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37 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância APRESENTAÇÃO DO MÓDULO Olá! Neste módulo, iremos estudar as características, formas e conteúdos dos textos científicos. Bem, você deve estar pensando na necessidade de se estudar tal conteúdo, mas veremos que existem diferentes formas de escrever e de apresentar o conhecimento científico e os resultados de uma investigação científica. Muitos textos se mostram com alto grau de complexidade; alguns por tratarem de assuntos de difícil compreensão, outros por ter uma redação e organização pouco clara. Vamos, então, analisar quais os diferentes tipos de textos científicos, qual a organização que eles apresentam e quais os conteúdos de cada um deles. Na sequência, você irá conhecer uma importante técnica de leitura de textos científicos - a leitura analítica - que promove a compreensão e domínio dos conteúdos de um texto. Com essa técnica, você poderá estudar de forma muito mais segura qualquer matéria que lhe seja cobrada em outras disciplinas. Então, vamos lá! No final deste módulo, você terá informações para diferenciar os textos científicos, além do domínio de uma técnica que permitirá que você desenvolva uma base de leitura sólida, proporcionando-lhe uma excelente atuação profissional. TEXTOS CIENTÍFICOS MÓDULO 2 38 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância OBJETIVOS DO MÓDULO Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste módulo, você seja capaz de: � Compreender as características textuais e a estrutura dos textos científicos; � Conhecer os conteúdos e forma de organização dos textos científicos; � Compreender os mecanismos da leitura de textos científicos. 39 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 1. INTRODUÇÃO O que são textos científicos? Quais são suas características? O que os distinguem dos demais tipos de textos que existem? Essas são algumas das perguntas que você pode formular ao iniciar a leitura deste módulo. Inicialmente, podemos dizer que os textos científicos apresentam conteúdos e informações produzidas a partir de uma pesquisa científica, que foi desenvolvida dentro dos critérios científicos apresentados no módulo anterior. Todavia, qual a importância desse tipo de texto? O desenvolvimento do ser humano se deve muito à pesquisa científica; mas, se tais conteúdos não fossem divulgados de forma escrita, como poderíamos ter conhecimento deles? Com isso, podemos introduzir a importância desses textos. Desde que o homem começou a se preocupar com a produção do conhecimento de forma mais organizada, ele também passou a registrar suas descobertas. Isso, muitas vezes, era feito por meio de cartas trocadas entre pesquisadores, ou mesmo livros que eram reproduzidos por meio de cópias manuais. Entretanto, com o avanço da ciência, surgiu a necessidade de melhorar os meios de comunicação das pesquisas desenvolvidas e, assim, surgem os Periódicos Científicos (Revistas Científicas). Por que, então, tal divulgação é tão importante? Imagine que um pesquisador nos Estados Unidos desenvolve uma pesquisa na mesma linha de outro pesquisador brasileiro. As informações produzidas por um pode auxiliar o outro; dados de um podem complementar a pesquisa do outro, ou mesmo permitir seu avanço. E como eles teriam acesso a essas informações, se cada um não divulgasse sua pesquisa? Assim, toda pesquisa desenvolvida deve ser divulgada, e os meios de divulgação através de textos científicos podem variar de acordo com o objetivo e tipo de pesquisa desenvolvida. Atualmente, além dos livros e revistas impressas, a comunidade científica conta com uma importante ferramenta tecnológica - a internet - que permite que os textos científicos sejam publicados (online) e estejam disponíveis ao público quase que imediatamente após sua edição. Vamos agora conhecer algumas formas de apresentação de textos científicos. Você irá perceber que eles podem variar em conteúdo e até mesmo em formato. Entretanto, todos têm, em comum, assuntos de caráter investigativo. 40 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância Para entender um pouco mais sobre textos científicos e suas diferentes formas de apresentação, consulte o livro “Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas” de João Bosco Medeiros, editora Atlas, 2010. 2 . FORMAS DE APRESENTAÇÃO DE TEXTOS CIENTÍFICOS A comunicação de informações diferenciadas requer textos diferentes no que se refere à estrutura do texto, a sua organização, à linguagem utilizada e mesmo à sua extensão. Dessa forma, podemos diferenciar os textos em três grandes grupos: os literários, os oficiais e comerciais e os científicos. Os textos literários têm por objetivo o entretenimento. São textos artísticos que visam não só a expressão de uma realidade, mas a sua recriação e interpretação pelo artista (autor). Fazem parte desse grupo os textos fictícios com estilos simples de redação e interpretação, tais como as fábulas, ou as lendas, e até os mais complexos como os contos, crônicas, novelas, romances e poemas. Também constituem esse grupo as biografias, que tratam de relatos reais sobre a vida e obra de uma personalidade. A linguagem utilizada nesses textos é a mais diversificada possível; contendo, na maioria das vezes, termos coloquiais do dia a dia vivenciado. As formas oficiais de texto constituem aqueles produzidos com o objetivo