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Apostila Tipos de Terapia

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
TIPOS DE TERAPIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPIRITO SANTO 
 
 
 
TIPOS DE TERAPIA 
 
http://content-portal.istoe.com.br/istoeimagens/imagens/mi_7523104283974825.jpg 
 
Existem mais de 200 terapias diferentes o que torna difícil a escolha. 
No entanto, para simplificar, as psicoterapias podem ser subdivididas pela sua 
orientação teórica, em 4 grandes famílias. As terapias dinâmico-interpessoais, 
experiencial-humanistas, sistémica-construtivistas e as cognitivo-
comportamentais. Existem cruzamentos p.e. sistémico-interpessoal ou 
experiencial-construtivista, no entanto, aqueles 4 grupos formam um bom ponto 
de partida para ajudar a sua escolha. Aqui segue uma curta descrição de 
exemplos de cada um destes 4 grupos de terapia. 
 
Terapias Dinâmico-Interpessoais. 
Focos: intrapsíquico, conflitos internos, personalidade, infância. 
Dirigido ao insight, perceber a origem dos problemas e 
autoconhecimento. 
 
 
 
Técnicas Comuns: interpretação, associação livre. 
Geralmente de longa duração 
Exemplos: 
-Terapia Psicanalítica (ver terapeutas que praticam este tipo de terapia) 
-Psicanálise 
-Terapia Interpessoal 
 
Terapias Experienciais-Humanistas 
Focos: emoções, corpo, experiência no aqui e agora, relação com 
terapeuta 
Dirigido à auto realização, crescimento pessoal, transformação 
emocional. 
Técnicas Comuns: empatia, representações (enactment), paráfrase. 
Geralmente de média duração 
Exemplos: 
-Terapia Focada na Pessoa 
-Terapia Focada nas Emoções (EFT) 
-Focagem 
-Terapia Gestalt 
-Terapia Existencial 
-Psicodrama 
-Análise Transacional (TA) 
-Terapia Dinâmica Experiencial Acelerada (AEDP) 
 
 
 
 
http://1.bp.blogspot.com/-ZFdLCV_L4Vs/U-
3i778cNuI/AAAAAAAAAQI/x0pw1l7qRVw/s1600/mente-e-cerebro.jpg 
 
Terapias Cognitivo-Comportamentais 
Foco: comportamentos, pensamentos, crenças, tecnicista. 
Dirigido à mudança de comportamento e pensamentos, abuso de 
substâncias 
Técnicas Comuns: Desensitação sistemática, exposição, relaxamento, 
role-play. 
Geralmente de curta duração 
Exemplos: 
-Terapia Rational-Emotiva (RET) 
-Terapia Cognitiva 
-Terapia Comportamental 
-Terapia Cognitivo-Comportamental (CBT) 
-EMDR 
 
 
 
-Terapia Comportamental Dialética 
-Entrevista Motivacional 
-Terapia Multimodal 
 
Terapias Sistémico-Construtivistas 
Focos: relações entre membros da família, casal, parentalidade, 
construção da realidade 
Dirigido à alteração da interação de um sistema familiar ou casal, 
alteração construção da realidade. 
Técnicas Comuns: questionamento circular , genograma, 
Geralmente de curta duração 
 
https://images.endeavor.org.br/uploads/2015/06/coaching.jpg 
 
Exemplos: 
-Terapia Familiar 
-Terapia Construtivista 
 
 
 
-Terapia Sistémica 
-Constelações Familiares 
-Terapia Narrativa 
-Terapia Focada nas Soluções (SFT) 
- Terapia da Coerência 
 
Terapia Focada nas Emoções (EFT) 
 
Indicada para: 
A Terapia Focada nas Emoções é reconhecida como intervenção 
comprovada (APA-Div12) para o tratamento da depressão e conflito conjugal. É 
indicada para problemas que têm particular expressão emocional como: luto 
não resolvido, reações emocionais intensas incompreendidas, autocrítica, 
culpa, vergonha, acontecimentos traumáticos e abusos, dificuldades em 
esquecer ou perdoar coisas do passado, não conseguir ultrapassar um divórcio 
ou separação, dificuldades em decidir. 
 
http://mundodapsi.com/wp-content/uploads/2015/04/359478-terapia-com-casais.jpg 
 
 
 
 
Origens: 
A Terapia Focada nas Emoções (EFT) (anteriormente designada 
Terapia Processo-Experiencial; Greenberg et al., 1993; Greenberg, 2002) foi 
desenvolvida por Les Geenberg e integra o princípio de empatia da Terapia 
Centrada no Cliente de C. Rogers com o trabalho por tarefas da Terapia 
Gestalt de F. Perls. 
 
Conceitos: 
Os dois conceitos chave da Terapia Focada nas Emoções são Empatia 
e Emoções. A empatia consiste na compreensão e aceitação pelo terapeuta 
dos sentimentos e significados emocionais do cliente. O terapeuta acompanha 
a experiência imediata do cliente à medida que esta se desenvolve e 
comunica-lhe esta compreensão (sintonização empática). Simultaneamente, o 
terapeuta está atento ao surgimento de marcadores emocionais. 
Exemplos destes são: 
Reações Problemáticas: A pessoa relata reações emocionais 
fortes e aparentemente incompreensíveis em resposta a certas situações. P.e. 
Ficar muito zangado sem perceber porquê. 
 
 
 
 
https://encrypted-
tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSc9hEJ_h4nl0u_7PjAI_5nLpHtHlQtitIQ_7xy5hkYkfiHAtw_ 
 
Sensações pouco Claras: A pessoa sente-se confusa ou 
perturbada mas não consegue identificar claramente como ou porquê. P.e. 
sentir-se mal mas sem saber o que é. 
Split de Conflito (Interno): A pessoa sente-se dividida acerca de 
uma decisão a tomar, ou é autocrítica. P.e. achar-se feio, burro, preguiçoso ou 
não saber se deve permanecer numa relação. 
Split-Interruptivo: A pessoa reprime ou interrompe a sua 
experiência emocional, ou revela uma resignação aparente. p.e. sentir-se 
bloqueado, ou não conseguir exprimir zanga ou afeto. 
Assuntos Inacabados: A pessoa mantém emoções negativas 
relativamente a um outro significativo do seu passado P.e. zanga com pais ou 
ex-parceiros, não conseguir perdoar ou esquecer. 
 
 
 
 
https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS7Bvaa-
17_r6FYq8kGA9waBWZ1QofhYoxal1opVfK1AoIoII0sug 
 
Técnicas: 
Para cada um dos marcadores existem técnicas especificas de 
resolução, como por exemplo: 
Desdobramento Sistemático: Evocação da experiência para 
promover o reviver de uma situação, de forma a chegar ao significado implícito 
da situação que provocou emoções não compreendidas 
Focagem: O terapeuta guia o cliente para tomar consciência das 
sensações sentidas no corpo, de forma a conseguir experienciá-las e atribuir 
palavras à experiência. Ocorre uma mudança nas sensações do corpo bem 
como a criação de novos sentidos. 
 
 
 
 
https://encrypted-
tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQtzh1TwF25I215hVijOXrqisJgCVUodjHlFImvUExs6eRze7tv4A 
 
Dialogo em Cadeiras: É estabelecido um diálogo experiencial 
entre partes do self. O diálogo desenvolve-se entre o self e a representação do 
outro significativo internalizado (e.g. o cliente e um pai abusivo ou ausente) ou 
entre partes do self que se encontram em conflito (e.g. o self e a parte crítica 
ou a parte que interrompe a experiência). O terapeuta ajuda o cliente a entrar 
nos estados emocionais perturbadores não adaptativos e de seguida a 
reconhecer necessidades emergentes, ou a amplificar emoções 
subdominantes, encorajando a sua expressão. Isto leva a mudanças 
experienciais (e.g. o cliente muda de uma zanga intensa para uma tristeza 
suave, ou de vergonha para auto-aceitação). 
 
