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MATERIAL DIDÁTICO DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO PSICOMOTORA U N I V E R S I DA D E CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 2 SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO .......................................................................... 03 UNIDADE 2 – EDUCAÇÃO, REEDUCAÇÃO E TERAPIA PSICOMOTORA .............................................................................................. 04 UNIDADE 3 – PERTURBAÇÕES, DISTÚRBIOS E ALTERAÇÕES PSICOMOTORAS ............................................................................................ 08 UNIDADE 4 – AS NECESSIDADES ESPECIAIS ........................................... 20 UNIDADE 5 – OBSERVAÇÃO, MEDIÇÃO, DIAGNÓSTICO, AVALIAÇÃO E AÇÕES MOTRIZES ...................................................................................... 39 UNIDADE 6 – BATERIA PSICOMOTORA DE VÍTOR DA FONSECA ............ 58 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 68 Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 3 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO Para diagnosticar, avaliar e tratar problemas relacionados à psicomotricidade, o primeiro passo é justamente entender as diferenças entre educação, reeducação e terapia psicomotora, bem como ter bem definidas as perturbações, as alterações e os distúrbios psicomotores, portanto, estes assuntos abrem o módulo. Na sequência, lembraremos sem muito aprofundamento, as necessidades especiais, uma vez que o psicomotricista também irá trabalhar com os portadores de necessidades especiais ao longo de sua trajetória profissional. A teoria e as ações motrizes também fazem parte desse arcabouço, principalmente se pensarmos que os hábitos, as habilidades e as destrezas fundamentam a prática psicomotora. Observação e diagnóstico são apresentados e analisados na sequência e, por fim, como não poderia faltar, detalhamos a bateria psicomotora de Vítor da Fonseca, imprescindível para o trabalho do psicomotricista. Esperamos que apreciem o material e busquem nas referências anotadas ao final da apostila subsídios para sanar possíveis lacunas que venham surgir ao longo dos estudos. Ressaltamos que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 4 UNIDADE 2 – EDUCAÇÃO, REEDUCAÇÃO E TERAPIA PSICOMOTORA A Educação psicomotora é uma técnica que, através de exercícios e jogos adequados a cada faixa etária, leva a criança ao desenvolvimento global do ser humano. Ela deve estimular, de tal forma, toda uma atitude relacionada ao corpo, respeitando as diferenças individuais, uma vez que o ser humano é único, diferenciado e especial, e levando a autonomia do indivíduo como lugar de percepção, expressão e criação em todo seu potencial. Dentro da educação psicomotora deve-se alcançar três metas básicas, ou seja, seus objetivos: 1. A aquisição do domínio corporal: definindo a lateralidade, a orientação espacial, desenvolvendo a coordenação motora, o equilíbrio e a flexibilidade. 2. Controle da inibição voluntária: melhorando o nível de abstração, concentração e desenvolvendo as gnosias. 3. Desenvolvimento socioafetivo: reforçando as atitudes de lealdade, companheirismo e solidariedade. Para se realizar uma atividade de educação psicomotora, é necessário que haja um local apropriado, onde existam vários materiais para serem utilizados (cordas, bolsa, colchão para saltos, jogos de montar, etc.), sendo que as atividades devem ser desenvolvidas em três momentos distintos: 1. Iniciação (entrada) – tem como objetivo reunir a(s) criança(s) para que se descreva o que vai ocorrer durante a sessão. Este momento é importante porque permite que criança se identifique verbalmente e respeite o momento de início da atividade. 2. Desenvolvimento do jogo – nesse momento a criança pode atuar livremente nos brinquedos (jogando, expressando-se, pulando, etc.). Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 5 3. Término ou saída – O grupo se reúne novamente para dizer o que fez, ou seja, fazer um resumo das atividades. A entrada ou início e o término podem acontecer de várias outras maneiras, por exemplo: contar histórias, rodas cantadas, jogos e etc. Desta forma, a criança será estimulada e ficará “acordada” para a atividade proposta. Para a criança interagir neste processo, é necessário que o professor saia de sua postura e assuma uma postura de observador, para que a partir daí possa interferir no processo de desenvolvimento (MACHADO, 2007). O trabalho da educação psicomotora com as crianças deve prever a formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando oportunidade para que por meio de jogos, de atividades lúdicas, se conscientizem sobre seu corpo. Através da recreação, a criança desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. Para que a criança desenvolva o controle mental de sua expressão motora, a recreação deve realizar atividades considerando seus níveis de maturação biológica. A recreação dirigida proporciona a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio socioafetivo. Segundo Barreto (2000), o desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcionalidade, da lateralidade e do ritmo. A educação da criança deve evidenciar a relação através do movimento de seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus interesses. A educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sociomotoras, pois assim, a criança explora o ambiente, passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que acerca. Bons exemplos de atividades físicas são aquelas de caráter recreativo, que favorecem a consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 6 melhoria da aptidão física, a socialização, a criatividade; tudo isso, visando à formação da sua personalidade. Estudos de Silva (2004) apontam que a reeducação é urgente, sobretudo, para os problemas afetivos, é a criança com seu sofrimento em jogo, escondido em seu sistema psicomotor, quem inaugura e dá lugar a este espaço de reeducação. É ela quem impulsiona perguntas que geram novos labirintos, conduzindo-nos continuamente a reformulações teóricas-reeducadoras, e é através desta reformulação que o uso do lúdico se faz presente, ajudando a resgatar, em sua singularidade, o sujeito. A reeducação tem por elementos básicos para seu trabalho: I - Perturbações Motoras; II - Perturbações Intelectuais; III - Perturbações do Esquema Corporal; IV - Perturbações da Lateralidade; V - Perturbações da Estrutura Espacial; VI - Perturbações da Orientação Espacial; VII - Perturbações do Grafismo; VIII - Perturbações Afetivas (SILVA, 2004). A Terapia Psicomotora é uma prática de mediação corporal e abordagem relacional que foca nas potencialidades da pessoa e nunca nos fracassos. Auxilia o indivíduo a elaborar novas estratégias e soluções próprias para enfrentar os problemas, reforçando a confiança em si mesmo e favorecendo uma melhor atuação na vida cotidiana. Tem como objetivo prevenir e superar dificuldades relacionais, de desenvolvimento e de aprendizagem, assim como favorecer uma estruturação mais saudável da personalidade. A educação psicomotora concerne uma formação de base indispensável a toda criança que seja normal ou com problemas. Responde a uma dupla finalidade: Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 7 assegurar o desenvolvimento funcional tendo em conta possibilidades da criança e ajudar sua afetividade a expandir-se e a equilibrar-se através do intercâmbio com o ambiente humano. A terapia psicomotora refere-se particularmente a todos os casos-problemas nos quais a dimensão afetiva ou relacional parece dominante na instalação inicial do transtorno. Pode estar associada à educação psicomotora ou se continuar com ela. Nos casos graves, a última hipótese parece preferível na medida em que o primeiro tempo de ação terapêutica deverá se fazer fora de toda preocupação de desenvolvimento funcional metódico. Ao contrário, a reeducação psicomotora impõe-se nos casos onde o déficit instrumental predomina, ou corre o risco de acarretar secundariamente problemas de relacionamento (LE BOULCH, 2012). Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 8 UNIDADE 3 – PERTURBAÇÕES, DISTÚRBIOS E ALTERAÇÕES PSICOMOTORAS Para que o psicomotricista consiga trabalhar efetivamente e contribuir com o desenvolvimento psicomotor do seu paciente evidentemente que ele precisa conhecer as perturbações, os distúrbios e as alterações psicomotoras, portanto, vamos às definições de maneira simplificada. 3.1 Perturbações psicomotoras Uma perturbação psicomotora é o mesmo que “perturbações instrumentais”, e são assim chamadas por interferirem nas bases psicomotoras do sujeito, levando- o a desordens em todo o seu esquema corporal e sua imagem corporal. A criança que passa por perturbações psicomotoras, deve ser o mais cedo possível analisada para que o processo de reeducação comece rápido, pois quanto mais tempo passa, mais a criança se bloqueia em um tipo de reação, sente-se mais angustiada, e as punições ou as observações de seus familiares só agravam esta angústia. A reeducação a ajudará a adotar um outro comportamento e, pouco a pouco, os que a cercam a verão de forma mais positiva. Vimos que as perturbações psicomotoras ou instrumentais podem ser classificadas em oito categorias, explicadas com muita propriedade e clareza por Silva (2004): I - Perturbações Motoras: 1 - Atrasos do desenvolvimento motor; Sintoma: uma criança que não consegue subir uma escada ou andar para trás. Causa: debilidade intelectual por um atraso no nível motor; problema de ordem psicológica por ocasião de nascimento de um irmão, crianças superprotegidas, crianças que sofrem choques afetivos por partida, falecimento ou presença em acidente, que bloqueiam e inibem toda progressão. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 9 2 - Grandes Déficits Motores; Sintoma: hemiplegia ou paralisia de um dos lados do corpo. Causa: as origens frequentemente remontam ao nascimento. 3 - Perturbações do Equilíbrio; Sintomas subjetivos: a criança que cai com regularidade, que se choca contra seus colegas, anda com pés afastados, corre com o tronco para frente. Sintomas objetivos: o teste de Romberg permite encontrá-los, pois mostra que a criança estando sentada, o seu corpo inclina-se lentamente e fechando os olhos isto se acentuará, e também a prova do andar cego, onde a criança de olhos vendados, dá alternadamente alguns passos para frente e para trás, caso haja perturbação, o trajeto percorrido desenhará uma estrela. Causas: a) Motoras - a falta de equilíbrio pode encontrar sua origem no vestíbulo da orelha interna ou no cerebelo; vindo acompanhada de perturbações da coordenação ou pode provir da sensibilidade proprioceptiva. b) Psicológicas - crianças que sofrem com a ausência de confiança em si mesmas, em suas possibilidades, que vem a traduzir uma falta de equilíbrio estático ou dinâmico, e também as crianças instáveis do ponto de vista psicomotor (hiperativas) conhecem também um problema de equilíbrio devido à sua impossibilidade de concentrarem naquilo que fazem. 4 - Perturbações da Coordenação; Sintomas subjetivos: a criança não consegue ter um gesto harmonioso, suas habilidades manuais são inadequadas. Sintomas objetivos: a discronometria - atraso no desenvolvimento do movimento e em sua parada (Thomas). A dismetria – a não- localização do movimento. Quando pede-se a criança para colocar o dedo sobre o joelho, ou de pé sobre a cadeira e se a criança ultrapassar o ponto fixado, trata-se de hipermetria; se não chegar ao ponto, temos hipometria. A assinergia – deficiência de coordenação entre os diversos componentes musculares dos movimentos. A criança tem movimentos bruscos e não harmoniosos para realizar qualquer Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 10 atividade. A adiadococinesia – dificuldade de executar rapidamente movimentos alternados. Causas: perturbações vestibulares ou cerebelosas; perturbações da sensibilidade superficial ou profunda; perturbações psicológicas ou afetivas; a criança não se concentra em seutrabalho, fica ansiosa, insegura. 5 - Perturbações da Sensibilidade: Sintomas subjetivos: a criança não faz os mesmos gestos que lhe demonstramos, exceto diante de um espelho; deixa cair das mãos objetos que segura ou frequentemente torce os tornozelos; é relativamente sensível ao contato, ao calor. Sintomas objetivos: a) a criança tem dificuldade ou a impossibilidade de manter uma posição, uma postura, quando os olhos estão fechados; b) de perceber com olhos fechados, uma posição que fazemos com um de seus membros; c) de perceber um movimento com olhos fechados (dizer se levantamos ou abaixamos o seu braço); d) de executar movimentos finalizados (de olhos fechados colocar o dedo sobre o seu nariz); e) de avaliar a força a ser dada ao movimento (quando se trata de levantar um saco pesado ou leve). Há crianças que possuem também perturbações da sensibilidade superficial e profunda: a) quando não conseguem localizar uma sensação tátil, ao tocarmos em suas costas; b) quando não conseguem reconhecer uma forma geométrica ou uma letra desenhada em sua mão; c) quando não conseguem reconhecer um objeto desenhado em sua mão. Causas: frequentemente de ordem motora e neurológica. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 11 II - Perturbações Intelectuais: 1 - O Atraso Intelectual; Sintomas: a debilidade pode ser leve, moderada ou profunda. As realizações da criança são de uma idade inferior à sua idade real. Causas: neonatais, como o mongolismo, o alcoolismo e as moléstias (encefalite, meningite, hemorragia cerebral). III - Perturbações do Esquema Corporal: Sintoma 1: a criança não conhece as partes de seu corpo (seu desenho é bem pobre para a sua idade e não tem disposição para as partes do corpo ao desenhá-las) e revela-se incapaz de construir um boneco articulado, pois ignora o vocabulário corporal. Sintoma 2: a criança não situa bem seus membros ao gesticular, pois não percebe bem a posição dos mesmos, ou por falta de concentração, ou porque ainda não descobriu todas as possibilidades espaciais de seu corpo, pois também não imita bem um exercício apresentado e seus gestos do dia-a-dia não são harmoniosos. Sintoma 3: a criança não coordena bem seus movimentos, embora não apresente realmente problemas motores, mas é muito lenta, precisando refletir para executar seu gesto, não dominando seu corpo, suas emoções, às vezes agindo rapidamente, outras vezes inicia bem o seu movimento, mas sem perceber se distrai. Causa: nos problemas motores ou intelectuais, todas as perturbações na definição do esquema corporal são de origem afetiva. IV - Perturbações da Lateralidade: Sintomas: a criança não sabe qual mão escolher, é desajeitada, “recorta” com a mão direita, mas brinca com a esquerda, quando os exercícios de precisão são executados com uma mão e os de força com a outra mão e também quando a lateralidade não é homogênea: a criança escolhe bem a mão ou o pé dominante, mas nunca está segura de saber qual é o lado direito e qual é o lado esquerdo. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 12 Causas: a) Motoras ou neurológicas - quando a criança é destra do pé e canhota da mão é ambidestra. b) Sociais - quando a criança é canhota, mas, na vida social organizada pelos destros, a forçamos a utilizar sua mão direita para desenhar ou quando a criança é destra, mas sua mãe canhota, ela a imita inconscientemente. c) Psicológicas - quando a criança mal consegue unificar seu corpo, tendo dificuldade para perceber o eixo vertical, como consequência de uma inquietação, de uma angústia de origem afetiva. Consequências: as crianças têm dificuldades de reconhecimento esquerda- direita, não adquirem direção gráfica, forma suas letras ou seus números em espelho, e tem dificuldade de discriminação visual. V - Perturbações da Estrutura Espacial: Sintoma 1: a criança ignora os termos espaciais, não sabendo se colocar ou colocar os objetos no lugar certo, tendo dificuldades na discriminação visual, incapacidade de orientar-se para estabelecer uma progressão de grandezas e dificilmente encontra suas coisas, pois sua noção de lugar não é nítida. Sintoma 2: a criança conhece os termos espaciais, mas mal percebe as posições que os mesmos ocupam na direção em cima - embaixo, na direção esquerda - direita. Sintoma 3: a criança percebe bem o espaço que a circunda, mas orienta-se com dificuldade, temendo os espaços grandes, não encontrando o seu lugar em uma fila se estiver em lugar diferente do habitual e quando seus pontos de referência mudam, perde-se. Sintoma 4: a criança orienta-se bem, mas não tem memória espacial, pois é capaz de copiar uma frase sem erro, mas está muito despreparada para ditados e embora não tenha nenhuma deficiência de percepção na direção em cima - embaixo, esquerda - direita, ela nunca sabe distinguir com segurança o b do d: simplesmente esqueceu a que corresponde o símbolo. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 13 Sintoma 5: a criança não tem organização espacial, pois choca-se contra seus colegas, não sabendo se vai passar pela direita ou pela esquerda. Em seus desenhos, os primeiros ocupam todo o espaço, os seguintes terão dimensões cada vez menores “por falta de lugar” e precisará de mais tempo do que uma outra para adquirir noção de obliquidade, o que acarretará atrasos na aprendizagem da leitura e da escrita. Sintoma 6: a criança não assimila a reversibilidade e a transposição, podendo esta dificuldade vir de um problema de lateralidade e de percepção esqueda-direita, mas só devem ser considerados apenas a partir de 6 anos, e só há anormalidade a partir de 8 anos. Sintoma 7: a criança tem dificuldades para compreender relações espaciais, não conseguindo perceber nenhuma ligação entre o que aprendeu ontem e sua utilização no que aprendeu hoje. Mais tarde sintetizará seus cursos com dificuldade. Causas: má integração do esquema corporal com perturbações da lateralidade, tendo também causa psicológicas como instabilidade em seu raciocínio, má distinção entre sonho e a realidade e o tolhimento em suas experiências. VI - Perturbações da Orientação Espacial: Sintoma 1: a criança é incapaz de descobrir a ordem e a sucessão dos acontecimentos, misturando os fatos, não sabendo o que é primeiro e último, não se situando em “ante” e “depois”, não se organizando bem a direção esquerda-direita e engana-se na ordem das palavras escritas, não conseguindo construir frases. Sintoma 2: a criança não percebe os intervalos na escrita entre palavras, nas frases e não percebe o que dura mais ou menos tempo, o que vai depressa e quando há uma parada, em cálculo, não percebe os números que faltam e na leitura coletiva, nunca está no mesmo ponto que os outros. Sintoma 3: a criança não tem um ritmo regular ao correr, sua corrida é de passos muito compridos e muito curtos, sua leitura é de forma desencadeada, não faz associação do gesto com a leitura expressiva e não compreende certos cálculos baseados no ritmo. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.brou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 14 Sintoma 4: a criança não tem noção da hora, não consegue organizar seu tempo, pois gastou todo ele para escrever uma linha, depois escreve muito mal a continuação do texto, pressionada pelo pouco tempo que lhe resta antes de entregar seu caderno. Causas: a) Motoras - perturbações ligadas ao ritmo irregular da respiração do sujeito ou a um problema auditivo. b) Psicomotoras - falta de orientação e de organização espaciais. c) Psicológicas - a criança sofreu um choque afetivo ou vive em ambiente inseguro, onde não existem pontos de referência suficientes. VII - Perturbações do Grafismo: Causas: má coordenação motora, rigidez ou crispação dos dedos e problemas psicológicos, como instabilidade da criança, acontece quando ela quer terminar bem depressa o que faz. VIII - Perturbações Afetivas: A maioria delas já foram apresentadas conjuntamente com outras perturbações psicomotoras e suas causas estão ligadas ao ambiente familiar. (SILVA, 2004). 3.2 Distúrbios e alterações psicomotoras Para Chaves (2007), as dificuldades em relação ao esquema corporal, à lateralidade, aos aspectos perceptivos e outros estão por vezes relacionados a aspectos como inversão ou troca de letras, textos mal escritos ou sem uma linha de raciocínio expressa com lógica, dificuldades em relação com a escrita, a leitura, a fala, a solução de problemas e a resolução de cálculos matemáticos. A fase pré-escolar e de alfabetização são importantes no desenvolvimento da criança de uma forma geral e, primordiais no processo de aprendizagem das mesmas. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 15 Genericamente, os distúrbios psicomotores podem ser causados por: deficiências neonatais/ auditivas/ visuais e sensoriais; transtornos de atenção; atrasos escolares; deficiências cognitivas/ de aprendizado/ de memória/ Mal de Parkinson e Alzheimer; dentre outros. Segundo o ISPE/GAE (2007), os distúrbios psicomotores, avaliados através de um Perfil Psicomotor, estão relacionados com dificuldade de aprendizado, dificuldade de retenção e memória, falta de concentração, relacionamento social e familiar, distúrbios alimentares, de lateralidade, desequilíbrio, desorganização e psicoafetivos. Dentre os sinais de alerta, quando algo não vai bem com uma criança, tem- se em relação à motricidade grosseira, o não rebolar, não puxar, não ficar de pé, não andar em linha, etc. Em relação à motricidade fina tem-se não segurar um objeto, não juntar as mãos, não fazer construções, ter dificuldades de aprender. Em se tratando da linguagem, não diz palavras, não constrói frases, não compreende, não fala de um modo inelegível. Em relação à cognição, não procura, não se interessa por jogos, não categoriza semelhanças, não sabe o nome próprio ou apelido, não sabe contar, não sabe as cores ou qualquer letra. Enfim, em relação ao lado psicossocial, não ri, não estranha, não se consola, nem aceita mimos, agride sem provocação, não brinca com outras crianças. Nesse sentido, a Psicomotricidade vem aprofundar a interação de duas componentes importantes do comportamento humano: a. por um lado, a motricidade, entendida como um sistema dinâmico que subentende a organização de um equipamento neurobiológico sujeito a um desenvolvimento e a uma maturação; b. por outro, o psiquismo, entendido como o funcionamento de uma atividade mental composta de dimensões socioafetivas e cognitivas. Quando tais componentes não se encontram sistemicamente integradas surge a disfunção psicomotora, uma síndrome e não uma doença, cuja origem não é especificamente orgânica, traumática ou hereditária. Trata-se do efeito ou reflexo corporal, postural, práxico ou condutivo de uma perturbação ou dificuldade Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 16 psicológica que tende a manifestar-se em termos de desenvolvimento e de aprendizagem ou de adaptação psicossocial (FONSECA, 2004). Muito já foi falado até o momento sobre a psicomotricidade e que ela reflete um estado de vontade do ser humano, o que é correspondido pela execução dos movimentos. Voltando aos conceitos de movimento humano, como já falamos, esses podem ser voluntários ou involuntários, ainda subdivididos em inatos e adquiridos, chamados de automatismos elementares. Os inatos são aqueles que nascem conosco e são representados pelos reflexos, que são respostas caracterizadas pela invariabilidade qualitativa de sua produção e execução. Estes reflexos podem ser agonistas, antagonistas ou deflexos (alternantes) que são mais hierarquizados que os reflexos puros, permitindo certo grau de variabilidade, conforme a adaptabilidade individual. Refere-se a necessidades orgânicas e influindo nestas respostas temos os instintos, responsável pela autoconservação individual. No homem ele é misturado com o afeto produzindo tendências ou inclinações (LOUREIRO FILHO, 2002). Os automatismos adquiridos são os reflexos condicionados, que ocorrem devido a aprendizagem e nos forma hábitos, que, quando bons, nos poupam tempo e esforço, porém se exagerados, eliminam nossa criatividade e nos deixam embotados. Os hábitos podem ser passivos (adaptação biológica ao seu ecossistema) ou ativos (comer, andar, tocar instrumentos, etc.). Os reflexos condicionados são produzidos desde as primeiras semanas de vida. Esses reflexos condicionados geralmente começam como uma atividade voluntária e depois, por já estarem aprendidos, são mecanizados (LOUREIRO FILHO, 2002). Quando há alterações de psicomotricidade, encontramos os quadros abaixo: Estupor (ou acinesia) – é a perda da atividade espontânea englobando, simultaneamente, a fala, a mímica, os gestos, a marcha, etc. Vem e vai bruscamente em crises de agitação psicomotora. É o caso do estupor catatônico (nos esquizofrênicos) e o depressivo (na depressão); Agitação