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DIREITO PREVIDENCIÁRIO – PONTO 02

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO – PONTO 02
Regime Geral. Segurados e dependentes. Inscrição e filiação. Qualidade de segurado. Manutenção e Perda
Atualizações realizadas por Carla Mendonça Dias
Modificado por Wanessa F. S. Lima em 10.2004
Atualizado e modificado por Danielle M. Peixoto, em dezembro de 2006
Atualizado e alterado por Gustavo de Paiva Gadelha, em jan/2008.
Atualizado e modificado por Hugo Sinvaldo Silva da Gama Filho, em outubro de 2010.
Atualizado e modificado por José Flávio F. de Oliveira, em agosto de 2012.
1. Regime Geral de Previdência Social
Para Castro e Lazzari, “entende-se por regime previdenciário aquele que abarca, mediante normas disciplinadoras da relação jurídica previdenciária, uma coletividade de indivíduos que tem vinculação entre si em virtude da relação de trabalho ou categoria profissional a que está submetida, garantindo a esta coletividade, no mínimo, os benefícios essencialmente observados em todo sistema de seguro social – aposentadoria e pensão por falecimento do segurado”.
O regime geral de Previdência Social cuida-se do principal regime previdenciário na ordem interna e abrange obrigatoriamente todos os trabalhadores da iniciativa privada. Pertencem ainda a tal regime os funcionários públicos não abrangidos por regime próprio, a saber, a) os ocupantes de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com o Poder Público (artigo 37, inciso V, da Constituição Federal), b) os ocupantes de cargos temporários; e c) os empregados públicos “celetistas”. Segundo estudo, o RGPS atinge cerca de 86% da população brasileira amparada por algum regime de previdência.
É regido pelas Leis nº 8.212/91 e 8.213/91 e regulamentado pelo Decreto nº 3.048/99, sendo sistema de repartição público, de filiação compulsória e automática para os segurados obrigatórios, tendo caráter contributivo, permitindo ainda a inscrição de segurados facultativos (princípio da universalidade de atendimento – art. 195, I, da CF/88). Sua gestão é atualmente realizada pelo INSS e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (após a edição da Lei n° 11.457, de 16/03/2007).
É imprescindível mencionar que a reforma constitucional pela EC 47/2005 teve como uma de seus objetivos realizar a inclusão previdenciária no RGPS. Acrescentou ao art. 201, o §§ 12 e 13, facultando a aplicação de alíquota diferenciada de contribuição e carências inferiores, para os trabalhadores de baixa renda e daqueles, que, sem renda própria, se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência.�
A Constituição prevê ainda um Regime de Previdência Privada, facultativo, de caráter complementar, organizado de forma autônoma com relação ao RGPS e regulado por lei complementar. Assim, no Brasil, a exploração da previdência pela iniciativa privada é apenas em caráter supletivo.
Para a constituição e início de funcionamento de uma entidade previdenciária privada, a LC 109/01 prevê a necessidade de autorização governamental prévia (art. 33, I, e art. 38, I).
2. Beneficiários: Segurados e Dependentes
Beneficiários da previdência social são todas as pessoas naturais titulares de direitos subjetivos perante o Sistema Previdenciário. Dividem-se em segurados e dependentes. O quadro abaixo fornece sua classificação:
		 Facultativos 
		
a) Segurados
					Empregado
					Empregado doméstico
		 Obrigatórios 	Avulso
					Segurado especial
					Contribuinte individual																		
	 1ª classe – cônjuge, companheiro, filho menor de 21 anos não emancipado ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; (Lei 12.470/11)
b) Dependentes	 2ª classe – pais
 3ª classe – irmão menor de 21 anos não emancipado ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; (Lei 12.470/11)
Para Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar Júnior, “Segurados são as pessoas físicas que, em razão de exercício de atividade ou mediante o recolhimento de contribuições, vinculam-se diretamente ao Regime Geral”. “Dependentes são as pessoas cujo liame jurídico existente entre elas e o segurado permite que a proteção previdenciária lhes seja estendida de forma reflexa”.
Os segurados são titulares de direitos próprios, são os sujeitos ativos da relação jurídica. Os dependentes também exercem direitos próprios, mas sua vinculação com a Previdência está condicionada à manutenção da relação jurídica do segurado com o Sistema Previdenciário. A relação jurídica do dependente somente se instala quando não houver mais possibilidade de se instalar a relação jurídica com o segurado.
3. Inscrição e Filiação
Segundo Marina Vasques, “filiação é o ato de vinculação do trabalhador ao RGPS. É condição assecuratória do direito subjetivo às prestações”. Já a inscrição� “é o ato pelo qual o segurado ou dependente é cadastrado no RGPS”.
Para Wladimir Novaes Martinez, “a filiação representa fato pertencente ao mundo material – o trabalho remunerado – e acontece independentemente da vontade do que se filia; a inscrição, embora materializada pela documentação, é ato formal, deflagrado pelo beneficiário. A filiação sucede no universo físico enquanto a inscrição opera-se como sua exteriorização jurídica.”
Quanto ao segurado obrigatório, a sua filiação é automática, ocorre a partir do momento em que o mesmo começa a desempenhar atividade vinculada ao RGPS. Para o segurado facultativo, a filiação ocorre com a sua inscrição e recolhimento da primeira contribuição. A filiação do trabalhador rural contratado pelo prazo de até 2 meses, dentro de 1 ano, por produtor rural, para realizar atividade de natureza temporárias, decorre da inclusão na GFIP (Decreto 3.048/99, art. 20, § 2º).
Cabe destacar, no entanto, que o início da atividade remunerada não coincide, necessariamente, com o efetivo começo do trabalho, mas sim quando está pactuada a prestação de serviços, ainda que iniciada em outro momento ou o pagamento seja em outra data. Assim, por exemplo, para o empregado, a conformação da contratação pelo empregador já efetiva a filiação ao RGPS.
Ressalte-se que a atividade deve ser lícita, isto é, o trabalho em atividades ilegais, como o tráfico de drogas, evidentemente não gera qualquer vínculo com a previdência social. Todavia, não se deve confundir essa situação com o “trabalho proibido”, vedado por lei em virtude de certas características, mas sem ilegalidade na atividade em si considerada. Assim, menores de 18 anos que laborem em atividades insalubres, em evidente desrespeito à Constituição, não podem ser prejudicados pela irregularidade de seu empregador, cabendo aí a aplicação de todas as normas previdenciárias, incluindo a filiação automática. Além disso, deve ser reconhecido eventual tempo de serviço laborado ilegalmente por menor de dezesseis anos, com recolhimento das contribuições devidas pelo empregador (STF).
Apesar de a filiação ser vínculo jurídico, ela pode ser múltipla, o que ocorre caso o segurado venha exercer mais de uma atividade remunerada vinculante ao RGPS. Neste caso, será este trabalhador filiado em relação a cada uma delas, fazendo jus a benefícios diversos ou exclusivos de uma atividade (art. 11, §2º da Lei 8.213/91).
Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar Junior esposam entendimento diverso do veiculado acima. Para os autores, ainda que o trabalhador exerça mais de uma atividade abrangida pelo regime previdenciário, e, em decorrência, esteja obrigado a contribuir em relação a cada uma das atividades, só pode haver uma filiação, pois o sistema irá lhe conceder apenas um benefício substitutivo, limitado a um único teto que leva em consideração todas as atividades exercidas pelo segurado no regime. (...) Por conseguinte, pode haver mais de uma inscrição, mas apenas uma filiação (2009,p. 81).
Vale lembrar que o dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato eletivo, o mesmo enquadramento no RGPS de antes da investidura, inclusive o segurado especial, o qual, como regra, não pode exercer outra atividade distinta da produção rural. Também os advogados nomeados ministros do TSE ou desembargadores dos TRE’s mantém o mesmo enquadramento anterior à investidura (RPS – Dec. 3.048/99, art. 9º, §11).
 
Se o trabalho é prestado no Brasil, como regra geral, não importa o lugar da celebração do contrato e nem a nacionalidade do trabalhador, porquanto a proteção previdenciária, inspirada pela universalidade, irá considerar a atividade desenvolvida como abrangida pela órbita do regime geral. Mesmo no caso do apátrida, o exercício de atividade vinculada ao regime geral, consoante prevê o art. 24 da Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, promulgado pelo D. 4.246/02, assegura a aquisição de direitos previdenciários (ROCHA E BALTAZAR JUNIOR, 2009, p. 57).