 
 
 
 
 
Terapia Gestalt (TG) 
 
http://www.gazetadopovo.com.br/ra/grande/Pub/GP/p3/2012/08/25/Mundo/Imagens/diva_2508d
oze.jpg 
 
Indicada para: 
A Terapia Gestalt (TG) é uma terapia fenomenológica – existencial que 
privilegia a dimensão da experiência, tal como ela é diretamente percepcionada 
e sentida. De modo a poder aceder-se a esta qualidade vivencial, incentiva-se 
a suspensão da intelectualização da experiência à medida que esta se vai 
desenrolando, no momento presente. 
O objetivo da TG a é desenvolvimento de um contatoautêntico do 
indivíduo consigo próprio e com o seu meio, através de processos de regulação 
homeostática. Para que estes processos de regulação ou ajustamento 
ocorram, é essencial a criação de condições internas para a consciencialização 
 
 
 
das necessidades que impelem o organismo em direção ao seu equilíbrio ou 
potencial de realização. 
Estas condições internas derivam do desenvolvimento de uma 
consciência (awareness) no aqui-e-agora, de conteúdos (percepções, 
sensações, sentimentos e comportamentos) que emergem na experiência do 
individuo, bem como da consciência de como são expressos, interrompidos e 
vividos na relação terapêutica. Uma consequência deste processo é a 
resolução de experiências prévias inconclusas e o desenvolvimento de formas 
mais satisfatórias de expressão e regulação. 
 
Origens: 
A Terapia Gestalt foi elaborada por Fritz Perls, juntamente com Laura 
Perls e Paul Goodman, nos inícios dos anos 40. F. Perls publica em 1942 "Ego, 
Anger and Agression” e em 1951 "Gestalt Therapy", juntamente com Paul 
Goodman e Ralph Hefferline. Em 1952 cria o primeiro Instituto de Terapia 
Gestalt em Nova Iorque. Os primeiros terapeutas deste Instituto (Fritz e Laura 
Perls, Paul Goodman, Jim Simkin, Isadore Fromm, Erving e Miriam Polster, 
Joseph Zinker, entre outros) incidiam a sua prática no âmbito da psicoterapia 
individual. 
Somente a partir de meados dos anos 60, foram difundidas as 
intervenções grupais (principalmente no Instituto de Esalen na Califórnia, na 
sequência de seminários de demonstração e de formação), e mais tarde ainda 
as intervenções em instituições educativas, sociais, médicas, contextos 
empresariais e intervenção comunitária. 
 
 
 
 
Conceitos: 
A TG sendo fruto de uma integração de correntes teóricas de diversas 
áreas de conhecimento, deu origem a um corpo teórico bastante eclético no 
que concerne aos conceitos que o constituem. Os seus pilares fundamentais 
são a Psicologia da Gestalt (Von Ehrenfels, Wertheimer, Koffka, Kohler, 
Goldstein, Lewin, Zeigarnik), a Fenomenologia (Husserl, Scheler, Buber, 
Jaspers, Heidegger, Merleau-Ponty) e o Existencialismo (Kierkegaard, 
Binswanger, Arendt, Marcel, Sartre, Beauvoir, Ortega y Gasset), a Psicanálise 
(Freud, Rank, Adler, Jung, Horney, Reich), a Teoria da Indiferenciação Criativa 
de Friedlander, a Teoria de Campo de Kurt Lewin, o Psicodrama de Moreno e a 
Relação Eu-Tu de Martin Buber. 
Conceitos principais: Regulação Organísmica; Mecanismo Figura – 
Fundo; Ciclo de Contato; Mecanismos de interrupção do Ciclo – Resistências 
ou gestalten Inacabadas; Fronteira de Contato; Self como Processo de 
Ajustamento Criativo; Relação Dialógica; Polaridades; Now and How (Aqui-e-
Agora e Como); Fluxo de Awareness 
A Terapia Gestalt é uma abordagem psicoterapêutica experiencial, 
baseada na tomada de consciência da experiência atual do ser humano, de 
uma forma global e holística. 
Esta tomada de consciência dirige-se tanto para o que se passa dentro 
como fora do indivíduo (no seu nível corporal, mental, emocional, bem como 
nas suas relações interpessoais e ambiente envolvente). Este processo de 
tomada de consciência - também denominado de Awareness - é a metodologia 
por excelência da Terapia Gestalt. 
 
 
 
Através da Awareness pretende-se uma ampliação de consciência do 
indivíduo sobre o seu próprio funcionamento. O que o indivíduo experimenta, o 
que pensa, a sua postura corporal, a sua respiração, como age, como se 
bloqueia, exprime-se em contexto clínico através da descrição e vivência 
subjetiva da realidade interior do indivíduo, sendo abordado sempre no 
momento presente, no Aqui-e-Agora. 
O objetivo desta terapia é pois favorecer um contato autêntico do 
indivíduo consigo mesmo e com o seu meio envolvente, através dos 
denominados processos de regulação homeostática. Neste contexto, a 
homeostase é um mecanismo de auto-regulação do organismo total do sujeito, 
em que as trocas realizadas com o seu ambiente lhe possibilitam a 
manutenção do equilíbrio físico, psíquico e social. 
Para que este processo de regulação ou Ajustamento ocorra, é 
essencial que o indivíduo tome consciência das necessidades que experiência, 
quer a nível fisiológico, afetivo e/ou social, num dado momento, ou seja, 
desenvolva a referida Awareness no Aqui-e-Agora. 
A forma como o indivíduo interrompe o contato com o ambiente e o 
processo de satisfação de necessidades, poderá levar ao desequilíbrio, desde 
o desajuste mais fisiológico até perturbações da personalidade. 
é neste âmbito que se encontra o alvo de intervenção da Terapia 
Gestalt, visando à integração psíquica, e permitindo ao indivíduo adquirir um 
desenvolvimento da responsabilidade sobre a sua própria experiência, 
tornando-se cada vez mais autónomo. 
 
 
 
 
 
Breve Introdução Histórica 
 
http://impsi.com.br/blog/wp-content/uploads/2013/06/sof%C3%A1-div%C3%A31.jpg 
 
A Terapia Gestalt foi elaborada por Fritz Perls, juntamente com Laura 
Perls e Paul Goodman, nos inícios dos anos 40. 
Fritz Perls (1893 - 1970), judeu de origem alemã, médico psiquiatria, 
psicanalista, funda a Associação Psicanalítica da África do Sul, onde se exilou 
(1934), na sequência da 2.ª Grande Guerra Mundial. 
Aqui também é onde publica, em 1942, "Ego, Anger and Agression", 
obra que incide na aplicação dos resultados da investigação científica da 
Teoria da Gestalt à investigação psicanalítica e à prática psicoterapêutica. Esta 
obra é considerada o marco da concepção da Terapia Gestalt. 
Emigra aos 53 anos para Nova Iorque, onde publica, em 1951, "Gestalt 
Therapy", juntamente com Paul Goodman e Ralph Hefferline. Em 1952 cria o 
primeiro Instituto de Gestalt em Nova Iorque. Os primeiros gestaltistas 
americanos (Fritz e Laura Perls, Paul Goodman, Jim Simkin, Isadore Fromm, 
Erving e Miriam Polster, Joseph Zinker, entre outros) praticavam a Terapia 
 
 
 
Gestalt sob a forma de psicoterapia individual. Só posteriormente se difundiram 
as intervenções grupais, nomeadamente na sequência do período entre 1964 e 
1969, em que Perls promove seminários de demonstração e de formação no 
Instituto de Esalen na Califórnia (a "Meca da Psicologia Humanista"). Mais 
tarde surgem as intervenções no âmbito de instituições educativas, sociais, 
médicas, bem como em empresas e até mesmo na vida social comunitária. 
A Terapia Gestalt é hoje praticada em contextos diversificados: em 
psicoterapia individual, em terapia de casais, em terapia familiar, em grupos 
terapêuticos, em grupos de desenvolvimento pessoal, bem como em 
instituições e empresas. 
Para além das diversas áreas de intervenção acima referidas, a 
Terapia Gestalt tem vindo a participar (devido ao que caracteriza o seu modelo 
teórico) das tendências contemporâneas de investigação sobre o conceito de 
Holismo e suas implicações, que atravessam a Física, a Biologia e a Filosofia. 
Gestalt - palavra alemã, sem tradução direta para português, e que 
pode ser definida como "forma, estrutura, configuração ou totalidade, cujo todo 
é mais do que a soma das suas partes." 
 
Antecedentes e Precursores da Terapia Gestalt 
 
A Terapia Gestalt baseou-se, explícita e implicitamente, na combinação 
de numerosas correntes filosóficas e terapêuticas de diversas fontes: 
europeias, americanas e orientais. As mais marcantes foram: a 
Fenomenologia, o Existencialismo, a Psicologia da Gestalt, a Psicanálise, o 
Taoísmo e o Budismo Zen. 
 
