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MÓDULO I (VERSÃO PARA DOWNLOAD)

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11 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 
Você já deve ter pensado em como surgiu a Ciência? Já pensou em como nossa 
tecnologia nos proporciona conforto e utilidades? Neste módulo, vamos estudar um 
pouco a forma pela qual o homem veio a buscar conhecimento e, assim, desenvolver 
meios mais eficazes e propícios para sua sobrevivência. Pense em como devia ser 
difícil viver na pré-história ou mesmo na antiguidade, quando não havia luz, água 
encanada nem nossos bons aparelhos eletroeletrônicos. Bem, vamos então nos 
aventurar pela história do pensamento científico. 
Desde a pré-história, o homem sempre se deparou com a necessidade de 
conhecer. Inicialmente, tal conhecimento era utilizado exclusivamente para sua 
sobrevivência no meio. Entretanto, com o avanço de suas habilidades, seus 
conhecimentos se tornaram cada vez mais elaborados e, com o passar do tempo, 
surgiram novas necessidades, as quais o levaram à elaboração de novos mecanismos 
para produzir conhecimento cada vez mais confiáveis e seguros. 
Vamos, então, estudar um pouco da evolução do raciocínio humano em ralação 
ao saber, como o homem pensava nos primórdios da civilização e quais foram os 
momentos-chave que direcionaram a forma atual de fazer pesquisa, gerar 
conhecimento e propiciar o avanço tecnológico do qual desfrutamos hoje. Vamos nos 
aventurar por situações e personagens históricos que foram imprescindíveis para o 
direcionamento da ciência como a conhecemos atualmente. Tal retrospecto irá 
propiciar a você uma ideia de como chegamos ao nível de conhecimento que temos 
atualmente, conhecimento esse que será utilizado no seu dia a dia profissional. 
A CIÊNCIA NA HISTÓRIA 
 
MÓDULO 1 
12 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
OBJETIVOS DO MÓDULO 
 
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste módulo, você seja capaz de: 
 
� Compreender os princípios do conhecimento científico; 
� Conhecer o histórico do método científico e do processo de desenvolvimento da 
ciência; 
� Entender o progresso do pensamento científico e suas principais diretrizes. 
13 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
HOMEM 
PRIMITIVO E O 
MEDO: 
Você sabia que o 
homem primitivo 
temia todos os 
fenômenos que não 
conhecia? Dessa 
forma, o trovão, o 
relâmpago e os demais 
fenômenos 
climatológicos eram 
atribuídos a atividades 
divinas, pois não 
podiam ser explicados 
pelo conhecimento 
rudimentar do homem 
primitivo 
1 .INTRODUÇÃO 
Desde a Pré-História, a busca pelo saber já era parte 
do cotidiano do ser humano. Imaginem como se fazia para 
concretizar atividades básicas como se alimentar, aquecer-se 
ou se abrigar num ambiente hostil e sem recursos! Nesse 
contexto, os homens primitivos tinham que ter conhecimentos 
básicos, tais como: qual fruto é comestível e qual seu aspecto 
quando maduro; quais as raízes tóxicas e como diferenciá-las 
de outras que podem ser utilizadas; como fugir de um possível 
predador; quais as espécies que poderiam ser caçadas com 
mais facilidade e como e onde se abrigar do tempo (chuva e 
frio). 
 Com o passar do tempo, as habilidades humanas foram 
se aperfeiçoando cada vez mais e, assim, a forma de registrar 
tais informações também necessitou de aperfeiçoamento. 
Naquele contexto, todo conhecimento adquirido por um 
indivíduo era transmitido aos demais membros de seu grupo 
por demonstração e, dessa forma, também era perpetuado 
quando passado à geração seguinte. Assim, cada vez mais, o 
nível de informações adquiridas pelos homens aumentava. 
 Essa capacidade de aprender, ou seja, de adquirir conhecimento a partir de 
experiências do cotidiano, favoreceu o desenvolvimento tecnológico e facilitou 
imensamente a vida do ser humano. Assim, a partir das observações do dia a dia, o 
homem produziu uma gama de conhecimentos suficiente para que ele desenvolvesse a 
agricultura e a pecuária. Então, suas condições alimentares melhoraram 
consideravelmente, possibilitando também que sua inteligência fosse direcionada para 
a produção de artefatos (estes, na maioria das vezes, pensados para facilitar a 
produção de alimento) e, posteriormente, para a investigação metódica sobre uma 
série de questões levantadas. 
 Dali em diante, o nível de conhecimento foi sendo aprimorado e os 
questionamentos formulados pelo ser humano passaram a motivar cada vez mais sua 
investigação na busca pelo saber. 
14 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
2 .TIPOS DE CONHECIMENTO 
Conhecer é resultado da incorporação de um novo conceito ou de um conceito 
que, anteriormente, era desconhecido sobre um fato ou fenômeno em particular. O 
conhecimento é produto de experiências vivenciadas no dia a dia, de informações que 
nos são transmitidas através do contato pessoal ou através da leitura de textos que 
expressam informações adquiridas por outras pessoas e são relatadas. 
Dentre os demais seres vivos, o homem é o único capaz de desenvolver 
conhecimento com propósitos bem determinados, ou seja, não somos os únicos a ter 
capacidade de aprender. Você pode perceber isso de forma prática se tiver um 
cachorro, por exemplo, que é capaz de aprender a sentar, deitar e rolar, desde que 
tenha uma motivação condicionada. Outros animais selvagens, como os golfinhos, ou 
os chimpanzés, também apresentam grande capacidade de aprendizagem e até 
mesmo de raciocínio. Entretanto, o ser humano é o único que - ao longo de seu 
processo evolutivo - desenvolveu uma capacidade de buscar ativamente o 
conhecimento, ou seja, planejamos meios para descobrir como as coisas funcionam. 
Você pode estar pensando: então, a ciência sempre existiu? Nem sempre. A 
ciência é produto do homem já intencionado em conhecer os fenômenos e com a 
intenção de produzir informações de forma propositada. Vamos ver mais adiante como 
esse pensamento surgiu. Então, surge outro questionamento: todo o conhecimento é 
fruto de uma investigação científica? Também não, como vamos estudar. O 
conhecimento pode ter várias origens, dependendo de suas características. Vejamos, 
pois, quais os tipos de conhecimentos e quais suas particularidades. 
Podemos classificar as formas de conhecimento em quatro tipos: Filosófico, 
Teológico, Popular e Científico. 
 
2.1 CONHECIMENTO DE FÉ 
 O conhecimento de Fé tem por base proposições sagradas, buscando 
compreender e explicar as manifestações divinas. Tais manifestações são colocadas 
como infalíveis e indiscutíveis. Suas evidências não são verificadas, pois está sempreimplícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado. A fé é a base desse 
conhecimento, sendo fundamental no princípio de que as verdades são infalíveis e 
15 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
indiscutíveis, por se consistirem em revelações da divindade 
(MARCONI & LAKATOS, 2000). 
 Esse tipo de conhecimento não pode ser quantificado 
nem testado; ele simplesmente toma por base a crença de que a 
existência de Deus é um fato. O conhecimento teológico busca 
descrever, entender e explicar suas manifestações. 
 
