hist%C3%B3ria-braskem-reverte-preju%C3%ADzo-de-2012-confira-
mais-balan%C3%A7os>.
Observe que os jornalistas aguardaram a divulgação das demonstrações financeiras/contábeis 
das empresas para realizar suas análises, ou melhor, consultar os analistas financeiros que fazem 
essas análises. Essa situação, que é rotina no mercado, mostra-nos quão importantes são as 
demonstrações financeiras/contábeis. Os investidores, ou seja, as pessoas que têm vontade de 
investir dinheiro em ações, são agentes vorazes em busca de informação para nela basear suas 
decisões. 
Há diversos usuários da informação contábil, e qualquer um pode ser usuário em algum 
momento, caso tenha interesse em conhecer algum aspecto de uma empresa, seja para realizar um 
trabalho, seja apenas por curiosidade. Os investidores, no entanto, até por terem interesse em usar 
seu dinheiro em uma determinada empresa ou por já terem investido, sentem uma necessidade 
crucial (às vezes, até angustiante) de informação. Por essa razão, foram escolhidos pela IFRS como 
usuários primários. 
 Lembrete
Os usuários primários são os investidores, credores por empréstimo e 
outros credores.
Esses usuários não são prioritários nem devem ser privilegiados pelos 
contadores, mas todo contador deve considerar as necessidades desses 
usuários em específico com atenção.
No caso desse trabalho jornalístico, para uma grande parcela da população, saber que a Braskem 
conseguiu reverter um prejuízo de 2012 pode ser algo completamente sem sentido, inócuo. O tipo de 
notícia que se lê em um jornal apenas por distração ou para fazer o tempo passar. No entanto, para 
um executivo de uma empresa que compra matérias-primas da Braskem, essa é uma informação muito 
relevante, porque indica ou é um dos indicativos de que a empresa provavelmente continuará a fornecer 
essas matérias-primas sem sobressaltos. Para o presidente do sindicato dos químicos de uma cidade 
em que a Braskem mantenha uma planta industrial, essa também é uma informação importante, uma 
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vez que saberá decidir qual posicionamento o sindicato poderá ter nas próximas negociações com 
a empresa. Um ambientalista que acompanhe o mercado de produtos químicos também verá muita 
importância nessa notícia.
 Observação
No ano de 2012, a Braskem teve um prejuízo por causa das consequências 
da crise econômica mundial de 2008-2010, que afetou severamente o 
mercado de produtos químicos. 
Mas imaginemos que você seja um investidor da Braskem e, apenas para colocarmos um pouco mais 
de apreensão nessa nossa imaginação, que tenha R$ 80.000,00 investidos em ações dessa empresa, o 
que é uma boa parte das suas economias. Saber que a Braskem conseguiu reverter um prejuízo, com 
absoluta certeza, deixa-o mais tranquilo. É bem capaz que um investidor, ao ter lido essa matéria, tenha 
suspirado. 
Assim, com as demonstrações financeiras/contábeis em mãos, os analistas conseguem realizar análises 
diversas sobre as empresas. Agora, imagine se cada analista ou se cada país realizar análises diferentes, 
com critérios diferentes. Não iria ficar difícil de agir? E se, desconfiado do conteúdo das demonstrações 
financeiras e contábeis, os analistas exigissem das empresas que fossem produzidas demonstrações ad hoc, 
ou seja, “sob medida”, ou demonstrações especiais, apenas para sanar uma ou outra dúvida. Isso seria o 
pior dos mundos, uma dificuldade muito grande! 
Por isso, existe uma série de detalhes conceituais e signos, ou seja, significados nas 
demonstrações que iremos estudar a seguir. Não raramente, muitos alunos se sentem 
desconfortáveis com a estrutura conceitual das demonstrações financeiras/contábeis, porque, a 
priori, parece ser algo muito engessado! Não é possível criar ou “personalizar” quase nada, “tem 
de ser desse jeito”! Mas, estudando essa estrutura, vamos perceber como é bem-organizada e, 
incrivelmente, consegue traçar uma comunicação eficiente com as pessoas. É muito inteligente 
a estrutura de um balanço patrimonial e da DRE! Não é que as demonstrações financeiras e 
contábeis sejam “engessadas”, trata-se de um esforço de todos os contadores do planeta para 
comunicar informações de qualidade.
Se formos analisar outra forma de comunicação, um telejornal, por exemplo, veremos que também 
há uma forma rígida ou, como muitos dizem, “engessada” de comunicar notícias com eficiência. 
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Contabilidade
Figura 26 – Coletânea de imagens públicas de telejornais ao redor do planeta: Jornal Nacional da TV Globo Brasil, CNN 
e Bloomberg dos EUA, BBC de Londres, RAI da Itália, Al Jazeera do Oriente Médio.
Um telejornal é a fonte de informação da maioria das pessoas. Muitas não têm mais o hábito de 
ler jornais ou mesmo notícias na internet, hábito esse considerado “trabalhoso” ou “chato”. As pessoas 
ficam à frente da televisão e recebem passivamente as notícias do dia e as análises que os jornalistas 
costumam fazer. Raramente checam essas informações ou buscam ler as fontes para ter sua própria 
análise e opinião sobre os fatos. Por exemplo, no caso de um telejornal (ou programa de televisão de 
qualquer formato), abordando a vida e a obra de um autor de romances desconhecido, muitos terão 
uma opinião sobre esse autor sem nunca ter lido uma só obra dele. 
O fato é que os telejornais são uma excelente fonte de informações e têm como grande vantagem 
a agilidade na cobertura dos fatos, que em alguns casos podem ser narrados e analisados ao mesmo 
tempo que ocorrem. É aí que está o motivo que justamente atrai tanto: os telejornais têm movimento, 
emoção! E justamente aí está um grande problema do jornalismo: a espontaneidade e o imediatismo 
das informações. 
Machado (2000), por exemplo, cita uma notícia fictícia que em um jornal impresso seria apresentada 
ao leitor da seguinte forma:
Um grave acidente envolvendo um automóvel depassageiros e um 
caminhão de transporte de mercadorias aconteceu ontem às 18:40 
no Km 300 da Rodovia Presidente Dutra, com uma vítima fatal, o 
motorista do automóvel, Pedro da Silva, e mais duas outras vítimas que 
se encontram ainda em estado grave no Hospital Público de Taubaté, 
Maria de Oliveira, passageira do automóvel, e João Xavier, motorista do 
caminhão. Segundo uma testemunha, o acidente teria sido causado por 
uma tentativa indevida de ultrapassagem de um ônibus, por parte do 
caminhão (MACHADO, 2000, p. 102).
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Segundo Machado (2000 p.103), esse relato no jornal seria “seco, impessoal, e aparentemente sem 
marcas de enunciação”, ou seja, aparentemente ninguém está falando, ou “alguém qualquer” da redação. 
Essa mesma notícia, segundo Machado (2000), quando tratada em um telejornal na televisão, teria 
vários enunciadores, jornalistas comentando o caso, traria a entrevista de testemunhas no local, das 
vítimas, dos médicos e enfermeiros que estariam atendendo as vítimas, das autoridades de trânsito, 
de eventuais especialistas que seriam chamados para comentar o caso e dar opiniões. Ou seja, o 
telespectador teria um panorama dos fatos e sentiria a emoção das pessoas.
Assim, segundo Machado (2000 p. 104), “o telejornal é, antes de mais nada, o lugar onde se dão 
atos de enunciação a respeito de eventos. Sujeitos falantes diversos que se sucedem, revezam-se, 
contrapõem-se uns aos outros, praticando atos de fala que se colocam nitidamente como o seu discurso 
com relação aos fatos”. 
Desse modo, em quem confiar, quem estaria apresentando os fatos com a maior clareza 
ou credibilidade? Fiske (1987 apud Machado, 2000, p. 104) diz, então, que: “O telejornal é uma 
montagem de vozes, muitas delas contraditórias, e sua estrutura narrativa não é suficientemente 
poderosa para ditar a qual voz nós devemos prestar mais atenção, ou qual delas deve ser usada 
como moldura para, através dela, entender o resto”. 
O telejornal, dessa forma, é uma excelente e rápida fonte de informações e análises; porém, tem 
limitações como essa. Sua narrativa é muito rápida, e muitas vezes não é possível checar a clareza, a 
exatidão das informações antes que as notícias sejam levadas aos telespectadores. Não são raros os 
casos em que uma notícia veiculada em um telejornal mais confundiu do que esclareceu, ou mais 
atrapalhou do que ajudou. 
Nesse sentido, uma demonstração financeira/contábil tem a mesma característica que pode ser 
atribuída a uma notícia de jornal: é seca e impessoal. Ambas, porém, possuem uma marca de enunciação. 
Mas, aos olhos de muitos, a demonstração contábil é uma tabela com números que surgiu “de algum 
lugar”, apesar de tecnicamente ter sido elaborada pelo contador responsável pela empresa.