A inscrição, sendo ato meramente formal, geralmente ocorre posteriormente à filiação, exceto em relação ao segurado facultativo, cuja inscrição ocorre antes da filiação. Para os segurados obrigatórios, contudo, a inscrição pressupõe a filiação, sendo que a aquela sem esta não produz qualquer efeito perante a previdência social.
Atualmente, a inscrição dos empregados e avulsos é feita quase que simultaneamente com a inscrição Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS, na qual o trabalhador recebe a numeração de seu PIS. Esta mesma codificação é remetida à DATAPREV, responsável pela manutenção e operação do CNIS – Cadastro Nacional de Informações Sociais, onde será feito o registro deste trabalhador. Estas informações são prestadas pelas empresas ao INSS por meio da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP. A qual atende a demanda previdenciária por informações de todos os segurados da previdência social.
Saliente-se que a partir de abril de 2003, em decorrência da Lei n° 10.666/03, as empresas que contratarem serviços de contribuintes individuais passaram a ser obrigadas a efetuar as inscrições destes segurados (relacionados no art. 11, V, da Lei 8.213/91). Também as cooperativas de trabalho estão obrigadas a efetuar a inscrição de seus cooperados contribuintes individuais, se ainda não inscritos (art. 4.º, §2.º, da lei nº 10.666/03).
 A legislação previdenciária restringe indevidamente a idade mínima de inscrição aos 16 anos, de modo generalizado (art. 18, §2º do RPS), ignorando o menor aprendiz, que começa o labor aos 14 anos e tem assegurados seus direitos trabalhistas e previdenciários (Art. 65, ECA). Neste caso o menor será enquadrado como segurado empregado. Para os demais segurados, no entanto, vale restrição mencionada.
 
Importa destacar que o Decreto nº 3.048/99 admite a inscrição “post mortem”, caso comprovado o exercício da atividade remunerada vinculada ao RGPS antes do falecimento.
4. Segurados
Podem ser obrigatórios, se exercem atividade vinculada ao RGPS – sem possibilidade de exclusão voluntária -, ou facultativos, quando se filiam ao sistema voluntariamente. Nem toda atividade remunerada implica filiação obrigatória ao RGPS, sendo exemplo dessa situação o caso dos presos�.
Desde o advento da EC nº 20/98, para ser segurado, é preciso ter a idade mínima de 16 anos (art. 7º, XXXIII, da Constituição). A exceção diz respeito ao aprendiz, que pode trabalhar a partir dos 14 anos. Antes da referida Emenda, a idade mínima era de 14 anos.
4.1 Segurados Obrigatórios
Inicialmente, vale destacar o disposto no art. 11, § 2º e 3º, da LBPS:
“Art. 11. (.....)
(...) 
§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas.
        	§ 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins de custeio da Seguridade Social. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.032, de 28.4.95)”
A) Empregado
É o segurado que presta pessoalmente serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração. Vale salientar que empregado rural é a pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços com continuidade a empregador rural, mediante dependência e salário (art. 2º da Lei n.º 5.889/73).
Vale ressaltar que o estagiário não é segurado obrigatório do RGPS, desde que o estágio respeite as diretrizes fixadas pela Lei nº 11.788/08.
Como o empregado se torna segurado do INSS? A inscrição do empregado é formalizada pelo contrato de trabalho registrado na Carteira de Trabalho e Previdência Social. O recolhimento da contribuição é de responsabilidade do empregador.
Segundo o art. 11, inciso I, da Lei nº 8.213/91, é segurado obrigatório, como empregado:
        a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;�
Devido à relevância do enquadramento correto do trabalhador para o custeio e benefício previdenciário, a fiscalização poderá reconhecer a existência de vínculo empregatício, sempre que observar a existência dos requisitos legais (STJ, Resp 236.279/RJ, 08.02.00), sem necessidade de demandar o reconhecimento do vínculo da Justiça do Trabalho. 
Atualmente, a Lei n° 11.457/07 que criou a Receita Federal do Brasil manteve o entendimento jurisprudencial acima, ao admitir que o Auditor Fiscal da SRFB, no exercício de sua atividade, possa enquadrar qualquer segurado como empregado para fins previdenciários, desde que sejam verificados os pressupostos característicos da relação de emprego. Pode, ainda, desconsiderar� a existência de fictícia sociedade prestadora de serviços, enquadrando seus sócios como empregados da empresa contratante.
Ainda que uma lide a este respeito (existência do vínculo laboral) entre empregado e empregador deve ser solucionada naquela Justiça especializada, não se exclui a competência de outros órgãos governamentais, ou mesmo da Justiça Federal, pois eventual ação anulatória de débito constituído em razão de reconhecimento de vínculo será examinada, nos seus requisitos legais, por esta última.
Especial atenção merece a situação dos trabalhadores rurais denominados “boias-frias”, até hoje excluídos do emprego formal. Para fins previdenciários, a jurisprudência os tem qualificado como “segurados empregados”.
Também se inclui nessa classe (segurado empregado) o aprendiz, maior de 14 e menor de 24 anos, ressalvado o portador de deficiência, ao qual não se aplica o limite máximo de idade, sujeito à formação técnica-profissional metódica, sob orientação de entidade qualificada. O limite de idade foi alterado pela MP 251, convertida na Lei n° 11.180, de 23/09/05, que alterou a redação dos arts. 428 e 433 da CLT. Antes desta Lei, o limite máximo de idade para o aprendiz era de 18 anos. O aprendiz é considerado empregado para fins previdenciários. Constitui a única classe de segurado que pode se inscrever antes de completar 16 anos de idade.
        b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas;
A lei nº 6.019/74 regulamenta essa relação e, caso o trabalhador seja contratado para trabalho eventual, distinto da forma regulamentada por essa lei, não será um trabalhador temporário, mas sim contribuinte individual. Importante mencionar que a relação de emprego se estabelece entre o empregado e a empresa quecoloca à disposição de outras empresas o trabalho temporário.
        c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior; (Essa alínea, bem como a alínea “f”, constituem hipóteses de extraterritorialidade da lei brasileira).
Como o próprio constituinte derivado excluiu o conceito de empresa brasileira do Texto Constitucional (EC 06/95), não há motivos para mantê-la neste ponto da legislação previdenciária, pois não há sentido em excluir o trabalhador do RGPS apenas porque seu empregador é empresa estrangeira. Basta que esta tenha representação instalada no país, de modo a ser possível a exigência do cumprimento das obrigações previdenciárias.
        d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular;
Mas veja que os trabalhadores excluídos da norma que vierem a exercer outra atividade poderão ser, em relação a esta, segurados obrigatórios do RGPS. Ex: membro de missão diplomática não brasileiro e sem residência no país que for lecionar em um curso de idiomas.
        e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio;
        f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional; 
        g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais. (Alínea incluída pela Lei nº 8.647, de 13.4.93)
O art. 40, § 13, da CF/88 com a redação dada pela EC nº 20/98 vincula ao RGPS não somente os servidores públicos ocupantes de cargos comissionados sem vínculo efetivo com a Administração, mas também aqueles ocupantes de cargos temporários e os titulares de empregos públicos; O § 5º do art. 11 dispõe: § 5o Aplica-se o disposto na alínea g do inciso I do caput ao ocupante de cargo de Ministro de Estado, de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, sem vínculo efetivo com a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, ainda que em regime especial, e fundações. (Parágrafo Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99). 
Se essas pessoas já forem servidores públicos, continuaram vinculados ao regime próprio. No entanto, se o servidor ou militar exercer, concomitantemente, uma ou mais atividade abrangida pelo RGPS, também será considerada segurado obrigatório em relação a essas atividades. Observe-se, caso sejam requisitadas para outro órgão ou entidade e não possam ser filiadas ao regime desse órgão ou entidade, permanecerão vinculadas ao regime de origem (art. 12, da Lei 8.213/91).
 h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; (Alínea incluída pela Lei nº 9.506, de 30.10.97). 
O STF, nos autos do RE 351.717, declarou inconstitucional a alínea “h”, inserida pela Lei nº 9.506/97, pois a inclusão dos exercentes de mandato eletivo dentre os segurados obrigatórios do RGPS implicou na criação, por meio de lei ordinária, de nova fonte de custeio. É que não se podia considerar que o subsídio pago aos agentes políticos se enquadrava no conceito de “folha de salários, faturamento e os lucros”, tampouco de nova contribuição social sobre o subsídio de agente político.�
Em razão do entendimento acima exposto firmado pelo STF sobre a matéria, através de controle difuso de constitucionalidade, o Senado Federal, por meio da Resolução nº 26, de 21 de junho de 2005, suspendeu a executoriedade da alínea “h” acima transcrita, com efeitos ex nunc e erga omnes.
