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DIREITO PREVIDENCIÁRIO – PONTO 10

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO – PONTO 10
Ação previdenciária. Justificação. Tempo de serviço e tempo de contribuição. Juizado Especial Federal: questões previdenciárias.
Atualizado em cinza, por Márcio Muniz da Silva Carvalho, em agosto de 2012
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA
	Necessário distinguir os benefícios de natureza comum dos de natureza acidentária e assistencial para fins de competência.
	As ações para pleitear a concessão de benefícios previdenciários, cuja origem não esteja ligada a acidente de trabalho, além das ações revisionais dos valores dos benefícios pagos pela Previdência Social, as que objetivam a comprovação de tempo de serviço, entre outras, são da competência da Justiça Federal.
	Registra-se a hipótese de competência federal constitucionalmente delegada (art. 109, §3º, C.F).
	Por demais importante é a lembrança de que as doenças profissionais e do trabalho se equiparam ao acidente do trabalho, inclusive para firmar a competência da Justiça Estadual.
	PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO
	O entendimento do TRF1, assim como do STJ e do STF, é de que “segundo uníssono posicionamento jurisprudencial há muito consolidado, não é necessária a prévia postulação administrativa como condição para o manejo da ação em que se busca a concessão de benefício previdenciário” (AC 0033965-08.2007.4.01.9199/MG, 2ª Turma, Rel. Des. Fed. NEUZA MARIA ALVES DA SILVA, julgado em 25/07/2012)
	Concessão de tutela antecipada na ação previdenciária. Possibilidade. Súmula 729 do STF: “A decisão na ADC-4 não se aplica à antecipação de tutela em causa de natureza previdenciária”.
	Competência para ações previdenciárias.
	Regra geral – Justiça Federal
	Exceção – Competência da justiça estadual para ações acidentárias.
	Há entendimento de que, no Mandado de Segurança, não pode haver delegação da competência. Súmula 216 do TFR: “Compete à Justiça Federal processar e julgar mandado de segurança impetrado contra ato de autoridade previdenciária, ainda que localizada em comarca do interior”.
	
	Causas referentes ao Benefício assistencial
	O benefício assistencial, no valor de um salário mínimo, pago aos idosos e deficientes carentes, previsto no art. 203 da Constituição Federal e regulado pelo art. 20 da Lei n. 8.742/93, não pode ser confundido com os benefícios de origem previdenciária da Lei n. 8.213/91, embora ambos sejam concedidos pelo INSS (e, por conseguinte, as causas envolvendo benefícios assistenciais também são julgadas pela Justiça Federal, tendo em vista que o INSS ocupa o polo passivo da relação jurídica processual).
	Competência dos Juizados Especiais Federais – Observância apenas quanto ao valor da causa (na esfera federal, único elemento fixador da competência, em conjunto com as hipóteses de exclusão expressas no §1º, do art. 3º, da lei 10.259/01).
	Aplicação da lei dos JEF’s em caso de delegação de competência
	Por força do art. 20 da Lei 10.259/01, onde não houver Vara Federal a causa poderá ser proposta no Juizado Especial Federal mais próximo do foro definido no art. 4º da Lei n. 9.099/95 (a qual é aplicada de forma subsidiária), vedada a aplicação da Lei dos Juizados Federais no juízo estadual (neste sentido decidiu o STJ no RMS 18.433-MA e CC 46672-MG).
	Honorários advocatícios
	Súmula 111 do STJ: “Os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem sobre as prestações vencidas após a sentença”.
	Coisa julgada previdenciária
	A jurisprudência admite que o benefício concedido judicialmente (Ex: auxílio-doença) pode ser cancelado administrativamente em caso de recuperação da capacidade laborativa (alguns benefícios previdenciários são essencialmente transitórios, como o auxílio-doença, de modo que a coisa julgada, de certa forma, é rebus sic stantibus).
	De outro norte, a regra constitucional da proteção previdenciária permite em determinadas hipóteses a desconsideração da eficácia plena da coisa julgada. Neste sentido: “O direito previdenciário não admite preclusão do direito ao benefício, por falta de provas: sempre será possível, renovadas estas, sua concessão” (AC 2001.04.01.075054-3. TRF da 4ª Região, 5ª Turma, Des. Fed. Antonio Albino Ramos de Oliveira, DJ 18/9/2002).
Justificação
Justificação Judicial: Nela, o juiz exerce a função de mero agente documentador. Não é cabível se postular nem a declaração, nem a constituição, nem condenação, nem execução, nem mandamento. É possível pedir unicamente a constituição de prova, a qual sequer será apreciada. Ou se julga procedente ou improcedente a justificação, considerando a sua capacidade de produzir os efeitos pretendidos pelo requerente nos termos no parágrafo único do artigo 866 do CPC. Desta forma, a justificação judicial não constitui início de prova material, podendo ser recusada pelo INSS, uma vez que inexiste manifestação judicial. Por tais motivos, inclusive chegou a se defender a possibilidade de o juiz recusar o seu processamento quando esta não estivesse acompanhada de indícios materiais, em face da pouca serventia do seu processamento.
