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Relações e Mercados Financeiros

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Relações e Mercados Financeiros
15.1. Relações Financeiras e Crescimento Econômico
Economia primitiva: O crescimento econômico é basicamente “poupar” no presente para no futuro ampliar ou garantir (o lucro ou produção no futuro). As famílias devem poupar parte do produto para poderem investir na renovação e ampliação da produção (reinvestir).
Economia Moderna: Nesta economia o investimento não é resultado do “não consumo” e sim da decisão de produzir maquinas e equipamentos, construir edificações, instalar infraestruturas, de preparar capital humano especificamente para fins de acumulo de riqueza (especialização). 
Ao contrario da sociedade primitiva, investe-se não porque deseja obter um produto maior no futuro, mas porque investir deve ser lucrativo.
Relações Financeiras: É estabelecida sempre que um agente econômico é capaz de transferir recursos para terceiros. Ela serve assim para viabilizar quem possui comando sobre a renda social e quem vai utiliza-la efetivamente. A mais simples e fundamental forma de relação financeira conhecida é credito.
Relação de crédito: Genericamente é quando um agente empresta recurso a outro por um prazo determinado e é remunerado através do juros.
A existência das inovações institucionais como o sistema de credito, possibilitam a criação de outros mercados, não apenas para o produto mas também para obrigações.
Assim relações financeiras servem assim para alavancar o desenvolvimento econômico, permitindo uma alocação de recursos muito mais eficiente.
A eficiência de um sistema financeiro depende, em grande medida, da forma pelo qual ele é organizado. Estruturas alternativas podem ser funcionais, dependendo da solidez da economia.
15.2. Relações Financeiras
Em um mercado financeiro a interação fundamental se da entre: Unidades superavitárias e unidades deficitárias.
Unidades Superavitárias, consiste dos agentes cujos planos de dispêndio corrente são inferiores a sua renda esperada para o mesmo período. Em suma unidades superavitárias são um excesso de renda corrente sobre seus gastos com bens e serviços, portanto, demandam outro meio de acumulação de riquezas que não seja outros bens.
Unidades Deficitárias, aquelas que pretendem gastar correntemente mais do que sua renda. Estes agentes, portanto, emitirão obrigações, isto é, um passivo, a serem saudadas no futuro.
A relação destas unidades em um economia moderna é intermediada pela existência de um sistema bancário, que é capaz de criar liquidez.
15.3. Mercados Financeiros
Mercados financeiros englobam todas a transações que são feitas com obrigações emitidas por agentes deficitários ou por intermediários financeiros que busquem canalizar recurso para eles. Esses mercados são regulados por instituições e praticas de funcionamento que são, em parte, fixados pelos próprios participantes nessas transações, e, em outra parte, por instituições do Estado.
Para analisar a operação de mercados financeiros existentes, na realidade, temos que reconhecer que há vários tipos de mercado a serem considerados, e que tipos diferentes serão mais adequados a classes de ativos especificas.
Dicotomias dos Mercados Financeiros:
15.3.1 Mercados de Credito e Mercados de Titulos
Distinção dos mercados se da pela natureza da transação financeira e do contrato resultante.
No mercado de crédito, as transações são feitas de forma individualizada, identificando-se as duas partes que realizam o empréstimo. Da operação resultam obrigações que são, em princípio, intrasferíveis ou não negociáveis.
Mercado de Títulos: Diferente do mercado de credito em que, os contratos são feitos de modo a satisfazer as demandas especificas dos tomadores e dos emprestadores, o mercado de títulos as transações obedecem regras mais genéricas, desprezando-se as condições de cada parte interessada.
Os contratos obedecem regras de padronização que tornam os títulos de natureza semelhante substitutos entre si.
O mercado de crédito se divide em dois segmentos importantes, o crédito de longo prazo e o crédito de curto prazo.
O mercado de títulos é ainda mais diferenciados, além da distinção de acordo com a duração do contrato, como também papéis que correspondem a compromissos de natureza econômica e jurídica diferentes.
Papel de curto prazo => Sem risco de capital.
Papel de longo prazo => Sujeito ao risco de capital.
Entre os papeis de maturidade maior (sujeitos ao risco), se distingue em dois tipos: Titulos de Propriedade e Titulos de divida.
15.3.2 Mercados Primários e Mercados Secundários
Mercados primários referem-se a primeira operação de compra do título. Mercados secundários, são criados para operações de compra e venda posteriores à primeira colocação.
O mercado primário é como uma fonte de financiamento para o gasto das unidades deficitárias pois nele é que são canalizados recursos para essa classe de agentes.
Já mercados secundários são importantes para dar liquidez aos papeis existentes. A existência de mercados secundários organizados, ao dar liquidez a um ativo, reduz os riscos que seu possuidor enfrenta ao ver-se preso a um papel que não deseje reter. 
Assim mercados secundários líquidos e organizados contribuem indiretamente para o financiamento do investimento.
15.3.3 Mercados Públicos e Mercados Privados
Mercados públicos são aqueles que as condições de operação permitem a qualquer participante potencial usufruir, em princípio, das mesmas vantagens que qualquer outro participante. Os termos dos contratos são conhecidos e acessíveis a todos.
Esses mercados são competitivos e neles vale a “lei do preço único”
Mercados privados não são acessíveis a todos os participantes. As operações nesse mercado são chamadas de “Operações de balcão”, as transações são feitas a margem dos mercados públicos em condições que são acordadas de forma bilateral.
