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aula-1-5-f-2018

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DIREITO CONSTITUCIONAL nas 5 Fontes 
Aula 1- Sentidos (concepções) da Constituição e Poder Constituinte. 
Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 1 
Direito Constitucional 
Sentidos da Constituição e Poder Constituinte 
 Professores Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL nas 5 Fontes 
Aula 1- Sentidos (concepções) da Constituição e Poder Constituinte. 
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2 
 
 
 
E aí pessoal, agora vamos começar pra valer... animados? Espero que sim, pois 
a cada aula sua aprovação estará mais próxima... Vamos estudar para o 11... 
não tem essa de se contentar com um 7 não. 
É isso aí, vamos lá. 
 
Sentidos (concepções) das Constituições 
Neste ponto, ainda estamos falando do "conceito de Constituição", nós veremos 
qual a resposta que um monte de gente (filósofos, juristas...), ao longo da 
história, deu para a pergunta: o que é na verdade essa tal de Constituição? 
Pois é, essa pergunta não vem de agora não! Ao longo dos anos, diversas pessoas 
tentaram definir o que seria uma Constituição, e de que forma ela se relacionaria 
com a sociedade. 
Assim, desenvolveram-se diversos sentidos, ou concepções, do que seria ou 
do que deveria ser uma Constituição. 
Basicamente temos 3 principais doutrinas: 
 Sentido sociológico Ferdinand Lassale; 
 Sentido político Carl Schimitt; 
 Sentido Jurídico Hans Kelsen. 
 
PULO DO GATO 
Vocês são capazes de matar um monte de questão só decorando esse 
quadrinho acima (um monte mesmo!!!), e para ajudá-los a gravar: 
 
Sentido SocioLógico  Ferdinand LaSSaLe; 
Sentido políTico  Carl SchimiTT; 
Sobrou o "jurídico de Kelsen", mas aí já ficou fácil... 
 
Certo... mas agora vamos efetivamente entender o que significa todo esse blá-
blá-blá, pois será útil no futuro: 
Sentido Sociológico: 
O sentido sociológico é aquele que olha para a sociedade e tenta observar os 
"fatos sociais", ou seja, as relações entre as pessoas, o governo, o poder e etc. 
Assim, a Constituição, se observada sobre o prisma sociológico, nada mais é do 
que a forma como a própria sociedade organiza o seu poder, as relações que 
estabelece entre governantes e governados e estes entre si. Desta forma, 
independente de haver ou não documento escrito, formalizando a Constituição, 
Aula 1 
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Aula 1- Sentidos (concepções) da Constituição e Poder Constituinte. 
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3 
a Constituição existe! Pois é a própria relação de poder na sociedade. Com efeito, 
todos os povos sempre tiveram uma constituição, sociologicamente falando. 
E é nisso que se apóia Ferdinand Lassale. Lassale defendia em seu livro “O que é 
uma Constituição? (A essência da Constituição)” (1864) que na verdade, a 
constituição seria um “fato social”, seria um evento determinado pelas forças 
dominantes da sociedade. 
Assim, de nada vale uma constituição escrita se as forças dominantes impedem 
a sua real aplicação. De nada vale uma norma, ainda que chamada de 
Constituição, que não tivesse qualquer poder, se tornando o que chamava de 
uma mera “folha de papel”. 
Deste modo, defendia ele que o Estado possuía 2 constituições: A “folha de 
papel” e a “Constituição Real”,esta era a soma dos fatores reais de poder, 
ou seja, a reunião de tudo aquilo que efetivamente mandava na sociedade. 
Assim, como a existência da Constituição independe de qualquer 
documento escrito, mas sim, decorre dos eventos determinantes da sociedade, 
Lassale dizia que todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os 
momentos da sua história uma constituição real e efetiva. 
Super tranquilo, não é mesmo? Lembrando: Falou em sentido SocioLógico  
Lembrou de Ferdinand LaSSaLe. 
 
Sentido Político: 
Para entender melhor o "sentido político", eu lhe faço uma pergunta: Você sabe 
o que é "política"? 
Peguei pesado, hein?! Se você sabe definir política, você está muito bem nos 
estudos, meus parabéns! Se você não sabe, não se preocupe, pois este é um dos 
institutos de conceito mais vago e diversificado que existem. 
Ao estudarmos a Teoria Geral do Estado, vemos que o grande Max Weber, ao 
atrelar a política ao Estado, deu a seguinte definição: Política seria o "conjunto 
de esforços feitos com vista a participar do poder ou a influenciar a 
divisão do poder 1(...)". 
Já o ilustre professor Dallari, sintetiza o caráter político do Estado como sendo "a 
função de coordenar os grupos ou indivíduos, com em vista de fins a 
serem atingidos, impondo a escolha dos meios adequados2". 
E eis que vem o pobre professor Vítor Cruz, na humildade, e tenta facilitar a vida 
de seus alunos dizendo: Pensou em política, pense em "organização" e 
"estratégia". Pois, algo político é aquilo que irá organizar alguma coisa (no caso 
do Estado, organizar seu poder, sua forma de aquisição e sua transmissão) com 
 
1 DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 31ª Edição. São Paulo : Saraiva, 2012. Pág. 
130. 
2 idem. 
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fins estratégicos (visando algo "macro", importante, com "visão de topo" e não 
meramente operacional). 
Assim, podemos dizer que a Constituição em sentido político seria pensar a 
Constituição como o diploma que estabelece as principais coisas organizatórias 
do Estado e seus direitos fundamentais. Qualquer outra coisa que não tiver esse 
caráter essencial (organizatório, estratégico) não será político, logo, não será 
constituição. 
Assim, dizemos que Carl Schimitt, em sua obra "O Conceito Político" (1932) era 
defensor da teoria “decisionista” dizia que a Constituição é fruto de uma “decisão 
política fundamental” que, grosso modo, significa a decisão base, concreta, 
que organiza o Estado e estabelece seus fins essenciais. Assim, só é 
constitucional aquilo que organiza o Estado e limita o Poder, o resto são meras 
"leis constitucionais". 
Assim, Schimitt pregava que a Constituição formal, escrita, não era o 
importante, pois, deve-se atentar ao conteúdo da norma e não à sua forma 
(conceito material de constituição). 
Atualmente este conceito de Carl Schimitt não foi totalmente abandonado, 
embasando a divisão doutrinária entre normas “materialmente constitucionais” 
(Ou seja, que possuem conteúdo próprio a uma Constituição) das normas apenas 
“formalmente constitucionais” (Ou seja, que possuem forma de Constituição, 
porém possuem um conteúdo que não é o conteúdo fundamental que uma 
Constituição deveria prever). 
Ficou bem fácil, não é mesmo? Lembrando: Falou em sentido políTico  lembrou 
de Carl SchimiTT. 
 
Sentido Jurídico: 
Quando você pensa em jurídico, você pensa em que? 
Aposto que falou "lei" ou "norma", estou certo? E, é por aí mesmo... Algo que 
está no mundo jurídico é algo que está na lei, está normatizado. Assim, enxergar 
a Constituição em sentido jurídico é vê-la como uma norma, uma lei. Diga-se de 
passagem, a lei máxima de um ordenamento jurídico. 
Este é o conceito cujo maior defensor foi Hans Kelsen, que foi uma grande 
Influência na Constituição da Áustria de 1920. Kelsen era defensor do positivismo(o que importa é a norma escrita). Segundo seus ensinamentos, a Constituição 
é "norma pura", "puro dever ser". Isso significa que a Constituição (norma 
jurídica) tem origem nela própria, ela é criada baseando-se no que "deve ser" e 
não no mundo do "ser". Assim, o surgimento da Constituição não se apoia em 
qualquer pensamento filosófico, político ou sociológico. Tem-se uma norma 
maior, uma norma pura, fundamental. 
Kelsen era contemporâneo e grande rival de Schimitt. Para Hans Kelsen, o que 
importa para ser Constituição é ter a forma de uma Constituição (conceito formal 
de constituição). Um texto que se coloque acima das demais normas, que só 
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possa modificar-se por um processo rígido, complexo, e que deverá ser 
observado por todas as demais dentro de um ordenamento jurídico. 
O sentido jurídico proposto por Kelsen traz com ele 2 desdobramentos: 
1. Sentido lógico-jurídico: É a Constituição hipotética que foi imaginada 
antes de escrever seu texto. 
2. Sentido jurídico-positivo: É a norma suprema em si, positiva, que 
efetivamente se formou e que servirá de base para as demais do 
ordenamento. 
 
