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Pâmela Caye Doenças Infecciosas Raiva Bovina Agente causador: tem formato de “bala de revólver”. É uma enfermidade neurológica viral, variavelmente fatal, causada por um vírus da família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus. O vírus possui uma proteína G - de superfície - importante na produção de resposta imune. Ela é danificada por solvente (sabão), o que dificulta sua fixação na célula do hospedeiro. O vírus tem também uma proteína N – nucleoproteína – que gera resposta celular no indivíduo e é por isso que se dá soro e vacinação na proteção/combate à raiva. Em Pelotas outubro é o mês onde ocorrem mais casos Morbidade: número de doentes na população (%) Letalidade: número de mortos entre os infectados Mortalidade: número de mortos entre a população Transmissão: o morcego Desmodus rotundus com os incisivos lesiona a pele e com a língua suga o sangue através de seus lábios fendidos. Além disso, sua saliva tem substâncias anticoagulantes. Patogenia: A multiplicação na musculatura leva o agente até a placa motora, atingindo as terminações nervosas e o axoplasma dos nervos periféricos (citoplasma do axônio). Assim ocorre migração no SNC podendo afetar diversos neurônios. A migração é centrífuga porque se afasta dos SNC e pode afetar diversos órgãos. Para prevenção se usam vacinas. No caso dos humanos, o reforço é anual. Em bovinos se usa a vacina atenuada. O período de incubação é muito variável pois depende da distância da lesão até o SNC. A inervação é muito próxima das glândulas salivares, então o vírus migra para as glândulas e causa inflamação, aumentando a produção de saliva contendo o vírus. O vírus pode também estar na urina e nas fezes, porém o contato com elas, sem que haja um local de lesão, não causa a infecção. Sintomas: deve-se diferencial de intoxicação por chumbo com exame laboratorial. I. Mudança de conduta II. Dificuldade de locomoção III. Salivação IV. Incubação: 10 dias a 6 meses V. Curso(sinais clínicos): 1 a 11 dias Diferente do botulismo, porque na raiva o animal ainda mantém algum movimento. Percebe-se o local da mordida pela presença de sangue, pois o morcego sai mas a ferida não coagula. Diagnóstico: laboratorial por imunofluorescência direta porque os corpúsculo de Negri são fluorescentes. Tem boa especificidade e sensibilidade. Presuntivo: epidemiologia (morcego, abrigo, ferimento); sinais clínicos, principalmente paralisia; histológico (não definitivo). Pâmela Caye Coloração de Seller’s só é válida quando indicar o corpúsculo de Negri; se não mostrar não significa que é negativo porque nem sempre eles estarão presentes. Controle: informação ao produtor; controle de morcegos (varfarina); pasta em feridas de bovinos; controle e vacinação de cães. 1ª aplicação, depois de um mês faz a 2ª aplicação, depois de um ano a 3ª aplicação com reforços anuais. RESUMO: Raiva – morcego – paralisia – sistema nervoso – vacinação – controle de morcegos – imunofluorescência. Mastite Bovina Sem especificidade de raça Inflamação da glândula mamária, principalmente de origem infecciosa, onde a bactéria entra pelo esfíncter do teto e infecta de forma ascendente. Não é necessário um grande número de bactérias. Contagiosa: causada por Staphylococcus, Streptococcus, Corynebacterium Ambiental: causada por coliformes e estreptococos ambientais Clínica: apresenta sintomas e se faz o teste da caneca de fundo escuro Subclínica: não apresenta sintomas e se faz o CMT (California Mastitis Test) – teste da raquete Prejuízos: I. Redução na produção II. Custos com tratamento III. Perda de material genético (mastite ocorre mais em vacas de alta produção) IV. Prejuízo da indústria (leite pobre tem menos proteína e rende menos) V. Descarte de animais e de leite Epidemiologia: I. Idade (produção) II. Ferimentos III. Condições Diagnóstico: I. Clínica: sinais clínicos e teste da caneca II. Subclínica: CMT e contagem de células somáticas Tratamento: I. Tratar todos os tetos de todas as vacas no período seco II. Tratar apenas mastite clínica na fase de lactação Pâmela Caye A taxa de cura de mamite subclínica em período de lactação é muito baixa. Deve-se fazer o teste para saber quem ordenhar por último. Controle: I. Tratamento de mastite clínica II. Tratamento das vacas secas III. Desinfecção pré e pós ordenha IV. Máquina de ordenha com bom funcionamento V. Descarte de crônicas VI. Manejo de ordenha Tuberculose Zoonose onde o bovino é o hospedeiro prioritário da mesma forma que a brucelose. As duas doenças infectam todas as espécies domésticas. PNCEBT (Programa Nacional de Erradicação da Brucelose e Tuberculose): define tuberculose como “zoonose de evolução crônica, causada por Mycobacterium bovis que provoca lesões granulomatosas, afetando principalmente as espécies bovina e bubalina”. Tuberculose suína e tuberculose aviária – Mycobacterium avium que afeta essas espécies. Mycobacterium é álcool-ácido-resistente, intracelular, com parede espessa rica em lipídeos. Se faz coloração de Ziehl-neelsen. A parede rica em lipídeos é o principal fator de patogenicidade da bactéria. Provoca uma resposta exacerbada do sistema imune resultando em granulomas que podem evoluir até levar a morte. Geralmente o bacilo penetra no organismo por via inalatória, alcançando os pulmões. Uma vez atingido o alvéolo, o bacilo é capturado por macrófagos, sendo o seu destino determinado pelos seguintes fatores: virulência do microorganismo, carga infectante e resistência do hospedeiro. Na fase seguinte, caso não sejam eliminados, os bacilos multiplicar-se-ão dentro dos macrófagos até destruí-los. Os bacilos liberados pelos macrófagos infectados serão fagocitados por outros macrófagos alveolares ou por monócitos recém-chegados da corrente circulatória, atraídos pelos próprios bacilos liberados, ou por fatores quimiotáticos produzidos pelo hospedeiro. A terceira fase começa quando cessa essa multiplicação, cerca de 2 a 3 semanas após a inalação do agente infeccioso, e é caracterizada por resposta imune mediada por células e reação de hipersensibilidade retardada. Alguns macrófagos fundem-se entre si, dando origem às células gigantes do tipo Langhans. Em torno deste acúmulo de células, há linfócitos e fibroblastos. A este arranjo nodular de macrófagos, macrófagos modificados, linfócitos e fibroblastos, damos o nome de granuloma. Nessa fase, em decorrência da reação de hipersensibilidade retardada, o hospedeiro destrói seus próprios tecidos por meio da necrose de caseificação para conter o crescimento intracelular das micobactérias. Com a mediação dos linfócitos T, ocorre a migração de novas células de defesa, culminando com a formação dos granulomas. Tais granulomas são constituídos por uma parte central, por vezes com área de necrose de caseificação, circundada por células epitelióides, células gigantes, linfócitos, macrófagos e uma camada periférica de fibroblastos. Os bacilos da lesão tuberculosa do parênquima pulmonar propagam-se ao linfonodo satélite, no qual desencadeiam a formação de novo granuloma, constituindo, assim, o complexo primário. As lesões pulmonares têm início na junção bronquíoloalveolar com disseminação para os alvéolos e linfonodos brônquicos, podendo regredir, persistir estabilizadas ou progredir. A disseminação da infecção para outros órgãos pode ocorrer precocemente durante o desenvolvimento da doença, ou numa fase tardia, provavelmente em função de uma queda na imunidade do animal. Maior parte dos indivíduos tem cura espontânea da lesão. Com o passar do tempo a lesão vai se tornandomenos celular, envolta por fibrose densa, ocorrendo até mesmo a calcificação da lesão Pâmela Caye (que pode ser vista radiologicamente). Bacilos podem permanecer viáveis no interior destas lesões por muitos anos. Esta lesão é chamada de nódulo de Ghon ou nódulo primário, que é a cicatriz no ponto de entrada. Na grande maioria o sistema imune controla a infecção e uma proporção pequena desenvolve a doença. O animal infectado potencialmente é um portador pela vida toda. Em caso de imunossupressão a doença pode se desenvolver. A resposta é compatível com hipersensibilidade do tipo 4. É uma doença crônica porque a evolução é lenta e pode passar tempo sem evolução e depois voltar a evoluir. Animais positivos são descartados A fervura e pasteurização do leite reduziram muito o potencial zoonótico do M. bovis. Importância econômica – bovinos: I. Morte de animais II. Custo com controle III. Condenação de carcaça IV. Perda de produção V. Exportação A mortalidade em bovinos é em torno de 10%, mas como o gado de corte não vive o suficiente para isso, costuma ser baixa. Tuberculose é a enfermidade mais importante na esquematização da inspeção das carcaças. Os dados federais de condenação de carcaça são de 0,15%. O animal afetado tem até 30% de perda do potencial produtivo. Não há consenso sobre o período de vazio sanitário. Mycobacterium bovis: Fonte de infecção: bovinos e bubalinos Via: ar expirado, fezes, urina e leite Porta de entrada: respiratória (90%), oral (leite) e reprodutiva (rara) Prevalência influenciada por: I. Tipo de exploração II. Práticas zootécnicas e de manejo III. Tamanho do rebanho IV. Densidade populacional V. Prevalência regional Diagnóstico: Clínico: De normal a caquético terminal; tosse seca, curta e repetitiva; cansaço; linfadenopatia; Anatomopatológico: necropsia ou inspeção; nódulos amarelados ou esbranquiçados; Bacterioscópico: Ziehl-Neelsen Certeza direto: cultura. Somente se: origem de país ou propriedade livre; avaliação das técnicas indiretas; pesquisa em leite ou outros produtos. Pâmela Caye Certeza indireto: teste alérgico cutâneo. O princípio é a hipersensibilidade tipo IV localizada, ocorrendo 3-8 semanas após a exposição. É um teste padronizado que precisa ser corretamente executado. Chamado tuberculinização e pode ser feito na prega da cauda ou na tábua do pescoço. Tuberculinização: seringas com dosador automático; agulhas pequenas e finas; cutímetro com mola. Prega caudal: usada apenas em gado de corte. Rápido e simples. Faz-se leitura subjetiva com a mão. Cervical simples: mais simples; leva mais tempo e exige melhor contenção; interpretação é objetiva Cervical comparativa: antes de inocular o antígeno deve-se medir com o cutímetro a espessura da pele. Inocula-se e 72 horas depois mede-se de novo. Dupla comparativa: aplica-se M. bovis e M. aviarium. Se for positivo na prega da cauda, no cervical simples ou inconclusivo na dupla comparativa, se espera de 60 a 90 dias e repete-se a dupla comparativa novamente. Em casos positivos marca-se com um P o animal, comunica-se a inspetoria em até 24 horas e abate-se o animal em até 30 dias. Controle: A tuberculose animal não tem vacina nem tratamento. A legislação brasileira proíbe qualquer tratamento. O correto é identificar o portador e eliminar os reagentes. Para uma propriedade ter o selo de PROPRIEDADE LIVRE são necessários 3 exames seguidos que devem ser negativos. O maior risco na carne é para quem manipular no frigorífico ou na inspeção. Brucelose Bovina Sinonímia Bovinos – doença de Bang; aborto contagioso; aborto infeccioso Homem – febre ondulante; febre de Malta Brucelose não tem alta infectividade quando não é reprodutiva. Afeta mais a primeira cria após infeccção. Tem alta virulência no trato reprodutivo de terneitas prenhes. Causa problemas de crescimento nos fetos. A brucelose infecta as placentas e dificulta as trocas entre mãe e feto, porque se concentra no placentoma. Conforme a mãe melhora sua resposta imunológica, as próximas gestações podem sofrer menos problemas. Pode levar à retenção de placenta. Machos podem ser infectados e sofrer orquite com subsequente infertilidade e demais problemas no sistema reprodutor. Brucelose humana se caracteriza em preguiça, febre, gânglios superiores aumentados. Tem fases de agudização com febre no fim do dia. Pode causar orquite nos homens. A longo prazo está relacionada com problemas de artrite, porque pode se depositar nas junções articulares e não sofrer ação do sistema imune. Nos eqüinos causa o “mal das cruzes” na articulação da escápula, que sofre mais impacto. Pâmela Caye Brucela abortus é a que infecta bovinos. Elas são agrupadas de acordo com sua estrutura Lisas: B. abortus; B. melitensis; B. suis Rugosas: B. ovis; B. canis São compostas de lipopolissacarídeos, sendo que nas lisas o LPS é muito mais longo que nas rugosas, onde até pode ser ausente. O LPS é usado como antígeno base para testes de aglutinação com brucelas lisas Cepa B19 lisa é usada na vacina contra brucelose. B. abortus é resistente, podendo sobreviver alguns meses na umidade e sombra. Porém não resiste à pasteurização. A distribuição da brucelose é mundial. Cadeia de transmissão: Ocorre em surtos e segue a rota feto-oral. A fonte de infecção são os animais infectados. Já as vias de eliminação são feto e anexos fetais, secreções vaginais, leite, sêmen, fezes e urina. As vias de transmissão são água, pastagem e fômites contaminados, sêmen (rara), leite e derivados crus. A transmissão ocorre por contato com restos de fetos abortados e placentas. A vacina elimina o aborto e reduz a contaminação pela placenta. Animais infectados na infância podem deixar de ter a doença quando chegam na fase adulta. A transmissão por sêmen é rara porque o sêmen é liberado na vagina, que tem um pH desfavorável às brucelas. A capacidade do local onde ocorreu o aborto/parto transmitir é alta. Porta de entrada: I. Oro-faríngea II. Mucosas (conjuntiva, respiratória e genital) III. Pele com solução de continuidade Suscetíveis: mamíferos domésticos e silvestres e o homem. O terneiro se infecta no pós-parto ou na lactação, porém ele se cura sozinho na puberdade. Patogenia Porta de entrada (oral, conjuntiva ocular, genital, respiratória e pele lesada) Linfonodo regional Disseminação hemática e linfática (linfonodos, baço, fígado, sistema reprodutivo,...) Doença na fêmea Tropismo pelo útero gestante e placenta (eritritol é formado na placenta e causa a quimiotaxia) Placentite necrótica Abortos, bezerros fracos, natimortos Retenção de placenta e etc. Doença no macho Pâmela Caye Inflamação aguda do sistema reprodutivo Testículo, epidídimo, vesículas seminais, ampolas seminais Orquite uni ou bilateral transitória ou permanente, epididimite e lesões articulares. Diagnóstico: I. Direto: presença do agente etiológico II. Indireto: pesquisa de anticorpos específicos Controle: vacinação de suscetíveis com cepa B19 lisa – obrigatório para fêmeas entre 3-8 meses de idade, porém causa aborto durante a gestação e orquite em machos. Também infecta o homem. Como a cepa é lisa, interfere no teste sorológico de diagnóstico da brucelose. Quando a vacinação ocorre até 8 meses, os anticorpos desaparecem rapidamente e não interferem no diagnóstico. Quando é depois de 8 meses, eles duram mais tempo e podem estar presentes mesmo depois de 24 meses, interferindo nos exames e dando falsos positivos. Reservatório: deteção – diagnóstico;eliminação – abate; controle de ingresso; quarentena. Ambiente: desinfecção de instalações; destruição de restos fecais; manejo-maternidade. A chave de tudo é a educação sanitária. Campilobacteriose A Campilobacteriose Genital Bovina é uma doença infecciosa venérea dos bovinos causada pelo Campylobacter fetus subespécie Venerealis, que leva à infertilidade temporária da vaca devido a repetições de cio e aborto. As duas subespécies de C. fetus, C. fetus subsp. Venerealis e C. fetus subsp. Fetus podem causar problemas reprodutivos nos bovinos, entretanto, a manifestação de infecção por estas subespécies difere quanto à ocorrência e patogenia. A principal característica da Campilobacteriose Genital Bovina é a repetição de cios a intervalos aumentados e irregulares, em geral maiores que 35 dias. Outra característica observada em vacas infectadas é o aborto no terço inicial e médio de gestação. Além disto, a Campilobacteriose Genital Bovina pode levar á processos inflamatórios do útero (endometrite, cervicite) e da tuba uterina (salpingite) e até mesmo infertilidade temporária ou permanente em algumas vacas. (Lage & Leite, 2000). Em touros a infecção é assintomática. O C. fetus subsp. venerealis infecta as criptas prepuciais, mas não causa reação do hospedeiro à sua presença sendo este portanto importante meio de disseminação da infecção. A Campilobacteriose Genital Bovina é uma doença de apresentação geralmente subclínica e pouco perceptível no rebanho, principalmente se não há um bom controle zootécnico, pois muitas vezes as repetições de cio não são observadas, e quando se suspeita da doença no rebanho as perdas já são grandes (Lage, 2000; Pellegrin, 2001). Por isto, a Campilobacteriose Genital Bovina é uma doença silenciosa que retira lentamente os lucros da exploração pecuária. Além das repetições de cio e abortos, em rebanhos onde não há estação de monta bem definida, as principais observações relativas a Campilobacteriose Genital Bovina são a idade à primeira cria tardia e longos intervalos entre partos. A entrada da Campilobacteriose Genital Bovina em um rebanho quase sempre ocorre pela aquisição e introdução de animais infectados, geralmente touros. A transmissão da Campilobacteriose Genital Bovina é venérea; o touro infectado transmite o C. fetus subsp. Venerealis às fêmeas susceptíveis, e vice-versa, durante o coito. Além da transmissão venérea, a doença pode ser Pâmela Caye transmitida por sêmen contaminado. Algumas das principais formas de controle da Campilobacteriose Genital Bovina são a utilização da inseminação artificial com o devido controle do sêmen utilizado e a segregação dos animais jovens livres da doença. A outra grande arma a ser utilizada no controle da Campilobacteriose Genital Bovina é a introdução de um programa de vacinação. Vacinas contra o C. fetus subsp. venerealis são utilizadas desde a década de 1960 no controle da doença, sendo fundamentais principalmente naqueles rebanhos em que a introdução da inseminação artificial é difícil. Carbúnculo Sintomático É uma doença infecciosa não transmissível de curso agudo que produz miosite necrosante em bovinos e ovinos. Seu agente etiológico é o Clostridium chauvoei, um bactéria gram positiva, esporulada, anaeróbia e que resiste a vários anos no solo. Epidemiologia Principalmente bovinos jovens entre 6 e 24 meses Ovinos têm infecção exógena através de uma lesão Ocorrência em surtos Morbidade de 5 a 25% Letalidade em torno de 100% Patogenia: É muito relacionado ao manejo, porque precisa de uma