15.3.4 Intermediação e Desintermediação Financeiras
Relações financeiras intermediadas, são aquelas em que uma instituição financeira interpõe suas próprias obrigações no processo de canalização de recursos.
Instituição intermediadora sofre risco de crédito.
Relações desintermediadas são aquelas que o emprestador retem consigo diretamente obrigações do tomador, como, por exemplo, fundos de investimos, governos junto a fundos de pensão. Nesse caso a instituição financeira apenas promove o encontro entre emprestadores e tomadores, logo o risco de credito cai sobre o emprestador e não sobre a instituição financeira. O mercado de capitais refere-se a operações desintermediadas.
15.3.5 Mercados de Recurso e Mercados de Riscos
Tradicionalmente, mercados financeiros tem sido utilizados para transferir o comando sobre recursos entre indivíduos.
Um contrato financeiro é uma promessa de pagamento, é sempre possível que esse contrato deixe de ser cumprido criando assim riscos. Então surgiu os contratos derivativos. Estes contratos cujo valor se deriva de outros contratos, serve assim para proteger dos riscos.
O derivativo permite que um investidor retenha apenas os riscos que lhe interessam, vendendo os restantes para terceiros.
Ex: Mercados de derivativos de crédito, onde os riscos dessas operações são negociados entre instituições financeiras.
O mercados de riscos não transferem recursos por si, mas facilita as operações dos mercados de recursos, já que possibilita a transferência de riscos.
15.4 Tipos de Mercados e a Questão da Informação
As distinções apresentadas servem para caracterizar os mercados de acordo com diferente critérios e pontos de vista. As distinções são importantes porque a dinâmica de cada mercada depende das características que o definem.
Os custos de financiamento e a segurança do sistema financeiro dependem de como os mercados são estruturados e operam.
As diferenças apresentadas nada mais são do que diferentes formas de se afirmar a importância da informação na operação dos mercados financeiros. A natureza e a disponibilidade da informação é fundamental também para distinguir mercados primários e secundários. 
A questão da informação é decisivapara a oposição entre relações financeiras intermediadas e desintermediadas.
Em resumo, operações em que as informações necessárias para a contratação de recurso não são publicas (ex: mercado privado), relações intermediadas tendem a ser mais eficientes. Já as operações desintermediadas são mais adequadas as operações em que as informações estão disponíveis de forma mais aberta a todos os interessados.
15.5. Sistemas Financeiros
O sistema financeiro satisfaz três grandes demandas: Gerar e distribuir poder de compra, organizar e operar os sistemas de pagamento da economia e criar ativos no volume e no perfil necessário para atender as demandas dos poupadores.
Esse sistema é definido pela sua estrutura que é responsável pela interação entre os mercados e as instituições financeiras. Conforme a historia econômica condicionantes políticos e culturais certas praticas são mais aceitas que outras.
Sistema financeiro moderno não é apenas criaturas históricas, inicialmente deliberadas de engenharia institucionais. Nos países mais avançados foram moldados no século XX, assim são ainda recentes.
15.6. O Sistema Financeiro Internacional
Nas ultimas décadas desenvolveu-se de forma espontânea um sistema fora da jurisdição de reguladores nacionais este é o sistema financeiro.
O contraste mais visível entre o sistemas financeiros nacionais e o internacional é a ausência neste ultimo de instituições reguladoras dotadas de poderes abrangentes de regulação e uniformização estrutural. Apesar da existência de instituições influentes como BIS, e o FMI, as restrições regulatórias na esfera internacional decorre da aceitação voluntaria de regras e dos poucos limites e normas que são decididos por consensos entre as nações. 
A relação entre o sistema financeiro internacional e os sistemas nacionais dependem diretamente do grau de abertura destes últimos, seja a operação em território nacional de instituições financeiras estrangeiras e da existência ou não de controles de capital.
Na atividade de intermediação o principal agente financeiro é o banco comercial, captador de depósitos que são emprestados aos tomadores. A principal característica é a aceitação, pelo banco, do risco de credito inerente ao empréstimo.
Nas operações de securitização, o intermediário é o banco de investimento, que organiza o processo de colocação no mercado de papeis emitidos pelos tomadores. Neste caso sujeita-se aos riscos de mercado e liquidez transferindo o risco de credito ao aplicador final.
Sistema Financeiro Brasileiro 
O sistema atual foi estruturado nos anos 60 e gradualmente transformado, em função do contexto que atuou desde então, marcado especialmente pelo regime de alta inflação.
A alta inflação presente no cenário brasileiro foi uma das principais causas que o sistema financeiro sofresse mudanças entre os vários períodos de anos ate 1994 com a adesão do plano real.
Mesmo com a estabilidade de preços do plano real, ao mesmo aumento a vulnerabilidade externa da economia brasileira. Assim o BACEN, viu- se obrigado a apelar para drásticas elevações de juros, o que aumenta muito o risco de aplicações junto ao setor privado.
Por outro lado o controle do processo inflacionário, reduziu uma parte importante da renda absorvida pelo setor bancário brasileiro, estreitando os mercados e aumentando a pressão competitiva sobre as instituições bancarias.
O processo de ajuste do setor bancário brasileiro ainda prossegue, já que se trata de adaptar-se a várias novas situações.

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