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ANESTÉSICOS LOCAIS Prof. Dr. Antonio de Melo Cabral 1 INTRODUÇÃO O anestésico local é um agente que, administrado em uma área localizada, produz um estado de anestesia local por bloquear reversivelmente a condução nervosa, impedindo a propagação do potencial de ação. Produz anestesia sem perda da consciência. (MATHIAS, 2002; YAGIELA, 1991; RITCHE; GREENE, 1993). 2 HISTÓRICO Horace Wells (1844) – Óxido Nitroso; William Morton (1846) - Éter Sulfúrico; Niemann (1860) – Cocaína; Freud (1884) - Ações fisiológicas da Cocaína; Koller (1884) – Cocaína – Anestésico Oftálmico; Hall (1884) – Introdução da Anestesia Local em Odontologia; Halsted (1885) – Fundamentsção para Bloqueio Nervoso em Cirurgia; Corning (1885) – Anestesia Espinhal em Cães; Ritsert (1890) – Benzocaína; Einhorn (1905) – Procaína; Löfgren (1943) – Lidocaína – Protótipo dos Anestésicos Locais; Ekëstram (1956) – Mepivacaína (1957) – Bupivacaína/Ropivacaína. (RITCHIE; GREENE, 1993; MILLER; KATZUNG, 1998; MATHIAS, 2002). 2 HISTÓRICO 3 PROPRIEDADES IDEAIS DE UM ANESTÉSICO LOCAL Não deve ser irritante ; Não determinar alteração permanente da estrutura nervosa; Pequena toxicidade sistêmica; Deve ser eficaz; Apresentar tempo de latência menor possível; Duração longa o suficiente para realização do procedimento. 4 FARMACOLOGIA BÁSICA DOS ANESTÉSICOS LOCAIS http://www.caa.ubc.ca/lab/3/la_96_b.gif CONFIGURAÇÃO QUÍMICA DOS ANESTÉSICOS LOCAIS (McLURE; RUBIN, 2005) São bases fracas com pka que varia: de 7,0 a 9,0 (MATHIAS, 2002) de 7,5 a 9,5 (YAGELA, 1991) de 8,0 a 9,0 (MILLER; KATZUNG, 1998); Um anestésico local injetável é preparado na forma de sal pela adição de ácido clorídrico; O sal, hidrossolúvel e estável, é dissolvido em água ou solução salina estéril. QUÍMICA EQUAÇÃO DE HENDERSON-HASSELBALCH Log Base = pH – pKa Ácido QUÍMICA RNH+ RN + H+ Membrana axonal pKa: 7,9 pH 7,4 EXTRACELULAR pH 7,4 INTRACELULAR RNH+ RN (250) (750) RN (250) RN RNH+ (70) (180) FATORES QUE INFLUENCIAM A AÇÃO DOS ANESTÉSICOS pKa do anestésico Velocidade de início da ação; Lipossolubilidade Potência; Ligação Protéica Tempo de ação Difusibilidade no Início de ação; tecido não nervoso Atividade vaso- Potência e duração dilatadora FARMACODINÂMICA MECANISMO DE AÇÃO http://www.cardioweb.co.uk/ecg/ecgimages/page08/page08small.gif Bloqueio do canal de Sódio regulado por voltagem; Bloqueio da condução: Inexistência de potenciais de ação propagados. http://www.septodont.ca/media/article/cea_dh01/DH_1.gif actionp[1].exe channel2[1].exe http://www.nurse-prescriber.co.uk/education/visual_lib/pp93.jpg http://www.septodont.ca/media/article/cea_dh01/DH_2.gif http://www.septodont.ca/media/article/cea_dh01/DH_4.gif FARMACOCINÉTICA VIA TÓPICA A velocidade de absorção depende do tipo de tecido. INJEÇÃO A velocidade de absorção dos anestésicos locais (subcutânea) tem relação com a vascularização no local da injeção e com a vasoatividade da droga. ABSORÇÃO “ A absorção sistêmica de um anestésico local injetado à partir de seu local de administração é modificada por diversos fatores, incluindo dose, local de injeção, ligação da droga aos tecidos, presença de substâncias vasoconstritoras e propriedades físico-químicas da droga” (MILLER; KATZUNG, 1998). ABSORÇÃO DISTRIBUIÇÃO Distribuição pelo organismo; Fase de distribuição inicial cérebro, fígado, rim, coração, pulmão, baço; Fase de distribuição mais lenta músculos e intestino; Atravessam rapidamente a barreira hemato- encefálica; Cruzam com rapidez a placenta e entram no sistema circulatório do feto em desenvolvimento. A velocidade na qual o anestésico local é removido do sangue é descrita como meia-vida de eliminação da droga. DISTRIBUIÇÃO METABOLISMO ANESTÉSICO LOCAL TIPO ÉSTER Hidrolisados no