Mas não é isso! Quando um usuário da contabilidade analisa uma demonstração financeira/contábil, a 
última coisa que espera é que existam situações de dúvida. O que ele precisa é ter informações confiáveis, 
claras, exatas. Por isso, desenvolveu-se uma estrutura para que ele tenha informações com qualidade. Uma 
demonstração financeira/contábil é preparada com o intuito de esclarecer, levar segurança, ser uma fonte 
absolutamente confiável para a tomada de decisões e que se esgota por si só, não necessita de pesquisas 
adicionais. Então, apesar de ter um aspecto seco, frio, passa a ser quente, amigável, segura. Padovese (2003 
p. 83) resume essa característica da seguinte forma:
[...] os demonstrativos contábeis básicos apresentam uma quantidade de 
informações de extrema relevância para os investidores, por serem seguras e 
de qualidade, bem como apresentam-se naturalmente com caráter preditivo, 
característica intrínseca da informação contábil.
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Contabilidade
Mas nem sempre foi assim! Antes da entrada das Normas Internacionais de Contabilidade no Brasil, 
Lauretti (2003) resumiu alguns aspectos negativos que deveriam (e devem) ser evitados nos relatórios 
anuais. São os seguintes: 
•	 Os	relatórios	mudos	(relatórios	que	nada	dizem),	por	exemplo:
Senhores acionistas,
Na forma da lei e do estatuto social, vimos apresentar-lhes as 
demonstrações financeiras relativas ao exercício encerrado em 
31.12.2001, acompanhadas do parecer dos auditores independentes. 
Ficamos à sua disposição para os esclarecimentos que julgarem 
necessários.
A Administração 
•	 Modismos	das	teorias	de	administração.
•	 Análises	de	 conjuntura	 sem	correlação	 com	o	 restante	do	 relatório	
anual.
•	 Omissão	de	comentários	sobre	aspectos	relevantes	das	demonstrações	
financeiras.
•	 Window dressing (em inglês, “enfeitando a janela”, quando a empresa 
dá demasiada ênfase a aspectos positivos para dar a impressão de que 
os resultados são melhores do que realmente são).
•	 Caráter	predominantemente	retrospectivo	do	relatório	anual	(não	dá	
oportunidade para analisar aspectos referentes ao futuro da empresa).
•	 Livros	luxuosos,	mas	pouco	criativos	(excesso	de	elementos	gráficos,	
uso de papéis caros, capadura com letras douradas etc.).
•	 Procura	 de	 “bodes	 expiatórios”	 (a	 empresa	 busca	 situações	 do	
cotidiano ou da conjuntura para justificar problemas, erros, omissões) 
(LAURETTI, 2003, p. 47-50).
 Observação
É importante não confundir window dressing com a expressão inglesa 
book cooking – cozinhar os livros ou o equivalente à nossa expressão 
“maquilar o balanço” –, porque essas expressões representam fraude 
contábil. Trata-se de crime.
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Entramos, então, no estudo da estrutura do Balanço e da DRE. Antes de as analisarmos, convido você 
a observar como era a estrutura dos balanços patrimoniais conforme a Lei nº 6.404/76; portanto, antes 
da entrada das IFRS no Brasil.
Quadro 69 – Conteúdo do Balanço de acordo com a Lei nº 6.404/76, antes das 
Normas Internacionais de Contabilidade
Conteúdo do Balanço
Ativo Passivo
Ativo circulante
Ativo realizável em longo prazo
Ativo permanente, dividido em:
- Investimentos
- Ativo imobilizado
- Ativo diferido
Passivo circulante
Passivo exigível em longo prazo
 Resultados de exercícios futuros
Patrimônio líquido, dividido em:
- Capital social
- Reservas de capital
- Reservas de reavaliação
- Reservas de lucro
- Lucros (ou prejuízos) acumulados
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Fonte: Iudícibus et al. (1986, p.155). 
A estrutura anterior a 2007 continha, por exemplo, o Ativo Diferido, que eram as despesas pré- 
-operacionais quando da abertura de um novo negócio. Os contadores brasileiros entendiam que 
todas as despesas necessárias para a abertura de um novo empreendimento deveriam ser consideradas 
como um ativo, que iria sendo amortizado com o tempo. Esse procedimento seria correto, porque, de 
fato, muitas despesas ocorrem quando da abertura de uma empresa e, por lógica, irão influenciar seus 
primeiros anos de vida. Ocorre que os contadores de outros países não entendiam dessa forma. Despesas 
pré-operacionais devem ser consideradas despesas mesmo, jamais as consideravam como ativo. 
E, num esforço de convergência, os contadores brasileiros resolveram não mais praticar a amortização 
dos gastos pré-operacionais; portanto, esse grupo foi extinto!
 Saiba mais
O Brasil já teve várias leis das Sociedades Anônimas, que apresentavam 
estruturas para as demonstrações financeiras/contábeis. Os pesquisadoresSchmidt e Santos (2011) pesquisaram todas essas leis, desde 1850 até o CPC 
26 de 2009. Confira! 
<http : / /per iod icos.uem.br /o j s / index .php/Enfoque/art ic le /
viewFile/15233/9055>.
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Contabilidade
Com a adoção das Normas Internacionais de Contabilidade, o conteúdo do balanço passou a ser o 
seguinte:
Quadro 70 – Conteúdo do Balanço de acordo com as Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09, 
após as Normas Internacionais de Contabilidade
Conteúdo do Balanço
Ativo Passivo
Ativo circulante
Ativo não circulante,
dividido em:
- Realizável em longo prazo
- Investimentos
- Ativo imobilizado
- Ativo intangível
Passivo circulante
Passivo não circulante
 Patrimônio líquido, dividido em:
- Capital social
- Reservas de capital
- Reservas de avaliação patrimonial
- Reservas de lucro
- Lucros (ou prejuízos) acumulados
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Fonte: Iudícibus et al. (2010, p.163 ).
 Lembrete
O lucro acumulado deve receber uma destinação. Entende-se que não 
se devem acumular lucros de um período para o outro, o que não ocorre 
com o prejuízo, que pode ser acumulado.
Observe que não há mais o ativo diferido, mas agora temos o ativo intangível, um assunto 
complexo e que trazia muitas dificuldades aos contadores pela dificuldade em definir um ativo 
intangível (marcas, conceitos, processos, licenças, valorização do ponto de venda), ou seja, ativos 
que não têm forma física, mas têm muito valor na atual sociedade. Há empresas que mantêm 
ativos intangíveis muito relevantes, que anteriormente eram completamente ignorados pelos 
contadores.
Note ainda que a estrutura de um balanço nas IFRS é muito simples de entender: ativo circulante 
e não circulante, e passivo circulante, não circulante e patrimônio líquido. Muito simples e rápido de 
entender, sem assuntos difíceis! 
Mas não foram apenas essas as modificações que ocorreram na estrutura das demonstrações 
financeiras/contábeis. Os contadores entenderam que, de um ponto de vista quantitativo, ou seja, de 
mostrar os números, os usuários da contabilidade estavam recebendo um bom trabalho. O problema era 
que não havia informações sobre as operações e as atividades da empresa. 
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 Observação
As características qualitativas das demonstrações financeiras/contábeis 
serão estudadas em profundidade em outras disciplinas ao longo do curso.
Decidiram, portanto, melhorar as características qualitativas das demonstrações financeiras/contábeis 
e, principalmente, dotá-las de meios para trazerem informações para o futuro, e não apenas históricas, 
voltadas ao passado. Nesse sentido, Martins, Miranda e Diniz (2014, p.16) prepararam uma interessante 
figura das características qualitativas da informação contábil, que são definidas no Pronunciamento 
Conceitual Básico do CPC:
Características
qualitativas
Fundamentais
Relevância
Representação 
fidedigna
Comparabilidade
Valor preditivo
Tempestividade
Completa
Verificabilidade
Valor confirmatório
Compreensibilidade
Neutra
Livre de erro material
De melhorias
Figura 27 – Características qualitativas da informação contábil
 Saiba mais
Todas os Pronunciamentos Contábeis do CPC, incluindo o Conceitual 
Básico, podem ser encontrados para download gratuito na página do CPC 
na internet: 
< h t t p : / / w w w. c p c . o r g . b r / C P C / D o c u m e n t o s - E m i t i d o s /
Pronunciamentos>.
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Contabilidade
Para o Balanço Patrimonial, a IASB e o CPC consideram um conceito de “relatório contábil-financeiro 
de propósito geral”, definido da seguinte forma no CPC Conceitual Básico (2014, p. 10): 
OB2. O objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é 
fornecer informações contábil-financeiras acerca da entidade que reporta 
essa informação (reporting entity) que sejam úteis a investidores existentes 
e em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores, quando 
da tomada decisão ligada ao fornecimento de recursos para a entidade. 
Essas decisões envolvem comprar, vender ou manter participações em 
instrumentos patrimoniais e em instrumentos de dívida, e a oferecer ou 
disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito.
O intuito é valorizar as demonstrações contábeis, que naturalmente estarão divulgando e informando 
de forma adequada os usuários da contabilidade, sem que esses peçam relatórios ad hoc adicionais para 
explicar uma situação. 