 
 
Da Fenomenologia (Husserl, Scheler, Buber, Jaspers, Heidegger, 
Merleau-Ponty) retiveram-se as seguintes ideias fundamentais: 
A intencionalidade da consciência e o primado da vivência imediata,tal 
como ela é percebida ou sentida corporalmente, assim como o processo que 
se está a desenvolver no Aqui-e-Agora. 
A percepção que cada um tem do mundo que o rodeia é dominada por 
fatores subjetivos, que lhe conferem um sentido próprio para cada um. 
É mais importante descrever do que explicar - Primado do Como sobre 
o Porquê. 
No que concerne ao Existencialismo e ao seu tema único da relação 
Homem - Mundo (Kierkegaard, Binswanger, Arendt, Marcel, Sartre, Beauvoir, 
Ortega y Gasset), salientam-se em Terapia Gestalt as seguintes noções: 
Primado da Responsabilidade, ou seja, a participação cativa na 
construção do projeto de vida. 
Confiança nas potencialidades inerentes, específicas e únicas de cada 
indivíduo. 
A ideia da liberdade como constitutiva da existência humana. 
Respeito pelo ser humano na sua singularidade e originalidade da 
experiência. 
Dado a Terapia Gestalt ter estabelecido as suas raízes nas 
concepções existencial e fenomenológica, participou da corrente precursora da 
Psicologia Humanista, que tomou corpo por volta de 1954 com Maslow. Esta 
recolocava o homem total no centro da Psicologia, conferindo-lhe um estatuto 
de sujeito, responsável pelas suas escolhas e crenças. 
 
 
 
A Psicologia da Gestalt (Von Ehrenfels, Wertheimer, Koffka, Kohler, 
Goldstein, Lewin, Zeigarnik) é considerada das influências mais significativas 
da Terapia Gestalt, enfatizando nos seus trabalhos desde os inícios do séc. XX 
que "o todo é uma realidade diferente da soma das suas partes". Os psicólogos 
gestaltistas estudaram essencialmente, num primeiro momento, os 
mecanismos fisiológicos e psicológicos da percepção e as relações do 
organismo com o seu meio, nomeadamente o funcionamento do processo 
Figura-Fundo. Este processo refere-se a uma característica da dinâmica da 
percepção, e demonstra que todo o campo perceptivo se diferencia num Fundo 
e numa Figura. A Figura é algo que surge "à vista" salientando-se sobre o 
Fundo. 
Esta noção de organização da percepção estendeu-se posteriormente 
à memória, à inteligência e à expressão. Estes psicólogos salientam os 
paralelismos entre o domínio biológico e psíquico, que em geral obedecem a 
leis análogas, e negam qualquer dicotomia entre ambos. Por meio das suas 
investigações em laboratório, estes psicólogos mostraram que a percepção do 
objeto depende das necessidades do sujeito. 
A inovação trazida por Fritz Perls foi à aplicação do princípio de 
organização acima referido às necessidades ou motivações do indivíduo, 
levando a um modelo compreensivo da personalidade como um todo. Na 
Terapia Gestalt todos os fenómenos da experiência (pensamentos, 
sentimentos, recordações, preocupações, sensações, etc.) organizam-se 
segundo uma dinâmica de Figura - Fundo. 
Da Psicanálise Freudiana, retiraram-se e adaptaram-se conceitos como 
mecanismos de defesa, instâncias psíquicas, compulsão à repetição, trabalho 
 
 
 
realizado com os sonhos, entre outros. A Terapia Gestalt recebeu a influência 
de outros psicanalistas como Rank, com a ideia de auto apoio e individuação; 
Adler, que enfatiza a responsabilidade do individuo e a noção de holismo; Jung 
com o princípio dos opostos (conceito de sombra), concepção dos sonhos e do 
respectivo simbolismo como expresses criativas do próprio indivíduo; de 
Horney destaca-se a importância do contexto sociocultural e das circunstâncias 
de vida. A importância dada ao corpo na Terapia Gestalt deve-se à influência 
de Reich. 
No que diz respeito às influências filosóficas das Filosofias Orientais, 
poderá dizer-se que estas ocorreram a um nível implícito na elaboração do 
modelo da Terapia Gestalt. O contexto sociocultural e filosófico (anos 20 - anos 
70) da própria vida de Perls foi muito marcado pela entrada do Oriente no 
Ocidente, inicialmente pela literatura de ensaio e filosófica (no caso de 
Heidegger, Merleau-Ponty), também nos meios mais académicos (Jung, Rank), 
e pelos seus próprios analistas (Karen Horney e Reich). Em meados dos anos 
50, mestres orientais de meditação começam a fixar-se nos países ocidentais 
e, em plenos anos 60, a filosofia oriental estava já na moda, introduzida pela 
geração pacifista da época. 
No que concerne ao Taoísmo (V a.C.), este poderia dizer-se ser 
essencialmente uma metafísica da espontaneidade, tolerância e liberdade. Os 
conceitos convergentes com a Terapia Gestalt são: conceito de polaridades; 
expressão livre e espontânea; importância do corpo como morada do espírito; 
libertação de introjecções moralizantes; concentração no aqui e agora; ponto 
zero de ação ou vazio; teoria paradoxal da mudança; continuum de consciência 
ou fluxo da experiência. 
 
 
 
O Budismo surge em VI d.C. mas só no séc. XIII chega ao Japão 
adoptando o nome de Budismo Zen. Os principais pontos de convergência 
deste orientalismo com a Terapia Gestalt são: o estado de Awareness; Atenção 
ao momento presente, focada nos sentidos - o Aqui-e-Agora; o Não - 
Pensamento ou prática da não-ação mental, como condição para a Fluidez da 
Experiência; Mente como impeditivo ao contato com a experiência imediata; e 
Vazio Fértil. 
Outras influências significativas foram a Teoria de Campo de Kurt 
Lewin, o Psicodrama de Moreno, e a teoria da Indiferença Criativa de 
Friedlander. 
 
https://minimoeomaximo.files.wordpress.com/2015/07/diva-1.gif 
 
 
 
 
 
Psicoterapia Dinâmica Experiencial 
Acelerada (AEDP) 
Indicada para: 
A Psicoterapia Dinâmica Experiencial Acelerada (AEDP) encontra-se 
em fase de investigação, mas tem mostrado ter particular eficácia em casos de 
PTSD complexa, depressão, ansiedade e problemas relacionados com a 
vinculação, como isolamento, sentimentos de solidão e desconfiança (Fosha, 
2000). 
Origens: 
A Psicoterapia Dinâmica Experiencial Acelerada (PDEA) foi fundada 
pela Diana Fosha e integra componentes da Terapia Dinâmica e da Terapia 
Experiencial, tendo como bases teóricas e práticas os trabalhos de Winnicot, 
Malan e Davanloo. 
Conceitos e Técnicas: 
Os 2 conceitos chave da AEDP são Vinculação e Emoção. O objetivo é 
ultrapassar as defesas do cliente, proporcionando uma relação de vinculação 
segura com o terapeuta, e explorar e processar experiências emocionais 
profundas e dolorosas. Quatro técnicas desempenham um papel importante: 
 Focagem em marcadores somáticos como sorrisos, respirações 
profundas, e acenos e inclinações da cabeça, de forma a aceder 
a experiências emocionais dolorosas. 
 Utilização de linguagem imagética , evocativa, sensorialmente 
significativa, de forma a promover o aprofundamento e 
intensificação da experiência emocional. 
 