Assim, diz-se que a norma em sentido lógico-jurídico é o fundamento de validade 
que legitima a feitura da norma jurídico-positiva. 
Outro defensor do sentido jurídico da Constituição foi o jurista alemão Konrad 
Hesse, discípulo de Kelsen. Hesse foi o conhecido pela obra". A Força Normativa 
da Constituição" (1959), onde resgatou o pensamento de Ferdinand Lassale, e o 
flexibilizou - disse que o pensamento de Lassale até fazia sentido, porém, havia 
pecado em ignorar a força que a Constituição possuía de modificar a sociedade. 
Desta forma, a norma constitucional e a sociedade seriam reciprocamente 
influenciadas. Assim, Hesse versava justamente sobre este caráter impositivo 
que a Constituição teria de modificar a realidade social, já que ela seria um 
documento com força normativa, uma lei que não podia (pelo menos, não 
deveria) ser ignorada. 
 
Demais juristas e observações: 
J. J. Gomes Canotilho - Sentido dirigente da Constituição: Canotilho dizia 
que a Constituição deve ser um plano que irá direcionar a atuação do Estado, 
notadamente através das normas programáticas inseridas no seu texto. A CF/88 
brasileira é exemplo de uma Constituição dirigentes, principalmente devido as 
diversas normas programáticas dos direitos sociais. Assim, a CF/88, além de 
limitar o poder do Estado, traz normas que direcionam a sua atividade. 
Peter Häberle - A sociedade aberta dos interpretes da Constituição: 
Häberle dizia que as Constituições eram muito fechadas, pois eram interpretadas 
apenas pelos “intérpretes oficiais” – Os Juízes. Defendia, então, que todos os 
agentes que participam da realidade da Constituição deveriam participar também 
da interpretação constitucional. 
 
 
 
 
 
 
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6 
ESQUEMATIANDO 
Autor Ferdinand Lassale Carl Schimitt Hans Kelsen 
Sentido/ 
concepção 
de 
Constituiçã
o 
Sentido Sociológico 
Dica: LaSSaLe - 
SocioLógico 
Sentido político 
Dica: SchimiTT - 
PolíTico 
Sentido Jurídico 
 
O que dizia: Obra: A Essência da 
Constituição - O que 
é uma Constituição? 
- 1864. 
Constituição é um 
fato social. 
Não adianta tentar 
colocar uma norma 
escrita, pois a 
constituição 
escrita = mera 
folha de papel a 
Constituição é 
formada pelas 
"Forças Dominantes 
da Sociedade" = 
soma dos fatores 
reais de poder. 
Assim para Lassale 
tínhamos 2 
constituições = a 
constituição real e a 
folha de papel. 
Obra: O conceito 
político - 1932 
A constituição é uma 
decisão política 
fundamental - 
"decisionimo". 
Por decisão política 
fundamental 
entende-se a decisão 
base, concreta que 
organiza o Estado. 
Assim, só é 
constitucional 
aquilo que 
organiza o Estado 
e limita o Poder, o 
resto são meras 
"leis 
constitucionais". 
 
 
 
Influência na 
Constituição da 
Áustria - 1920 
Contemporâneo e 
grande rival de 
Schimitt - defendia o 
"positivismo". 
Conceito formal de 
constituição - tudo 
que está na 
constituição é capaz 
de se impor sobre o 
resto do ordenamento 
jurídico. 
A constituição tem 2 
sentidos: 
Lógico-jurídico: 
norma hipotética 
(imaterial, pensada - 
como deveria ser) que 
serve base para o 
sentido Jurídico-
Positivo: 
Constituição 
efetiva, escrita, 
capaz de se impor 
sobre o resto do 
ordenamento. 
 
Vamos fixar agora com algumas questões: 
 
 Questões da FCC: 
 
1. (FCC/ Procurador- TCM/2015) É necessário falar da Constituição como 
uma unidade e conservar, entretanto, um sentido absoluto de Constituição. Ao 
mesmo tempo, é preciso não desconhecer a relatividade das distintas leis 
constitucionais. A distinção entre Constituição e lei constitucional só é possível, 
sem dúvida, por que a essência da Constituição não está contida numa lei ou 
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numa norma. No fundo de toda a normatividade reside uma decisão política do 
titular do poder constituinte, ou seja, do povo na democracia e do monarca na 
monarquia autêntica. O trecho acima transcrito expressa o conceito de 
Constituição de 
a) Karl Loewenstein, na obra Teoria da Constituição. 
b) Carl Schmitt, na obra Teoria da Constituição. 
c) Konrad Hesse, na obra A força normativa da Constituição. 
d) Peter Häberle, na obra Hermenêutica constitucional. 
e) Ferdinand Lassalle, na obra A essência da Constituição. 
Comentários: 
O enunciado fala em decisão política para a formação da constituição, daí temos 
o sentido político da Constituição, consagrada por Carl Schmitt. Para Schmitt, a 
decisão política fundamental, que organiza o estado seria a Constituição em si, 
as demais normas que não versassem sobre isso, ainda que dispostas em um 
texto escrito chamado de Constituição, seriam apenas “leis constitucionais”. 
Gabarito: Letra B. 
 
2. (FCC/Defensor Público-SP/2006) O termo "Constituição" comporta 
uma série de significados e sentidos. Assinale a alternativa que associa 
corretamente frase, autor e sentido. 
a) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os momentos da sua 
história uma constituição real e efetiva. Carl Schmitt. Sentido político. 
b) Constituição significa, essencialmente, decisão política fundamental, ou seja, 
concreta decisão de conjunto sobre o modo e a forma de existência política. 
Ferdinand Lassale. Sentido político. 
c) Constituição é a norma fundamental hipotética e lei nacional no seu mais alto 
grau na forma de documento solene e que somente pode ser alterada 
observando-se certas prescrições especiais. Jean Jacques Rousseau. Sentido 
lógico-jurídico. 
d) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os fatores reais 
do poder que naquele país vigem e as constituições escritas não têm valor nem 
são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que imperam 
na realidade. Ferdinand Lassale. Sentido sociológico. 
e) Todas as constituições pretendem, implícitaou explicitamente, conformar 
globalmente o político. Há uma intenção atuante e conformadora do direito 
constitucional que vincula o legislador. Jorge Miranda. Sentido dirigente. 
Comentários: 
Essa questão é muito legal... Traz um resumão de todo o tema. 
Letra A - Errada. A doutrina que defendia isso era o sentido sociológico de Lassale, 
já que para ele, não importava qualquer documento escrito para que um país 
possuísse Constituição. A Constituição real e efetiva seria marcada pelo somatório 
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dos fatores reais de poder, ou seja, as forças dominantes, as quais sempre 
existem e existiram em qualquer sociedade. 
Letra B - Errada. Essa é a concepção política de Schimitt não de Lassale, que era 
a sociológica. 
Letra C - Errada. Está correto dizer "sentido lógico-jurídico", mas quem disse isso 
foi Hans Kelsen. Rousseau era quem previa que o Estado derivaria de um 
"contrato social", nada tem haver com sentido jurídico de Constituição. 
Letra D - Correto. É o que Lassale dizia. Se a Constituição não exprimisse o 
pensamento das forças dominantes, ela seria uma mera “Folha de Papel”. 
Letra E - Errada. Jorge Miranda é um professor português cujas obras de direito 
constitucional são de grande relevância. Porém o sentido dirigente é defendido 
por Canotilho, segundo este autor a Constituição deve ser um plano que irá 
direcionar a atuação do Estado, notadamente através das normas programáticas 
inseridas no seu texto. 
Gabarito: D. 
 
 Questões do CESPE: 
 
3. (CESPE/Juiz - TJPR/2017) Em sentido sociológico, a Constituição deve 
ser entendida como a norma que se refere à decisão política estruturante da 
organização do Estado. 
Comentários: 
Decisão política estruturante do Estado é o sentido político de Carl Schimitt, e 
não o sentido Sociológico de Lassale, segundo o qual a constituição seria soma 
dos fatores reais do poder que regem o país. 
Gabarito: Errado. 
 
4. (CESPE/Procurador do Banco Central- Bacen/2013) No sentido 
político, segundo Carl Schmitt, a constituição é a soma dos fatores reais do poder 
que formam e regem determinado Estado. 
Comentários: 
Falou em sentido políTico  lembrou de Carl SchimiTT, até aqui tudo certo ok? 
Mas sabemos que quem fala sobre a soma dos fatores reais de poder é 
LaSSale, que fala do sentido Sociológico. 
Gabarito: Errado. 
 
5. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da Amazônia/2012) 
Consoante a concepção sociológica, a constituição de um país consiste na soma 
dos fatores reais do poder que o regem, sendo, portanto, real e efetiva. 
Comentários: 
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Em sentido sociológico, a Constituição é um fato social, demonstrado pela simples 
observação de como as forças dominantes da sociedade organizam o poder. Essa 
Constituição sociológica, que seria a própria relação de poder, é a verdadeira 
Constituição, real e efetiva, a par de qualquer documento escrito. 
Gabarito: Correto. 
 
6. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da Amazônia/2012) 
Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um país somente pode ser 
considerada legítima se de fato representar o efetivo poder social, ou seja, se 
refletir as forças sociais que constituem o poder. 
Comentários: 
Isso mesmo, pouco importa a Constituição escrita para Lassale, o que importa é 
a Constituição real que é a soma dos fatores de poder que dominam a sociedade. 
Para a Constituição escrita valer de alguma coisa, ela tem que refletir o poder 
social. 
Gabarito: Correto. 
 
7. (CESPE/AJEP-TJES/2011) A concepção sociológica, elaborada por 
Ferdinand Lassale, considera a Constituição como sendo a somatória dos fatores 
reais de poder, isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica e 
religiosa que condicionam o ordenamento jurídico de determinada sociedade. 
Comentários: 
Em sentido sociológico, a Constituição é um fato social, demonstrado pela simples 
observação de como as forças dominantes da sociedade organizam o poder. 
Gabarito: Correto. 
 
8. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) Segundo Kelsen, a CF não 
passa de uma folha de papel, pois a CF real seria o somatório dos fatores reais 
do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF não teria mais 
legitimidade. 
Comentários: 
Quem dizia isso era Ferdinand Lassale e não Hans Kelsen. 
Gabarito: Errado. 
 
9. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido sociológico 
defendido por Ferdinand Lassale, a Constituição é fruto de uma decisão política. 
Comentários: 
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Realmente Lassale defendia o sentido sociológico. Mas dizer que a Constituição é 
fruto de uma decisão política é expressar o pensamento de Carl Schmitt (conceito 
político) e não de Lassale. 
Gabarito: Errado. 
 
10. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) No sentido 
sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, pois refletiria a 
decisão política fundamental do titular do poder constituinte, quanto à estrutura 
e aos órgãos do Estado, aos direitos individuais e à atuação democrática, 
enquanto leis constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos no 
documento, destituídos de decisão política fundamental. 
Comentários: 
Este seria o sentido político defendido por Carl Schimitt, onde teríamos de forma 
bem distinta: a Constituição, que seria formada pelas normas que organizam o 
Estado e limitam o poder estatal, e as demais normas que formariam meras "leis 
constitucionais" já que não veiculariam conteúdos essenciais a uma Constituição. 
Gabarito: Errado. 
 
11. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido jurídico, a 
Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica. 
Comentários: 
O defensor do sentido jurídico era Hans Kelsen, para ele a norma se origina na 
própria norma, a Constituição é norma pura, o chamado puro "dever ser", ou 
seja, o mundo hipotético fruto do pensamento racional do ser humano, aquilo 
que o homem deseja para a organização do poder. O que importa no sentido 
jurídico é a formalidade, a rigidez da constituição, sua característica de ser 
superior às demais normas e servir de ponto de partida para todas as outras, ser 
a norma fundamental do ordenamento, independente do assunto tratado. Desta 
forma, não há qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica já que a 
Constituição é normativa e não um mero convite aos poderes públicos. 
Gabarito: Correto. 
 
12. (CESPE/Analista - DPU/2010) O termo constituição possui diversas 
acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é norma pura, sendo 
fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-se um 
conceito próprio do sentido 
a) culturalista. 
b) sociológico. 
c) político. 
d) filosófico. 
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11 
e) jurídico. 
Comentários: 
O enunciado mostra o pensamentode Hans Kelsen, que defendia o conceito 
jurídico de Constituição, sendo esta uma norma pura, que tem origem nela 
mesma, sem se prender a qualquer fundamentação sociológica, política ou 
filosófica. 
Letra E. 
 
13. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) De acordo com o princípio da 
força normativa da constituição, defendida por Konrad Hesse, as normas jurídicas 
e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento recíproco. A 
norma constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. Para 
ser aplicável, a CF deve ser conexa à realidade jurídica, social e política, não 
sendo apenas determinada pela realidade social, mas determinante em relação a 
ela. 
Comentários: 
Exato. Hesse resgatou o pensamento de Ferdinand Lassale, e o flexibilizou, dizia 
que Lassale havia pecado em ignorar a força que a Constituição possuía de 
modificar a sociedade. Desta forma, a norma constitucional e a sociedade seriam 
reciprocamente influenciadas. 
Gabarito: Correto. 
 
14. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para a teoria da força normativa da 
constituição - desenvolvida, principalmente, pelo jurista alemão Konrad Hesse -, 
a constituição tem força ativa para alterar a realidade, sendo relevante a reflexão 
dos valores essenciais da comunidade política submetida. 
Comentários: 
É isso aí. Hesse versava justamente sobre este caráter impositivo que a 
Constituição teria de modificar a realidade social, já que ela seria um documento 
com força normativa, uma lei que não podia (pelo menos, não deveria) ser 
ignorada. 
Gabarito: Correto. 
 
15. (CESPE/ANAC/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o princípio da 
força normativa da CF é aquele segundo o qual os aplicadores e intérpretes da 
Carta, na solução das questões jurídicoconstitucionais, devem procurar a máxima 
eficácia do texto constitucional. 
Comentários: 
Ferdinand Lassale não tinha nada haver com força normativa da Constituição, 
pelo contrário, ao pregar o sentido sociológico da Constituição, onde a 
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12 
constituição real era aquela formada pelos fatores reais de poder da sociedade, 
dizia que a constituição poderia ser completamente ignorada pela sociedade. A 
força normativa da Constituição foi concebida por Konrad Hesse, jurista da 
doutrina positivista, que defendia o sentido jurídico da Constituição aplicando os 
ensinamentos de Hans Kelsen. 
Gabarito: Errado. 
 
16. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para o jurista alemão Peter Härbele, 
a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais de poder que 
regulamentam a vida nessa sociedade. 
Comentários: 
Quem dizia isso era Lassale. Härbele estava preocupado com o fato da 
interpretação constitucional ser realizada por todos os agentes da sociedade. 
Gabarito: Errado. 
 
17. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) O legado de Carl Schmitt, 
considerado expoente da acepção jurídica da constituição, consistiu na afirmação 
de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico, em que estaria situada a 
norma hipotética fundamental, e um plano jurídico positivo, ou seja, a norma 
positivada. 
Comentários: 
O sentido jurídico dizia exatamente isso. Porém o seu defensor era Hans Kelsen 
e não Carl Schmitt. Este era defensor do sentido político. 
Gabarito: Errado. 
 
18. (CESPE/Procurador Municipal de Natal/2008) A sociedade aberta dos 
intérpretes da Constituição, defendida por Peter Häberle, propõe que a 
interpretação constitucional seja tarefa desenvolvida por todos aqueles que 
vivem a norma, devendo ser inseridos no processo de interpretação 
constitucional todos os órgãos estatais, os cidadãos e os grupos sociais. 
Comentários: 
Exato. Era isso que pregava Härbele. 
Gabarito: Correto. 
 
 
19. (CESPE/Juiz-TJ-PI/2007) Em sentido essencialmente político, a 
constituição pode ser definida, conforme Hans Kelsen, como uma decisão política 
fundamental, dotada de um nítido caráter sociológico. 
Comentários: 
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Falou em sentido políTico  lembrou de Carl SchimiTT. Hans Kelsen era o 
sentido jurídico. 
Gabarito: Errado. 
 
 Questões da ESAF: 
 
20. (ESAF/PGFN/2007) Carl Schmitt, principal protagonista da corrente 
doutrinária conhecida como decisionista, advertia que não há Estado sem 
Constituição, isso porque toda sociedade politicamente organizada contém uma 
estrutura mínima, por rudimentar que seja; por isso, o legado da Modernidade 
não é a Constituição real e efetiva, mas as Constituições escritas. 
Comentários: 
Realmente, Carl Schmitt era defensor da corrente decisionista, porém, a 
Constituição escrita não é importante para ele, pois, estava preocupado apenas 
com o conteúdo das normas - conceito material de constituição. 
Gabarito: Errado. 
 
21. (ESAF/PGFN/2007) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é 
dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da unidade 
política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente interferir no texto formal, 
pelo que se torna inconcebível, nesta perspectiva materializante, a de rigidez de 
todas as regras. 
Comentários: 
Decisão fundamental é a corrente decisionista de Schimitt, não de Lassale. 
Lassale defendia a constituição como “FATO SOCIAL”, seria um evento 
determinado pelas forças dominantes da sociedade. 
Gabarito: Errado. 
 
22. (ESAF/AFC-STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido 
político, formulada por Carl Schimitt, há uma identidade entre o conceito de 
constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis 
constitucionais que se materializa a decisão política fundamental do Estado. 
Comentários: 
Para Carl Schimitt o importante era matéria tratada e não a formalidade. Assim, 
não podemos dizer que a Constituição equivaleria às leis constitucionais, estas 
seriam apenas aquelas normas presentes no corpo constitucional mas que não 
tratariam das matérias essencialmente constitucionais. 
Gabarito: Errado. 
 
