Principais Teóricos do Restauro

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PRINCIPAIS TEÓRICOS DO RESTAURO 
CAMILLO BOITO (1836 – 1914) 
 
ENGENHEIRO, ARQUITETO, 
PROFESSOR E 
HISTORIADOR DE ARTE 
 
RESTAURO FILOLÓGICO: 
SÍNTESE DE TEORIAS 
ANTERIORES DE VIOLLET-
LE-DUC E RUSKIN 
CAMILLO BOITO (1836 – 1914) 
 
PREGAVA O FIM DO “FALSO-HISTÓRICO” E A 
DESTRUIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES. DIFERENCIAÇÃO ENTRE 
O ANTIGO E O NOVO E O PRINCÍPIO DA MÍNIMA 
INTERVENÇÃO 
 
 
PARTICIPA DE CONGRESSOS DE ARQUITETOS E 
ENGENHEIROS REUNIDOS EM MILÃO E ROMA ENTRE 
1789 A 1886 ONDE PROPÕE CRITÉRIOS A SEREM 
ADOTADOS PELO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO ITALIANO 
CAMILLO BOITO (1836 – 1914) 
 OS RESTAURADORES, 1884 
 
“Para bem restaurar é necessário amar e entender o 
monumento, seja uma estátua, um quadro ou um 
edifício” 
 
“É necessário fazer o impossível, é necessário fazer 
milagres para conservar no monumento o seu velho 
aspecto artístico e pitoresco;” 
 
 “É necessário que os completamentos, se indispensáveis, 
e as adições, se não podem ser evitadas, demonstrem 
não ser obras antigas, mas obras de hoje.” 
CAMILLO BOITO (1836 – 1914) 
 CONCEITOS: 
 
RESPEITAR AS VÁRIAS FASES DO MONUMENTO; 
 
ÊNFASE NO VALOR DOCUMENTAL: EVITAR 
ACRÉSCIMOS E RENOVAÇÕES; 
 
SE NECESSÁRIOS, CARÁTER DIVERSO DO ORIGINAL, 
MAS NÃO DESTOAR: HARMONIA; 
 
OBRAS DE CONSOLIDAÇÃO: LIMITAR-SE AO 
ESTRITAMENTE NECESSÁRIO 
CAMILLO BOITO (1836 – 1914) 
 CONCEITOS: 
 
REGISTRAR E DOCUMENTAR AS OBRAS- DATA DA 
INTERVENÇÃO; 
 
OPÕE-SE À APROPRIAÇÃO ACRÍTICA DOS ESTILOS 
PASSADOS; 
 
ALERTA QUE A CONSERVAÇÃO É OBRIGAÇÃO DE 
TODOS: GOVERNO, TODA A SOCIEDADE. 
CAMILLO BOITO (1836 – 1914) 
 CONTRIBUIÇÕES: 
 
DIFERENCIA A RESTAURAÇÃO DA CONSERVAÇÃO 
 
IMPORTÂNCIA DA CONSERVAÇÃO E DA INTERVENÇÃO 
MÍNIMA 
 
HONESTIDADE (AUTENTICIDADE) NA INTERVENÇÃO 
PARA EVITAR FALSO HISTÓRICO 
 
TEORIA INCORPORADA A LEIS DO PATRIMÔNIO E 
CARTAS INTERNACIONAIS 
CAMILLO BOITO (1836 – 1914) 
 CONTRIBUIÇÕES: 
 
ESCRÚPULO EM RELAÇÃO DOCUMENTOS HISTÓRICOS 
 
INSERIR NOVOS ELEMENTOS ATRAVÉS DA 
DISTINGUIBILIDADE. 
 
NOTORIEDADE VISUAL DAS AÇÕES REALIZADAS 
 
TRATAR CADA CASO COMO ÚNICO 
ALOIS RIEGL (1858-1905) 
 
HISTORIADOR DE ARTE, 
FILÓSOFO, JURISTA 
RINGSTRASS EM VIENA 
 
PRESIDENTE DA COMISSÃO 
DE MONUMENTOS 
HISTÓRICOS DA ÁUSTRIA 
EM 1902 
 
ELABOROU UMA NOVA 
LEGISLAÇÃO 
SOBRE A CONSERVAÇÃO DO 
PATRIMÔNIO 
ALOIS RIEGL (1858-1905) 
 O CULTO MODERNO DOS MONUMENTOS, 1903: 
 
