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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA INSTRUMENTOS DE MEDIDA TOLEDO/PR 2014 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA MATHEUS ALLAN MAIOR MATHEUS PIASECKI PEDRO VINICIUS DE SIQUEIRA THIAGO HENRIQUE JORIS INSTRUMENTOS DE MEDIDA TOLEDO/PR 2014 Relatório entregue como requisito parcial de avaliação da disciplina de Laboratório de Engenharia Química I do curso de Engenharia Química da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus Toledo. Prof. Drª. Veronice Slusarski Santana. i RESUMO A prática laboratorial teve como objetivo visualizar o funcionamento e testar a calibração de alguns instrumentos de medida de temperatura, vazão e pressão utilizados na indústria. Para a medida da temperatura, utilizou-se um banho termostático para verificar a calibração de um termopar, um termômetro digital, um termômetro analógico e um termômetro de mercúrio. Plotando-se curvas de calibração, percebeu-se que o termopar apresentou medidas mais exatas dentre os quatro, uma vez que apresentou coeficiente angular da curva de calibração igual a 1,00714 ±1,68%. Para a medida da pressão, utilizou-se o manômetro de tubo em U de mercúrio e o manômetro de Bourdon, ajustando- se a pressão desejada no manômetro de Bourdon e verificando-se a diferença de altura observada no manômetro de mercúrio. Plotou-se a curva de calibração, verificando-se que a curva apresentou coeficiente angular de 0,96531 ±15,8%, indicando que o instrumento possui exatidão aceitável, apesar da incerteza considerável devido à baixa precisão na medida do manômetro de Bourdon. Para a medida da vazão, utilizou-se o rotâmetro, além de se determinar a vazão pelo método direto, coletando-se certa massa de água em um intervalo de tempo. Montada a curva de calibração, averiguou-se um coeficiente angular de 1,0112 ±1,2%, indicando a calibração do instrumento. Concluiu-se, então, que os objetivos foram atingidos com sucesso, tomando-se conhecimento dos instrumentos de medida e de sua calibração. ii ÍNDICE LISTA DE FIGURAS .............................................................................................. iii LISTA DE TABELAS .............................................................................................. iv NOMENCLATURA .................................................................................................. v 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 1 2.1 Vazão ............................................................................................................ 1 2.2 Pressão ......................................................................................................... 2 2.3 Temperatura .................................................................................................. 4 3. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................... 8 3.1 Instrumentos de medida de vazão ................................................................ 8 3.1.1 Materiais empregados ............................................................................ 8 3.1.2 Metodologia aplicada .............................................................................. 8 3.2 Instrumentos de medida de pressão ............................................................. 9 3.2.1 Materiais empregados ............................................................................ 9 3.2.2 Metodologia aplicada .............................................................................. 9 3.3 Instrumentos de medida de temperatura ....................................................... 9 3.3.1 Materiais empregados ............................................................................ 9 3.3.2 Metodologia aplicada .............................................................................. 9 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 10 4.1 Instrumentos de medida de vazão .............................................................. 10 4.2 Instrumentos de medida de pressão ........................................................... 12 4.3 Instrumentos de medida de temperatura ..................................................... 