2.2 CONHECIMENTO FILOSÓFICO 
 O conhecimento filosófico baseia-se, primariamente, na 
reflexão sobre o fato ou fenômeno investigado. É um 
conhecimento valorativo, pois toma como ponto de partida a 
formulação de hipóteses, ou seja, supostas verdades, sendo que estas não podem ser 
submetidas à observação e certificação de sua veracidade. As 
hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência (vivência) e não 
na experimentação (simulação de situações). Dessa forma, tal 
conhecimento não é verificável. 
 A reflexão é a principal ferramenta do conhecimento 
filosófico e suas colocações se baseiam em argumentos, ou 
seja, cada ponto de vista deve ser defendido com base em 
situações e proposições expostas e defendidas. O conhecimento 
filosófico consiste num conjunto de enunciados correlacionados 
de forma lógica, por isso é considerado racional (MARCONI & 
LAKATOS, 2000). Dessa maneira, o conhecimento filosófico é 
caracterizado pelo esforço da razão de questionamentos sobre 
as situações e problemas humanos. Como se baseia na 
reflexão, busca a distinção entre o certo e o errado. 
 
2.3 CONHECIMENTO POPULAR, EMPÍRICO OU DO 
SENSO COMUM 
 O conhecimento popular, ou senso comum, trata-se de 
um conhecimento produzido diante da necessidade de resolução 
de um problema imediato. Sendo assim, desde os primórdios da 
humanidade sempre foi a principal fonte de aprendizado e 
 
Leia um pouco mais 
sobre o conhecimento 
científico e suas 
características no site: 
http://www.fdc.br/Arq
uivos/Artigos/14/OCo
nhecimento.pdf 
 
 
O conhecimento 
filosófico se baseia no 
fundamento de que 
uma mesma realidade 
pode ser vista de 
diferentes formas de 
acordo com o ponto de 
vista do observador. 
Embora cada um 
desses pontos de vista 
expresse uma 
informação diferente, 
todas estão corretas, 
pois a forma de ver 
uma mesma realidade 
varia de acordo com 
aspectos individuais 
de quem a descreve, 
tais como seu histórico 
de vida, seu grau de 
instrução e seus ideais. 
16 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
 
conhecimento do ser humano. Surge sem programação ou planejamento, 
apresentando critérios espontâneos e intuitivos. Imagine a seguinte situação: um 
homem da idade das cavernas se via diante de um rio com forte correnteza. Em uma 
situação normal, não haveria meios para atravessar o rio; entretanto, ao ver uma árvore 
grande derrubada sobre o rio, esse homem vê uma oportunidade para atravessar. Isso 
constitui um aprendizado que ele irá utilizar em situações semelhantes para resolver 
seus problemas. Assim, todas as experiências vividas constituem uma forma de 
adquirir conhecimento, sendo este empregado em situações similares. 
 Você pode perceber, então, que esse conhecimento é muitas vezes fruto do 
acaso, ou seja, de situações não planejadas, nem premeditadas. Assim, ele está 
sujeito a erros constantes, pois as situações variam e o mesmo procedimento nem 
sempre é eficaz. 
 A concepção do conhecimento popular não é 
fundamentada em informações pré-estabelecidas. Dessa 
forma, permanece em um nível superficial, pois se o 
problema foi resolvido, a investigação cessa. Sendo assim, 
tem um caráter utilitarista, pois é produzido à medida que 
se faz útil. 
 O conhecimento popular - por estar vinculado à 
vivência, orientado pelo interesse prático, imediatista e 
pelas crenças pessoais - pode ser tido como um 
conhecimento subjetivo e à mercê de particularidades 
regionais. 
 Apresenta baixo poder de crítica, pois é incapaz de 
ser submetido a uma averiguação sistemática e isenta de 
interpretações pessoais. A linguagem utilizada na 
descrição desse conhecimento é baseada em termos e 
conceitos vagos, que podem adquirir sentidos 
diferenciados de acordo com as pessoas ou grupos que as 
utilizam. 
 Esse tipo de conhecimento é transmitido de uma geração para outra, sendo 
assim, muitas vezes, os filhos ou netos podem aprimorá-lo. Por exemplo, um sapateiro 
transmite ao seu filho os saberes de seu ofício; o filho pode interpretá-los e aprimorá-
los de acordo com sua perspicácia e criatividade. Assim, ao passar para seu próprio 
 
Uma forma bastante clara de 
exemplificar o conhecimento 
popular é a sabedoria popular 
do homem do campo ou do 
ribeirinho. Essas pessoas 
aprendem a ler a linguagem 
da natureza através da 
observação do dia a dia. 
Assim, são capazes de prever 
chuvas, ou saber o melhor 
período de plantio ou de 
colheita. Podem afirmar, com 
precisão, o melhor local para 
a pesca de um determinado 
peixe, ou mesmo como 
utilizar um recurso sem que 
comprometa sua oferta futura. 
17 
 
 
 
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Entenda um pouco 
mais sobre as 
características do 
conhecimento 
científico acessando o 
site: 
http://www.inf.ufsc.br
/~cancian/ciencia/cien
cia_conhecimento_cie
ntifico.htm 
filho, os ensinamentos já serão diferentes dos adquiridos através de seu pai. Isso 
mostra que o conhecimento popular pode variar de acordo com a geração, ou mesmo 
com a região na qual é utilizado. 
 No entanto, o conhecimento popular, se aplicado aos mesmos tipos de fatos e 
fenômenos, dentro de uma rotina que sofre poucas variações, pode ser considerado 
correto. Outro exemplo que podemos adotar é sobre algumas plantas com 
propriedades medicinais utilizadas há séculos. Você já ouviu falar que a camomila é 
calmante, inclusive indicada para mães que estão amamentando ou mesmo a bebês. A 
camomila vem sendo utilizada há séculos. No início, não se sabia exatamente por que 
ela era calmante e, mesmo assim, as pessoas faziam uso. Isso se justifica porque, 
independente da idade, do local, ou do tempo, a camomila age na fisiologia humana da 
mesma forma, dando sempre resultados positivos. Hoje em dia, já se conhecem quais 
substâncias químicas - presentes na camomila - desencadeiam o efeito de calmante. 
Entretanto, essa descoberta só se deu depois de já se saber de fato que essa planta 
tinha tal propriedade. Por isso, muitas vezes se fala que o conhecimento popular pode 
ser precursor de descobertas científicas. 
 