plasma pseudocolinesterase; Ácido para-aminobenzóico (PABA) Reações alérgicas. ANESTÉSICO LOCAL TIPO AMIDA Principal local de biotransformação Fígado; METABÓLITOS FARMACOLOGICAMENTE ATIVOS METEMOGLOBINEMIA Distúrbio hematológico no qual a hemoglobina é oxidada a metemoglobina Incapacidade de liberação de oxigênio. PRILOCAÍNA ARTICAÍNA ORTOTOLUIDINA Fe ++ Estado reduzido Ferroso Fe +++ Estado oxidado Férrico EXCREÇÃO Principal órgão excretor Rins; Ésteres Aparecem na urina como composto original em concentrações muito pequenas; Amidas Aparecem na urina na forma do composto original em um percentual maior do que os ésteres; Insuficiência renal significativa Maior potencial de toxicidade. http://molinterv.aspetjournals.org/content/vol4/issue5/imag es/medium/Wong_titleart.gif 5 AÇÕES SISTÊMICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Nível sangüíneo Ações sistêmicas dos anestésicos locais SISTEMA NERVOSO CENTRAL http://heartlab.robarts.ca/dissection/1.jpg SISTEMA CARDIOVASCULAR Ação farmacológica: Fase inicial: excitatória Crise convulsiva tônico-clônica generalizada. Fase tardia: Redução generalizada da atividade elétrica, podendo chegar a depressão respiratória; SISTEMA NERVOSO CENTRAL http://www.montana.edu/wwwai/imsd/rezmeth/anatomy.htm IMPULSO INIBIDOR IMPULSO FACILITADOR INIBIÇÃO DOS INTERNEURÔNIOS INIBITÓRIOS (KANDEL, 2000) http://www.uwm.edu/~rswain/class/SUM03/sum10.html SINAIS E SINTOMAS CLÍNICOS INICIAIS DE TOXICIDADE DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL Fala arrastada; Abalos musculares; Tremor dos músculos da face e extremidades distais. Dormência da língua e da região peri-oral; Sensação de pele quente e intumescida; Estado de sonho agradável; Entorpecimento; Vertigem; Distúrbios visuais; Distúrbios auditivos; Zumbido; Sonolência; Desorientação. http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/images/ency/fullsize/19076.jpg CRISE CONVULSIVA TÔNICO-CLÔNICA GENERALIZADA A duração da atividade convulsiva tem relação direta com o nível de anestésico local no sangue e o nível da pCO2 no sangue arterial (ENGLESSON, 1974); A dose de anestésico local necessária para provocar crises convulsivas diminui acentuadamente na presença de hipercarbia e/ou acidose; Depressão generalizada do Sistema Nervoso Central. http://www.medisave.co.uk/images/2-part-heart.jpg SISTEMA CARDIOVASCULAR Ação direta no miocárdio e vasos sangüíneos periféricos; Depressão do miocárdio: Diminuição da excitabilidade elétrica do miocárdio; Redução da velocidade de condução;Diminuição da força de contração; Vasodilatação periférica; VASOCONSTRITORES ASSOCIAÇÃO COM ANESTÉSICOS LOCAIS VANTAGENS DO USO DE VASOCONSTRITORES: Reduzem o fluxo sangüíneo para o local da injeção (diminuição do sangramento); Retardam a absorção do anestésico local para o sistema cardiovascular; Níveis menores de anestésico local no sangue Diminuição do risco de toxicidade; Aumentam a duração de ação do anestésico local. DROGAS SIMPATOMIMÉTICAS OU ADRENÉRGICAS CATECOLAMINAS Adrenalina Noradrenalina Levonordefrina AMINA NÃO-CATECÓLICA Fenilefrina EFEITOS SISTÊMICOS DOS SIMPATOMIMÉTICOS SISTEMA CARDIOVASCULAR -Coração -Vasos METABOLISMO -Glicose FELIPRESSINA É um análogo sintético da vasopressina; É um polipeptídio não simpatomimético classificado como vasoconstritor; com pouco efeito sistêmico sobre o sistema cardiovascular. Possui ações antidiuréticas e ocitóxicas ( contra-indicando seu uso em pacientes grávidas). CONTRA-INDICAÇÕES DO USO DE ADRENALINA Pacientes portadores de doença cardiovascular grave; Pacientes com disfunção da tireóide, diabete, sensibilidade ao sulfito; Pacientes em uso de inibidores da MAO, imipramínicos; Pacientes em uso de -bloqueadores (PROPRANOLOL).
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