13 5. CONCLUSÃO .................................................................................................... 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 17 iii LISTA DE FIGURAS Figura 1: Esquema representativo de um rotâmetro (SILVA, 2014). .................. 2 Figura 2: Componentes de um manômetro de Bourdon (FRANÇA, 2007). ....... 3 Figura 3: Manômetro em U (FRANÇA, 2007)..................................................... 4 Figura 4: Termômetro de mercúrio, um exemplo de termômetro de líquido (BARROSO, 2011) ............................................................................................. 5 Figura 5: Exemplo de termômetro digital (BARROSO, 2011)............................. 6 Figura 6: Princípio de funcionamento de um termômetro bimetálico (BARROSO, 2011). ............................................................................................ 7 Figura 7: Termopar digital (BARROSO, 2011). .................................................. 7 Figura 8: Módulo experimental para determinação da pressão e da vazão. ...... 8 Figura 9: Curva de calibração para instrumentos de vazão. ............................ 11 Figura 10: Curva de calibração para instrumentos de pressão. ....................... 13 Figura 11: Temperatura do banho termostático em função do tempo .............. 14 Figura 12: Curvas de calibração para os instrumentos de temperatura ........... 15 iv LISTA DE TABELAS Tabela 1: Dados experimentais obtidos para diferentes vazões ........................... 11 Tabela 2: Valores de vazão volumétrica determinados pelo método direto .......... 12 Tabela 3: Dados experimentais obtidos para diferentes pressões ........................ 13 Tabela 4: Dados experimentais obtidos para diferentes temperaturas ................. 15 Tabela 5: Equações das retas e coeficientes de determinação para os ajustes lineares de temperatura ........................................................................................ 16 v NOMENCLATURA Símbolo Descrição/Unidade Letras latinas P Pressão (Pa) T Temperatura (K) Qv Vazão volumétrica (m³/s)m Massa (kg) t Tempo (s) Letras gregas ρ Densidade (kg/m³) 1 1. INTRODUÇÃO Os processos industriais requerem controle na fabricação dos seus produtos e em todos os seus processos é necessário controlar e manter constantes algumas variáveis, como pressão, vazão, temperatura, pH, condutividade, entre outros. Os instrumentos de medição e controle permitem manter constantes as variáveis de um processo, objetivando a melhoria em qualidade, o aumento em quantidade do produto e a segurança (SOUZA, 2003). Considerando o citado acima, para a garantia da segurança nas medições é indispensável que os aparelhos e instrumentos estejam devidamente calibrados. A má calibração de instrumentos de medida pode ter graves consequências para a indústria, indo desde o mal funcionamento de equipamentos até acidentes graves que venham a ferir os operários e danificar os equipamentos. A prática teve por objetivo conhecer-se alguns dos instrumentos de medida de temperatura (termopar, termômetro digital, termômetro analógico e termômetro de mercúrio), de pressão (manômetro de Bourdon) e de vazão (rotâmetro) e averiguar-se a sua calibração, com a finalidade de analisar se os mesmos estão aferidos e correspondentes aos valores padrões utilizados. Também tem-se como objetivo identificar-se as consequências da má calibração dos referidos instrumentos. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Na resolução de problemas de engenharia, teoria e experimentação se complementam. O método experimental requer uso intensivo de instrumentos. Assim, é necessário que o engenheiro conheça as técnicas de medição, os instrumentos, a forma adequada de aplicá-los em seus aparatos experimentais e técnicas de processamento dos dados obtidos. Além disso, para construir o aparato experimental e realizar um experimento de forma eficiente o engenheiro deve conhecer os princípios básicos de funcionamento de uma larga gama de instrumentos (FRANÇA, 2007). Os instrumentos podem ser classificados segundo o tipo de sinais produzidos ou manipulados em: analógicos e digitais. Um sinal analógico é um tipo de sinal contínuo que varia em função do tempo. São sinais lidos de forma direta sem passar por qualquer decodificação complexa. Já o sinal digital é formado de valores discretos no tempo e na amplitude, sendo determinado em um instante de tempo assumindo um valor finito (LEITE, 2002). 