23. (ESAF/AFTE-RN/2005)A constituição em sentido político pode ser 
entendida como a fundamentação lógico-política de validade das normas 
constitucionais positivas. 
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Comentários: 
O sentido político da Constituição era o sentido defendido por Carl Schimitt, onde 
a Constituição seria o fruto de uma “decisão política fundamental”, pouco 
importava a forma, o que importava na verdade era a matéria tratada que deveria 
englobar a “organização do Estado” + “Direitos Fundamentais”. A fundamentação 
de validade das normas constitucionais positivas refere-se a concepção lógico-
jurídica de Kelsen. 
Gabarito: Errado. 
 
 Questões de outras bancas: 
 
24. (VUNESP/Juiz- TJ-MS/2015) Considerando os diferentes conceitos de 
Constituição, abordados sob a ótica peculiar de diversos doutrinadores, analise 
as seguintes manifestações sobre o tema: 
I. Constituição é a soma dos fatores reais de poder que regem uma 
determinada nação. 
II. Constituição é a decisão política fundamental sem a qual não se organiza 
ou funda um Estado. 
Assim, é correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos, 
respectivamente,a 
a) Konrad Hesse e Carl Schimitt. 
b) Ferdinand Lassale e Hans Kelsen. 
c) J.J. Canotilho e Hans Kelsen. 
d) Hans Kelsen e Konrad Hesse. 
e) Ferdinand Lassale e Carl Schimitt. 
Comentários: 
O item I traz a descrição do sentido sociológico da Constituição, cunhado por 
Ferdinand Lassale, é aquele que olha para a sociedade e tenta observar os 
"fatos sociais", ou seja, as relações entre as pessoas, o governo, o poder e etc. 
Segundo Lassale, “Constituição Real”, esta era a soma dos fatores reais de 
poder. 
O item II, como o próprio nome sugere, se refere ao sentido político da 
Constituição, e segundo a obra o "O Conceito Político" de Carl Schimitt, a 
Constituição é fruto de uma “decisão política fundamental” que, grosso modo, 
significa a decisão base, concreta, que organiza o Estado e estabelece seus fins 
essenciais. Logo, o gabarito é a letra E. 
Gabarito: Letra E. 
 
25. (VUNESP/Procurador - Louveira - SP/2007) A concepção de 
Constituição como "somatória dos fatores reais do poder dentro de uma 
sociedade", advém de um conceito de índole 
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a) política, empregada originalmente por Michel Temer. 
b) sociológica, empregada originalmente por Ferdinand Lassale. 
c) jurídica, empregada originalmente por Hans Kelsen. 
d) antropológica, empregada originalmente por José Afonso da Silva. 
e) material, empregada originalmente por J.J. Gomes Canotilho. 
Comentários: 
O enunciado trata da sociedade como formadora da Constituição real. É o 
pensamento de Ferdinand Lassale - Sentido Sociológico. 
Letra B. 
 
26. (TRT 24ª/Juiz Substituto - TRT 24ª/2007) Considere as referências 
abaixo acerca dos conceitos de Constituição: 
I. Constituição no sentido lógico-jurídico. 
II. Constituição no sentido jurídico-positivo. 
III. Constituição como decisão política fundamental. 
Faça a correlação com as referências a seguir: 
( A ) Significa a norma fundamental hipotética. 
( B ) A Constituição é dimensionada como decisão global e fundamental advinda 
da unidade política, e identificável pelo núcleo de matérias que lhe são próprias 
e inerentes. 
( C ) Equivale à norma positiva suprema. Dentre as alternativas abaixo, marque 
aquela que expressa a relação correta entre as referências acima: 
a) (I-C);(II-A);(III-B). 
b) (I-A);(II-B);(III-C). 
c) (I-A);(II-C);(III-B). 
d) (I-B);(II-C);(III-A). 
e) (I-B); (II-A);(III-C). 
Comentários: 
O sentido jurídico de Kelsen se desdobra no sentido Lógico-jurídico e no Jurídico-
Positivo. O Lógico-jurídico é a norma hipotética (imaterial, pensada - como 
deveria ser) que serve base para o sentido Jurídico-Positivo, que é Constituição 
efetiva, escrita, capaz de se impor sobre o resto do ordenamento. 
Assim temos I-A e II-C 
A letra B expressa o sentido político da Constituição. Assim, III-B 
Gabarito: Letra C. 
 
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Poder Constituinte: 
GRAVEM MUITO BEM UM COISA: Em direito, quase todos os termos tem um 
origem lógica, quanto mais vocês ficarem atentos a isso, mais fácil a vida de 
vocês será facilitada. 
Poder Constituinte é o poder de "constituir", ou seja, de fazer ou modificar aquilo 
que está escrito como "Constituição". 
 
Espécies: 
O tal do “poder de constituir” (poder constituinte) se divide basicamente em 2: 
originário e derivado. 
Veja, originário vem de “origem” (simples não?!). Assim, o poder originário é o 
que expressa a vontade inicial do Povo, dá origem a toda a ordenação estatal, 
constituindo o Estado e, dessa forma, fazendo surgir a Constituição. Ele pode 
também ser chamado de poder constituinte de primeiro grau. 
O poder derivado é o que “deriva” do inicial, ele é criado pelo poder constituinte 
originário, que lhe dá o poder de modificar as coisas que foram anteriormente 
estabelecidas ou estabelecendo coisas que não foram inicialmente previstas, é o 
chamado poder constituinte de segundo grau. 
De uma forma mais analítica, podemos elencar 5 poderes constituintes (sempre 
um único originário e o resto derivando dele): 
1- Originário (PCO) - É o poder inicial do ordenamento jurídico, um poder 
político (organizador). Todos os outros são poderes jurídicos, pois foram 
instituídos pelo originário, ou seja, já estão na ordem jurídica, enquanto o 
originário é "pré-jurídico". 
2- Derivado Reformador - É o poder de fazer emendas constitucionais. 
Trata-se da reforma da Constituição, ou seja, a alteração formal de seu texto. 
(CF, art. 60). 
3- Derivado Revisor - É o poder que havia sido instituído para se manifestar 
5 anos após a promulgação da Constituição e depois se extinguir. Seu objetivo 
era restabelecer uma possível instabilidade política causada pela nova 
Constituição (instabilidade esta que não ocorreu). O poder , então, 
manifestou-se em 1994, quando foram elaboradas as 6 emendas de revisão, 
e após isso acabou, não podendo ser novamente criado, segundo a doutrina. 
O procedimento de revisão constitucional era um procedimento bem mais 
simples que a reforma (vide CF, art. 3º ADCT). 
4- Derivado Decorrente - É o poder que os Estados possuem para 
elaborarem as suas Constituições Estaduais. É a faceta da autonomia estatal 
chamada de "auto-organização". 
 
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ATENÇÃO 
A criação pelos Municípios de suas "leis orgânicas municipais" não é 
considerada como fruto deste poder constituinte decorrente, já que a lei 
orgânica não possui aspecto formal de constituição e sim de uma lei ordinária, 
embora materialmente seja equiparada a uma Constituição. No entanto, 
alguns doutrinadores costumam dizer que se trata de um "poder constituinte 
de terceiro grau". 
 
5- Difuso - Ganha espaço na doutrina recente. É o poder de se promover a 
mutação constitucional. Mutação constitucional é a alteração do significado 
das normas constitucionais sem que seja alterado o texto formal. Ela se faz 
através das novas interpretações emanadas principalmente pelo Poder 
Judiciário. Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração informal da 
Constituição. Informal porque não altera a “forma”, ou seja, a estrutura do 
texto, mas somente a sua interpretação. 
 
Poder Constituinte Originário X Derivado: 
O poder constituinte originário (PCO) é um poder inovador, defendido 
pioneiramente pelo Abade Sieyès, em sua obra “O que é o terceiro Estado?” 
publicada pouco antes da Revolução Francesa. 
Assim, segundo o abade, esse poder decorreria da soberania que a nação possui 
para organizar o Estado. Decorrente do pensamento de Sieyés, temos que o povo 
é o titular da soberania (poder supremo que é exercido pelo Estado nos limites 
de um determinado território, sem que se reconheça nenhum outro de igual ou 
maior força) e por consequência disso, também será o titular do poder 
constituinte originário, que é a expressão desta soberania. 
Como já vimos, o PCO não é um poder jurídico, mas sim um poder político, 
ele é inicial, tem seu fundamento de validade anterior à ordem jurídica. Assim, 
ele é o poder que organiza o Estado. Quando se faz uso do poder constituinte 
originário está se organizando o Estado e assimcriando a ordem jurídica. Dentro 
desta ordem jurídica estará também instituindo-se os demais poderes 
constituintes (revisor, reformador e decorrente). Estes poderes, então, serão 
chamados de poderes jurídicos, já que foram instituídos pelo PCO e retiram o seu 
fundamento diretamente da ordem jurídica instituída. Tais poderes não são mais 
poderes iniciais, mas sim derivados. 
 