Contudo, depois da edição da EC nº 20/98, a redação do art. 195 da CF passou a permitir a exigência de contribuições incidentes sobre a remuneração dos agentes políticos (“...II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social...”), tendo sido editada lei nesse sentido (Lei nº 10.887/2004), que incluiu novamente o exercente de mandato eletivo dentre os segurados obrigatórios da Previdência Social (alínea “j”, infra).
        i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; (Alínea incluída pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
       j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; (Incluído pela Lei nº 10.887, de 2004)
Também o trabalhador rural, contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei 5.889/73, pelo período de até 2 meses, dentro do período de 1 ano. Caso a contratação se estenda por mais de 2 meses, o contrato fica automaticamente convertido em contrato por prazo indeterminado.
Por fim, não constante da Lei 8.213/91, também o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a partir de 21 de novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de Previdência Social, em conformidade com a Lei n. 8.935, de 18.11.1994 (alínea o do D. 3.048/91), são considerados empregados.
B) Empregado Doméstico
EMPREGADO DOMÉSTICO “é aquele que presta serviços de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos”, mediante remuneração, (art. 11, II da Lei nº 8.213/91). Saliente-se, no entanto, que o conceito de âmbito residencial não se restringe ao ambiente interno da casa da família, mas também ao jardim e até a atividades externas, desde que direcionada ao bem-estar da família, sem finalidade lucrativa (ex. motorista particular, piloto de helicóptero ou jato particular, etc.). Além destes, são considerados trabalhadores domésticos a cozinheira, a lavadeira, o jardineiro, a babá, a copeira, o empregado de sítio de veraneio e de casa de praia, a governanta, a acompanhante, a passadeira, o mordomo e outros que se enquadram na definição acima. 
A faxineira semanal que labore até duas vezes por semana, segundo jurisprudência majoritária, não é considerada empregada doméstica, mas prestadora de serviços.
Como o empregado doméstico se torna segurado do INSS? A lei obriga o empregador doméstico a assinar a carteira de trabalho de seus empregados. Munido da carteira de trabalho com o contrato assinado, o empregado doméstico efetua uma só inscrição na Agência ou Unidade da Previdência Social. O empregador doméstico pode promover a inscrição, no INSS, do segurado a seu serviço, ou qualquer outra pessoa sem necessidade de procuração. O empregador doméstico é responsável pelo recolhimento das contribuições do empregado doméstico.
C) Contribuinte Individual
Os segurados anteriormente denominados "empresário", "trabalhador autônomo" e "equiparado a trabalhador autônomo", a partir de 29 de novembro de 1999, com a Lei 9.876, foram considerados uma única categoria e passaram a ser chamados de " contribuinte individual".
Como o Contribuinte Individual se torna segurado do INSS? O contribuinte individual ao exercer atividade remunerada é considerado segurado obrigatório perante o Regime Geral de Previdência Social, devendo nele inscrever-se.
Nos termos do art. 11, V, da Lei nº 8.213/91, são segurados obrigatórios, na qualidade de contribuinte individual:
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superiora 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 9o e 10 deste artigo;
A referência ao módulo rural é novidade trazida pela Lei n. 11.718/2008, que enquadrou aqueles proprietários ou não de área superior a 4 módulos como segurados contribuinte individuais, não havendo mais que considerar a existência de auxiliares, para esse enquadramento. É irrelevante a condição de proprietário da terra, pois a pessoa física em questão pode ser possuidor, meeiro ou arrendatário, sem qualquer efeito para seu enquadramento previdenciário. O cônjuge, se participa da exploração da terra, também será considerado contribuinte individual.
Hoje, portanto, considera-se contribuinte individual:
1) Quem explora atividade rural em área superior a 04 módulos fiscais, independentemente do auxílio de empregados�;
2) Quem explora atividade rural – em qualquer área – ou atividade pesqueira, com o auxílio permanente� empregados ou por intermédio de prepostos ou nas hipóteses dos §§ 9.º e 10 do art. 11 da LBPS.
 b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
O garimpeiro foi excluído da categoria segurado especial com a edição da MP nº 1523-9/97, convertida na Lei nº 9.528/97. Entretanto, como a referência foi mantida na Constituição até o advento da EC nº 20/98, é discutível a constitucionalidade da exclusão determinada pela lei, pelo menos até a alteração constitucional.
Atualmente, o garimpeiro é somente segurado contribuinte individual, sendo a existência ou não de empregados irrelevante para seu enquadramento nesta modalidade, ao contrário do que ocorre em relação ao produtor rural pessoa física, conforme visto na alínea anterior.
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; (Redação dada pela Lei nº 10.403, de 8.1.2002)
Conforme se depreende da leitura da redação anterior da alínea, não há mais a restrição no enquadramento quando o segurado exercer outra atividade remunerada ou for aposentado por qualquer outro regime. Segue-se aqui a regra geral: todo segurado que exerça mais de uma atividade remunerada vinculante ao RGPS será filiado em razão de ambas, inclusive o ministro de confissão religiosa.
Atente-se que o pagamento de quantia vultosas a estes segurados, muito além do necessário à sua subsistência, pode gerar a perda da filiação da categoria ora examinada, gerando a filiação em outra espécie, ou, até, na mesma com fundamento distinto. Neste caso, a entidade religiosa pode ser enquadrada como verdadeira empresa, com as conseqüências previdenciárias advindas desta qualidade.
 d) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por sistema próprio de previdência social; (Alínea realinhada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) (Revogada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) Atualmente, classifica-se como segurado empregado.
 e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;" (NR) (Alínea realinhada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97 e Alterada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
Situação semelhante à prevista no artigo 11, I, e da Lei 8.213/91, diferenciando-se apenas no contratante do serviço: sendo este a União, o trabalhador será empregado, sendo organismo oficial internacional, será ele contribuinte individual. Nos dois casos a regra é supletiva, ou seja, somente será segurado o trabalhador não abrangido por regime próprio de previdência social.
 f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; (Alínea Incluída pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
Tais segurados eram denominados, em período anterior à Lei nº 9.876/99, segurados empresários.
Marina Vasques observa que “os sócios dos diversos tipos de empresas são segurados obrigatório, mesmo sem comprovação da retirada pro labore, conforme sua própria condição na sociedade presuma trabalho na empresa. Se, porém, o trabalho não for presumido (como, por exemplo, o sócio de capital nas sociedades de capital e indústria ou o sócio cotista na sociedade por quotas de responsabilidade limitada), necessária a comprovação da retirada do pro labore.” Enquadram-se na primeira categoria - onde se presume a remuneração – o sócio-gerente da limitada, o titular da firma individual, o diretor não-empregado da sociedade anônima, o sócio solidário e o sócio de indústria.
Para o INSS, o dispositivo acima referido inclui, além do principal quinhoeiro de bem indivisível, o síndico de prédio condominial, considerando como remuneração a mera dispensa de pagamento da cota condominial. A jurisprudência tem se mostrado contrária a este entendimento acerca da remuneração, aceitando nestes casos, a filiação apenas como segurado facultativo.
 g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; (Alínea Incluída pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
 h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não;" (Alínea Incluída pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
Castro e Lazzari consideram que a caracterização do trabalho como contribuinte individual nestas duas categorias depende da situação de fato em que é exercida a atividade, podendo ficar configurada a relação de emprego. No caso, por exemplo, do representante comercial, do vendedor pracista, do corretor de imóveis, seguros e planos de saúde, deve ser examinada a situação concreta para determinar se se trata de empregado ou autônomo, ainda que esses profissionais estejam inscritos no Conselho respectivo.
Consistiam, antes do advento da Lei nº 9.876/99, a categoria independente dos trabalhadores “autônomos”.
Além desses, existem outras hipóteses de enquadramento nesta categoria de contribuinte individual previstas somente no Regulamento da Previdência Social (Decreto n° 3.048/99), em seu art. 9°, V, alíneas “m”, “n” e “o”:
m) o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado classista temporário da Justiça do Trabalho�,  na forma dos incisos II  do §1º do art. 111 ou III do art. 115  ou do parágrafo único do art. 116 da Constituição Federal, ou nomeado magistrado  da  Justiça Eleitoral, na forma dos incisos II do art. 119 ou III do §1º do art. 120 da Constituição Federal; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 29/11/99).