2.1. Vazão. Em hidráulica ou em mecânica dos fluidos, define-se vazão como a relação entre o volume e o tempo. A vazão pode ser determinada a partir do escoamento de um fluido através de determinada seção transversal de um 2 conduto livre (canal, rio ou tubulação aberta) ou de um conduto forçado (tubulação com pressão positiva ou negativa). Por representar a quantidade de volume que escoa em um certo tempo, as unidades adotadas são m³/s, m³/h, L/h ou o L/s (FRANÇA, 2007). Entre os aparelhos medidores de vazão têm-se os rotâmetros (Figura 1), que são largamente utilizados nas indústrias pelo fato de serem equipamentos de leitura direta, ou seja, é feita a medida de vazão apenas observando a escala embutida no equipamento. Esse instrumento é constituído por um tubo vagamente cônico, com o diâmetro menor do lado de baixo, o qual possui um flutuador ou boia, que se move livremente na vertical conforme se aumenta ou diminui o fluxo de fluido. Através dessa movimentação, juntamente com a escala anexada ao tubo, é feita a medida da vazão referente à determinada tubulação. A densidade do flutuador deve ser superior ao do fluido, permitindo assim, seu deslocamento (PERRY, 2008). Figura 1: Esquema representativo de um rotâmetro (SILVA, 2014). Estes medidores são muito adequados para baixas vazões, onde apresentam uma excelente relação entre desempenho e custo. Não são afetados por variações do perfil de velocidade na entrada, não necessitando, portanto, de trechos retos à montante (FRANÇA, 2007). 2.2. Pressão. Pressão é a força normal exercida em um corpo por unidade de área, usualmente, exprime-se pressão em termos das unidades de força e área ou mediante a altura de uma coluna de líquido em cuja base esteja sendo aplicada a mesma pressão. A pressão do fluido é transmitida com igual intensidade em todas as direções e age perpendicular a qualquer plano. Existe pressão em 3 cada ponto de um fluido ou corpo, e a definimos como sendo a força normal aplicada em uma determinada área que ela atua. O Princípio de Pascal mostra que a pressão, num ponto de um fluido em repouso, é a mesma em qualquer direção. Sendo assim, a pressão estática é uma grandeza escalar, pois possui valor numérico e atua de forma igualitária em qualquer direção. A unidade fundamental do SI para pressão é Newton por metro quadrado (N/m²), que se denomina Pascal (Pa), equivalendo 1Pa a 1N/m². Outras unidades comumente utilizadas são bar, atm, psi, lb/in², mmHg ou cmHg. De modo que algumas vezes, podem-se fazer as conversões de força e de área para obter as unidades desejadas (SEARS, 2009). A medida de pressão é feita através de manômetros. A pressão manométrica é o resultado da diferença da pressão de interesse e a pressão do ambiente no qual o instrumento se encontra (ou ainda chamada pressão efetiva ou pressão relativa). Existem três categorias de medidores de pressão. A primeira é a dos manômetros em que a medição de pressão se faz por equilíbrio com uma coluna de líquido de densidade conhecida. Também há os manômetros em que a medição de pressão se faz equilibrando a força produzida sobre uma área conhecida, com uma força mensurável (manômetros de tubo em U). Ainda há os manômetros em que a medição de pressão se faz por equilíbrio da força produzida numa área conhecida com a tensão atuante num meio elástico (Figura 2). Este é conhecido como manômetro de Bourdon (SMITH et al., 2000). Figura 2: Componentes de um manômetro de Bourdon (FRANÇA, 2007). O manômetro Bourdon (ou de tubo Bourdon) é um instrumento de medida de pressão muito comum. É utilizado em processos industriais, em equipamentos do comércio, em hospitais e mesmo em alguns equipamentos residenciais. O manômetro Bourdon é construído com um tubo de secção transversal elíptica, curvado de tal forma que uma das extremidades está conectada à fonte de pressão e