Modos de manifestação do Poder Constituinte Originário: 
O Poder Constituinte Originário, segundo alguns doutrinadores, pode ser 
considerado histórico (quando sua manifestação ocorre para dar origem a um 
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novo Estado) ou revolucionário (quando sua manifestação tem como objetivo 
instituir uma nova ordem política e jurídica em um Estado já existente). 
Embora se entenda que o poder constituinte tem o povo como seu titular, e é na 
vontade desse povo que se deve instituir a nova ordem, muitas vezes esse poder 
é usurpado pelo governante. Na história, então, vemos que este poder tem sido 
manifestado das seguintes formas: 
 Convenção ou Assembleia Nacional Constituinte - Reunião de 
legitimados pelo povo para que se elabore um texto constitucional. 
 Revolução - Depõe-se através de uma revolução o poder até então 
vigente, para que se institua uma nova ordem constitucional. 
 Outorga - O governante, unilateralmente impõe uma nova Constituição 
(ou Carta Constitucional) de observância obrigatória para o povo, sem que 
este se manifeste. 
 Método Bonapartista ou Cesarista - O governante impõe a Constituição 
ao povo, porém, este ratifica o texto constitucional através de um 
referendo. Desta forma, não obstante ser uma Constituição outorgada, 
temos a participação popular para que entre em vigor. 
 
Titular do Poder X Exercente do Poder: 
É comum que as pessoas confundam o exercício com a titularidade, achando que 
por ser a Assembleia Nacional Constituinte a reunião de legitimados, ela tomaria 
para si a titularidade. 
O titular do poder é o povo, pois ele é o titular do Poder Político, poder para 
organizar o Estado. A Assembleia Nacional Constituinte é apenas o exercente 
deste poder do povo, que é permanente, não se esgotando com a feitura da 
Constituição. Já que se o povo perceber que aquela ordem constitucional não é 
mais válida para seus anseios, poderá dissolvê-la e instituir uma nova. 
 
Poder Constituinte Supranacional: 
Entendimentos recentes defendem a possibilidade da existência do poder 
constituinte supranacional, aquele que transcenderia às fronteiras de um Estado. 
Ele ocorreria na medida em que se criaria uma Constituição única para ordenar 
politicamente e juridicamente diversos Estados, como se tentou, sem sucesso, 
na União Europeia. 
 
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Características do PCO e suas definições: 
1- Poder político - Pois é ele que organiza o Estado e institui todos os outros 
poderes; 
2- Inicial – É ele que dá início a todo o novo ordenamento jurídico; 
3- Ilimitado, irrestrito, ou soberano - Não reconhece nenhuma limitação 
material ao seu exercício (é o que diz a corrente positivista adotada pelo 
Brasil). Uma parte da doutrina que resgata o pensamento "jusnaturalista" diz 
que o PCO deve ser limitado pelos direitos humanos supranacionais. Porém, 
para fins de concurso esta afirmação não é válida, a não ser que se mencione 
expressamente a doutrina jusnaturalista, já que o Brasil adota 
majoritariamente a corrente positivista. 
ATENÇÃO: Apesar dessa inexistência de limitações defendida pela corrente 
positivista, existe historicamente nas Constituições (de países democráticos) 
um respeito dos princípios básicos como o da dignidade da pessoa humana e 
da justiça. A diferença é que para os jusnaturalistas esse respeito seria uma 
obrigação instransponível, enquanto para os positivistas seria apenas um bom 
senso, um respeito aos direitos conquistados, e decorrência lógica dos regimes 
que se pretendem instituir. 
4- Autônomo - Ele não se submete a nenhum outro poder. 
5- Incondicionado – Não existe nenhum procedimento formal pré-
estabelecido para que ele se manifeste. 
6 - Permanente – Porque não se esgota no momento de seu exercício. 
 
ATENÇÃO: Cada característica possui a sua exclusiva definição. Não se pode 
definir a uma certa característica usando a definição de outra. 
Desta forma, é incorreto, por exemplo, falar que "o PCO é ilimitado, pois não se 
sujeira a nenhum procedimento pré-estabelecido de manifestação". É errado pois 
definiu "ilimitado" com o conceito de "incondicionado". Isso é muito comum em 
concursos. 
 
Consequências do exercício do Poder Constituinte Originário: 
a) Revogação de todo o ordenamento constitucional anterior. 
Ao entrar em vigor, inaugurando a nova ordem jurídica, a nova constituição 
revoga completamente todas as normas da constituição anterior. Desta forma, 
não é aceito no Brasil a chamada "teoria da desconstitucionalização". A teoria da 
desconstitucionalização defende que as normas constitucionais anteriores, que 
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não fossem conflitantes, estariam albergadas pela nova Constituição, 
continuando assim a vigorar, porém, com status rebaixado, como se fossem leis 
ordinárias. Essa posição, aceitando a "teoria da desconstitucionalização" só 
deverá ser marcada como correta no concurso caso se fale em "doutrina 
minoritária". 
 
b) Recepção do ordenamento infraconstitucional compatível 
materialmente. 
Essa é a chamada teoria da recepção. Agora não estamos falando mais de normas 
constitucionais e sim daquelas leis com status inferior à Constituição. 
Nessa teoria, entende-se que todas essas leis que forem compatíveis em seu 
conteúdo com a nova Constituição serão recebidas por esta e continuarão a viger, 
independente de sua forma. 
Ou seja, para que ocorra a recepção basta analisar seu conteúdo material, pouco 
importando a forma. 
Por exemplo, o CTN (lei nº 5.172/66) criado como lei ordinária em 1966 sob a 
vigência da CF de 1946 vigora até os dias de hoje, mas com status de lei 
complementar, que é a forma exigida para o tratamento da matéria tributária 
pela CF de 1967 e 1988. Ainda falando sobre CTN, vemos neste caso uma 
recepção parcial, já que parte de seu conteúdo contraria o disposto na CF/88 e 
assim está revogado, vigorando apenas a parte que não é conflitante com a 
Constituição de 1988. 
Assim, a recepção parcial é perfeitamente válida. 
Outro fator que deve ser levado em consideração ao falar em recepção é o fato 
que só podem ser recepcionadas normas que estejam em vigor no 
momento do advento da nova constituição, assim, normas anteriores já 
revogadas, anuladas, ou ainda em vacatio legis (período normalmente de 45 dias 
entre a publicação da lei e a sua efetiva entrada em vigor) não poderão ser 
recepcionadas. 
As normas que não forem recepcionadas serão consideradas revogadas. Não há 
o que se falar em inconstitucionalidade delas, pois para que uma norma seja 
considerada inconstitucional, ela já deve nascer com algum problema, algum 
vício. Assim, não existe no Brasil a tese da "inconstitucionalidadesuperveniente", 
ou seja, uma lei para ser inconstitucional ela deve nascer inconstitucional, se ela 
não nasceu com o vício (inconstitucionalidade congênita) ela nunca irá durante 
sua existência se tornar inconstitucional, podendo ser, no máximo, revogada. 
 
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c) Produção de efeitos com retroatividade mínima. 
Quando uma lei é publicada, em regra, esta lei não possui retroatividade, ou seja, 
será aplicada somente para os fatos que ocorrerem em data posterior à sua 
entrada em vigor. 
Diz-se que as normas constitucionais, ao contrário das leis, são dotadas de 
retroatividade (podem retroagir), mas trata-se de uma retroatividade mínima, já 
que só retroagem para alcançar os efeitos futuros dos casos passados. A doutrina 
divide os efeitos da retroatividade das normas, geralmente em 3 modos: 
 Máxima – Quando atinge inclusive os fatos passados já consolidados. Ex. 
As prestações que já venceram e que já foram pagas. 
 Média – Quando atinge os fatos passados, mas apenas se estes estiverem 
pendentes de consolidação. Ex: As prestações já vencidas mas que não 
foram pagas. 
 Mínima – Quando não atinge os fatos passados, mas apenas os efeitos 
futuros que esses fatos puderem vir a manifestar. Essa é a teoria adotada 
no Brasil. Ex. As prestações que ainda irão vencer. 
 
Atenção: esta é a regra que acontece caso a Constituição não diga nada a 
respeito. Já que, como o PCO é um poder ilimitado, ele poderá inclusive 
retroagir completamente, desde que faça isso de forma expressa no texto. 
 