 
2.4 CONHECIMENTO CIENTÍFICO 
Conhecimento científico, no nosso contexto de estudo, é o 
que tem maior significado, uma vez que todos os conteúdos, 
informações e conhecimentos mediados em níveluniversitário 
são frutos desse tipo de saber. É caracterizado como um 
conhecimento factual, ou seja, baseado em fatos que podem ser 
verificados, mensurados e testados. Aliás, o teste é um dos 
fatores que agregam confiança a esse tipo de conhecimento, 
porque todos os dados e informações divulgadas estão sujeitos a 
testes que averiguem sua veracidade e, por isso, confia-se tanto 
em dados comprovados cientificamente. 
Esse tipo de conhecimento pode ser caracterizado por 
representar a busca de princípios explicativos dos 
fenômenos/fatos investigados. O homem passa a uma posição 
ativa na busca da compressão das inter-relações entre os fatores 
18 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
O conhecimento 
científico é fruto da 
investigação científica. 
Então, podemos colocar a 
seguinte questão: 
O QUE É CIÊNCIA? 
Vamos discutir essa 
questão na próxima 
sessão! 
que ordenam um determinado fenômeno. Isso implica planejar como buscar 
conhecimento sobre algo. 
O conhecimento científico se estabelece mais enfaticamente após a Revolução 
Científica (na Idade Média), como veremos a seguir. Naquele período, estabeleceu-se 
o uso da Matemática e da quantificação nos experimentos que produziam 
conhecimento. Isso permitiu maior precisão dos dados gerados e, consequentemente, 
um melhor uso de tais informações. Dessa forma, as informações geradas poderiam 
ser divulgadas por meio de textos publicados ou mesmo pela troca de cartas entre 
pesquisadores. Essa difusão de informações favoreceu o avanço de pesquisas que 
podiam partir do ponto onde outras pararam. 
O conhecimento científico é sistemático, pois utiliza a lógica como linha de 
pensamento. Suas hipóteses são testadas por dados que podem ser gerados por 
medições, ou mesmo por experimentos controlados. Assim, pode responder questões, 
ou sanar dúvidas que o conhecimento gerado até então não respondem. 
Então, esse conhecimento é uma forma de busca de informações que parte 
sempre de uma investigação metódica na qual os procedimentos são planejados 
previamente, o que possibilita a minimização de erros. Esse novo conhecimento pode 
ser testado e criticado, tornando-se, assim, seguro e confiável. Entretanto, mesmo 
assim, em muitas situações, é falível, ou seja, à medida que novos conteúdos são 
produzidos ou que novas tecnologias são propostas, uma informação antes tida como 
verdadeira pode ser desacreditada. Nesse contexto, a ciência evolui, aproximando-se 
cada vez mais da realidade inquestionável dos fatos. 
 
Muito bem! Fechamos aqui uma importante 
seção para se compreender os mecanismos 
que promovem a ciência. Para ver se você 
compreendeu, reflita um pouco sobre as 
características do conhecimento científico que 
o tornam seguro e confiável. 
 
3 CONHECIMENTO E CIÊNCIA 
 Podemos sempre associar a ciência ao conhecimento, 
ou seja, a ciência simboliza toda informação que é confiável 
19 
 
 
 
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por ser fruto de uma investigação sistemática, a qual gera resultados confiáveis e 
seguros. Dessa forma, sempre que você ouve - em uma notícia - que algo foi 
cientificamente comprovado, imediatamente dá credibilidade ao conteúdo; pois, se foi 
produzido através da investigação científica, tem credibilidade e 
passou por testes que comprovaram tal informação. 
Cervo e Bervian (2002, p. 16) afirmam que: 
 
A ciência é um modo de compreender e analisar o mundo empírico, 
envolvendo o conjunto de procedimentos e a busca do conhecimento 
científico através do uso da consciência crítica que levará o pesquisador a 
distinguir o essencial do superficial e o principal do secundário. 
 
 A ciência tem como principal meta se aproximar ao 
máximo da realidade possível. Assim, busca distinguir o que é 
essência, ou seja, como de fato as coisas são e o porquê do 
comportamento que apresentam, daquilo que aparenta ser, 
mas que pode mudar em certas circunstâncias. Nesse sentido, o conhecimento 
científico pode modificar-se ao longo do tempo; pois - à medida que se dá o avanço 
tecnológico - maior será a precisão dos dados. Então, muitas vezes, novas descobertas 
modificam o conhecimento já existente. Por isso, dizemos que a ciência é uma escada 
em espiral. Na medida em que o tempo passa, o nível de informação só aumenta e 
esse avanço sempre se baseia nas informações anteriores (CARVALHO, 2000). 
Assim, pode-se dizer que a ciência é uma forma particular de conhecer, pois é 
gerada através de dados que são obtidos de forma que se aproximem o máximo 
possível da realidade. Para isso, vários métodos de coleta de dados são adotados, os 
quais veremos nos próximos módulos. 
 Você pode se perguntar, então: “mas a ciência já surgiu assim, com esse rigor 
todo, com essa maneira sistemática de pensar e proceder na busca de conhecimentos 
e informações sobre os fatos e fenômenos investigados?” Na verdade, não! A ciência 
passou (e passa) por um processo de evolução no que se refere à procura pela 
verdade dos fatos. E é isso que iremos estudar na próxima seção. 
 
 
Para se aprofundar mais 
na reflexão sobre a 
Ciência, leia o texto de 
apoio disponível de: 
CARVALHO, 
Alex et al. Aprendendo 
Metodologia Científica. 
São Paulo: O Nome da 
Rosa, 2000, pp. 11--69 
20 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
Em 1905, Albert Einstein 
divulgou suas teorias sobre 
o Espaço Curvo, em 
periódicos científicos, as 
quais relatavam que a 
matéria presente poderia 
desviar feixes de luz. Essas 
teorias eram julgadas, por 
muitos, como especulações 
interessantes; mas, por 
desafiarem a física 
newtoniana, eram 
desacreditadas. Assim, 
ainda havia muito 
descrédito sobre as ideias 
de Einstein. Em 1919, um 
grupo de cientistas 
chefiados por Eddington 
constatou que os raios 
luminosos, vindos de 
estrelas distantes, ao 
passarem próximos ao Sol, 
sofriam um desvio de - em 
média - 1,7 segundos em 
sua trajetória. Eles 
encurvando-se, em sua 
direção, tal como havia 
predito Einstein. Essa 
constatação, obtida através 
do confronto de sucessivas 
fotos de estrelas, durante o 
eclipse, era uma prova 
favorável à teoria do espaço 
curvo, proposta por 
Einstein. 
 