lesão inicial nas grandes massas musculares para haver anaerobiose e o clostrídio se multiplicar. Sinais clínicos: Claudicação Febre, anorexia e depressão Parada ruminal Bolhas de gás abaixo da pele Dor inicial, porém indolor no final O período de incubação é curto, em torno de duas semanas. Lesões: miosite hemorrágica necrótica com formação de gás que libera odor rançoso. Material de laboratório: punção no local da crepitação; sangue do coração; osso da canela. Diagnóstico: epidemiológico; sinais clínicos; bacterioscópico; lesões; isolamento do agente em meio de crescimento a base de carne cozida; IFD (imunofluorescência direta). Controle: Vacinação – inicial entre 3 e 6 meses de idade, com duas doses em intervalo de 3 semanas. Duas doses porque a vacina é morta. Depois reforço anual. Controle também por boas práticas de manejo. Ingestão do agente Fígado/ID Corrente sanguínea Musculatura Forma latente Lesão muscular (menos O2) MultiplicaçãoToxemia localMORTE Morte em 12 a 36 horas após o início dos sinais clínicos Toxinas: α – hemolítica. Necrosante Letal Β – Dnase. γ – Hialuronidase. δ – hemolisina NR- Neuraminidase. Pâmela Caye Carbúnculo Hemático Definição: Doença infecciosa dos mamíferos causada por Bacillus anthracis. Zoonose de denúncia obrigatória (Lista B da OIE). Etiologia: Bacillus anthracis, um bacilo gram positivo, esporulante e aeróbio. Forma colônias rugosas em aerobiose e mucóides em CO2. Produz cápsula antifagocitária in vivo (polímero de ác. Glutámico), não é hemolítica, esporula quando a tensão de CO2 diminui a temperatura de 14 a 44°C. Possuem plasmídeos: PX1 responsável pela toxina letal e PX2 presente na cápsula. I. FATOR I – fator edematoso (EF) – adenilase-ciclase – formação de edemas, responsáveis pela formação da postura de cavalete II. FATOR II – fator antígeno protetor (PA) – potencializa as outras frações III. Fator III – fator letal (LF) – essencial para o efeito letal da toxina O FATOR II se fica na células e serve de encaixe para o I e III; sem ele os outros dois não agem. Resistência dos esporos: 120°C por uma hora Fervura por dez minutos Germinar a temperaturas de até 45°C pH de 5 a 9 e umidade relatira de 95% Esporos viáveis até > 20 anos, dependendo do microbismo do solo Epidemiologia: curso rápido com mortalidade elevada. Suposição - períodos de inundação seguidos de seca. Suscetíveis: ovinos, bovinos, caprinos, eqüinos, suínos, cães e gatos. Patogenia: Patologia: Sangue pelas aberturas naturais Edema Cadáver inchado Ausência de rigor mortis Diagnóstico: punção com seringa na aorta ou sangue dos orifícios naturais; esfregaço direto (coloração da cápsula, gram); isolamento; imunofluorescência direta Controle: FATORES EDEMA LETAL IMUNITÁRIO I - - - II - - ++ III - - - I + II + - ++ I + III - - + II+III - ++ ++ I + II + III +++ +++ +++ multiplicação toxemia germinação esporos Ingestão Penetração em lesões Linfáticos Baço/ sistema respiratório Sangue 108/mlMORTE multiplicação multiplicação Sinais clínicos: anorexia, depressão, redução da produção de leite, dificuldade respiratória, aumento da temperatura (mais 41,5°C), distúrbios cardíacos, edema submandibular e MORTE. Incubação: 12-48 horas Curso: 6-72 horas Pâmela Caye Reservatório • mãe • mamilos Transmissão • orofecal, fômites, ambiente Suscetível • Menos de 4 dias Tratamento com penicilina (12-20000 UI benzilpenicilina/kg/PV-IM/48h Vacinação anual Destruição de cadáveres – incineração (0,5 tonelada de lenha e 0,5 tonelada de carvão ou 20kg de palha, 10 litros de gasolina e 2 toneladas de lenha) Desinfecção com formol Diarréia dos Terneiros Definição: infecção intestinal de terneiros, multifatorial, indiferenciada (não se diferencia a causa clinicamente), diarréia aguda. Infecção= entrada, adesão e multiplicação do microorganismo no hospedeiro. Diarréia = fezes com mais de 85% de água Principais infecções entéricas: Bacterianas – Escherichia coli, Salmonella e Clostridium perfringens Virais – rotavírus e coronavírus Parasitárias – Cryptosporidium, coccídios e verminoses Menos de um mês de vida Outros: de um a seis meses de vida É mais importante em jovens, afetando mais o gado leiteiro que o de corte, atingindo 20-52%. 33,46 dólares/terneiro/ano é a média mundial de gasto com diarréia dos terneiros. Epidemiologia: Cadeia de transmissão: Distribuição mundial Fequencia alta (idade) Morbidade variável Mortalidade 10,3-34% Colibacilose neonatal: 1. Escherichia coli (enterotoxigênica) 1.1. Comensal do ID 1.2. Fímbrias (K99, P987 e F41-F42) 1.3. Plasmídios 1.4. LT (toxina termolábil) e ST (toxina termoestável) com subunidades a e b A LT, tanto a quanto b, trabalham de forma conjunta. A LTb se fixa ao citoplasma do enterócito se transformando numa espécie de canudo, abrindo um canal pela membrana, por onde passa a LTa. A LTa atinge de forma indireta a adenilatociclase, que é ativada e causa uma alteração no AMP que não adquire mais fosfato, virando AMP-cíclico e não transporta mais energia em forma de ATP. Sem energia no enterócito, as bombas param de funcionar, a absorção cessa e a célula para de reter água e nutrientes que são perdidos para a luz intestinal. A LTa é a única que não tem receptor de membrana. A STa se liga na membrana do enterócito e ativa a guanilato-ciclase, transformando GMP em GMP-cíclico e gerando os mesmos resultados. Pâmela Caye A STb acredita-se que ative prostaglandinas que abrem os canais das bombas da membrana celular. Sinais clínicos: Diarréia esbranquiçada. O curso é muito rápido, as vezes de quatro horas. O animal também pode morrer sem diarréia. Na necropsia 30 a 40% do peso do animal se encontra em líquido intestinal. Causa severa desidratação. Tratamento: aliminar fatores de risco, reidratação (viável mas demora). Antibiograma e probióticos (depois do antibiótico e em casos de virose). Evitar fatores de risco do RESERVATÓRIO e TRANSMISSÃO. Vacinar o SUSCETÍVEL – mães 60 e 30 dias antes do parto se ela não foi vacinada antes ou 30 dias antes do parto se era já era vacinada. Ceratoconjuntivite Causada por Moraxella bovis. Tem distribuição mundial com freqüência variável, dependendo da época (não ocorre no inverno) e da raça. Ocorre em épocas quentes, pela presença de vetores e fotoperíodo positivo, quanto mais luz maiores as chances. Existe também pré-disposição genética, sendo as européias mais afetadas (hereford, aberdeen) e zebuínos mais resistentes. É difícil o gado leiteiro desenvolver a doença. Patogenia: Sinais clínicos: são classificados em 4 ou 6 ESCORES. No GRAU I o animal tem fotofobia e lacrimejamento. Diagnóstico presuntivo: raça, época do ano, moscas, vacinação, sinais clínicos, gram e cultivo Agar sangue, oxidase positiva, autoaglutinação em salina 0,85%, gelatinase positiva, etc. Diagnóstico diferencial: IBR – sem lesão córnea Doenças das mucosas: lesões erosivas Febre catarral maligna lesões erosivas Listeria monocytogenes: abortos e sem lesão córnea Nematódeos (Thelazia) Carcinoma epidermóide Tratamento: antibióticos – no saco conjuntival ou na glândula lacrimal (atb de longa ação causa necrose) – 1ml a cada 24h no máximo 3 aplicações Corticóides – só podem ser usados sem lesão córnea. Vacinação: Primovacinados: 1ª dose aos 4 meses e 2ª dose 20 dias depois; Reforço semestral. Reservatório •Bovinos Transmissão •Moscas, descarga nasal e ocular, traumatismos e fômites Suscetível • Bovinos Contato Fímbrias Conjuntiva, conduto lacrimal e córnea Aglomeração (camadas) Exotoxinas e LPSLesões córneasInvasão bacterianaExotoxinas Necrose e inflamação OPACIDADE Ruptura CEGUEIRA Reservatório •Detecção •Eliminação Transmissão •Vetores e fômites Suscetíveis •Vacinas Pâmela Caye Diarréia viral bovina – DVB São síndromes infectocontagiosas agudas dos sistemas digestório e reprodutor de ruminantes, causando diarréia, abortamentos e malformações fetais. O DVBV é o vírus da diarréia viral bovina. Vírus RNA envelopado, do gênero Pestivírus, sensível a detergentes lipídicos. Por ser um vírus RNA sofre muitas mutações, sendo encontradas várias cepas. É na glicoproteína E2 do vírus que é encontrada grande quantidade de variações, causando as várias cepas. A reatividade sorológica cruzada é baixa entre BVDV-1 e BVDV-2, ou seja, se fizer vacina contra uma, não haverá proteção contra a outra. Ocorre em muitos rebanhos bovinos gerando grandes prejuízos, sem causar nenhuma suspeita do médico veterinário e do proprietário. É um dos mais importantes agentes infecciosos da bovinocultura. BVDV não citopatogênicos – NCP: Não causam efeito citopático em culturas celulares Responsáveis pela maioria dos casos Não expressam proteína NS3, apenas NS2-3 Apresentam tropismo por leucócitos, órgãos linfóides e pelo trato respiratório, comprometendo o sistema imune e levando a imunossupressão, o que favorece infecções secundárias. BVDV citopatogênico – CP Causam efeito citopático Responsáveis pela minoria dos casos Expressam proteína NS3 Restritos ao trato digestório, especialmente causando doença das mucosas Distribuição mundial, causando infecção em caprinos, bubalinos, javalis e cervídeos. Porém bovinos tem maior importância econômica. A Noruega e Suécia erradicaram a doença. No Brasil a soropositividade varia entre 18 e 84%. A infecção em silvestre tem importância incerta. A transmissão ocorre