de comunicação em ambientes de trabalho, como os ofícios, memorandos, requerimentos e pareceres. Sua linguagem é técnica e objetiva, visando à expressão do conteúdo sem rodeios. Já os textos científicos são aqueles que tratam sempre de uma pesquisa científica, apresentando excessiva preocupação com a exatidão e autenticidade dos dados e raciocínios expressos. Segundo Santos (2000 p. 34), “escrever textos científicos é comunicar corretamente dados corretos”. Assim, são textos preocupados com o entendimento da mensagem pelo leitor, de forma que este possa se apropriar dos conhecimentos e informações divulgadas pelo texto. Os textos científicos apresentam linguagem técnica e formal, utilizando-se de formalidade na maneira de se expressar. O conteúdo dos textos científicos relata o processo de investigação científica, seus procedimentos, dados e interpretação destes. Entretanto, a forma de apresentação e o conteúdo variam de acordo com o caráter do texto. 41CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS Foi fundada em 1940. No Brasil, é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. A ABNT dita as regras para uma série de procedimentos que vão desde a área de Engenharia e Controle de Qualidade até as regras para a formatação de textos científicos. De acordo com Medeiros (2010), o texto deve ser um tecido verbal estruturado e entrelaçado de forma a apresentar uma informação com totalidade de conteúdo, sendo expresso de forma coerente e coesa. Então, o texto não pode ser elaborado a partir de informações retalhadas que não apresentam conexão de sentido e escrita, pois todas as partes do texto devem ter um direcionamento único, estando todas interligadas. Assim, independentemente do tamanho do texto, seu conteúdo deve constar de início, meio e fim. Em relação ao conhecimento científico produzido pelas diversas formas de pesquisa, podemos destacar as formas de texto descritas a seguir. 2.1 RESUMO Segundo a norma NBR 6028:2003 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS-ABNT), podemos definir o resumo como sendo a redação dos conteúdos mais relevantes de um documento, sendo o resumo a apresentação de forma sucinta e compacta dos pontos mais importantes de um texto. O texto apresentado no resumo deve seguir o mesmo modelo de qualquer outro; com início, meio e fim. Seu conteúdo deve constar do assunto abordado no texto, o objetivo do texto, a articulação das ideias expressas e as conclusões do autor do texto. Quando você for redigir um resumo, deve prestar atenção em alguns procedimentos, tais como: adotar uma linguagem objetiva, ou seja, não ser repetitivo nos conteúdos, nem expor informações que não sejam necessárias; evitar a repetição de frases inteiras do original (isso porque se pode correr o risco de produzir um texto sem sentido), pois - se copiamos frases literalmente - podemos não dar a coesão textual (correlação) entre as ideias expostas; respeitar a sequência de informações do texto original (isso porque, normalmente, as informações foram organizadas pelo autor original de forma a expressar um conteúdo que tem uma ordem necessária). Para você, estudante de nível superior, o resumo é uma ferramenta extremamente importante no contexto do estudo. Quando você resume um capítulo de livro, por 42 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância Uma dica na elaboração de resumos é sempre ler o texto no mínimo duas vezes e grifar os conteúdos de destaque somente na segunda vez. Assim, você irá destacar as informações que são novas, ou seja, aquelas que de fato são importantes para você. exemplo, está colocando em destaque, no resumo, as informações que devem ser fixadas no momento de estudo. Assim, resumir pode ser uma estratégia de estudo bastante eficaz. A ABNT destaca ainda que os resumos podem pertencer a três categorias: os indicativos (ou descritivos), os informativos (ou analíticos) e os críticos. Resumo indicativo: destaca apenas os pontos mais importantes do texto, sem mencionar dados ou interpretação destes. Não dispensa a leitura do texto original; apenas permite que o leitor decida se é necessário ou não lê-lo. Resumo informativo: É um resumo fruto do estudo de uma obra. Seu conteúdo destaca o objetivo do texto e os métodos de coleta de dados empregados, além de mencionar os resultados e sua interpretação. Este tipo de resumo pode informar suficientemente o leitor para que o acesso ao texto original seja dispensado, sendo o tipo de resumo solicitado em fichamentos analíticos, por comissões de eventos científicos como congressos e simpósios científicos. Resumo Crítico: é normalmente redigido por especialistas em certa área do saber. Compreende a análise crítica de um texto, também denominado resenha, conteúdo que veremos no próximo item. O resumo deve ser redigido em parágrafo único, sendo encabeçado pela referência bibliográfica do texto (vamos aprender como fazer as referências no módulo 4) e seguido de 3 a 5 palavras-chave, as quais devem ter alguma correlação com o assunto abordado no resumo. A extensão dos resumos pode variar de acordo com o seu propósito e de quem solicita esse tipo de texto, entretanto pode variar de 150 a 300 palavras. 43 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância Para saber mais sobre a resenha, consulte MEDEIROS (2010). Redação Científica, editora Atlas. 2.2 RESENHA A resenha é uma espécie de resumo acompanhado de análise crítica, ou seja, existe um texto original (artigo, livro, tese), e outra faz um resumo deste. O que diferencia a resenha do resumo é que a primeira apresenta uma crítica ao texto, isto é, o autor da resenha expõe suas impressões sobre o texto lido no que se refere tanto ao conteúdo, como à construção do texto. Sendo assim, é natural que - ao se elaborar uma resenha - o autor deve ter um conhecimento mínimo sobre o tema discutido no texto original. Só assim poderá ter maturidade intelectual para emitir um juízo de valor sobre a obra lida. Segundo Medeiros (2010), a resenha geralmente é mais abrangente que o resumo, pois permite comentários e opiniões, incluindo julgamentos de valor e comparação com outros trabalhos. Dessa forma, sua apresentação é também maior podendo chegar a duas ou três páginas. A resenha pode ser Descritiva, que se assemelha muito ao resumo informativo. Nesse tipo, o autor da resenha apresenta os conteúdos considerados de maior significância descritos no texto original. O autor dessa resenha pode colocar seu ponto de vista sobre algo abordado no texto original, o que não acontece no resumo informativo. Já a resenha Crítica apresenta uma sessão posterior ao conteúdo da obra, em que o autor expõe sua postura em relação ao texto original. O conteúdo básico de uma resenha crítica consta da descrição estrutural da obra (se é um livro, um artigo, uma tese de doutorado); as credenciais do autor (neste item, relata-se o nome do autor, sua titulação e a instituição de origem); o resumo da obra (relatam-se os conteúdos mais relevantes do trabalho, focando-se nas informações transmitidas através do texto, e expondo os objetivos do texto e a metodologia empregada, bem como as conclusões às quais o autor chegou); a crítica (neste ponto, o autor da resenha coloca sua postura em relação ao texto: se foi bem redigido e organizado, se os argumentos do autor foram sólidos e, enfim, se o texto tem qualidade e valor científico). Outro ponto importante colocado por Severino (1986) é que - para que a análise de um texto leve a elaboração de uma resenha - a leitura do mesmo tem que ser 44 CNEaD – Coordenadoria Nacionalde Educação a Distância Apesar de constar de uma grande quantidade de itens, os relatórios científicos variam em tamanho de acordo com o que foi solicitado. Por isso, sempre que um relatório for requisitado, pergunte ao professor quais os moldes de seu desejo. criteriosa e analítica, fruto de um cauteloso processo de estudo do texto. Sendo assim, o leitor teria propriedade para a confecção de uma resenha crítica. Embora tenha sido colocado aqui que - para se fazer uma resenha - sejam necessários sólidos conhecimentos sobre o tema abordado no texto, nada impede que alunos de graduação possam fazê-la; até porque é importante que se treine o estudo de textos buscando a crítica. Só assim podemos desenvolver tal potencial. 2.3 RELATÓRIO CIENTÍFICO O termo relatório está relacionado a “relatar”, ou seja, dizer como foi. Dessa forma, é um texto produzido geralmente após uma atividade de campo ou laboratório, e frequentemente utilizado por professores como método de avaliação após uma atividade prática. Por isso, certamente você terá que desenvolver alguns relatórios no decorrer do seu curso de graduação. O relatório científico compreende na descrição detalhada do foi observado e desenvolvido na atividade prática; já os relatórios profissionais tendem a obedecer a padrões estipulados pela instituição solicitante. Dessa maneira, normalmente apresenta um conteúdo distinto do relatório científico acadêmico. O conteúdo do relatório pode variar de acordo com quem solicita, com o objetivo da atividade prática e com o propósito do próprio relatório. Normalmente, consta de: Referencial teórico (Introdução): Apresentação geral do assunto abordado na atividade prática. É um texto que reflete o quanto o autor do relatório leu sobre o tema investigado na prática. Deve conter, ainda, as principais teorias e conceitos que subsidiam os fenômenos vivenciados na atividade desenvolvida. Devem-se utilizar informações obtidas através de leituras de textos científicos, para embasar a introdução do relatório. As informações de tais textos devem ser expressas na forma de citação indireta (vamos ver de que se trata a citação no próximo módulo). Objetivos: Descrevem-se as metas que foram estipuladas para a prática, devendo-se usar sempre verbos no infinitivo (verificar, constatar, compreender etc.). A redação do objetivo deve ser concisa e direta, sem rodeios e prolongamento do texto. 45 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância Vale lembrar que muitas instituições de ensino superior hoje adotam o artigo científico como forma de trabalho de conclusão de curso. Metodologia: Descrição detalhada e rigorosa de todos os procedimentos realizados, bem como os materiais, equipamentos, reagentes e técnicas utilizadas na atividade prática. A ordem das informações deve ser a mesma de execução das atividades, sendo fundamental um caderno de campo ou laboratório para que todo o processo seja meticulosamente registrado. Resultados: Exposição dos resultados obtidos através da atividade. Sempre que possível, os dados devem ser apresentados na forma de gráficos, tabelas e/ou fotos, isto é, da forma mais ilustrada possível. O registro dos dados deve ser bastante criterioso, pois eles irão ser interpretados e discutidos no próximo item do relatório. Discussão: Interpretação dos resultados obtidos e comparação com as bases teóricas que sustentam a atividade prática. No item discussão, interpretam-se os dados obtidos na prática, sendo importante sua comparação com outros trabalhos semelhantes que foram lidos para a construção do referencial teórico. Considerações finais: Principais informações que foram geradas com a atividade prática (conclusões). Podem também se destacar as possíveis aplicações do conteúdo desenvolvido, no contexto da atuação profissional, ou mesmo para o desenvolvimento da área de conhecimento em questão. Referencias: lista de todos os trabalhos citados em todo o texto. Deve seguir ordem alfabética. 2.4 MONOGRAFIA A monografia é um texto que expõe todo o processo de uma pesquisa científica, normalmente é solicitada como um dos requisitos para a conclusão de cursos de graduação e pós-graduação lato sensu (através dos quais se obtém o título de especialista). O texto monográfico é caracterizado pela investigação de uma questão- problema, ou seja, destaca-se uma pergunta (ou um problema), em cuja pesquisa desenvolvida irá buscar a resposta à pergunta, ou a solução do problema. Sendo assim, o assunto abordado em uma monografia é bastante específico, ou seja, bem delimitado, enfocando bem a temática nos pontos que estão relacionados à questão- 46 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância problema proposta. Dessa forma, trata-se de um texto bastante aprofundado e com interpretação detalhada dos aspectos que envolvem o problema proposto. O corpo da monografia deve ser construído com base em reflexão e raciocínio. Sendo assim, o texto deve ser cuidadosamente pensado pelo autor, o que implica uma criteriosa seleção de informações e elaborada redação, prezando sempre a busca de um texto no qual os parágrafos são inter-relacionados. Dessa maneira, as informações de um parágrafo devem complementar o parágrafo anterior, formando uma sequência contínua de conteúdos. O corpo do texto monográfico - como qualquer outro - deve apresentar início, meio e fim, sendo organizado em capítulos estruturados de forma interligada e em uma sequência lógica. Podemos destacar três grandes divisões: os elementos pré-textuais, os textuais e os pós-textuais. O conteúdo dos pré e pós-textuais veremos no módulo 4, sendo aqui exposto somente o conteúdo do corpo do texto, que deve constar de: Introdução: Na introdução da monografia, o leitor deve ser motivado a ler todo o corpo do texto. Dessa forma, seu conteúdo deve ser atrativo o suficiente para instigá-lo à leitura completa. Deve conter a apresentação do assunto abordado, as principais informações obtidas na literatura para seu entendimento, os problemas relacionados ao tema, e a questão que se deseja responder com a investigação realizada. A introdução de uma monografia deve conter informações, para que o leitor compreenda a questão proposta, e os meios de investigação que foram adotados para respondê-la. Justificativa: Descrição da importância do estudo proposto e dos benefícios que seus resultados irão gerar. Devem ser enfocadas as vantagens da investigação proposta, com uma linguagem bem clara e simples, sem o uso de citações, pois a justificativa é de autoria do pesquisador que desenvolveu a monografia. Objetivos: Devem-se apresentar as metas da pesquisa com verbo no infinitivo. Os objetivos da monografia podem ser subdivididos em objetivo geral e objetivos específicos. Veremos como isso é organizado no módulo 4. Desenvolvimento: Corpo da monografia propriamente dito pode ser diferenciado de acordo com o tipo de pesquisa desenvolvida, ou seja, dependendo do tipo de questão problema proposta. Sendo assim, daremos enfoque aos principais modelos, sendo eles: Pesquisa de Revisão Bibliográfica: Neste caso, os dados da monografia são obtidoscom a leitura de textos científicos que tratem do mesmo assunto. Cada capítulo da monografia deve reunir um conteúdo referente ao tema abordado que auxilie na 47 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância Você deve estar achando a monografia um “bicho de sete cabeças”, mas não se preocupe. Você não irá desenvolver sua monografia sozinho. Todo estudante conta com o auxilio de um professor que irá orientá-lo na definição da questão- problema, bem como na sua investigação e construção do texto. investigação da questão proposta na introdução. Os capítulos devem ser compostos com citações indiretas, e seus títulos devem ser definidos pelo pesquisador (aluno) de acordo com seu conteúdo. Deve ser ressaltado aqui que o fato de utilizarmos os dados e informações obtidas de outros trabalhos científicos não faz da monografia de revisão, em hipótese alguma, uma cópia de trechos de outros trabalhos. Todo o texto monográfico deve ser redigido pelo autor da monografia, ou seja, a leitura é empregada como fonte de informação, mas as frases e parágrafos devem ser escritos pelo autor, com suas palavras e estilo de redação. Além do mais, as informações lidas servem de base para que o autor construa seu raciocínio e tire daí suas informações. São essas informações que devem ser postas no papel. Pesquisa de Campo: Este tipo de monografia adota - como fonte de informações - dados gerados pelo próprio autor, ou seja, o aluno define uma metodologia para obter dados através de diversas técnicas (veremos isso no módulo 4) e os apresenta no desenvolvimento da monografia, que é subdividida em capítulos previamente definidos. São eles: Materiais e Métodos: Neste capítulo, é feita a descrição detalhada de todos os procedimentos práticos utilizados para o desenvolvimento da pesquisa. Devem ser mencionados materiais, reagentes, equipamentos e técnicas empregadas. Sempre que uma técnica for adotada de um texto (artigo ou livro), deve-se fazer a citação bibliográfica de acordo com as normas estipuladas. A metodologia deve ser clara o suficiente para que qualquer leitor possa compreendê-la e, se quiser, reproduzi-la. Resultados: Neste capítulo, apresentam-se os dados gerados com a pesquisa. Deve- se fazer uso de recursos ilustrativos como fotos, gráficos e tabelas. A redação do texto deve ser descritiva, ou seja, não se deve interpretar o dado ainda, pois isso será feito no próximo capítulo. Discussão: No capítulo discussão é que se interpretam de fato os dados, verificando quais informações eles apresentam e como se comportam quando comparados com dados obtidos com a leitura de outras pesquisas que abordaram o mesmo assunto. 48 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância Muito bem! Você deve ter percebido que o desenvolvimento de uma monografia exige dedicação do estudante, mas lembre-se de que você só iniciará essa etapa na segunda metade do curso. Entretanto, tenha sempre em mente que esse trabalho é necessário. Quanto mais cedo você se interessar por um tema, mais tempo você terá para buscar informações, e isso facilita bastante o processo de construção da monografia. Sempre se busca a comparação para verificar o porquê das semelhanças e das diferenças encontradas e, assim, podem-se tirar as conclusões pertinentes aos dados gerados. Trata-se do capítulo no qual as informações da monografia são de fato geradas, pois o autor do texto (aluno) deve se expressar de forma reflexiva, buscando explicações para as informações evidenciadas; Conclusões: Síntese das informações geradas com a pesquisa. Deve ser construída com base na discussão, de forma direta e objetiva. 2.5 DISSERTAÇÃO A dissertação é um texto solicitado a estudantes de pós-graduação estricto sensu, para a obtenção do título de mestre. O texto da dissertação também apresenta características monográficas, pois também investiga uma questão-problema relacionada a um tema único. Porém, neste caso, com um grau de profundidade mais elevada do que aquele mencionado no item anterior. Exige-se, na dissertação de mestrado, que o autor apresente dados, interprete tais dados e exponha seus argumentos em relação aos conhecimentos que foram produzidos através dessa interpretação. Dessa forma, o autor deve expor um objetivo e os meios pelos quais pretende atingi-lo. O corpo da monografia se assemelha bastante ao da monografia descrita acima. Entretanto, pode haver variações de acordo com a instituição de ensino ou pesquisa na qual está sendo desenvolvida. Basicamente, a dissertação busca preparar o estudante para o desenvolvimento de pesquisas, tornando-o apto à investigação científica para a produção de conhecimentos. 49 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 2.6 TESE A tese trata-se de um texto produzido para a obtenção do título de doutor. Apresenta um grau de dificuldade e profundidade maior que a dissertação de mestrado, exigindo do pesquisador capacidade de promover novos conhecimentos na área de pesquisa em questão. Dessa forma, a tese pode ser caracterizada por apresentar uma questão-problema inédita, i. e., original, até mesmo uma nova abordagem sobre um conhecimento já existente. O corpo do texto de uma tese pode se assemelhar ao formato clássico subdividido em capítulos, como descrito na monografia, ou ser organizado em seções, sendo que cada seção apresenta uma introdução, desenvolvimento e conclusões. 2.7 ARTIGO CIENTÍFICO O artigo científico, como a monografia, é um texto produzido a partir de uma pesquisa científica. Assemelha-se à monografia em conteúdo, mas difere em formato porque é mais compacto e objetivo. O principal propósito do artigo é ser publicado em um periódico especializado. Sendo assim, o texto deve conter informações essenciais para se transmitir um conhecimento, já que a quantidade de páginas é limitada. Um fato bastante comum é uma pesquisa de graduação, mestrado ou doutorado ter seus dados publicados na forma de artigo científico, após a conclusão da pesquisa. Dependendo da extensão e volume de dados gerados, pode acontecer de mais de um artigo ser publicado a partir de uma investigação. Isso acontece quando os dados podem ser organizados em blocos que estão interligados, mas podem ser abordados separadamente, permitindo que possam ser mais bem interpretados. Sem dúvida, podemos afirmar que os artigos científicos constituem o principal meio de comunicação científica do qual dispomos. Podemos ter acesso aos conhecimentos produzidos por pesquisadores de qualquer lugar do planeta, uma vez que - com a internet - temos acesso a qualquer periódico registrado. Então, você pode se perguntar: mas como terei acesso a um conteúdo publicado por um japonês? Para nosso benefício, a grande maioria dos periódicos de circulação internacional publicaem inglês. Assim, precisamos ter domínio apenas desse idioma. A estrutura física do artigo difere da monografia; pois, como já foi dito, ele é mais compacto, e seu texto é subdividido em seções e não em capítulos. O conteúdo das 50 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância seções contém basicamente as mesmas informações da monografia; entretanto a estrutura é distinta, não constando de elementos pré-textuais. A organização do artigo estabelece uma sequência ininterrupta de elementos, que são: Título, Autor, Resumo Informativo, Abtract (resumo em inglês); Introdução: apresenta, de forma sintética, os principais pontos do tema, sua importância e o objetivo da pesquisa. A introdução do artigo é bem menor que a da monografia e, por isso, deve ser bem redigida, de forma a motivar a leitura total do texto sem gastar muito espaço para isso. Na introdução, também deve ser exposto o objetivo da pesquisa; Materiais e Métodos: descrição dos métodos e técnicas empregadas na coleta de dados. Devemos lembrar que, neste caso, a descrição deve ser superficial, devido ao tamanho reduzido do artigo. Entretanto, o leitor deve ter condições de compreender como a pesquisa foi desenvolvida; Resultados: apresentação dos dados obtidos (gráficos, tabelas e fotos); Discussão: interpretação dos dados de forma semelhante à descrita na monografia. Deve ser o tópico mais longo do artigo, pois nele é que se geram (e se argumenta sobre) novas informações produzidas; Conclusões: principais informações geradas com a pesquisa; Referências: lista de textos lidos e citados no artigo. Vale lembrar que os artigos científicos também podem ser escritos com base somente em leitura de textos científicos que abordem o mesmo tema. Esses textos são chamados artigos de revisão ou artigos bibliográficos. Nesse caso, o corpo do artigo é construído com seções elaboradas com informações obtidas da leitura de outros textos. A quantidade de seções fica a critério do autor do artigo, bem como os títulos de cada seção. 2.8 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA A comunicação científica é um texto conciso e objetivo utilizado como suporte para comunicação oral em cursos, congressos, simpósios e reuniões científicas que, posteriormente ao evento, é publicada em anais. Contém entre duas e dez páginas. Seu conteúdo apresenta a mesma estrutura intelectual do artigo científico ou relatório, no entanto não apresenta subdivisões, compondo um texto unitário. Muitas vezes, a comunicação científica relata dados de uma pesquisa que já foi concluída, mas ainda não foi publicada na forma de artigo. 51 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância Para saber mais sobre a Resenha, consulte SANTOS (2000). Metodologia Científica: a construção do conhecimento , editora DP&A. 2.9 INFORME CIENTÍFICO Compõe um texto sintético utilizado para comunicar resultados parciais de uma pesquisa em andamento. Divulga as primeiras descobertas e as dificuldades encontradas, os procedimentos utilizados e o período de estudo divulgado. Mantém a estrutura dos artigos científicos. Assim, é bastante comum que - após o término da pesquisa - um novo texto, no formato de artigo, seja publicado referente a este conteúdo. Normalmente, publicam-se - na forma de informe - dados que chamam a atenção do pesquisador e, assim, este acha por bem divulgar no meio científico. 2.10 ENSAIO CIENTÍFICO O ensaio é um texto que expõe a postura de um autor sobre determinado assunto de seu domínio. Pode ser caracterizado como “conjunto de impressões do especialista”. O ensaio muitas vezes é produzido quando uma informação nova é produzida e divulgada. Então, os demais pesquisadores da área se posicionam em relação ao fato. Seu valor científico depende do respeito da comunidade científica pelo ensaísta. A estrutura gráfica é a mesma da monografia ou artigo científico. 3 .LEITURA DE TEXTOS CIENTÍFICOS Bem, iniciaremos agora uma nova seção deste módulo, que será muito utilizada por você no cotidiano de estudos da graduação. A leitura, associada aos conhecimentos mediados pelos professores, mais as práticas desenvolvidas, será a grande fonte de conhecimentos para sua formação. Dentre essas três, a leitura é a única que você poderá desenvolver livremente, independente de horários ou dias específicos, como acontece com as aulas teóricas. Por isso, aproveite bem e faça uso desse meio de conhecimento. Como já vimos, os textos científicos não se assemelham nem em conteúdo, nem em linguagem, a um romance, por exemplo. Dessa forma, dificilmente alguém pega um artigo científico para se distrair. O principal objetivo na leitura de um texto científico é a 52 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância busca por conhecimentos e informações. Por isso, sua leitura deve seguir alguns critérios para que a aquisição de tais conteúdos seja plena e total. De acordo com Severino (1986), a leitura para estudo deve seguir alguns padrões para que seja considerada uma análise do texto, ou seja, na leitura analítica, busca-se conhecer o texto na sua essência, detendo assim o conhecimento por ele transmitido. A primeira colocação de Severino é de que o texto, quando muito extenso, deve ser subdivido em Unidades de Leitura. Cada unidade deve ter uma totalidade de conteúdo como, por exemplo, uma seção de um artigo, ou mesmo um capítulo de uma monografia. Essa divisão facilita a compreensão do texto, principalmente daqueles com que o leitor tem pouca familiaridade; pois, se cada seção tiver suas informações completamente assimiladas pelo leitor, a seção seguinte - que depende dos conteúdos da anterior - será mais facilmente compreendida, mesmo tendo conteúdos mais complexos. Após definida a unidade de leitura, seguem-se os seguintes passos para o desenvolvimento da leitura analítica: 1. Visão Geral do Capítulo: neste momento, o leitor verifica a estrutura da seção, sendo destacados os títulos de subtítulos utilizados para sequenciar as informações. É importante que, nessa primeira leitura, não seja grifado nada ainda no texto. Esse primeiro contato com o texto permitirá ao leitor formular duas importantes questões sobre o texto. 1ª. Qual é o assunto tratado? 2ª. Qual a ordem das ideias expostas? 2. Questionamentos despertados pelo texto Nesse momento, o leitor pode levantar uma série de questionamentos para o texto; sem, no entanto, buscar respondê-los. Essas respostas serão alcançadas no final da leitura analítica. Tais questionamentos são de fato importantes no processo de leitura; pois, se você formula questões ao ler, é sinal de que o texto te instigou a pensar nelas e, dessa forma, sua busca pela resposta refletirá em conhecimentos adquiridos. Segundo Medeiros (2010), podemos utilizar as seções colocadas no texto, como meios de elaboração dos questionamentos. O autor cita o seguinte exemplo.“Se uma 53 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância seção de um texto tem o título ‘Características do Sol’, poderia ser formulado o seguinte questionamento: Quais são as características do Sol? Nesse caso, a própria seção trará a resposta, uma vez que o título já reflete seu conteúdo”. 3. Estudo do Vocabulário Neste passo, o leitor deve destacar todas as palavras, termos e conceitos que desconhece. Isso é bastante comum em estudantes de graduação; pois, ao iniciar um curso de nível superior, deparamo-nos com uma série de terminologias técnicas que não conhecíamos até então. Alguns desses termos podem ser compreendidos por seu contexto; entretanto, caso isso não aconteça, deve-se buscar o significado desses termos num dicionário, ou mesmo em outros textos que trazem definições conceituais. 4. Linguagem não verbal Muitos textos, tais como artigos científicos, monografias, ou mesmo livros, trazem uma série de informações expressas de forma ilustrativa em tabelas, gráficos, quadros, mapas conceituais, ou mesmo fotos. Essas ilustrações trazem um conhecimento que deve ser acessado e assimilado; pois, se o autor do texto o colocou ali, tem sua importância. Assim, um erro comum em iniciantes da graduação é pular as ilustrações de um texto, principalmente se, em um primeiro momento, essas lhes parecem complexas. Todavia, lembre-se de que, às vezes, um gráfico pode transmitir mais informação do que uma página de texto. 5. Essência do Texto Este é o momento de se fazer uma releitura do texto. Nesse segundo contato com o texto, o leitor deve destacar - por meio de grifo ou de caneta marca-texto (se o texto for de sua propriedade, é claro) - todos os pontos de destaque, ou seja, aquelas informações que você adquiriu com essa leitura. Os principais pontos a serem considerados nesse momento se referem às principais proposições do autor, ou seja, em quais conceitos e teorias ele se fundamenta, e quais os conteúdos que ele julga importantes de serem expostos ao leitor; buscam-se conhecer os argumentos do autor, quais os dados que ele utiliza para justificar suas proposições; identificar a ideia defendida pelo autor, qual é a 54 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância razão à qual ele atribui o comportamento dos dados que utiliza como argumentos; e, por fim, avaliar as ideias expostas (neste ponto, o leitor tem que fazer uma avaliação se as colocações do autor, ao seu modo de ver, são convincentes ou não e, se possível, o porquê). O conteúdo destacado no texto deve ser o que mais chama a atenção do leitor; não devendo ser em exagero, pois a essência do texto se refere à ideia central colocada pelo autor, e essa é a informação que ele espera que o leitor tenha assimilado. Existem as ideias secundárias, aquelas que complementam a ideia central. Essas, com o tempo e com o aumento do volume de leitura, você vai descartando, pois são informações que você já dominava. 6. Resumo do Texto O termo resumo, aqui, refere-se ao resumo informativo descrito anteriormente, no qual se devem recriar os conteúdos alcançados com a leitura em um texto mais compacto e conciso. Retomando o que foi dito em relação ao resumo, não se devem fazer cortes de trechos e reproduzi-los literalmente; pois, assim, não se terá um texto coeso, no qual uma frase completa ou exemplifica a anterior. Sendo assim, o resumo deve ser redigido com base na essência do texto, ou seja, com os conteúdos destacados nesse item. Entretanto, a forma como tais informações serão redigidas deve ser nova e de autoria do leitor. 7. Avaliação Esta etapa da leitura analítica busca desenvolver no estudante sua capacidade crítica; promovendo, assim, o desenvolvimento de uma independência intelectual. Nesse momento, buscam-se as respostas às questões colocadas no início da leitura. Faz-se um balanço de quais perguntas foram de fato respondidas e com que grau de satisfação, ou seja, a resposta foi baseada em argumentos sólidos (dados). Quais perguntas ficaram sem resposta e por quê. Muitas vezes, questões ficam sem serem respondidas não porque a pesquisa não foi bem feita, mas por terem dados inacessíveis. Outro ponto importante no processo de avaliação está relacionado à forma como o autor transmitiu suas colocações, a como se utilizou de linguagem direta e clara, e a como organizou o texto de forma a elucidar bem suas colocações. 55 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância É isso aí! Terminamos mais um módulo e esperamos que você utilize essas informações no momento de seu estudo e em suas pesquisas. Lembre-se de que só escreve bem quem lê muito. Por isso, a leitura te auxilia até na construção de respostas em questões de provas coerentes e bem organizadas. No próximo módulo, iremos estudar como se organizam e redigem os textos acadêmicos científicos. Até mais! 56 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informações e documentação – referências. NBR 6023. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informações e documentação – trabalhos acadêmicos - apresentação. NBR 14724. Rio de Janeiro: ABNT, 2005. CARVALHO, Alex et al. Aprendendo Metodologia Científica. São Paulo: O Nome da Rosa, 2000, pp. 11—69. Disponível em: http://www.biomaterial.com.br/Metodologia_pesquisa.pdf. Acesso em 31 de Nov. de 2011. CARVALHO, M. C. de. Construindo o saber: metodologia científica, fundamentos e técnicas. 2 ed. Campinas: Papirus, 2002. CERVO, A. L. ; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 2 ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 2000. HÜHNE, L. M. Metodologia Científica: cadernos de textos e técnicas. 7 ed. Rio de Janeiro: Agir, 2002. KÖCHE, J. C. Fundamentos de Metodologia Científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. 18 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 1997. MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2000. MEDEIROS, J. B. Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos e resenhas. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2010. PRICE, D. de S. A ciência desde a Babilonia. Belo Horizonte: Itatiaia, 2000. SANTOS, A. R. dos. Metodologia Científica: a construção do conhecimento. 5 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 21 ed. São Paulo: Cortez, 2000. 57CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 1. O ensaio científico é um texto que expressa a postura de um pesquisador sobre determinado assunto de seu domínio, ou sobre um conhecimento recentemente divulgado. Sobre esse tipo de texto, é correto afirmar que: a) Sempre terá bem explicado a forma de coleta de dados utilizada pelo autor do texto; b) É um texto resultado necessariamente de uma pesquisa em campo; c) O texto tende sempre a utilizar-se do método dedutivo para produção de conteúdos; d) Sempre relata uma pesquisa bibliográfica; e) Trata-se do relato de um pesquisador especialista no assunto, e seu valor científico depende dão quanto o ensaísta é aceito na comunidade científica. 2. Na atualidade, com a era digital, a divulgação dos resultados de uma pesquisa científica é fundamental para que o conhecimento avance. Sendo que os meios de promover tal divulgação são bastante diversos. Entretanto, devemos ter bastante cautela em relação à fonte de informações, uma vez que devemos preservar por conteúdos desenvolvidos a partir de pesquisas sérias que, muitas vezes, são divulgadas na forma de artigo científico. Em relação a esse formatado de texto, é INCORRETO afirmar que: a) É um texto necessariamente organizado a partir do material encontrado na literatura; b) Pode ser fruto de uma pesquisa envolvendo material de campo ou laboratório; c) Apresenta, como na monografia, uma questão problema a ser investigada; d) Tem por objetivo ser publicado em um periódico da área científica na qual foi desenvolvido; e) Seu texto apresenta-se mais conciso e objetivo que o texto da monografia. 3. Um dos pré-requisitos para a obtenção do título de bacharel, ou seja, para a conclusão de um curso de nível superior é o Trabalho de Conclusão de Curso. A monografia é um texto que frequentemente é solicitada como trabalho de conclusão de curso. Sobre a monografia, é correto afirmar que: a) Apresenta um número de páginas definido conforme o tema a ser abordado; b) Sempre apresenta um problema a ser investigado com a pesquisa desenvolvida; c) Gera conhecimento novo e inédito sempre; d) Necessariamente, apresenta os resultados de uma pesquisa de campo ou laboratório; e) Busca se basear exclusivamente no método dedutivo para torná-la mais confiável; MÓDULO 2 58 CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 4. A resenha trata-se da análise de uma obra já existente. A resenha consiste em um texto no qual: a) Apresenta-se o resumo conciso do conteúdo lido, indicando apenas os pontos de maior relevância; b) Apresenta o conteúdo do texto lido de forma detalhada, expondo dados e conclusões importantes; c) Apresenta a análise do texto de acordo com a postura do leitor, não havendo opiniões pessoais do leitor em relação ao assunto discutido; d) Apresenta o conteúdo do texto lido de forma sintética, acompanhado de uma análise crítica, na qual o autor da resenha analisa a coerência e relevância dos textos; e) Apresenta o conteúdo do texto com comentários comparativos de outros autores; 5. De acordo com o texto de Rubens Alves (2000), “O pescador de Anzóis” (disponível para download), elabore uma Leitura Analítica na qual devem constar as etapas de 1 a 5, descritas no item 3 deste módulo.
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