e Inibição Psicomotora – são graus de determinado estado psicomotor. Quando há pequeno aumento ou diminuição dos movimentos são Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 17 designados como inquietação e lentificação psicomotoras, respectivamente. Quando são alterações mais acentuadas, representam a agitação e inibição motora, propriamente ditos. Podem ocorrer alterações da psicomotricidade em indivíduos normais, como por exemplo, após experimentar forte tensão emocional ou preocupações que levam a vontade de andar ou levam a imobilidade. A agitação patológica pode ocorrer com caráter uniforme e estruturado como na mania, ou desordenadamente e de forma improdutiva como na catatonia esquizofrênica, epilepsia e psicoses infecciosas e tóxicas (como no delirium tremens). A inibição ocorre, por exemplo, na depressão, estupor, estados confusionais e amenciais. Um grau ainda mais elevado de agitação é o furor, que se caracteriza por uma extrema agitação, necessitando intervenção imediata para impedir danos aos outros ou ao próprio paciente; Maneirismos – ocorrem em esquizofrênicos,oligofrênicos e histéricos, e são caracterizados por gestos artificiais, ou linguagem e escrita rebuscada, com uso de preciosismo verbal, floreados estilísticos e caligráficos, etc; Ecopraxia – também ocorre em esquizofrênicos, oligofrênicos e histéricos (principalmente nos primeiros), onde há imitação de um comportamento, sem propósito (gestos, atitudes etc.). Pode haver ecolalia (sons), ecomimia (mímica) e ecografia (escrita); Estereotipias – são as características do catatonismo onde há repetição automática de movimentos, frases, e palavras (verbigeração), ou busca de posições e atitudes, sem nenhum propósito. As estereotipias cinéticas são confundidas com os tiques nervosos, porém esses são elementares, de fundo neurótico. É mais difícil de distingui-las dos cerimoniais compulsivos, porém estes são atos complicados que servem para aliviar a tensão nervosa da pessoa que a realiza. Alguns acham que as estereotipias cinéticas são atos que eram compreensíveis e motivados, que perderam sua causa; Negativismo – é a oposição ativa ou passiva às solicitações externas. Na passiva a pessoa simplesmente deixa de fazer o que se pede sendo Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 18 característico o mutismo e a sitiofobia (medo de se comprometer, de ser internado, de ser envenenado). Na ativa, a pessoa faz tudo ao contrário do que se pediu, e às vezes quando desistimos, eles o fazem, sendo isso a “reação de último momento”. O negativismo verbal pode se apresentar na forma das pararespostas (ou seja, o paciente entende a pergunta do entrevistador, porém não responde algo compatível com a pergunta, e sim algo “ao lado”, ou próximo). O negativismo faz parte da série catatônica e representa ação imotivada e não deliberada; Obediência Automática – que é o oposto ao negativismo, onde o paciente tem extrema sugestionabilidade e faz tudo o que é mandado. Ocorre na esquizofrenia e quadros demenciais; Catalepsia, Pseudo-Flexibilidade Cérea – ocorre devido a hipertonia do tônus postural. Ocorre na histeria, esquizofrenia e parkinsonismo. A flexibilidade cérea é a conservação de uma posição, ocorrendo no parkinsonismo, enquanto que nos esquizofrênicos e histéricos há pseudo-flexibilidade cérea, devido a influência de fatores psicogênicos; Extravagâncias Cinéticas, comum da conduta esquizofrênica. Pode ser descrito como a perda da gracilidade, ou seja, da naturalidade, espontaneidade, proporcionalidade dos gestos e atitudes; como a rigidez facial (o pregueamento da testa em “M” é característico da catatonia); paratimias (a mímica não está em concordância com o pensamento verbalizado); focinho catatônico (protusão permanente dos lábios); interceptações cinéticas (interrupção brusca de um gesto apenas esboçado), etc. (LOUREIRO FILHO, 2002). Sobre os atos voluntários, também chamados de volitivos, relacionados e dependentes da inteligência e do afeto, eles acontecem em quatro etapas, sendo as seguintes: 1. Intenção ou propósito – inclinações e tendência que fazem com que surja interesse em determinado objeto; Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 19 2. Deliberação – onde ponderamos os motivos (razões intelectuais) e os móveis (atração ou repulsão, vindas do plano afetivo); 3. Decisão – demarca o começo da ação, inibindo os móveis e motivos vencidos; 4. Execução – há os movimentos físicos. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 20 UNIDADE 4 – AS NECESSIDADES ESPECIAIS Para falarmos das diferentes necessidades especiais que fazem parte do rol de trabalho do psicomotricista, faz-se necessário uma breve introdução aos nossos sistemas sensoriais com os quais conhecemos e nos relacionamos com o mundo que são a gustação, o olfato, o tato, a audição, a visão e a propriocepção. Legarda e Miketta (2008, p. 20) destacam três aspectos importantes e que estão relacionados aos sistemas sensoriais: 1. O uso integrado que fazemos dos sentidos em nossos primeiros anos de vida vai decrescendo com o passar dos tempos, devido à desvalorização da acuidade sensorial em nossa cultura e sistema educativo. Lamentavelmente, os currículos de estudo de crianças com mais de seis anos descuidam, quase que completamente, desse importante aspecto do desenvolvimento que não se restringe apenas a uma forma de conhecer o meio ambiente, mas é também uma maneira de conhecermos a nós mesmos. 2. Os sentidos são nossa primeira fonte de conhecimento. No nascimento, não há o pensamento simbólico e nem o raciocínio lógico, somente o mundo sensorial e perceptivo. Assim sendo, estímulos variados são fundamentais nos primeiros anos de vida. 3. Nós, humanos, mostramos diferenças em nossos padrões sensoriais e em nossa capacidade de aprender por meio de um ou outro sentido, ou seja, alguns utilizam melhor a visão, outro a audição. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 21 O sentido do paladar ou gustação encontra-se nos receptores localizados na língua, as papilas gustativas. Esse sentido distingue quatro sabores básicos: amargo (parte posterior da língua); azedo e salgado (bordas da língua) e doce (ponta da língua). A gustação é nosso sentido mais fraco, devido a língua ter de cumprir outras funções como articular a fala, por exemplo. O sentido do olfato funciona com quimiorreceptores localizados no nariz e que captam as substâncias voláteis dispersas no ar. Há uma estreita relação entre gustação e olfato, o que pode ser experimentado cheirando e degustando ao mesmo tempo um pedaço de bolo. Os mesmos autores destacam que existe uma associação entre olfato e as lembranças e que esta relação pode ter um fundo adaptativo para nos proteger de perigos como alimentos venenosos, por exemplo, mas é uma associação pouco explorada no contexto pedagógico. O tato é um dos primeiros sentidos a amadurecer, tendo seus receptores na pele, onde há células especializadas para a percepção do calor, do frio e da dor. É importante no desenvolvimento emocional, no conhecimento do corpo e na formação de vínculos afetivos (LEGARDA; MIKETTA, 2008). A sensibilidade auditiva proporciona não só o reconhecimento objetivo dos sons ambientais (chuva, sons de instrumentos musicais, etc.), mas participa efetivamente no processo de comunicação entre os indivíduos e, deste modo, constitui um importante elemento da linguagem. A perda da sensibilidade auditiva ou a surdez dificulta este aspecto da relação humana, pois o nosso principal meio de comunicação é através da linguagem falada. O próprio mecanismo de aprendizado da linguagem falada depende da audição (NISHIDA, 2007). Nabuco e Cortez (2005) esclarecem que, no início, os recém-nascidos enxergam apenas borrões. Entre a 4ª e 6ª semana de vida, passam a fixar o olhar em objetos, uma vez que se completa a formação da região da retina que permite visualizar detalhes. A partir dos dois meses,as imagens que eram acinzentadas ganham matizes de vermelho, branco e azul. A visão evolui rápido, de modo que ao completar quatro meses a criança já distingue as demais cores e segue os objetos Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 22 com os olhinhos. O passo seguinte é apanhar os objetos que vê. Posteriormente, passa a reconhecer as pessoas e estranham rostos e locais