Derradeiramente, vale lembrar que o INSS não pode cancelar benefício de aposentadoria por tempo de serviço para exigir novas provas do tempo de serviço reconhecido por meio de justificação administrativa devidamente homologada, eis que isto consubstancia-se em tentativa de reavaliação de provas e afronta à coisa julgada administrativa (TRF4, AC em MS nº 95.04.16535-4/RS, Rel. Juiz Nylson Paim de Abreu, 6ª T., um., j. em 30.10.97)
Trecho de acórdão do TRF4 sobre o tema: “A justificação judicial respaldada somente em depoimentos testemunhais colhidos que se limitaram tão-somente a afirmar o exercício da atividade referida pela autora, sem que seja acompanhada de substrato documental mínimo, contemporâneo aos fatos provados, não é suficiente para a comprovação do tempo de serviço” (TRF4, AC 2003.04.01.032611-0, Turma Suplementar, Relator Luís Alberto D'azevedo Aurvalle, D.E. 10/01/2007)
“É insuficiente a justificação com base na prova testemunhal. A justificação judicial é um procedimento de jurisdição voluntária que consiste na colheita avulsa de prova testemunhal, com o fito de ser utilizada em processo futuro, bem como em outras finalidades não contenciosas, limitando-se o magistrado à verificação das formalidades legais, sem adentrar no conteúdo da prova colhida” (AC 0002495-84.2003.4.01.3803/MG, Rel. Desembargador Federal Jirair Aram Meguerian, Conv. Juiz Federal Reginaldo Márcio Pereira (conv.), Primeira Turma,e-DJF1 p.173 de 29/06/2010)
Justificação Administrativa: art. 108 da Lei nº 8.213/91
A justificação administrativa constitui instrumento utilizado para suprir a falta ou insuficiência de documento ou produzir prova de fato ou circunstância de interesse dos beneficiários, perante a Previdência Social (art. 142 do Dec. 3.048/99).
É um meio de prova de natureza administrativa, processada perante o próprio INSS. Este vai avaliar a prova produzida para verificar sua autenticidade. É procedimento subsidiário. Só será admitida na hipótese de ficar evidenciada a inexistência de outro meio capaz de comprovar a verdade do fato alegado.
O Decreto 3.048/99 vedou a tramitação da justificação administrativa como processo autônomo, exigindo que seja parte de processo antecedente (art. 142, § 2º). Dessa forma, não pode ser processada isoladamente. Sua instrução passa a ser decorrente de processo de benefício, de averbação de tempo de serviço ou de Certidão de Tempo de Contribuição.
Não será admitida a justificação administrativa quando o fato a comprovar exigir registro público de casamento, de idade ou de óbito, ou de qualquer ato jurídico para o qual a lei prescreva forma especial.
Só será admitido o processamento da justificação administrativa na hipótese de ficar evidenciada a inexistência de outro meio capaz de configurar a verdade do fato alegado.
O interessado deverá apresentar início de prova material (provadocumental contemporânea ao fato alegado), devendo ser apresentado um ou mais indícios como marco inicial e outro como marco final, que possam levar à convicção do que se pretende comprovar.
Se no decorrer do processamento da justificação administrativa ficar evidenciado que a prestação do serviço se deu sem relação de emprego, será feito o reconhecimento da filiação na categoria de autônomo, com obrigatoriedade do recolhimento das contribuições.
No caso de comprovação de tempo de contribuição, é dispensado o início de prova material quando houver ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito. O motivo de força maior ou caso fortuito deverá ser comprovado através de certidão do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Boletim de Ocorrência Policial, conforme o caso. Da ocorrência policial deverão constar registros que evidenciem que a empresa foi atingida pelo sinistro (endereço, setores atingidos, documentação destruída, danos causados, etc).
O laudo de exame grafotécnico/datiloscópico, somente será aceito se apresentados os documentos originais que serviram de base para a realização do exame, para verificação sobre sua aceitação como início de prova material para fins de processamento de justificação administrativa.
A homologação da justificação administrativa quanto à forma e ao mérito é de competência da autoridade que autorizou o seu processamento. Cabe ao processante apenas fazer relatório sucinto do que colheu sobre os fatos, opinando conclusivamente sobre a prova produzida, isto é, se foram confirmados, ou não, os fatos alegados, não sendo de sua competência analisar o início de prova material apresentado.
De acordo com o art. 147 do Decreto 3048/99, não caberá recurso da decisão da autoridade competente do INSS que considerar eficaz ou ineficaz a justificação administrativa.
TEMPO DE SERVIÇO E TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
	De início, é bom explicar que apesar de o tópico ser relativo à prova do “tempo de serviço”, desde a EC 20/98 o correto é falar em tempo de contribuição (os artigos 59 e 60 do Decreto 3.048/99, que regulamenta a Lei 8.213/91, já utilizam a nomenclatura “tempo de contribuição”; no entanto, a própria Lei, no artigo 55, mantém a redação original, com a expressão “tempo de serviço”).
Considera-se tempo de contribuição o tempo, contado de data a data, desde o início até a data do requerimento ou do desligamento de atividade abrangida pela previdência social, descontados os períodos legalmente estabelecidos como de suspensão de contrato de trabalho, de interrupção de exercício e de desligamento da atividade (artigo 59 do Dec. 3.048/99).
	Comprovação do tempo de serviço
O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida em Regulamento (art. 60, Decreto 3048/99) - LBPS, art. 55, compreendendo: 
	(a) o tempo de serviço correspondente às atividades de qualquer das categorias de segurados obrigatórios, mesmo que anterior à perda da qualidade de segurado;
- Súmula 18 da TNU: “Provado que o aluno aprendiz de Escola Técnica Federal recebia remuneração, mesmo que indireta, à conta do orçamento da União, o respectivo tempo de serviço pode ser computado para fins de aposentadoria previdenciária”.
- Lembrar do artigo 3º da Lei 10.666/03, que permite a contagem de períodos não subsequentes como tempo de serviço/contribuição, para o caso de concessão de aposentadoria por tempo de contribuição e especial: “A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial”. 