 
4 HISTÓRICO DO PENSAMENTO CIENTÍFICO 
 O século XX testemunhou dois momentos 
inesquecíveis, frutos do avanço científico. O primeiro 
ocorreu em 1919, quando um grupo de cientistas - ao 
observar um eclipse solar - confirmaram a teoria de 
Einstein sobre o espaço curvo. Outro evento se destacou 
pelo poder destrutivo demonstrado, em 1945, no final da 
Segunda Guerra Mundial, quando duas cidades japonesas 
(Hiroxima e Nagasáqui) foram destruídas por bombas 
atômicas lançadas pelos Estados Unidos. Este último 
evento demonstrou que o homem pode, com seu 
conhecimento científico, promover situações catastróficas à 
própria humanidade (KÖCHE, 1997).Você deve ter percebido, com esses dois exemplos, 
que a ciência traz conhecimentos que podem ser 
empregados de diversas formas; tanto para elevar o nível 
de conhecimento da humanidade, como para causar temor 
e destruição. 
 Isso nos leva a uma reflexão simples: qual é de fato 
o propósito da ciência? Busca de saber, ou controle prático 
da natureza e domínio sobre os homens? Pense um pouco 
sobre isso! 
 De fato, uma das principais preocupações dos 
pesquisadores e cientistas atuais é solucionar e resolver 
problemas práticos, ou seja, conhecer as coisas em sua 
essência e, assim, traçar previsões quanto ao rumo dos 
acontecimentos que cercam o homem. Esse conhecimento 
pode promover maior domínio sobre o mundo e melhoria 
nas condições da existência humana. Descobertas como a 
21 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
Estudos de múmias 
egípcias demonstram que 
alguns esqueletos 
apresentavam indícios de 
cirurgias cranianas. Tais 
indícios se baseiam no fato 
de existirem calos ósseos 
retilíneos, indicando que o 
crânio foi aberto 
intencionalmente e que o 
paciente sobreviveu, pois 
houve calcificação 
(cicatrização da fissura). 
 
eletricidade, a telefonia, a informática, a descobertas de medicamentos, as melhorias 
na agricultura e na agropecuária, sem dúvida, aumentaram (e muito) a qualidade de 
vida humana, bem como sua expectativa de vida. 
 O conhecimento científico é tomado como base para as decisões a serem 
tomadas. Isso de tal forma que, no início do século XXI, vivemos na chamada 
sociedade do conhecimento. Entretanto, não podemos nos iludir com a ideia de que a 
ciência traz resposta a tudo. Podemos perceber isso claramente uma vez que muitas 
doenças ainda não têm cura e muitas guerras ainda são travadas mesmo havendo 
tanta sabedoria nas relações sociais. Devemos ter em mente que o motivo fundamental 
para a investigação científica está em sua curiosidade intelectual, ou seja, na 
necessidade de compreender o mundo. Essa forma de entendimento passou por 
diferentes momentos históricos e, em cada um deles, situações e pensadores fizeram 
com que o meio de produção do conhecimento fosse modificado. Vamos agora estudar 
alguns desses momentos. 
Muito bem! Você terminou uma importante seção da nossa disciplina, na qual 
refletimos sobre o caráter da ciência. Faça um breve 
intervalo, pois iremos agora estudar como evoluiu o 
pensamento científico atual. 
 
4.1 A Ciência na ANTIGUIDADE 
 A preocupação com o conhecimento sempre foi uma 
característica marcante da grande maioria dos povos da 
antiguidade, uma vez que a sobrevivência dos indivíduos e 
das populações dependia do conhecimento da dinâmica 
ambiental na qual viviam. Afinal, os homens sempre 
construíram abrigos, dominaram a produção de alimentos, 
desenvolveram artefatos de guerra e sempre buscaram 
meios de cura (PRICE, 2000). Podemos perceber que, em 
todas as culturas conhecidas, pode ser encontrado algum 
conhecimento de destaque acerca da geometria, da 
agricultura, da astronomia, do comércio ou mesmo do domínio da química. Nesse 
período, muitos dos conhecimentos produzidos era fruto do acaso, da tentativa e erro; 
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No período dos pré-
socráticos, o povo grego 
acreditada em deuses 
antropomórficos, ou seja, 
que apresentavam 
aparência humana. Nesse 
período, acreditava-se que 
os deuses do Olimpo 
governavam o mundo 
terreno de acordo com suas 
vontades e caprichos, ou 
seja, para se ter uma boa 
colheita, a deusa Era 
deveria estar satisfeita com 
os sacrifícios oferecidos 
pelos mortais, por 
exemplo. Dessa forma, a 
dinâmica da Terra e do 
clima ficava à mercê da 
vontade desses deuses, sem 
qualquer regra ou previsão. 
 
Assista ao vídeo sobre o 
texto de Platão “O mito da 
Caverna”. Disponível em: 
http://www.youtube.com/w
atch?v=dHVR4GpDvCQ&f
eature=related 
 
sendo assim obtido de maneira informal e assistemática. Esse caráter dificultava a 
averiguação e a divulgação precisa das informações geradas. 
Muitos povos antigos se destacaram na produção de 
conhecimentos que até hoje chamam a atenção pela 
precisão e criatividade. Dentre eles, podemos salientar os 
egípcios, que se destacam pelas suas construções e por 
conhecimentos - na área médica - como as técnicas de 
mumificação e cirurgias cerebrais bem sucedidas. Eles 
também dominavam muito bem a agricultura, dentre outros 
destaques. Já os babilônicos se destacam pelos estudos 
nas áreas da Matemática e da Astronomia. Nesta última 
área do conhecimento, os babilônicos se consagraram por 
desenvolver a convencional base sexagesimal, a qual 
continuamos a utilizar até hoje para a medida de ângulos, 
minutos e segundos e para a subdivisão de horas. 
 Outra cultura que merece destaque, no que se refere 
à ciência, é a civilização grega. Inicialmente, podemos 
chamar a atenção para os 
chamados Pré-Socráticos, um 
grupo de filósofos que tomou o 
primeiro passo para romper a 
associação da ciência com a 
filosofia. Naquele momento da história, a ciência e a filosofia 
encontravam-se ainda fundidas, sendo à filosofia atribuída a 
tarefa de desenvolver conhecimento seguro. 
A influência dos filósofos pré-socráticos ajudou a 
substituir a visão caótica do mundo governado por deuses 
antropomórficos pela ideia de Cosmos, na qual o universo é 
ordenado por princípios e leis fixas e inerentes à própria 
natureza. Estabelece-se, assim, o conceito de causa e 
efeito; os fenômenos estavam relacionados a causas e 
forças da natureza que poderiam ser conhecidas e previstas (KÖCHE, 2000). A 
principal forma de conhecimento dos pré-socráticos era a percepção dos sentidos 
23 
 
 
 
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Leia também o livro “O 
mundo de Sofia” de 
Jostein Gaarder, 
editora Cia das Letras. 
 
humanos. Dessa forma, a principal dificuldade encontrada era a de saber se, por baixo 
das aparências perceptíveis, haveria uma essência imutável que definiria as coisas. 
Rompe-se, assim, com as crenças mitológicas e inicia-se o caminho da construção do 
conhecimento ocidental com uma atividade filosófica voltada 
para a compreensão racional do Cosmos. 
 Em um segundo momento do pensamento grego, a 
investigação do mundo passa a seguir um novo modelo, 
chamado de Platônico. Para Platão, o real não pode ser 
percebido pelos sentidos humanos, pois a forma acessível aos 
sentidos mostra como as coisas são, mas não o que elas 
são. Dessa forma, o modelo platônico gera o conhecimento 
pelo raciocínio, o que Platão chama de mundo das ideias. Nele, as coisas são na sua 
forma perfeita, sendo o mundo dos sentidos apenas a representação do que é perfeito, 
ou seja, a representação de opiniões e crenças sobre a aparência do real (HÜHNE, 
2000). 
A ciência na visão platônica fornece a inteligência eo entendimento, que seria o 
conhecimento indutivo, desenvolvido através da argumentação e expressão de ideias 
(dialética). 
Outro filósofo grego que se destacou, no contexto da ciência, foi Aristóteles. 
Aristóteles foi discípulo de Platão e introduz o conceito de ciência como produto do 
entendimento da realidade, em que a análise da realidade é feita através da 
observação da natureza, associada às sensações provenientes dos sentidos. Com 
base nessa percepção, eram formuladas ideias universais que representavam a 
essência da realidade. Surge, assim, o primeiro método de produção de conhecimento 
baseado no entendimento e experiência sensível da realidade (PRICE, 2000). 
O método aristotélico consiste em analisar a realidade através de suas partes, 
que podem ser percebidas pelos sentidos. Depois do levantamento de um grupo de 
informações suficientes, pode-se pensar em um comportamento padrão dos 
fenômenos estudados e, dessa forma, a partir de informações obtidas, generaliza-se 
uma informação. O próximo passo desse método é formular princípios universais, os 
quais são correlacionados entre si através da lógica. Assim, o modelo aristotélico busca 
produzir conhecimentos que visam ser um fiel espelho da realidade (CARVALHO, 
2000). 
24 
 