por contato direto (focinho-focinho ou mucosa-mucosa) ou por contato indireto (focinho-secreções/excreções). Também ocorre transmissão iatrogênica (de forma mecânica) e por sêmen contaminado. Animais persistentemente infectados – PI: correspondem a 0,5-2% do rebanho. Sofrem infecção pela cepa NCP antes do desenvolvimento da competência imunológica (125 dias), assim os linfócitos reconhecem o vírus como próprio, o que resulta em infecção persistente por BVDV. É a principal figura na epidemiologia e principal forma de manutenção do vírus no rebanho. A geração de animais PI é mais freqüente quando a infecção fetal ocorres entre 30 e 90 dias de gestação. Se forem usados como reprodutores estarão eliminando o vírus no rebanho. O BVDV é amplamente distribuído por todos os órgãos do animal e por isso são liberadas constantemente grandes quantidades do vírus. A melhor forma de evitar PI é com vacinação, no período correto e com vacina de qualidade. Patogenia: Infecção pós-natal aguda: diarréia viral bovina Infecção pré-natal aguda: doença das mucosas, abortamentos e malformações. Replicação primária (oro-nasal): epitélio do trato respiratório superior, orofaringe e tecido linfóide regional. Consequências da infecção e severidade: cepa viral (CP/NCP) tipo I e II; status imunológico (no animal não PI o sistema imune responde); status reprodutivo (gestando ou não gestando); infecções secundárias. Infecção aguda em animais não-prenhes: Muitas vezes assintomática (70-90%) Sialorréia; hiperemia e descarga nasal Pâmela Caye Tosse; diarréia Leucopenia (imunossupressão) e trombocitopenia Morbidade alta, mortalidade baixa Infecção aguda em fêmeas prenhes: Infecção frequentemente é seguida de transmissão transplacentária ao embrião ou feto. As conseqüências dependem do estágio de gestação, biótipo viral (NCP ou CP) Aborto Retorno ao cio Efeitos na reprodução: Baixas taxas de concepção; Infertilidade temporária; mortalidade embrionária precoce Mortalidade fetal, abortos, retorno ao cio, mumificação fetal Malformações; natimortos; terneiros fracos e inviáveis A cepa não-citopatogênica causa PI e a citopatogênica causa abortos, mal formações e etc. Doença das Mucosas Só ocorre em animais persistentemente infectados. É uma enfermidade gastroentérica fatal. O animal PI é superinfectado com BVDV citopatogênico, antigenicamente semelhante. O BVDV CP geralmente se origina no próprio animal PI, através de mutações. Depois da mutação, as cepas CP e NCP estão presentes no animal. A cepa NS2-3 é NCP e na mutação se torna NS3, que é citopatogênica. Ocorre principalmente entre 6 e 24 meses. Causa febre, leucopenia, diarréia, inapetência, desidratação, lesões erosivas nas narinas e boca e leva a morte em poucos dias. Está no grupo das doenças vesiculares e erosivas, sendo diagnóstico diferencial para febre aftosa. Necrópsia: Lesões e ulcerações do TGI Esôfago com lesões como “arranhão de gato” Enterite catarral ou hemorrágica Necrose das Placas de Peyer Forma crônica: é menos comum. Causa inapetência, perda de peso e apatia progressiva, descarga nasal e ocular persistente e áreas alopécicas e de hiperqueratinização geralmente no pescoço. Diagnóstico: Clínico / epidemiológico: perdas embrionárias, abortos, malformações, nascimento de animais fracos, morte perinatal, retorno ao cio, doença entérica ou respiratória com componentes hemorrágicos. Direto: Isolamento em cultivos celulares, seguido de identificação por IFA ou IPX, sendo que a maioria das amostras é não citopatogênica; O sangue (especialmente os leucócitos) é rico em vírus; O PI tem títulos maiores de vírus em relação aos infectados de forma aguda; Realização de imunofluorescência ou IPX em fetos e placentomas; PCR de sêmen e leite ELISA direto para identificação do antígeno; Indireto: ELISA indireto para identificação de anticorpos; Soroneutralização (prova ouro); Pâmela Caye PI não soroconvertem, então tem títulos baixos. Controle e profilaxia: o principal objetivo de qualquer medida de controle do BVPV é a prevenção da infecção uterina pela identificação e eliminação dos animais PI do rebanho. Vacinação: usam-se vacinas inativadas ou atenuadas, não disponíveis no Brasil. A maioria contém somente um biótipo do vírus. BVDV-1 só faz proteção parcial contra BVDV-2. O esquema de biótipos é de acordo com o fabricante de vacinas. Com 4-6 meses se aplica a primeira dose e 30-40 dias depois a segunda; reforço é semestral. Sem vacinação: controle de entrada de animais na propriedade e identificação e eliminação de PI, o que tem um alto custo. Pode ser feito com biópsia da ponta da orelha, PCR e imunohistoquímica. Febre Aftosa É uma enfermidade vesicular com grande repercussão mundial, devido a sua alta infecciosidade e contagiosidade, perdas na produtividade e prejuízos econômicos. Segundo a OIE é classificada na lista A (doenças mais importantes). Acomete animais biungulados e triungulados. Etiologia: vírus da família Picornaviridae do gênero Aphthovirus. É um RNA não envelopado. Cada sorotipo possui amplo número de subtipos antigenicamente relacionáveis. Após infecção o animal fica imune a todos os subtipos do mesmo sorotipo, mas não aos sorotipos diferentes. Atualmente não é observada no Brasil. Transmissão: Aerógena (suínos disseminam mais) Fômites Vetores mecânicos IA e transferência de embriões Carcaças (carne e ossos) Epidemiologia: A eliminação do vírus começa 24 horas antes do início dos sinais clínicos. Quando ocorrem os sinais evidentes a excreção viral já está reduzida. Os suínos são os grandes disseminadores e bovinos são mais sensíveis pelo trato respiratório. Os ovinos são disseminadores silenciosos, por terem lesões discretas geralmente nos cascos. Um bovino adulto pode eliminar 1014 partículas virais por dia. A transmissão aerógena é influenciada por umidade relativa, temperatura, ventos, pH e tamanho das partículas. Alguns animais que se recuperam da enfermidade ficam eliminando o vírus por 2 ou 3 meses. A morbidade da doença é alta e a mortalidade de animais jovens é 50%, por acarretar problemas cardíacos (coração tigrado) e de animais adultos é de 5%. Patogenia: a penetração viral é por via respiratória ou soluções de continuidade. A multiplicação inicial ocorre na mucosa orofaringe e tem disseminação após 24-48h por via linfática e sanguínea, chegando a vários órgãos e tecidos. Faz replicação em vários tecidos, causando lesões na cavidade oronasal, glote, coração, tetos e glândula mamárias. O período de incubação do vírus é de 2-21 dias, sendo em média 3-8 dias. Sinais clínicos: Doença vesicular com replicação viral nos epitélios, formando vesículas; Depressão, apatia, hipertermia, laminite, anorexia; Lesões vesiculares: cavidade oral, língua, narina, espaço interdigital, banda coronária e tetos; Infecções secundárias Suínos, caprinos e ovinos têm sintomatologia branda, sendo a claudicação o sintoma mais comum. Diagnóstico: URGENTE E PRECISO. Em caso de suspeita a notificação é OBRIGATÓRIA em 24 horas. Presuntivo: é através dos sinais clínicos. Direto: Sorotipos América do Sul: A, O, C África: SAT – 1, SAT – 2, SAT – 3 Ásia: Ásia 1 Saliva, leite, sêmen, sangue, urina, lesões e embriões Pâmela Caye Por isolamento viral através do fluído de vesículas ou esofágico-faringeano, músculo cardíaco e linfonodos; ELISA de captura Fixação de complemento Indireto: cautela na sorologia por causa da vacinação. Só é válido em Santa Catarina. Soroneutralização ELISA PCR ou RT-PCR: identifica DNA e por isso precisa da transcriptase reversa. Diagnóstico diferencial: Bovinos: estomatite vesicular, IBR, BVD e febre catarral maligna; Ovinos: foot-rot, dermatite interdigital e abcesso de pé. Controle e profilaxia: Surto em área livre: Rifle sanitário, com abate e incineração dos infectados, contatos e suscetíveis; Interdição da área num raio de 3km; Vazio sanitário de 3 meses Animais sentinela para provar que a área está livre precisam passar 60-90 dias sem soroconversão; Vacinação: Ruminantes: vacina a base de hidróxido de alumínio, com ou sem saponina, o que causa maior agressão ao tecido e aumenta a resposta imune local, melhorando a ação da vacina. Suínos e ruminantes: vacina oleosa, inativada e trivalente. Só é usada com autorização do MAPA e em áreas perifocais aos surtos. A vacina NÃO É ESTERILIZANTE. Duas doses com intervalo de 30 dias, seguida de reforço anual de acordo com a região do Brasil. Notificação obrigatória Controle no trânsito de animais Quarentena Estomatite Vesicular Lesões vesiculares na boca, língua, tetos, banda coronária dos cascos de bovinos, eqüinos e suínos. Causada por um vírus RNA não envelopado do gênero Vesiculovirus, que é um arbovírus (transmitido por insetos). É uma zoonoses e a maior importância é o confundimento com a febre aftosa. Afeta cavalos, bovinos, ovinos, suínos. Moscas de areia Moscas pretas Pernilongos A transmissão pode ocorrer também diretamente entre animais ou através de fômites contaminados com saliva ou fluído de vesículas. Os humanos se contaminam entrando em contato com animais infectados e a sintomatologia é semelhante a gripe. Áreas endêmicas: Regiões tropicais e subtropicais das Américas, onde são presentes 2 tipos imunologicamente distintos. Surtos com intervalo inferior a um ano. Pico após estações chuvosas