 
n) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à sociedade cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado; e (Alínea acrescentada pelo Decreto nº 4.032, de 26/11/2001).
o) o “preso”�
p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
Enquadram-se, ainda, as situações previstas no § 15 do art. 9° do Decreto n° 3.048/99, com destaquepara a situação do médico-residente ou o residente em área profissional da saúde, contratados na forma da Lei n° 6.932, de 1981, na redação dada pela Lei n° 10.405/2002 e da Lei n° 11.129/2005. Antes da Lei n° 11.129/05 não havia previsão legal para o enquadramento dos residentes de outras áreas de saúde. Atualmente, porém, tanto o médico-residente como o residente de outra área profissional da saúde, contratados na forma da Lei n° 6.932/1981, são contribuintes individuais. Também aquele que, pessoalmente ou por conta própria e a seu risco, exerce pequena atividade comercial em via pública ou de porta em porta, como comerciante ambulante, nos termos da Lei n. 6.586, de 06.11.1978. 
D) Trabalhados Avulso
SEGURADO TRABALHADOR AVULSO é aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do sindicato (trabalhadores avulsos terrestres) ou órgão gestor de mão-de-obra (avulsos portuários), nos termos da Lei 8630/93.
São considerados trabalhadores avulsos: a) aquele que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco; b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério; c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios); d) o amarrador de embarcação; e) o ensacador de café, cacau, sal e similares; f) o trabalhador na indústria de extração de sal; g) o carregador de bagagem em porto; h) o prático de barra em porto; i) o guindasteiro; j) o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos. 
Como o trabalhador avulso se torna segurado do INSS? A inscrição é formalizada pelo cadastramento e registro no sindicato de classe ou órgão gestor de mão-de-obra. O recolhimento da contribuição é de responsabilidade do tomador do serviço ou do órgão gestor de mão-de-obra.
E) Segurado especial
Segurado especial é “o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei” (art. 195, § 8º, CF). É o único segurado com definição no próprio texto constitucional.
Considerando a dificuldade de enquadramento dessa categoria de trabalhadores, como empregados, autônomos ou avulsos, a Constituição Federal determinou tratamento diferenciado e especial ao pequeno produtor rural, até para respeitar o princípio da igualdade.
É imprescindível demonstrar, para a caracterização do segurado especial, que o trabalhador é realizado individualmente ou em conjunto com a família, sem empregados.
Com o advento da lei n.º 11.718/08, a redação do art. 11, VII, da Lei 8.213/91, sofreu grande modificação, esmiuçando melhor a qualificação dos segurados especiais, deixando de considerar a remuneração de outros trabalhadores como fator de desqualificação da condição de segurado especial.� A redação anterior limitava, de modo indevido, o enquadramento do segurado especial somente àqueles sem empregados, quando a Constituição permitia que estes viesse a ter empregados, desde que não permanentes, como, por exemplo, contratados por safra.
Acerca da possível descaracterização do segurado especial ante o exercício de outra atividade remunerada, o legislador reformista – lecionam Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar Junior – estabeleceu um critério principal: o trabalhador rural não pode exercer outra atividade que o enquadre como segurado obrigatório no regime geral (§10, I, “b”) ou em outro regime previdenciário (§10, I, “c”). Não obstante, foram excepcionadas estas hipóteses:
exercício de atividade distinta em período de entressafra ou do defeso, não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil (art. 11, § 7º);
exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de trabalhadores rurais;
tornar-se dirigente de cooperativa rural constituída, exclusivamente, por segurados especiais;
exercício de mandato de vereador do Município em que desenvolve a atividade rural;
parceria ou meação outorgada na forma e condições estabelecidas no inciso I do § 8º deste artigo;
atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social;
atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social;
a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com hospedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano. 
Daniel Machado da Rocha e Baltazar Rocha criticam a possibilidade aberta pela lei de o segurado especial explorar atividade turística. Veja-se, in verbis:
Incompreensível foi a admissibilidade da exploração da propriedade para fins turísticos, inclusive com hospedagem, por não mais de 120 dias ao ano. A exploração desta atividade é frontalmente incompatível com a figura do segurado especial. Das duas uma: ou a renda obtida com esta atividade é inferior a um salário-mínimo e, portanto, o dispositivo seria dispensável, ou, se a renda for superior, a exploração desta atividade retira do proprietário rural a condição de segurado especial nos termos do caput do §9.º.
Note-se que as exceções discriminadas acima dizem respeito ao exercício de outras atividades remuneradas fora do regime de economia familiar. 
Considera-se regime de economia familiar “a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados” (art. 11, § 1º da LBPS).
Todos os membros da família (cônjuges ou companheiros e filhos maiores de 16 anos de idade – a partir da EC nº 20/98; antes desta, desde os 14 anos – ou a eles equiparados) que trabalham na atividade rural, no próprio grupo familiar, são considerados segurados especiais. Também o índio tutelado é considerado segurado especial, mediante declaração da FUNAI.
O §9.º do art. 11 da LBPS, entretanto, aduz que o membro do grupo familiar que possua outra fonte de rendimento também não se enquadra como segurado especial. Mas, também aqui, há exceções. É dizer: a lei discrimina algumas fontes de renda cujo recebimento não desqualifica o beneficiário como segurado especial. Ei-las:
o recebimento destes benefícios: pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência Social (§9.º, I);
o recebimento de benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar instituído nos termos do inciso III do § 8º do art. 11 da LBPS (§9.º, II);
ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem algum componente que seja beneficiário de programa assistencial oficial de governo (§8.º, IV).
Mas o fato de algum dos membros da família possuir outra fonte de renda por si só não descaracteriza o regime de economia familiar se permanecer a atividade rural como indispensável para a subsistência familiar�.
Já o exercício de atividade urbana pelo próprio segurado concomitante com o trabalho de natureza rural, durante o período de carência do benefício, descaracteriza a condição de segurado especial, conforme jurisprudência do TRF5�-�.
Exclui a qualidade de segurado especial a aposentação, ainda que o trabalhador continue a exercer atividade produtiva. Tal fato constitui verdadeira exceção, pois, como regra geral, o aposentado que retorna ou continua a trabalhar recupera seu vínculo como segurado obrigatório do RGPS.A respeito da idade a partir da qual se computa o tempo de serviço rural em regime de economia familiar, a jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que deve-se contar o tempo desde os 12 anos. A Turma de Uniformização Nacional dos JEFs sumulou esse entendimento nos seguintes termos: “A prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o advento da Lei nº 8.213/91, de 24 de julho de 1991, devidamente comprovada, pode ser reconhecida para fins previdenciários” (Súmula nº 05).
Contudo, persiste o entendimento de alguns juízes (Marina Vasques, Daniel Machado da Rocha) no sentido de que o cômputo deve iniciar-se aos 14 anos, já que os dependentes do chefe de família ou arrimo só passaram a ser considerados segurados especiais por força da Lei nº 8.213/91, e esta, por sua vez, fixou a idade mínima de 14 anos. Para os que começaram a trabalhar depois de EC nº 20/98, deve-se adaptar o comando legal à nova idade mínima para o trabalho, que passou a ser de 16 anos.
Quanto ao tamanho da propriedade, a LBPS, com a reforma promovida lei n.º 11.718/08, estabeleceu um limite rígido: a área não poderá ultrapassar o limite de 04 módulos fiscais. Do contrário, o segurado especial desqualifica-se como tal, passando a enquadrar-se na categoria de contribuinte individual. 
Não obstante, Daniel Machado da Rocha e Baltazar Junior advertem que uma área rural pode não ser totalmente aproveitável, razão pela qual a TNU dos JEFs editou o enunciado n.º 30 de sua Súmula, nestes termos:
Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvel ser superior ao módulo rural não afasta, por si só, a qualificação de seu proprietário como segurado especial, desde que comprovada, nos autos, a sua exploração em regime de economia familiar.
Relembre-se, porém, que o enunciado sobredito foi sumulado em 13/12/2006. Antes, portanto, da reforma legislativa promovida na LBPS pela lei n.º 11.718, de 20 de junho de 2008. 
Quanto aos segurados especiais, o art. 25 da Lei nº 8.212/91 determinou a facultatividade da contribuição para a Previdência Social, garantindo aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio-doença, auxílio-reclusão, pensão ou salário-maternidade, no valor de um salário-mínimo, desde que comprovem o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao número de meses correspondentes à carência do benefício requerido (independem, portanto, de carência propriamente dita, nos termos do art. 26, III, Lei 8.213/91) (art. 39, inciso I, e parágrafo único da Lei nº 8.213/91).
Se não quiserem que seu benefício seja calculado no valor mínimo ou, ainda, se quiserem ter direito a todos os benefícios devidos aos outros segurados do RGPS, podem contribuir facultativamente para a Previdência Social, conforme disposto no art. 25, §1º, da Lei de Custeio (art. 39, inciso II, Lei nº 8.213/91). Portanto, a Lei faculta aos segurados especiais a contribuição idêntica aos dos contribuintes individuais, para percepção dos benefícios em forma de igualdade com os outros segurados do RGPS.