O CPC Conceitual Básico (2014) e o CPC 26 (2014, p. 23) consideram que “os elementos diretamente 
relacionados com a mensuração da posição patrimonial e financeira são os ativos, os passivos e o 
patrimônio líquido”. Dessa forma, define-se Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido da seguinte forma: 
a) ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de 
eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios 
econômicos para a entidade;
 
b) passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos 
passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da 
entidade capazes de gerar benefícios econômicos;
c) patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois 
de deduzidos todos os seus passivos (NBC, 2014, p. 23).
A seguir, estudaremos em detalhes a estrutura do Balanço Patrimonial, com análise de duas 
entidades: uma que visa ao lucro e se mostra altamente rentável, a Embraer, e uma que não visa ao 
lucro, a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD).
7.1 Ativo Circulante
De acordo com o CPC 26 (2014, Parte 66):
66. O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfizer 
qualquer dos seguintes critérios:
(a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou 
consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade;
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(b) está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
(c) espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou
(d) é caixa ou equivalente de caixa (conforme definido no Pronunciamento 
Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa), a menos que sua troca 
ou uso para liquidação de passivo se encontre vedada durante pelo menos 
doze meses após a data do balanço.
Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulantes (NBC, 
2014, p. 515).
É muito comum no Brasil, por exemplo, as usinas de álcool e açúcar acompanharem o período da 
safra da cana de açúcar; por isso, todo o calendário, inclusive o de divulgação de balanços patrimoniais, 
segue o ciclo operacional. Normalmente, as usinas apresentam balanços anuais no mês de abril. 
O ativo circulante também mantém subdivisões, como estudaremos a seguir. 
Caixa e equivalentes de caixa
É o dinheiro em caixa, no cofre da empresa ou depositado em um banco, além de valores, títulos de 
liquidez imediata.
Direitos
Normalmente são valores originados de vendas a prazo de mercadorias, produtos ou serviços, 
duplicatas a receber; clientes.
Deduções dos direitos
São contas dedutoras, redutoras dos direitos. Por exemplo, temos a Estimativa para Crédito de 
Liquidação Duvidosa (ECLD), a antiga Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa. 
Outros direitosSão direitos oriundos de outras transações que não representam o objeto principal da empresa, 
mas são aguardados em uma empresa, inerentes a suas atividades: Por exemplo: títulos a receber; 
adiantamento a funcionários; impostos a recuperar.
Estoques
São bens ou mercadorias comprados de terceiros ou fabricados pela própria empresa que têm como 
objetivo a venda ou utilização própria. 
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Contabilidade
Despesas antecipadas
São situações que surgem em decorrência da correta aplicação dos princípios contábeis quando a 
empresa adianta valores a terceiros. O artigo 179 da Lei nº 6.404/76 refere-se a “aplicações de recursos 
em despesas do exercício seguinte”.
Deve-se também observar o conceito de curto prazo. Entende-se que no curto prazo são classificados 
todos os bens e direitos (ativos) realizáveis em moeda ou nela conversíveis, até o término do exercício 
social seguinte.
7.2 Ativo não circulante
O ativo não circulante são todos os outros itens que podem ser classificados como ativos, mas que 
não obedecem aos critérios para o ativo circulante. Incluem-se, no longo prazo, todos os bens e direitos 
(ativos) realizáveis em moeda ou nela conversíveis, após o término do exercício social seguinte, assim 
como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, 
diretores e acionistas.
Nesse grupo, são classificadas contas independentes do prazo de vencimento, como empréstimos a 
coligadas; a diretores; a acionistas e a outras contas, como cauções contratuais; debêntures; empréstimos 
compulsórios; depósitos judiciais.
O ativo não circulante também tem divisões, a seguir: 
•	 Investimentos
São as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não
classificáveis no ativo circulante, e que não se destinam à manutenção de atividade da empresa.
São classificáveis nesse grupo os bens não destinados à manutenção das atividades da empresa, 
como: obras de arte; imóveis para alugar; terrenos para utilização futura.
Ainda classificáveis nesse grupo, temos as participações no capital de outras empresas em caráter 
permanente, como: ações de coligadas; ações de controladas; participações em outras empresas.
•	 Imobilizado
Conforme o inciso IV do artigo 179 da Lei nº 11.638/07: 
no ativo imobilizado são classificados os direitos que tenham por objeto 
bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia 
ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive decorrentes 
de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle 
desses bens (BRASIL, 2007).
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Podemos, então, ter nesse grupo do ativo permanente: imóveis; veículos; máquinas; equipamentos; 
móveis e utensílios; depreciação acumulada; conta redutora; terrenos; obras em andamento.
•	 Intangível
É uma das grandes novidades das Normas Internacionais. Conforme o inciso VI do artigo 179 
da Lei nº 11.638/07, são classificados “no intangível” os direitos que tenham por objeto bens 
incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive, 
o fundo de comércio adquirido.
É possível encontrar as seguintes contas no grupo do ativo permanente:
a) Direitos: fundo de comércio (ponto comercial) adquirido; concessões obtidas; software; marcas; 
patentes adquiridas; amortização acumulada, conta redutora.
b) Recursos naturais: gastos na aquisição dos direitos de exploração de minas e jazidas; exaustão 
acumulada, conta redutora
7.3 Passivo Circulante
De acordo com o CPC 26 (2014, Parte 69): 
69. O passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer 
qualquer dos seguintes critérios:
(a) espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da 
entidade;
(b) está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
(c) deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; 
ou 
(d) a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do 
passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço (ver item 
73). Os termos de um passivo que podem, à opção da contraparte, resultar 
na sua liquidação por meio da emissão de instrumentos patrimoniais não 
devem afetar a sua classificação.
Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes (NBC, 
2014, p. 516).
São classificadas, no passivo, as obrigações da empresa para com terceiros em geral.
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Contabilidade
O passivo compreende as origens de recursos, representadas por obrigações. As contas do passivo 
deverão ser apresentadas no balanço patrimonial, em ordem crescente dos vencimentos estabelecidos 
ou esperados.
O passivo circulante, por sua vez, pode ser dividido em sete grupos:
a) Obrigações com fornecedores: duplicatas a pagar; fornecedores.
b) Obrigações financeiras: promissórias a pagar; empréstimos bancários.
c) Obrigações trabalhistas: salários a pagar, encargos sociais a pagar; encargos sociais a recolher.
d) Obrigações fiscais: ICMS a recolher; IPI a recolher; ISS a recolher; imposto de renda a recolher; 
imposto de renda a pagar; ICMS a pagar; IPI a pagar; ISS a pagar etc.
e) Obrigações com sócios e participantes do lucro: dividendo a pagar; participações de empregados 
a pagar; participações de debenturistas a pagar; participações de partes beneficiárias a pagar.
f) Provisões: provisão para 13o salário; provisão para férias; provisão para imposto de renda; provisão 
para contingências; provisão para contribuição social sobre o lucro.
g) Outras obrigações: adiantamento de clientes; aluguéis a pagar; multas a pagar; contas a pagar
7.4 Passivo não circulante
No passivo não circulante, são classificadas como de longo prazo todas as obrigações para com 
terceiros em geral (passivos), exigíveis, com vencimento após o término do exercício social seguinte, ou 
em prazo superior ao ciclo operacional da empresa.
É importante observar com atenção os financiamentos obtidos junto a instituições financeiras, 
emissão de debêntures, imposto de renda retido, provisão para previdência complementar e outras 
obrigações a longo prazo.
No passivo não circulante, classificam-se ainda como resultados de exercícios futuros contas 
representativas de receitas futuras, diminuídas dos custos e das despesas a elas correspondentes. 
Teremos, então, como contas típicas desse grupo, por exemplo: receitas recebidas antecipadamente ( - ) 
encargos a vencer sobre receitas antecipadas.
Há, ainda, uma situação que é muito restrita, difícil, mas que pode ocorrer: surgirem resultados 
de exercícios futuros, deles devendo constar apenas valores recebidos e que não serão, em hipótese 
alguma, devolvidos pela empresa, nem representam obrigações quaisquer de sua parte de entregar bens 
ou prestar serviços.
Outro aspecto a ser observado é que esses recebimentos devem referir-se a operações que afetarão 
o patrimônio nos exercícios seguintes após transitarem pelo resultado.
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7.5 Patrimônio líquido
O patrimônio líquido (PL), seguindo a Fórmula Fundamental do Patrimônio, é o que sobra entre o 
ativo e o passivo. A seguir, a definição do CPC Conceitual Básico (2014, parte 4.20): 
4.20. Embora o patrimônio líquido seja definido no item 4.4 como algo 
residual, elepode ter subclassificações no balanço patrimonial. Por exemplo, 
na sociedade por ações, recursos aportados pelos sócios, reservas resultantes 
de retenções de lucros e reservas representando ajustes para manutenção do 
capital podem ser demonstrados separadamente. Tais classificações podem 
ser relevantes para a tomada de decisão dos usuários das demonstrações 
contábeis quando indicarem restrições legais ou de outra natureza sobre a 
capacidade que a entidade tem de distribuir ou aplicar de outra forma os seus 
recursos patrimoniais. Podem também refletir o fato de que determinadas 
partes com direitos de propriedade sobre a entidade têm direitos diferentes 
com relação ao recebimento de dividendos ou ao reembolso de capital (NBC, 
2014, p. 26).