nas regiões tropicais e após o verão nas regiões de clima temperado. Áreas não endêmicas: Surtos de um a dois anos com intervalos de 8 a 10 anos Ao surtos iniciam repentinamente durante o verão e aparecem simultaneamente em várias localidades de uma área restrita. É causado por uma única linhagem viral, praticamente sem variação genética durante o surto. Ao contrário da aftosa é comum ocorrer numa propriedade sem afetar as vizinhas. Em animais de criação a maioria das infecções são assintomáticas. A infecção por picada de inseto é mais grave que a transmissão iatrogênica, pois acredita-se que o vírus, ao passar pelo inseto, seja de alguma forma potencializado. Sinais clínicos: Vetores biológicos – replicam e transmitem o vírus a espécies suscetíveis Pâmela Caye bovinos, eqüinos e suínos tem lesões vesiculares na boca (língua, lábios e gengivas), lesões nos tetos e na banda coronária dos cascos. Lesões são iguais da aftosa, porém esta doença acomete cavalos; Depressão, febre, laminite, salivação, redução ou parada na produção de leite, levando a mastite; Os sintomas não são exclusivos A recuperação do animal é entre 15-20 dias, já que o tratamento é paliativo. Sinais clínicos humanos: são sinais semelhantes a gripe, com período de incubação de 24-48 horas, letargia, mialgia, cefaléia e fotofobia. A recuperação é entre 1 e 2 semanas. Na zona rural se encontram níveis de anticorpos nas pessoas. Diagnóstico: isolamento viral; ELISA; fixação de complemento; IFA; soroneutralização; RT-PCR. Diagnóstico diferencial: extremamente importante, especialmente com febre aftosa. Controle e profilaxia: interdição da propriedade e quarentena, pois ainda não se sabe se é estomatite vesicular ou aftosa; controle de insetos; limpeza e desinfecção; evitar feno grosseiro; vacinas bivalentes contra NJ e Indiana (não disponíveis no Brasil). Diarréia dos leitões – colibacilose neonatal Em suínos não se trata o indivíduo, mas todo o lote. Biossegurança – são as medidas de controle para que doenças não saiam de dentro da propriedade ou laboratório. Biosseguridade – medidas para evitar que doenças entrem em uma propriedade. A colibacilose neonatal é uma infecção intestinal de leitões que ocorre no período neonatal (4 dias), causada por Escherichia coli e seu principal sintoma é a diarréia. Etiologia: Escherichia coli comensal do trato gastrointestinal. Essa bactéria possui fímbrias (K88, K99, P987 e F41-F42) que se fixam à parede, sendo que a K88 é a principal fímbria relacionada a colibacilose em leitões, pois sempre está acompanhada de um plasmídeo que codifica hemólise. Assim, o animal apresenta diarréia com sangue. Epidemiologia: É uma doença de distribuição mundial com freqüência muito alta, inversamente proporcional a idade, pois quanto menor a idade mais alta a freqüência. Tem morbidade alta, letalidade alta e mortalidade de 10%. Os leitões menores têm mais chances de desenvolver a dierreia dos leitões. Fatores de risco da colibaciolose neonatal: Cadeia de transmissão: Patogenia: a patogenia é igual a encontrada na diarréia dos terneiros.As toxinas termolábeis e termoestáveis são as responsáveis pelos danos aos intestinos. A LT, tanto a quanto b, trabalham de forma conjunta. A LTb se fixa ao citoplasma do enterócito se transformando numa espécie de canudo, abrindo um canal pela membrana, por onde passa a LTa. A LTa atinge de forma indireta a adenilatociclase, que é ativada e causa uma alteração no AMP que não adquire mais fosfato, virando AMP-cíclico e não transporta mais energia em forma de ATP. Sem energia no enterócito, as bombas param de funcionar, a absorção cessa e a célula para de reter água e nutrientes que são perdidos para a luz intestinal. A LTa é a única que não tem receptor de membrana. A STa se liga na membrana do enterócito e ativa a guanilato-ciclase, transformando GMP em GMP-cíclico e gerando os mesmos resultados. A STb acredita-se que ative prostaglandinas que abrem os canais das bombas da membrana celular. Porca Tamanho leitegada ++ Parição ++ Condição ++ Leitões Peso nascimento ++ Genética + Ambiente Temperatura +++ Gaiola ++ Estação + Manejo Administração +++ Assistência no parto ++ Vacinação +++ RESERVATÓRIO Mãe (mamilos) TRANSMISSÃO Orofecal Fômites SUSCETÍVEL Leitões com menos de 4 dias Pâmela Caye Sinais clínicos: morte onde na necropsia o animal tem 30-40% do seu peso em líquido no intestino; diarréia; desidratação; o curso pode ser de 4 a 24 horas. Sinais patológicos: estômago branco é o diferencial para a SMMA – síndrome mastite metrite agaláctia- onde a porca tem metrite que leva a uma mastite e deixa de produz leite, levando o leitão a morte por hipoglicemia e o estômago encontra-se vazio. Na colibacilose o estômago tem leite. Diagnóstico: começar o diagnóstico analisando todo o manejo com os animais Presuntivo Certeza direto O diagnóstico de certeza indireto é IMPOSSIVEL porque o neonato não forma anticorpos. Diagnóstico diferencial: Clostridium perfringesn tipo C que causa pontos de necrose e úlceras no intestino, SMMA e TGE (gastroenterite transmissível). Controle: o controle baseia-se no tratamento dos animais. Tanto no reservatório quanto na transmissão, que são os fatores de risco, deve-se resolver o problema. O tratamento é solucionando fatores de risco; reidratando animais afetados (muito difícil em leitões, a não ser que se coloque algo na água); antibiograma (em torno de 10% da população) para determinar o antibiótico correto; probióticos; vacinação. Vacinação – é feita nas mães aos 60 e 90 dias de gestação se nunca foram vacinadas. Se já eram vacinadas, é feito apenas o reforço aos 90 dias de gestação. Rinite Atrófica Vírus Sensação térmica Higiene Qualidade do ar (amoníaco) É uma doença exclusiva dos suínos. É uma rinite que provoca atrofia dos cornetos nasais, progressiva e crônica. Etiologia: Bordetella bronchiseptica: bactéria gram negativa com fímbrias, o que determina 6 sorotipos. Pasteurella multocida D citotóxica: bactéria gram negativa com cápsula. Epidemiologia: doença de distribuição mundial, com frequência de 47,7% em Santa Catarina. A morbidade é alta e a mortalidade é nula. O ganho de peso dos animais cai 17% e causa um atraso de 2 meses no abate. Bactérias já foram isoladas em gatos, ratos e coelhos. Idade Imunidade materna Diarréia Leite coagulado Flora gram negativa Isolamento (tipificação de fímbrias) PCR Leitão agônico levado direto ao laboratório Intestino Suab com conteúdo intestinal Mecanismos de defesa Causas de perdas: baixa eficiência alimentar: diminui o ganho de peso atrasando o abate; mortes; medicação; ocupação de instalações. RESERVATÓRIO Portadores (normalmente a mãe) TRANSMISSÃO Perdigotos Contato (nasal) SUSCETÍVEL Leitões com menos de 42 dias Porca infectada Leitões (nariz-nariz) Leitões x vizinhos Desmame Mistura de leitegadas Transmissão entre leitões Abate ou reposição Maternidade Creche e recria Pâmela Caye Patogenia: a porca infectada e o leitão já infectado, que tem contato com os vizinhos ou é misturado a outro lote, infectam leitões com Bordetella bronchiseptica que se instala no epitélio nasal e faz multiplicação e liberações de toxinas como TDN+ (toxina dermonecrótica), adenilatociclase e citotoxina. Essas toxinas levam a inflamação e cilioestase, o que permite que a Parteurella multocida D citotóxica se instale e produza TDN+ afetando os osteoblastos, que deixam de depositar PO4CO3Ca(base da matriz óssea). Isso leva a ATROFIA DOS CORNETOS NASAIS. Sinais clínicos: Lactentes tem os primeiros sinais Perda de ganho de peso em 17% Espirros que se tornam sanguinolentos Desvio do nariz Atrofia dos ossos do nariz uni ou bilateral Diagnóstico: Presuntivo: atraso no crescimento; espirros; alteração do nariz e atrofia dos cornetos; quando mais de 5% do lote apresentar grau 3 (máximo) ou IRA (índice de rinite atrófica) maior que 0,5. Certeza direto: através de isolamento e PCR com suabes nasais e biópsia Certeza indireto: ELISA e soroconversão Tratamento: a medicação não elimina a doença, mas pode amenizar os sinais. O produtor deve aprender a conviver com a doença; pode identificar os fatores de risco; realizar antibiograma; eliminar rebanho e fazer repopulação com animais SPF (livres da doença). Vacinação: Mães: aos 60 e 90 dias de gestação nas primovacinadas ou apenas reforço aos 90 dias Leitões: aos 7 e 28 dias de idade, de preferência nos filhotes de mães nunca vacinadas. Classificação de acordo com as lesões: classificação é de 0, 1, 2 e 3 (nº de animais x grau 0) + (nº de animais x grau 1) + (nº de animais x grau 2) ... = X X número total de avaliados = IRA (Índice de Rinite Atrófica) 0 a 0,3 = livre 0,31-0,45 = levemente afetado 0,46-3= moderado a severo Pneumonia enzoótica É uma broncopneumonia catarral crônica classificada como enzoótica por estar sempre presente. Etiologia: Mycoplasma hyopneumonieae. Epidemiologia: tem distribuição mundial. Morbidade é alta (60-90%) e a mortalidade é nula. Causa um aumento de 20% na conversão alimentar e diminui 30% no ganho de peso. Predispõe a P. multocida tipo A. Sinais patológicos: Um corte feito entre o 1º e 2º pré- molares é usado para classificação da doença através de análise da atrofia dos corneto e desvio de septo RESERVATÓRIO Segregação e abate das porcas TRANSMISSÃO Parição