Buscar

Direito ambiental e a Lei de Biossegurança

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito ambiental e a Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05)
Resumo: O objetivo deste artigo é analisar no Brasil e no cenário internacional, o direito ambiental e a Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05) no século XXI. Para tal fim, será esboçado um panorama sobre a origem desta lei. Logo em seguida, apresenta-se uma análise das características da Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05) ligada aos transgênicos e observa o papel da CTNBio. Além disto será analisado o futuro sobre o comércio de transgênicos.
Palavras-chave: Direito, Legislação, OGMs, CTNBio.
Key Words: Law, Legislation, OGMs, CTNBio.
Sumário: 1. Introdução; 2. Meio ambiente; 2.1 conceito; 2.2 Origem da Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05); 2.3 Características da Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05); 2.4 O futuro sobre o comércio de transgênicos e o papel da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança; 3. Considerações finais; 4. Referências.
1. Introdução
O mundo está em constante evolução e isso obriga o direito a evoluir, adaptando-se para resolver novos problemas como, por exemplo, o comércio de soja transgênica. A tecnologia das sementes transgênicas é dominada por alguns países como os Estados Unidos da América (EUA), Canadá, China e Argentina, os quais querem impor as regras para seu comércio internacional. Por isso, cabe ao direito acompanhar esta transformação científica sobre os transgênicos, estabelecendo normas e vigiando-as, para que sejam cumpridas no âmbito nacional e internacional.
Os transgênicos ou organismos geneticamente modificados (OGMs) são frutos da engenharia genética criada pela biotecnologia moderna. Há séculos o ser humano modifica plantas e animais por meio de cruzamentos. Com o desenvolvimento de tecnologias de engenharia genética, tornaram possíveis alterações com precisão muito maior e mais rapidamente. Além disso, no Brasil e outros países a discussão a respeito dos riscos e benefícios dos alimentos transgênicos provocam a manifestação de diversos atores nacionais e internacionais, como vem acontecendo em todo o mundo.
Atualmente, amparados por dados técnicos e científicos, bem como pela análise de casos concretos, podemos afirmar que as condições físicas do meio ambiente têm se agravado de forma alarmante em função da ação do homem.
O objetivo deste artigo é analisar no Brasil e no cenário internacional, o direito ambiental e a Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05) no século XXI. Para tal fim, será esboçado um panorama sobre a origem desta lei. Logo em seguida, apresenta-se uma análise das características da Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05) ligada aos transgênicos e observa o papel da CTNBio.
2. Meio Ambiente
2.1 Conceito
O meio ambiente seja ele natural ou artificial, é um bem jurídico trans-individual, ou seja, que pertence a todos os cidadãos indistintamente, podendo, desse modo, ser usufruído pela sociedade em geral. Entretanto, toda a coletividade tem o dever jurídico de protegê-lo, o qual pode ser exercido pelo Ministério publico, pelas associações, pelo próprio Estado e até mesmo por um cidadão[1].
O conceito de meio ambiente foi primeiramente trazido pela Lei 6.938/81, no seu artigo 3º, I, conhecida como Lei de Política Nacional do Meio Ambiente. Tal definição posteriormente foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988, que, de acordo com o seu artigo 225, tutelou tanto o meio ambiente natural, como o artificial, o cultural e o do trabalho, como pode ser constatado:
“Art. 225 - Todos tem direito ao meio-ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”[2].
O meio ambiente[3], em decorrência da relevância que apresenta à saúde e à preservação da vida, no planeta, mereceu do legislador constituinte de 1988 especial cuidado. A Constituição Federal de 1988 confere a todo cidadão, sem exceção, direito subjetivo público ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, oponível ao Estado que responderá por danos causados ao ambiente, só, ou solidariamente, caso o dano seja decorrência de entidade privada, por ele não policiado.
Vale ressaltar que a palavra natureza é originada do latim Natura, de nato, nascido. Dos principais significados apontados em diversas fontes, os mais relevantes que definem a natureza como: a) conjunto de todos os seres que formam o universo; e b) essência e condição própria de um ser. Portanto, não é difícil dizer-se que a natureza é uma totalidade. Além disso, nesta totalidade é evidente que o homem está incluindo[4].
É importante lembrar que a devastação ambiental não é exclusiva dos dias modernos, desde os mais remotos tempos é tema de preocupação de todos os povos, em maior ou menor escala. A devastação ambiental acompanha o homem desde os primórdios de sua história[5].