 
 
 Regulação afetiva diádica , que constitui o acompanhamento 
afetivo momento-a-momento do paciente, ao longo de vários 
ciclos de sintonização, rutura e reparação. Este processo não- 
verbal (hemisfério direito) ajuda a regular emoções intensas, e é 
expresso pelo olhar, tom de voz, ritmo e toque. 
 Retrato (quatro tipos), que constitui uma visualização guiada, 
envolvendo frequentemente outros significativos, que promove o 
processamento das emoções. 
A finalização do processamento é marcada pela emergência de 
tendências de ação adaptativas e resilientes (e.g. força, poder, assertividade). 
Nas fases posteriores, verifica-se uma transformação de segunda ordem, 
dirigida ao alargamento do efeito terapêutico de vinculação segura, ligação e 
aumento da capacidade de receber e experienciar emoções positivas e 
valorização positiva do self. Isto é marcado pela emergência de afetos 
transformacionais (Fosha 2000; 2009), que incluem orgulho, alegria, gratidão, 
sentir-se tocado pelas suas conquistasemocionais e luto pelo self. Uma técnica 
chave é o processamento meta-terapêutico, em que o paciente e o terapeuta 
exploram e refletem sobre o processo transformacional que ocorreu durante as 
fases anteriores e sobre a experiência da relação paciente-terapeuta no aqui-e-
agora. 
Texto elaborado por Hans Welling - Psicoterapeuta 
 
 
 
 
 
 
Terapia Cognitiva 
 
http://www.promovidaamae.com.br/wordpress2/wp-content/uploads/2015/06/diva.jpg 
 
 
Indicada para: 
A Terapia Cognitiva constitui uma abordagem ativa, focada no 
presente, orientada para o alívio dos sintomas e para a obtenção de resultados 
num prazo curto. A utilização da Terapia Cognitiva (com elementos da Terapia 
Comportamental) está estudada para situações como: Depressão (distimia, 
depressão major e comportamento suicida), Ansiedade (ansiedade 
generalizada, perturbação de pânico, fobias, agorafobia, ansiedade social, 
ansiedade de desempenho), Perturbação Obsessiva-Compulsiva, Problemas 
Conjugais, Problemas Sexuais, Luto, Problemas de Sono, Consumos 
Excessivos, Perturbações Alimentares, etc. Pode ainda ser utilizada no âmbito 
da preparação para uma situação pontual considerada difícil ou como 
ferramenta de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. 
 
 
 
Origens: 
A designação Terapia Cognitiva é utilizada para designar um grupo de 
abordagens que se baseiam no conceito de cognição, surgidas nos EUA a 
partir da década de 60, e que incluem a terapia cognitiva de A. Beck, a terapia 
racional-emotiva de A. Ellis, e a terapia focada nos esquemas de J. Young. 
Conceitos: 
O conceito cognição refere-se, aqui, à forma como percecionamos e 
interpretamos as situações. Segundo as terapias cognitivas, são as nossas 
cognições sobre uma situação (e não a situação em si) que desencadeiam as 
nossas emoções e os nossos comportamentos. Por exemplo, serão os 
pensamentos relativos a ter cometido um erro (e não o erro propriamente dito) 
que vão determinar a forma como a pessoa se sente (triste, ansiosa, 
envergonhada…) e a forma como a pessoa age (desistir, justificar-se, tentar 
esconder o erro…) 
Estas cognições podem ser de três tipos: 
Pensamentos Automáticos, que também podem ser imagens. 
Ocorrem de forma rápida e espontânea, geralmente sem nos apercebermos 
deles e, portanto, sem os questionarmos. No exemplo, alguns pensamentos 
automáticos poderiam ser: «Fiz tudo mal», «Sou incapaz», «O outro está a 
pensar que eu sou incapaz», «Não devia cometer erros», etc; 
Esquemas Cognitivos, ou seja, padrões estáveis e duradouros, 
constituídos pelas nossas crenças e emoções acerca de nós próprios e dos 
outros. Desencadeiam os nossos pensamentos automáticos. Funcionam, 
geralmente, fora da nossa consciência e de forma resistente à mudança. No 
exemplo, um esquema envolvido poderia ser o de Incompetência / Fracasso, 
 
 
 
ou seja, a crença por parte da pessoa de que é incapaz de ter um desempenho 
à altura do dos seus pares. 
Distorções cognitivas, que consistem na forma como a informação é 
processada à luz dos nossos esquemas cognitivos, de forma a dar origem a 
determinados pensamentos automáticos. No exemplo: «Fiz tudo mal» - 
Distorção: Pensamento Tudo ou Nada (se a situação é menos do que perfeita, 
vê-la como um fracasso total); «Sou incapaz» - Distorção: Etiquetagem (ver um 
comportamento como equivalendo à pessoa no seu todo); «O outro está a 
pensar que eu sou incapaz» - Distorção: Leitura da Mente (assumir que os 
outros estão a reagir negativamente para consigo quando não há factos que 
apoiem esta ideia); «Não devia cometer erros» - Distorção: Pensamento de 
Dever (dizer a si próprio que as coisas deviam ser da maneira como gostava 
que elas fossem) 
Técnicas: 
A intervenção é de curto prazo e focada no presente. Frequentemente 
envolve tarefas a realizar entre sessões. Parte de objetivos definidos com base 
naquilo que a pessoa deseja mudar, que pode ser uma emoção intensa, 
perturbadora ou recorrente, ou um comportamento indesejado. Centra-se nas 
cognições, sendo designada como restruturação cognitiva. Envolve: 
1) Identificação de Pensamentos Automáticos: Identificar os 
pensamentos ou imagens que ocorreram à pessoa, e que apresentam as 
referidas distorções cognitivas. Serão pensamentos 1) sem consistência lógica; 
2) sem objetividade empírica, 3) formulados de forma absolutista e dogmática; 
4) que não ajudam a pessoa a atingir os seus objetivos. 
 
 
 
2) Formulação de Pensamentos Alternativos: Considerar se a 
mesma situação poderia conduzir a pensamentos menos perturbadores, e mais 
realistas, e formular pensamentos alternativos. Estes serão pensamentos 1) 
logicamente consistentes; 2) empiricamente verificáveis; 3) com um carácter 
relativo (não absoluto); 3) que ajudam a pessoa a atingir os seus objetivos. No 
exemplo: «Ter feito um erro não significa que tenha errado em tudo, também fiz 
coisas certas», «O facto de ter cometido um erro não significa que sou incapaz, 
significa que sou falível (como todas as pessoas)», «não sei nem posso 
adivinhar o que o outro está a pensar», «só não cometeria erros se nunca 
fizesse nada», etc 
3) No trabalho com Esquemas Cognitivos, verifica-se o recurso a 
uma diversidade de técnicas, nomeadamente: 
 Técnicas Cognitivas, que enfatizam a análise das distorções 
cognitivas derivadas do(s) esquema(s), de forma a construir 
perspectivas alternativas face às situações problemáticas; 
 Técnicas Comportamentais, em que a pessoa é ajudada a 
modificar os seus padrões de comportamento de longa data de 
forma a enfraquecer os comportamentos que perpetuam o(s) 
esquema(s) e a promover respostas mais adequadas; 
 Técnicas Emocionais, que encorajam a pessoa a experienciar e 
expressar os aspetos emocionais do(s) seu(s) esquema(s); 
 Técnicas Interpessoais, que sublinham as interações da pessoa 
com os outros, de forma a que o papel do(s) esquema(s) possa 
ser exposto; 
Texto elaborado por Ana Catarina Dias - Psicoterapeuta 
 
 
 
Terapia Comportamental 
 
http://www.dhonella.com.br/images/stories/Imagens_Marcia/psicoterapia.jpg 
 
Indicada para: 
A Terapia Comportamental constitui uma abordagem ativa, focada no 
presente, orientada para o alívio dos sintomas e para a obtenção de resultados 
num prazo curto. A utilização da Terapia Comportamental (com elementos da 
Psicoterapia Cognitiva) está estudada para situações como: Depressão 
(distimia, depressão major e comportamento suicida), Ansiedade (ansiedade 
generalizada, perturbação de pânico, fobias, agorafobia, ansiedade social, 
ansiedade de desempenho), Perturbação Obsessiva-Compulsiva, Problemas 
Conjugais, Problemas Sexuais, Luto, Problemas de Sono, Consumos 
Excessivos, Perturbações Alimentares, etc. Constitui uma ferramenta muito útil 
na modificação de comportamentos indesejados e na aquisição de novas 
competências – de relaxamento, sociais, parentais… 
 
 
 