“Este Tribunal e o Superior Tribunal de Justiça - STJ firmaram entendimento no sentido da não-exigência de simultaneidade do implemento dos requisitos (idade mínima e carência) para obtenção da aposentadoria por idade” (TRF1, AMS 2003.38.00.063999-1/MG, Rel. Desembargadora Federal Neuza Maria Alves Da Silva, Segunda Turma,e-DJF1 p.145 de 30/09/2010)
	(b) o tempo de serviço militar, inclusive voluntário, e o previsto no § 1º do art. 143 da Constituição Federal, ainda que anterior à filiação ao Regime Geral da Previdência Social, desde que não tenha sido contado para inatividade remunerada nas Forças Armadas ou aposentadoria no serviço público;
“2. Devem ser consideradas, para fins de aposentadoria, a data da incorporação do autor ao serviço militar obrigatório e a data da licença, constantes no Certificado de Reservista, considerando que neste período o segurado esteve à disposição do exército.
3. O segurado trabalhou por 8 horas diárias na Empresa Furnas Centrais Elétricas, na condição de aluno-aprendiz, percebendo remuneração e recebendo o mesmo tratamento de funcionários com vínculo empregatício. O tempo laborado como aluno-aprendiz a empresa Furnas deve ser reconhecido para averbação, consoante reiterados precedentes deste Tribunal” (AC 0022180-88.2003.4.01.9199/MG, Rel. Desembargador Federal Carlos Olavo, Conv. Juiz Federal Guilherme Mendonça Doehler (conv.), Primeira Turma,e-DJF1 p.72 de 17/03/2010)
	(c) o tempo intercalado em que esteve em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez;
	
“No cálculo da aposentadoria por invalidez, quando precedida de auxílio-doença, será utilizado o salário-de-benefício do auxílio-doença como salários-de-contribuição para a determinação do valor da RMI do novo benefício de aposentadoria, consoante o disposto no § 5º do art. 29 da Lei 8.213/91, utilizando-se o período de gozo do auxílio-doença na apuração do tempo de serviço” (AC 0028270-10.2006.4.01.9199/MG, Rel. Desembargador Federal Jirair Aram Meguerian, Conv. Juiz Federal Francisco Neves Da Cunha (conv.), Primeira Turma,e-DJF1 p.7 de 20/07/2010)
	(d) o tempo de contribuição efetuado como segurado facultativo;
“2. Nos termos do art. 2º, I, c/c art. 5º da Lei n. 3.870/60, vigente na época dos fatos, os estagiários não são segurados obrigatórios da Previdência Social, uma vez que não exercem atividade laborativa propriamente dita.
3. Para fins de contagem de tempo de serviço, o art. 32, § 2º, da Lei n. 3.807/60 exigia a indenização das contribuições não recolhidas, na condição de segurado obrigatório ou contribuinte facultativo.
4. Apenas com a edição da Lei n. 5.890/73, o estagiário ou bolsista passou a ser considerado segurado facultativo da Previdência Social.
5. No caso dos autos, a autora pretende averbar tempo de serviço prestado como estagiário no período de 01/03/1971 a 20/03/1973, sem a correspondente indenização das contribuições, o que não encontra amparo na lei de regência.” (AC 0031051-47.1999.4.01.3800/MG, Rel. Desembargador Federal Carlos Olavo, Primeira Turma,e-DJF1 p.39 de 24/03/2010)
	(e) o tempo de serviço referente ao exercício de mandato eletivo, federal, estadual ou municipal, desde que não tenha sido contado para efeito de aposentadoria por outro regime de previdência social;
“2. Seja no regime pretérito, seja no regime da Lei 8.213/91, o servidor público não submetido a regime próprio sempre foi segurado obrigatório da previdência urbana. 
3. Com o advento da Lei 8.647/93 os ocupantes de cargo em comissão passaram a ser segurados obrigatórios do regime geral. 
4. Hipótese em que o demandante, como ocupante de cargo em comissão, não estava amparado por regime próprio de previdência, de modo que sua filiação ao regime geral de previdência era automática. Assim, as remunerações recebidas no período não podem ser ignoradas pelo INSS quando do cálculo da renda mensal inicial, sendo irrelevante o fato de o Município eventualmente não ter repassado contribuições para o INSS, haja vista que o recolhimento das contribuições previdenciárias é obrigação do empregador. 
5. Quanto à situação do titular de mandato eletivo municipal, estadual ou federal frente à Previdência Social, tem-se que a Lei nº 3.807/60, antiga Lei Orgânica da Previdência Social - LOPS, tanto em sua redação original quanto nas posteriores alterações, bem como a redação original da Lei 8.213/91, não previa como segurado obrigatório o titular de mandato eletivo.6. Apenas com a edição da Lei n. 9.506/97, que acrescentou a alínea h ao inciso I do art. 11 da Lei nº 8.213/91, o titular de mandato eletivo passou a ser considerado segurado obrigatório. Entretanto, dispositivo idêntico contido na Lei nº 8.212/91 foi julgado incidentalmente inconstitucional pelo STF, no Recurso Extraordinário nº 351.717/PR, Tribunal Pleno, DJ 21/11/2003, Rel. Min. Carlos Velloso, de forma que esse entendimento foi estendido para a Lei de Benefícios. 
7. Por fim, adveio a Lei nº 10.887/04, que, adequada à Emenda Constitucional nº 20/98, voltou a inserir uma alínea no inciso I do art. 11 da atual Lei de Benefícios - alínea j -, determinando que os detentores de mandato eletivo de todas as esferas sejam considerados segurados obrigatórios. 
8. Assim, até a Lei nº 10.887/04, o reconhecimento do labor como vice-prefeito para fins previdenciários exige a prova do recolhimento das contribuições respectivas; a partir de então, tal ônus passa ao encargo do respectivo Município.