Fazem parte do PL também as reservas, e constituí-las é uma obrigação definida pelo estatuto da 
empresa ou pelas leis.
 Lembrete
O patrimônio líquido é considerado capital próprio.
O PL é dividido em:
•	 Capital	social
Investimento feito pelos proprietários (acionistas/cotistas) na empresa. Compreende a parte do 
patrimônio líquido formada pelas ações subscritas na Constituição ou pelo aumento do capital 
de uma empresa. Pode ser separado em Capital a Realizar, ou seja, ainda não integralizado, e 
Capital Realizado, em que o valor do capital foi colocado à disposição da empresa. 
•	 Reservas	de	capital
São recursos entregues à empresa para suas operações, de acordo com os interesses dos 
proprietários e/ou de terceiros.
•	 Ajustes	de	avaliação	patrimonial
São as contrapartidas de aumento ou diminuição de valor atribuído a elementos do ativo e 
do passivo, em decorrência de sua avaliação a preço de mercado. Por obediência ao regime de 
competência, essas contrapartidas não podem ser computadas no resultado do exercício. 
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Contabilidade
•	 Reservas	de	lucros
São compostas por contas que fazem parte do patrimônio líquido e que têm origem no lucro 
líquido da empresa. Constituem uma das partes de lucro líquido, quando de sua distribuição. 
Algumas reservas são obrigatórias por lei, outras são facultativas ou fazem parte do estatuto; 
portanto, tornam-se obrigatórias. 
 
•	 Ações	em	tesouraria
São as ações da empresa adquiridas pela própria empresa. Constituem uma conta devedora, 
retificadora de patrimônio líquido. Algumas empresas decidem, em determinado momento, 
comprar suas próprias ações, por conta de uma decisão ou adequação a uma nova realidade. Um 
exemplo disso é quando os sócios não querem que alguns acionistas comprem ações em demasia. 
•	 Prejuízos	acumulados
Se na apuração do resultado da empresa for contabilizado prejuízo, esse prejuízo será 
adicionado nesse grupo. Antes das Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09, também os lucros 
poderiam ser acumulados, mas o entendimento atual é de que não se devem acumular 
lucros; eles devem receber uma destinação.
Exemplo de Aplicação
Que tal analisarmos juntos o balanço de uma empresa que vem apresentando bons rendimentos nos 
últimos anos? E o de uma empresa do terceiro setor? Vamos analisar o Balanço Patrimonial da Embraer 
do ano de 2012 e o da AACD, também de 2012.
Quadro 71 – Balanço Patrimonial da Embraer S.A. preparado pelo contador 
João Francisco Penzinger Arantes – CRC 1SP177673/O-3
BALANÇOS PATRIMONIAIS INDIVIDUAIS E CONSOLIDADOS
em 31 de dezembro de 2012 e 2011
(em milhares de reais, exceto quando indicado de outra forma)
Controladora Consolidado
ATIVO Nota 31.12.2012 31.12.2011 31.12.2012 31.12.2011
CIRCULANTE
Caixa e equivalentes de caixa 5 2.587.748 1.609.030 3.680.733 2.532.671
Investimentos financeiros 6 1.081.035 1.250.803 1.181.651 1.413.565
Contas a receber de clientes, líquidas 7 394.868 330.225 1.081.321 948.759
Contas a receber de sociedades 
controladas - 479.987 284.007 - -
Instrumentos financeiros derivativos 8 3.711 4.041 22.940 15.465
Financiamento a clientes 9 12.029 4.655 46.377 22.597
Contas a receber vinculadas 10 - - 26.481 27.936
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Estoques 12 3.474.783 3.429.856 4.404.357 4.283.172
Outros ativos 13 292.505 363.497 521.208 452.537
8.326.666 7.276.114 10.965.068 9.696.702
NÃO CIRCULANTE
Investimentos financeiros 6 - - 104.769 102.630
Contas a receber de clientes, líquidas 7 - - 20.322 428
Contas a receber de sociedades 
controladas - 1.260.493 1.016.280 - -
Instrumentos financeiros derivativos 8 - - 50.771 42.570
Financiamento a clientes 9 129.655 131.480 177.645 169.278
Contas a receber vinculadas 10 - - 843.946 886.753
Depósitos em garantia 11 624.403 380.408 1.188.373 884.191
Imposto de renda e contribuição social 
diferidos 24 - 92.953 26.332 123.601
Estoques 12 - - - 7.838
Outros ativos 13 468.601 421.397 504.323 460.363
2.483.152 2.042.518 2.916.481 2.677.652
Investimentos 14 2.952.836 2.706.861 8 5.171
Imobilizado 16 1.317.867 1.024.703 3.552.669 2.720.661
Intangível 17 1.761.387 1.343.595 1.959.441 1.516.189
TOTAL DO NÃO CIRCULANTE 8.515.242 7.117.677 8.428.599 6.919.673
TOTAL DO ATIVO 16.841.908 14.393.791 19.393.667 16.616.375
PASSIVO
CIRCULANTE
Fornecedores 19 1.272.598 1.175.284 1.550.757 1.556.705
Empréstimos e financiamentos 20 620.214 335.573 687.136 472.235
Dívidas com e sem direito de regresso 10 - - 24.382 586.797
Contas a pagar 21 385.346 317.209 567.278 489.892
Contas a pagar a sociedades controladas 146.982 48.480 - -
Contribuições de parceiros - - 1.808 1.659
Adiantamentos de clientes 22 1.544.757 1.366.965 1.843.182 1.605.844
Instrumentos financeiros derivativos 8 381 324 1.842 1.838
Impostos e encargos sociais a recolher 23 97.849 140.731 133.655 167.304
Imposto de renda e contribuição social 103.628 - 129.872 21.050
Garantia financeira e de valor residual 25 233.088 - 233.088 -
Dividendos 29.8 62.162 216 62.162 216
Receitas diferidas 245.487 245.046 273.122 245.841
Provisões 26.1 171.056 146.601 197.689 181.217
4.883.548 3.776.429 5.705.973 5.330.598
NÃO CIRCULANTE
Empréstimos e financiamentos 20 3.314.257 2.491.397 3.535.627 2.637.920
Dívidas com e sem direito de regresso 10 - - 793.504 280.960
Contas a pagar 21 - 10.466 22.631 26.304
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Contabilidade
Contribuições de parceiros - 1.845 - 1.845
Adiantamentos de clientes 22 205.170 401.389 205.170 401.389
Instrumentos financeiros derivativos 8 - - - 389
Impostos e encargos sociais a recolher 23 713.310 722.027 715.262 725.591
Imposto de renda e contribuição social 
diferidos 24 10.759 - 54.219 43.094
Garantia financeira e de valor residual 25 531.548 928.273 961.147 928.273
Receitas diferidas 239.736 229.003 221.011 157.487
Provisões 26.1 284.888 191.631 332.641 234.092
5.299.668 4.976.031 6.841.212 5.437.344
TOTAL DO PASSIVO 10.183.216 8.752.460 12.547.185 10.767.942
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital social 29 4.789.617 4.789.617 4.789.617 4.789.617
Ações em tesouraria 29 (268.882) (320.220) (268.882) (320.220)
Reservas de lucros 2.794.720 2.302.401 2.794.720 2.302.401
Remuneração baseada em ações 30 37.433 21.831 37.433 21.831
Outros resultados abrangentes (694.196) (1.152.298) (694.196) (1.152.298)
6.658.692 5.641.331 6.658.692 5.641.331
Participação de acionistas não 
controladores - - 187.790 207.102
TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 6.658.692 5.641.331 6.846.482 5.848.433
TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 16.841.908 14.393.791 19.393.667 16.616.375
Fonte: Embraer (2012, p. 12).
