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PRAGUICIDAS Parte II Toxicologia II Departamento de Farmácia FFOE UFC 2 Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) Extrato de piretro – Mesopotâmia A.C. Extraído das flores de Chrysanthemum cinerariaefolium e C. coccineum (Pirethrum). Dois grupos fundamentais de princípios ativos: as piretrinas e as cinerinas. Pouco solúveis em água. Solúveis em solventes orgânicos. Hidrolisáveis em meio alcalino. Piretrinas: seletivas, letais para insetos de pequeno porte, pouco persistentes no meio ambiente e impedem o vôo dos insetos. 3 Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) Composto Ácido Álcool Piretrina I crisantêmico piretrolol Cinerina I crisantêmico cinerolol Jasmolina I crisantêmico jasmolol Piretrina II pirétrico piretrolol Cinerina II pirétrico cinerolol Jasmolina II pirétrico jasmolol Piretrinas e similares sintéticos: maior uso no controle e combate de insetos domésticos e da agricultura. Piretrinas naturais: derivados do ácido crisantêmico e do ácido pirétrico e três álcoois (piretrolol, cinerolol e jasmolol). Ação inseticida mais eficiente: compostos derivados do ácido crisantêmico. 4 Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) 5 Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) Piretrina I (piretrolol + ácido crisantêmico) Piretrina I -Líquido viscoso, instável à luz e à umidade. Piretrinas – oxidam-se facilmente (adição de agente anti-oxidantes à formulação). 6 Via de absorção: oral e intra-gástrica, dérmica e inalatória no ser humano. TGI: rápida e eficaz absorção. Via dérmica: pouca absorção (reações alérgicas). Principal via de biotransformação: hidrólise pelas carboxiesterases hepáticas, cerebrais, renais e sanguíneas (fração microsssomal). Outra via de biotransformação: sistema microssomal mono-oxigenase dos tecidos de mamíferos e insetos. Uso de piperonilbutóxido inibe a mono-oxigenase t ½ no organismo animal atividade inseticida. Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) Toxicocinética 7 Produtos da biotransformação (hidrolisados e hidroxilados): excretados conjugados com substratos endógenos (PAPS - 3-fosfoadenosina-5-fosfossulfato, UDPGA – ácido urodindifosfatoglicurônico, glicina e taurina). Excreção: na urina. Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) Toxicocinética 8 Solubilidade semelhente às piretrinas. Sendo praticamente insolúveis em água. Pouco persistentes no meio ambiente: classificados como não persistentes. Maior resistência ao meio ácido do que alcalino. Estabilidade a pH 4. Atenção com as BPA e aos períodos de carência. Praguicidas Inseticidas – Piretróides 9 Alguns apresentam estruturas semelhantes às piretrinas I e II isomerismo geomêtrico (cis, trans) e óptico (R,S): anel ciclopropano. Praguicidas Inseticidas – Piretróides 10 Praguicidas Inseticidas – Piretróides 11 Praguicidas Inseticidas – Piretróides 12 Outros são desprovidos do anel ciclopropano: fenvalerato (a), flucitrinato (b), fluvalinato. Praguicidas Inseticidas – Piretróides 13 Uso na agricultura: cultivo de algodão, arroz, café, soja, milho, trigo, fumo, frutas (citros, tomate, flores, hortaliças e legumes. Uso na veterinária: eliminação de ectoparasitas em bovinos e animais de pequeno porte. Uso na saúde pública: erradicação de mosquitos e eliminação de insetos em geral. Disponíveis: concentrado emulsionável, aerossóis, pós, loções e xampus. Praguicidas Inseticidas – Piretróides 14 Via de absorção: semelhante às piretrinas. Biotransformação: idêntica às piretrinas (carboxiesterases sistema microssomal mono- oxigenase). Produtos de conjugação com substratos endógenos. Radical ciano de alguns piretróides = cianeto excreção lenta na forma de isocianato (sulfocianeto). Os isômeros trans dos piretróides: maior hidrólise. Uso de piperonilbutóxido. Praguicidas Inseticidas – Piretróides Toxicocinética 15 Excreção: produtos de biotransformação na urina conjugados com substratos endógenos. Compostos com estrutura alfa-ciano-3-fenoxibenzil excreção mais lenta. Deltametrina e seus metabólitos: excreção em 8 dias (ratos). Cialotrina e seus metabólitos: total excreção em 7 dias (ratos). Nas fezes (40-65%) e na urina (20-40%). Cipermetrina e seus metabólitos: excreção total em 48 h (ratos). Piretróides em bovinos: excreção no leite em proporções reduzidas (até 30 dias). Praguicidas Inseticidas – Piretróides Toxicocinética 16 Ação tóxica: estudos sobre o mecanismo de ação não conclusivos. Inibição da Ca++ ATPase e da calmodulina cálcio livre liberação dos neurotrasmissores. Permetrina e cipermetrina (piretróides) Outros piretróides e piretrinas: afetam os canais de sódio das membranas dos nervos. Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) e Piretróides Toxicidade e ação tóxica 17 Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) e Piretróides Toxicidade e ação tóxica 18 Toxicidade: dependente da estereoquímica ligação com os canais de sódio cis apresenta ligação competitiva em alguns sítios. Classes: Tipo I – NÃO apresenta grupo CIANO na estrutura. Tipo II – CONTEM grupo CIANO na estrutura. Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) e Piretróides Toxicidade e ação tóxica 19 Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) e Piretróides Toxicidade e ação tóxica Classe I Classe II Compostos: aletrina, permetrina, fenotrina, etc. Compostos: fenpropanato, cipermetrina, deltametrina, fenvalerato, etc. Síndrome T (tremores e espamos): agressividade, tremores, espasmos convulsivos, incoordenação e prostração. Síndrome CS (coreoatetose e salivação): salivação excessiva, movimentos irregulares dos membros, convulsões tônicas e clônicas e sensibilidade aumentada aos estímulos externos. 20 Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) e Piretróides Classe I Classe II Efeitos neurológicos periféricos Efeitos neurológicos centrais Prolongação do influxo contínuo de Na+ (demora do fechamento do canal de sódio) descargas neuronais repetitivas em qualquer parte do corpo. Despolarização persistente na membrana nervosa pelo influxo contínuo de Na+, com na amplitude do potencial de ação e colapso na condução axonal. Toxicidade e ação tóxica 21 Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) e Piretróides Toxicidade e ação tóxica Outro mecanismo de ação: Também inibem o influxo de cloro, por ligar-se ao GABA* excitabilidade e convulsões (Classe II). *Menos efetiva para os piretróides da Classe I. 22 Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) e Piretróides 23 Exposição ocupacionais a poeiras finas ou aerossóis ou contato dérmico: Ardência, formigamento ou queimadura na face, vertigem de intensidade e duração dependente do grau de exposição. Ingestão ou exposição ocupacional em concentração: Inicialmente dores epigástricas, náuseas e vômitos. Casos graves: fasciculações, especialmente dos músculosdas extremidades, sonolência e ataques convulsivos e coma. Morte falência respiratória (em geral). Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) e Piretróides Sinais e Sintomas 24 Sintomas sistêmicos: Mais freqüentes: vertigens, dor de cabeça, fadiga muscular e anorexia. Menos freqüentes: parestesias, palpitação, embaçamento da visão e transpiração excessiva. Em crianças: Acidentes oculares com abrasão da córnea (xampus com piretróides). Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) e Piretróides Sinais e Sintomas 25 Outros sintomas : Dermatites e conjuntivites. Parestesias periorbitais e labial. Espirros, desânimo, tosse, febre, secreção nasal cerosa e obstrução nasal. Eritema leve. Reações de hipersensibilidade. Broncoespasmos. Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) e Piretróides Sinais e sintomas 26 Ingestão: eméticos, lavagem gástrica com bicarbonato de sódio a 2% (Larini). Contato dérmico: banho com água fria e sabão alcalino. Cremes a base de vitamina E: para alívio da irritação dérmica e da parestesia. Relaxantes musculares (mefenesina, metocarbamol, clorfenenisa e metaxalona): proteção à coreoatetose dos piretróides de classe II. Atropina: supressão da salivação provocada dos piretróides de classe II. Praguicidas Inseticidas – Piretro (Piretrinas) e Piretróides Tratamento 27 28 29 30 31 32 33 34 Praguicidas Tratamento Praguicida Tratamento Herbicidas bipiridílicos Emese (cuidado com lesões esofagianas), lavagem gástrica, administração de Terra de Fuller (30%) + sulfato de magnésio (5%) ou bentonita (7,5%), correção do equilíbrio hidroeletrolítico. Oxigenação cuidadosa*. 35 36 37 38 Praguicidas Tratamento Praguicida Tratamento Herbicidas Fenoxiácidos Emese, lavagem gástrica, monitorização cardíaca. Não usar epinefrina, hemodiálise. 39 40 41 Praguicidas Tratamento Praguicida Tratamento Fungicidas ditiocarbamatos Sintomático. Uso de barbitúricos. Hemodiálise. 42 43 Ciclo da vitamina K. As reações apresentadas são catalisadas por: Uma carboxilase que forma carboxiglutamato nos fatores VII, IX e X (Etapa 1); Uma epóxido-redutase, que converte o 2,3-epóxido na quinona (Etapa 2); Uma vitamina K-redutase, que efetua a conversão da quinona em hidroquinona (Etapa 3). 44 Semelhança estrutural entre vitamina K e compostos cumarínicos 45 46 Praguicidas Tratamento Praguicida Tratamento Raticidas cumarínicos Administração de Vitamina K. transfusão sanguínea. 47 48 49 Praguicidas Tratamento Praguicida Tratamento Raticida Fluoracetato de sódio Suporte cardíaco. Emese, lavagem gástrica com carvão ativo. Sem antídoto. Alguns autores indicam gluconato de cálcio e monoacetato de glicose. Barbitúricos (precaução). Sem digitalização. 50 51 Praguicidas Tratamento Praguicida Tratamento Pentaclorofenol Suporte cardíaco. Emese, lavagem gástrica, banhos frios, soro, antibióticos, bicarbonato de sódio ( eliminação pela urina).
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