Existem basicamente 2 ideias: retroatividade e irretroatividade. 
Nova CF que proíbe a 
matéria "A" 
 
CF que permite 
matéria "A" 
Lei que trata da 
matéria "A" 
Revogação - não se pode falar em 
inconstitucionalidade superveniente. 
Para ser inconstitucional tem que 
fazer a averiguação da 
compatibilidade em face da CF do 
momento que foi criada. 
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22 
Irretroatividade significa que não alcança nada que veio do passado. É 
irretroativo, não retroage nada, vale somente daqui pra frente, e somente para 
o que for acontecer daqui pra frente. 
Retroatividade significa que, de alguma forma, pegaremos algo que está no 
passado, ou que veio do passado. 
Esse "passado", por sua vez, está dividido em 3 coisas (imagine um contrato de 
compra de algo, com pagamento feito parceladamente): 
1- Temos vários fatos que já se consumaram (a assinatura do contrato e as 
parcelas que venceram no passado, já foram pagas, e acabou!). 
2- Aqueles fatos que ainda não se consumaram (parcelas que venceram no 
passado, mas ainda não foram pagas, logo ainda não se consumaram). 
3- Os efeitos futuros dos fatos passados (as parcelas que ainda nem venceram, 
vão vencer, mas são decorrentes desse contrato firmado no passado). 
Se a nova norma alcançar o caso 1 é será retroatividade máxima, o caso 2 
é média e o 3 é mínima. 
Os 3 casos dizem respeito a algo no passado, nem que tenha sido um contrato 
firmado, pendente do pagamento de parcelas. 
Se estivéssemos diante de uma irretroatividade, o simples fato de esse contrato 
ter sido firmado no passado, já o deixaria livre de sofrer qualquer modificação, 
seja no seu teor, ou seja, nas parcelas decorrentes dele. 
Um exemplo muito utilizado para se demonstrar a produção de efeitos com 
retroatividade mínima é a “vedação da vinculação ao salário mínimo” – CF, art. 
7º, IV. 
Com o advento da Constituição em 1988 ficou vedada a vinculação de pensões e 
benefícios em geral a certo número de salários mínimos. Assim, no momento da 
vigência da norma constitucional, era necessário modificar a maneira de calculá-
las, pois a norma é de aplicação imediata. No entanto, essa nova maneira de 
calcular o benefício não vai retroagir alcançando aqueles proventos que já foram 
pagos, nem aqueles proventos que já deviam ter sido pagos, mas não foram. Vai 
valer somente para os próximos proventos. 
Veja que não podemos confundir isso com “irretroatividade”, pois estamos 
falando de um benefício que tem o seu início no passado e será atingido pela 
nova norma. Se a norma fosse irretroativa, os novos vencimentos continuariam 
sendo pagos com a vinculação anterior estabelecida em número de salários 
mínimos e não é isso que ocorre. O fato passado foi alcançado, mas somente em 
seus “efeitos futuros”. 
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23 
Reforma Constitucional: 
Como vimos, a reforma constitucional, fruto do PCD reformador, está 
condicionada e limitada no art. 60 da Constituição Federal. Vamos ver quais são 
as condições e limitações ao seu exercício: 
Iniciativa da Emenda 
Constitucional de 
Reforma (CF, art. 60) 
A Constituição poderá ser emendada mediante 
proposta: 
1. De pelo menos 1/3 dos Deputados ou 
Senadores; 
2. Do Presidente da República; 
3. De mais da metade das Assembleias 
Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma delas, pela 
maioria relativa de seus membros. 
Obs. Maioria relativa = maioria simples (mais da 
metade dos votos dos presentes); 
Limitação circunstancial 
(CF, art. 60 §1º) 
A Constituição não poderá ser emendada na 
vigência de intervenção federal, de estado de 
defesa ou de estado de sítio. 
Limitação Procedimental 
(CF, art. 60 §2º) 
A proposta será discutida e votada em cada Casa 
do Congresso Nacional, em dois turnos, 
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 
3/5 dos votos dos respectivos membros. 
Promulgação 
(CF, art. 60 §3º) 
A emenda à Constituição será promulgada pelas 
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, com o respectivo número de ordem. 
Limitação Material 
Expressa (Cláusulas 
Pétreas Expressas) 
(CF, art. 60 §4º) 
 
Não será objeto de deliberação a proposta de 
emenda tendente a abolir: 
1. a forma federativa de Estado; 
2. o voto direto, secreto, universal e 
periódico; 
3. a separação dos Poderes; 
4. os direitos e garantias individuais. 
Obs. Entende-se que não se pode sequer reduzir 
o alcance destas matérias, mas observe que elas 
não são imutáveis, pois poderá ser mexido no 
caso de aumentar o poder de alcance delas. 
Obs2. Voto obrigatório não é cláusula pétrea, 
apenas o fato de ser direto, secreto, universal e 
periódico. 
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24 
Limitação Material 
Implícita (Cláusulas 
Pétreas Implícitas) 
(Reconhecidas pela doutrina 
e jurisprudência) 
 
1. o povo como titular do poder 
constituinte; 
2. o poder igualitário do voto. 
3. o próprio art. 60 (que estabelece os 
procedimentos de reforma); 
Princípio da 
irrepetibilidade 
(Limitação Formal) 
(CF, art. 60 §5º) 
 
A matéria constante de proposta de emenda 
rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser 
objeto de nova proposta na mesma sessão 
legislativa.Obs2. Não confunda sessão legislativa (anual) 
com legislatura (período de 4 anos). 
Limitação Temporal A limitação temporal ocorre quando somente 
depois de decorrido certo lapso temporal a 
Constituição poderá ser reformada. 
A CF/88 não estabeleceu nenhuma limitação 
temporal, mas, tal limitação pode ser encontrada 
em Constituições de outros países. 
 
Demais considerações: 
 Veja que a forma republicana não foi protegida pela Constituição de 1988 
como uma cláusula pétrea. Expressamente, é apenas um princípio sensível, 
aquele que se não for respeitado ensejará uma “intervenção federal”. O 
entendimento sobre isso não é unânime, algumas doutrinas reconhecem a 
forma republicana como cláusula pétrea implícita, devido à proteção dada ao 
“voto periódico”, típico dos governos republicanos. Em concursos, se não 
houver abertura na questão para os pensamentos doutrinários, deve-se 
indicar que a república não é uma cláusula pétrea. 
 Lembre-se que são gravados de forma pétrea apenas os direitos e garantias 
individuais, mas, estes não se resumem ao art. 5º da CF, estando espalhados 
ao longo dela. 
 Essa vedação à alteração do art. 60 (cláusula pétrea implícita) é o que 
chamamos de proibição à "dupla revisão", ou seja, é vedado que o 
legislador primeiramente modifique o art. 60, desprotegendo as matérias 
gravadas como pétreas, e depois edite outra emenda extinguindo as 
cláusulas. Alguns entendem que essa vedação de modificação do art. 60 
seria absoluta, não podendo o legislador alterar este rito, nem facilitando, 
nem dificultando o processo. 
 
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25 
Revisão Constitucional: 
CF, ADCT, art. 3º →A revisão constitucional será realizada após 5 anos, 
contados da data de promulgação da CF, pelo voto da maioria absoluta 
dos membros do Congresso Nacional em sessão unicameral. 
Essas emendas têm o mesmo poder das emendas de reforma, mas, percebe-
se que foi um procedimento mais simples (bastava maioria absoluta em 
sessão unicameral, enquanto as outras será 3/5, em 2 turnos, nas duas 
Casas), porém, após o uso deste poder de revisão, ele se extinguiu não 
podendo mais ser utilizado e nem se pode por EC criar outro similar. 
 
Princípios a serem observados pelo Poder Constituinte Derivado Decorrente: 
O Poder Constituinte Derivado Decorrente fornece o principal passo da auto-
organização estadual. Este poder como sabemos não é ilimitado, precisa observar 
certos princípios (que serão visto em pormenores posteriormente). São eles: 
 Os princípios sensíveis - são aqueles presentes no art. 34, VII da 
Constituição Federal, que se não respeitados poderão ensejar a intervenção 
federal. 
 Os princípios federais extensíveis (ou comuns) - são aqueles 
princípios federais que são aplicáveis pela simetria federativa aos demais 
entes políticos, como por exemplo, as diretrizes do processo legislativo, dos 
orçamentos e das investiduras nos cargos eletivos. São também chamados 
de "princípios comuns" pois se aplicam a todos os entes da federação, de 
forma comum. 
Simetria federativa seria "espelhar" em cada esfera da federação (União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios) aqueles princípios básicos, que 
podem ser estendidos. Por exemplo: Aquilo que cabe ao Presidente da 
República em âmbito federal, caberá ao Governador no âmbito estadual, 
e ao Prefeito no âmbito municipal (observados, obviamente, certas 
peculiaridades e limites). 
 Os princípios estabelecidos - são aqueles que estão expressamente ou 
implicitamente no texto da Constituição Federal limitando o poder 
constituinte do Estado-membro. 
 