Veja agorao Balanço Patrimonial da AACD:
Quadro 72 – Balanço Patrimonial da AACD de 2012
AACD – Associação de Assistência à Criança Deficiente
Balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2012
Em milhares de reais
2012 2011
(Reapresentado)
Ativo
Circulante
Caixa e equivalentes de caixa – recursos sem 
restrições (Nota 6) 7.716 5.384
Títulos e valores mobiliários – recursos sem 
restrições (Nota 7) 72.663 74.110
Contas a receber (Nota 8) 28.464 30.442
Estoques (Nota 9) 8.147 6.357
Adiantamentos diversos 1.789 3.884
118.779 120.177
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Não circulante
Outros créditos a receber 266
Depósitos judiciais 84 27
Imobilizado – sem restrições (Nota 10) 77.909 55.448
Intangível (Nota 11) 1.548 4.256
Ações recebidas em doações 340 255
80.147 59.986
Total do ativo 198.926 180.163
Passivo e patrimônio líquido 2012 2011
Circulante
Empréstimos e financiamentos (Nota 12) 2.114 2.188
Fornecedores 14.090 18.458
Salários e contribuições sociais (Nota 13) 13.337 8.879
Adiantamento de clientes 4.675 1.941
Subvenções para custeio (Nota 2.13[a]) 3.016 1.178
Outras contas a pagar 372 46
37.604 32.690
Não circulante
Subvenções para investimento (Nota 2.13[b]) 5.167 5.236
Empréstimos e financiamentos (Nota 12) 4.146 3.589
Parcelamento de impostos (Nota 14) 1.182
Provisão para riscos e processos judiciais (Nota 15) 2.483 3.984
12.978 12.809
Total do passivo 50.578 45.499
Patrimônio líquido (Nota 16)
Patrimônio social 143.869 106.780
Superávit acumulado 4.475 27.884
Total do patrimônio líquido 148.344 134.664
Total do passivo e patrimônio líquido 198.926 180.163
Fonte: AACD (2013, p. 3).
 Saiba mais
Para ver as notas explicativas do balanço patrimonial da AACD, acesse: 
<http://aacd.org.br/relatorio/relatorio2012/RelatoriodeAtividades-
financas.pdf>. 
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Contabilidade
Ao observar esses dois balanços patrimoniais, de empresas que estão em setores da economia e da 
sociedade completamente diferentes, um de uma grande empresa aeroespacial que visa ao lucro, e o 
outro de uma empresa do terceiro setor, de assistência social, você consegue notar alguma semelhança? 
Veja que ambos trazem uma estrutura muito simples. No ativo, há dois grandes grupos, ativo 
circulante e não circulante. E, no passivo, temos o passivo circulante, o passivo não circulante e o 
patrimônio líquido. 
Claro que é possível observar que a Embraer é uma empresa mais complexa, com operações 
mais diversificadas, o que é possível notar pelos nomes das contas contábeis. Mas veja que estamos 
comparando aqui empresas extremamente diferentes e que conseguimos observá-las e analisá-las de 
maneira idêntica, por meio da Estrutura dos Balanços. Quem tiver a oportunidade de visitar fisicamente 
a Embraer vai se sentir “uma formiguinha” em meio a galpões enormes e máquinas gigantescas. Mas 
quem for à AACD também não ficará atrás! Vai ver um trabalho frenético, com centenas de pacientes 
e visitantes entrando e saindo a todo o momento, em hospitais e instalações enormes! Em ambas as 
empresas nos perguntamos: como é possível administrar isso tudo? 
Já foi dito que os balanços patrimoniais são um relatório – à semelhança de uma notícia de jornal 
impresso – seco, impessoal e aparentemente sem marca de enunciação. Você concorda com isso?
8 INTRODUÇÃO À ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO 
EXERCÍCIO
Assim como realizamos para os Balanços Patrimoniais uma comparação com a estrutura antiga 
da DRE, conforme a Lei nº 6.404/76, e comparamos com a estrutura atual, de acordo com as Leis nº 
11.638/07 e nº 11.941/09, ou seja, as Normas Internacionais de Contabilidade, realizaremos o mesmo 
comparativo para a Demonstração do Resultado. 
 A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um demonstrativo contábil que mostra a 
apuração do resultado do exercício da empresa em determinado período. Segundo o Pronunciamento 
Conceitual Básico (CPC, 2014, parte 4.24), o resultado é considerado como medida de performance, de 
desempenho empresarial. Portanto, algo que é muito relevante para a empresa. 
4.24. O resultado é frequentemente utilizado como medida de 
performance ou como base para outras medidas, tais como o retorno 
do investimento ou o resultado por ação. Os elementos diretamente 
relacionados com a mensuração do resultado são as receitas e as 
despesas. O reconhecimento e a mensuração das receitas e despesas e, 
consequentemente, do resultado dependem em parte dos conceitos de 
capital e de manutenção de capital adotados pela entidade na elaboração 
de suas demonstrações contábeis (NBC, 2014, p. 27).
 
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Segundo a Lei nº 6.404/76, a estrutura da DRE deve ser a seguinte:
Receita bruta de venda de bens e serviços
(-) Devoluções, abatimentos, descontos comerciais
(-) Impostos sobre venda 
= Receita líquida
(-) Custo dos produtos e serviços vendidos
= Lucro bruto
(-) Despesas de vendas
(-) Despesas financeiras
(+) Receitas financeiras
(-) Despesas administrativas
(-) Outras despesas operacionais
(+) Outras receitas operacionais
= Lucro operacional
= Lucro antes do Imposto de Renda
(-) Provisão para Imposto de Renda
(-) Participações e contribuições
= Lucro líquido do exercício
Lucro por ação
Essa estrutura é descrita na Lei nº 6.404/76 da seguinte forma:
Disposições contidas na seção V, artigo 187 da Lei nº 6.404/76.
Demonstração do Resultado do Exercício. 
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:
I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os 
abatimentos e os impostos;
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Contabilidade
II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços 
vendidos e o lucro bruto;
III – as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das 
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais 
e o saldo da conta de correção monetária (artigo 185, § 3º);
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais 
(Redação dada pela Lei nº 9.249, de 1995);
V – o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão 
para o imposto;
VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência 
ou previdência de empregados;
VI – as participações de debêntures, de empregados e administradores, 
mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos 
de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como 
despesa (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007);
VII – o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do 
capital social.
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da 
sua realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes 
a essas receitas e rendimentos.
§ 2º O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas 
avaliações, registrados como reserva de reavaliação (artigo 182, § 3º), 
somente depois derealizado poderá ser computado como lucro para efeito 
de distribuição de dividendos ou participações.
Segundo Saramelli (2012, p. 59-60), as alterações promovidas na estrutura contábil brasileira 
pelas Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09 em prol da implantação no Brasil das Normas Internacionais de 
Contabilidade foram mínimas, em se tratando de estrutura da DRE, porém as poucas modificações são 
significativas. 
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Antes, admitia-se o conceito de despesas e receitas operacionais e as não operacionais. Atualmente 
esse conceito não existe mais, considera-se que tudo é operacional.
Hoje, existem despesas de operações contínuas e descontinuadas, no caso de uma empresa necessitar 
lançar valores de operações que não estão mais “em produção”. 
As alterações foram as seguintes:
O artigo 187, item IV, tinha e passa a ter a seguinte redação:
Quadro 73 
Lei nº 6.404/76 Lei nº 11.638/07 Lei nº 11.941/09
IV – O lucro ou prejuízo 
operacional, as receitas e 
despesas não operacionais e 
o saldo da conta de correção 
monetária (art. 185, parágrafo 3º)
IV – O lucro ou prejuízo 
operacional, as receitas e 
despesas não operacionais.
IV – O lucro ou prejuízo 
operacional, as outras receitas e 
as outras despesas.
Ainda o artigo 187, agora no item VI, tinha e passa a ter a seguinte redação:
Quadro 74 
Lei nº 6.404/76 Lei nº 11.638/07 Lei nº 11.941/09
VI – As participações de 
debêntures, empregados, 
administradores e partes 
beneficiárias, e as contribuições 
para instituições ou fundos de 
assistência ou previdência de 
empregados.
VI – As participações de debêntures, 
empregados, administradores mesmo 
na forma de instrumentos financeiros, 
e de instituições ou fundos de 
assistência ou previdência de 
empregados, que não se caracterizem 
como despesa.
VI – As participações de debêntures, 
empregados, administradores e 
partes relacionadas, mesmo na 
de instrumentos financeiros, e de 
instituições ou fundos de assistência 
ou previdência de empregados, que 
não se caracterizem como despesa.
A seguir, demonstra-se o modelo para uma Demonstração de Resultado do Exercício, conforme o 
Pronunciamento CPC 26, Estoques (2014, parte 82):
A demonstração do resultado do período deve, no mínimo, incluir as 
seguintes rubricas, obedecidas também as determinações legais:
(a) receitas;
(b) custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos;
(c) lucro bruto;
(d) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas 
operacionais;
(e) parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do 
método de equivalência patrimonial;
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Contabilidade
(f) resultado antes das receitas e despesas financeiras;
(g) despesas e receitas financeiras;
(h) resultado antes dos tributos sobre o lucro;
(i) despesa com tributos sobre o lucro;
(j) resultado líquido das operações continuadas;
(k) valor líquido dos seguintes itens:
(i) resultado líquido após tributos das operações descontinuadas;
(ii) resultado após os tributos decorrente da mensuração ao valor justo menos 
despesas de venda ou na baixa dos ativos ou do grupo de ativos à disposição 
para venda que constituem a unidade operacional descontinuada.
(l) resultado líquido do período (NBC, 2014, p. 519).
8.1 Receitas brutas
Soma de todas as vendas realizadas pela empresa num determinado período. Desde que os produtos 
ou serviços tenham sido transferidos ou prestados, a receita bruta é a somatória das vendas feitas tanto 
à vista como a prazo, e no mercado interno ou externo.