a outra ao ponteiro indicador de pressão. O fluído que exerce a pressão enche o tubo e exerce forças. A força aplicada no anel externo é maior que no anel interno (a área é superior à do anel interno), 4 fazendo com que o tubo se expanda para fora. Este movimento é transmitido ao ponteiro indicador de pressão (FRANÇA, 2007). Outro manômetro de grande utilização e também o mais simples de todos é o Manômetro de Tubo em U, ilustrado na Figura 3. Figura 3: Manômetro em U (FRANÇA, 2007). O aparelho é construído basicamente em um tubo reto em forma de “U” preenchido com fluido manométrico até a sua metade, sendo que as extremidades deste tubo devem estar abertas para a atmosfera. Seu princípio de funcionamento consiste na aplicação de pressão num de seus ramos o que fará o líquido descer por este ramo e subir no outro. Na condição de repouso (sem aplicação de pressão) como ambos abertos para a atmosfera a força atua nas superfícies consideradas como niveladas e simultaneamente referenciadas ao zero da escala. A pressão indicada é mostrada pela diferença de altura em função do movimento do fluido nos dois ramos e lida através de uma escala graduada, sendo que seu valor numérico é igual ao das leiturasacima e abaixo do ponto médio (FRANÇA, 2007). 2.3. Temperatura. A temperatura é uma das sete grandezas fundamentais do SI. No Sistema Internacional de Unidades, a unidade básica de temperatura é o Kelvin (K). O Kelvin é formalmente definido como sendo (1/273,16) da temperatura do ponto triplo da água, isto é, a temperatura na qual a água pode estar, em equilíbrio, nos estados sólido, líquido e gasoso. A temperatura de 0 K é chamada de zero absoluto, correspondendo ao ponto no qual moléculas e átomos têm o mínimo de energia térmica. Nas aplicações correntes do dia-a- dia usa-se a escala Celsius, na qual o 0 oC é a temperatura de congelamento da água e o 100 oC é a temperatura de ebulição da água à pressão atmosférica ao nível do mar. Em ambas as escalas a diferença de temperatura é a mesma, 5 isto é, a diferença de temperatura de 1 K é igual à diferença de temperatura de 1 oC, a referência é que muda (FRANÇA, 2007). A temperatura é uma grandeza que não pode ser medida diretamente por comparação com um padrão estabelecido, assim como o comprimento ou tempo. Entretanto a temperatura pode ser medida, determinando a variação de uma propriedade física de algum material que varia com essa alteração de temperatura. Entre algumas propriedades físicas utilizadas, pode-se destacar a expansão térmica de um sólido, a variação da resistência elétrica de um material, a radiação (na forma de calor) emitida, cor específica de um material de acordo com a sua temperatura, etc (SIGHIERI, 1998). Segundo SIGHIERI (1998), os medidores de temperatura podem ser divididos em dois grandes grupos: um é o sistema físico, que se baseia na dilatação do material, e outro é o sistema elétrico. No sistema físico estão incluídos os termômetros de líquidos, termômetros à pressão de gás, termômetros à tensão de vapor e termômetros bimetálicos. No sistema elétrico, estão incluídos termopares, termômetros de resistência, termistores de radiação e termômetros ópticos. O princípio de funcionamento de cada um dos instrumentos utilizados na prática laboratorial é descrito a seguir. A Figura 4 traz um exemplo de Termômetro de Líquido em Vidro (Liquid- in-Glass Thermometer). Os termômetros de líquidos são geralmente constituídos de um reservatório ou bulbo, cheio de líquido (mercúrio ou álcool colorido), do qual deriva uma coluna capilar. O calor faz com que o líquido se dilate e penetre nesse capilar, cuja altura é convenientemente calibrada em escala de temperatura. A graduação desta altura é feita em unidades de temperatura, a partir de uma relação entre a expansão e o calor transferido para o fluido pelo objeto medido. Alguns líquidos utilizados são o mercúrio, (para faixas de medição de – 38°C a 315 °C), o álcool etílico ( -73°C a 145° C) e o pentano (-184°C a 21C). Algumas substâncias podem ser adicionadas ao fluido do termômetro de modo a aumentar o intervalo de temperaturas de medição (SIGHIERI, 1998). Figura 4: Termômetro de mercúrio, um exemplo de termômetro de líquido (BARROSO, 2011). 