PARTE DE UM PROJETO DE ORGANIZAÇÃO 
LEGISLATIVA PARA A PRESERVAÇÃO NA ÁUSTRIA 
 
AS PROPOSTAS DE RIEGL TENDIAM A SE DISTANCIAR 
DA DISCUSSÃO SOBRE MONUMENTOS HISTÓRICOS 
PAUTADA APENAS EM QUESTÕES HISTÓRICO-
ARTÍSTICAS, COMO PREVALECERA ATÉ ENTÃO, 
PASSANDO A CONSIDERAR TAMBÉM AS FORMAS DE 
RECEPÇÃO E DE FRUIÇÃO DOS MONUMENTOS, 
ATRAVÉS DOS “VALORES”. 
 
ALOIS RIEGL (1858-1905) 
 VALORES/SENTIDOS ATRIBUÍDOS: 
 
DE REMEMORAÇÃO OU HISTÓRICOS: PARA A 
MEMÓRIA, PARA A HISTÓRIA, HISTÓRIA DA ARTE E DE 
ANCIENIDADE. 
 
INTENCIONAIS: PRÓPRIAS DA ANTIGUIDADE E DA 
IDADE MÉDIA, TEM FUNÇÃO PROSPECTIVA 
 
NÃO INTENCIONAIS: SEU SIGNIFICADO NÃO 
PROVÊM DE SUA DESTINAÇÃO ORIGINAL, MAS DAS 
ATRIBUIÇÕES FEITAS PELO SUJEITO MODERNO 
 
ALOIS RIEGL (1858-1905) 
 VALORES/SENTIDOS ATRIBUÍDOS: 
 
DE REMEMORAÇÃO OU HISTÓRICOS: 
 
VALOR DE ANTIGUIDADE: REPRESENTA O ASPECTO 
NÃO MODERNO DO MONUMENTO, VISTO COMO UM 
ORGANISMO NATURAL QUE TRAZ EM SI AS MARCAS DO 
DESGASTE PROVOCADO PELO TEMPO E PELAS FORÇAS DA 
NATUREZA 
 
RIEGL OBSERVA QUE ESTE SE TORNARIA O VALOR 
PREPONDERANTE DO MONUMENTO HISTÓRICO NO SÉC. 
XX, DEVIDO À SUA APRECIAÇÃO PELAS MASSAS 
ALOIS RIEGL (1858-1905) 
 VALORES/SENTIDOS ATRIBUÍDOS: 
 
DE REMEMORAÇÃO OU HISTÓRICOS: 
 
VALOR HISTÓRICO: O MONUMETO É TESTEMUNHO DE 
UMA ÉPOCA, DE UM ESTÁGIO DA EVOLUÇÃO HUMANA 
QUE PERTENCE AO PASSADO. É PORTADOR DE UM VALOR 
DOCUMENTAL E DEVE SER O MAIS FIEL POSSÍVEL AO 
ASPECTO ORIGINAL QUE LHE FOI DADO NO MOMENTO DA 
CRIAÇÃO 
 
DEVE SER PRESERVADO DE MANEIRA PREVENTIVA, NÃO 
INTERESSANDO A OBSERVAÇÃO DOS VESTÍGIOS DEIXADOS 
PELO TEMPO E PELAS INTEMPÉRIES 
ALOIS RIEGL (1858-1905) 
 VALORES/SENTIDOS ATRIBUÍDOS: 
 
DE REMEMORAÇÃO OU HISTÓRICOS: 
 
VALOR VOLITIVO DA MEMÓRIA: LIGAÇÃO COM O 
PRESENTE 
O VALOR INTENCIONAL DE COMEMORAÇÃO TEM ESTE 
OBJETIVO DESDE O INÍCIO, OU SEJA, O OBJETIVO DE, DESDE 
A CONSTRUÇÃO DO MONUMENTO, NUNCA DEIXAR, 
DE CERTA FORMA, QUE UM MOMENTO FAÇA PARTE DO 
PASSADO, PERMITINDO QUE PERMANEÇA NA 
CONSCIÊNCIA DAS GERAÇÕES FUTURAS, SEMPRE PRESENTE 
E VIVO 
ALOIS RIEGL (1858-1905) 
 VALORES/SENTIDOS ATRIBUÍDOS: 
 