2.2 Origem da Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05)
O Brasil continua se adaptando ao cenário internacional no que se trata de transgênicos. Em 24 de março de 2005, o Brasil transformou o Projeto de Lei nº 2.401 de 2003. Assim, passa a vigorar a nova Lei de Biossegurança, sob o número 11.105/05, trazendo algumas alterações na regulamentação acerca dos transgênicos, bem como ratifica a criação da CTNBio e suas competências, que são ainda completadas, além de criar o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) e o Sistema de Informação de Biossegurança (SIB)[6]. Além disso, ocorreu a revogação expressa da Lei n.º 8.974/95, da Medida Provisória n.o 2.191-9/01 e dos artigos 5°,6°,7°,8°, 9°, 10 e 16 da Lei n.o 10.814/03[7].
O Brasil pretende, com essa nova Lei de Biossegurança, reordenar as normas de biossegurança e os mecanismos de fiscalização sobre as condutas que envolvam os organismos geneticamente modificados, sendo elas a condução, cultivo, produção, manipulação, transporte, transferência, importação, exportação, armazenamento, pesquisa, comercialização, consumo, liberação no meio ambiente e descarte, conforme preconiza o art. 1°, de forma a proteger a vida e a saúde humana, dos animais e das plantas, bem como o meio ambiente[8].
No presente trabalho a biotecnologia pode ser denominada como todo o estudo cientifico que utiliza nas pesquisas algum tipo de organismo vivo existente no meio ambiente, com objetivo de dar certas características às plantas transgênicas e, assim, trazer benefícios em diversas áreas, desde agricultura até medicina[9].
Vale comentar que as plantas transgênicas são aquelas que apresentam em seu genoma uma ou mais seqüências de DNA, geralmente originárias de outras espécies, seqüências foram introduzidas por meio de técnicas de engenharia genética[10]. Os genes de tais plantas podem ser inseridos de três maneiras diferentes: a primeira, de planta para planta; a segunda, de animal ou de bactéria para a planta; e a última, de vírus para planta[11].
A aplicação da Lei de Biossegurança é realizada no mesmo sentido da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei. nº 6.938/81), em que é objetivado o compatível desenvolvimento sócio-econômico com a preservação e a restauração do meio ambiente e do equilíbrio ecológico, o desenvolvimento de pesquisas voltadas para o uso racional dos recursos ambientais, a conscientização pública acerca da necessidade de preservação e a imposição de sanções ao poluidor e ao predador, inclusive e com fins econômicos[12].
 A vedação às pessoas físicas das práticas relacionadas aos transgênicos é mantida. Assim, os profissionais da biogenética são obrigados a trabalhar apenas em estabelecimentos devidamente autorizados pela CTNBio, resumidos às pessoas jurídicas de direito público ou privado (art. 2°, caput e parágrafo 2°), o que novamente fere os preceitos constitucionais da liberdade de exercício de qualquer trabalho, oficio ou profissão e o livre exercício de atividade econômica[13]. Além disso, quanto à rotulagem, a Lei inova ao fazer referência à sua obrigação no produto que contenha transgênico (art. 40). Contudo, as especificaçõescontinuam dependentes da regulamentação, prevalecendo o disposto no Decreto sobre a rotulagem dos transgênicos[14].
 Importante ressaltar a constatação da correção da posição brasileira como país que fez seu dever de casa, seguindo o Princípio da Precaução e introduzindo em sua legislação uma Lei de Biossegurança[15]. Isto porque grande parte dos problemas com transgênicos é controlada no processo de sua criação, o que antecipa racionalmente o custo de contornar problemas criados depois do lançamento desses cultivares[16].
Percebe-se que é necessário analisar o direito ambiental e a Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05) no século XXI, já que é necessário primeiro observar a origem para depois outros fatores da lei que trata sobre tudo o que se refere aos transgênicos em 2007. Por isso, serão observadas no próximo item as características de tal lei.
2.3 Características da Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05)
A biossegurança, mais precisamente a Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05) do Brasil, visa principalmente ao estabelecimento dos mecanismos de proteção para o uso da biotecnologia moderna, tanto no que tange diversos experimentos em laboratórios quanto os testes de campo que possam implicar risco biológico, e assim provocar impactos ambientais favoráveis ou indesejáveis ou conseqüências para a saúde humana[17]. 
Vale comentar que é fundamental que exista um controle rigoroso da qualidade e da segurança dos produtos transgênicos para que a população, ou seja, o consumidor possa consumi-los sem risco. Além disso, esta regra deve estar presente para a utilização de qualquer tecnologia. Por isso, é fundamental a segurança de qualquer produto, tanto convencional quanto transgênico, que seja colocado à disposição dos consumidores[18].