6 Além da linearidade os termômetros de líquido têm as seguintes vantagens: bulbos pequenos, faixa estreita e alta precisão. Porém, apresentam a desvantagem de propagar erro quando houver diferença no preenchimento dos bulbos, por isso, neles o enchimento é feito sob alta pressão, de 30 a 40 atm (SIGHIERI, 1998). Outro tipo de instrumento utilizado para a medição da temperatura é o Termômetro Digital. Esse tipo de termômetro é bastante utilizado nas indústrias em certos processos que não necessitam de medição constante, ou seja, nos casos em que é necessária apenas a obtenção da temperatura de forma instantânea. Existem dois tipos de termômetros digitais: os que entram em contato com o corpo através de estruturas sensíveis e o que realiza a medição através de raio infravermelho. Na Figura 5, tem-se um exemplo de termômetro digital que entra em contato com o corpo. A extremidade pontiaguda é a que deve ser aplicada ao corpo ou fluido para realizar a medição (SIGHIERI, 1998). Figura 5: Exemplo de termômetro digital (BARROSO, 2011). Ainda para a medição de temperatura, um instrumento bastante utilizado é o termômetro bimetálico analógico (Figura 6). Este tipo de termômetro consiste de um dispositivo de indicação e escala e de um elemento sensor. Neste caso, o elemento sensor é composto de dois metais com diferentes coeficientes de expansão térmica. Com o aumento de temperatura, um metal se expandirá mais que o outro, causando uma diferença de comprimento entre os dois metais. Essa diferença é captada por um meio conector e transformada em leitura por meio do dispositivo de indicação (BARROSO, 2011). 7 Figura 6: Princípio de funcionamento de um termômetro bimetálico (BARROSO, 2011). Evidentemente, fixando-se uma extremidade da lâmina bimetálica, o movimento da outra ponta representará a temperatura da mesma. Na prática a lâmina bimetálica é enrolada em forma de espiral ou hélice, o que aumenta mais ainda a sensibilidade do sistema. A faixa de trabalho dos termômetros bimetálicos vai aproximadamente de -50ºC à 800ºC, sendo a escala sensivelmente linear (BARROSO, 2011). O último medidor de temperatura utilizado no experimento foi o termopar (Figura 7). Medidores desse tipo utilizam-se do efeito termo-elétrico, pois têm em sua composição dois metais diferentes que de acordo com uma dada temperatura, geram um gradiente de potencial elétrico entre si. Basta, portanto conectá-los ao objeto que se deseja medir a temperatura e ligar estes fios metálicos condutores a um circuito com um potenciômetro que meça a força eletromotriz entre as duas juntas soldadas na peça (BARROSO, 2011). De acordo com a combinação de metais que se usa na junta, mede-se diferentes intervalos de temperatura. Entre os metais utilizados pode-se citar o cobre, constantan (liga Cu-Ni), ferro, cromel (liga Cr-Ni), platina, alumel (liga Ni- Mn-Al,silicone). Figura 7: Termopar digital (BARROSO, 2011). 8 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Instrumentos de medida de vazão. 3.1.1. Materiais empregados. Utilizaram-se os seguintes materiais para a realização da prática: • Rotâmetro; • Bomba Centrífuga; • Caixa de água; • Cronômetro; • Balança; • Balde. 3.1.2. Metodologia aplicada. O método aplicado para a determinação da vazão utilizou-se o módulo da Figura 8 e seguiu-se os seguintes passos: Primeiramente com as válvulas V2 e V3 totalmente abertas, e com as válvulas V1, V4 e V5 totalmente fechadas, ligou-se a bomba. Posteriormente abriram-se as válvulas V1 e V5, controlando-se para que no rotâmetro marcasse 1 L/min. Coletou-se em um balde a água por um determinado tempo, pesou-se essa massa e determinou- se a vazão volumétrica. Fez-se esse procedimento em duplicata. Repetiu-se esse processo alterando a vazão a cada 0,5 L/min até atingir 5 L/min. Anotou- se os dados coletados. Figura 8: Módulo experimental para determinação da pressão e da vazão. 9 3.2. Instrumentos de medida de pressão. 3.2.1. Materiais empregados. Utilizaram-se os seguintes materiais para a realização da prática: • Rotâmetro; • Bomba Centrífuga; • Caixa de água; • Cronômetro; • Balança; • Balde. 