8.2 Receitas líquidas
A partir do saldo da Receita Bruta, descontam-se as chamadas deduções de vendas, que são 
basicamente de três tipos: 
•	 Devolução	e	abatimento
Quando uma empresa, por conta de algum motivo ou problema, como entrega de quantidade a 
maior ou a não visita dos entregadores, se vê obrigada a recepcionar novamente os produtos que 
havia vendido e baixar o valor da venda. 
•	 Desconto	comercial
O desconto comercial ocorre quando a empresa decide praticar uma tabela de preços, mas por 
razões comerciais não pode alterá-la e prefere conceder desconto a alguns clientes.
•	 Impostos	sobre	venda
São os diversos impostos que incidem diretamente sobre as vendas. A seguir, uma relação desses 
impostos: 
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a) ICMS – Imposto sobre circulação de mercadoria e sobre prestação de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de comunicações. É um imposto de âmbito estadual.
b) IPI – Imposto sobre produtos industrializados. É um imposto de âmbito federal.
c) ISS – Imposto sobre serviço. É um imposto de âmbito municipal.
d) IE – Imposto sobre exportação. É um imposto de âmbito federal. 
e) PIS/Pasep/Cofins – respectivamente, Programa de Integração Social; Programa de Formação 
do Patrimônio do Servidor Público; e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social. São 
de âmbito federal.
Em muitos balanços patrimoniais, já se inicia a DRE com as receitas líquidas.
8.3 Lucro bruto
É a diferença entre a receita líquida e o custo dos itens vendidos.
8.4 Receitas (despesas) operacionais 
Após a apuração do lucro bruto, descontam-se as despesas e acrescentam-se eventuais receitas 
“operacionais”. Apesar do nome, atualmente todas as despesas e receitas são consideradas “operacionais”. 
Antes das normas internacionais, realizava-se um esforço para classificar as despesas e receitas que eram 
inerentes ao negócio e as que não eram desconsideradas na apuração do resultado. Agora, entende-se 
que todas as despesas são operacionais. De certa forma, é um trabalho a menos, facilitaram bem as 
coisas!
Quanto à definição de receitas e despesas, a seguir é reproduzida parte do Pronunciamento Conceitual 
Básico (CPC, 2014), em que são definidas as receitas e as despesas: 
4.25. Os elementos de receitas e despesas são definidos como segue:
(a) receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período 
contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou 
diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido, 
e que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos 
instrumentos patrimoniais;
(b) despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período 
contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou 
assunção de passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, 
e que não estejam relacionados com distribuições aos detentores dos 
instrumentos patrimoniais (NBC, 2014, p. 27). 
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Contabilidade
Nessas despesas e receitas, temos as seguintes classificações: 
•	 despesas	de	vendas;
•	 despesas	financeiras;
•	 receitas	financeiras;
•	 despesas	gerais/administrativas.
8.5 Resultado antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o 
lucro líquido
Essa conta representa o resultado que irá incidir o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o lucro 
líquido, tributo devido ao Governo Federal pelas empresas que estão sujeitas ao recolhimento do Imposto de 
Renda com base no lucro real. Observe que essa tributação tem uma natureza de distribuição de lucros.
8.6 Resultado líquido do exercício
Após todos esses cálculos e a tributação devida à autoridadetributária, obtém-se o resultado que 
será deliberado e, caso decidido nesse sentido, distribuído aos acionistas ou sócios. 
Interessante observar que todo esse cálculo não é fácil, muito menos perceptível aos gerentes e 
empresários; por isso, é imprescindível conhecer todo esse processo para saber de fato o resultado líquido. 
Depois de conhecer a estrutura da DRE, que tal analisarmos juntos o balanço de uma empresa que vem 
apresentando bons rendimentos nos últimos anos? Foi escolhida para análise a DRE da Embraer do ano de 2012.
Quadro 75 – Demonstração de Resultado do Exercício da Embraer S.A. preparada pelo 
contador João Francisco Penzinger Arantes – CRC 1SP177673/O-3
Demonstrações individuais e consolidadas do resultado
para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2012, 2011 e 2010
(em milhares de reais – exceto quantidade de ações e lucro por ações)
Controladora Consolidado
Nota 31.12.2012 31.12.2011 31.12.2010 31.12.2012 31.12.2011 31.12.2010
RECEITAS 
LÍQUIDAS 10.230.261 8.466.553 8.130.393 12.201.715 9.858.055 9.380.625
Custo dos 
produtos e serviços 
vendidos
(7.742.608) (6.642.803) (6.635.392) (9.248.569) (7.638.825) (7.582.662)
LUCRO BRUTO 2.487.653 1.823.750 1.495.001 2.953.146 2.219.230 1.797.963
RECEITAS 
(DESPESAS) 
OPERACIONAIS
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Administrativas (395.129) (313.854) (254.818) (547.886) (440.044) (346.061)
Comerciais (770.839) (584.977) (482.468) (946.773) (702.866) (657.010)
Pesquisas (149.801) (141.331) (125.090) (152.310) (143.557) (126.102)
Outras receitas 
(despesas) 
operacionais, 
líquidas
33 166.309 (400.011) 82.500 (88.325) (410.411) 16.730
Equivalência 
patrimonial 14 (230.935) 39.949 (69.943) (421) (624) -
RESULTADO 
OPERACIONAL 1.107.258 423.526 645.182 1.217.431 521.728 685.520
Receitas (despesas) 
financeiras, 
líquidas
35 11.516 (140.831) 24.435 (11.398) (172.509) 30.885
Variações 
monetárias e 
cambiais, líquidas
36 345 (9.000) (16.602) 16.824 32.809 (1.350)
LUCRO ANTES DO 
IMPOSTO 1.119.119 273.695 653.015 1.222.857 382.028 715.055
Imposto de renda 
e contribuição 
social
24 (421.327) (117.398) (79.423) (523.849) (210.774) (114.877)
LUCRO LÍQUIDO 
DO EXERCÍCIO 697.792 156.297 573.592 699.008 171.254 600.178
Lucro atribuído 
aos:
Acionistas da 
Embraer - - - 697.792 156.297 573.592
Acionistas não 
controladores - - - 1.216 14.957 26.586
Média ponderada 
das ações em 
circulação no 
exercício (em 
milhares)
31
Básico 725.023 723.667 723.665 725.023 723.667 723.665
Diluído 727.731 724.847 724.019 727.731 724.847 724.019
Lucro por ação (em 
Reais) 31
Básico 0,9624 0,2160 0,7926 0,9624 0,2160 0,7926
Diluído 0,9589 0,2156 0,7922 0,9589 0,2156 0,7922
Fonte: Embraer (2012, p. 13).
Observe que, na DRE, a Embraer não publicou as vendas brutas, já começou com as receitas líquidas. 
Logo após, observe que o custo dos produtos e serviços vendidos da Embraer é bem alto. 
Lembrando que estamos analisando as colunas do consolidado, em 2012, 76% das receitas líquidas 
foram usadas para cobrir gastos de fabricação das aeronaves. A mesma tendência pode ser observada 
em 2011 e 2010. 
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Figura 28
Depois de apurar os custos e o lucro bruto, o contador da Embraer subtraiu as despesas, conforme 
podemos ver aqui neste recorte:
Figura 29
O contador da Embraer subtraiu todas as despesas administrativas, comerciais e com pesquisas, e 
com isso obteve um resultado operacional no qual acrescentou as receitas financeiras e subtraiu as 
variações monetárias e cambiais. Obteve o lucro antes do imposto, calculou o Imposto de Renda e a CSLL 
e conquistou para 2012 um bom lucro de seiscentos e noventa e nove milhões de reais. 
No entanto, observe o que ocorreu nos anos anteriores. No ano de 2011, a Embraer também deu 
lucro, mas despencou em relação a 2012. E em relação a 2010 também. 
Você deve estar pensando... O que aconteceu em 2011 para o lucro cair tanto? 
O fato é que essa situação provocou mudanças na estratégia da empresa, conforme foi noticiado na 
imprensa especializada. 
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 Saiba mais
Veja os problemas que a Embraer enfrentou no mercado internacional 
e as soluções que foram pensadas para que a empresa retomasse sua 
trajetória de lucro em 2012. 
Acesse:<http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Visao/
noticia/2012/10/para-onde-voa-embraer.html>.
Veja como você consegue observar toda essa situação refletida nas demonstrações financeiras/contábeis 
da empresa. De certa forma, as demonstrações financeiras são o espelho, o resumo de toda a organização. 
Finalizando essa análise, observe que o lucro da Embraer foi quase todo distribuído aos acionistas:
Mas... Você deve estar pensando: e como seria analisar uma empresa de um setor que não visasse ao 
lucro, como é o caso da Embraer? Que tal analisarmos a demonstração de resultado da AACD?
Seria muito diferente? 