Com a utilização da Lei de Biossegurança são necessários diversos procedimentos técnicos de biossegurança, e assim a avaliação dos produtos transgênicos deve envolver as seguintes variáveis:
“a) quantidade provável do alimento a serem consumidas pela população, incluindo o consumo médio e o extremo; b) descrição do alimento e do seu processo produtivo; c) histórico e qualquer possível efeito adverso à saúde humana relacionada ao organismo que está sendo modificado geneticamente; d) descrição do processo de modificação genética; e) avaliação de possíveis efeitos adversos como os nutricionais, toxicológicas ou microbiológicos do alimento modificado; f) avaliação de dados obtidos com pessoas alimentadas com alimento transgênicos em condições controladas”[19]. 
Contudo, existem diversos pesquisadores que consideram tais regras e leis insuficientes, inadequadas e sem clareza. Neste contexto, a Lei de Biossegurança estabelece parâmetros legais focados à pesquisa genética e traz a regulação necessária às pesquisas dentro no Brasil[20]. Esta lei é considerada uma das mais completas e avançadas no cenário internacional no que diz respeito aos transgênicos, sobre regulação, controle e fiscalização da atividade científica e tecnológica no campo da engenharia genética[21].
Ainda é de comentar que tal lei busca com seu espírito responsável fundamentado no princípio no princípio da precaução e princípio da bioética, e assim assegurar “o avanço científico nesta área e ao mesmo tempo preservar a saúde humana, animal, agricultura e o meio ambiente”[22]. 
As práticas aos procedimentos e normas estabelecimentos pela Lei de Biossegurança constituem infrações conforme preconizado no art. 11, sujeitando o infrator a sanções pecuniárias e sanções penais. O art. 11 da Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05), diz que:
“Art. 11. Constitui infração, para os efeitos desta Lei, toda ação ou omissão que importe na inobservância de preceitos nela estabelecidos, com exceção dos § 1o e 2º e dos incs. De II a VI do art. 8º, ou na desobediência às determinações de caráter normativo dos órgãos ou das autoridades administrativas competentes”[23].
É muito importante ressaltar que a Lei de Biossegurança, juntamente com o Decreto 1.752/95, foi uma adaptação da legislação européia às necessidades do Brasil, mais de acordo com o cenário político e da Ciência e Tecnologia. Por fim, a partir de 2005, e assim tem como objetivo regular toda e qualquer atividade relacionada aos transgênicos, incluindo pesquisa em contenção, experimentação em campo, transporte, importação, produção, armazenamento e comercialização[24]. Tal lei é moderna e restritiva, prevendo penas de até vinte anos de detenção para quem desrespeitá-las, e assim estabelece a responde por ele independentemente de ter ou não, agido com culpa[25]. 
Percebe-se que é necessário analisar o direito ambiental e a Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05) no século XXI, já que é foi necessário primeiro observar a origem, e depois as características para depois observar outros fatores da lei que trata sobre tudo o que se refere aos transgênicos em 2007. Por isso, será observada no próximo item do último capítulo, o futuro sobre o comércio de transgênicos e o papel da CTNBio que estabelece normas para as pesquisas com transgênicos no âmbito nacional.
2.4 O futuro sobre o comércio de transgênicos e o papel da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
O futuro sobre o comércio de transgênicos no Brasil tem relação com o sucesso da Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05[26]), já que com esta lei está ocorrendo o fortalecimento da estrutura administrativa responsável pela implementação desta legislação que deve incluir todos os órgãos governamentais envolvidos, de acordo com a lei e seu decreto regulamentar[27].
Além disso, a legislação delega diversas responsabilidades a diferentes departamentos do Governo Federal, tanto no Ministério da Ciência e Tecnologia, quanto nos Ministérios da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente. Entretanto, no Brasil existem diversos setores do Governo envolvidos, e assim estes devem todos estar interligados e também dividir as responsabilidades implementadas pela lei[28].
Até 2007 o desenvolvimento de pesquisas que envolvem a engenharia genética é utilizado a análise dos riscos, estes que devem ser feitas passo a passo. Assim que deve ser o correto, como na CE e outros Estados, estes que sempre estão se atualizando sobre a biotecnologia moderna, principalmente nas questões de segurança alimentar dos produtos transgênicos[29].
A legislação brasileira foi elaborada de uma forma que libere as questões dos riscos, sendo analisados desde a proposição do projeto, abrindo a possibilidade de escolha de rotas alternativas ou de medidas de contenção que visem manejar os riscos da pesquisa desde a fase laboratorial, passando por diversos experimentos de campo em condições controladas, até a liberação no meio ambiente em larga escala[30]. 