3.2.2. Metodologia aplicada. Para a execução da prática seguiu-se os seguintes passos, tomando por base a Figura 1. Abriram-se totalmente as válvulas V2 e V3 e parcialmente V1, fechou-se V4 e V5 e ligou-se a bomba. Abriu-se, então, V4 até que no Manômetro de Bourdon indicasse 0,1 kgf/cm² e anotou-se adiferença de altura verificada no Manômetro de mercúrio. Repetiu-se esse processo variando a pressão no Manômetro de Bourdon para 0,2 e 0,3 kgf/cm². Fechou-se V1 e alterou-se a pressão no Manômetro de Bourdon para 0,4 kgf/cm², anotando-se a diferença de altura verificada no Manômetro de mercúrio. O mesmo procedimento foi feito para a pressão no Manômetro de Bourdon de 0,5 kgf/cm². Fechou-se, ao final, totalmente V4 e desligou-se a bomba. Os dados coletados foram anotados. 3.3. Instrumentos de medida de temperatura. 3.3.1. Materiais empregados. Utilizaram-se os seguintes materiais para a realização da prática: • Termômetro Digital; • Termômetro Analógico; • Termômetro de Mercúrio; • Termopar; • Banho Termostático. 3.3.2. Metodologia aplicada. Posicionou-se os quatro termômetros no banho termostático, programou-se o banho para aquecimento até 60°C, e a temperatura descrita no banho utilizou-se como referência. A partir de 25°C, anotou-se a temperatura 10 de cada termômetro e começou-se a cronometrar. A cada 5°C anotava-se o tempo percorrido e a temperatura em cada termômetro. Repetiu-se esse procedimento até que a temperatura atingisse 60°C. Anotou-se os dados coletados. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Instrumentos de medida de vazão. Coletou-se os valores de vazão volumétrica medidos no rotâmetro, além de coletar-se certa massa de água, pesada posteriormente, marcando-se também o tempo para a coleta da mesma, ambas em duplicata. Montou-se, com esses dados, a Tabela 1, contendo as incertezas nas medidas das grandezas. Tabela 1: Dados experimentais obtidos para diferentes vazões. Pontos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Vazão no rotâmetro (± 0,25 L/min) 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 Tempo (± 0,005 s) 15,90 15,67 15,43 15,34 15,34 15,37 15,38 15,43 15,60 15,52 15,51 15,26 15,46 15,44 15,23 15,20 15,47 15,65 Massa (± 5x10-3 kg) 0,252 0,378 0,506 0,632 0,776 0,910 1,048 1,178 1,310 0,248 0,368 0,492 0,652 0,780 0,902 1,028 1,180 1,314 Determinou-se, a partir do tempo e da massa de água coletada, a vazão volumétrica pelo método direto, segundo a equação (1). A temperatura da água medida foi de 28ºC, sendo a densidade da água nessa temperatura igual a 996,2 kg/m³. Demonstra-se o cálculo para a primeira repetição do ponto 1. A Tabela 2 indica os valores determinados de vazão volumétrica pelo método direto. (1) 11 Tabela 2: Valores de vazão volumétrica determinados pelo método direto. Ponto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tempo (min) 0,265 0,261 0,257 0,256 0,256 0,256 0,256 0,257 0,260 0,259 0,259 0,254 0,258 0,257 0,254 0,253 0,258 0,261 Massa (kg) 0,252 0,378 0,506 0,632 0,776 0,910 1,048 1,178 1,310 0,248 0,368 0,492 0,652 0,780 0,902 1,028 1,180 1,314 Vazão volumétrica (L/min) 0,954 1,453 1,976 2,478 3,043 3,568 4,109 4,601 5,058 0,961 1,426 1,942 2,540 3,043 3,567 4,073 4,594 5,057 Média da vazão (L/min) 0,958 ±0,004 1,440 ±0,013 1,959 ±0,017 2,509 ±0,031 3,043 ±0,000 3,568 ±0,001 4,091 ±0,018 4,598 ±0,004 5,058 ±0,001 Tendo-se os valores de vazão volumétrica pelo método direto e pela leitura do rotâmetro, montou-se uma curva de calibração, exposta na Figura 9, utilizando-se a média das medidas de vazão volumétrica pelo método direto. Figura 9: Curva de calibração para instrumentos de vazão. Pela análise da curva, percebe-se a validade do ajuste linear pelo fato do coeficiente R² ser igual a 0,99967. Analisando-se a equação da reta ajustada, encontrou-se um valor de coeficiente angular de 1,01112 ±1,2%, indicando exatidão nas medidas pelo método direto, além de uma boa calibração. O coeficiente linear de 0,01283 corrobora com a exatidão do instrumento de vazão. As incertezas relativamente baixas indicam, ainda, precisão nas medidas feitas, dando credibilidade aos resultados atingidos. 