em gaiolas com ascamoteador SUSCETÍVEL Vacina RESERVATÓRIO Portadores Principalmente a porca TRANSMISSÃO Contato direto, perdigotos e fômites SUSCETÍVEL Suínos > 2 semanas, principalmente em recria e terminação Pâmela Caye Patogenia: após a entrada do patógeno no organismo é necessário que haja CILIOESTASE para que ocorra colonização e multiplicação. Esta cilioestase pode ser causada por erro de manejo, como aumento de temperatura. A bactéria libera toxinas que levam a ciliorexe (destruição do sistema mucociliar) causando uma hiperplasia linfóide. Quando acompanhada de uma infecção secundária causa bronquite obstrutiva e leva a atelectasia dos alvéolos pulmonares. Sinais clínicos: ocorre principalmente em fase de recria e terminação; prejudica a eficiência alimentar; animais apresentam tosse seca ao exercício e corrimento nasal mucoso. Sinais patológicos: Macroscópicos: atelectasia de lóbulo apical e lóbulo cardíaco Microscópicos: hiperplasia linforreticular progressiva; macrófagos e neutrófilos; edema intra-alveolar. Diagnótico: Presuntivo: por eficiência alimentar e atelectasia (IP – índice de pneumonia) Certeza direto: isolamente e imunofluorescência Certeza indireto: ELISA Tratamento: conviver com a doença; antibiograma; eliminação dos fatores de risco; eliminação do rebanho afetado e repopulação com animais SPF (livres). Controle: Diagnóstico por ELISA – Ensaio imunoadsorvente ligado a enzima O ELISA direto detecta o antígeno e o ELISA indireto detecta anticorpos. Não pode-se referir a ELISA como título, apenas se fala sobre os níveis de anticorpos. O que determina a escolha do método é: Sensibilidade Especificidade (confiabilidade de resultados) Custo Disponibilidade de material Segurança Aplicabilidade à amostra disponível Ag/Ac a ser detectado e espécie animal a ser analisada Tempo de realização do método A imunoglobulina é a principal ferramenta para o diagnóstico por ELISA. Os receptores de Ig são tão variáveis que reconhecem inúmeros antígenos. Uma vez que um antígeno é reconhecido pela imunoglobulina ele é neutralizado. O ELISA permite diferenciar os tipos de um diferente isotipo. Avidez: força total de ligação com o antígeno Sensibilidade: teste é MUITO sensível Reação cruzada: é causada por epítopos comuns a mais de um antígeno, porém NÃO ocorre em ELISA. Nunca deve-se realizar ELISA só uma vez, sempre em duplicata ou se possível triplicata. RESERVATÓRIO Eliminar TRANSMISSÃO Estresse SUSCETÍVEL Vacinação Vacinação: Mães com 60 e 90 dias de gestação e leitões com 1 e 3 semanas de idade. Pâmela Caye A cor das amostras é resultado da interação entre antígeno e anticorpo marcado com enzimas (conjugado) associados a um substrato incolor com fosfatase alcalina e peroxidase, que age sobre as enzimas e gera a cor. ELISA indireto: a sensibilização da placa é feita com o antígeno para que o anticorpo possa de ligar. O ph da placa no momento dessa sensibilização é de 9,6, o que possibilita a formação de pontes de ligação entre as moléculas da placa com o antígeno. “Bloquear a placa” significa uniformizar o fundo da placa, evitando reações cruzadas (feito com leite em pó). O soro deve ser bem diluído para não haver inespecifidade. ELISA direto: detecta o antígeno, por isso da mesma forma a placa a sensibilizada com o anticorpo. O ponto de corte é determinado com a média do controle negativo + dois desvio padrão. O que estiver acima do ponto de corte é positivo e o que estiver abaixo é negativo. Circovirose Suína É uma infecção generalizada que afeta vários sistemas, trazendo muitas síndromes a ela associadas. Etiologia: Circovírus suíno (PCV), um vírus DNA de fita simples, altamente contagioso e resistente no ambiente, especialmente em fezes e secreções respiratórias. É classificado em tipo 1 e 2 (a e b). O tipo 1 não causa nada, apenas o 2, pois é resistente ao álcool, clorexidine, iodo e fenol. Epidemiologia: tem distribuição mundial. A morbidade é de 70-80% e a mortalidade de 4-30%. Patogenia: após a infecção ocorre o estímulo de células histiocíticas (macrófagos), que migram ao local de infecção. O vírus infecta os macrófagos, onde faz replicação de DNA e se multiplica. Produz citocinas que reduzem a proliferação linfocitária mediada por macrófagos. Ocorre viremia por os macrófagos infectados migram aos linfonodos. Pode ocorrer infecção subclínica, com alojamento de baixas cargas de circovírus em órgãos, podendo ou não causar lesões. Assim ocorre a infecção generalizada. Por outro lado, pode ocorre a síndrome do definhamento suínos onde existem cargas de vírus circulante, levando ao aparecimento dos sinais clínicos. O vírus pode ir ao sangue, aumentando a circulação de monócitos e reduzindo as células B e T. Pode ir aos tecidos linfóides, causando atrofia do timo e aumento de monócitos, e aos tecidos não linfóides (rim, pulmões, fígado, intestino) gerando processos inflamatórios. Pode causar todos esses danos ao mesmo tempo, por sendo uma viremia, está em todo o organismo afetando diversos sistemas ao mesmo tempo. SMDS – Síndrome do Definhamento Suíno: síndrome mais importante; causa imunossupressão; pode ter infecções secundárias associadas a ela: Colibaciloses, Salmoneloses, Staphylococcus, Parvovirose, PRRS. Sinais clínicos: começam com queda nos índices de produtividade (reduz ganho de peso e aumenta conversão alimentar), emagrecimento rápido e progressivo, apatia e anorexia, aumento de linfonodos (macrófagos não conseguem conter a infecção e migram aos linfonodos), diarreia, dispneia e pneumonia, palidez eicterícia de pele e mucosas. Sinais patológicos: Macroscópicos: linfonodos aumentados; pulmões consolidados, “emborrachados” e mosqueados (cheios de manchas), não colabados; rins aumentados; hipotrofia de timo; ceco dilatado. Microscópicos: infiltrados de células gigantes e macrófagos; depleção linfóide (linfonodos, placas de peyer, timo e baço) RESERVATÓRIO Suíno TRANSMISSÃO Vertical - contato direto (fezes, urina, sêmen, secreções nasais), fômites, vetores SUSCETÍVEL Suínos, principalmente entre 5 e 12 semanas Pâmela Caye Diagnóstico: critérios diagnósticos definitivos: 1. Sinais clínicos compatíveis; 2. Lesões micro e macro específicas; 3. Detecção de concentrações moderadas ou elevadas de PCV-2 nas lesões. Presuntivo: idade; sinais clínicos (sem resposta a antibióticos); sinais patológicos Direto: imunofluorescência; imunoperoxidase; hibridização in situ; PCR. Realizados através de material colhido de soro, fezes, sêmen, secreções orofaríngeas e nasais; linfonodos, rins e pulmões em formol 10% ou congelados. Indireto: é pouco útil porque o vírus causa imunossupressão. Controle: 20 PONTOS DE MADEC resumidos em quatro: Redução do estresse: principalmente através de bom ambiente e menor densidade animal possível; Limitar contato suíno-suíno Boa higiene Boa nutrição: aumenta o sistema imune; deve ser associada a um bom manejo de colostro. Vacinação: a vacina é inativada. Usa-se uma dose de 0,5ml por leitão e 2ml por porca. Leitões recebem dose única a partir de 3 semanas. Fêmeas em pré-cobertura (primíparas): 1ª dose 5 a 6 semanas antes da cobertura e 2ª dose 2 semanas antes da cobertura. Fêmeas prenhes: 1ª dose 5 a 6 semanas antes do parto e 2ª dose 2 semanas antes do parto. Reforço: 2 a 4 semanas antes dos próximos partos. Brucelose Ovina Doenças reprodutivas: levam a mortes perinatais; infertilidade; aborto; esterilidade; natimortos. As doenças mais freqüentes em ovinos são brucelose (aborto e epididimite), Actinobacillus seminis (epididimite), salmonelose(aborto) e actinobacilose (aborto). É uma doença exclusiva de ovinos, mas pode afetar caprinos. Afeta a reprodução, causando epididimite, infertilidade e abortos. Não é uma zoonose. Etiologia: Brucella ovis – cocobacilo gram negativo rugoso. Resistência: feto a sombra – 6 meses; sob frio – 6 meses; fezes fluidas – 1 a 8 meses; luz direta – 4,5 horas. É uma bactéria de distribuição mundial, com prevalência de 46% em monta natural e 48% em IA. Em torno de 11,7% dos rufiões também se infectam. Patogenia: após a entrada do agente ocorre translocação (penetra na mucosa) e sofre fagocitose, onde inibe o fagolizossoma e não é destruído pelo macrófago. Dentro dos macrófagos chega aos linfonodos regionais e faz multiplicação causando bacteremia. Quando esta bacteremia afeta o sistema reticuloenfotelial, não há problemas. RESERVATÓRIO Sem tratamento TRANSMISSÃO 20 pontos de Madec SUSCETÍVEL Vacinação RESERVATÓRIO Adultos (machos) TRANSMISSÃO Venérea, oral, conjuntival, nasal SUSCETÍVEL Adultos Pâmela Caye Porém quando afeta o trato reprodutivo leva a abortos. A brucela se instala e multiplica no placentoma (carúncula+cotilédone), levando à necrose e parando a passagem de nutrientes ao feto. O lipídio A, presente na brucela, aumenta a sensibilidade dos receptores de ocitocina em 400X. Assim, uma baixa quantidade de ocitocina acaba estimulando o parto prematuro e levando ao aborto. Machos – epididimite uni ou bilateral Fêmeas – retenção placentária e necrose placentária Sinais patológicos dos machos: Macroscopia: abcessos e aderência do epidídimo Microscopia: edema perivascular, células inflamatórias e reações granulomatosas. Diagnóstico: Presuntivo: infertilidade, abortos, cordeiros fracos, epididimite/orquite, Ziehl-Neelsen modificado em sêmen pois os espermatozóides são afetados pela epididimite Direto: isolamento, imunofluorescência, PCR – em sêmen, secreção vaginal, aborto, placenta e feto. Indireto: IDGA (imunodifusão em gel de Agar) , FC e ELISA. Em soroaglutinação todos os teste dariam positivo porque a bactéria é hidrofóbica e automaticamente formaria grumos numa solução aquosa. Controle: Footrot dos Ovinos Também conhecido como pododermatite infecciosa ovina ou podridão dos cascos. É uma doença crônica de ocorrência mundial. Causa uma necrose da epiderme interdigital e matriz do caso. Manqueira e diminuição da produção e do peso vivo são os principais sinais. Tem maior ocorrência em estações chuvosas. Etiologia: Dichelobacter nodosus – uma bactéria gram negativa em forma de bastão, não formadora de esporos, anaeróbia; habita a epiderme interdigital de ruminantes e fora do seu habitat não sobrevive mais que 7 dias; amostras patogênicas possuem muitos filamentos (fímbrias/pili); fração antigênica que determina sorogrupos (7). B e D no RS e A e F no Uruguai. Fusobacterium necrophorum – bactéria gram negativa em forma de bastão. Não forma esporos, não tem flagelos e é aneróbia; habitante normal do TGI de ruminantes, por isso presente no ambiente. Patogenia: ação SINÉRGICA entre os dois microrganismos. 