 
 
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Assista ao documentário 
“Mentes Brilhantes”. Nele, 
podemos verificar os 
principais momentos da 
história que revolucionaram 
a trajetória do avanço 
tecnológico, e os 
personagens que os 
desencadearam. 
Disponível em: 
http://www.youtube.com/w
atch?v=xxFXdMuqbMA 
Os gregos viam o mundo dotado de uma ordem e estrutura natural que define a 
ordem e o acontecimento dos fenômenos naturais. Cabe à Filosofia e à Ciência buscar 
conhecer tal ordem, compreendê-la e demonstrá-la. Essa visão demonstrativa da 
ciência aristotélica, que data do século IV a.C, permanece até o século XVII d.C. e 
vigorou por mais de dois mil anos, sendo utilizada até hoje como método empírico ou 
indutivo. 
4.2 Abordagem da Ciência Moderna 
O método aristotélico de produzir conhecimento 
permaneceu sendo o mecanismo de busca de saber do 
homem por um longo período. Entretanto, à medida que a 
complexidade da sociedade aumentava novos 
conhecimentos eram necessários. A forma empírica de 
busca do saber, muitas vezes, não satisfazia as 
necessidades de conhecimentos mais precisos. Isso sem 
mencionar que as questões ainda não respondidas, até 
então, levaram muitos a pensar em uma nova forma de 
proceder na pesquisa científica. 
Naquele momento da história, almejava-se uma 
pesquisa que buscasse informações com caráter 
quantitativo, ou seja, que pudessem ser expressas e 
representadas numericamente, de forma que tais 
informações pudessem ser comprovadas, e os mecanismos de sua produção 
pudessem ser repetidos e reproduzidos, confirmando assim as informações com maior 
grau de certeza e precisão (PRICE, 2000). 
Esse fenômeno teve início, no século XIII, por influência do uso da Matemática, 
da observação astronômica e da busca de dados através da experimentação. No 
século XVI, intensifica-se a busca de conhecimentos em todas as áreas das ciências 
naturais (física, química, biologia, medicina), o que levou - no século XVII - a uma 
reformulação na forma de gerar conhecimento, movimento conhecido como Revolução 
Científica. Os principais precursores desse movimento foram Galileu Galilei e Francis 
Bacon, que introduzem a experimentação como fonte de conhecimento, modificando 
totalmente a concepção do mundo teórico e da ciência (KÖCHE, 1997). 
25 
 
 
 
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Galileu Galileu, físico, 
matemático e astrônomo 
italiano, nasceu em 1564. 
Desenvolveu os 
fundamentos da mecânica 
com o estudo de máquinas 
simples (alavanca, plano 
inclinado, parafuso etc.). 
Entre suas criações, destaca-
se o telescópio com o qual 
explorou os céus como 
nunca fora feito antes. Além 
de estudar as constelações 
Plêiades, Órion, Câncer e a 
Via Láctea, descobriu as 
montanhas lunares, as 
manchas solares, o planeta 
Saturno, os satélites de 
Júpiter e as fases de Vênus. 
A partir de suas descobertas, 
defendeu a ideia de que a 
Terra não ficava no centro 
do Universo. Como essa 
teoria era contrária à Igreja, 
foi perseguido, processado 
duas vezes e obrigado a 
negar suas ideias 
publicamente. Foi banido 
para uma vila de Arcetri, 
perto de Florença, onde 
viveu em um regime 
semelhante à prisão 
domiciliar. As longas horas 
ao telescópio causaram sua 
cegueira, e ele morreu em 
1642. 
Bacon se contrapôs veementemente ao método 
aristotélico, baseado somente na observação, julgando a 
necessidade de um método que desse maior eficácia à 
investigação. Propôs, então, um método de investigação 
da natureza, com base na necessidade do controle 
experimental para obtenção de confiabilidade dos dados. 
Esse método seguia o caminho da indução experimental 
sistematizada. Nesse contexto, Bacon entendia que os 
sentidos poderiam falhar, no registro ou sensibilidade, em 
relação aos dados e, assim, a busca pelo saber essencial 
deveria dispor de meios mais confiáveis para a obtenção e 
registro de dados (KÖCHE, 1997). 
O método proposto por Bacon segue os seguintes 
passos: 
1 – Experimentação – realização de experimentos 
sobre o fenômeno estudado, para poder observar e 
registrar - metódica e sistematicamente - todas as 
informações que pudesse coletar; 
2 – Formulação de Hipóteses – através da análise 
dos dados da fase anterior, tenta-se explicar as relações 
causais entre os fatos registrados; 
3 – Repetição dos experimentos – os experimentos 
são refeitos por outros cientistas, ou em outros locais, 
visando evidenciar regularidade no comportamento dos 
dados; 
4 – Teste das hipóteses – os experimentos são 
repetidos novamente, buscando novos dados e novas 
evidências que confirmem as hipóteses propostas; 
5 - Formulação de teorias generalistas – através das 
evidências obtidas, é possível a formulação de leis, cujo enunciado pode ser 
generalizado para explicar todos os fenômenos da mesma espécie. 
26 
 
 
 
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Para conhecer mais sobre o 
método de Galileu, assista 
ao vídeo sobre os 
primeiros experimentos de 
Galileu em: “Galileu, o pai 
da Ciência”, disponível em: 
http://www.youtube.com/w
atch?v=yThJZhDKEfo 
e em: 
http://www.youtube.com/w
atch?v=hZ64zHfLjEA 
 