9. Não se tratando o autor de segurado obrigatório do Regime Geral, nem sendo filiado, à época do exercício do mandato eletivo, a regime próprio de previdência, o cômputo do interstício em que trabalhou como vice-prefeito somente é possível mediante o pagamento das contribuições respectivas, cujo recolhimento não era de responsabilidade do Município respectivo.
10. Pedido rescisório procedente.”
(AR 0041262-52.2006.4.01.0000/MG, Rel. Desembargadora Federal Ângela Maria Catão Alves, Conv. Juiz Federal Miguel Ângelo Alvarenga Lopes (conv.), Primeira Seção,e-DJF1 p.43 de 18/06/2010)
	(f) o tempo de contribuição efetuado por segurado depois de ter deixado de exercer atividade remunerada que o enquadrava no art. 11 desta Lei (como segurado obrigatório);
	Importante ler os parágrafos do art. 55 da Lei 8.213/91:
	Com a EC 20/98 (seu art. 4º c/c § 10 do art. 40, da CF/88), passou a valer o tempo de contribuição efetivo para a Previdência Social para o cálculo dos benefícios e não mais o tempo de serviço. Entretanto, o tempo de serviço considerado pela legislação vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até que a lei discipline a matéria será contado como tempo de contribuição, exceto o tempo de serviço ou contribuição em dobro ou qualquer outra contagem de tempo fictício.
	Para o segurado empregado, trabalhador avulso e doméstico, é considerado tempo de serviço todo aquele em que houve relação de trabalho, independentemente das contribuições terem sido ou não recolhidas, cuja obrigação de recolhimento é dos empregadores (art. 30, I, a, V, Lei 8.212/91) sem prejuízo da respectiva cobrança e das sanções cabíveis (art. 34, I, Lei 8.213/91 e art. 33, § 5º, da Lei 8.212/91).
	Para os demais segurados (ex: facultativo), impõe-se a necessidade de comprovar as contribuições realizadas. Vale anotar que o contribuinte individual que preste serviço a empresa não está obrigado a recolher sua contribuição, que é retida pela pessoa jurídica (art. 4º da Lei 10.666/03)
Com relação ao contribuinte individual há cumulação de requisitos, ou seja, deve comprovar exercício de atividade laborativa determinante do vínculo obrigatório e comprovação do recolhimento das respectivas contribuições previdenciárias, salvo nos casos em que o contribuinte individual presta serviços a empresa e esta faz a retenção dos pagamentos (Lei 10.666/03, art. 4º - OBS: este artigo não se aplica ao contribuinte individual, quando contratado por outro contribuinte individual equiparado a empresa ou por produtor rural pessoa física ou por missão diplomática e repartição consular de carreira estrangeiras, e nem ao brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo - § 3º). Fica, todavia, o contribuinte individual que tem sua contribuição retida pela empresa contratante obrigado a complementar, diretamente, a contribuição até o valor mínimo mensal do salário-de-contribuição, quando as remunerações recebidas no mês, por serviços prestados a pessoas jurídicas, forem inferiores ao salário mínimo.
Quando se trata de tempo de serviço pretérito, onde houve o exercício da profissão sem o recolhimento das contribuições previdenciárias no momento oportuno, dispõe o art. 45-A da Lei 8.212/91 que “o contribuinte individual que pretenda contar como tempo de contribuição, para fins de obtenção de benefício no Regime Geral de Previdência Social ou de contagem recíproca do tempo de contribuição, período de atividade remunerada alcançada pela decadência deverá indenizar o INSS”.
Súmula 5 da TNU: “A prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o advento da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, devidamente comprovada, pode ser reconhecida para fins previdenciários”.
	
	O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior ao início da vigência da Lei 8.213/91 (novembro/91), será computado independentemente de recolhimento das contribuições a ele correspondentes, exceto para efeito de carência (§ 2º, do art. 55 da Lei 8.213/91). 
Súmula 24 da TNU: “O tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior ao advento da Lei nº 8.213/91, sem o recolhimento de contribuições previdenciárias, pode ser considerado para a concessão de benefício previdenciário do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), exceto para efeito de carência, conforme a regra do art. 55, §2º, da Lei nº 8.213/91”
Súmula 10 da TNU: “O tempo de serviço rural anterior à vigência da Lei nº. 8.213/91 pode ser utilizado para fins de contagem recíproca, assim entendida aquela que soma tempo de atividade privada, rural ou urbana, ao de serviço público estatutário, desde que sejam recolhidas as respectivas contribuições previdenciárias”.
	Não será computado, em regra, como tempo de serviço o já considerado para a concessão de qualquer aposentadoria prevista no regulamento ou por outro sistema de previdência social.
DESAPOSENTAÇÃO
	O TRF1 é favorável à tese da desaposentação, seguindo a mesma linha do STJ:
“PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA. RENÚNCIA. CONCESSÃO DE NOVO BENEFÍCIO. DESAPOSENTAÇÃO. POSSIBILIDADE. DIREITO PATRIMONIAL DISPONÍVEL. LEI Nº 8.213/1991, ART. 18, § 2º.
1. Consoante jurisprudência firmada pelas duas Turmas que compõem a Primeira Seção deste Tribunal, ressalvado o ponto de vista contrário do próprio relator, é possível a renúncia à aposentadoria por tempo de contribuição anteriormente concedida e a obtenção de uma nova aposentadoria, no mesmo regime ou em regime diverso, com a majoração da renda mensal inicial, considerando o tempo de serviço trabalhado após a aposentação e as novas contribuições vertidas para o sistema previdenciário.