DE CONTEMPORANEIDADE/ATUALIDADE: ARTÍSTICO, 
DE NOVIDADE OU USO 
 
VALOR UTLITÁRIO OU DE USO: ABRANGE OS 
ASPECTOS FUNCIONAIS E O USO PRAGMÁTICO DO 
MONUMENTO PARA FINS PRAGMÁTICOS 
 
COFLITOS FREQUENTES COM O VALOR DE ANTIGUIDADE 
 
ALOIS RIEGL (1858-1905) 
 VALORES/SENTIDOS ATRIBUÍDOS: 
 
DE CONTEMPORANEIDADE/ATUALIDADE: ARTÍSTICO, 
DE NOVIDADE OU USO 
 
VALOR UTLITÁRIO OU DE USO: A SUPRESSÃO DO USO 
DO MONUMENTO NÃO LHE SERIA BENÉFICA 
 
“(...) uma parte essencial da dinâmica das 
forças naturais, cuja percepção depende do culto de 
antiguidade, ficaria irremediavelmente perdida com a 
supressão da utilidade do monumento” 
(RIEGL, 2014, p.67-68) 
ALOIS RIEGL (1858-1905) 
 VALORES/SENTIDOS ATRIBUÍDOS: 
 
DE CONTEMPORANEIDADE/ATUALIDADE: ARTÍSTICO, 
DE NOVIDADE OU USO 
 
VALOR DE ARTE: TODO MONUMENTO POSSUI UM 
VALOR DE ARTE 
 VALOR DE NOVIDADE: VOLTADO PARA A 
 VALORIZAÇÃO DA INTEGRIDADE FORMAL DO 
 MONUMENTO 
 
 VALOR DE ARTE RELATIVO: APRECIAÇÃO 
 PURAMENTE ESTÉTICA DO TESTEMUNHO 
 DO PASSADO 
 
ALOIS RIEGL (1858-1905) 
 SUA PROPOSTA DE LEI É BASEADA ESSENCIALMENTE NO 
RESPEITO PELO VALOR DE “ANTIGUIDADE”: 
 
“A futura tutela dos monumentos deve ser baseada no 
culto do valor de antigo, que se manifesta com a 
existência dos traços de antiguidade. A maior 
preocupação da futura tutela dos monumentos deve ser 
voltada para a conservação desses traços e, por isso, 
devem cair inevitavelmente os postulados da 
originalidade e da unidade estilística, ligados ao culto do 
valor histórico e do valor de novidade, que objetivam, 
ambos, à sua eliminação *dos traços de antiguidade+”. 
ALOIS RIEGL (1858-1905) 
 CONTRIBUIÇÕES: 
 
CONTRAPÕE-SE ÀS POLÍTICAS DE PRESERVAÇÃO QUE 
SE VOLTAVAM APENAS AOS OBJETOS DE EXCEPCIONAL 
RELEVÂNCIA HISTÓRICA E ARTÍSTICA. TODO O QUE 
TÊM EXISTIDO CONSTITUI UM ELO IMPRESCINDÍVEL 
DE UMA CADEIA EVOLUTIVA 
 
CONCEITO DE VALOR: SÓ SE CONSERVA O QUE SE 
VALORIZA 
 
DIFERENCIA O ANTIGO E O MODERNO: VALOR 
HISTÓRICO É O QUE JÁ FOI E JÁ NÃO É MAIS 
 
 
ALOIS RIEGL (1858-1905) 
 CONTRIBUIÇÕES: 
CONCEITO DE CONTEMPORANEIDADE DO VALOR 
ARTÍSTICO 
 
UTILIZA MEIOS INOVADORES TANTO PARA A TEORIA 
QUANTO PARA A PRÁTICA DA PRESERVAÇÃO DOS 
MONUMENTOS HISTÓRICOS AO ABARCAR ASPECTOS 
NORMATIVOS (NO CASO, NA ÁUSTRIA) E ANALISAR DE 
MODO AGUDO O PAPEL DOS MONUMENTOS 
HISTÓRICOS E SUAS FORMAS DE APREENSÃO POR 
UMA DADA SOCIEDADE 
 
PRESERVAÇÃO COMO ATO DE CULTURA. 
GUSTAVO GIOVANNONI (1874-1947 ) 
 