Origens: 
A designação Terapia Comportamental é utilizada para designar um 
grupo de abordagens orientadas para a modificação do comportamento. Surgiu 
na década de 50, a partir de diferentes localizações, nomeadamente dos EUA, 
através do trabalho de B.F. Skinner sobre o condicionamento operante, e da 
África do Sul, através do trabalho de J. Wolpe sobre a dessensibilização 
sistemática. 
Conceitos: 
O conceito comportamento refere-se, aqui, à resposta da pessoa face a 
um estímulo do seu ambiente. Inclui quer as respostas que são observáveis 
(aquilo que a pessoa faz), quer aquelas que não o são (aquilo que a pessoa 
pensa e sente). Outro conceito importante é o de aprendizagem. Segundo as 
terapias comportamentais,os comportamentos constituem respostas 
aprendidas. Nos casos em que os comportamentos são indesejadas pela 
pessoa, estes podem ser substituídos, aprendendo outros que sejam mais 
adequados. Por exemplo, uma pessoa que, face a uma situação geralmente 
inofensiva, tenha aprendido a vê-la como perigosa, a sentir medo, e a evitá-la / 
fugir dela, pode substituir esta resposta aprendendo a resposta oposta, de 
relaxamento. 
A aprendizagem de comportamentos pode assumir várias formas, 
nomeadamente: 
Condicionamento Clássico. Aplica-se à modificação dos 
comportamentos involuntários. É um tipo de aprendizagem em que se associa 
um estímulo incondicionado, que desencadeia naturalmente uma determinada 
resposta, com um estímulo neutro, que não desencadearia essa resposta. Esta 
 
 
 
associação faz com que, após algumas repetições, o estimulo inicialmente 
neutro passe, por si só, a desencadear a resposta. Por exemplo, numa 
consulta de dentista, uma intervenção dolorosa (estimulo incondicionado) gera 
uma resposta de contração (resposta incondicionada) Esta intervenção 
dolorosa é acompanhada pelo som caraterístico dos instrumentos (estimulo 
neutro). Ao fim de algumas consultas, o som dos instrumentos (estimulo 
condicionado) passa por si só a desencadear a resposta de contração 
(resposta condicionada) 
Condicionamento Operante. Aplica-se à modificação dos 
comportamentos voluntários. É um tipo de aprendizagem em que as 
consequências de um comportamento influenciam a probabilidade de este 
voltar a ocorrer. Assim, um comportamento pode ter como consequência a 
ocorrência de algo agradável (reforço positivo) – por exemplo, o aluno que tem 
um bom desempenho e é elogiado – ou a remoção de algo desagradável 
(reforço negativo) – por exemplo, o doente que toma os comprimidos e deixa 
de ter dores. O reforço aumenta a frequência do comportamento. Ou o 
comportamento pode ter como consequência a ocorrência de algo 
desagradável (punição positiva) – por exemplo, a criança que faz uma birra e é 
repreendida – ou a remoção de algo agradável (punição negativa) – por 
exemplo, o adolescente que reprova e é proibido de jogar no computador. A 
punição diminui a frequência do comportamento. 
Modelagem. Aplica-se á aquisição de novos comportamentos ou à 
modificação de comportamentos já existentes. É um tipo de aprendizagem 
através da observação do comportamento dos outros e das suas 
consequências para eles. Se o observador vê o comportamento do outro ser 
 
 
 
reforçado, tende a reproduzi-lo – por exemplo, o aluno que vê o colega 
participar na aula e obter reconhecimento por isso, aumenta a sua participação. 
Se o observador vê o comportamento do outro ser punido, tende a inibi-lo - por 
exemplo, uma criança que vê o irmão colocar o dedo na tomada e começar a 
chorar não coloca o seu dedo na tomada. 
 
http://2.bp.blogspot.com/_B1KYqtSJEgA/TIBc8URWyvI/AAAAAAAADV
g/yh_Fi29zKss/s1600/200193050-001.jpg 
Técnicas: 
A intervenção é de curto prazo e focada no presente. Frequentemente 
envolve tarefas a realizar entre sessões. Parte de objetivos definidos com base 
naquilo que a pessoa deseja mudar, que geralmente é um ou mais 
comportamentos específicos e indesejados. Centra-se na modificação do(s) 
comportamento(s). Algumas técnicas são: 
Análise Funcional do Comportamento: Identificar a função do 
comportamento-alvo articulando o estímulo que desencadeou o 
comportamento, o comportamento em si, e a consequência desse 
 
 
 
comportamento, que faz com que este se mantenha. Por exemplo, as birras de 
uma criança (comportamento) ocorrem no supermercado (estímulo) e terminam 
quando a mãe compra o objeto pretendido (consequência) 
Dessensibilização Sistemática: A pessoa é exposta a uma situação 
temida, seja na imaginação ou na realidade. A exposição é feita de forma 
gradual. Por exemplo, uma pessoa com agorafobia (medo de locais dos quais é 
difícil sair) pode imaginar-se ou ir efetivamente a locais progressivamente mais 
ameaçadores (a sua rua, uma rua no outro lado da cidade, um centro 
comercial, uma sala de cinema…). Essa exposição, que habitualmente 
desencadeia uma resposta de ansiedade, é acompanhada por procedimentos 
de relaxamento, e a pessoa aprende a substituir a primeira resposta pela 
segunda. 
Contrato de Contingências: Contrato verbal ou escrito entre a pessoa e 
o terapeuta que define o comportamento-alvo e as consequências positivas ou 
negativas para comportamentos desejados e indesejados. Por exemplo, de 
cada vez que a criança fizer uma birra, deve ser levada para um local sem 
distrações, onde ficará durante um período de tempo determinado (5-15 
minutos), ou até se acalmar. 
Treino de competências: Abordagem que visa à aquisição e treino de 
competências de que a pessoa necessite. Por exemplo, treino de competências 
sociais, treino de assertividade, aquisição de técnicas de relaxamento, 
educação parental, aquisição de métodos de estudo. 
 
 
 
 
 
 
Terapia Cognitiva-Comportamental 
 
http://extra.globo.com/incoming/9211025-505-ced/w640h360-PROP/2013-631369253-
2013072329487.jpg_20130723.jpg 
Indicada para: 
A Terapia Cognitivo-Comportamental constitui uma abordagem ativa, 
focada no presente, orientada para o alívio dos sintomas e para a obtenção de 
resultados num prazo curto. 
A utilização da Terapia Cognitivo-Comportamental está estudada para 
situações como: Depressão (distimia, depressão major e comportamento 
suicida), Ansiedade (ansiedade generalizada, perturbação de pânico, fobias, 
agorafobia, ansiedade social, ansiedade de desempenho), Perturbação 
Obsessiva-Compulsiva, Problemas Conjugais, Problemas Sexuais, Luto, 
Problemas de Sono, Consumos Excessivos, Perturbações Alimentares, etc. 
Constitui ainda uma ferramenta de autoconhecimento, desenvolvimento 
pessoal e aquisição de novas competências. 
 
 
 
 
Origens: 
A designação Terapia Cognitivo-Comportamental é utilizada para 
nomear um conjunto de abordagens que utiliza conceitos e técnicas 
provenientes quer das Terapias Cognitivas, quer das Terapias 
Comportamentais. As Terapias Cognitivas, baseadas no conceito de cognição, 
desenvolveram-se a partir de abordagens como a terapia cognitiva de A. Beck, 
e a terapia racional-emotiva de A. Ellis. As Terapias Comportamentais, 
orientadas para a modificação do comportamento, desenvolveram-se a partir 
de abordagens como o trabalho de B.F. Skinner sobre o condicionamento 
operante e o trabalho de J. Wolpe sobre a dessensibilização sistemática. Estas 
duas abordagens apresentam princípios comuns, e começaram a ser utilizadas 
em conjunto a partir das décadas de 80 e 90. 
Conceitos: 
Cognições: Constituem a forma como percecionamos e interpretamos 
as situações. São os nossos pensamentos sobre uma situação (e não a 
situação em si) que desencadeiam as nossas emoções e os nossos 
comportamentos. 
Exemplo 1: A Ana procurou terapia por se sentir muito triste e apática 
durante grande parte do tempo. É acompanhada por pensamentos negativos 
sobre si própria («não faço nada de jeito»), sobre a vida («é tudo demasiado 
difícil») e sobre o futuro («… e não acredito que as coisas alguma vez vão 
melhorar») 
Exemplo 2: O João procurou terapia após constatar que muitas das 
tarefas do seu quotidiano o deixam muito agitado. Alguns dos seus 
pensamentos relativamente a essas tarefas envolvem a expetativa de falhar 
 
 
 
(«não vou conseguir cumprir o prazo») e de não ser capaz de o suportar («… e 
isso vai ser o fim da minha credibilidade profissional») 
Exemplo 3: A Maria procurou terapia por se sentir frequentemente 
insatisfeita e «explorada» nas suas relaçõescom os outros. Alguns dos seus 
pensamentos em situações de conflito são: «se disser o que penso vou 
desiludir a outra pessoa» e «se desiludir a outra pessoa, ela vai deixar de 
gostar de mim». 
Comportamentos: São desencadeados pelos nossos pensamentos, e 
constituem a forma como respondemos às situações. Muitas vezes, originam 
consequências que confirmam os nossos pensamentos iniciais. 
Exemplo 1: A Ana abandonou alguns objetivos profissionais e 
pessoais, e deixou de realizar atividades que anteriormente lhe davam prazer. 
Passa grande parte do seu tempo livre na cama ou no sofá. Isto alimenta a sua 
percepção de impotência. 
Exemplo 2: O João evita frequentemente as tarefas que o deixam 
agitado, ou adia-as até ao momento em que é impossível realizá-las. Em outros 
momentos, tenta fazer todas a 100% e em simultâneo, e não consegue concluí-
las de forma satisfatória. Isto confirma a sua expetativa de falhar. 
Exemplo 3: A Maria cede facilmente à vontade dos outros, e raramente 
solicita aquilo de que precisa. Fala pouco, num tom de voz baixo, e a sua 
postura e gestos muitas vezes expressam nervosismo. Isto faz com que 
frequentemente seja ignorada pelos outros. 
 