Ressalte-se que o segurado especial que não contribui facultativamente para o sistema não tem direito à aposentadoria por tempo de serviço/contribuição, já que este benefício não vem arrolado no inciso I do art. 39 da Lei nº 8.213/91. Nesse sentido, a Súmula nº 272 do STJ: “O trabalhador rural, na condição de segurado especial, sujeito à contribuição obrigatória sobre a produção rural comercializada, somente faz jus à aposentadoria por tempo de serviço, se recolher contribuições facultativas”.
Entretanto, tanto o segurado especial quanto o segurado empregado rural têm direito de ver computado o tempo de serviço/contribuição anterior à data de início de vigência da Lei nº 8213/91 (até novembro de 1991, já que o primeiro Decreto que regulamentou as Leis de Custeio e de Benefícios é de dezembro de 1991) independentemente do recolhimento de contribuições (art. 55, §2º, Lei nº 8213/91), exceto para efeito de carência. A posição do STJ, no entanto, é de que a contagem desse tempo de serviço depende do recolhimento das contribuições. (Veja-se que o STJ, em seus julgados, emprega o termo “contagem recíproca” tanto para referir-se ao intercâmbio de tempo de contribuição entre regime estatutário e RGPS, quanto para o tempo de atividade urbana e atividade rural).
Sobre a contribuição do segurado especial, Marina Vasques esclarece que “(…) o artigo 25 da Lei de Custeio prevê dois tipos de contribuição. Uma, obrigatória, no valor de 2% e 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; e, outra, facultativa, idêntica a dos contribuintes individuais (§ 1º). A contribuição obrigatória não reverte em nenhum benefício para o segurado. Trata-se de contribuição para a seguridade social como um todo, semelhante (não idêntica) à contribuição das empresas sobre o faturamento”.
Acerca da contagem recíproca propriamente dita (entre o regime geral e o estatutário), foi pacificado pelo STF, no julgamento da medida cautelar na ADIN nº 1.664, o entendimento de que o cômputo do tempo de serviço rural depende do recolhimento das contribuições. Nesse sentido, foi editada a Súmula nº 10 da TUN dos JEFs: “O tempo de serviço rural anterior a 05 de abril de 1991 (Art. 143, Lei nº 8.213/91), pode ser utilizado para fins de contagem recíproca, assim entendida aquela que soma tempo de atividade privada, rural ou urbana, ao de serviço público estatutário, desde que sejam recolhidas as respectivas contribuições previdenciárias.
O pescador artesanal é também considerado segurado especial, desde que execute suas atividades sem a contratação de empregados, ou seja, é aquele que, individualmente ou em regime de economia familiar, faz da pesca sua profissão habitual ou meio principal de vida, desde que: (i) não utilize embarcação; (ii) utilize embarcação de até seis toneladas de arqueação bruta, ainda que com auxílio de parceiro ou (iii) na condição, exclusivamente, de parceiro outorgado, utiliza embarcação de até dez toneladas de arqueação bruta. A arqueação bruta é a expressão da capacidade total da embarcação, constante da respectiva certificação fornecida pelo órgão competente. 
4.2 Segurados Facultativos
Pode filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, como segurado facultativo, a pessoa maior de dezesseis anos de idade que não exerça atividade remunerada que a enquadre como segurado obrigatório da previdência social e que não esteja vinculada a qualquer outro regime de previdência (exceto na hipótese de afastamento sem vencimento e desde que não permitida, nesta condição, contribuição ao respectivo regime próprio – art. 11, §2º do RPS).
Consideram-se segurados facultativos entre outros: a dona-de-casa; o síndico de condomínio quando não remunerado; o estudante; o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior; aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social; o membro de conselho tutelar de que trata o artigo. 132 da Lei 8.069/90, quando não estiver vinculado a qualquer regime de previdência social; o bolsista e o estagiário que prestam serviço à empresa de acordo com a Lei 6.494/77; o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especialização, pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional. O preso, conforme o Decreto nº 7.054/09, passou a ser considerado facultativo (art. 11, § 1º, XI), ainda que preste serviço a uma ou mais empresas, dentro ou fora do estabelecimento carcerário.
Como o facultativo se torna segurado do INSS? O segurado facultativo pode filiar-se à Previdência Social por sua própria vontade,o que só gerará efeitos a partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não podendo este retroagir e não sendo permitido o pagamento de contribuições relativas a meses anteriores a data da inscrição. Após a inscrição, o segurado facultativo somente pode recolher contribuições em atraso quando não tiver ocorrido perda da qualidade de segurado. Caso o segurado facultativo venha a exercer alguma atividade remunerada, automaticamente se converterá em segurado obrigatório, devendo passar a efetuar recolhimentos nesta condição. A filiação compulsória sempre se sobrepõe à facultativa.
5. Dependentes.
Os dependentes do segurado são os enumerados nos incs. I a III do art. 16 do PBPS. Cada inciso corresponde a uma classe de dependentes. Uma questão se impõe: é ou não é taxativo o rol de dependentes previsto no art. 16? Predomina entendimento na jurisprudência no sentido de que o rol é taxativo. Os benefícios devidos são pensão por morte e auxílio reclusão e o serviço social e habilitação ou reabilitação.
São eles, com a redação da Lei 8.213/92 dada pela Lei 9.032/95 e Lei 12.470/11:
1ª Classe 
- o cônjuge, a companheira, o companheiro
- o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; 
2ª Classe - os pais;
3ª Classe - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;
 
Beneficiário é todo aquele que recebe ou possa vir a receber alguma prestação previdenciária (benefícios ou serviços). É gênero que abarca duas espécies: segurados (acima analisados) e dependentes.
“Os dependentes são as pessoas que, embora não contribuindo para a Seguridade Social, a Lei de Benefícios elenca como possíveis beneficiários do Regime Geral de Previdência Social” (Castro e Lazzari). 
Havendo dependentes de uma classe, os dependentes da classe seguinte perdem o direito a receber pensão por morte. Também perde o direito ao benefício o dependente que passar à condição de emancipado por sentença do Juiz ou por concessão do seu representante legal, ou em função de casamento, ou ainda pelo exercício de emprego público efetivo, pela colação de grau em curso de ensino superior, por constituir estabelecimento civil ou comercial com economia própria.
Atente-se que após o falecimento de dependente superior, o benefício não se transfere para os dependentes inferiores, só para os de mesma hierarquia (transferência da quota). Não havendo outros dependentes da mesma categoria, o benefício deixa de existir.
Apesar de equiparados aos dependentes da classe I, o menor tutelado e o enteado devem comprovar a dependência econômica como os demais (classes II e III). A tutela é um complexo de direitos e obrigações conferidas pela lei a um terceiro, para que administre os bens e proteja o menor que não se ache sob o pátrio poder.
Para fins de inscrição e concessão de benefício a dependente inválido, a invalidez será comprovada mediante exame médico-pericial a cargo do INSS. Ainda sobre este dependente, o RPS determina que inexiste perda da condição de dependente inválido emancipado pela colação de grau em curso de ensino superior, donde se depreende que a emancipação por qualquer outra forma causa a perda da condição de segurado. Para Zambitte, o manutenção também deveria ocorrer no caso de casamento, já que também nesta hipótese pode-se afirmar que a invalidez e a dependência econômica não estão eliminadas. 
Merece destaque a situação de alguns tipos de dependentes:
a) União homoafetiva. Considerando a determinação judicial constante da Ação Civil Pública n.° 2000.71.00.009347-0, da 3.ª Vara Federal Previdenciária de Porto Alegre-RS, o INSS editou Instrução Normativa garantindo o direito à pensão por morte ao companheiro ou companheira homossexual, para óbitos ocorridos a partir de 05.04.91, desde que atendidas todas as condições exigidas para o reconhecimento do direito a esse benefício, observado o disposto no art. 105 do RPS. Assim, o companheirismo decorrente de relações homoafetivas exige demonstração da vida em comum e da dependência econômica. Não há presunção de dependência econômica nas relações homossexuais. O reconhecimento do companheirismo homossexual como beneficiário da Previdência Social, como já dito, decorreu das disposições da ACP n° 2000.71.00.09347-0/RS, que não contemplou a presunção de dependência econômica;
Atenção! O STJ vem entendendo ser presumida a dependência econômica daquele que vive em união homoafetiva com o segurado do INSS, estendendo-lhe os mesmos direitos do cônjuge ou companheiro, inclusive nos regimes de previdência privada.�
 
b) a dependência do cônjuge (classe I) é presumida. Contudo, em caso de separação ou divórcio, há o rompimento do vínculo previdenciário, deixando de ser dependente do segurado o cônjuge ou companheiro, exceto quando na separação ou divórcio fica assegurado o direito a alimentos. Mas, é interessante atentar que esse ex-cônjuge continua na 1ª classe.