ARQUITETO, 
ENGENHEIRO CIVIL, 
HISTÓRICO, URBANISTA E 
CRÍTICO DE 
ARQUITETURA 
 
SEGUIDOR DA TEORIA DE 
BOITO E FAVORÁVEL AO 
ACADEMICISMO 
GUSTAVO GIOVANNONI (1874-1947 ) 
 RELACIONADO AOS ARQUITETOS OFICIAIS DO FASCISMO 
 
PARTICIPA DA CONFERÊNCIA DA RESTAURAÇÃO QUE REDIGE A 
CARTA DE ATENAS- 1931 
 
INSERE CONCEITOS DE AMBIÊNCIA PARA O ENTORNO DOS 
MONUMENTOS E DA ARQUITETURA MENOR PARA OS CONTEXTOS 
URBANOS E ARQUITETURAS POPULARES 
 
PROPÕE QUE AS NOVAS INTERVENÇÕES SEJAM NEUTRAS COM 
RELAÇÕES A CONTEXTOS URBANOS E TENHAM ANALOGIAS COM 
AS PREEXISTÊNCIAS 
 
DEFENDE ORESPEITO AOS VALORES ARTÍSTICOS DE TODAS AS 
ÉPOCAS 
 
 
GUSTAVO GIOVANNONI (1874-1947 ) 
 VECCHIE CITTÀ ED EDILIZIA NUOVA, TORINO, UTET, 1931 
 
ALÉM DO EDIFÍCIO, O SEU ENTORNO URBANO TEM UMA 
IMPORTÂNCIA SIGNIFICATIVA, DEVENDO SER 
CONSERVADO A TODO CUSTO. 
 
A CONDIÇÃO EXTERNA DE UM MONUMENTO PODE TER 
TANTA IMPORTÂNCIA QUE A INTERNA... 
 
 
GUSTAVO GIOVANNONI (1874-1947 ) 
 CLASSIFICAÇÃO SISTEMÁTICA DOS CASOS DE RESTAURO: 
 
CONSOLIDAÇÃO: MEIOS MODERNOS PARA DAR 
SOLIDEZ 
 
RECOMPOSIÇÃO: ANASTILOSE – ELEMENTOS 
RETORNAM ÀS POSIÇÕES INICIAIS 
 
LIBERAÇÃO: RETIRADA DE MASSAS AMORFAS 
 
COMPLETAMENTO OU RENOVAÇÃO: ACRÉSCIMOS 
MODERNOS, NEUTROS 
 
GUSTAVO GIOVANNONI (1874-1947 ) 
 CONTRIBUIÇÕES: 
AMPLIA O CONCEITO DO PATRIMÔNIO PARA O 
CONTEXTO URBANO E TERRITORIAL 
 
PRIMEIRO URBANISTA DO SÉCULO XX COM 
PREOCUPAÇÕES DA CIDADE ANTIGA 
 
ESTABELECE AS BASES PARA AS POLÍTICAS DE ÁREAS 
PROTEGIDAS; 
 
DISTINGUE MONUMENTOS MORTOS – CARÁTER 
ARQUEOLÓGICO DOS MONUMENTOS VIVOS- 
PASSÍVEL DE USO- MÍNIMA INTERVENÇÃO; 
 
PROCESSO DE MUDANÇA DAS TEORIAS DA 
RESTAURAÇÃO 
 SEC. XIX E INÍCIO SÉCULO XX: 
 