diferentes. Geralmente, até os cinco anos a criança atinge o desenvolvimento total da visão. A propriocepção é definida por Legarda e Miketta (2008, p. 19) como “aquele sentido que informa sobre a localização de uma parte móvel do corpo, a mão, por exemplo, em relação a outra de posição fixa, o tronco”. A propriocepção acontece por meio de diversos sensores específicos espalhados pelo corpo, que reconhecem as mudanças de posição e de movimento. A propriocepção nos ajuda a manter a posição adequada em uma cadeira, segurar utensílios, tais como uma caneta ou um garfo de maneira adequada, a julgar a distância que estamos de um objeto para não bater nele, quanta pressão precisamos fazer para evitar quebrar um lápis (DUTRA, 2007). Apresentados os sentidos, vamos partir para as deficiências que podem acometer o ser humano. As necessidades especiais Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 23 4.1 Deficiências sensoriais Várias são as deficiências que um ser humano pode apresentar. Dentre elas temos as deficiências sensoriais, que serão nosso ponto de partida para refletir sobre a relação existente entre elas e as práticas educacionais para promover a educação psicomotora. Outro objetivo deste tópico é refletir sobre a utilização dos sentidos para conhecimento e relacionamento com o mundo além de valorizarmos o desenvolvimento da acuidade sensorial no sistema educativo. Dentre as deficiências sensoriais, analisaremos a deficiência auditiva e a visual, mas também há a múltipla deficiência sensorial onde acontece a associação entre surdez e/ou deficiência visual a outras deficiências (intelectual e/ou física), bem como distúrbios (neurológico, emocional de linguagem ou no desenvolvimento global) que podem acarretar atrasos no desenvolvimento, devido às dificuldades de interação com o meio. Atentem-se, porque ao longo do curso veremos exemplos de como trabalhar cada uma dessas necessidades. 4.1.1 Deficiência visual Um primeiro contato com uma pessoa cega, geralmente, é suficiente para que ela retenha na memória a sua voz, reconheça-lhe pelo toque ou talvez pelo seu perfume. Não que ela seja um ser extraordinário, mas por necessidade esses sentidos lhe são estimulados e favorecem sua interação com o meio. Em relação às pessoas com baixa visão, aquelas com visão reduzida e cuja deficiência é corrigível por lentes, cirurgias ou tratamento, inúmeras pesquisas comprovam que a estimulação da visão residual favorece o ganho de eficiência na utilização da visão preservada. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 24 A deficiência visual é uma situação irreversível de diminuição da resposta visual, em virtude de causas congênitas ou hereditárias, mesmo após tratamento clínico e/ ou cirúrgico e uso de óculos convencionais. A deficiência visual inclui dois grupos: cegueira, visão subnormal (FIOCRUZ, 2009). Cegueira É considerado portador de cegueiras, pessoas que têm somente a percepção da luz ou que não têm nenhuma visão e precisam aprender através do método Braille e de meios de comunicação que não estejam relacionados com o uso da visão. Deverá, no entanto, ser incentivado a usar seu resíduo visual nas atividades de vida diária sempre que possível. Visão Subnormal ou Baixa Visão É considerado portador de baixa visão aquele que apresenta desde a capacidade de perceber luminosidade até o grau em que a deficiência visual interfira ou limite seu desempenho. Sua aprendizagem se dará através dos meios visuais, mesmo que sejam necessários recursos especiais. Tanto a cegueira total quanto a visão subnormal pode afetar as pessoas em qualquer idade. Bebês podem nascer sem visão e outras pessoas podem tornar-se deficientes visuais em qualquer fase da vida (FIOCRUZ, 2009). Ela também ocorre independentemente de sexo, religião, crenças, grupo étnico, raça, ancestrais, educação, cultura, saúde, posição social, condições de residência ou qualquer outra condição específica. A deficiência visual interfere em habilidades e capacidades e afeta não somente a vida da pessoa que perdeu a visão, mas também dos membros da família, amigos, colegas, professores, empregadores e outros. O mais importante é criar o ambiente propício para a criança com deficiência visual conseguir alcançar um desenvolvimento compatível com o estágio de vida que se encontrar até que possa ter a capacidade de se tornar independente e ativa socialmente. Para tanto, é extremamente importante que pais, amigos, professores e profissionais de saúde formem uma “equipe humana” onde cada um terá seu papel na estimulação precoce Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 25 da criança, inserindo-a verdadeiramente na circunstância social em que se encontre (HADDAD, SEI, BRAGA, 2009). 4.1.2 Deficiência auditiva As pessoas com surdez, por sua vez, são extremamente visuais, o que favorece o domínio de uma linguagem visual-espacial. Também é importante considerar as pessoas que apresentam resíduo auditivo e que, portanto, carecem de estímulos dessa natureza (FIOCRUZ, 2009). Deficiência auditiva é considerada como a diferença existente entre o desempenho do indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de acordo com padrões estabelecidos pela American National Standards Institute (ANSI - 1989). Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para detecção de sons até 20 dB N.A (decibéis, nível de audição). A audição desempenha um papel principal e decisivo no desenvolvimento e na manutenção da comunicação por meio da linguagem falada, além de funcionar como um mecanismo de defesa e alerta contra o perigo que funciona 24 horas por dia, pois nossos ouvidos não descansam nem quando dormimos. Dentre os tipos de deficiência auditiva temos a condutiva, sensório-neural, mista, central ou surdez central. Condutiva: Quando ocorre qualquer interferência na transmissão do som desde o conduto auditivo externo até a orelha interna. A grande maioria das deficiências auditivas condutivas pode ser corrigida através de tratamento clínico ou cirúrgico. Esta deficiência pode ter várias causas, entre elas pode-se citar: corpos estranhos no conduto auditivo externo, tampões de cera, otite externa e média, malformação congênita do conduto auditivo, inflamação da membrana timpânica, perfuração do tímpano, obstrução da tuba auditiva, etc. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.brTelefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 26 Sensório-Neural: Quando há uma impossibilidade de recepção do som por lesão das células ciliadas da orelha interna ou do nervo auditivo. Este tipo de deficiência auditiva é irreversível. A deficiência auditiva sensório-neural pode ser de origem hereditária como problemas da mãe no pré-natal tais como a rubéola, sífilis, herpes, toxoplasmose, alcoolismo, toxemia, diabetes, etc. Também pode ser causada por traumas físicos, prematuridade, baixo peso ao nascimento, trauma de parto, meningite, encefalite, caxumba, sarampo, etc. Mista: Quando há uma alteração na condução do som até o órgão terminal sensorial associada à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo. O audiograma mostra geralmente limiares de condução óssea abaixo dos níveis normais, embora com comprometimento menos intenso do que nos limiares de condução aérea. Central ou Surdez Central: Este tipo de deficiência auditiva não é, necessariamente, acompanhado de diminuição da sensitividade auditiva, mas manifesta-se por diferentes graus de dificuldade na compreensão das informações sonoras. Decorre de alterações nos mecanismos de processamento da informação sonora no tronco cerebral (SNC). Entre os muitos instrumentos usados para comunicação não oral, figura a linguagem dos sinais, criada por um monge beneditino francês, morador de um mosteiro onde imperava a lei do silêncio. Adotada há mais de cem anos, no Brasil é chamada de Libras. Segundo a Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos – FENEIS, um indivíduo que já tenha nascido com deficiência auditiva pode levar um ano para aprender a linguagem. Já alguém que ouve bem ou que perdeu a capacidade auditiva depois de adulto, pode levar um pouco mais de tempo para aprender, por ter se habituado à linguagem oral (FIOCRUZ, 2009). Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 27 4.2 Deficiências físicas Encontramos na literatura diferentes conceitos para deficiência física, mas vamos tomar com base o conceito explicitado no art. 4º do Decreto nº 3.298/99 da Legislação Brasileira. Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho das funções. Essa definição nos leva a entender que a função física pode ficar comprometida quando faltar algum membro (quando houver amputação), sua má- formação ou deformação (alterações que comprometam o sistema muscular e esquelético). Quanto às lesões motoras decorrentes de lesão do sistema nervoso, estas podem ser de diferentes tipos, como alterações de: - ordem muscular – hipertonias, hipotonias, atividades reflexas, movimentos descoordenados e involuntários; - ordem nervosa, no que diz respeito à sensibilidade e à força muscular – hemiparesias, paraparesia, monoparesia e tetraparesia (BRASIL, 1999). Ainda encontraremos alterações funcionais motoras decorrentes de lesão do Sistema Nervoso e, nesses casos, observaremos principalmente a alteração do tônus muscular (hipertonia, hipotonia, atividades tônicas reflexas, movimentos involuntários e incoordenados). As terminologias “para, mono, tetra, tri e hemi”, diz respeito à determinação da parte do corpo envolvida, significando respectivamente, “somente os membros inferiores, somente um membro, os quatro membros, três membros ou um lado do corpo” (BRASIL, 1999). Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 28 A deficiência física se refere ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o sistema Osteoarticular, o Sistema Muscular e o Sistema Nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir grandes limitações físicas de grau e gravidades variáveis, segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida (BRASIL, 2006, p. 28). Dentre as causas da deficiência física, temos: Lesão cerebral (paralisia cerebral); Lesão medular; Miopatias (distrofias musculares); Patologias degenerativas do sistema nervoso central (esclerose múltipla); Lesões nervosas periféricas; Amputações; Malformações congênitas; Distúrbios posturais da coluna; Reumatismos inflamatórios; Acidentes; Traumatismos crânio-encefálico. A paralisia cerebral é uma das causas mais frequentes que encontramos como deficiência física e que chega até a escola, portanto, faz-se necessário dar uma atenção especial ao seu estudo. As crianças que sofrem dessa patologia são motivo de grande preconceito e discriminação na escola, principalmente porque as pessoas pensam que é uma deficiência mental, o que é um grande equívoco! Muitas dessas crianças têm dificuldades de se comunicar e expressar devido a suas limitações motoras e não cognitivas e demonstram um comportamento alheio à realidade, por falta de oportunidades e de mediações que lhes auxiliem na expressão de toda sua vontade. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 29 A principal característica da paralisia cerebral é o déficit motor, entretanto, quase sempre se pode encontrar um ou outro distúrbio decorrente da lesão neurológica como: convulsões que podem levar ao déficit cognitivo, alterações oculares e visuais, distúrbios de deglutição, comprometimento auditivo, alterações nas funções corticais superiores, distúrbios do comportamento (BRASIL, 2007). Importante ressaltar que esses distúrbios que acompanham a paralisia cerebral podem ser decorrentes também do meio em que a criança vive, suas condições de higiene, nutrição, tratamentos e oportunidades em geral. Como causas da paralisia cerebral que podem ocorrer isoladas ou associadas, Braga (1995 apud BRASIL, 2007) sintetiza assim: Pré-natais – infecções intrauterinas (rubéola, toxoplasmose, citomegalia, herpes e sífilis), anóxia fetal, exposição à radiação ou a drogas, erros de migração neuronal e outras malformações cerebrais; Peri-natais – complicações durante o parto (traumatismo cerebral ou anóxia em trabalho de parto difícil ou demorado), prematuridade, nascimento com baixo peso, etc; Pós-natais – traumatismos crânio-encefálicos, infecções do sistema nervoso central (encefálicos e meningites), anóxia cerebral (devido a asfixias, afogamentos, convulsões ou paradas cardíacas) e acidente vascular cerebral. 4.3 Deficiências mentais Na procura de uma compreensão mais global das deficiências em geral, em 1980, a Organização Mundial de Saúde propôs três níveis para esclarecer todas as deficiências, a saber: deficiência, incapacidade e desvantagem social. Deficiência – refere-se a uma perda ou anormalidade de estrutura ou função. É relativa a toda alteração do corpo ouaparência física, de um órgão ou de uma função, qualquer que seja sua causa. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 30 Incapacidade – refere-se à restrição de atividades em decorrência de uma deficiência. Incapacidades refletem as consequências das deficiências em termos de desempenho e atividade funcional do indivíduo. Desvantagem – refere-se à condição social ou prejuízo resultante de deficiência e/ou incapacidade. As desvantagens dizem respeito aos prejuízos que o indivíduo experimenta devido à sua deficiência. Sua deficiência e incapacidade refletem, pois, a adaptação do indivíduo e a interação dele com o seu meio. Em 2001, essa proposta, revista e reeditada, introduziu o funcionamento global da pessoa com deficiência em relação aos fatores contextuais e do meio, (re) situando-a entre as demais e rompendo o seu isolamento. Ela chegou a motivar a proposta de substituição da terminologia “pessoa deficiente” por “pessoa em situação de deficiência”, com o intuito de destacar os efeitos do meio sobre a autonomia da pessoa com deficiência. Assim, uma pessoa pode sentir-se discriminada em um ambiente que lhe impõe barreiras e que só destaca a sua deficiência ou, ao contrário, ser acolhida, graças às transformações deste ambiente para atender às suas necessidades (BATISTA; MANTOAN, 2007). A Convenção da Guatemala, internalizada à Constituição Brasileira pelo Decreto nº 3.956/2001, no seu artigo 1ª define deficiência como [...] uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social. Essa definição ratifica a deficiência como uma situação. A deficiência mental constitui um impasse para o ensino na escola comum e para a definição do Atendimento Educacional Especializado, pela complexidade do seu conceito e pela grande quantidade e variedades de abordagens do mesmo. A dificuldade de diagnosticar a deficiência mental tem levado a uma série de revisões do seu conceito. A medida do coeficiente de inteligência (QI), por exemplo, foi utilizada durante muitos anos como parâmetro de definição dos casos. O próprio Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 31 CID 10 (Código Internacional de Doenças, desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde), ao especificar o Retardo Mental (F70-79), propõe uma definição ainda baseada no coeficiente de inteligência, classificando-o entre leve, moderado e profundo, conforme o comprometimento. Também inclui vários outros sintomas de manifestações dessa deficiência, como: a “[...] dificuldade do aprendizado e comprometimento do comportamento”, o que coincide com outros diagnósticos de áreas diferentes. O diagnóstico da deficiência mental não se esclarece por supostas categorias e tipos de inteligência. Teorias psicológicas desenvolvimentistas, como as de caráter sociológico, antropológico têm posições assumidas diante da deficiência mental, mas ainda assim não se conseguiu fechar um conceito único que dê conta dessa intrincada condição (MANTOAN, 2004). A Psicanálise, por exemplo, traz à tona a dimensão do inconsciente, uma importante contribuição que introduz os processos psíquicos na determinação de diversas patologias, entre as quais a deficiência mental. A inibição, desenvolvida por Freud, pode ser definida pela limitação de determinadas atividades, causada por um bloqueio de algumas funções, como o pensamento, por exemplo. A debilidade, para Lacan, define uma maneira particular de o sujeito lidar com o saber, podendo ser natural ao sujeito, por caracterizar um mal-estar fundamental em relação ao saber, ou seja, todos nós temos algo que não conseguimos ou não queremos saber. Mas também define a debilidade como uma patologia, quando o sujeito se fixa numa posição débil, de total recusa de apropriação do saber (BRASIL, 2007). É importante que o professor fique atento as causas da deficiência mental, pois podem beneficiar seus alunos com um trabalho mais seguro, pautado no conhecimento e no profissionalismo. Algumas causas da deficiência mental seriam: Doenças neurológicas; Erros inatos do metabolismo; Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 32 Deficiências visuais e auditivas (por falta de estimulação e trabalhos adequados); Asfixia perinatal; Prematuridade; Hiperbilirrubinemia; Infecções congênitas; Malformações congênitas; Síndromes genéticas. 