2. Fundamenta-se a figura da desaposentação em duas premissas: a possibilidade do aposentado de renunciar à aposentadoria, por se tratar de direito patrimonial, portanto, disponível, e a natureza sinalagmática da relação contributiva, vertida ao sistema previdenciário no período em que o aposentado continuou em atividade após a aposentação, sendo descabida a devolução pelo segurado de qualquer parcela obtida em decorrência da aposentadoria já concedida administrativamente, por consistir em direito regularmente admitido. Precedentes do STJ.
3. Implantação do novo benefício, na ausência de requerimento administrativo, a partir da data do ajuizamento da ação.
4. As parcelas vencidas deverão ser compensadas com aquelas percebidas pela parte autora com a aposentadoria anterior desde a data de início do novo benefício e pagas acrescidas de correção monetária e juros de mora, na forma do Manual de Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução/CJF 134, de 21.12.2010.”
(TRF1, AC 0034317-56.2010.4.01.3800/MG, 1ª Turma, Rel. Des. Fed. NÉVITON GUEDES, julgado em 14/06/2012)
DESPENSÃO
	
Despensão é o pedido de desaposentação feito pela pensionista, na hipótese em que o instituidor continuou trabalhando e recolhendo contribuições após a sua aposentadoria (que deu origem à pensão). O objetivoda pensionista é a obtenção de uma aposentadoria mais vantajosa para o de cujus, com reflexos diretos no valor de sua pensão.
A matéria é abordada no livro de Frederico Amado, e praticamente não há jurisprudência a respeito. O TRF3 já decidiu que “não se trata de renúncia, uma vez que não se pretende deixar de receber benefício previdenciário, mas, sim, trocar a aposentadoria que era recebida pelo(a) segurado(a) falecido(a) por outra mais vantajosa, com reflexos na pensão por morte, o que fere o disposto no art. 18, § 2º, da Lei 8.213/91” (AC 00321443220104039999, 9ª Turma, Rel. Des. Fed. Marisa Santos, 24/11/2011).
No TRF2 me lembro de um único caso, em que participei da elaboração do voto, cujo pedido foi julgado improcedente (e mantido no Tribunal), tendo em vista a ausência de legitimidade da viúva para pleitear a renúncia à aposentadoria de seu falecido marido. É inconcebível que uma pessoa pretenda renunciar a um direito que não lhe pertence, e que, ao revés, configura direito personalíssimo de outra pessoa, ainda que se trate do seu falecido cônjuge. Mas é possível que no futuro a jurisprudência até venha a admitir essa possibilidade, porque no direito previdenciário a análise nunca é puramente técnica, e impera o “princípio do coitadinho”, que faz com que a jurisprudência atropele os conceitos jurídicos mais elementares e aceite qualquer coisa (criando o que eu chamaria de “princípio da bandalha”). Para ilustrar o que estou dizendo, segue abaixo recente precedente em que o STJ passou por cima da famosa Súmula 7 da Corte, procedendo a uma inusitada reanálise de provas, utilizando uma argumentação quase incompreensível:
“PREVIDENCIÁRIO. TRABALHO RURAL. RECONHECIMENTO. PROVA MATERIAL. INÍCIO. DEPOIMENTO TESTEMUNHAL A CORROBORAR O PERÍODO ALEGADO.
1. O início de prova material não se confunde com prova plena, mas sim meros indícios, que podem ser complementados com os depoimentos testemunhais.
2. Esta Corte Superior tem entendimento pacífico no sentido de que, ante as dificuldades encontradas pelo trabalhador rural em comprovar o tempo de serviço nas lides campesinas, o exame das provas colacionadas aos autos não encontra óbice na Súmula 7 do STJ, por consistir em devida revaloração do acervo probatório. (?????? Alguém entendeu isto ??????)
3. No caso dos autos, o Tribunal de origem desconsiderou: (a) o certificado de reservista, pois a profissão de lavrador foi escrita à mão, com legibilidade comprometida; (b) a certidão de casamento, pois registra a profissão do recorrente como carpinteiro; (c) a prova testemunhal não ter sido contraditória, pois todas as testemunhas foram unânimes em afirmar que trabalharam com a requerente - como bóia-fria.
Agravo regimental improvido.”
(AgRg no REsp 1310097/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/05/2012, DJe 29/05/2012)
2. PROVA DO TEMPO DE SERVIÇO:
Sem dúvida, a questão mais delicada no que concerne ao tempo de serviço diz respeito à sua prova. Relativamente aos meios probatórios admitidos, nosso CPC acolheu o princípio da liberdade objetiva dos meios de demonstração (art. 332). Vale dizer, são admitidos todos os meios, desde que cientificamente idôneos e moralmente legítimos. No que concerne à avaliação das provas, nosso Código de Processo Civil adotou o sistema da persuasão racional (art. 131 do CPC).
	Tratamento diferenciado é dispensado no § 3º do art. 55 da Lei 8.213/91, quando se cogita da comprovação do tempo laboral, pois aqui a prova, contrariando a regra geral, é tarifada: “A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta Lei, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no art. 108, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento”.
	INÍCIO DE PROVA MATERIAL.
“Com escusas pela obviedade, início de prova não é comprovação plena. É um começo. Didaticamente, parece o indício do direito penal, que é uma pista, vestígio, um fato (FERNANDES, Anníbal. Tempo de serviço – comprovação, in Repertório IOB de Jurisprudência – Trabalhista e Previdenciário, n. 17/95, p. 241 – grifamos).