12 A má calibração de instrumentos de vazão dentro da indústria química pode causar erros em diversas medidas, como o número de Reynolds, resultando em interpretações erradas a respeito de regimes de vazões, além de submeter equipamentos à baixos rendimentos ou ainda à sobrecargas, uma vez que acabará fornecendo-se uma vazão diferente da necessária aos equipamentos. 4.2. Instrumentos de medida de pressão. A partir dos dados experimentais da leitura do manômetro e da altura manométrica do mercúrio, montou-se a Tabela 3, indicando também as incertezas relacionadas às medidas. Tabela 3: Dados experimentais obtidos para diferentes pressões. Ponto 1 2 3 4 5 Pressão no manômetro (± 0,05 kgf/cm²) 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 Altura manométrica (± 0,05 cmHg) 8,0 15,5 23,7 31,3 38,1 Converteu-se a altura manométrica de cmHg para kgf/cm² utilizando-se tabelas de conversão de unidades, e então montou-se uma curva de calibração, exposta na Figura 10. Analisando-se a curva, percebe-se que o ajuste linear dos dados é válido, uma vez que o coeficiente R² foi igual a 0,9988. Pela equação da reta obtida, encontrou-se um valor de coeficiente angular igual a 0,96531 ±15,8% e um coeficiente linear igual a -0,0056, indicativo de que o manômetro de Bourdon apresentou uma exatidão aceitável. Oscilações na coluna de mercúrio na hora das medições influenciaram no resultado, podendo alcançar-se resultados ainda mais exatos se tais oscilações fossem eliminadas. As incertezas nas medidas são consideráveis (aproximadamente 15,8%) e são resultado da baixa precisão na medida do manômetro de Bourdon. 13 Figura 10: Curva de calibração para instrumentos de pressão. Erros sistemáticos em medidores de pressão podem implicar em mal funcionamento de equipamentos que são supridos com ar comprimido ou vapor d’água, por exemplo, devido à pressão dos mesmos ser diferente da necessária pelo equipamento. Erros grandes podem resultar em danificação de tubulações ou de equipamentos, simbolizando um risco para os operários. 4.3. Instrumentos de medida de temperatura. A Tabela 4 indica dados coletados de temperatura utilizando-se o termômetro digital, analógico, de mercúrio e o termopar, além da temperatura nominal do banho termostático e do tempo para a medida dos dados, todos com suas respectivas incertezas. Com os dados da Tabela 4, montou-se uma curva de calibração da temperatura do banho em função do tempo, além de curvas de calibração dos instrumentos utilizados em função da temperatura do banho termostático. As Figuras 11 e 12 mostram os gráficos plotados. 14 Tabela 4: Dados experimentais obtidos para diferentes temperaturas. Pontos 1 2 3 4 5 6 7 8 Temperatura do banho (± 0,5 ºC) 25 30 35 40 45 50 55 60 Tempo (± 0,5 s) 0 172 360 547 748 960 1174 1427 Termômetro de mercúrio (± 0,5 ºC) 26,0 31,0 35,5 40,5 45,0 50,0 55,0 59,5 Termômetro analógico (± 0,5 ºC) 26,5 29,0 33,0 37,5 42,0 46,0 52,0 57,0 Termômetro digital (± 0,05 ºC) 26,3 31,4 35,8 40,7 45,9 50,5 55,5 61,2 Termopar (± 0,5 ºC) 26 31 36 42 47 52 56 61 Figura 11: Temperatura do banho termostático em função do tempo. Percebe-se que o ajuste linear é adequado, uma vez que o valor de R² é igual a 0,99659, ou seja, o banho termostático tem uma taxa constante de aquecimento, que é igual à 0,02463 ºC/s, com incerteza associada de 2,2%.Esperava-se um coeficiente linear igual à 25ºC, entretanto, o ajuste linear resultou em um valor de 25,9092 ºC ± 1,7%. Tal diferença podem estar 15 associadas às incertezas na medida da temperatura do banho termostático e na medida do tempo. A Figura 12 demonstra as curvas de calibração para os quatro instrumentos de medida. A Tabela 5 indica as equações da reta determinadas, bem como os valores dos coeficientes de determinação R². Figura 12: Curvas de calibração para os instrumentos de temperatura. Tabela 5: Equações das retas e coeficientes de determinação para os ajustes lineares de temperatura. Instrumento Coeficiente angular Coeficiente linear Coeficiente de determinação Termômetro de mercúrio 0,95833 ± 0,50% 2,08333 ± 10,16% 0,99982 Termômetro analógico 0,88571 ± 3,67% 2,73214 ± 52,38% 0,99064 Termômetro digital 0,98595 ± 1,03% 1,50952 ± 29,88% 0,99924 Termopar 1,00714 ± 1,68% 1,07143 ± 