 Questões da FCC 
27. (FCC/Agente de Apoio Legislativo – AL-MS/2016) O poder 
constituinte 
a) revisor é incondicionado e ilimitado. 
b) dos Estados-membros é incondicionado e ilimitado juridicamente. 
c) reformador pode suprimir cláusulas pétreas. 
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26 
d) decorrente é o conferido aos Estados-membros tendo sido estendido aos 
municípios, no caso brasileiro. 
e) originário é aquele que instaura uma nova ordem jurídica, provocando uma 
ruptura com a ordem jurídica anterior. 
Comentários: 
Letra A – Errado. O único poder incondicionado e ilimitado é o poder constituinte 
originário. O Poder Revisor é derivado, condicionado e limitado. 
Letra B – Errado. O poder dos Estados Membros é o derivado decorrente. E por 
ser derivado, é um poder condicionado e limitado pelo poder originário. 
Letra C – Errado. O poder derivado reformador é limitado materialmente pelas 
cláusulas pétreas constantes no art. 60 da CF. As quais não podem ser suprimidas 
nem terem sua eficácia reduzida. 
Letra D – Errado. Trata-se de uma discussão doutrinária. Porém, a doutrina 
majoritária – e a FCC – entende que os municípios não possuem poder derivado 
decorrente, pois eles não possuem constituição, somente uma Lei Orgânica que 
tem o status formal de lei ordinária, diferentemente dos Estados, que possuem 
Constituições Estaduais. 
Observação deve ser feita em relação ao DF. Embora o Distrito Federal também 
seja regido por lei orgânica, trata-se de um ente híbrido, que possui competências 
tanto dos Estados, quanto dos Municípios. No que tange à parte “estadual” a Lei 
Orgânica do DF tem o status de Constituição, logo, é correto dizer que o DF possui 
Poder Constituinte Derivado Decorrente. 
Letra E – Correta. É a exata definição do PCO. 
Gabarito: Letra E. 
 
28. (FCC/Técnico-DPE-RS/2017) O Presidente da República propôs projeto 
de emenda à Constituição Federal para que fosse alterada a idade mínima para 
a aposentadoria dos servidores públicos da União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios, tendo a proposta sido aprovada, em cada uma das Casas do 
Congresso Nacional, em dois turnos, pelo voto de 3/5 dos respectivos membros. 
Nessa situação, a emenda constitucional daí decorrente é fruto do Poder 
Constituinte 
a) originário, mas deveria ter sido aprovada em votação única pelo Senado e pela 
Câmara dos Deputados, conjuntamente. 
b) originário, mas foi aprovada sem que se observasse o quórum exigido pela 
Constituição Federal. 
c) derivado, tendo sido aprovada com observância da Constituição Federal. 
d) derivado, mas o Presidente da República não poderia ter apresentado o projeto 
de emenda à Constituição, por não estar no rol de legitimados para tanto. 
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e) derivado, mas não poderia ter alterado as regras para a aposentadoria dos 
servidores públicos dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios. 
Comentários: 
Primeiramente, temos que o Poder, obviamente, é um poder derivado, no caso o 
reformador. Pois não é um poder que instaura uma nova Constituição (o que é o 
papel do PC Originário), mas sim está reformando-a. 
Segundo, o presidente é um legitimado possível para propor as emendas 
constitucionais de reforma, e assim, exercer o Poder Constituinte Derivado 
Reformador, bem como 1/3 dos membros da Casa Legislativas e mais da metade 
das Assembleias Legislativas Estaduais. 
Terceiro, as aposentadorias dos servidores públicos estão estabelecidas em 
regras nacionais, diretamente na Constituição Federal, não setrata de objeto que 
esteja na autonomia dos entes da federação. Assim, não há o que se falar em 
afronta ao pacto federativo (o que é gravado como cláusula pétrea). 
Logo, as informações do enunciado convergem para a letra C. 
Gabarito: Letra C 
 
29. (FCC/AJAJ-TRE-PR/2017) Ao disciplinar a possibilidade de alteração de 
seu texto, a Constituição de determinada República estabelece, entre outras, as 
seguintes regras: (i) possibilidade de reforma constitucional decorridos cinco 
anos da última lei revisão, podendo, contudo, o Poder Legislativo exercer a 
qualquer momento poderes de revisão extraordinária, observados neste último 
caso quórum de maioria qualificada; (ii) impossibilidade de prática de atos de 
reforma constitucional na vigência de estado de sítio ou de estado de defesa; (iii) 
a necessidade de a reforma constitucional respeitar as matérias que especifica, 
dentre as quais: a forma republicana de governo; a separação e a 
interdependência dos órgãos do Poder; e o sufrágio universal, direto, secreto e 
periódico. 
Considerando exclusivamente as características descritas do sistema de reforma 
constitucional acima, tem-se que, em face do poder de reforma constitucional 
naquele ordenamento, há incidência de 
I. limite temporal para o exercício regular do poder de reforma, diferentemente 
do que se tem no sistema brasileiro, que somente o previu para a hipótese de 
realização de revisão constitucional extraordinária, já exercida e com quórum 
menos exigente do que a prevista para a reforma regular. 
II. limites circunstanciais, a exemplo do que se tem no sistema brasileiro, embora 
em hipóteses apenas em parte coincidentes com as deste. 
III. limites materiais, a exemplo do que se tem no sistema brasileiro, embora, 
dentre as matérias elencadas, a Constituição brasileira trate de modo distinto a 
relativa à repartição do exercício funcional do poder. 
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À luz do disposto na Constituição Federal brasileira, estão corretas as 
comparações efetuadas em 
a) I, II e III. 
b) I, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) II, apenas. 
Comentários: 
Questão muito mal redigida e de interpretação ambígua, mas vamos tentar 
“catar” aí dentro alguns dos pensamentos da FCC, certo? 
Item I: 
O item I versa sobre limitação temporal e faz um comparativo com a CF brasileira 
de 1988. Então, vamos primeiramente entender como a reforma constitucional 
acontece na CF de 1988: 
Em regra (ordinariamente) a Constituição pode e sempre pode ser reformada a 
qualquer tempo, resguardada as limitações circunstanciais (estado de sítio, 
defesa ou intervenção federal). Essa reforma é por quórum qualificado de 3/5 
dos votos, em dois turnos, em cada Casa do Congresso. 
Além da reforma ordinária, existiu uma revisão extraordinária, mais simples, 
prevista no art. 3º dos ADCT, na qual só poderia ter ocorrido após 5 anos da 
promulgação da CF. Essa foi feita pelo quórum qualificado de maioria absoluta 
em sessão única, unicameral. 
Agora, vamos entender a CF hipotética, paradigma da questão: 
Ela fala de “lei revisão”, então talvez esteja se referindo a uma Constituição 
Flexível que possa ser alterada ordinariamente pelo quórum de maioria simples... 
talvez... foi o que eu entendi. 
Para exercer essa lei revisão, precisa esperar 5 anos da última. Se não quiser 
esperar, há a possibilidade de fazer uma reforma por quórum qualificado de 
maioria absoluta. 
Para a FCC tem-se então uma presença de “limitação temporal”, pois a reforma 
ordinária está limitada no tempo, diferentemente da Constituição Brasileira, cuja 
reforma ordinária nunca esteve limitada no tempo, somente a reforma 
extraordinária. 
Sendo assim, item I é Correto. 
Item II: 
Limitações circunstanciais são aqueles momentos específicos em que a reforma 
está “temporariamente bloqueada”. No caso da Brasileira (art. 60 §1º) temos o 
estado de sítio, o de defesa e a intervenção federal. Na Hipotética do enunciado, 
não há a intervenção federal. 
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29 
Item II é, então, correto. 
Item III: 
Assim como a CF Brasileira, ali estão elencadas “matérias” que devem ser 
respeitadas pelo Poder Reformador. Porém, na CF de 1988, a redação versa sobre 
o respeito à “Separação dos Poderes”, enquanto ali temos a redação “a separação 
e a interdependência dos órgãos do Poder”. 
Gabarito: Letra A. 
 
30. (FCC/TJAA-TRE-PR/2017) À luz do direito vigente, as emendas à 
Constituição Federal, aprovadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado 
Federal, são atos normativos que decorrem do poder 
a) constituinte originário, podendo alterar a Constituição sem encontrar limites 
jurídicos para tanto, uma vez que o poder constituinte, cujo titular é o povo, é 
soberano e ilimitado. 
b) constituinte derivado, podendo alterar a Constituição desde que sejam 
respeitados os limites jurídicos nela originariamente previstos. 
c) constituinte originário, podendo alterar a constituição desde que sejam 
respeitados os limites nela previstos. 
d) legislativo, mas não do poder constituinte, uma vez que os parlamentares que 
as aprovam não são especialmente eleitos para o fim de alterarem a Constituição, 
motivo pelo qual as emendas constitucionais são hierarquicamente inferiores às 
normas constitucionais originariamente editadas pelo poder constituinte. 
e) legislativo, estando sujeitas aos mesmos limites jurídicos que devem ser 
observados no processo de elaboração das leis complementares e ordinárias. 
Comentários: 
Questão beeeem simples que não merece grandes comentários. Trata-se do 
Poder Derivado de Reforma do texto Constitucional. O poder originário é o que 
inaugura uma nova ordem jurídica, assim elimina-se a letra A e C. A “D”, está 
errada, pois fala um monte de baboseira, a saber: 
- Trata-se sim de exercício de Poder Constituinte, que é o Poder de se “escrever” 
um texto com status de Constituição. 
- Não há hierarquia entre normas constitucionais originárias e derivadas, tanto é 
que uma emenda pode alterar o texto inicialmente escrito. Esse é um princípio 
chamado de “Princípio da Unidade da Constituição”. 
A letra E, por sua vez, está errada, pois o processo de elaboração de uma emenda 
é diverso, e bem mais dificultoso, do que o das leis complementares e ordinárias. 
Gabarito: Letra B. 
 