Ainda que não tenham sido fixados alimentos quando da separação do casal, o entendimento majoritário dos Tribunais tem permanecido fiel ao enunciado 64 da Súmula do extinto TRF, que foi repetido pelo STJ, no enunciado 336 da sua Súmula: “A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente.” 
A jurisprudência majoritária – STJ – aponta pela desnecessidade de respeitar o percentual dos alimentos percebidos pelo ex-cônjuge, sendo a pensão dividida de forma igualitária entre todos os beneficiários. 
Outra questão de relevo quanto ao alcance do inciso I do artigo 16 é o problema das uniões estáveis simultâneas. É considerada união estável aquela verificada entre homem e mulher como entidade familiar, quando forem solteiros, separados judicialmente, divorciados ou viúvos, ou tenham prole em comum, enquanto não se separarem — art. 226, § 3º, da Constituição Federal.
Sob tal óptica, a 1ª Turma do STF decidiu que a concubina não tem direito a dividir a pensão com a viúva, em face de a Constituição proteger somente o núcleo familiar passível de se converter em casamento. No caso, a segunda união desestabiliza a primeira (RE n. 397762, Relator Min. Marco Aurélio Mello, DJe de 13.8.2008). Também nesse mesmo sentido, mantendo o entendimento, o Min. Gilmar Mendes (Agravo em RE 645762-RS, DJE 27.6.2011).
O STJ também não tem admitido a simultaneidade de uniões estáveis. No Informativo n.º 435, foi veiculado o seguinte julgado:
FAMÍLIA. UNIÕES ESTÁVEIS SIMULTÂNEAS. PENSÃO.
In casu, o de cujus foi casado com a recorrida e, ao separar-se consensualmente dela, iniciou um relacionamento afetivo com a recorrente, o qual durou de 1994 até o óbito dele em 2003. Sucede que, com a decretação do divórcio em 1999, a recorrida e o falecido voltaram a se relacionar, e esse novo relacionamento também durou até sua morte. Diante disso, as duas buscaram, mediante ação judicial, o reconhecimento de união estável, consequentemente, o direito à pensão do falecido. O juiz de primeiro grau, entendendo haver elementos inconfundíveis caracterizadores de união estável existente entre o de cujus e as demandantes, julgou ambos os pedidos procedentes, reconhecendo as uniões estáveis simultâneas e, por conseguinte, determinou o pagamento da pensão em favor de ambas, na proporção de 50% para cada uma. Na apelação interposta pela ora recorrente, a sentença foi mantida. Assim, a questão está em saber, sob a perspectiva do Direito de Família, se há viabilidade jurídica a amparar o reconhecimento de uniões estáveis simultâneas. Nesta instância especial, ao apreciar o REsp, inicialmente se observou que a análise dos requisitos ínsitos à união estáveldeve centrar-se na conjunção de fatores presentes em cada hipótese, como a affectio societatis familiar, a participação de esforços, a posse do estado de casado, a continuidade da união, a fidelidade, entre outros. Desse modo, entendeu-se que, no caso, a despeito do reconhecimento, na dicção do acórdão recorrido, da união estável entre o falecido e sua ex-mulher em concomitância com união estável preexistente por ele mantida com a recorrente, é certo que o casamento válido entre os ex-cônjuges já fora dissolvido pelo divórcio nos termos do art. 1.571, § 1º, do CC/2002, rompendo-se, definitivamente, os laços matrimoniais outrora existentes. Destarte, a continuidade da relação sob a roupagem de união estável não se enquadra nos moldes da norma civil vigente (art. 1.724 do CC/2002), porquanto esse relacionamento encontra obstáculo intransponível no dever de lealdade a ser observado entre os companheiros. Ressaltou-se que uma sociedade que apresenta como elemento estrutural a monogamia não pode atenuar o dever de fidelidade, que integra o conceito de lealdade, para o fim de inserir, no âmbito do Direito de Família, relações afetivas paralelas e, por consequência, desleais, sem descurar do fato de que o núcleo familiar contemporâneo tem como escopo a realização de seus integrantes, vale dizer, a busca da felicidade. Assinalou-se que, na espécie, a relação mantida entre o falecido e a recorrida (ex-esposa), despida dos requisitos caracterizadores da união estável, poderá ser reconhecida como sociedade de fato, caso deduzido pedido em processo diverso, para que o Poder Judiciário não deite em solo infértil relacionamentos que efetivamente existem no cenário dinâmico e fluido dessa nossa atual sociedade volátil. Assentou-se, também, que ignorar os desdobramentos familiares em suas infinitas incursões, em que núcleos afetivos justapõem-se, em relações paralelas, concomitantes e simultâneas, seria o mesmo que deixar de julgar com base na ausência de lei específica. Dessa forma, na hipótese de eventual interesse na partilha de bens deixados pelo falecido, deverá a recorrida fazer prova, em processo diverso, repita-se, de eventual esforço comum. Com essas considerações, entre outras, a Turma deu provimento ao recurso, para declarar o reconhecimento da união estável mantida entre o falecido e a recorrente e determinar, por conseguinte, o pagamento da pensão por morte em favor unicamente dela, companheira do falecido. REsp 1.157.273-RN, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/5/2010.� 
c) A L 9032/95 retirou do rol de dependentes o menor designado. Tal exclusão foi objeto de muitas demandas judiciais. É importante mencionar que essa exclusão deve ser avaliada quanto à aplicação da lei no tempo, porquanto há situações de direito adquirido:
a) dependente designado que recebe cobertura previdenciária desde data anterior à Lei n. 9.032/95: a nosso ver, existe direito adquirido do dependente designado porque sua relação jurídica com o INSS se formou antes da modificação da lei�; 
b) pessoa designada que pretende receber cobertura previdenciária na hipótese de morte do segurado ou de seu recolhimento à prisão após a vigência da Lei n. 9.032/95: não há direito adquirido porque a qualidade de dependente só poderia efetivar-se no momento da morte do segurado ou de seu recolhimento à prisão�.
Também observar a Súmula nº 04 da TUN dos JEFs: “Não há direito adquirido, na condição de dependente, pessoa designada, quando o falecimento do segurado deu-se após o advento da Lei 9.032/95”.
Da mesma forma ocorre em relação ao menor sob guarda, excluído do rol de dependentes pela medida provisória 1.523, de 11.10.1996, a qual resultou na Lei 9.528/97.
Embora haja opiniões pela inconstitucionalidade da exclusão, a TUN dos JEFs já se manifestou pela incidência da nova normatização, senão vejamos: 
“Segunda-feira, 4 de outubro de 2004
11:51 - Turma Nacional: lei exclui menor sob guarda do rol de dependentes para fins previdenciários
O menor sob guarda não tem o direito de receber pensão por morte quando o óbito do segurado ocorrer depois do advento da Lei n. 9.528/97. A regra disposta nessa lei modificou a norma que trata dos Planos de Benefícios da Previdência Social (Lei n. 8.213/91), excluindo das hipóteses de dependência o menor sob guarda, não havendo que considerar direito adquirido. Esse foi o entendimento da Turma Nacional de Uniformização da Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais na sessão de julgamento realizada hoje (4/10) pela manhã no Conselho da Justiça Federal (CJF).”
Nesse sentido, a Terceira Seção do STJ pacificou o entendimento de que "não existe direito do menor sob guarda à pensão por morte quando o falecimento do instituidor do benefício ocorre na vigência da Lei n. 9.528/97. Não se aplica aos benefícios mantidos pelo RGPS o ECA, norma de cunho genérico. Há lei específica sobre a matéria, o que faz com que prevaleça, nessa hipótese, o estatuído pelo art. 16, § 2º, da Lei n. 8.213/91, alterado pela Lei n. 9.528/97." (EREsp 801.214-BA, Rel. Min. Nilson Naves, julgado em 28.5.2008). A mesma orientação foi adotada pela TNU (v.g. Processo n° 2006.70.95.005711-7/PR - 13.3.2008).