Bacon tenta, assim, estreitar o máximo possível a correspondência dos 
enunciados com os fatos, criando critérios rígidos na produção de conhecimentos tidos 
como verdadeiros. Entretanto, seu método permaneceu numa escala qualitativa, o que 
não possibilitou um avanço significativo desse método. 
Outro importante nome da história da ciência foi Galileu Galilei, que via 
necessidade de analisar os fenômenos naturaisexperimentalmente e, assim, obter 
informações mais precisas. Galileu é considerado o pai da revolução científica, sendo o 
primeiro a incorporar a Matemática e a Geometria para explicar fenômenos naturais. 
Galileu não acreditava na validação da explicação pela 
simples demonstração, mas por provas elaboradas de forma 
matemática. Assim, o principal foco refere-se às evidências 
quantitativas produzidas pela experimentação. Esta forma de 
pesquisa constitui o método científico quantitativo-
experimental (PRICE, 2000). 
O procedimento para desenvolver ciência proposto por 
Galileu se iniciava com a observação de um fenômeno 
natural. Em seguida, ele propunha uma hipótese, ou seja, 
propunha uma explicação para tal fenômeno e, na sequência, 
eram desenvolvidos experimentos que buscavam validar tal 
hipótese, ou seja, verificar se essa relação proposta era real 
ou não. Assim, os passos do método proposto por Galileu 
consistiam de: 
1 – Observação dos fenômenos: A partir da observação de um fenômeno, 
poderia ser formulada uma hipótese que descrevesse seu comportamento; 
2 – Em seguida, monta-se um experimento que simule o fenômeno natural, de 
forma a conseguir dados que validem a hipótese proposta; 
3 – Formulação de enunciados: a partir dos dados obtidos com os experimentos, 
formulava-se um enunciado teórico que explicasse tal fenômeno; 
27 
 
 
 
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Isaac Newton. Este 
cientista inglês foi um dos 
principais cientistas do 
século XVIII, contribuindo 
com a formulação de leis e 
teorias científicas 
empregadas até a 
atualidade. Dentre as 
maiores descobertas de 
Newton, quatro delas 
foram realizadas em sua 
casa. Isto ocorreu no ano 
de 1665, período em que a 
Universidade de 
Cambridge foi obrigada a 
fechar suas portas por 
causa da peste que se 
alastrava por toda a 
Europa. Na fazenda onde 
morava, o jovem e 
brilhante estudante 
realizou descobertas que 
mudaram o rumo da 
ciência: o teorema 
binomial, o cálculo, a lei 
da gravitação e a natureza 
das cores. 
Galileu tomou como pressuposto que os fenômenos 
da natureza apresentam relações quantitativas entre os 
fatos que os constituem. Por exemplo, os movimentos dos 
corpos eram determinados por relações quantitativas 
numericamente determinadas. Para Galileu, cabe à razão 
apresentar questões inteligentes, manifestadas através de 
hipóteses quantitativas aos fenômenos da natureza, e as 
respostas seriam obtidas através de experimentos. Só a 
partir dessa nova concepção, inicia-se a explosão da 
ciência moderna. 
Após as colocações de Galileu, questionam-se as 
principais “verdades” defendidas pela concepção 
aristotélica de ciência, propondo-se - a partir de então - 
uma nova forma de produzir conhecimento científico. O 
método proposto por Galileu leva a dados com maior grau 
de confiabilidade, uma vez que a manifestação 
matemática de um fenômeno poderia ser utilizada por 
outros pesquisadores em locais diferentes, em épocas 
diferentes, ou mesmo por pesquisadores de outras 
nacionalidades. Com isso, o procedimento empregado na 
produção dos saberes se torna mais eficaz. 
Na mesma época do falecimento de Galileu, nasce 
outro ícone da Ciência, Isaac Newton. Você, certamente, 
já ouviu falar dele pelas suas leis e, dentre elas, da Lei da 
Gravidade. Newton não aceitava ideias previamente 
formuladas, afirmando que não aceitava leis e teorias que 
não fossem formuladas através da experiência por indução, ou seja, que fossem 
tiradas diretamente dos fatos. Newton foi o principal formulador do método científico 
indutivo-confirmável, no qual as informações são extrapoladas de uma parte para o 
todo. Ou seja, analisam-se as partes que compõem um evento natural e, 
compreendendo as partes, poderia se ter uma ideia do todo (CARVALHO, 2000). 
Para Newton, a realidade só é plenamente conhecida quando se descreve - com 
exatidão quantitativa - como ela funciona, e como ela se relaciona. O método 
28 
 
 
 
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newtoniano se aproxima mais do de Bacon do que com o de Galileu, pois Newton não 
trabalha com hipóteses. Seu método baseia-se puramente na indução, ou seja, nos 
fatos. Os passos desse método estão listados a seguir: 
1 – Observação dos fenômenos naturais – busca conhecer os fatores envolvidos 
no fenômeno estudado; 
2 – Análise das partes - estabelecimento de relações quantitativas entre os 
fatores analisados; 
3 – Indução de hipóteses – elaborar uma suposta relação quantitativa entre os 
fatores, o que deverá ter sua veracidade testada; 
4 – Verificação das hipóteses – teste da hipótese, os dados experimentais irão 
dizer se os fatos se ajustam ou não à hipótese formulada; 
5 – Generalização dos resultados para casos similares – aceita-se a hipótese 
pode ser estendida para situações similares, em que novos experimentos podem ser 
desenvolvidos; 
6 – Confirmação das hipóteses, obtendo-se Leis Gerais – estabelecimento de 
relações causa-efeito seguras e previsíveis. 
O método de Newton parte de que, para se ter um conhecimento total de um 
fenômeno natural, o pesquisador deve se destituir de quaisquer concepções prévias, 
ou seja, deve-se partir do zero para que uma investigação consiga captar a essência 
das coisas. Por isso, do primeiro passo desse método ser fundamentado, na 
experimentação inicial, os dados dos experimentos é que permitirão - a partir da 
reflexão - a formulação de um conceito ou lei científica. Para Newton, o conhecimento é 
produzido a partir de uma lei obtida pela observação indutiva (experimentos), ou pela 
dedução matemática dessa lei. 
O século XVIII é considerado o século das luzes, por isso esse período é 
chamado de “Iluminismo”, durante o qual impera a visão racional de Descartes. Nele, o 
conhecimento é produto de ideias e, dessa forma, o raciocínio dedutivo do ser produtor 
de conhecimento é fundamental. O Iluminismo, entretanto, avança bem mais que os 
conceitos indutivos de Bacon e o dedutivo de Descartes. Neste momento, a ciência 
também aborda quais os limites para o conhecimento (CARVALHO, 2000). 
29 
 
 
 