Na prática, “início de prova material” é um documento (no caso de uma declaração escrita pelo ex-empregador, alguns a equiparam a uma prova testemunhal), preferencialmente contemporâneo à época dos fatos que se pretende comprovar, que funcione como um “indício” (a ideia é exatamente essa) de que o requerente trabalhou no período alegado. Se esse início de prova documental for corroborado pela prova testemunhal produzida em juízo, é o suficiente para que o benefício seja concedido, respeitando-se assim o art. 55, §3º, da Lei 8.213/91.
Súmula 149 do STJ: “A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade rurícola, para efeito de obtenção do benefício previdenciário” (apesar de a súmula se referir somente ao rurícola, o entendimento tem sido adotado também para o trabalhador urbano)
Súmula 34 da TNU: “Para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de prova material deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar”.
Súmula 14 da TNU: “Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício”.
Há alguma hipótese em que se admite a prova exclusivamente testemunhal para a comprovação do tempo de serviço?
Sim, “na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito” (parte final do art. 55, §3º, da Lei 8.213/91). Ex: todos os documentos comprobatórios do vínculo empregatício estavam no almoxarifado de uma empresa, que pegou fogo. Nesse caso admite-se a prova exclusivamente testemunhal (já peguei um caso assim na prática, não é lenda, isso ocorre mesmo).
DO INÍCIO DE PROVA EM NOME DE TERCEIROS:
A prova documental em nome de terceiros serve como início de prova material a ser estendida à pessoa que requer o benefício. 
Súmula 6 da TNU: “A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhador rural do cônjuge constitui início razoável de prova material da atividade rurícola”.
Súmula 9 da Turma Regional de Uniformização da 4ª Região: “Admitem-se como início de prova material, documentos em nome de integrantes do grupo envolvido no regime de economia familiar rural”.
	
Tendências da jurisprudência:
a) Declarações de ex-empregadores: As declarações de ex-empregadores reduzidas a escrito, destinadas a atestar que o segurado foi empregado, configuram, apenas, depoimento testemunhal, com a deficiência de não ter sido observado o contraditório. Contudo, o STJ já aceitou este tipo de prova para comprovar o tempo de serviço de empregada doméstica, pois “as declarações constantes do documento particular, escrito e assinado, ou somente assinado, presumem-se verdadeiras em relação ao signatário” (art. 368 do CPC).
b) Anotações constantes da CTPS: valem para todos os efeitos como prova de filiação à Previdência Social, relação de emprego, tempo de serviço e salários-de-contribuição (art. 19 do RPS). Entende-se que as anotações da carteira de trabalho representam o início de prova material escrita exigida pela lei, para fins de contagem de tempo de serviço, ainda que para período anterior ao da expedição do documento.
Súmula 31 da TNU: “A anotação na CTPS decorrente de sentença trabalhista homologatória constitui início de prova material para fins previdenciários”.
Súmula 12 do TST: “As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção ‘juris et de jure’, mas apenas ‘juris tantum’”
c) Reclamatória trabalhista: Na verdade, muitas reclamatórias trabalhistas são ajuizadas com desvirtuamento da finalidade, ou seja, não visam a dirimir controvérsia entre empregador e empregado, mas sim a obter direitos perante a Previdência Social. Em alguns casos há uma verdadeirasimulação, com o reconhecimento do vínculo empregatício por parte do empregador, em acordo com o empregado.
	O entendimento que prevalece hoje é de que “a sentença trabalhista pode ser considerada como início de prova material, mostrando-se hábil para a determinação do tempo de serviço previsto no artigo 55, § 3º, da Lei nº 8.213/1991, desde que fundada em elementos que evidenciem o exercício da atividade laborativa na função e períodos alegados na ação previdenciária, ainda que o INSS não tenha integrado a respectiva lide” (STJ, AgRg no REsp 1053909/BA, Rel. Ministro PAULO GALLOTTI, SEXTA TURMA, julgado em 19/08/2008).
	
Súmula 31 da TNU: “A anotação na CTPS decorrente de sentença trabalhista homologatória constitui início de prova material para fins previdenciários”.
d) Justificação (detalhada acima)
e) Documentos públicos nos quais conste a qualificação/profissão do requerente: o STJ tem aceito esses documentos como início de prova material do exercício de atividade rural.
Súmula 6 da TNU: “A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhador rural do cônjuge constitui início razoável de prova material da atividade rurícola”
“A Certidão de Óbito, na qual conste a qualificação do cônjuge da segurada como lavrador, serve como início de prova material para a comprovação da atividade rural, sendo possível o reconhecimento do labor rural no período posterior ao falecimento do de cujus, desde que a continuidade da atividade rural seja atestada por idônea e robusta prova testemunhal” (STJ, AgRg no AREsp 95.333/GO, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 07/08/2012)
“Verificando-se, na certidão de casamento, a profissão de rurícola do marido, e de se considerar extensível a profissão da mulher, apesar de suas tarefas domésticas, pela situação de campesinos comum ao casal” (STJ, AgRg no REsp 1309123/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/05/2012)
“Na esteira da sólida jurisprudência desta Corte, a qualificação profissional de lavrador ou agricultor, constante dos assentamentos de registro civil, constitui indício aceitável de prova material do exercício da atividade rural, nos termos do art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/1991, podendo, inclusive, produzir efeitos para período de tempo anterior e posterior nele retratado, desde que a prova testemunhal amplie a eficácia probatória referente ao período de carência legalmente exigido à concessão do benefício postulado” (STJ, AgRg no AREsp 67.393/PI, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 17/05/2012)
f) Documentos em nome do segurado: Para as famílias que laboram na agricultura em regime de economia familiar é comum que a documentação esteja inteiramente no nome do chefe da família, o patriarca. Esse fato não impede, por si só, que o tempo seja considerado, desde que corroborado pelos demais elementos de prova.