1. Fusobacterium necrophorum faz invasão inicial e superficial da epiderme interdigital, criando um ambiente adequado para o Dichelobacter nodosus se desenvolver. 2. Dichelobacter nodosus inicia o processo de descolamento do casco. Tem afinidade pelas células epiteliais da matriz do casco. O Dichelobacter nodosus cria um ambiente favorável para ele próprio se manter e cria fatores nutricionais para o Fusobacterium necrophorum. 3. Fusobacterium necrophorum aprofunda a infecção e através de proteases ambas bactérias lesionam o casco. A forma benigna da doença é causada por um cepa sem fímbrias, que não descola o casco. Sinais clínicos: claudicação, perda de peso e em casos graves os animais pastejam ajoelhados. RESERVATÓRIO Detecção e eliminação TRANSMISSÃO Segregação por categorias IA SUSCETÍVEL Não existem vacinas no Brasil Pâmela Caye Diagnóstico: se baseia na epidemiologia (épocas úmidas e quentes) e no exame clínico através dos sinais clínicos e das lesões vistas nos cascos. Pode ser usada a coloração de gram em amostra do exudato interdigital, revelando grandes bastonetes curvos, gram negativos e em forma de barra, característicos de Dichelobacter nodosus. Tratamento: dividir o rebanho em infectados e não infectados. Realizar pediluvio com substancia bactericida no rebanho sadio, que deve ir para um campo que ficou livre de animais por 14 dias. O grupo infectado deverá permanecer em quarentena e ser submetido a quatro passagens no pedilúvio, com intervalos de uma semana. Nenhum ovino desse grupo deverá ser liberado antes que todos os ovinos do grupo estejam livres da infecção. A eliminação dos contaminados é a melhor opção. O pedilúvio deve ser feito com formalina (irrita mucosas), sulfato de cobre (mancha a lã) ou sulfato de zinco. Em casos mais graves, pode-se associar ao uso de antibióticos por via parenteral ou tópica. Controle: pedilúvio freqüente; casqueamento; vacinação; A vacina possui curto período de proteção, cerca de 4 a 12 semanas. Deve-se aplicar duas doses com intervalo de 4 a 6 semanas por via intramuscular na região do pescoço. O reforço pode ser semestral ou anual, e deve ser aplicado antes da estação de maior ocorrência da doença. Um fator relevante para se desenvolver a vacina ideal e eficaz é através do conhecimento de quais sorogrupos estão envolvidos em um surto. Anemia Infecciosa Equina É a doença infecto-contagiosa mais importantedos eqüinos, de notificação obrigatória e sem cura. Problema muito sério no pantanal, onde 50% dos eqüinos são positivos. O Brasil tem o quarto maior rebanho eqüino do mundo (5,8 milhões). Etiologia: vírus RNA envelopado (pouco resistente), da família Retroviridae, gênero Lentivírus. São inativados por solventes lipídicos, detergentes e pelo calor (56ºC por 30 minutos). Quando o animal entra em contato com o vírus, torna-se portador e disseminador. Epidemiologia: vírus de distribuição mundial, com maior incidência em regiões úmidas e pantanosas. Tem vetores artrópodes como mosquitos, moscas e tabanídeos. Todas as raças e faixas etárias de eqüídeos são suscetíveis. Transmissão: ocorre em todas as secreções e excreções (colostro, leite, saliva, urina e sêmen); sangue; vetores artrópodes; transfusão sanguínea; agulhas; instrumentos cirúrgicos; transplacentária. Patogenia: Os retrovírus são muito espécie-específico. Por causa da transcriptase reversa ele consegue se fundir ao DNA do hospedeiro e é reconhecido como próprio. O vírus se multiplica em células do sistema imune, principalmente macrófagos. A PROTEINA P26 é usada para fazer o diagnóstico. Uma das características da doença são os picos de viremia, causados por GP120, uma glicoproteína de superfície que altera a sua antigenicidade. Após a replicação em macrófagos, a liberação de vírions estimula uma resposta humoral, levando a formação e deposição de complexos imunes. Ocorre fixação do complemento, hemólise e aumento da fagocitose. Após mutação viral, um novo ciclo de replicação viral inicia. A destruição de hemácias leva a queda do hematócrito. Muitos sinais clínicos e lesões, tanto da doença crônica como da aguda, são atribuídos, INDIRETAMENTE à resposta imune do hospedeiro contra o vírus. O diagnóstico só pode ser realizado por laboratórios autorizados. Suscetibilidade e resistência: - luz uv - solventes lipídicos (éter, clorofórmio, fenol) e NaOH fazem inativação Ligação aos receptores Penetração Transcrição reversa Provírus Integração ao DNA Transcrição e tradução Formação do capsídeo Brotamento Maturação Pâmela Caye - seringas (4 dias) - -20°C por anos - em pH -3 e +11 é inativado Sinais clínicos: Forma aguda: Hipertermia; Trombocitopenia; Anemia; Anorexia; Depressão; Edema Forma crônica: Hipertermia intermitente; Depressão e letargia; Petéquias nas mucosas; Edema; Morte. Maioria dos eqüideos se recupera de forma espontânea da viremia inicial, experimentando episódios recorrentes de febre, trombocitopenia e depressão. Achados de necropsia: Aumento de linfonodos, baço e fígado Petéquias na serosa Trombose de vasos Glomerulonefrite Diagnóstico: Sinais clínicos Hematológico Achados de necropsia Hemosiderose – ocorre fagocitose de hemácias Certeza: IDGA – pode ser feita a contraprova em 8 dias (na mesma amostra) ou o reteste (com outra amostra). O teste de IDGA detecta a proteína P26. Controle: Diagnóstico Sacrifício, de preferência na propriedade, em 30 dias Combate aos insetos Desinfecção Quarentena – propriedade liberada após 2 testes negativos O IDGA é válido por 60 dias em área não controlada e por 180 dias em área controlada. Área de foco: Interdição do estabelecimento Inquérito epidemiológico Desinfecção das instalações e utensílios IDGA de todos os eqüídeos (30 e 60 dias). Potros com até 6 meses filhos de mães positivas precisam de quarentena de 60 dias e 2 testes negativos para serem introduzidos ao rebanho. Clostridioses Clostridium septicum Clostridium sordeli Clostridium novyi tipo A Clostridium perfringens tipo A - Gangrena gasosa - Anaeróbios; Bacilos G+; Esporulados Habitantes do TGI e solo; Toxina α – necrosante e letal Pâmela Caye Epidemiologia: infecção ocorre a partir de contaminação de ferimentos, lesões de parto, castração, tosquia e etc. Por isso, os surtos são ligados ao manejo. É uma doença de curso rápido com mortalidade elevada. Acomete bovinos, ovinos, caprinos, suínos e eqüinos. O período de incubação é de 12-48 horas. Evolução clínica: é dividida em 3 planos Infecção simples, sem invasão tissular profunda Celulite clostridial, invasão dos planos superficiais, faciais e aponeurais Miosite clostridial, invasão dos planos musculares e grande produção de toxina Sinais clínicos: Anorexia, depressão e hipertermia Lesão no local de inoculação Dor a palpação e claudicação Tumefação, eritema, exsudato sanguinolento e espumoso Ovinos: edema de vulva, períneo, coxas e cabeça. Curso de 24 a 48 horas. Necrópsia: Edema hemorrágico subcutâneo e entre os músculos Músculos com coloração escura Pouco ou ausência de gás (menos que no carbúnculo sintomático) Necrose Rápida decomposição autolítica Diagnóstico: Ferimentos recentes, partos Esfregaços diretos Isolamento Imunofluorescência direta Controle: Tratamento com penicilina Desinfecção de agulha e material cirúrgico (usado, por exemplo, no corte de cauda) Vacinação (com vacina morta) 1. Fêmeas não vacinadas: 2 doses (45 e 30 dias antes do parto) 2. Fêmeas vacinadas: anualmente, 30 dias antes do parto 3. Filhos de mães não vacinadas: a partir de 2 semanas de idade, com reforço, porque vacinas mortas precisam de 2 doses Aula prática – MICOLOGIA Esporotricose: inicialmente forma nódulos que ulceram e eliminam exsudato acastanhado; formação de crostas. Pode ocorrer infecção secundária. Múltiplas lesões podem ser por múltiplas inoculações, onde por lambedura o animal lesiona a pele e dissemina o fungo. Gatos costumam ter mais lesões ulceradas. Leva de 5 a 7 dias para o fungo crescer. A cultura deve ser feita em duas placas, em 25°C e 