Quadro 76
AACD – Associação de Assistência à Criança Deficiente
Demonstração do superávit
Exercícios findos em 31 de dezembro de 2012
Em milhares de reais
2012 2011
(Reapresentado)
Receitas operacionais
Receitas com atividades de saúde (Nota 17)
Atividades hospitalares
Convênios 121.969 123.839
Particular 3.106 2.638
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SUS 1.992 1.934
Glosas aceitas (2.127) (722)
124.940 127.689
Receitas com atividades ambulatoriais (Nota 18)
Convênios 1.808 2.343
Particular 7.006 6.788
SUS 27.364 24.798
Outras 143 508
Glosas aceitas (153)
36.168 34.437
Receitas de doações
Receita auxílios, subvenções e convênios públicos (Nota 20) 6.481 6.241
Receitas com atividades institucionais e outras (Nota 19) 51.457 54.005
Receitas financeiras (Nota 21) 7.694 7.359
Outras 13.135 13.392
Gratuidades (Nota 26) 90.846 74.251
Voluntariado (Nota 23) 2.218 1.678
Devoluções (60)
171.771 156.926
Total das receitas 332.879 319.052
Despesas operacionais
Despesas com atividades de saúde (Nota 22)
Despesa com pessoal 16.787 13.847
Despesa com material 72.069 80.675
Despesas administrativas e gerais 24.883 19.948
Despesas financeiras e bancárias 1.482 1.451
115.221 115.921
Despesas com atividades ambulatoriais (Nota 22)
Despesa com pessoal 43.126 34.120
Despesa com material 14.844 2.230
Despesas administrativas e gerais 15.017 21.928
Despesas financeiras e bancárias 671 856
73.658 59.134
Despesas com atividades administrativas (Nota 22)
Despesa com pessoal 32.346 24.025
Despesa com material 10.044 6.119
Despesas administrativas e gerais 2.380 8.067
Despesas financeiras e bancárias 721 906
45.491 39.117
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Outras despesas
Gratuidades concedidas (Nota 26) 90.846 74.251
Voluntariado (Nota 23) 2.218 1.678
Ganho ou perda no imobilizado 970 1.067
94.034 76.996
Total das despesas 328.404 291.168
Superávit do exercício 4.475 27.884
Fonte: AACD (2012, p. 4).
Sim, existem algumas diferenças entre a DRE da Embraer e a da AACD. A Embraer é uma empresa 
bem mais complexa, com diversas operações. Já a AACD é uma entidademais simples, arrecada doações 
e receitas de serviços hospitalares e as utiliza em suas atividades. 
Observe que, neste caso, o contador da AACD preferiu dar maior evidenciação para as receitas e 
despesas, explicando as origens e classificando os tipos de despesas: 
Figura 30
Observe também que a AACD conseguiu obter uma receita equilibrada entre os dois anos de 2011 e 
2012, e também consumiu o dinheiro da mesma forma. Entende-se que, para uma entidade como essa, 
é muito importante estabilizar sua arrecadação, para cumprir sua missão com mais efetividade. 
Então, perceba como é possível obter diversas informações a partir da leitura e da interpretação das 
demonstrações contábeis/financeiras. 
 Observação
Há várias técnicas avançadas para analisar demonstrações financeiras/
contábeis que você irá aprender em breve!
Importante
As demonstrações financeiras/contábeis da Embraer e da AACD foram utilizadas para fins estritamente 
pedagógicos, em ambiente universitário. A escolha ou o uso dessas empresas não deve jamais ser 
interpretado como sugestão do professor de consumo de produtos ou realização de investimentos.
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Exemplo de Aplicação
A seguir, convido-o a praticar tudo o que aprendeu até agora. É fácil! Você analisará uma situação e 
montará um balanço patrimonial e uma DRE. 
Primeiro, leia o texto a seguir.
O Rei-Sol e os marceneiros de Hoogervorst
No pequeno e tosco aldeamento de Hoogervorst, ao sul do território hoje conhecido como a França, 
dois meninos aprenderam o ofício da marcenaria artística. 
Hoogervorst era uma das vilas mais pobres e tristes de toda a região. A população vivia em um 
estado miserável, sem nenhum conforto. As doenças e pragas pairavam sobre o lugar. As condições de 
higiene eram lastimáveis e seus habitantes viviam à margem do intenso desenvolvimento que a França 
de Luís XIV, o próspero e déspota Rei-Sol, oferecia a seus súditos.
Esses dois meninos tornaram-se homens e, ao que diziam, excelentes entalhadores. Eram dos poucos 
na região que conheciam a arte da marchetaria! Seus pais também eram conhecidos como exímios 
artistas da madeira; porém, eram desvalorizados e vendiam seus móveis a preços irrisórios a alguns 
poucos clientes aproveitadores. Não sabiam fazer contas e não tinham nenhuma ambição maior. 
Ainda jovens, Aaron e Pierre, até então amigos inseparáveis, apaixonaram-se ardentemente pela mesma 
mulher: a doce e bela Annelise, a única filha do dono da padaria. A disputa entre os dois desencadeou 
tristeza, rancor e discórdia por todo o aldeamento. Prevendo que uma tragédia ocorreria, Annelise fugiu 
de casa e nunca mais foi vista. Alguns dizem que não aguentou a tão imprudente aventura e morreu nas 
agruras da floresta. Outros disseram que ela estaria bem de saúde aos cuidados de familiares em Paris. 
O fato é que a comunidade de Hoogervorst não suportava a aridez e a falta de compostura dos 
dois marceneiros. Beberrões, malcheirosos, arrogantes e maltrapilhos, Aaron e Pierre não podiam se 
encontrar porque surgia uma violenta e animalesca briga. A doce e bela Annelise tinha razão. Estava 
perto o dia em que os dois artistas iriam se matar ou acabar mortos... 
Certo dia, acompanhado de seus soldados, o Rei Luís XIV visitou Hoogervorst. Conforme contam 
os historiadores, ele estava a caminho do castelo de uma de suas amantes. Seus conselheiros haviam 
comentado que no tosco aldeamento viviam dois marceneiros muito talentosos. Essa informação 
despertou o interesse do Rei-Sol, que amava as artes e usava uma boa (muitos diziam irresponsável) 
parcela do tesouro da França e de Navarra em obras artísticas. 
Ao encontrar Aaron, maravilhou-se por uma linda mesa! Tão bem envernizada que ofuscava 
os olhos. Ramos de flores vermelhas em marchetaria decoravam as bordas. O Rei, então, decidiu 
comprar a linda mesa! Posteriormente, conheceu Pierre e adorou os entalhes perfeitos em uma 
cadeira. Começou ali um relacionamento que fez o tosco e subdesenvolvido aldeamento se tornar 
uma próspera localidade. O Rei ordenou que os dois produzissem todos os móveis do castelo de sua 
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amante preferida, e que seriam remunerados de acordo com a beleza e a qualidade de cada peça. 
Quanto mais bela, mais ganhariam. 
Após essa visita, em vez de brigar como dois homens irracionais, Aaron e Pierre começaram a travar 
uma rancorosa disputa comercial. Ambos disputavam quem ganharia mais a cada peça produzida. 
Essa disputa ajudou a desenvolver o aldeamento de Hoogervorst, uma vez que passaram a comprar 
regularmente os bens disponibilizados pelos comerciantes. Os dois se casaram, mas logo ficaram viúvos. 
Apesar do gosto pela disputa com sabor de vingança, eram dois homens amargurados. 
Hoogervorst ficava em um ex-reino de um rei com família de origem holandesa. Há muitos anos, 
o Rei Marinus Gervorst, acuado pelas bem-equipadas tropas de Luís XIV, resolveu entregar o território 
para a coroa francesa, e, em troca, todo o dinheiro do reino continuou a ser de sua propriedade. Recebeu 
o título de conde de Hoogervorst e tornou-se banqueiro. 
Numa manhã fria de novembro, para espanto de todos, Annelise apeou de uma carroça em um lindo 
vestido azul... (SARAMELLI, 2012).
O seu trabalho: 
Você será o contador de um dos marceneiros de Hoogervorst. Escolha com quem quer trabalhar: 
Aaron ou Pierre.
Primeiro passo
Com os dados a seguir, monte um balanço patrimonial:
Aaron possui uma marcenaria com o capital de 200 francos (a herança que seu pai lhe deixou), um 
ativo com caixa no valor de 10 francos, máquinas e equipamentos no valor de 600 francos e obrigações 
com o conde Marinus no valor de 410 francos. 
Pierre possui uma marcenaria com o capital de 500 francos (a herança que seu pai lhe deixou), um 
ativo com caixa no valor de 50 francos, máquinas e equipamentos no valor de 800 francos e obrigações 
com o conde Marinus no valor de 350 francos. 
Segundo passo
O Rei Sol encomendou, para cada um dos marceneiros, um jogo de móveis para o Castelo de Versalhes, 
no valor de 2 mil francos (para cada jogo!). Ao contrário dos móveis que costumam fabricar, magníficos, 
mas destinados a castelos secundários, esses precisarão superar a expectativa mais rigorosa do Rei, ter 
beleza inigualável, capaz de surpreender e deixar de queixo caído o mais exigente dos críticos. 