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Após a Revolução Científica descrita no tópico acima, você pode ficar com a 
impressão de que tudo estava perfeito na produção do conhecimento; que a ciência 
poderia ser imbatível na busca do conhecimento do mundo e das relações existentes 
entre as mais diversas áreas do saber. Bem, a dinâmica das coisas não foi tão retilínea 
assim. 
No século XIX, a ciência se caracteriza pela racionalidade e precisão nos dados. 
A pesquisa era o meio pelo qual as verdades podiam ser descobertas e 
compreendidas. Nesse contexto, repercutiram-se os grandes acontecimentos tanto no 
campo da economia, com a Revolução Industrial, quanto no campo político, com a 
Revolução Francesa; ambas ocorridas na segunda metade do século XVIII.A criação 
de um sistema de produção mecanizado leva à necessidade de consumidores para os 
produtos. Ao mesmo tempo, cria-se uma classe detentora dos meios de produção e o 
proletariado, dependente da força de trabalho (CARVALHO, 2002). 
O estado começa a se preocupar com a ordem social, ameaçada pelas revoltas 
da classe trabalhista. A produção padronizada e mecanizada (Fordismo) gera produtos 
massificados, desprovendo o consumidor de escolhas. Esses e outros conflitos de 
ordem política e econômica do sistema capitalista comprometem os ideais de 
liberdade, igualdade e fraternidade propostos pela Revolução Francesa. 
Esse contexto histórico leva a um redimensionamento do conhecimento. 
Surgem, assim, as ciências humanas com o propósito de compreender as crises 
instaladas. Essas ciências configuram um novo olhar na busca de conhecimento pelo 
homem. 
A situação da época demonstra um mundo cheio de euforia com as novas 
descobertas no campo das ciências sociais, e surgem duas tendências metodológicas 
que marcam novos objetos de conhecimento. O primeiro é o pensamento positivista, 
cujo principal pensador foi Augusto Comte. Para os positivistas, a ciência é o único 
meio de se conhecer a verdade. Para essa linha de raciocínio, somente através da 
comprovação científica é que uma teoria pode ser confirmada. Os positivistas se 
fundamentam na lógica matemática e na experimentação como meios para promover 
conhecimentos seguros. Tomam como base a neutralidade do pesquisador, sendo a 
sociedade regida pelas leis que se aplicam também ao mundo natural. No pensamento 
positivista, o comportamento dos dados é fixo, ocorrendo independente do ser humano. 
Cabe à razão humana entendê-los e compreendê-los (CARVALHO, 2002). 
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Albert Einstein, 
considerado um dos mais 
brilhantes pensadores e 
cientistas do século XX. 
Tornou-se famoso por 
formular a Teoria da 
Relatividade Geral e 
Restrita, nas quais faz a 
relação entre matéria, 
energia, espaço e tempo. 
Suas teorias foram 
propostas com base em 
raciocínio dedutivo, sendo 
confirmadas 
realisticamente anos mais 
tarde. Recebeu o prêmio 
Nobel de Física em 1921 e 
participou do projeto que 
deu origem à bomba 
atômica americana. 
 O segundo pensamento é o materialismo histórico-dialético, cujo principal 
nome associado é o de Karl Marx. Nesse método, Marx coloca o conhecimento 
científico com uma ferramenta para a compreensão das transformações sofridas pela 
sociedade no que se refere ao sistema de produção vigente, ou seja, as ideias 
propostas devem ser analisadas de acordo com o sistema econômico da época. Essa 
visão implica a falta de neutralidade da ciência, pois o conhecimento é fruto da 
interpretação do pesquisador; o que se opõe ao pensamento positivista. A visão 
dialética de Marx propõe a detecção pelos meios científicos das mudanças ocorridas 
na sociedade em determinado contexto político (CARVALHO, 2000). 
 
Muito bem! Você concluiu uma importante etapa da leitura, embora 
ainda não tenhamos concluído o conteúdo. Para você se certificar de 
que entendeu tudo direitinho, pense um pouco sobre as principais 
diferenças entre os modelos de Aristóteles, Bacon, 
Galileu e Newton na produção do conhecimento 
científico. 
 
4.3 A VISÃO CONTENPORÂNEA DA CIÊNCIA 
 No século XX, a ciência busca novos rumos. Com 
os conflitos de ordem mundial ocorridos na primeira 
metade do século (1ª Guerra Mundial, Revolução Russa e 
2ª Guerra Mundial), surgem novas propostas para a 
produção de conhecimento científico que retomam o ideal 
de objetividade através do pensamento racional. 
Nas primeiras décadas do século XX, novas 
descobertas no campo das ciências naturais, da economia 
e das ciências sociais promovem um significativo avanço 
no conhecimento científico. Essas descobertas promovem 
inovações tecnológicas que possibilitam melhoria na forma 
de fazer ciência, permitindo que as descobertas 
atingissem níveis maiores de profundidade e de 
complexidade. Consequentemente, aumentou-se também 
o nível de conhecimento das coisas, o que permitia um 
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Para entender mais sobre a 
história da evolução da 
ciência e de como tanto 
conhecimento foi se 
concretizando ao longo do 
tempo, aí vão algumas 
sugestões de leitura; 
“A Dança do Universo” 
Marcelo Gleizer. 
Companhia das Letras. 
“Uma Breve História de 
Quase Tudo. Bill Bryson. 
Companhia da Letras. 
avanço tecnológico que - por sua vez - aumentava o nível de conhecimento e assim 
sucessivamente. Você pode perceber que se tratava de um ciclo vicioso; conhecimento 
gera tecnologia, e tecnologia gera conhecimento. Nesse 
contexto, a ciência parece ser imbatível e, aí, cria-se um 
mito de que tudo pode ser desvendado através da 
pesquisa científica (PRICE, 2000). 
 
Você deve estar se perguntando: “mas a 
ciência é de fato detentora do poder de 
tudo descobrir?” Bem, apesar dos 
avanços inegáveis em diversas áreas, ainda temos 
questões sem resposta, tais como a cura para o 
câncer, ou a busca por uma energia inesgotável e não 
poluente. 
 
 Entretanto, essa contínua melhoria na forma de 
produzir informações teve como consequência a ruptura 
com teorias anteriormente acreditadas. Com a melhoria 
de equipamentos, e com o conhecimento acumulado até 
então, novas informações surgem para se sobrepor e derrubar informações que 
passam a ser desacreditadas diante de novos conhecimentos. Um exemplo é a 
descoberta da idade real do planeta Terra. 
 Nesse contexto, cabe-nos mencionar outro ícone do pensamento científico que 
revolucionou o século XX, Albert Einstein. Vocês já devem ter visto muitas fotos 
representando um cientista com aspecto de alucinado. Entretanto, Einstein é 
considerado um gênio por ter formulado suas teorias utilizando-se apenas da dedução. 
Mas o que significa isso? Ele utilizou os conhecimentos já produzidos por outros 
cientistas, principalmente Newton, e - através do seu raciocínio, inteligência e lógica - 
formulou novas teorias que, de certa forma, contrapunham-se às Leis de Newton, na 
época (final do século XIX), aceitas como verdades absolutas. 
Com o surgimento de teorias como a relatividade geral e restrita, formuladas por 
Einstein, o método científico passa a considerar a concepção de ideias e hipóteses 
prévias. Além do mais, no século XX, as ciências sociais alcançam seu ápice, gerando 
conhecimentos que têm o ser humano e a sociedade como objeto de estudo; objeto 
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este que não se adequava aos meios tradicionais de produção do conhecimento 
empregado nas ciências exatas e nas naturais. Dessa forma, surgem novos meios de 
gerar e aprimorar o conhecimento humano nas mais diversas áreas. 
Naquele momento histórico, verificou-se um avanço significativona produção de 
conhecimentos tecnológicos; o que - por sua vez - viabilizou o avanço científico. Surge 
o Mercantilismo, um expressivo avanço econômico decorrente da Revolução 
Industrial, que foi viabilizado pelas novas descobertas científicas. O rigor metodológico 
promove cada vez mais a expansão da economia e, nesse contexto, quanto mais se 
descobre, maior seu potencial de exploração econômica. A ciência passa a ser um 
meio para desenvolvimento econômico (CARVALHO, 2000). 
Assim, a forma ideal de se fazer ciência, no final do século XX, alcança um 
elevado grau de credibilidade decorrente do rigor nos métodos e técnicas para a 
produção de dados. Entretanto, devem-se considerar o objeto de estudo e os objetivos 
a serem alcançados com a pesquisa. Assume-se, então, um caráter revolucionário, que 
considera o desejo do homem em obter caminhos seguros para alcançar ou produzir 
um conhecimento. Admite-se que os procedimentos científicos são um sistema aberto 
e mutável, podendo ser definidos como: A descrição e a discussão de quais 
critérios básicos são utilizados no processo de investigação científica (MARCONI 
&LAKATOS, 2000). 
O método científico pode envolver raciocínio exato, objetivo e sistemático; de 
forma que o caminho trilhado para o desenvolvimento de uma pesquisa possa ser 
analisado, criticado e repetido sempre que necessário. Ou, então, estabelecer 
mecanismos que consideram o contexto histórico, associados aos dados e à 
interpretação do pesquisador no momento da produção dos dados. 
Dessa forma, o objetivo básico da ciência não é o de descobrir verdades ou 
conhecer plenamente a realidade, mas sim fornecer um conhecimento provisório que 
permita uma melhor interação com o mundo; de forma que previsões possam ser 
feitas, e mecanismos de gestão dos recursos possam ser desenvolvidos (HÜHNE, 
2002). 
 Você pode perceber que, hoje em dia, a pesquisa científica pode adotar diversos 
métodos e inúmeras formas de coleta de dados, para melhor conhecer a essência de 
uma realidade, como veremos no módulo 4. O importante é que tais meios sejam 
adequados à área de pesquisa em questão e que o pesquisador adote medidas éticas 
na coleta de dados, como veremos no módulo 3. 
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Muito bem! Terminamos mais uma seção e com ela o módulo 1. Nos próximos 
módulos, iremos tratar de temas mais aplicados da Metodologia Científica. Até mais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informações e documentação 
– referências. NBR 6023. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informações e documentação 
– trabalhos acadêmicos - apresentação. NBR 14724. Rio de Janeiro: ABNT, 2005. 
CARVALHO, Alex et al. Aprendendo Metodologia Científica. São Paulo: O Nome da 
Rosa, 2000, pp. 11—69. Disponível em: 
http://www.biomaterial.com.br/Metodologia_pesquisa.pdf. Acesso em 31 de Nov. de 
2011. 
CARVALHO, M. C. de. Construindo o saber: metodologia científica, fundamentos 
e técnicas. 2 ed. Campinas: Papirus, 2002. 
CERVO, A. L. ; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 2 ed. São Paulo: McGraw-Hill 
do Brasil, 2000. 
HÜHNE, L. M. Metodologia Científica: cadernos de textos e técnicas. 7 ed. Rio de 
Janeiro: Agir, 2002. 
KÖCHE, J. C. Fundamentos de Metodologia Científica: teoria da ciência e prática da 
pesquisa. 18 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 1997. 
MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 3 ed. São Paulo: Atlas, 
2000. 
MEDEIROS, J. B. Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos e 
resenhas. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
PRICE, D. de S. A ciência desde a Babilonia. Belo Horizonte: Itatiaia, 2000. 
SANTOS, A. R. dos. Metodologia Científica: a construção do conhecimento. 5 ed. 
Rio de Janeiro: DP&A, 2002. 
SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 21 ed. São Paulo: Cortez, 
2000. 
35 
 
 
 
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1. O Conhecimento sempre foi necessário para que o homem pudesse sobreviver no 
meio natural e evoluir em temos tecnológico, cultural e social. No desenvolvimento 
histórico do pensamento científico, em que momento a ciência estabelece uma 
necessidade ativa de entender e interpretar os fenômenos naturais (0,5) 
 
a) Na Grécia antiga, quando os filósofos pré-socráticos deixaram a visão de mundo 
caótico em prol de um universo organizado e se estabeleceu o conceito de 
Cosmos; 
b) Na Idade Média, com os estudos de Galileu Galilei, considerado o pai da ciência 
moderna por ter introduzido o método experimental e a quantificação dos dados, 
tornando os resultados de suas pesquisas mais precisos; 
c) Na Idade Moderna, com o avanço tecnológico possibilitado pelos equipamentos 
modernos, que apresentam alto grau de precisão nos dados; 
d) Na antiguidade, período marcado pela revolução científica, da qual Galileu 
Galilei é considerado o principal mentor; 
e) Na Era Contemporânea, através do avanço tecnológico, que permite 
conhecimentos cada vez mais seguros e confiáveis. 
 
2. “Ao contrário do que dão a entender a maioria dos livros de metodologia, o 
conhecimento científico não é algo pronto e acabado, indiscutível. Na verdade, o 
século XX foi palco de uma apaixonada discussão sobre o que é ciência, quais 
são suas características e sua relação com os outros tipos de conhecimento” 
(DALTON, 2002). Com base no fragmento de texto acima, podemos entender 
que a ciência na atualidade não está isenta de erros e equívocos. Diante disso, 
analise as seguintes afirmativas: (0,5) 
 
I - A pesquisa, quando segue os padrões de produção de conhecimentos da 
atualidade, encontra-se isenta de qualquer possibilidade de erros. 
II - O teste ao qual qualquer pesquisa científica está sujeita permite que os 
conhecimentos gerados por ela possam ser criticados, e possíveis falhas serem 
identificadas e corrigidas; o que dá maior segurança e confiabilidade as 
informações produzidas. 
III - A exposição dos meios pelos quais um pesquisador consegue alcançar 
determinadas informações é imprescindível para que tais dados possam ser 
interpretados e analisados. 
IV - A pesquisa desenvolvida, no início do século XX, foi totalmente desacreditada 
nos dias atuais, pois novos equipamentos permitiram dados muito mais seguros e 
confiáveis. 
MÓDULO 1 
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V - Podemos dizer que o rigor científico, atualmente exigido nas pesquisas,deve-
se à necessidade de mascarar os possíveis erros cometidos; de forma que os 
mesmos não sejam evidenciados pelos usuários de tais informações. 
 
a) Somente as afirmativas I e IV estão corretas; 
b) Somente as afirmativas III, IV e V estão corretas; 
c) Somente as afirmativas II e III estão corretas; 
d) Somente as afirmativas I,II e V estão incorretas; 
e) Somente as afirmativas III, IV e V estão incorretas. 
 
3. Descreva em, no máximo, 3 linhas sobre como a ciência impulsiona a tecnologia 
e vice-versa. 
 
4. Descreva, de forma geral, as principais diferenças entre os métodos adotados por 
Aristóteles, Galileu e Einstein. 
 
5. Explique porque Galileu é considerado o pai da Revolução Científica, e quais são 
as principais diferenças do seu método comparado ao de Newton.

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