PREVALECIA BUSCA DE ESTADO COMPLETO COM VISÃO 
IDEALIZADA DA PRÓPRIA HISTÓRIA DA ARTE 
 
SACRIFÍCIO DE VÁRIAS FASES DA PASSAGEM DA OBRA NO 
DECORRER DO TEMPO 
 
SUBSTITUIÇÕES E ALTERAÇÕES MACIÇAS 
 
PROCESSO DE MUDANÇA DAS TEORIAS DA 
RESTAURAÇÃO 
 
CIDADE DE CARCASSONNE 
RESTAURAÇÃO DE VIOLLET-LE-DUC 
 
PROCESSO DE MUDANÇA DAS TEORIAS DA 
RESTAURAÇÃO 
 
CASTELO DE PIERREFONDS 
RESTAURAÇÃO DE VIOLLET-LE-DUC 
 
PROCESSO DE MUDANÇA DAS TEORIAS DA 
RESTAURAÇÃO 
 CONTEXTO: DÉCADA DE 1950 E 1960 
 
RECONSTRUÇÃO DAS CIDADES HISTÓRICAS DEPOIS DA 2ª GUERRA 
MUNDIAL 
 
CRISE DA ARQUITETURA MODERNA 
 
ARQUITETURA PÓS- MODERNA- IMITAÇÃO COMO PARTE DO 
PROCESSO DE CRIAÇÃO 
 
TEORIAS DE BOITO E DE GIOVANONNI APLICADAS DE FORMA 
DOUTRINÁRIA, MUITAS VEZES SEM CRÍTICA (SIGNIFICADO 
SOCIAL/SIMBÓLICO ?) 
 
PROCESSO DE MUDANÇA DAS TEORIAS DA 
RESTAURAÇÃO 
 
PRAÇA DO CASTELO 
VARSÓVIA 
 
PROCESSO DE MUDANÇA DAS TEORIAS DA 
RESTAURAÇÃO 
 
IGREJA DA MEMÓRIA - BERLIM 
Kaiser Wilhelm Memorial Church 
CESARE BRANDI (1906-1988 ) 
 TEORIA DA RESTAURAÇÃO (1963) 
 
DEFINIÇÃO: 
 
RESTAURAÇÃO É O PRIMEIRO MOMENTO 
METODOLÓGICO DE RECONHECIMENTO DA OBRA DE 
ARTE EM SUA CONSISTÊNCIA FÍSICA E NA DUPLA 
POLARIDADE ESTÉTICA E HISTÓRICA EM ORDEM A SUA 
TRANSMISSÃO AO FUTURO. 
 
ARQUITETURA É OBRA DE ARTE. 
RESTAURAÇÃO ≠ REPARAÇÃO 
(ATO CRÍTICO) 
 
CESARE BRANDI (1906-1988 ) 
 A QUALIDADE DO RESTAURO DEPENDE DIRETAMENTE DO 
JUÍZO CRÍTICO DA ARTISTICIDADE DO OBJETO SOBRE O 
QUAL INCIDE. 
 
» Para Brandi - e este princípio é aplicável à arquitetura 
ou a qualquer outra arte -, quando deparamos com uma 
obra de arte, o seu lado funcional não representa mais 
do que um lado concomitante ou secundário, face a 
outros aspectos tomados como primordiais, respeitantes 
a essa obra enquanto obra de arte. 
CESARE BRANDI (1906-1988 ) 
 MÁXIMAS: 
SÓ DEVE SE RESTAURAR A MATÉRIA DA OBRA DE ARTE 
 
A RESTAURAÇÃO DEVE RECUPERAR A UNIDADE POTENCIAL 
DA OBRA DE ARTE SEMPRE QUE SEJA POSSÍVEL SEM 
COMETER FALSIFICAÇÕES ARTÍSTICAS OU HISTÓRICAS E 
SEM APAGAR O TRANSCURSO DA OBRA ATRAVÉS DO 
TEMPO; 
 
NÃO SE PODE ENTENDER A OBRA DE ARTE DESVINCULADA 
DO TEMPO HISTÓRICO, NEM O DOCUMENTO HISTÓRICO 
COMO ALGO DESTITUÍDO DE UMA CONFORMAÇÃO; 
RESTAURAÇÃO: VINCULAR-SE ÀS CIÊNCIAS E ABANDONAR 
O MÉTODO EMPÍRICO. 
CESARE BRANDI (1906-1988 ) 
 
Distinção harmoniosa, sutil -> 
“Invisível” a distância 
 
Obra de arte: possui uma 
UNIDADE, mesmo fisicamente 
desintegrada. Não é um total : 
somatório de partes, e sim 
uma totalidade (conjunto) 
deverá continuar existindo 
potencialmente como um 
todo. 
CESARE BRANDI (1906-1988 ) 
 ADIÇÕES E RECOMPOSIÇÕES 
ADIÇÃO : NOVO TESTEMUNHO DO FAZER HUMANO E DO 
TRÂNSITO DA OBRA DE ARTE NO TEMPO; 
PRESERVAÇÃO DAS ADIÇÕES: ATO REGULAR; REMOÇÃO: 
EXCEPCIONAL. 
PÁTINA: TESTEMUNHO DO TEMPO TRANSCORRIDO: DEVE SER 
MANTIDA 
 