Lembre-se de que Luís XIV ficou conhecido pela célebre frase: “Eu quase que esperei!”.
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Contabilidade
Para produzir essas peças de qualidade tão superior, será necessário adquirir dois novos bens e 
realizar cinco despesas que serão importantes para a empresa de Aaron e/ou Pierre. 
Esses bens e essas despesas terão de ser comprados no próprio aldeamento de Hoogervorst. 
Você terá de fazer os lançamentos contábeis no diário, tanto de despesa como de receita, da seguinte 
forma: 
Data Localidade 
Histórico extremamente detalhado
Débito Conta contábil Valor 
Crédito Conta contábil Valor 
Apure o balanço patrimonial e a DRE da empresa do marceneiro que você decidir trabalhar. 
Importante
Como já comentado, escolha se será contador(a) de Aaron ou de Pierre. Valorize com entusiasmo e 
grandiosidade o seu trabalho. Bom humor é sempre bem-vindo! Você pode, por exemplo, comprar uma 
máquina de corte de madeira a laser, para dar um acabamento mais preciso, não precisa verificar seexistiam máquinas a laser naquela época! O que a sua criatividade indicar. 
Atenção
Neste exercício, não serão usadas técnicas de contabilidade de custos, que serão aprendidas em 
outra disciplina. 
Mensagem
Caso você esteja tendo dificuldades para realizar este exercício, não desista! Procure seu tutor, você 
conseguirá! E, ao final do trabalho, vá à plataforma e veja a resposta que o professor preparou e a 
conclusão da história dos marceneiros de Hoogervorst e Annelise. 
Bom trabalho! 
Bon travail et d’étude!
O conto é fictício, foi produzido pelo Prof. Me. Alexandre Saramelli para uso exclusivo em ambiente 
acadêmico. 
Hans Hoogervorst é o atual chairman da Iasb, que assumiu esse importante cargo em substituição 
ao Sr. David Tweedie. O uso de seu sobrenome neste exercício representa uma homenagem e um voto 
de boa sorte à frente da Iasb.
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Unidade IV
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 Resumo
Imagine agora que você seja o contador de uma empresa e que, após 
todo um exaustivo trabalho, tenha observado na DRE que essa empresa 
obteve um lucro. Ao transmitir essa informação para os gestores e colegas 
de trabalho, certamente você irá ouvir comemorações, manifestações de 
alegria, as pessoas irão ficar contentes e quem sabe até preparar uma festa! 
Mas e se você tiver apurado um prejuízo? Certamente ao transmitir essa 
informação você irá levar tristeza, desapontamento, rancores, lamentações, 
cobranças... Ou seja, mais do que um procedimento simples e relativamente 
fácil, uma Demonstração de Resultado do Exercício é uma medição de 
desempenho do sucesso, do esforço, do carinho e da dedicação que seres 
humanos deram a um propósito em comum. 
Apurar o resultado do exercício é, então, um ato que provoca emoções. 
E, com isso, concluímos esta parte do nosso estudo. 
Tenho certeza de que grande parte das suas dúvidas sobre contabilidade 
neste momento ainda não foram satisfeitas. Digo até que, talvez, este livro-
-texto, em vez de tirar dúvidas, criou muitas outras. Muitas dessas novas 
dúvidas serão respondidas ao longo do curso. O que importa agora é que 
você tenha conseguido substituir dúvidas mais simples por dúvidas mais 
sofisticadas. 
Parabéns! 
Valeu o esforço! Você acaba de concluir uma das mais importantes 
etapas do seu desenvolvimento acadêmico!
 Exercícios
Questão 1 (Enade 2009). A Cia. Incertos e Associados, empresa de consultoria jurídica, iniciou suas 
atividades em 30/11/X8, com um capital social de R$ 100.000,00, totalmente integralizado, parte em 
dinheiro, R$ 60.000,00, e parte em móveis e utensílios, R$ 40.000,00. Até o final do exercício de X8, 
ocorreram os seguintes fatos contábeis:
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Contabilidade
Quadro 77
Aquisição, a prazo, de material de consumo. R$ 6.000,00
Pagamento antecipado de aluguel em 31/12/X8. R$ 9.000,00
Compra financiada de equipamentos. R$ 120.000,00
Aquisição, à vista, de ações da Cia. ABC. R$ 24.000,00
Recebimento de adiantamento de clientes por serviços 
contratados, a serem prestados em 45 dias. R$ 36.000,00
Reconhecimento da despesa com salários. R$ 48.000,00
Aplicação financeira em 31/12/X8. R$ 10.000,00
Com base nessas informações, o valor do ativo da Cia. Incertos e Associados, em 31/12/X8, é de: 
A) R$ 271.000,00.
B) R$ 262.000,00.
C) R$ 253.000,00.
D) R$ 251.000,00.
E) R$ 217.000,00.
Resposta correta: alternativa B.
Resolução do exercício
Anteriormente aos fatos contábeis apresentados no quadro do enunciado, o balanço patrimonial da 
Cia. Incertos e Associados apresentava a configuração indicada a seguir:
Quadro 78
Ativo Passivo
Conta R$ Conta R$
Bancos 60.000 Capital social 100.000
Móveis e utensílios 40.000
Total 100.000 Total 100.000
Os saldos dessas contas foram obtidos com base nos razonetes que seguem.
Capital social Caixa
100.000 (1) 60.000 (1)
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Unidade IV
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Móveis e utensílios Bancos
40.000 (1)
(1) Realização do capital social, dividido em dinheiro (60%) e móveis e utensílios (40%).
Sendo SI o saldo inicial, antes dos lançamentos/movimentações, e SF o saldo final, após os 
lançamentos/movimentações, as transações posteriores à abertura da empresa foram contabilizadas 
como mostrado a seguir.
Capital social Caixa
100.000 (SI) 60.000 (1) (SI)
36.000 (7)
53.000 (SF)
9.000 (4)
24.000 (6)
10.000 (9)
Móveis e utensílios Bancos
40.000 (SI)
Materiais de consumo Fornecedores
6.000 (3)
6.000 (SF)
Despesas antecipadas – aluguel
9.000 (4)
Equipamentos de uso Financiamentos 
120.000 (5) 120.000 (5)
Investimentos em ações Adiantamentos de clientes
24.000 (6) 36.000 (7)
Despesas com salários Salários a pagar 
48.000 (8) 48.000 (8)
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Contabilidade
Investimentos em ações
0.000 (9)
(3) Aquisição, a prazo, de material de consumo. R$ 6.000,00
(4) Pagamento antecipado de aluguel em 31/12/X8. R$ 9.000,00
(5) Compra financiada de equipamentos. R$ 120.000,00
(6) Aquisição, à vista, de ações da Cia. ABC. R$ 24.000,00
(7) Recebimento de adiantamento de clientes por serviços 
contratados, a serem prestados em 45 dias.
R$ 36.000,00
(8) Reconhecimento da despesa com salários. R$ 48.000,00
(9) Aplicação financeira em 31/12/X8. R$ 10.000,00
Quadro 79
 Ativo Passivo/PL (sem ordem)
Conta R$ Conta R$
Caixa 53.000 Capital social 100.000
Móveis e utensílios 40.000 Fornecedores 6.000
Materiais de consumo 6.000 Financiamentos 120.000
Despesas antecipadas – aluguel 9.000 Adiantamentos de clientes 36.000
Equipamentos de uso 120.000 Salários a pagar 48.000
Investimentos em ações 24.000 Prejuízo acumulado (48.000)
Aplicações financeiras 10.000
Total 262.000 Total 262.000
O total dos ativos da empresa em 31/12/X8 é de R$ 262.000.
Foram excluídos os saldos das contas de resultados (despesas antecipadas de aluguel e despesas 
com salários) que, posteriormente, afetarão o patrimônio da empresa. Materiais de consumo foram 
considerados como item de estoque e, como tal, integrantes do ativo.
Observação 
A provisão, seguindo a nova legislação, precisa ter como característica valor ou prazo incerto, o que 
não é o caso de salários a pagar (daí a retirada do nome provisão de conta).
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Unidade IV
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Questão 2 (Enade 2006). A Estelar Aérea S.A., uma das mais importantes empresas na vida empresarial 
recente do Brasil, viveu, durante o ano de 2006, um processo de insolvência, como se pode observar 
pelos seguintes grupos de contas em seu Balanço de 31 de dezembro de 2005: 
Em R$ milhões
Ativo Circulante.....................................1.310
Realizável a Longo Prazo......................788
Ativo Permanente....................................238
Passivo Circulante..................................2.111
Exigível a Longo Prazo...................... 8.146
O Patrimônio Líquido da Estelar Aérea S.A., em 31 de dezembro de 2005, em R$ milhões, era de:
A) 12.593.
B) 7.921.
C) 2.336. 
D) - 2.336.
E) 7.921. 
Resolução desta questão na plataforma.
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FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 12
A SCUOLA DI SCIENZA E TECNICA. Sezione – “C”: gli strumenti scientifici della Scuola

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