 
 
 
 
 
Técnicas: 
Cognitivas: 1) Análise dos pensamentos que desencadeiam as 
emoções e os comportamentos problemáticos. São geralmente pensamentos: 
a) sem consistência lógica; b) sem objetividade empírica, c) formulados de 
forma absolutista e dogmática; d) que não ajudam a pessoa a atingir os seus 
objetivos. 2) Formulação de pensamentos alternativos. São geralmente 
pensamentos: a) logicamente consistentes; b) empiricamente verificáveis; c) 
com um carácter relativo (não absoluto); d) que ajudam a pessoa a atingir os 
seus objetivos. 
Exemplo: As técnicas cognitivas incidiriam sobre os pensamentos 
negativos da Ana, os pensamentos catastróficos do João e os pensamentos 
inibidores de assertividade da Maria 
Comportamentais: Substituição dos comportamentos problemáticos 
por comportamentos mais adaptativos. Os comportamentos adaptativos 
permitem obter resultados que ajudam a questionar os pensamentos iniciais. 
Exemplo 1: A Ana poderia beneficiar de uma programação de 
atividades suscetíveis de lhe proporcionar uma percepção de competência e de 
prazer, e que seriam abordadas de forma gradual. 
Exemplo 2: O João poderia beneficiar quer de um treino de 
relaxamento, quer de um treino de gestão do tempo, quer de um treino de 
resolução de problemas. 
Exemplo 3: A Maria poderia beneficiar de um treino de competências 
sociais e de comunicação assertiva. 
 
 
 
 
 
Terapia Familiar 
 
http://institutovoa.com.br/wp-content/uploads/2014/07/10-motivos-para-fazer-terapia-infantil.jpg 
Indicada para: 
A Terapia Familiar constitui uma abordagem que realiza sessões 
conjuntas com vários elementos da família. É uma abordagem ativa e orientada 
para a obtenção de resultados num prazo curto. 
 
É indicada para as situações em que se deseja uma mudança de 
funcionamento da família. Alguns exemplos são as situações de: 1) 
Dificuldades numa relação (dificuldades conjugais, incluindo as sexuais, 
dificuldades entre pais e filhos ou entre irmãos); 2) Dificuldades de separação / 
aproximação; 3) Problemas de uma criança ou um adolescente; 4) Crise 
familiar; 5) Mais do que um elemento da família a necessitar de 
acompanhamento; 6) Melhoria de um elemento da família que coincide com o 
 
 
 
desenvolvimento de sintomas em outro ou com a deterioração da relação entre 
eles. 
Contudo, é raro que as famílias procurem ajuda em conjunto e 
queixando-se da forma como funcionam. Mais frequente é que alguém procure 
ajuda (ou seja trazido até essa ajuda) por causa de determinado sintoma, e que 
se torne claro que o sintoma dessa pessoa se relaciona com o funcionamento 
da sua família e/ou «exprime» o sofrimento dessa família. Nestes casos, é o 
terapeuta quem propõe o envolvimento de outros elementos da família. 
 
Origens: 
Por contraste com as Terapias Individuais, que incidem sobre o que se 
passa dentro do indivíduo, as Terapias Familiares incidem sobre o que se 
passa entre os indivíduos. A designação Terapia Familiar é utilizada para 
nomear um conjunto de abordagens que utilizam sessões conjuntas com os 
elementos de uma família, com o objetivo de modificar o funcionamento dessa 
família. A Terapia Familiar desenvolveu-se após a década de 50, partir de um 
conjunto de abordagens, como a Escola Transgeracional de M. Bowen, C. 
Whitaker e I. Boszormenyi-Nagy, a Escola Estrutural de S. Minuchin e as 
Escolas Estratégicas de Milão e de Palo Alto. 
Conceitos: 
Todas as abordagens da Terapia Familiar coincidem na visão de um 
determinado sintoma (por exemplo, a depressão de uma mãe, o alcoolismo de 
um pai, o comportamento rebelde de um filho…) como produto não de uma 
patologia individual (da mãe, do pai, do filho…) mas de uma disfunção da 
família (da forma como eles interagem). As várias abordagens diferem, contudo 
 
 
 
nos conceitos que utilizam para descrever o funcionamento da família. 
Nomeadamente: 
Escola Transgeracional: Vê o sintoma como tendo origem em factos da 
história da família, e da cultura familiar, transmitidos de geração em geração 
(os segredos, os mitos, as lealdades…). Por exemplo, um terapeuta 
transgeracional poderá colocar a hipótese de que a infidelidade de um marido 
se relacione com aspetos da sua cultura familiar relativamente à relação 
conjugal («o meu pai, o meu avô e o meu bisavô também tiveram várias 
mulheres») 
Escola Estrutural: Vê o sintoma como produto da estrutura da família, 
ou seja, da forma como os seus elementos se posicionam uns face aos outro 
(os subsistemas conjugal, parental, filial e fraternal, as fronteiras e limites 
difusos ou impermeáveis, as alianças e coligações, os conflitos…). Por 
exemplo, um terapeuta estrutural poderá colocar a hipótese de que o 
comportamento rebelde de um filho se relacione com um problema de 
autoridade na família, expresso na coligação do filho com a mãe face ao pai. 
Escola Estratégica: Vê o sintoma como mantido por padrões de 
interação específicos e repetitivos entre os elementos da família (o «jogo 
familiar»). Por exemplo, um terapeuta estratégico, poderá colocar a hipótese de 
que as dificuldades da filha com a alimentação se relacionem com o facto de a 
sua recusa em comer gerar discussões entre os pais durante as refeições. 
 
Técnicas: 
A terapia familiar realiza-se em sessões conjuntas com vários 
elementos da família. A intervenção é de curto prazo e orientada para 
 
 
 
resultados. Comparativamente com as terapias individuais, as sessões são 
mais espaçadas entre si. Frequentemente envolve tarefas a realizar pela 
família entre sessões. Todas as abordagens da terapia familiar partem da 
formulação de uma hipótese sobre a forma como o sintoma se articula no 
funcionamento da família, e centram a sua intervenção na mudança desse 
funcionamento. 
Escola Transgeracional: Promove a identificação e análise dos padrões 
repetitivos e disfuncionais do passado, de forma a integrá-los no presente, 
produzindo mudanças no futuro. Recorre ao genograma, uma representação 
gráfica da família ao longo de pelo menos três gerações, incluindo a estrutura 
da família, as informações mais importantes sobre esta e as relações entre os 
seus elementos. A partir deste trabalho, é possível intervir de outras formas. 
Por exemplo, considerando a «herança» (simbólica) recebida dos seus 
antepassados, o marido poderia decidir se a quer para a sua vida e, concluindo 
que não, optar por a «devolver» (simbolicamente) 
Escola Estrutural:Promove a alteração das posições relativas de cada 
elemento na estrutura familiar e, dessa forma, a mudança das suas 
experiências na família. Recorre ao mapa familiar, que representa as posições 
relativas dos elementos na família, revelando alianças, coligações e conflitos 
explícitos e implícitos. A família faz a demonstração na sessão de episódios 
relevantes, e o terapeuta propõe alterações na estrutura da família. Por 
exemplo, o terapeuta poderia propor que as decisões relativas ao filho fossem 
tomadas e comunicadas por ambos os pais em conjunto. 
Escola Estratégica: Promove a mudança dos padrões de interação 
específicos e repetitivos que agem de forma a manter o sintoma. Recorre ao 
 
 
 
questionamento circular, em que cada elemento da família é questionado sobre 
a forma como vê a relação entre outros dois, e é suscitada informação mais 
detalhada sobre os padrões de interação habituais. Pode envolver a prescrição 
de tarefas que permitam uma experiência nova dos padrões de interação 
habituais. Por exemplo, o terapeuta poderia propor que, até à sessão seguinte, 
as dificuldades da filha com a alimentação fossem geridas pela mãe nos dias 
ímpares e pelo pai nos dias pares. 
 