g) Fotografias: Havendo fotografias do segurado no exercício de atividade, tirada na época em que se postula o reconhecimento do tempo laboral, já se entendeu possível valorar a prova testemunhal produzida, desde que seja possível aferir a data aproximada da fotografia, e haja vinculação do segurado à atividade cujo desempenho se pretende comprovar.
h) Recibos de pagamento: Ao contrário das meras declarações de ex-empregadores, a existência de recibos de pagamento datados da época em que os salários foram quitados encontram boa aceitação da jurisprudência.
i) Registros nos livros obrigatórios de empresa ou serventia: No que tange aos lançamentos gráficos, efetuados em livros obrigatórios das empresas ou serventias, tem se entendido como adequados para constituir início de prova material.
j) Mandado de segurança: Não é o instrumento mais adequado para a discussão de questões relativas à comprovação do tempo de serviço, visto que inadmite dilação probatória. Essa é uma alegação bastante comum do INSS, a de que o mandado de segurança seria “via inadequada” para a discussão sobre o tempo de serviço. Contudo, em muitos casos é possível comprovar o tempo de contribuição através de prova exclusivamente documental (Ex: cópia da carteira de trabalho, laudos técnicos de exposição a agentes nocivos à saúde, etc). Nesses casos, é perfeitamente possível o manejo do mandado de segurança, pois não há necessidade de qualquer outra prova.
l) Tempo de serviço já averbado: Averbação é o registro em documento hábil do reconhecimento do tempo de filiação em atividade abrangida pela Previdência Social. Desta forma, a averbação de tempo de serviço, que é um ato administrativo vinculado, produz o efeito de garantir ao segurado que esse período será computado para fins de deferimento dos benefícios previdenciários do RGPS ou de outro regime mediante a contagem recíproca.
OBS: No que tange à prova do exercício da atividade rural, a jurisprudência tem entendido que, embora a Lei Previdenciária exija um início razoável de prova material, não sendo admitida a prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito – art. 55, § 3º, da Lei 8213/91, tal exigência, no caso dos trabalhadores rurais, deve ser relativizada, tendo em vista as peculiaridades que envolvem essa classe de trabalhadores, especialmente a categoria dos “bóias-frias” ou “safristas”. Esse entendimento, aliás, já tem sido proclamado tanto pelo TRF da 4ª Região quanto pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
OBS: CABIMENTO DA AÇÃO DECLARATÓRIA PARA RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO: Depois de alguma divergência inicial, a jurisprudência firmou o entendimento de que a ação declaratória é a via processual adequada para o reconhecimento do tempo de serviço, uma vez que o fim visado é justamente a declaração de uma relação jurídica que precisa ser aclarada, sendo inegável a necessidade da tutela jurisdicional para a satisfação da pretensão de direito material (matéria sumulada pelo STJ – Súmula nº 242 – “Cabe ação declaratória para reconhecimento de tempo de serviço para fins previdenciários”).
	3. CONTAGEM RECÍPROCA DE TEMPO DE SERVIÇO:
Os arts. 94-99 da LBPS vieram a estabelecer os critérios para a contagem recíproca e as respectivas compensações, e os arts. 125-135 do RPS dispõem acerca dessa matéria. 
A garantia da contagem recíproca de tempo de serviço passou, a partir da EC 20/98, a ser de tempo de contribuição, permitindo o cômputo para fins de aposentadoria, do período trabalhado no serviço público e daquele prestado na iniciativa privada, inclusive para o trabalhador urbano e rural, hipótese em que os diversos regimes de Previdência Social se compensarão financeiramente (§ 9º do art. 201 da Constituição Federal).
O benefício resultante de contagem de tempo de serviço será concedido e pago pelo sistema a que o interessado estiver vinculado ao requerê-lo, e calculado na forma da respectiva legislação (LBPS, art. 99). Poderá ser contado o tempo de serviço prestado à administração pública dos Estados e dos Municípios, desde que estes assegurem aos seus servidores a contagem de tempo de serviço em atividade vinculada ao regime geral da previdência social (LBPS, art. 95, § único).
A regulamentação legislativa definindo os critérios para a compensação financeira entre o Regime Geral de Previdência Social e os regimes de previdência dos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos casos de contagem recíproca de tempo de contribuição para efeito de aposentadoria, se deu com a Lei 9.796/99 e pelo Decreto 3.112/99.
O art. 2º da Lei nº 9.796/99 define regime de origem como aquele “regime previdenciário ao qual o segurado ou servidor público esteve vinculado sem que dele receba aposentadoria ou tenha gerado pensão para seus dependentes” e regime instituidor “o regime previdenciário responsável pela concessão e pagamento de benefício de aposentadoria ou pensão dela decorrente a segurado ou servidor público ou a seus dependentes com cômputo de tempode contribuição no âmbito do regime de origem”.
O tempo de contribuição ou de serviço, em caso de contagem recíproca, será computado de acordo com a legislação pertinente, observadas, entre outras, as normas previstas no art. 96 da Lei 8.213/91, quais sejam: “I – não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições especiais; II – é vedada a contagem de tempo de serviço público com o de atividade privada, quando concomitantes; III – não será contado por um sistema o tempo de serviço utilizado para concessão de aposentadoria pelo outro; IV – o tempo de serviço anterior ou posterior à obrigatoriedade de filiação à Previdência Social só será contado mediante indenização da contribuição correspondente ao período respectivo, com acréscimo de juros moratórios de 0,5% por cento ao mês, capitalizados anualmente, e multa de dez por cento”.