MAS ATENÇÃO: Alguns Tribunais Regionais Federais não têm seguido a orientação do STJ na matéria. Com efeito, a Egrégia Corte Especial do TRF da 1ª Região, ao julgar a Arguição de Inconstitucionalidade na Remessa Oficial n. 1998.37.00.001311-0/MA, Relatora Desembargadora Federal Assusete Magalhães, (e-DJF1 p.222 de 21/09/2009), acolheu a arguição de inconstitucionalidade do § 2º do art. 16 da Lei 8.213/91, com a redação dada pela Medida Provisória 1.523, de 11/10/96, reeditada e convertida na Lei 9.528/97, na parte em que excluiu o menor sob guarda judicial do rol dos beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependente do segurado.
Também o TRF4 vem adotando posição divergente daquela consagrada no STJ. Confira-se:
A nova redação dada pela Lei nº. 9.528/97 ao § 2º do art. 16 da Lei nº 8.213/91, não teve o efeito de excluir o menor sob guarda do rol de dependentes do segurado da Previdência Social e, como a guarda confere à criança e ao adolescente a condição de dependente para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários, de acordo com o ECA, faz jus o menor sob guarda à concessão da pensão por morte de seu guardião legal, entendimento igualmente aplicável, segundo precedentes da Corte, para as hipóteses em que a guarda é de fato, quando devidamente comprovada esta situação. (TRF da 4ª. Região. AC 2004.04.01.016183-6, 5ª. Turma, Relator Desembargador Federal Celso Kipper, D.E. 30.6.2008).
Carlos Alberto Pereira de Castro e João Batista Lazzari também perfilham idêntico entendimento. Eis o magistério desses autores, ipsis litteris:
Essa restrição representa uma vulneração aos arts. 6º e 227 da Constituição Federal e às disposições protetivas inseridas no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069, de 13.7.90). Especialmente porque a guarda, segundo dispõe o art. 33 do Estatuto, obriga à prestação de assistência global e, sobretudo, assegura à criança ou ao adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos, inclusive previdenciários. 
c) No que diz respeito aos incisos I e III, merece destacar os reflexos na legislação previdenciária decorrente da alteração da maioridade implementada pelo Novo CC, vigente desde 13.01.03. Além da Lei 8.213/91 ser especial em relação ao Código, prevalecendo em relação a este, temos que a Lei Civil trata da maioridade civil, enquanto a legislação previdenciária menciona filho ou irmão não-emancipado menor de 21 anos ou inválido, sendo conceitos distintos. 
Em verdade, a mens legis do novo Código civil não foi excluir direitos, mas ampliá-los, conforme entendimento explicitado no Enunciado nº 3 aprovado pelo Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal: “Art. 5º: a redução do limite etário para a definição da capacidade civil aos 18 anos não altera o disposto noart. 16, I, da Lei n. 8.213/91, que regula específica situação de dependência econômica para fins previdenciários e outras situações similares de proteção, previstas em legislação especial.”
De qualquer forma, o Parecer SAJ nº 42/2003, que expressa a posição seguida pela Autarquia Previdenciária, assentou que a alteração da maioridade pelo CC/2002 não implica imediatamente em modificação da legislação previdenciária. Para tanto, deverá ser editada lei específica que determine alteração na LBPS. Assim, permanecem como dependentes os menores de 21 anos, nas situações indicadas pela Lei;
e) A emancipação exclui a dependência. Contudo, a emancipação em razão de colação de grau não afasta a condição de dependente. 
	
Situação interessante: evento-morte aos 17 anos do dependente. Aos 20 anos, o dependente se torna inválido. Não perderá o benefício, que perdurará até cessar a invalidez. 	Entretanto, se ele se tornar inválido com 22 anos, terá sido extinto o benefício aos 21, e não será restabelecido.
f) O filho maior de 21 anos que estiver cursando estabelecimento de Ensino Superior ou escola técnica de Ensino Médio, até os 24 anos, não mantém a qualidade de dependente junto ao RGPS. A previsão citada somente é válida para efeitos do imposto de renda (art. 77 do §2º da Decreto nº 3.000/99) e para alguns regimes próprios de previdência. Esse é entendimento jurisprudencial dominante e pacificado no STJ, TNU e no TRF1.�-�-�
g) De acordo com o art. 16, §3º da Lei nº 8.213/91, considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada. Ou seja, quem não pode ser casado é a pessoa postulante à condição de companheiro do segurado falecido. Ainda sobre o assunto, não se pode deixar de mencionar a Súmula 382 do STF: “a vida em comum sob o mesmo teto, more uxório, não é indispensável à caracterização do concubinato”.
h) A alteração na parte final dos incisos I e III do art. 16, apesar de sutil, traduz a possibilidade de os filhos e irmão, maiores de 21 anos serem enquadrados como dependentes. Antes, entendia-se que gerava dependência apenas quando a incapacidade era anterior à idade de 21 anos. Agora, aquele que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, será considerado dependente.
Assim aduz Zambitte: “A idéia é que, pela regra anterior, muito frequentemente os filhos e irmãos eram maiores de 21 anos, portadores de deficiência mental, mas não conseguiam o benefício, pois a perícia médica entendia haver, em tese, a possibilidade de trabalho. Agora, a opção de recebimento foi alargada, mas a interdição judicial é necessária.”� Ressalvar apenas que se esse interditado trabalhar, o benefício correspondente à sua cota ficará reduzido em 30%, conforme o art. 77, § 4º, da Lei 8.213/91, também alterado. Contudo, se cessar a relação de emprego, também cessará a redução.
6. Manutenção e Perda da Qualidade de Segurado
A regra geral é a de que a qualidade de segurado se mantém enquanto forem pagas as contribuições previdenciárias para o custeio do RGPS, ou seja, enquanto mantém o direito à cobertura previdenciária prevista na Lei n. 8.213/91. No entanto, a lei prevê situações em que, mesmo sem o pagamento de contribuições previdenciárias, é mantida a qualidade de segurado. É o que vem previsto na Lei 8.213/91, no art. 15:
- Sem limite de prazo: quem está em gozo de benefício (art. 15, I): Estar em gozo de benefício significa estar em período de recebimento de cobertura previdenciária, durante o qual o segurado não paga contribuições para o custeio do sistema. É ilimitado, somente se encerra com a cessação do benefício.
- Até 12 meses após a cessação das contribuições: o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração.
- até 12 (doze) meses após cessar a segregação: o segurado acometido de doença de segregação compulsória.
- até 12 (doze) meses após o livramento: o segurado retido ou recluso.
- até 3 (três) meses após o licenciamento: o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar.
- até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições: o segurado facultativo.
O sistema previdenciário dá cobertura por prazo maior para quem contribuiu por mais tempo para o custeio do RGPS. Nos termos do § 1º, será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. Interessante notar que o TRF3 já admitiu que a prorrogação seja por contribuições não interruptas, vez que se coaduna com o sistema atuarial previdenciário vigente (cf. 2004.03.99.0052221 – Rel. Juiz Marcos Orione – DJ 27.09.2007).
Poderá ser acrescentado mais 12 (doze) meses, no caso de segurado desempregado, provado por registro no órgão do MTE ou no SINE-Sistema Nacional de Emprego. Importante, todavia, mencionar o entendimento da Turma Nacional de Uniformização dos JEFs: “SÚMULA 27: A ausência de registro em órgão do Ministério do Trabalho não impede a comprovação de desemprego por outros meios admitidos em Direito.” No entanto, o STJ já entendeu diversamente, exigindo a cabal comprovação da condição de desempregado (cf. AgRgRD no REsp 439.021/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 18/09/2008, DJe 06/10/2008).
Ou seja, no total o segurado poderá ter um período de graça de até 36 meses, desde que conjugado os dois requisitos do § 1º e § 2º do art. 15, o que se aplica, também, ao segurado que se desvincular de regime próprio de previdência (art. 13, § 4º, do RPS).
O § 4º prever o momento da perda da qualidade de segurado, o qual o ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados no art. 15 e suas prorrogações.
Mas é importante ressalvar a questão do direito adquirido, conforme disposto no art. 102� da Lei 8.213/91, quando segurado já teria direito à aposentadoria, se vivo estivesse, quando a morte, então, continua sendo risco, mesmo após a perda qualidade de segurado, ficando garantida a pensão por morte os dependentes do segurado.
O enunciado n.º 416 da Súmula do STJ reforça a exceção hospedada no sobredito comando legal, nos seguintes termos: “É devida a pensão por morte aos dependentes do segurado que, apesar de ter perdido essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a obtenção de aposentadoria até a data do seu óbito.”
Chama-se período de graça o lapso temporal durante o qual, mesmo havendo a interrupção das contribuições e não estando o trabalhador exercendo atividade que o vincule obrigatoriamente à Previdência, o segurado mantém a qualidade de segurado. Tal período não conta para carência, nem como tempo de contribuição, exceto em relação ao salário-maternidade, já que neste caso o benefício é salário-de-contribuição. 