Em âmbito nacional, a matéria é de competência federal, podendo os estados tomar medidas de controle das normas federais. A principal instituição competente é a CTNBio[31], que pode elaborar normas e dar pareceres de caráter conclusivo sobre a liberação de transgênico[32]. Além disso, a última palavra pertence aos Ministérios, conforme está estabelecido nos produtos de sua competência[33]. 
A CTNBio também compete estabelecer diversas normas, tais como:
“as pesquisas com transgênicos e seus derivados; estabelecer normas relativamente às atividades e aos projetos relacionados e aos transgênicos e seus derivados; estabelecer, no âmbito de suas competências, critérios de avaliação e monitoramento de risco de transgênico e seus derivados; proceder à análise da avaliação de risco, caso a caso, relativamente a atividades os mecanismos funcionamento das Comissões Internas de Biossegurança (CIBio), no âmbito de cada instituição que se dedique ao ensino, à pesquisa cientifica que envolvam transgênico ou seus derivados; estabelecer requisitos relativos à biossegurança para autorização de funcionamento de laboratórios, instituição ou empresa que desenvolverá atividades relativas a transgênico e seus derivados; relacionar-se com instituições voltadas para a biossegurança detransgênicos e seus derivados, em âmbito nacional e internacional; etc.”[34]. 
Vale comentar que é responsabilidade dos órgãos e entidades de registro e fiscalização do Ministério da Saúde, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Ministério do Meio Ambiente e da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República entre outras atribuições, como no campo de suas competências, e assim são analisadas a decisão técnica da CTNBio[35].
O Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento publicou uma Portaria 782, no dia 7 de outubro de 2003, criando uma Comissão de Biossegurança relativa aos transgênicos com o objetivo de acompanhar as atividades e os projetos relacionados aos transgênicos no campo de suas competências, tais como:
“a) propor procedimentos de monitoramento e fiscalização de atividades envolvendo transgênicos ou derivados b) propor procedimentos de registro de insumos agrícolas ou produtos que contenham transgênicos e seus derivados; c) propor procedimentos específicos para a produção de sementes de espécies transgênicos; d) propor exigências e procedimentos de importação e exportação de transgênico ou seus derivados, bem como dos produtos que os contenham; e) propor procedimentos e critérios para a emissão de autorização de funcionamento de instituições que realizam atividades de pesquisa com transgênico ou derivados, e de autorização de experimentos a campo; f) propor à CTNBio, critérios de avaliação e monitoramento de risco de transgênico; g) solicitar esclarecimentos à CTNBio sobre os pareceres técnicas prévios conclusivos de biossegurança de transgênico por ela encaminhados”[36]. 
Por fim, a competência para tratamento dos transgênicos se distribui, de forma diferenciada, entre todos os entes da Federação: União, Estados e Municípios. Além das entidades públicas, existe também uma competência atribuída pelas normas nacionais aos operadores privados que trabalham com transgênicos[37].
A competência também é atribuída a determinados Ministérios, em função dos destinos dos transgênicos. A Lei de Biossegurança é objetiva e clara, no que se refere à distribuição da competência final para registro e aprovação dos transgênicos[38].
Por exemplo, ao Ministério da Agricultura caberá a apreciação dos transgênicos destinados à agricultura, pecuniária ou agroindústria. Entretanto, o Ministério do Meio Ambiente deve aprovar qualquer liberação de transgênico na natureza sempre que houver impacto ambiental[39]. Portanto, um mesmo produto transgênico pode necessitar da aprovação de diversos ministérios, órgãos e secretarias antes de ser liberado, o que demonstra a importância política e técnica dada ao tema[40]. 
Além disso, são os Ministérios que têm a decisão final sobre a liberação de um transgênico no meio ambiente. As normas são
“claras em definir que a decisão final não vem dos técnicos nem da comissão técnica específica, mas sim que envolve, além de elementos técnicos definidos, elementos políticos. Assim, se a norma quisesse se ater elementos técnicos, ela teria atribuído a competência à CTNBio, mas não se o fez”[41]. 
As normas criadas pela CTNBio devem ser entendidas por todas as entidades que lidam com transgênicos pelos ministérios envolvidos e pelas autoridades nacionais. Por isso, que a sua natureza é “de instrução normativa que, como tal, está abaixo da Constituição Federal, das leis nacionais, dos decretos e de resoluções do CONAMA, como toda norma desta natureza”[42].
No Brasil, sobre as normas Estaduais e Municipais tem competência concorrente[43] para legislar sobre matéria ambiental, o que significa que a União pode propor normas gerais e os Estados, normas mais específicas[44]. Por fim, os Municípios não podem legislar regulando a pesquisa científica, pois não têm competência constitucional para tanto, mas podem traçar normas de defesa do consumidor que se relacionam com os transgênicos, na medida em que estes são discriminados no momento da venda ao consumidor[45]. 