37ºC em Agar sabouraud + cloranfenicol + cicloheximida. Diferenciar de carbúnculo sintomático, que afeta bovinos de 6 a 24 meses e têm ausência de ferimentos Pâmela Caye Criptococose: cães tem mais lesões ulceradas. Os felinos prendem as leveduras nos cornetos nasais, onde se desenvolvem e causam a lesão (“nariz de palhaço”). Quando há disseminação, ocorre mais lesões ulceradas nos cães. Cultura a 37°C em Agar sabouraud + cloranfenicol. Malasseziose: tem cheiro de dermatite eczematosa úmida. Existem 14 espécies, sendo 13 lipídios dependentes e 1 lipofílica. Normalmente é encontrada em conduto auditivo, com secreção acastanhada. As lesões ocorrem mais nos locais quentes da pele. A cultura é realizada em Agar sabouraud + cloranfenicol ou Agar sabouraud + cloranfenicol + cicloheximida. Cândidíase: lesão no conduto auditivo e mesmo locais que a malasseziose. Ocorre quando há lesões na pele ou tetos. Quando é vaginal, causa muito prurido. Cultura a 37°C em Agar sabouraud + cloranfenicol. Aspergilose: grande problema para quem tem baixa imunidade. Causa problemas pulmonares. As aves não eliminam nenhuma secreção, pois não conseguem tossir. Os sacos aéreos são pouco irrigados e ricos em oxigênio, o que favorece a proliferação dos aspergilos. O agente é muito resistente e pouco seletivo, podendo ser cultivado em PDA (Agar batata – meio muito pobre). Dermatofitose: causa alopecia em forma de anel, que aumenta uniformemente com bordas elevadas por reação inflamatória. O fungo se alimenta de queratina. Animais de pelo longo tem rarefação pilosa. O prurido ocorre apenas com infecção secundária. Essa doença não dói nem coça. O meio básico em laboratório de micologia é o ágar Sabouraud dextrose (ASD), chamado simplesmente, ágar Sabouraud. Em regra, usa-se um antibiótico para impediro crescimento de bactérias que poderiam prejudicar o isolamento de fungos. O cloranfenicol é o mais indicado, pois resiste à autoclavação. Pode ser colocado tanto no ASD como em outros meios de cultura para fungos. Meios ditos seletivos para fungos patogênicos, contém cicloheximida que inibe parcialmente, ou totalmente, fungos anemófilos. Estes meios são indicados para cultivo de materiais coletados de lesões com suspeita de dermatofitose, para aumentar a sensibilidade no isolamento de dermatófitos. Mas, deve-se ressaltar que esta substância poderá inibir o isolamento de fungos oportunistas, como Aspergillus sp,. Coleta: por avulsão manual dos pelos; raspado superficial; carpetinho → antissepsia com álcool 70 Lesão ulcerada → coleta com swab → antissepsia com jato de soro fisiológico Conduto auditivo → swab Urina → micção espontânea, sondagem ou cistocentese. Leveduras: são unicelulares e a maioria tem formato inespecífico Filamentosos: são pluricelulares e a principal estrutura é a hifa Dimórficos: quando parasitam são leveduriformes (37ºc) e no ambiente são filamentosos (25ºc). Ex: esporotricose. Ténica de microcultivo: cortar um quadrado de Agar e colocar sobre a lâmina. É usada para forçar os fungos através da baixa de oxigênio, umidade e nutrição a produzirem suas estruturas de frutificação. Mormo Pâmela Caye É uma doença infecciosa, quase sempre fatal, causada pela bactéria Burkholderia mallei, que acomete eqüídeos (eqüinos, asininos e muares), podendo ser transmitida a outros animais como o cão, gato, caprino e até o homem. Pode ser de caráter agudo ou crônico. O mormo causa nódulos e ulcerações no trato respiratório e pele. É uma zoonose de notificação obrigatória. Desde 1968 era considerada extinta no Brasil. Burkholderia mallei é uma bactéria gram negativa, bastonete, não esporulada, aeróbia e com pseudocápsula de lipopolissacarídeo. É um parasita obrigatório bem adaptado ao hospedeiro. Resiste até 6 semanas no ambiente. Sensibilidade: radiação UV, dissecação, calor de 55°C e a maioria dos desinfetantes. Transmissão: Epidemiologia: Aglomeração e coabitação de equideos Os portadores mantém a doença em determinada região. Os humanos e carnívoros são hospedeiros acidentais. A perpetuação da doença em determinada região pode ser causada por infecção do ambiente ou do hospedeiro, submetido à aglomeração, estresse e excesso de trabalho. Patogenia: infecção digestiva (respiratória / cutânea) onde as bactérias atravessam a mucosa da faringe e intestino, disseminando-se por via linfática e corrente sanguínea. Alojam-se nos capilares linfáticos dos pulmões formando focos inflamatórios (nódulos). No fígado, baço e pele também são encontrado nódulos firmes. Sinais clínicos: Forma nasal: Nódulos e úlceras na cavidade nasal Linfonodos regionais aumentados e endurecidos Forma pulmonar: Nódulos e abcessos nos pulmões Infecção inaparente, leve ou severa dispnéia Tosse Hipertermia Emagrecimento progressivo Descarga de abcessos pulmonares, que pode acarretar infecções nas vias aéreas superiores Forma cutânea: Nódulos cutâneos que podem drenar exsudato amarelado Aumento de linfonodos regionais Orquite A forma aguda geralmente resulta em morte dentro de dias ou semanas. A forma crônica resulta em debilitação progressiva (lentamente, ocasionalmente fatal). Forma latente tem pouca sintomatologia e lesões encontradas apenas nos pulmões. Animal doente Corrimento nasal Secreção de úlceras Sangue Contágio direto Aerossóis Pele lesada Contágio indireto Água ou alimento contaminado Elevados índices de morbidade e mortalidade Recuperação completa = RARA Poucos animais que sobrevivem passam por longo período de convalescença = PORTADOR Pâmela Caye Diagnóstico: Clínico / epidemiológico Microbiológico: isolamento e identificação bacteriana – não é decisivo Inoculação em animais de laboratório (prova de Strauss). Maleinização (oficial) - inocula-se 0,1ml do alérgeno com cultura de B. mallei em via intradermo-palpebral. A leitura é feita após 48H. O positivo apresenta edema palpebral com blefaroespasmo e severa conjuntivite purulenta. É o teste de maior sensibilidade e especificidade. Em casos crônicos pode ser inconclusivo, requerendo repetição em 45-60 dias. Causa interferência em testes sorológicos (falso-positivos) por até 120 dias. Sorológico (oficial) – fixação de complemento: alta sensibilidade e boa especificidade. Molecular Exame anátomo-histopatológico PCR: rápido e menor risco ao manipulador ELISA: detecta anticorpos no início da enfermidade Controle e profilaxia: o tratamento não é recomendado e não há vacina. Sacrifício obrigatório dos positivos. Desinfecção com cloreto de benzalcônio, hipoclorito de sódio e permanganato de potássio. É necessário um rigoroso controle no trânsito de animais. Local positivo: Saneamento rigoroso Diagnóstico pelo serviço de defesa sanitária oficial Intervalo de 45 a 60 dias Duas inspeções negativas = propriedade livre Zoonose: rara, ocorre por contato direto ou indireto com secreções. Causa inflamação dolorosa, com úlceras vesículas e nódulos. Em casos agudos ocorre fluxo nasal purulento e 95% de morte. Micotoxicoses Micotoxinas são moléculas ou compostos orgânicos tóxicos de baixo peso molecular e baixa capacidade imunogênica, resultantes do metabolismo secundário de fungos filamentosos e que ao serem ingeridas causam efeitos deletérios à saúde do consumidor. Normalmente são insípidas e inodoras, termorresistentes. São contaminantes de alimentos e rações, sendo que 25% da produção mundial de grãos é contaminada. Têm importância na saúde humana e animal. Principais micotoxinas: aflotoxinas; ergoalcalóides; ocratoxinas; tremorgênicas; fumonisinas; citrinina; zearalenona; patulina; tricotecenos; esporidesmina. A leucoencefalomalácia é uma neuromicotoxicose exclusiva dos eqüinos, que destrói a substância branca. Leucoencefalomalácia: É uma micotoxicose que afeta equídeos de todas as idades, tem ocorrência sazonal (fins de outono e inverno), e está relacionada com a ingestão de quantidades variáveis (superior a 1 Kg/dia) de milho contaminado por Fusarium verticilloides (moniliforme). A toxina fumonisina B1 só é produzida mediante choque térmico, com temperaturas situando-se entre 6 e 14 oC. O fungo contamina milho (talos, grãos ou palhada) que possua alto teor de umidade (18 a 20%). Os sinais da doença podem aparecer a partir de 2 semanas do início da ingestão do milho. Os animais mostram sinais clínicos de agitação, incoordenação, cegueira uni ou bilateral, andar em círculos ou para trás, pressão da cabeça contra objetos, hiperexcitabilidade ou depressão. O curso clínico é variável podendo oscilar entre menos de 12 horas até diversos dias, sendo mais frequente de 6 a 24 horas. Macroscopicamente observa-se aumento de um dos hemisférios cerebrais com amolecimento das Pâmela Caye circunvoluções. A superfície de corte está amarelada com áreas de malácia da substância branca dos hemisférios cerebrais. Cavidades contendo fluído são frequentemente observadas nestas áreas. Podem ser observadas também hemorragias. Histologicamente observa-se necrose da substância branca, coagulativa ou liquefativa. A lesão é rodeada por edema, perivascular ou difuso, hemorragia perivascular e manguito constituído de eosinófilos, neutrófilos e macrófagos. Diagnóstico é realizado pelos dados epidemiológicos, lesões macro e microscópicas. Hiperestrogenismo em suínos: A zearalenona
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