Em algumas hipóteses o período em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez é considerado como tempo de contribuição, dependendo de determinadas condições (analisadas no tópico oportuno), mas nunca será contado para efeito de carência. Pretendendo a consideração do período de graça para todos os efeitos previdenciários, deverá o segurado efetuar recolhimentos na qualidade de facultativo.
A Lei nº 10.666, de 08 de maio de 2003, que converteu a MP 83, de 12/12/2002, em seu art. 3º, determinou que a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial. Desta forma, se o trabalhador passar anos sem exercer atividade remunerada, só precisará laborar, quando retornar, o tempo restante necessário para a obtenção do aposento, sem necessidade de completar, como na regra geral, um terço da carência.
Também na hipótesede aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão de tal benefício, desde que o referido segurado conte com o tempo de contribuição correspondente ao exigido, para efeito de carência, na data do requerimento do benefício (art. 3º, §1º da Lei nº 10.666/03).
A propósito, o TRF da 1ª Região tem entendido que a carência reduzida prevista no art. 142 da LBPS se aplica àqueles que perderam a qualidade de segurado�.
Durante o período de graça, o segurado conserva todos os seus direitos perante a previdência social, podendo solicitar benefícios normalmente, exceto o salário-maternidade e o auxílio-acidente, que foram indevidamente excluídos pela legislação previdenciária.
A jurisprudência do TRF5 e do STJ firmou-se no sentido de que não há perda da qualidade de segurado se a suspensão do recolhimento das contribuições é involuntária, por exemplo, em caso de doença, ainda que não tenha o segurado requerido o benefício respectivo (auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez).�-�
	Bibliografia
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário, 3ª ed. LTr, 2002.
DUARTE, Marina Vasques. Direito Previdenciário. 3ª ed. Verbo Jurídico. 2004.
Resumo elaborado por Adrianno Sandes.
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário, 7ª edição, Ed. Impetus, 2006.
KERTZMAN, Ivan. Curso Prático de Direito Previdenciário. 4ª edição, Ed. Podivm, 2007.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 9. ed. Florianópolis: Conceito Editorial, 2008.
ROCHA, Daniel Machado da e BALTAZAR JUNIOR, José Paulo. Comentários à lei de benefícios da previdência social. 9. ed. rev. atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2009.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 14. ed. Florianópolis: Conceito Editorial, 2012.
DUARTE, Marina Vasques. Direito Previdenciário. 3ª ed. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2008.
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário, 12ª ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Impetus, 2008.
SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito previdenciário esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011. 
SAVARIS, José Antônio. Direito processual previdenciário. 3ª ed. Curitiba: Juruá, 2011.
SERAU JÚNIOR, Marco Aurélio. Desaposentação. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
� Obs. foi pergunta na última prova oral – TRF1.
� A Inscrição está prevista no art. 17 da Lei 8.213. Importante ressalvar que a inscrição do dependente ocorre apenas no momento do requerimento do benefício, não mais é necessário o requerimento de inscrição dissociado de requerimento de benefício.
� Pela redação original do Dec. 3048, os presos eram enquadrados como contribuinte individual, porém com a redação dada pelo Decreto 7.054/09, passaram a ser enquadrados como segurado facultativo (art. 11, § 1º, XI).
� Resolvi manter o texto da lei, porquanto melhor para memorizar.
� A emenda n° 3 ao Projeto que resultou na Lei 11.457/07 previa a desconsideração da pessoa, ato ou negócio jurídico que implicasse reconhecimento de relação trabalhista, com o seu vínculo empregatício, deveria ser precedida de decisão. Porém, tal emenda foi vetada pelo Presidente da República, preservando a competência do AFRPB para desconsiderar a pessoa jurídica e impor os efeitos da relação de trabalho (resumo da atualização de Gustavo de Paiva Gadelha).
� Nesse sentido, consultar informativo STF nº 324 (RE-351717), Contribuição Social e Cargo Eletivo.
� Essa inflexibilidade prevista no dispositivo em comento foi criticada por Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar Junior. Na atualização do tópico alusivo aos segurados especiais voltar-se-á ao tema. 
� Acrescenta-se o adjetivo “permanente” ao texto legal, pois, com a reforma de 2008, tornou-se possível ao segurado especial a contratação temporária de empregados. 
� Nota: A � HYPERLINK "http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/30/1999/24.htm" �Emenda Constitucional nº 24, de 9 de dezembro de 1999�, extinguiu a categoria de magistrado classista temporário da Justiça do Trabalho, entretanto, assegurou o cumprimento dos mandatos em exercício. Atualmente, todos os mandados de classistas já se expiraram.
� Deixou de ser segurado contribuinte individual, passou a ser facultativo.
� É importante realizar uma leitura do texto da lei, que foi excluído para enxugar o texto. 
� Sendo o labor rural indispensável à própria subsistência da Autora, conforme afirmado pelo Tribunal de origem, o fato do seu marido ser empregado urbano não lhe retira a condição de segurada especial. (STJ, REsp 587296/PR, rel. Min. Laurita Vaz, DJU de 13.12.2004).
� Constatado nos autos o exercício de atividade tipicamente urbana (zeladora de escola municipal), concomitante com trabalho de natureza rural, durante o período de carência do benefício, torna patente a descaracterização da condição de segurado especial. 3. TRF5 – 4ª Turma. AC - Apelação Civel – 329112. Processo: 200284000001489/RN. Data da decisão: 31/07/2007. DJ 27/08/2007 – Página 616. Relator(a): Marcelo Navarro.
� Comprovado nos autos que o autor exerceu atividade de natureza urbana (comerciante de bebidas), ainda que concomitantemente com algum labor rurícola, no período que seria de carência para percepção da aposentadoria rural por idade, resta evidente a descaracterização da condição de segurado especial; 3. Apelação improvida. TRF5 – 3ª Turma. AC - Apelação Civel – 415241. DJ 24/08/2007.
� Confira-se a decisão veiculada no Informativo 421 (excertos): PREVIDÊNCIA PRIVADA. PENSÃO POST MORTEM. UNIÃO HOMOAFETIVA . A Turma entendeu, entre outras questões, que, comprovada a existência de união afetiva entre pessoas do mesmo sexo, é de se reconhecer o direito do companheiro sobrevivente de receber benefícios previdenciários decorrentes do plano de previdência privada do qual o falecido era participante, com os idênticos efeitos da união estável. Desse modo, se, por força do art. 16 da Lei n. 8.213/1991, a necessária dependência econômica para a concessão da pensão por morte entre companheiros de união estável é presumida, também o é no caso de companheiros do mesmo sexo, diante do emprego da analogia que se estabeleceu entre essas duas entidades familiares. (…) Assim, aqueles que vivem em uniões de afeto com pessoas do mesmo sexo seguem enquadrados no rol dos dependentes preferenciais dos segurados no regime geral, bem como dos participantes no regime complementar de previdência, em igualdade de condições com todos os demais beneficiários em situações análogas. REsp 1.026.981-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/2/2010.
� Resolvi mantê-lo, uma vez que foi objeto de recente prova, no caso a prova subjetiva do TRF2, de 2012.
� (…) A designação de menor feita por ex-segurado, como seu dependente, na forma do art. 16, IV, da Lei nº 8.213/91, não confere ao designado o direito à percepção de pensão previdenciária, se o óbito do segurado ocorre na vigência da Lei nº 9.032/95 que extinguiu a referida modalidade de dependência. (…) STJ. 6.ª T. RESP – 360381. 200101391129-RN. Data da decisão: 19/11/2002. DJ DATA:09/12/2002 PÁGINA:399. Relator(a): FERNANDO GONÇALVES.
� O menor designado como dependente pelo ex-segurado, na forma do art. 16, IV, da Lei 8.213/91, não tem direito a perceber pensão por morte se a condição fática necessária à concessão do benefício, qual seja, o óbito do segurado, sobreveio à vigência da Lei nº 9.032/95, já se encontrando a pessoa do menor designado excluída do rol dos dependentes da Previdência Social. II - Em regra, os benefícios previdenciários são regidos pelo princípio tempus regit actum. Precedentes. Recurso provido. STJ. 5.ª T. RESP – 441310. Processo: 200200734301-RN. Data da decisão: 08/10/2002. DJ DATA:04/11/2002 PÁGINA:247. Relator(a): FELIX FISCHER.
� 1. A qualidade de dependente do filho não-inválido extingue-se no momento que completar 21 (vinte e um) anos

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