69,85% 0,99801 Analisando-se a Tabela 5 e a Figura 12, percebe-se que todos os instrumentos se encaixam no ajuste linear, uma vez que todos os coeficientes R² foram maiores que 0,99. Percebe-se, ainda, que o termopar foi o 16 instrumento que apresentou um coeficiente angular mais próximo de 1, apresentando incerteza de 1,68% em tal medida, podendo assim ser considerado o instrumento mais exato dos quatro. O termopar também foi o que apresentou coeficiente linear mais próximo de 0, outro indicativo de ser o mais exato, apesar da medida possuir uma incerteza associada de quase 70%, indicando baixa precisão do mesmo. Incertezas associadas aos próprios instrumentos de medida e à medida de temperatura do banho termostático podem ter influenciado nos resultados. Erros associados ao operador também devem ser considerados, uma vez que os instrumentos não estavam fixos quando submersos no banho, mas estavam sendo segurados pelos operadores, estando sujeitos à variação de posição ou posições irregulares dentro do banho. Pode-se inferir, ainda, que o princípio de funcionamento dos instrumentos influencia diretamente a precisão dos mesmos. O termômetro de mercúrio, baseado na expansão térmica do mercúrio líquido, foi o que apresentou maior precisão nas medidas, devido ao fato do mercúrio ser um líquido de propriedades físico-químicas bem definidas. Por outro lado, o termômetro analógico apresentou a menor precisão dentre os instrumentos, devido ao seu mecanismo de funcionamento baseado na expansão térmica de uma mola, que está sujeita à danos em sua estrutura, além de ter um baixo coeficiente de expansão, o que causa baixas variações no ponteiro do medidor com grandes variações de temperatura. A ocorrência de erros sistemáticos em instrumentos de medida de temperatura pode resultar em gastos excessivos de energia, em operações que necessitam transferência de calor para atingir certa temperatura, além da obtenção de valores errados de muitas propriedades químicas e, principalmente, termodinâmicas, já que uma gama de propriedades apresentam grandes variações com a variação da temperatura. Em casos mais extremos, mudança de estados de oxidação, estado de agregação ou de fases podem ocorrer por medidas inexatas de temperatura, o que pode vir a danificar equipamentos e produzir resultados completamente errados. 5. CONCLUSÃO. A partir dos dados coletados e dos resultados discutidos, pode-se concluir que os objetivos foram atingidos com satisfação, conhecendo-se instrumentos de medida de vazão, temperatura e pressão e a sua calibração. Para os instrumentos de temperatura, concluiu-se que o termopar é o instrumento mais exato dentre os quatro, apresentando um coeficiente angular da curva de calibração mais próximo de 1, apesar dos outros três instrumentos também fornecerem tais resultados. O mesmo averiguou-se para os instrumentos de pressão e de vazão, nos quais o manômetro de Bourdon e o método direto de determinação da vazão, respectivamente, apresentaram 17 coeficientes angulares próximos de 1, indicando exatidão nas medidas realizadas pelos mesmos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROSO, T. Termômetros de dilatação volumétrica, bimetálico e a pressão; termopar, termo resistências rtd e pt100, termistores ntc e ptc; pirômetro óptico, fotoelétrico e radiação. Recife, 2011. FRANÇA, F. A. Instrumentação e Medidas: grandezas mecânicas, UNICAMP 2007. LEITE, F. Validação em análise química. 4a edição, Editora Átomo, 2002. PERRY, R. H., BENSKOW, L. R., BEIMESCH, W. E., et al. Perry’s Chemical Engineers’ Handbook. 8ª edição, Editora McGraw-Hill, 2008. SEARS Z. Física. Vol. 3, 2ª edição. Editora LTC, 2009. SIGHIERI, L, et al. Controle Automático de Processos Industriais – Instrumentação. 2a edição, Editora Edgar Blucher, 1998. SILVA, I. S. Trabalho de Instrumentação – Mecânica dos Fluidos. Disponível em <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAALB0AD/ trabalho-instrumentacao-mecanica-dos-fluidos>, acesso em 19 ago 2014. SMITH, J. M., VAN NESS, H.C., ABBOTT, M.M., Introdução à Termodinâmica da Engenharia Química. 5ª edição, Editora LTC, 2000.
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