31. (FCC/Procurador do Estado–SEGEP-MA/2016) “...se o poder 
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constituinte se destina a criar uma constituição concebida como organização e 
limitação do poder, não se vê como esta ‘vontade de constituição’ pode deixar de 
condicionar a vontade do criador. Por outro lado, este criador, este sujeito 
constituinte, este povo ou nação, é estruturado e obedece a padrões e modelos 
de condutas espirituais, culturais, éticos e sociais radicados na consciência 
jurídica geral da comunidade e, nesta medida, considerados como ‘vontade do 
povo’. Além disto, as experiências humanas vão revelando a indispensabilidade 
de observância de certos princípios de justiça que, independentemente da sua 
configuração (como princípios suprapositivos ou como princípios supralegais, mas 
intra-jurídicos)são compreendidos como limites da liberdade e omnipotência do 
poder constituinte. Acresce que um sistema jurídico interno (nacional, estadual) 
não pode, hoje, estar out da comunidade internacional. Encontra-se vinculado a 
princípios de direito internacional (princípio da independência, princípio da 
autodeterminação, princípio da observância de direitos humanos).” 
(CANOTILHO, Joaquim José Gomes. Direito Constitucional e Teoria da 
Constituição) 
No excerto acima transcrito, o autor discorre sobre a 
a) existência de condicionantes materiais à atuação do poder constituinte. 
b) compreensão da doutrina clássica do poder constituinte. 
c) relação dicotômica entre poder constituinte originário e poder constituinte 
derivado. 
d) relação dicotômica entre poder constituinte originário e poder constituinte 
decorrente. 
e) relação dicotômica entre poder constituinte nacional e poder constituinte 
supranacional. 
Comentários: 
O texto do ilustre Canotilho fala sobre uma pertinente crítica a teoria clássica do 
Poder Constituinte, segundo o qual ele é totalmente livre, ou seja, ilimitado e 
incondicionado. Aponta que, não se pode vislumbrar uma total onipotência desse 
poder, pois existem valores que estão arraigados na mente e costumes do povo 
e outros que decorrem da globalização. 
Sendo assim, trata-se de um texto sobre a existência de limites materiais que 
devem ser observados pelo Poder Constituinte Originário (letra A) diferentemente 
do que prega a clássica doutrina (letra B). 
Letra C, D e E não tem nada a ver com o texto. 
Gabarito: Letra A. 
 
32. (FCC/Defensor-DPE-MA/2015) No âmbito da teoria do poder 
constituinte, considera-se que o poder de aprovar emendas às constituições 
estaduais 
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31 
(a) cabe ser definido no âmbito das Constituições Estaduais, constituindo o único 
instrumento pelo qual se admite promover modificações no regime constitucional 
estadual em vigor. 
(b) configura exercício de poder constituinte decorrente de segundo grau, pois 
deve observar, como regra geral, as limitações materiais impostas ao poder 
constituinte decorrente inicial, além daquelas estatuídas pela própria Constituição 
Estadual. 
(c) sujeita-se apenas a limites formais e circunstanciais. 
(d) fica sujeito, em virtude do princípio da simetria, apenas às limitações formais 
e materiais impostas ao poder de reforma da Constituição Federal. 
(e) não configura exercício de poder constituinte derivado ou instituído. 
Comentários: 
O poder de aprovar emendas nas constituições estaduais é o derivado decorrente, 
também chamado de segundo grau, pois não é originário. O poder de reforma 
estadual encontra limites na Constituição da República e na Constituição 
estadual. Desta forma, emenda à Constituição do Estado-membro não poderá 
ofender direitos fundamentais (art. 60, § 4.º, IV, CR) nem alterar o tempo de 
mandato do governador (art. 28 da CR). 
Gabarito: Letra B. 
 
33. (FCC/Conselheiro- TCE-CE/2015) Sobre o poder constituinte, é correto 
afirmar: 
(a) Sua titularidade se deposita sobre a nação de um Estado. 
(b) Pode ser caracterizado como uma energia ou força social com natureza pré-
jurídica que, a partir da sua manifestação, inaugura uma ordem jurídica, não 
admitindo que qualquer lei ou constituição que lhe preceda continue a produzir 
efeitos. 
(c) Admite-se que a Constituição originária, que decorre dos trabalhos do poder 
constituinte originário, tenha suas normas declaradas inconstitucionais em função 
de violação da Constituição anterior. 
(d) No caso brasileiro, a partir da sua manifestação na modalidade originária, que 
não encontra na ordem jurídica anterior qualquer controle, inaugura-se uma nova 
ordem jurídica, para a qual o relacionamento com a ordem anterior pode ser 
regulado mediante o conceito de recepção. 
(e) O poder constituinte derivado reformador, que elabora as constituições 
estaduais nos estados federais, tem as mesmas características do poder 
constituinte originário, exceto a desvinculação constitucional da ordem jurídica 
anterior. 
Comentários: 
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32 
Letra A. Errado. A titularidade do poder constituinte pertence ao povo. 
Destacando que o exercício, ou seja, o desempenho da função constituinte, por 
vezes, é atribuída a representantes do povo, como ocorreu com a Assembleia 
Nacional Constituinte, que elaborou a Constituição de 1988. 
Letra B. Errado. Esse treco está correto “Pode ser caracterizado como uma 
energia ou força social com natureza pré-jurídica que, a partir da sua 
manifestação, inaugura uma ordem jurídica” o erro está em afirmar que não 
admite a legislação do ordenamento anterior, o que é equivocado. 
Letra C. Errado, as normas da constituição originária são ilimitadas juridicamente, 
não sendo passível de nenhum controle em relação à constituição anterior. 
Letra D. Correto. A CF 88 não se vinculou as normas da constituição de 1967. 
Letra E. Errado. Quem elabora as normas das constituições estaduais é o poder 
constituinte derivado decorrente. Esta espécie de poder constituinte também 
encontra limites no próprio texto da Constituição da República. 
Gabarito: Letra D. 
 
34. (FCC/Defensor-DPE-RS/2011) No que se refere ao Poder Constituinte, 
é INCORRETO afirmar: 
a) O Poder Constituinte genuíno estabelece a Constituição de um novo Estado, 
organizando-o e criando os poderes que o regerão. 
b) Existe Poder Constituinte na elaboração de qualquer Constituição, seja ela a 
primeira Constituição de um país, seja na elaboração de qualquer Constituição 
posterior. 
c) O Poder Constituinte derivado decorre de uma regra jurídica constitucional, é 
ilimitado, subordinado e condicionado. 
d) Quando os Estados-Federados, em razão de sua autonomia 
políticoadministrativa e respeitando as regras estabelecidas na Constituição 
Federal, auto organizam-se por meio de suas constituições estaduais estão 
exercitando o chamado Poder Constituinte derivado decorrente. 
e) Para parte da doutrina, a titularidade do Poder Constituinte pertence ao povo, 
que, entretanto, não detém a titularidade do exercício do poder. 
Comentários: 
Letra A – Correto. Genuíno está como sinônimo de “originário”. É o poder inicial, 
criador. 
Letra B – Correto. Sempre que se criar uma Constituição há manifestação de 
poder constituinte. Segundo a doutrina o poder constituinte pode ser considerado 
histórico (quando sua manifestação ocorre para dar origem a um novo Estado) 
ou revolucionário (quando sua manifestação tem como objetivo instituir uma 
nova ordem política e jurídica em um Estado já existente). 
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33 
Letra C – Errado. O PCD é realmente subordinado e condicionado, porém ele é 
“limitado” e não “ilimitado” como diz a assertiva. 
Letra D – Correto. O PCD decorrente é o Poder que os Estados possuem para se 
auto organizarem, criando suas constituições. 
Letra E – Correto. A titularidade do Poder não se confunde com o exercício do 
Poder. O Povo é o titular do Poder, porém, que o exerce é a Assembleia 
Constituinte que elabora uma Constituição tendo como finalidade os anseios do

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