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1 Moldagem com moldeira aberta O sucesso de uma reabilitação oral é dependente, em grande parte, da reprodução em laboratório das estruturas que constituem a base de suporte protético na boca, sejam elas dentes ou implantes. O procedimento de moldagem deve ser acurado, de forma que os modelos de trabalho resultantes dupliquem precisamente a condição clínica (Figs. 1 e 2). Aloísio Borges Coelho Daniel Telles Moldagem com moldeira aberta Figs. 1 e 2 – Reprodução da situação clínica através de procedimento de moldagem. 2 Moldagem com moldeira aberta O objetivo primário de uma moldagem em próteses implanto-suportadas é registrar com precisão o posicionamento dos componentes na boca – implantes ou intermediários – e dos tecidos moles, utilizando componentes específicos para transferência e análogos metálicos dos implantes ou dos intermediários (Fig. 3). Portanto, é muito mais um procedimento de transferência do que de reprodução, à exceção dos tecidos moles. Fig. 3 – Implante, com um intermediário protético parcialmente rosqueado, permitindo a visualização de sua plataforma. Os transferentes serão escolhidos de acordo com o que se pretende registrar: se a posição do implante ou a do intermediário protético instalado sobre este. Para transferir a posição da plataforma do implante (a) utiliza- se um transferente compatível com a sua forma (b) e uma réplica ou análogo idêntico a plataforma desse implante (c) que será posicionado no transferente para o vazamento do modelo de gesso. Caso a opção seja transferir a posição do intermediário (d) utiliza- se um transferente compatível com a forma desse intermediário (e) e uma réplica ou análogo também idêntico à forma desse intermediário (f). a bc dfe 3 Moldagem com moldeira aberta Existem basicamente duas técnicas para o procedimento de moldagem em próteses implanto-suportadas: (1) com transferentes ou componentes de moldagem sem retenção (Fig. 4); e (2) com transferentes ou componentes de moldagem com retenção (Fig. 5). É importante ficar claro que o transferente considerado sem retenção, geralmente apresenta em sua extremidade sulcos arredondados que os mantém presos quando inseridos no molde; entretanto estes sulcos não impedem a remoção da moldeira após a presa do material, e nem tampouco que eles sejam inseridos ou removidos facilmente do molde, em função da resiliência dos materiais de moldagem empregados. Fig. 4 – Componentes de transferência sem retenção aparafusados nos intermediários. Fig. 5 – Componentes de transferência com retenção aparafusados nos intermediários no mesmo o caso. 4 Moldagem com moldeira aberta Fig. 6 – Comparação entre transferentes com retenção (à esquerda) e sem retenção (à direita) que servem para transferir o posicionamento da plataforma de um implante de hexágono externo, cuja réplica está ao centro. Na técnica que utiliza componentes sem retenção, o procedimento de moldagem é realizado com componentes cônicos e com a utilização de moldeiras de estoque. Por isso, é conhecida como técnica da moldeira fechada. Essa técnica será abordada apropriadamente em seu capítulo específico. Já na técnica que utiliza componentes com retenção, o procedimento é realizado com a utilização de componentes retentivos (Figs. 6 e 7). Para a obtenção da moldagem emprega-se uma moldeira individual com uma abertura na região correspondente aos componentes de transferência (Fig. 8), conhecida como técnica da moldeira aberta. Figs. 8 – Exemplo de moldeira individual aberta para um caso de múltiplos implantes. Fig. 7 – Comparação entre transferentes com retenção (à esquerda) e sem retenção (à direita) que servem para transferir o posicionamento de um intermediário cônico, cuja réplica está ao centro. 5 Moldagem com moldeira aberta Fig. 9 – Modelo obtido com alginato para a confecção da moldeira individual. A técnica de confecção da moldeira é relativamente simples; apenas exige que seja feita com um espaço adequado para conter os transferentes em posição, sem interferir com seu correto assentamento na boca (Figs. 9 a 11). Os componentes podem ser unidos entre si com resina acrílica, sendo este conjunto denominado complexo de transferência (Figs. 12 a 14). É necessário verificar sempre se os acréscimos de resina para unir os transferentes não atrapalharam o assentamento da moldeira (Figs. 15 a 18). Os transferentes serão mantidos em posição e a moldeira com o material de moldagem será levada à boca e mantida em Figs. 10 e 11 – Sobre o modelo previamente obtido faz-se um alívio em cera para a confecção da moldeira individual. 6 Moldagem com moldeira aberta Fig. 12 a 14 – Para a obtenção do modelo de trabalho, posiciona-se os componentes de transferência com retenção sobre os intermediários, unindo-os com resina acrílica com a ajuda de um trançado de fio dental, obtendo-se assim o complexo de transferência. posição até a presa final do material (Figs. 19 e 20). Para a remoção do molde é necessário desparafusar os componentes em boca, sendo o complexo de transferência removido com o molde. A seguir, parafusam-se as réplicas dos intermediários ou dos implantes nos componentes de transferência (Figs. 21 e 22) e vaza-se o gesso para obter-se o modelo de trabalho (Fig. 23). Esta técnica é mais segura quanto à obtenção de um resultado mais acurado, uma vez que os componentes de moldagem, sendo retentivos e estando unidos, estão menos suscetíveis a sofrerem movimentações no interior do molde. 7 Moldagem com moldeira aberta Fig. 15 – Verifica- se o assentamento e a altura dos parafusos de trabalho, que devem ultrapassar a borda superior da moldeira. Figs. 16 a 20 – Veda-se, então, a abertura da moldeira com uma lâmina de cera 7 ou 9 para evitar o extravasamento excessivo do material de moldagem e leva-se a moldeira novamente à boca para criar orifícios de acesso aos parafusos de trabalho. Passa-se o adesivo para o material de moldagem. Os orifícios na cera permitirão que o complexo de transferência seja desparafusado após a presa do material de moldagem, possibilitando a remoção da moldeira com o complexo de transferência em seu interior. Figs. 21 e 22 – Em seguida, aparafusa-se as réplicas dos intermediários nos componentes de transferência e... 8 Moldagem com moldeira aberta O modelo com as réplicas deverá reproduzir a situação clínica (Fig. 24) existente na boca com muita fidelidade (ver Fig. 23). De fato, em próteses sobre implantes, os procedimentos que normalmente são executados nas próteses sobre dentes para compensar as deficiências das técnicas de moldagem e troquelização, como as soldas, não são necessários com tanta freqüência. Fig. 23 – ...vaza-se gesso tipo IV para a obtenção do modelo de trabalho. Fig. 24 – Vista da situação clínica na boca. 9 Moldagem com moldeira aberta moldagem específicos, chamados transferentes, além de uma moldeira individual em, geralmente feita em resina acrílica. Os transferentes com retenção, também chamados de transferentes quadrados, utilizados na técnica da moldeira aberta, são constituídos de duas partes, sendo um corpo com forma retentiva para mantê-lo em posição dentro do material moldador e um parafuso passante, para retenção do corpo ao componente a ser moldado e à réplica do mesmo (Figs. 25 a 30). Existem transferentes e suas respectivas réplicas para cada tipo de implante ou pilar intermediário que se deseje moldar. É essencial