Terapia Narrativa 
 
http://s8.postimg.org/6ixg92c8l/psicoalanis_terapia_psicologica_guadalajara_jali.jpg 
Indicada para: 
Esta abordagem é utilizada no âmbito da Terapia Familiar , que é 
indicada para as situações em que se pretende uma mudança no 
funcionamento da família, e que é desenvolvida em sessões conjuntas com 
vários elementos da família. É também utilizada no âmbito da Terapia 
 
 
 
Individual, que é indicada para as situações em que se pretende uma mudança 
individual. Pode ainda ser utilizada no âmbito do Trabalho Comunitário. 
Origens: 
As Terapias Narrativas distinguem-se das outras abordagens 
terapêuticas na forma como olham para o discurso das pessoas (as suas 
narrativas). Enquanto as outras abordagens veem o discurso das pessoas 
como meio para chegar aos fenómenos psicológicos relevantes (ou seja, olham 
através da narrativa), as terapias narrativas veem esse discurso como sendo o 
próprio fenómeno psicológico relevante (ou seja, olham para a narrativa) 
Desenvolveu-se após a década de 70, a partir dos trabalhos de M. White, na 
Austrália, e de D. Epston, da Nova Zelândia. 
Conceitos: 
O conceito Narrativa refere-se aqui às histórias que utilizamos para 
descrever a nossa realidade. Estas histórias (estruturas narrativas) têm 
personagens (quem), uma intriga (o quê) e uma encenação (onde e quando), 
que são regulados pela moral da história (o tema), sendo que esta moral 
impede que a história tenha uma interpretação diferente. Por exemplo, «O 
nosso pai recorreu ao amigo (quem) para o ajudar a resolver aquele problema 
(o quê) na empresa, durante o ano passado (onde e quando), e o amigo 
enganou-o. Isto prova que não se pode confiar em ninguém fora da família (o 
tema). As nossas histórias determinam a nossa consciência de nós próprios e 
dos outros, a forma como definimos prioridades e como escolhemos ou 
renunciamos a deveres e a direitos. Quanto maior o número e a densidade das 
nossas histórias, maior é a nossa capacidade de adaptação aos vários 
contextos das nossas vidas. 
 
 
 
As Terapias Narrativas distinguem: 
 
http://www.viu.es/download/oferta-docente/masteres-oficiales/terapias-3G/cabecera-master-
terapias-3G.png 
 
Narrativa Dominante: É a narrativa que suporta o problema. A 
narrativa é restrita a um único tema, e independentemente das mudanças da 
situação de vida da pessoa/família, as narrativas produzidas são sempre 
variações desse tema. Isto consolida o problema e inviabiliza percursos 
alternativos. Por exemplo, na depressão, a narrativa é restrita ao tema da 
tristeza; na ansiedade, a narrativa é restrita ao tema do “estar em perigo”; 
numa família a narrativa é restrita a um determinado aspeto do funcionamento 
da família, etc. 
Narrativa Alternativa: Utiliza elementos provenientes de uma ou mais 
das narrativas que a pessoa / família trazia consigo, mas inclui também novas 
experiências, novos temas, novas interações. Retira dominância à história que 
contém o problema, que pode ser redefinido como suscetível de receber 
soluções, como um não-problema ou até como um benefício escondido. Em 
 
 
 
qualquer um dos exemplos, a intervenção passaria por um alargamento do 
leque de temas disponível. 
 
Técnicas: 
A intervenção explora a forma como são organizadas e contadas às 
narrativas dominantes da pessoa/família, e produz uma transformação na 
natureza dessas histórias e/ou na forma de as contar, alterando a sua força na 
manutenção do problema. Algumas técnicas são: 
Externalização: Procura situar o problema não na pessoa/família mas 
como algo separado e que exerce uma influência sobre a pessoa/família. A 
pessoa/ família não é o problema, é alguém que mantém uma relação com o 
problema. «Que influência tem este problema sobre si? Em casa, na escola / 
trabalho, nas suas relações com os outros? Na sua percepção de si mesmo? 
Como vê esta influência? É algo positivo ou negativo?» 
Questões sobre Resultados Únicos: Os resultados únicos são os 
acontecimentos que contradizem a narrativa dominante. As questões sobre 
resultados únicos procuram conhecer as situações em que foi possível vencer 
o problema, ou em que ele não dominou completamente a vida da 
pessoa/família. «Quais foram às exceções? Estas exceções têm significado 
para si? Este significado é positivo ou negativo?», Se positivo «Porque o vê 
assim?» 
Amplificação da Narrativa Alternativa: Parte dos resultados únicos e 
procura valorizar a sua importância na construção da narrativa alternativa, 
proporcionando à pessoa/família uma experiência diferente de si próprio/a. 
«Qual é a história destas exceções? O que sugerem acerca de si/da família? O 
 
 
 
que indicam potencialmente acerva das suas/vossas capacidades? O que 
sugerem potencialmente acerca do vosso futuro?» 
Texto elaborado por Ana Catarina Dias - Psicoterapeuta 
 
Terapias Breves Centradas na Solução 
 
http://www.psicocentral.com/wp-content/uploads/2012/01/terapiapsicologica.jpg 
Indicada para: 
Esta abordagem é utilizada no âmbito da Terapia Familiar , que é 
indicada para as situações em que se pretende uma mudança no 
funcionamento da família, e que é desenvolvida em sessões conjuntas com 
vários elementos da família. É também utilizada no âmbito da Terapia 
Individual, que é indicada para as situações em que se pretende uma mudança 
individual. Neste contexto, outros elementos da família poderão estar 
presentes, funcionando como um apoio da pessoa acompanhada face ao 
problema, ou a pessoa acompanhada poderá apresentar-se para as sessões 
sozinha. 
 
 
 
 
Origens: 
As Terapias Breves Centradas na Solução contrastam com outras 
abordagens no sentido em que se centram não nos problemas que levaram a 
pessoa a procurar terapia mas antes nas soluções que gostaria de desenvolver 
e naquelas de que já dispõe. Assume que uma abordagem centrada no 
problema «desenvolve» o problema, e que uma abordagem centrada nas 
soluções «dissolve» o problema. Desenvolveu-se após a década de 80, a partir 
dos trabalhos de S. de Shazer e I. Kim, no Brief Family Therapy Center, nos 
EUA. 
Conceitos: 
Estas terapias são descritas como Breves no sentido em que defendem 
a realização de um número mínimo de sessões, com o maior intervalo possível 
de tempo e «nem uma sessão a mais do que o necessário». Esta brevidade 
assenta num modelo que assume que: 1) o trabalho sobre pequenas 
mudanças é suficiente para deixar a pessoa/famílianuma posição mais 
favorável; 2) a pessoa/família tem recursos e a capacidade de os utilizar; 3) a 
terapia deve abster-se de intervir sobre áreas não problemáticas - «se 
funciona, não repare»; 4) a terapia deve suportar o que já se tiver revelado 
produtivo para abordar as áreas problemáticas - «se funciona, continue»; 4) a 
terapia deve promover a mudança do que se tiver revelado improdutivo para 
abordar as áreas problemáticas - «se não funciona, faça outra coisa». 
São descritas como Centradas na Solução no sentido em que utilizam 
um discurso solucionista, que procura e enfatiza: 1) as soluções (as estratégias 
que já mostraram ser produtivas para lidar com o problema); 2) as exceções 
(os momentos em que o problema não acontece ou acontece com menor 
 
 
 
intensidade); 3) os recursos (os aspetos pessoais e sociais sobre os quais a 
pessoa/família se pode apoiar para resolver o problema); 4) os aspetos 
positivos (aquilo que a pessoa/família gostaria que não mudasse). Esta ênfase 
assenta num modelo que assume que é natural que a pessoa/família se queixe 
do problema, mas que as histórias contadas contém igualmente as soluções 
que já estão presentes na sua vida. O modelo defende ainda que os problemas 
são desenvolvidos pela atenção que se lhes dá, e dissolvidos pela atenção que 
se dá às soluções. 
Por exemplo, face a uma queixa de episódios de ansiedade, o 
terapeuta poderia perguntar sobre: 1) Soluções - «Que estratégias resultam 
para se acalmar?»; 2) Exceções - «Quais os momentos em que se sente 
descontraído?»; 3) Recursos - «O quê em si / quem à sua volta o ajuda a ficar 
mais calmo?»; 4) Aspetos Positivos - «O que gostava que não mudasse na sua 
vida?» 
 