ÊNFASE DA TEORIA 
CARÁTER MULTIDISCIPLINAR; JAMAIS INDIVIDUAL E 
ARBITRÁRIO DO RESTAURO; 
VINCULAR O RESTAURO AO PENSAMENTO CRÍTICO E ÀS 
CIÊNCIAS EM CONTRAPOSIÇÃO AO EMPIRISMO; 
CESARE BRANDI (1906-1988 ) 
 RESTAURAÇÃO CRÍTICA 
 
A INTERVENÇÃO DEVE SER SEMPRE RECONHECÍVEL E 
REVERSÍVEL, E CADA RESTAURAÇÃO DEVE SER TRATADA 
COMO UM CASO À PARTE. 
 
A RESTAURAÇÃO DEVE VISAR AO RESTABELECIMENTO DA 
UNIDADE POTENCIAL DA OBRA DE ARTE, DESDE QUE 
ISSO SEJA POSSÍVEL SEM COMETER UM FALSO ARTÍSTICO 
OU UM FALSO HISTÓRICO, E SEM CANCELAR NENHUM 
TRAÇO DA PASSAGEM DA OBRA NO TEMPO. 
CESARE BRANDI (1906-1988 ) 
 A RESTAURAÇÃO DEVE TER EM VISTA PRINCÍPIOS 
FUNDAMENTAIS, PENSADOS DE FORMA CONCOMITANTE 
E NÃO EXCLUDENTE: 
 
 • DISTINGUIBILIDADE: POIS A RESTAURAÇÃO (QUE É 
VINCULADA ÀS CIÊNCIAS HISTÓRICAS) NÃO PROPÕE O 
TEMPO COMO REVERSÍVEL E NÃO PODE INDUZIR O 
OBSERVADOR AO ENGANO DE CONFUNDIR A 
INTERVENÇÃO OU EVENTUAIS ACRÉSCIMOS COM O QUE 
EXISTIA ANTERIORMENTE, ALÉM DE DEVER 
DOCUMENTAR A SI PRÓPRIA. 
 
CESARE BRANDI (1906-1988 ) 
 
• REVERSIBILIDADE OU RE-TRABALHABILIDADE: POIS A 
RESTAURAÇÃO NÃO DEVE IMPEDIR, TEM, ANTES, DE 
FACILITAR QUALQUER INTERVENÇÃO FUTURA; 
PORTANTO, NÃO PODE ALTERAR A OBRA EM SUA 
SUBSTÂNCIA, DEVENDO-SE INSERIR COM PROPRIEDADE E 
DE MODO RESPEITOSO EM RELAÇÃO AO PREEXISTENTE. 
 
• MÍNIMA INTERVENÇÃO: POIS A RESTAURAÇÃO NÃO 
PODE DESNATURAR O DOCUMENTO HISTÓRICO NEM A 
OBRA COMO IMAGEM FIGURADA 
TEORIA DE CESARE BRANDI NÃO É UMA SIMPLES 
COLETÂNEA DE TEXTOS QUE CONFORMAM UM MANUAL 
PRÁTICO DE RESTAURAÇÃO. TRATA-SE DE UMA 
CONSISTENTE CONCEPÇÃO E FORMULAÇÃO DO 
RESTAURO, QUE OFERECE UMA UNIDADE DE MÉTODO E 
DE CONCEITOS PARA GUIAR A ATIVIDADE PRÁTICA DE 
RESTAURO. 
 
EXISTEM CORRENTES NÃO-BRANDIANAS (E ATÉ MESMO 
ANTIBRANDIANAS), MAS ISSO NÃO SIGNIFICA 
SUPERAÇÃO DO PENSAMENTO BRANDIANO; NO 
MÁXIMO, DISCORDÂNCIA E PLURALIDADE. 
1)Autenticidade/ Legibilidade; 
2)Multidisciplinaridade de equipe; 
3)Importância da execução por profissional; 
4)Preferência ou semelhança por técnica tradicional; 
5)Compatibilidade ; 
6)Distinção harmoniosa; 
7)Intervenção mínima; 
8)Reversibilidade; 
9)Caráter didático; 
10)Importância do registro e estudo prévio; 
11)Importância da manutenção e da documentação; 
12)Durabilidade. 
13)Caráter único a ser analisado de modo singular 
PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES FUNDAMENTAIS HOJE: