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37 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 
 
 Olá! Neste módulo, iremos estudar as características, formas e conteúdos dos 
textos científicos. Bem, você deve estar pensando na necessidade de se estudar tal 
conteúdo, mas veremos que existem diferentes formas de escrever e de apresentar o 
conhecimento científico e os resultados de uma investigação científica. Muitos textos se 
mostram com alto grau de complexidade; alguns por tratarem de assuntos de difícil 
compreensão, outros por ter uma redação e organização pouco clara. Vamos, então, 
analisar quais os diferentes tipos de textos científicos, qual a organização que eles 
apresentam e quais os conteúdos de cada um deles. 
 Na sequência, você irá conhecer uma importante técnica de leitura de textos 
científicos - a leitura analítica - que promove a compreensão e domínio dos conteúdos 
de um texto. Com essa técnica, você poderá estudar de forma muito mais segura 
qualquer matéria que lhe seja cobrada em outras disciplinas. 
 Então, vamos lá! No final deste módulo, você terá informações para diferenciar 
os textos científicos, além do domínio de uma técnica que permitirá que você 
desenvolva uma base de leitura sólida, proporcionando-lhe uma excelente atuação 
profissional. 
TEXTOS CIENTÍFICOS 
 
MÓDULO 2 
38 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
OBJETIVOS DO MÓDULO 
 
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste módulo, você seja capaz de: 
 
� Compreender as características textuais e a estrutura dos textos científicos; 
� Conhecer os conteúdos e forma de organização dos textos científicos; 
� Compreender os mecanismos da leitura de textos científicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
1. INTRODUÇÃO 
 O que são textos científicos? Quais são suas características? O que os 
distinguem dos demais tipos de textos que existem? Essas são algumas das perguntas 
que você pode formular ao iniciar a leitura deste módulo. 
 Inicialmente, podemos dizer que os textos científicos apresentam conteúdos e 
informações produzidas a partir de uma pesquisa científica, que foi desenvolvida dentro 
dos critérios científicos apresentados no módulo anterior. Todavia, qual a importância 
desse tipo de texto? O desenvolvimento do ser humano se deve muito à pesquisa 
científica; mas, se tais conteúdos não fossem divulgados de forma escrita, como 
poderíamos ter conhecimento deles? 
 Com isso, podemos introduzir a importância desses textos. Desde que o homem 
começou a se preocupar com a produção do conhecimento de forma mais organizada, 
ele também passou a registrar suas descobertas. Isso, muitas vezes, era feito por meio 
de cartas trocadas entre pesquisadores, ou mesmo livros que eram reproduzidos por 
meio de cópias manuais. Entretanto, com o avanço da ciência, surgiu a necessidade de 
melhorar os meios de comunicação das pesquisas desenvolvidas e, assim, surgem os 
Periódicos Científicos (Revistas Científicas). 
 Por que, então, tal divulgação é tão importante? Imagine que um pesquisador 
nos Estados Unidos desenvolve uma pesquisa na mesma linha de outro pesquisador 
brasileiro. As informações produzidas por um pode auxiliar o outro; dados de um 
podem complementar a pesquisa do outro, ou mesmo permitir seu avanço. E como 
eles teriam acesso a essas informações, se cada um não divulgasse sua pesquisa? 
Assim, toda pesquisa desenvolvida deve ser divulgada, e os meios de divulgação 
através de textos científicos podem variar de acordo com o objetivo e tipo de pesquisa 
desenvolvida. 
 Atualmente, além dos livros e revistas impressas, a comunidade científica conta 
com uma importante ferramenta tecnológica - a internet - que permite que os textos 
científicos sejam publicados (online) e estejam disponíveis ao público quase que 
imediatamente após sua edição. 
 Vamos agora conhecer algumas formas de apresentação de textos científicos. 
Você irá perceber que eles podem variar em conteúdo e até mesmo em formato. 
Entretanto, todos têm, em comum, assuntos de caráter investigativo. 
 
40 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
Para entender um pouco 
mais sobre textos 
científicos e suas 
diferentes formas de 
apresentação, consulte o 
livro “Redação Científica: 
a prática de fichamentos, 
resumos, resenhas” de 
João Bosco Medeiros, 
editora Atlas, 2010. 
2 . FORMAS DE APRESENTAÇÃO DE TEXTOS CIENTÍFICOS 
A comunicação de informações diferenciadas 
requer textos diferentes no que se refere à estrutura do 
texto, a sua organização, à linguagem utilizada e mesmo à 
sua extensão. Dessa forma, podemos diferenciar os textos 
em três grandes grupos: os literários, os oficiais e 
comerciais e os científicos. 
 Os textos literários têm por objetivo o 
entretenimento. São textos artísticos que visam não só a 
expressão de uma realidade, mas a sua recriação e 
interpretação pelo artista (autor). Fazem parte desse grupo 
os textos fictícios com estilos simples de redação e 
interpretação, tais como as fábulas, ou as lendas, e até os 
mais complexos como os contos, crônicas, novelas, 
romances e poemas. Também constituem esse grupo as 
biografias, que tratam de relatos reais sobre a vida e obra de uma personalidade. A 
linguagem utilizada nesses textos é a mais diversificada possível; contendo, na maioria 
das vezes, termos coloquiais do dia a dia vivenciado. 
 As formas oficiais de texto constituem aqueles produzidos com o objetivo de 
comunicação em ambientes de trabalho, como os ofícios, memorandos, requerimentos 
e pareceres. Sua linguagem é técnica e objetiva, visando à expressão do conteúdo 
sem rodeios. 
Já os textos científicos são aqueles que tratam sempre de uma pesquisa 
científica, apresentando excessiva preocupação com a exatidão e autenticidade dos 
dados e raciocínios expressos. Segundo Santos (2000 p. 34), “escrever textos 
científicos é comunicar corretamente dados corretos”. Assim, são textos preocupados 
com o entendimento da mensagem pelo leitor, de forma que este possa se apropriar 
dos conhecimentos e informações divulgadas pelo texto. Os textos científicos 
apresentam linguagem técnica e formal, utilizando-se de formalidade na maneira de se 
expressar. 
O conteúdo dos textos científicos relata o processo de investigação científica, 
seus procedimentos, dados e interpretação destes. Entretanto, a forma de 
apresentação e o conteúdo variam de acordo com o caráter do texto. 
41CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS 
Foi fundada em 1940. No 
Brasil, é o órgão 
responsável pela 
normalização técnica no 
país, fornecendo a base 
necessária ao 
desenvolvimento 
tecnológico brasileiro. A 
ABNT dita as regras para 
uma série de 
procedimentos que vão 
desde a área de Engenharia 
e Controle de Qualidade 
até as regras para a 
formatação de textos 
científicos. 
De acordo com Medeiros (2010), o texto deve ser um tecido verbal estruturado e 
entrelaçado de forma a apresentar uma informação com totalidade de conteúdo, sendo 
expresso de forma coerente e coesa. Então, o texto não pode ser elaborado a partir de 
informações retalhadas que não apresentam conexão de sentido e escrita, pois todas 
as partes do texto devem ter um direcionamento único, estando todas interligadas. 
Assim, independentemente do tamanho do texto, seu conteúdo deve constar de início, 
meio e fim. Em relação ao conhecimento científico produzido pelas diversas formas de 
pesquisa, podemos destacar as formas de texto descritas a seguir. 
 
2.1 RESUMO 
Segundo a norma NBR 6028:2003 (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS-ABNT), podemos 
definir o resumo como sendo a redação dos conteúdos 
mais relevantes de um documento, sendo o resumo a 
apresentação de forma sucinta e compacta dos pontos 
mais importantes de um texto. 
O texto apresentado no resumo deve seguir o mesmo 
modelo de qualquer outro; com início, meio e fim. Seu 
conteúdo deve constar do assunto abordado no texto, o 
objetivo do texto, a articulação das ideias expressas e as 
conclusões do autor do texto. 
Quando você for redigir um resumo, deve prestar 
atenção em alguns procedimentos, tais como: adotar uma 
linguagem objetiva, ou seja, não ser repetitivo nos 
conteúdos, nem expor informações que não sejam 
necessárias; evitar a repetição de frases inteiras do 
original (isso porque se pode correr o risco de produzir um 
texto sem sentido), pois - se copiamos frases literalmente - 
podemos não dar a coesão textual (correlação) entre as ideias expostas; respeitar a 
sequência de informações do texto original (isso porque, normalmente, as 
informações foram organizadas pelo autor original de forma a expressar um conteúdo 
que tem uma ordem necessária). 
Para você, estudante de nível superior, o resumo é uma ferramenta extremamente 
importante no contexto do estudo. Quando você resume um capítulo de livro, por 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
 
 
Uma dica na elaboração de 
resumos é sempre ler o texto 
no mínimo duas vezes e 
grifar os conteúdos de 
destaque somente na segunda 
vez. Assim, você irá destacar 
as informações que são 
novas, ou seja, aquelas que 
de fato são importantes para 
você. 
exemplo, está colocando em destaque, no resumo, as informações que devem ser 
fixadas no momento de estudo. Assim, resumir pode ser uma estratégia de estudo 
bastante eficaz. 
A ABNT destaca ainda que os resumos podem pertencer a três categorias: os 
indicativos (ou descritivos), os informativos (ou analíticos) e os críticos. 
 
Resumo indicativo: destaca apenas os pontos mais 
importantes do texto, sem mencionar dados ou 
interpretação destes. Não dispensa a leitura do texto 
original; apenas permite que o leitor decida se é 
necessário ou não lê-lo. 
 
Resumo informativo: É um resumo fruto do estudo de 
uma obra. Seu conteúdo destaca o objetivo do texto e os 
métodos de coleta de dados empregados, além de 
mencionar os resultados e sua interpretação. Este tipo de 
resumo pode informar suficientemente o leitor para que o 
acesso ao texto original seja dispensado, sendo o tipo de 
resumo solicitado em fichamentos analíticos, por 
comissões de eventos científicos como congressos e simpósios científicos. 
Resumo Crítico: é normalmente redigido por especialistas em certa área do saber. 
Compreende a análise crítica de um texto, também denominado resenha, conteúdo que 
veremos no próximo item. 
O resumo deve ser redigido em parágrafo único, sendo encabeçado pela referência 
bibliográfica do texto (vamos aprender como fazer as referências no módulo 4) e 
seguido de 3 a 5 palavras-chave, as quais devem ter alguma correlação com o assunto 
abordado no resumo. 
A extensão dos resumos pode variar de acordo com o seu propósito e de quem 
solicita esse tipo de texto, entretanto pode variar de 150 a 300 palavras. 
 
 
 
 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
Para saber mais sobre 
a resenha, consulte 
MEDEIROS (2010). 
Redação Científica, 
editora Atlas. 
2.2 RESENHA 
 A resenha é uma espécie de resumo acompanhado de 
análise crítica, ou seja, existe um texto original (artigo, livro, 
tese), e outra faz um resumo deste. O que diferencia a 
resenha do resumo é que a primeira apresenta uma crítica ao 
texto, isto é, o autor da resenha expõe suas impressões sobre 
o texto lido no que se refere tanto ao conteúdo, como à 
construção do texto. 
 Sendo assim, é natural que - ao se elaborar uma 
resenha - o autor deve ter um conhecimento mínimo sobre o 
tema discutido no texto original. Só assim poderá ter 
maturidade intelectual para emitir um juízo de valor sobre a obra lida. 
 Segundo Medeiros (2010), a resenha geralmente é mais abrangente que o 
resumo, pois permite comentários e opiniões, incluindo julgamentos de valor e 
comparação com outros trabalhos. Dessa forma, sua apresentação é também maior 
podendo chegar a duas ou três páginas. 
A resenha pode ser Descritiva, que se assemelha muito ao resumo informativo. 
Nesse tipo, o autor da resenha apresenta os conteúdos considerados de maior 
significância descritos no texto original. O autor dessa resenha pode colocar seu ponto 
de vista sobre algo abordado no texto original, o que não acontece no resumo 
informativo. Já a resenha Crítica apresenta uma sessão posterior ao conteúdo da obra, 
em que o autor expõe sua postura em relação ao texto original. 
 O conteúdo básico de uma resenha crítica consta da descrição estrutural da 
obra (se é um livro, um artigo, uma tese de doutorado); as credenciais do autor 
(neste item, relata-se o nome do autor, sua titulação e a instituição de origem); o 
resumo da obra (relatam-se os conteúdos mais relevantes do trabalho, focando-se 
nas informações transmitidas através do texto, e expondo os objetivos do texto e a 
metodologia empregada, bem como as conclusões às quais o autor chegou); a crítica 
(neste ponto, o autor da resenha coloca sua postura em relação ao texto: se foi bem 
redigido e organizado, se os argumentos do autor foram sólidos e, enfim, se o texto tem 
qualidade e valor científico). 
 Outro ponto importante colocado por Severino (1986) é que - para que a análise 
de um texto leve a elaboração de uma resenha - a leitura do mesmo tem que ser 
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CNEaD – Coordenadoria Nacionalde Educação a Distância 
 
Apesar de constar de 
uma grande quantidade 
de itens, os relatórios 
científicos variam em 
tamanho de acordo com 
o que foi solicitado. Por 
isso, sempre que um 
relatório for 
requisitado, pergunte 
ao professor quais os 
moldes de seu desejo. 
 
criteriosa e analítica, fruto de um cauteloso processo de estudo do texto. Sendo assim, 
o leitor teria propriedade para a confecção de uma resenha crítica. 
 Embora tenha sido colocado aqui que - para se fazer 
uma resenha - sejam necessários sólidos conhecimentos 
sobre o tema abordado no texto, nada impede que alunos de 
graduação possam fazê-la; até porque é importante que se 
treine o estudo de textos buscando a crítica. Só assim 
podemos desenvolver tal potencial. 
2.3 RELATÓRIO CIENTÍFICO 
 
 O termo relatório está relacionado a “relatar”, ou seja, 
dizer como foi. Dessa forma, é um texto produzido 
geralmente após uma atividade de campo ou laboratório, e 
frequentemente utilizado por professores como método de 
avaliação após uma atividade prática. Por isso, certamente 
você terá que desenvolver alguns relatórios no decorrer do 
seu curso de graduação. 
O relatório científico compreende na descrição detalhada do foi observado e 
desenvolvido na atividade prática; já os relatórios profissionais tendem a obedecer a 
padrões estipulados pela instituição solicitante. Dessa maneira, normalmente apresenta 
um conteúdo distinto do relatório científico acadêmico. 
O conteúdo do relatório pode variar de acordo com quem solicita, com o objetivo 
da atividade prática e com o propósito do próprio relatório. Normalmente, consta de: 
 Referencial teórico (Introdução): Apresentação geral do assunto abordado na 
atividade prática. É um texto que reflete o quanto o autor do relatório leu sobre o tema 
investigado na prática. Deve conter, ainda, as principais teorias e conceitos que 
subsidiam os fenômenos vivenciados na atividade desenvolvida. Devem-se utilizar 
informações obtidas através de leituras de textos científicos, para embasar a introdução 
do relatório. As informações de tais textos devem ser expressas na forma de citação 
indireta (vamos ver de que se trata a citação no próximo módulo). 
 Objetivos: Descrevem-se as metas que foram estipuladas para a prática, 
devendo-se usar sempre verbos no infinitivo (verificar, constatar, compreender etc.). A 
redação do objetivo deve ser concisa e direta, sem rodeios e prolongamento do texto. 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
Vale lembrar que 
muitas instituições de 
ensino superior hoje 
adotam o artigo 
científico como forma 
de trabalho de 
conclusão de curso. 
 
 Metodologia: Descrição detalhada e rigorosa de todos 
os procedimentos realizados, bem como os materiais, 
equipamentos, reagentes e técnicas utilizadas na atividade 
prática. A ordem das informações deve ser a mesma de 
execução das atividades, sendo fundamental um caderno de 
campo ou laboratório para que todo o processo seja 
meticulosamente registrado. 
Resultados: Exposição dos resultados obtidos através 
da atividade. Sempre que possível, os dados devem ser 
apresentados na forma de gráficos, tabelas e/ou fotos, isto é, 
da forma mais ilustrada possível. O registro dos dados deve 
ser bastante criterioso, pois eles irão ser interpretados e discutidos no próximo item do 
relatório. 
Discussão: Interpretação dos resultados obtidos e comparação com as bases 
teóricas que sustentam a atividade prática. No item discussão, interpretam-se os dados 
obtidos na prática, sendo importante sua comparação com outros trabalhos 
semelhantes que foram lidos para a construção do referencial teórico. 
Considerações finais: Principais informações que foram geradas com a 
atividade prática (conclusões). Podem também se destacar as possíveis aplicações do 
conteúdo desenvolvido, no contexto da atuação profissional, ou mesmo para o 
desenvolvimento da área de conhecimento em questão. 
Referencias: lista de todos os trabalhos citados em todo o texto. Deve seguir 
ordem alfabética. 
 
2.4 MONOGRAFIA 
 A monografia é um texto que expõe todo o processo de uma pesquisa científica, 
normalmente é solicitada como um dos requisitos para a conclusão de cursos de 
graduação e pós-graduação lato sensu (através dos quais se obtém o título de 
especialista). 
 O texto monográfico é caracterizado pela investigação de uma questão- 
problema, ou seja, destaca-se uma pergunta (ou um problema), em cuja pesquisa 
desenvolvida irá buscar a resposta à pergunta, ou a solução do problema. Sendo 
assim, o assunto abordado em uma monografia é bastante específico, ou seja, bem 
delimitado, enfocando bem a temática nos pontos que estão relacionados à questão- 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
problema proposta. Dessa forma, trata-se de um texto bastante aprofundado e com 
interpretação detalhada dos aspectos que envolvem o problema proposto. 
 O corpo da monografia deve ser construído com base em reflexão e raciocínio. 
Sendo assim, o texto deve ser cuidadosamente pensado pelo autor, o que implica uma 
criteriosa seleção de informações e elaborada redação, prezando sempre a busca de 
um texto no qual os parágrafos são inter-relacionados. Dessa maneira, as informações 
de um parágrafo devem complementar o parágrafo anterior, formando uma sequência 
contínua de conteúdos. 
O corpo do texto monográfico - como qualquer outro - deve apresentar início, 
meio e fim, sendo organizado em capítulos estruturados de forma interligada e em uma 
sequência lógica. Podemos destacar três grandes divisões: os elementos pré-textuais, 
os textuais e os pós-textuais. O conteúdo dos pré e pós-textuais veremos no módulo 4, 
sendo aqui exposto somente o conteúdo do corpo do texto, que deve constar de: 
Introdução: Na introdução da monografia, o leitor deve ser motivado a ler todo o 
corpo do texto. Dessa forma, seu conteúdo deve ser atrativo o suficiente para instigá-lo 
à leitura completa. Deve conter a apresentação do assunto abordado, as principais 
informações obtidas na literatura para seu entendimento, os problemas relacionados ao 
tema, e a questão que se deseja responder com a investigação realizada. A introdução 
de uma monografia deve conter informações, para que o leitor compreenda a questão 
proposta, e os meios de investigação que foram adotados para respondê-la. 
Justificativa: Descrição da importância do estudo proposto e dos benefícios que 
seus resultados irão gerar. Devem ser enfocadas as vantagens da investigação 
proposta, com uma linguagem bem clara e simples, sem o uso de citações, pois a 
justificativa é de autoria do pesquisador que desenvolveu a monografia. 
Objetivos: Devem-se apresentar as metas da pesquisa com verbo no infinitivo. 
Os objetivos da monografia podem ser subdivididos em objetivo geral e objetivos 
específicos. Veremos como isso é organizado no módulo 4. 
Desenvolvimento: Corpo da monografia propriamente dito pode ser 
diferenciado de acordo com o tipo de pesquisa desenvolvida, ou seja, dependendo do 
tipo de questão problema proposta. Sendo assim, daremos enfoque aos principais 
modelos, sendo eles: 
 Pesquisa de Revisão Bibliográfica: Neste caso, os dados da monografia são 
obtidoscom a leitura de textos científicos que tratem do mesmo assunto. Cada capítulo 
da monografia deve reunir um conteúdo referente ao tema abordado que auxilie na 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
 
Você deve estar achando a 
monografia um “bicho de 
sete cabeças”, mas não se 
preocupe. Você não irá 
desenvolver sua monografia 
sozinho. Todo estudante 
conta com o auxilio de um 
professor que irá orientá-lo 
na definição da questão-
problema, bem como na sua 
investigação e construção do 
texto. 
investigação da questão proposta na introdução. Os capítulos devem ser compostos 
com citações indiretas, e seus títulos devem ser definidos pelo pesquisador (aluno) de 
acordo com seu conteúdo. 
 Deve ser ressaltado aqui que o fato de utilizarmos os dados e informações 
obtidas de outros trabalhos científicos não faz da monografia de revisão, em hipótese 
alguma, uma cópia de trechos de outros trabalhos. Todo o texto monográfico deve ser 
redigido pelo autor da monografia, ou seja, a leitura é empregada como fonte de 
informação, mas as frases e parágrafos devem ser escritos pelo autor, com suas 
palavras e estilo de redação. Além do mais, as informações lidas servem de base para 
que o autor construa seu raciocínio e tire daí suas informações. São essas informações 
que devem ser postas no papel. 
 
 Pesquisa de Campo: Este tipo de monografia 
adota - como fonte de informações - dados gerados pelo 
próprio autor, ou seja, o aluno define uma metodologia 
para obter dados através de diversas técnicas (veremos 
isso no módulo 4) e os apresenta no desenvolvimento da 
monografia, que é subdividida em capítulos previamente 
definidos. São eles: 
Materiais e Métodos: Neste capítulo, é feita a descrição 
detalhada de todos os procedimentos práticos utilizados 
para o desenvolvimento da pesquisa. Devem ser 
mencionados materiais, reagentes, equipamentos e 
técnicas empregadas. Sempre que uma técnica for adotada de um texto (artigo ou 
livro), deve-se fazer a citação bibliográfica de acordo com as normas estipuladas. A 
metodologia deve ser clara o suficiente para que qualquer leitor possa compreendê-la 
e, se quiser, reproduzi-la. 
Resultados: Neste capítulo, apresentam-se os dados gerados com a pesquisa. Deve-
se fazer uso de recursos ilustrativos como fotos, gráficos e tabelas. A redação do texto 
deve ser descritiva, ou seja, não se deve interpretar o dado ainda, pois isso será feito 
no próximo capítulo. 
Discussão: No capítulo discussão é que se interpretam de fato os dados, verificando 
quais informações eles apresentam e como se comportam quando comparados com 
dados obtidos com a leitura de outras pesquisas que abordaram o mesmo assunto. 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
Muito bem! Você deve ter percebido que o desenvolvimento de uma monografia 
exige dedicação do estudante, mas lembre-se de que você só iniciará essa etapa 
na segunda metade do curso. Entretanto, tenha sempre em mente que esse 
trabalho é necessário. Quanto mais cedo você se interessar por um tema, mais 
tempo você terá para buscar informações, e isso facilita bastante o processo de 
construção da monografia. 
Sempre se busca a comparação para verificar o porquê das semelhanças e das 
diferenças encontradas e, assim, podem-se tirar as conclusões pertinentes aos dados 
gerados. Trata-se do capítulo no qual as informações da monografia são de fato 
geradas, pois o autor do texto (aluno) deve se expressar de forma reflexiva, buscando 
explicações para as informações evidenciadas; 
Conclusões: Síntese das informações geradas com a pesquisa. Deve ser construída 
com base na discussão, de forma direta e objetiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.5 DISSERTAÇÃO 
A dissertação é um texto solicitado a estudantes de pós-graduação estricto 
sensu, para a obtenção do título de mestre. O texto da dissertação também apresenta 
características monográficas, pois também investiga uma questão-problema 
relacionada a um tema único. Porém, neste caso, com um grau de profundidade mais 
elevada do que aquele mencionado no item anterior. 
Exige-se, na dissertação de mestrado, que o autor apresente dados, interprete 
tais dados e exponha seus argumentos em relação aos conhecimentos que foram 
produzidos através dessa interpretação. Dessa forma, o autor deve expor um objetivo e 
os meios pelos quais pretende atingi-lo. O corpo da monografia se assemelha bastante 
ao da monografia descrita acima. Entretanto, pode haver variações de acordo com a 
instituição de ensino ou pesquisa na qual está sendo desenvolvida. 
Basicamente, a dissertação busca preparar o estudante para o desenvolvimento 
de pesquisas, tornando-o apto à investigação científica para a produção de 
conhecimentos. 
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2.6 TESE 
A tese trata-se de um texto produzido para a obtenção do título de doutor. 
Apresenta um grau de dificuldade e profundidade maior que a dissertação de mestrado, 
exigindo do pesquisador capacidade de promover novos conhecimentos na área de 
pesquisa em questão. Dessa forma, a tese pode ser caracterizada por apresentar uma 
questão-problema inédita, i. e., original, até mesmo uma nova abordagem sobre um 
conhecimento já existente. 
O corpo do texto de uma tese pode se assemelhar ao formato clássico 
subdividido em capítulos, como descrito na monografia, ou ser organizado em seções, 
sendo que cada seção apresenta uma introdução, desenvolvimento e conclusões. 
 
2.7 ARTIGO CIENTÍFICO 
 O artigo científico, como a monografia, é um texto produzido a partir de uma 
pesquisa científica. Assemelha-se à monografia em conteúdo, mas difere em formato 
porque é mais compacto e objetivo. O principal propósito do artigo é ser publicado em 
um periódico especializado. Sendo assim, o texto deve conter informações essenciais 
para se transmitir um conhecimento, já que a quantidade de páginas é limitada. 
Um fato bastante comum é uma pesquisa de graduação, mestrado ou doutorado 
ter seus dados publicados na forma de artigo científico, após a conclusão da pesquisa. 
Dependendo da extensão e volume de dados gerados, pode acontecer de mais de um 
artigo ser publicado a partir de uma investigação. Isso acontece quando os dados 
podem ser organizados em blocos que estão interligados, mas podem ser abordados 
separadamente, permitindo que possam ser mais bem interpretados. 
 Sem dúvida, podemos afirmar que os artigos científicos constituem o principal 
meio de comunicação científica do qual dispomos. Podemos ter acesso aos 
conhecimentos produzidos por pesquisadores de qualquer lugar do planeta, uma vez 
que - com a internet - temos acesso a qualquer periódico registrado. 
 Então, você pode se perguntar: mas como terei acesso a um conteúdo publicado 
por um japonês? Para nosso benefício, a grande maioria dos periódicos de circulação 
internacional publicaem inglês. Assim, precisamos ter domínio apenas desse idioma. 
 A estrutura física do artigo difere da monografia; pois, como já foi dito, ele é mais 
compacto, e seu texto é subdividido em seções e não em capítulos. O conteúdo das 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
seções contém basicamente as mesmas informações da monografia; entretanto a 
estrutura é distinta, não constando de elementos pré-textuais. A organização do artigo 
estabelece uma sequência ininterrupta de elementos, que são: 
Título, Autor, Resumo Informativo, Abtract (resumo em inglês); Introdução: apresenta, 
de forma sintética, os principais pontos do tema, sua importância e o objetivo da 
pesquisa. A introdução do artigo é bem menor que a da monografia e, por isso, deve 
ser bem redigida, de forma a motivar a leitura total do texto sem gastar muito espaço 
para isso. Na introdução, também deve ser exposto o objetivo da pesquisa; Materiais e 
Métodos: descrição dos métodos e técnicas empregadas na coleta de dados. 
Devemos lembrar que, neste caso, a descrição deve ser superficial, devido ao tamanho 
reduzido do artigo. Entretanto, o leitor deve ter condições de compreender como a 
pesquisa foi desenvolvida; Resultados: apresentação dos dados obtidos (gráficos, 
tabelas e fotos); Discussão: interpretação dos dados de forma semelhante à descrita 
na monografia. Deve ser o tópico mais longo do artigo, pois nele é que se geram (e se 
argumenta sobre) novas informações produzidas; Conclusões: principais informações 
geradas com a pesquisa; Referências: lista de textos lidos e citados no artigo. 
 Vale lembrar que os artigos científicos também podem ser escritos com base 
somente em leitura de textos científicos que abordem o mesmo tema. Esses textos são 
chamados artigos de revisão ou artigos bibliográficos. Nesse caso, o corpo do artigo é 
construído com seções elaboradas com informações obtidas da leitura de outros textos. 
A quantidade de seções fica a critério do autor do artigo, bem como os títulos de cada 
seção. 
 
2.8 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA 
 A comunicação científica é um texto conciso e objetivo utilizado como suporte 
para comunicação oral em cursos, congressos, simpósios e reuniões científicas que, 
posteriormente ao evento, é publicada em anais. Contém entre duas e dez páginas. 
Seu conteúdo apresenta a mesma estrutura intelectual do artigo científico ou relatório, 
no entanto não apresenta subdivisões, compondo um texto unitário. Muitas vezes, a 
comunicação científica relata dados de uma pesquisa que já foi concluída, mas ainda 
não foi publicada na forma de artigo. 
 
 
 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
Para saber mais sobre a 
Resenha, consulte 
SANTOS (2000). 
Metodologia Científica: 
a construção do 
conhecimento , editora 
DP&A. 
2.9 INFORME CIENTÍFICO 
 Compõe um texto sintético utilizado para comunicar 
resultados parciais de uma pesquisa em andamento. Divulga 
as primeiras descobertas e as dificuldades encontradas, os 
procedimentos utilizados e o período de estudo divulgado. 
Mantém a estrutura dos artigos científicos. Assim, é bastante 
comum que - após o término da pesquisa - um novo texto, no 
formato de artigo, seja publicado referente a este conteúdo. 
Normalmente, publicam-se - na forma de informe - dados que 
chamam a atenção do pesquisador e, assim, este acha por 
bem divulgar no meio científico. 
 
2.10 ENSAIO CIENTÍFICO 
 O ensaio é um texto que expõe a postura de um autor sobre determinado 
assunto de seu domínio. Pode ser caracterizado como “conjunto de impressões do 
especialista”. O ensaio muitas vezes é produzido quando uma informação nova é 
produzida e divulgada. Então, os demais pesquisadores da área se posicionam em 
relação ao fato. Seu valor científico depende do respeito da comunidade científica pelo 
ensaísta. A estrutura gráfica é a mesma da monografia ou artigo científico. 
 
3 .LEITURA DE TEXTOS CIENTÍFICOS 
Bem, iniciaremos agora uma nova seção deste módulo, que será muito utilizada 
por você no cotidiano de estudos da graduação. A leitura, associada aos 
conhecimentos mediados pelos professores, mais as práticas desenvolvidas, será a 
grande fonte de conhecimentos para sua formação. Dentre essas três, a leitura é a 
única que você poderá desenvolver livremente, independente de horários ou dias 
específicos, como acontece com as aulas teóricas. Por isso, aproveite bem e faça uso 
desse meio de conhecimento. 
Como já vimos, os textos científicos não se assemelham nem em conteúdo, nem 
em linguagem, a um romance, por exemplo. Dessa forma, dificilmente alguém pega um 
artigo científico para se distrair. O principal objetivo na leitura de um texto científico é a 
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busca por conhecimentos e informações. Por isso, sua leitura deve seguir alguns 
critérios para que a aquisição de tais conteúdos seja plena e total. 
De acordo com Severino (1986), a leitura para estudo deve seguir alguns 
padrões para que seja considerada uma análise do texto, ou seja, na leitura analítica, 
busca-se conhecer o texto na sua essência, detendo assim o conhecimento por ele 
transmitido. 
 A primeira colocação de Severino é de que o texto, quando muito extenso, deve 
ser subdivido em Unidades de Leitura. Cada unidade deve ter uma totalidade de 
conteúdo como, por exemplo, uma seção de um artigo, ou mesmo um capítulo de uma 
monografia. 
 Essa divisão facilita a compreensão do texto, principalmente daqueles com que 
o leitor tem pouca familiaridade; pois, se cada seção tiver suas informações 
completamente assimiladas pelo leitor, a seção seguinte - que depende dos conteúdos 
da anterior - será mais facilmente compreendida, mesmo tendo conteúdos mais 
complexos. 
 Após definida a unidade de leitura, seguem-se os seguintes passos para o 
desenvolvimento da leitura analítica: 
1. Visão Geral do Capítulo: neste momento, o leitor verifica a estrutura da seção, 
sendo destacados os títulos de subtítulos utilizados para sequenciar as informações. 
É importante que, nessa primeira leitura, não seja grifado nada ainda no texto. Esse 
primeiro contato com o texto permitirá ao leitor formular duas importantes questões 
sobre o texto. 
1ª. Qual é o assunto tratado? 
2ª. Qual a ordem das ideias expostas? 
 
2. Questionamentos despertados pelo texto 
Nesse momento, o leitor pode levantar uma série de questionamentos para o 
texto; sem, no entanto, buscar respondê-los. Essas respostas serão alcançadas no 
final da leitura analítica. 
Tais questionamentos são de fato importantes no processo de leitura; pois, se 
você formula questões ao ler, é sinal de que o texto te instigou a pensar nelas e, dessa 
forma, sua busca pela resposta refletirá em conhecimentos adquiridos. 
Segundo Medeiros (2010), podemos utilizar as seções colocadas no texto, como 
meios de elaboração dos questionamentos. O autor cita o seguinte exemplo.“Se uma 
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seção de um texto tem o título ‘Características do Sol’, poderia ser formulado o 
seguinte questionamento: Quais são as características do Sol? Nesse caso, a própria 
seção trará a resposta, uma vez que o título já reflete seu conteúdo”. 
 
3. Estudo do Vocabulário 
Neste passo, o leitor deve destacar todas as palavras, termos e conceitos que 
desconhece. Isso é bastante comum em estudantes de graduação; pois, ao iniciar um 
curso de nível superior, deparamo-nos com uma série de terminologias técnicas que 
não conhecíamos até então. 
Alguns desses termos podem ser compreendidos por seu contexto; entretanto, 
caso isso não aconteça, deve-se buscar o significado desses termos num dicionário, ou 
mesmo em outros textos que trazem definições conceituais. 
 
4. Linguagem não verbal 
Muitos textos, tais como artigos científicos, monografias, ou mesmo livros, 
trazem uma série de informações expressas de forma ilustrativa em tabelas, gráficos, 
quadros, mapas conceituais, ou mesmo fotos. Essas ilustrações trazem um 
conhecimento que deve ser acessado e assimilado; pois, se o autor do texto o colocou 
ali, tem sua importância. 
Assim, um erro comum em iniciantes da graduação é pular as ilustrações de um 
texto, principalmente se, em um primeiro momento, essas lhes parecem complexas. 
Todavia, lembre-se de que, às vezes, um gráfico pode transmitir mais informação do 
que uma página de texto. 
 
5. Essência do Texto 
Este é o momento de se fazer uma releitura do texto. Nesse segundo contato 
com o texto, o leitor deve destacar - por meio de grifo ou de caneta marca-texto (se o 
texto for de sua propriedade, é claro) - todos os pontos de destaque, ou seja, aquelas 
informações que você adquiriu com essa leitura. 
Os principais pontos a serem considerados nesse momento se referem às 
principais proposições do autor, ou seja, em quais conceitos e teorias ele se 
fundamenta, e quais os conteúdos que ele julga importantes de serem expostos ao 
leitor; buscam-se conhecer os argumentos do autor, quais os dados que ele utiliza 
para justificar suas proposições; identificar a ideia defendida pelo autor, qual é a 
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razão à qual ele atribui o comportamento dos dados que utiliza como argumentos; e, 
por fim, avaliar as ideias expostas (neste ponto, o leitor tem que fazer uma avaliação 
se as colocações do autor, ao seu modo de ver, são convincentes ou não e, se 
possível, o porquê). 
O conteúdo destacado no texto deve ser o que mais chama a atenção do leitor; 
não devendo ser em exagero, pois a essência do texto se refere à ideia central 
colocada pelo autor, e essa é a informação que ele espera que o leitor tenha 
assimilado. Existem as ideias secundárias, aquelas que complementam a ideia central. 
Essas, com o tempo e com o aumento do volume de leitura, você vai descartando, pois 
são informações que você já dominava. 
6. Resumo do Texto 
 O termo resumo, aqui, refere-se ao resumo informativo descrito anteriormente, 
no qual se devem recriar os conteúdos alcançados com a leitura em um texto mais 
compacto e conciso. Retomando o que foi dito em relação ao resumo, não se devem 
fazer cortes de trechos e reproduzi-los literalmente; pois, assim, não se terá um texto 
coeso, no qual uma frase completa ou exemplifica a anterior. 
 Sendo assim, o resumo deve ser redigido com base na essência do texto, ou 
seja, com os conteúdos destacados nesse item. Entretanto, a forma como tais 
informações serão redigidas deve ser nova e de autoria do leitor. 
 
7. Avaliação 
Esta etapa da leitura analítica busca desenvolver no estudante sua capacidade 
crítica; promovendo, assim, o desenvolvimento de uma independência intelectual. 
Nesse momento, buscam-se as respostas às questões colocadas no início da leitura. 
Faz-se um balanço de quais perguntas foram de fato respondidas e com que grau de 
satisfação, ou seja, a resposta foi baseada em argumentos sólidos (dados). Quais 
perguntas ficaram sem resposta e por quê. Muitas vezes, questões ficam sem serem 
respondidas não porque a pesquisa não foi bem feita, mas por terem dados 
inacessíveis. 
Outro ponto importante no processo de avaliação está relacionado à forma como 
o autor transmitiu suas colocações, a como se utilizou de linguagem direta e clara, e a 
como organizou o texto de forma a elucidar bem suas colocações. 
 