Técnicas: 
A intervenção é de curto prazo, e focada no presente e no futuro. 
Promove-se a construção de uma visão do futuro desejado, e atende-se aos 
momentos do presente em que a pessoa está mais próxima desse futuro, e ao 
que é diferente nesses momentos. Algumas técnicas são: 
Prescrição Invariante: Questão sobre os aspetos positivos do presente. 
«Até à próxima sessão, observem-se de uma forma muito especial, de forma a 
que me possam falar acerca do que se passa na vossa família que desejariam 
ver continuar (não acerca do que vos corre mal)» 
 
 
 
Pergunta Milagre: Questão sobre as diferenças no futuro desejado. 
«Suponha que a nossa sessão acaba, vai para casa, e faz o que planeou para 
o resto do dia, e, à noite, vai deitar-se. Adormece e, durante o sono, acontece 
um milagre e o problema que o trouxe até cá fica resolvido. Como o milagre 
aconteceu durante a noite, quando você e todos os outros estavam a dormir, 
ninguém sabe que ele aconteceu. Na manhã seguinte, como vai começar a 
descobrir que o milagre aconteceu? (…) E que mais vai notar?» 
Escalas de Progresso, Motivação, Esperança: Procuram identificar 
diferenças relativas em questões relevantes. Por exemplo, «Numa escala de 0 
a 10 em que 10 representa a maneira como as coisas estão na manhã do 
milagre e 0 corresponde ao momento em que as coisas estiveram pior, onde 
está agora?» Ajudam também a identificar: 1) o futuro desejado - «Que grau da 
escala corresponderia a estar suficientemente bem? Em que grau da escala 
saberia que já não precisa destas sessões? Como seria um dia nesse grau da 
escala?»; 2) as exceções - «Num dia em que está no grau seguinte da escala, 
o que é diferente?»; 3) os recursos - «O que o está a impedir de descer para o 
grau anterior da escala?» 
Perguntas sobre Exceções: Visam descrever os momentos em que o 
problema não aconteceu ou aconteceu com menor intensidade, de forma a 
identificar quais as diferenças em termos das circunstâncias ou daquilo que a 
pessoa/família fez. 
Perguntas sobre Recursos: Visam identificar recursos pessoais e 
sociais sobre os quais a pessoa/família se pode apoiar para resolver o 
problema. 
 
 
 
 
Terapia de Coerência 
 
 
Procedimentos 
A Terapia da Coerência (anteriormente Depth Oriented Brief Therapy) 
foi desenvolvida por Bruce Ecker e Hulley Laurel (Ecker & Hulley, 1996), que 
estudaram Terapia Gestalt, Constructivista, Estratégica e Familiar-Sistémica. A 
Terapia da Coerência integra a terapia construtivista com a terapia experiencial 
e consiste em 4 fases. 
Começa pela identificação do sintoma: o terapeuta fica a conhecer os 
comportamentos específicos, humores, emoções, pensamentos e 
circunstâncias que o cliente quer mudar. O terapeuta pede ao cliente para 
reviver (não apenas recontar), uma situação recente em que ocorreu o 
 
 
 
problema, focalizando aspectos específicos da experiência (por ex. sentir, 
pensar, comportamento, etc.). 
Na segunda fase, de descoberta, o objetivo é descobrir a 
aprendizagem emocional subjacente, de acordo com o que exige o sintoma. 
Mais uma vez, o terapeuta promove o acesso a essa "verdade emocional do 
sintoma" de uma forma experiencial. Exemplos de técnicas muitas vezes 
utilizadas nesta fase são: 
Privação do Sintoma: o cliente visualiza como é viver e comportar-se 
sem o sintoma. Isso traz um desconforto que, quando surge plenamente, revela 
um sofrimento que é evitado pelo sintoma; 
Completar frases: por ex. um cliente sub-“realizado” é convidado a 
visualizar os seus pais e a dizer-lhes: "Parte de mim espera que quando vocês 
vêm que eu estou a falhar, vocês vão ..." Ele diz isso e as palavras que surgem 
para completá-lo são , "cuidar de mim, por uma vez." Muitas vezes o cliente vai 
trazer espontaneamente, associações ou lembranças de situações do início da 
sua vida em que a necessidade de adaptação dos sintomas é claramente mais 
reconhecível. O reviver dessas situações, ao invés de falar sobre elas, pode 
ser útil, para entender porque, o sofrimento que se espera na ausência do 
sintoma é muito pior que o sofrimento que o sintoma em si está a causar. 
Na terceira fase de integração, o objetivo é que a verdade emocional 
do sintoma se integre na consciência quotidiana do cliente. Técnicas nesta fase 
incluem: 
1.Afirmação explícita: O cliente é convidado pelo terapeuta para dar a 
voz à verdade emocional do sintoma. Por ex., o cliente acima descrito veria a 
imagem dos seus pais e dir-lhes-ia: "Espero que quando vocês vêm que eu 
 
 
 
estou falhar, cuidem de mim, finalmente. Se eu pareço bem, nunca cuidam de 
mim.” 
2. Cartões de bolso: o propósito subjacente do sintoma é escrito num 
cartão e dado ao cliente para leitura diária. 
3. Reconhecimento em tempo real: a ocorrência de sintomas, entre 
sessões é usada como um sinal para lembrar e re-experienciar a necessidade 
do sintoma. O resultado da integração das construções emocionais 
(aprendidas) exigindo o sintoma, é uma alteração na forma como o cliente 
experiência o problema. Em vez de ver o sintoma como patológico, estranho e 
fora de controle, o paciente ganha uma sensação de controle e propósito na 
sua produção. 
Na quarta fase, de transformação, a experiência da construção de 
sintomas está emparelhada com a experiência de alguns conhecimentos de 
vida incompatível. Esta justaposição visceralmente experienciada tem como 
resultado o fim permanente do sintoma . 
 
Enquadramento Teórico 
A Terapia da Coerência conceitua a mudança dentro de um quadro 
construtivista. O seu princípio central é a coerência do sintoma: "um sintoma ou 
problema é produzido por uma pessoa porque esta abriga ... [uma] construção 
inconsciente da realidade ... em que o sintoma é necessário, apesar do 
sofrimento ou dificuldade causados por tê-lo "(Ecker & Hulley, 2000). 
A fim de mudar uma construção que gera o sintoma ou o esquema 
emocional, esta construção tem de ser primeiro descobertae depois integrada 
para que o cliente realmente experiencie a necessidade de ter o sintoma. As 
 
 
 
construções-chave que compõem este esquema emocional, bem como a 
necessidade do sintoma estão, então, diretamente disponíveis para a 
mudança. Um processo natural de mudança que consiste numa justaposição 
experiencial foi descoberto por Ecker & Hulley (1996) ao examinar as sessões 
dos seus próprios clientes”. 
Eles descobriram que quando duas crenças emocionalmente vivas 
estão juntas na consciência, e ambas não podem ser verdade 
simultaneamente, a construção anterior é refutada e desaparece. Em artigos 
mais neurológicos este processo é referido como de potenciação (Ecker & 
Toomey, 2008). Esta é uma versão totalmente experiencial de um processo 
mais cognitivo descrito anteriormente na teoria de Festinger dissonância 
cognitiva (1957) e nas ideias de Piaget sobre o desenvolvimento cognitivo 
(1971). É importante notar que a mudança não é simplesmente cognitiva, tal 
como na reformulação racional ou no insight intelectual, mas uma revisão 
experiencial da realidade. (cf Ecker, 2002a) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
Texto completo Disponível no site: http://www.psicologos-
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