4.4 Crianças superdotadas Quando se fala em necessidades especiais, pensa-se, num primeiro momento, que ela está relacionada apenas a alunos com deficiência mental, auditiva, visual ou física, mas não podemos nos esquecer que as crianças superdotadas, talentosas e portadoras de altas habilidades existem e também fazem parte do grupo de portadores de necessidades especiais por uma gama de justificativas, a primeira delas, porque não são compreendidas pelos professores e demais profissionais da educação, os quais geralmente não estão preparados para atender a esse público. Tentaremos identificá-los e mostrar como podemos atendê-los no cotidiano da escola, mas primeiro vamos a alguns conceitos e definições que auxiliarão em muito na detecção dessas crianças. PRECOCIDADE – Chamamos precoce a criança que apresenta alguma habilidade específica prematuramente desenvolvida em qualquer área do conhecimento. GÊNIO – É aquele que não apenas possui um talento relevante como também utiliza de forma produtiva, gerando obras de valor. A superdotação intelectual não pode ser tratada como sinônimo de genialidade, pois indica apenas um dado tipo de capacidade mental, enquanto que a genialidade resulta de uma Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 33 condição de intelecto, condições socioeconômico culturais, motivação e trabalho duro (AVELAR, 2009). SUPERDOTADOS – seriam, de acordo com esta definição, aquelas pessoas que apresentam traços consistentemente superiores em relação a uma média e que sejam permanentes, podendo ser identificados em épocas diferentes (AVELAR, 2009). No Brasil, em 1995, a partir das Diretrizes Gerais para o Atendimento Educacional aos Alunos Portadores de Altas Habilidades, Superdotação e Talentos, estabelecidas pela Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação e Desporto, foi proposta a seguinte definição: Altas habilidades refere-se aos comportamentos observados e/ou relatados que confirmam a expressão de “traços consistentemente superiores” em relação a uma média (por exemplo: idade, produção ou série escolar) em qualquer campo do saber ou do fazer. Deve-se entender por “traços” as formas consistentes, ou seja, aquelas que permanecem com frequência e duração no repertório dos comportamentos da pessoa, de forma a poderem ser registradas em épocas diferentes e situações semelhantes (BRASIL,1995, p. 13). Podemos ressaltar que essa definição destaca os traços e comportamentos acima da média relacionando-os à permanência e duração dos mesmos. A definição de superdotação que consta na Política Nacional de Educação Especial de 1994 diz que crianças superdotadas e talentosas são as que apresentam notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados (quadro abaixo). Capacidade intelectual geral Capacidade que envolve rapidez de pensamento, compreensão e memória elevadas, capacidade de pensamento abstrato. Aptidão acadêmica específica Atenção, concentração, rapidez de aprendizagem, boa memória, motivação por disciplinas acadêmicas do seu interesse, capacidade de produção acadêmica. Pensamento criador ou produtivo Originalidade de pensamento, imaginação, capacidade de resolver problemas de forma diferente e inovadora. Capacidade de liderança Sensibilidade interpessoal, atitude cooperativa, capacidade de resolver situações sociais complexas, poder de persuasão e de influência no grupo. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 34 Talento especial para as artes Alto desempenho em artes plásticas, musicais, dramáticas, literárias ou cênicas. Capacidade psicomotora Desempenho superior em velocidade, agilidade de movimentos, forçam resistência, controle e coordenação motora. Um superdotado pode se destacar em uma área ou combinar várias, pode também apresentar graus de habilidades diferenciadas. Destaca-se aqui a questão das características e dos perfis individuais que são aspectos relevantes com relação à superdotação. Assim como nós, os superdotados podem apresentar sentimentos, atitudes e comportamentos diversificados, o que os caracteriza e os diferencia enquanto pessoa. Os pesquisadores George Betts e Maureen Neihart, após anos de estudos, pesquisas e observações, distinguiram os perfis dos alunos com altas habilidades em 6 tipos que são: bem sucedido, desafiante, escondido, desistente, rótulo duplo e autônomo. Essa tipificação não é um modelo diagnóstico de classificação, mas, sim um referencial teórico que tem o objetivo de conscientizar-nos de que esses alunos são influenciados pela educação recebida pela família, pelas vivências, por seus relacionamentos, sentimentos e pelo desenvolvimento pessoal de cada um. Conhecer esses perfis e tipos é importante, pois, a partir deles o educador poderá traçar objetivos educacionais apropriados para o aluno superdotado e talentoso. Joseph Renzulli foi pioneiro ao dizer que os comportamentos de superdotação consistem de inter-relação de três traços humanos que são: 1. Habilidade acima da média em alguma área do conhecimento. Não necessariamente muito superior à média. 2. Envolvimento com a tarefa – motivação, vontade de realizar, perseverança, concentração. 3. Criatividade – pensar algo diferente, ver novos significados, retirar ideias de um contexto e usá-las. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 35 Para ele, superdotação são aqueles que possuem esse conjunto de traços concomitantemente. Segundo estudos de Guenther (1995), para identificar um superdotado pode usar o teste de QI e a técnica de autoidentificação, conforme apresentamos abaixo: A – Testes de Inteligência1 (QI) Até algumas décadas atrás, o processo de identificação era relativamente fácil, pois para tanto, bastava-se aplicar os testes de inteligência (QI). Entretanto, nos últimos anos, observou-se a ineficácia desses testes, pois como diz Winner (1998, p. 15), os testes de QI medem uma estreita gama de habilidades humanas, principalmente facilidade com linguagem e número. Há poucas evidências de que superdotação em áreas não acadêmicas, como artes ou música, requeiram um QI excepcional. Nesse sentido, há uma parcela da população que não está incluída nestas estatísticas, já que os testes padronizados não privilegiam áreas mais subjetivas, por exemplo, habilidades sinestésicas. A partir desse conhecimento, percebe-se que para a identificação de crianças superdotadas, múltiplos critérios devem ser utilizados considerando-se informações obtidas de fontes variadas, incluindo tanto a criança, como seus professores, pais e colegas, além, naturalmente, daquelas obtidas pelo psicólogo através do uso de testes. Existem muitos fatores que podem afetar sua pontuação como o cansaço, doenças ou distração. Talento musical, artístico e vários outros não são medidos, mas os testes dão uma boa indicação de sua habilidade de pensar, raciocinar e resolver problemas, o que acaba sendo um fator crítico para o sucesso na vida. B – Técnica de autoidentificação 1 Q.I. é um rateio geral de sua habilidade de pensar e raciocinar. Sua pontuação é realmente uma indicação de como você se compara em relação à maioria das pessoas em seu grupo de idade. Uma pontuação de 100, por exemplo, significa que, quando comparado à maioria das pessoas em seu grupo de idade, você tem um nível de inteligência normal. Muitos psicólogos consideram aqueles que oscilam entre 95 e 100 como tendo QI normal ou médio. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 36 A técnica de autoidentificação é uma das técnicas sugeridas por Guenther (1995) para ajudar nesse processo de identificação. Ela consiste em perguntar à criança sobre seus hobbies e interesses principais, as atividades desenvolvidas fora da escola, formas de pensamento preferidas, bem como reações a elementos de seu ambiente. A nomeação pelos companheiros de sala de aula, dos alunos que se destacam em alguns traços é outro critério que deve ser utilizado no processo de identificação. É muito importante o julgamento, a avaliação e a observação do professor. Este desempenha um papel significativo no processo de identificação, no sentido de atender às necessidades desses alunos e favorecer o seu desenvolvimento. Para facilitar esta identificação, Antipoff (1992, p. 23) sugere ao professor que fique atento: Ao melhor aluno; Àquele com vocabulário maior; Ao aluno mais criativo e original; Ao aluno com maior capacidade de liderança; Ao aluno com pensamento crítico mais desenvolvido; Ao aluno com maior motivação para aprender; Ao aluno que os colegas mais gostam; Ao aluno com maior interesse nas áreas das ciências; Ao aluno que está mais avançado na escola em relação à idade. Winner (1998) ressalta também algumas características apresentadas em relação às habilidades escolares, algumas atitudes às quais todo professor deve ficar atento: 1. Leitura precoce por volta dos quatro anos, ou antes, com instrução mínima; 2. Fascínio por números e relações numéricas; Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 37 3. Memória prodigiosa para informações verbais e ou matemáticas; 4. Frequentemente brincam sozinhase apreciam a solidão; 5. Preferem amigos mais velhos, próximos a ela em idade mental; 6. Se interessam por problemas filosóficos, morais, políticos e sociais; 7. Apresentam alto senso de humor em decorrência de habilidades verbais. Visto que o conceito de superdotação é multidimensional, deve-se observar também aqueles alunos que se destacam em artes, criatividade, esporte, dança, música e não somente em talentos acadêmicos (AVELAR, 2009). Existem muitos mitos com relação às crianças superdotadas e talentosas tais como: elas conseguem se desenvolver sozinhas sem ajuda, elas são fisicamente fracas, são emocionalmente instáveis, elas não são produtivas por muito tempo, ou seja, o talento desaparece na vida adulta. Dizem também que a criança nasce assim e nada poderá modificá-la, que a criança superdotada continuará a demonstrar habilidade intelectual superior independentemente das condições ambientais, que a boa dotação é sinônimo de alta produtividade na vida, que superdotação é um fenômeno muito raro, sendo poucas as crianças e jovens de nossas escolas que podem ser de fato consideradas superdotadas, a criança superdotada necessariamente terá um bom rendimento na escola, entre outros (WINNER, 1998). Para Avelar (2009), esses fatos precisam ser revistos e repensados por todos e cabe a nós professores-educadores, uma parcela importante no sentido de reconhecer capacidades e talentos especiais dos alunos. É preciso que aprendamos educar no sentido de orientar as crianças superdotadas de modo a aumentar, desenvolver, crescer e aperfeiçoar sua capacidade e talento. Segunda Gallagher (apud GUENTHER, 2000), três elementos são, de uma maneira geral, essenciais para atender a esses alunos dentro do contexto educacional: Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 38 1. Modificação do ambiente – agrupar os alunos mais capazes em grupos compatíveis para a realização de atividades paralelas ou integradas no trabalho regular da sala de aula; 2. Modificação da postura do professor – o professor, na maioria das vezes, procura e oferece respostas para problemas, conceitos e conteúdos colocados em sala de aula, esta posição deve ser revista. Por que não colocar questões para os alunos ao invés de oferecer respostas prontas e acabadas? Dessa maneira eles procurarão por soluções. O ensino deve ser centrado na compreensão da natureza do problema ao invés de respostas certas; 3. Modificação do conteúdo ensinado – os conteúdos devem enfocar temas maiores, ideias abrangentes que integram uma gama maior de conhecimento, dentro de diversas matérias e disciplinas do currículo. As estratégias mais comuns para modificação do conteúdo curricular estão centradas na aceleração, no enriquecimento, sofisticação e novidade. Muito pode ser feito para os alunos superdotados talentosos, Avelar (2009) nos dá boas dicas: Caso você seja um professor consciente e deseja estimular ao máximo o potencial e talento de seus alunos mais capazes com ações que desenvolvam a criatividade, que estimulem a vontade do querer aprender e conhecer sempre mais e mais, nunca se esqueça de respeitar os interesses, características e áreas de talentos de cada um, pois, somente dessa maneira você, poderá oportunizar que as potencialidades desses alunos germinem por todo o sempre. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 39 UNIDADE 5 – OBSERVAÇÃO, MEDIÇÃO, DIAGNÓSTICO, AVALIAÇÃO E AÇÕES MOTRIZES O processo de crescimento, maturidade e desenvolvimento neuro-cortical e psico-motriz, possui duas orientações: céfalo-caudal e próximo-distal, portanto, a Psicomotricidade descansa sobre o equilíbrio entre os músculos opostos e essas condições precisam ser bem guardadas! A psicomotricidade se fundamenta na adequada transmissão dos impulsos nervosos aferentes ou sensitivos e o eferente ou motriz. São fenômenos que a complementam: a respiração, a nutrição e a excreção corporal; a tonicidade muscular; a noção do corpo como orientador perceptivo; a estrutura da percepção espacial; a estrutura da percepção temporal; a lateralidade corporal-espacial; a memória corporal; a coordenação e o equilíbrio; a orientação espacial. Vale lembrar alguns princípios práticos orientadores do seu trabalho, enquanto psicomotricista: Nunca começar os diagnósticos das crianças, sem antes ter aplicado, analisado e discutido com os pais dela (especialmente com a mãe da criança – se for possível) as anamneses do período de gravidez e a do período pós- parto, porque ambas aportarão um considerável número de informações que permitirão chegar a conclusões mais exatas, nítidas e operativas; Garantir todos os recursos que as provas exigem – blocos, bolas, elásticos, fios, figuras geométricas, papelão, cartolinas, papéis, lápis de cor, tesouras, etc; Ter bem organizada a sala ou o consultório para os diagnósticos; em correspondência com as provas que irão ser aplicadas. Garantir uma comunicação inicial com a criança bem familiar; nunca esquecer o sorriso e a “mão suave pela cabeça e o rosto da criança”, isto passa segurança para ela. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 40 A criança realizará suas provas com sua roupa habitual; mas o psicomotricista tratará, por todos os meios, de que a criança fique bem cômoda, para, assim, garantir que as articulações, que deverão trabalhar, não possuam nenhuma barreira que impeça a adequada execução das operações e ações motrizes necessárias para executar as provas que lhe sejam apresentadas; mas, para garantir um melhor apoio, as crianças deverão permanecer descalças e sem meias para fazer as provas de salto, velocidade ou equilíbrio com mais segurança. O psicomotricista deverá explicar com a claridade necessária o que a criança deverá fazer e, cada vez que a prova exija uma demonstração prática, ainda que a criança fale que entendeu perfeitamente bem, deverá ser feita uma demonstração para ela, porque esta é uma variável inviolável. O psicomotricista deverá fazer as suas anotações o mais prudentemente possível, para assim não criar um ambiente emocional negativo nas crianças. Por este fato, recomenda-se não fazer nenhum comentário com a criança que está sendo avaliada; só aquele necessário cada vez que a criança deva repetir uma prova. Mas, quando isto acontece, recomenda-se falar para a criança que ele (o psicomotricista) não percebeu bem a prova e é melhor repetir a mesma; deste jeito, garantirar-se-á que as crianças com tendências a frustrações, possam se sentir melhor emocionalmente e provar de novo com a efetividade típica que ela possa garantir (TARRAU, 2007). Nunca deverá ser feito um comentário avaliativo – nem negativo nem positivo (com outra pessoa) – na frente das crianças avaliadas, porque o primeiro tende a baixar a autoestima dela e o segundo tende a criar preconceitos de superioridade. 5.1 Diferenças entre mediação e avaliação psicomotora A medição é o primeiro procedimento para emitir um diagnóstico psicomotriz. Ela é eminentemente quantitativa. Porém, dentro da psicomotricidade, ela se
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