Portanto, conforme-se pôde perceber neste estudo, o direito ambiental e o comércio de transgênicos, ocorreu uma análise da importância da Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05) no século XXI. A Lei de Biossegurança é objetiva e clara, no que se refere à distribuição da competência final para registro e aprovação dos transgênicos. Também é visível com a pesquisa deste trabalho que as normas criadas pela CTNBio devem ser entendidas por todas as entidades que lidam com transgênicos, pelos ministérios envolvidos e pelas autoridades nacionais[46].
Sendo assim, percebeu-se que a legislação brasileira sobre os transgênicos foi elaborada de uma forma que libere as questões dos riscos sejam analisados desde a proposição do projeto, abrindo a possibilidade de escolha de rotas alternativas ou de medidas de contenção que visem controlar os riscos da pesquisa, desde a fase laboratorial, e passando por diversos experimentos de campo em condições controladas até a liberação no meio ambiente em larga escala.
3. Considerações finais
O direito ambiental ainda é uma disciplina desconhecida por muitos. Trata-se de um ramo a ciência jurídica que tem uma dinâmica e princípios próprios, e que se enquadra dentro do direito público. O presente artigo buscou somar-se no processo de difusão de informações na área ambiental sobre a Lei de Biossegurança no século XXI.
Neste trabalho conclui-se que a biotecnologia pode ser denominada como todo o estudo cientifico que utiliza nas pesquisas algum tipo de organismo vivo existente no meio ambiente, com objetivo de dar certas características às plantas transgênicas e, assim, trazer benefícios em diversas áreas, desde agricultura até medicina.
As plantas transgênicas são aquelas que apresentam em seu genoma uma ou mais seqüências de DNA, geralmente originárias de outras espécies, seqüências foram introduzidas por meio de técnicas de engenharia genética. Os genes de tais plantas podem ser inseridos de três maneiras diferentes: a primeira, de planta para planta; a segunda, de animal ou de bactéria para a planta; e a última, de vírus para planta.
A biossegurança, mais precisamente a Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05) do Brasil, visa principalmente ao estabelecimento dos mecanismos de proteção para o uso da biotecnologia moderna, tanto no que tange diversos experimentos em laboratórios quanto os testes de campo que possam implicar risco biológico, e assim provocar impactos ambientais favoráveis ou indesejáveis ou conseqüências para a saúde humana. 
O futuro sobre o comércio de transgênicos no Brasil tem relação com o sucesso da Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05), já que com esta lei está ocorrendo o fortalecimento da estrutura administrativa responsável pela implementação desta legislação que deve incluir todos os órgãos governamentais envolvidos, de acordo com a lei e seu decreto regulamentar.
O Protocolo de Cartagena reflete o equilíbrio entre a necessária proteção da biodiversidade e a defesa do fluxo comercial dos transgênicos. Será um instrumento essencial para a regulação do comércio internacional de produtos transgênicos em bases seguras. Internamente, a adesão do Brasil ao Protocolo reveste-se de grande importância em razão da sua condição privilegiada com diversos tipos de solo e clima, e também de exportador de alimentos. É a primeira vez que a comunidade internacional aprova um Acordo que impõe regras ao comércio de produtos transgênicos.
Na atualidade, o principal predador do meio ambiente é o homem. Durante séculos o meio ambiente foi alvo de exploração sem qualquer critério de proteção, o que acarretou o caos em que se encontra a natureza. Além disso, a preocupação com a proteção do meio ambiente está globalizada, tendo sido criadas normas em Organizações Internacionais e Organizações Não-Governamentais, com iniciativas pública e privada.
Está evidente que a Constituição Federal de 1988 atribui a competência legislativa sobre os assuntos ligados ao meio ambiente à União, aos Estados,ao Distrito Federal e aos Municípios. Trata-se de competência legislativa concorrente. Além disso, o Brasil foi o primeiro Estado que elaborou um capítulo inteiro à tutela do meio ambiente. Este fato pode ser confirmado em razão do disposto no art. 225 da Constituição Federal de 1988, que consagrou a existência de um bem que não é público e também não é particular, mais sim de comum do povo.
Também se identificou que na legislação ambiental brasileira na atualidade está entre as mais completas do mundo. Por fim, a Constituição Federal de 1988 fortaleceu princípios já contidos na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981), e assim inovou profundamente o ordenamento jurídico nacional na matéria ambiental, possibilitando efetivamente a tutela ambiental.
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=5086

Outros materiais