 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
É isso aí! Terminamos mais um módulo e esperamos que você utilize essas 
informações no momento de seu estudo e em suas pesquisas. Lembre-se de que só 
escreve bem quem lê muito. Por isso, a leitura te auxilia até na construção de 
respostas em questões de provas coerentes e bem organizadas. No próximo módulo, 
iremos estudar como se organizam e redigem os textos acadêmicos científicos. Até 
mais! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
 
 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informações e documentação 
– referências. NBR 6023. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informações e documentação 
– trabalhos acadêmicos - apresentação. NBR 14724. Rio de Janeiro: ABNT, 2005. 
CARVALHO, Alex et al. Aprendendo Metodologia Científica. São Paulo: O Nome da 
Rosa, 2000, pp. 11—69. Disponível em: 
http://www.biomaterial.com.br/Metodologia_pesquisa.pdf. Acesso em 31 de Nov. de 
2011. 
CARVALHO, M. C. de. Construindo o saber: metodologia científica, fundamentos 
e técnicas. 2 ed. Campinas: Papirus, 2002. 
CERVO, A. L. ; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 2 ed. São Paulo: McGraw-Hill 
do Brasil, 2000. 
HÜHNE, L. M. Metodologia Científica: cadernos de textos e técnicas. 7 ed. Rio de 
Janeiro: Agir, 2002. 
KÖCHE, J. C. Fundamentos de Metodologia Científica: teoria da ciência e prática da 
pesquisa. 18 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 1997. 
MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 3 ed. São Paulo: Atlas, 
2000. 
MEDEIROS, J. B. Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos e 
resenhas. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
PRICE, D. de S. A ciência desde a Babilonia. Belo Horizonte: Itatiaia, 2000. 
SANTOS, A. R. dos. Metodologia Científica: a construção do conhecimento. 5 ed. 
Rio de Janeiro: DP&A, 2002. 
SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 21 ed. São Paulo: Cortez, 
2000. 
 
 
57CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
 
 
 
1. O ensaio científico é um texto que expressa a postura de um pesquisador sobre 
determinado assunto de seu domínio, ou sobre um conhecimento recentemente 
divulgado. Sobre esse tipo de texto, é correto afirmar que: 
a) Sempre terá bem explicado a forma de coleta de dados utilizada pelo autor do 
texto; 
b) É um texto resultado necessariamente de uma pesquisa em campo; 
c) O texto tende sempre a utilizar-se do método dedutivo para produção de 
conteúdos; 
d) Sempre relata uma pesquisa bibliográfica; 
e) Trata-se do relato de um pesquisador especialista no assunto, e seu valor 
científico depende dão quanto o ensaísta é aceito na comunidade científica. 
 
2. Na atualidade, com a era digital, a divulgação dos resultados de uma pesquisa 
científica é fundamental para que o conhecimento avance. Sendo que os meios 
de promover tal divulgação são bastante diversos. Entretanto, devemos ter 
bastante cautela em relação à fonte de informações, uma vez que devemos 
preservar por conteúdos desenvolvidos a partir de pesquisas sérias que, muitas 
vezes, são divulgadas na forma de artigo científico. Em relação a esse 
formatado de texto, é INCORRETO afirmar que: 
a) É um texto necessariamente organizado a partir do material encontrado na 
literatura; 
b) Pode ser fruto de uma pesquisa envolvendo material de campo ou laboratório; 
c) Apresenta, como na monografia, uma questão problema a ser investigada; 
d) Tem por objetivo ser publicado em um periódico da área científica na qual foi 
desenvolvido; 
e) Seu texto apresenta-se mais conciso e objetivo que o texto da monografia. 
 
3. Um dos pré-requisitos para a obtenção do título de bacharel, ou seja, para a 
conclusão de um curso de nível superior é o Trabalho de Conclusão de Curso. A 
monografia é um texto que frequentemente é solicitada como trabalho de 
conclusão de curso. Sobre a monografia, é correto afirmar que: 
a) Apresenta um número de páginas definido conforme o tema a ser abordado; 
b) Sempre apresenta um problema a ser investigado com a pesquisa desenvolvida; 
c) Gera conhecimento novo e inédito sempre; 
d) Necessariamente, apresenta os resultados de uma pesquisa de campo ou 
laboratório; 
e) Busca se basear exclusivamente no método dedutivo para torná-la mais 
confiável; 
 
 
MÓDULO 2 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
4. A resenha trata-se da análise de uma obra já existente. A resenha consiste em 
um texto no qual: 
a) Apresenta-se o resumo conciso do conteúdo lido, indicando apenas os pontos 
de maior relevância; 
b) Apresenta o conteúdo do texto lido de forma detalhada, expondo dados e 
conclusões importantes; 
c) Apresenta a análise do texto de acordo com a postura do leitor, não havendo 
opiniões pessoais do leitor em relação ao assunto discutido; 
d) Apresenta o conteúdo do texto lido de forma sintética, acompanhado de uma 
análise crítica, na qual o autor da resenha analisa a coerência e relevância dos 
textos; 
e) Apresenta o conteúdo do texto com comentários comparativos de outros 
autores; 
 
 
5. De acordo com o texto de Rubens Alves (2000), “O pescador de Anzóis” 
(disponível para download), elabore uma Leitura Analítica na qual devem constar 
as etapas de 1 a 5, descritas no item 3 deste módulo.

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