O art. 98 da Lei nº 8.213/91 estabelece que “Quando a soma dos tempos de serviços ultrapassar 30 (trinta) anos, se do sexo feminino, e 35 (trinta e cinco) anos, se do sexo masculino, o excesso não será considerado para qualquer efeito”.
Lembrar que a jurisprudência tem admitido a possibilidade de renúncia de aposentadoria concedida por um regime para fins de utilização do tempo de serviço para concessão de aposentadoria em outro regime mais vantajoso (é a tese da desaposentação, acolhida pelo TRF1 e pelo STJ).
É possível requerer a emissão de certidão de tempo de serviço para período fracionado?
“PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. SEGURADO JÁ APOSENTADO NO SERVIÇO PÚBLICO COM UTILIZAÇÃO DA CONTAGEM RECÍPROCA. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA JUNTO AO RGPS. TEMPO NÃO UTILIZADO NO INSTITUTO DA CONTAGEM RECÍPROCA. FRACIONAMENTO DE PERÍODO. POSSIBILIDADE. ART. 98 DA LEI N.º 8.213/91. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. 1. A norma previdenciária não cria óbice a percepção de duas aposentadorias em regimes distintos, quando os tempos de serviços realizados em atividades concomitantes sejam computados em cada sistema de previdência, havendo a respectiva contribuição para cada um deles. 2. O art. 98 da Lei n.º 8.213/91 deve ser interpretado restritivamente, dentro da sua objetividade jurídica. A vedação contida em referido dispositivo surge com vistas à reafirmar a revogação da norma inserida na Lei n.º 5.890/73, que permitia o acréscimo de percentual a quem ultrapassasse o tempo de serviço máximo, bem como para impedir a utilização do tempo excedente para qualquer efeito no âmbito da aposentadoria concedida. 3. É permitido ao INSS emitir certidão de tempo de serviço para período fracionado, possibilitando ao segurado da Previdência Social levar para o regime de previdência próprio dos servidores públicos apenas o montante de tempo de serviço que lhe seja necessário para obtenção do benefício almejado naquele regime. Tal período, uma vez considerado no outro regime, não será mais contado para qualquer efeito no RGPS. O tempo não utilizado, entretanto, valerá para efeitos previdenciários junto à Previdência Social” (STJ, RESP 200401363047, LAURITA VAZ, 5ª Turma, 30/05/2005)
CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM E VICE-VERSA
Na legislação anterior, permitia-se que o segurado que tivesse desenvolvido atividade comum e especial optasse por aposentadoria por tempo de serviço ou especial, quando os períodos deveriam ser convertidos para que ficasse viabilizada a sua soma dentro de um mesmo padrão. Todavia, desde a Lei 9.032/95, que alterou o antigo § 3º do artigo 57 da Lei 8.213/91, não é mais possível converter tempo comum em especial, sendo necessário que todo o tempo de serviço seja especial, se a intenção for requerer aposentadoria especial.
Contudo, continua sendo possível a conversão de tempo de serviço especial em comum. Em função do art. 28 da Lei 9.711/98 (“O Poder Executivo estabelecerá critérios para a conversão do tempo de trabalho exercido até 28 de maio de 1998...”), surgiu a controvérsia a respeito da possibilidade de conversão de tempo especial em comum após esse período (28 de maio de 1998). 
A TNU chegou a editar a (hoje cancelada) Súmula 16, com o seguinte teor: “A conversão em tempo de serviço comum, do período trabalhado em condições especiais, somente é possível relativamente à atividade exercida até 28 de maio de 1998 (art. 28 da Lei nº 9.711/98)”.
Prevalece, todavia, a posição do STJ, no sentido de que “permanece a possibilidade de conversão do tempo de serviço exercido em atividades especiais para comum após 1998, pois, a partir da última reedição da MP n.º 1.663, parcialmente convertida na Lei 9.711/1998, a norma tornou-se definitiva sem a parte do texto que revogava o referido § 5º do art. 57 da Lei n.º 8.213/1991.” (REsp 1.151.363/MG, Rel. Min. JORGE MUSSI, TERCEIRA SEÇÃO, DJe de 5/4/2011)
	COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE ESPECIAL.
Nos decretos que tratavam da aposentadoria especial, constata-se que as condições especiais - ensejadoras do direito à jubilação com um tempo de serviço menor do que o exigido para os demais trabalhadores - eram valoradas sob dois ângulos: as categorias profissionais, tais como engenheiros, químicos e motoristas de ônibus, nos quais presumia-se que o exercício dessas profissões sujeitava os trabalhadores a agentes nocivos (exposição presumida) e o rol de agentes insalubres cuja exposição, independente da profissão do segurado, daria o direito à aposentadoria especial. Com a edição da Lei nº 9.032/95, ainda era permitida a concessão de aposentadoria com base na relação de profissões do Decreto n.º 53.381/64. Entretanto, em face da alteração promovida no art. 57, em especial a nova redação do § 4º, também passou a ser necessária a demonstração da real exposição aos agentes nocivos, químicos, físicos, ou biológicos, passando-se a exigir de quem implementasse os requisitos após 29/04/95, além do antigo formulário denominado SB40, a apresentação de laudo técnico pericial.
Pelo § 3º do art. 57, reclama-se que a atividade não seja ocasional nem intermitente. O segurado deverá comprovar que estava submetido aos agentes agressivos de forma habitual e permanente, sob pena de não ser reconhecida a atividade como especial.
A utilização de equipamentos de proteção individual não descaracteriza a atividade como especial, salvo se do laudo constar que sua utilização neutraliza ou elimina a presença do agente nocivo. Com relação à utilização de EPI (equipamento de proteção individual) e EPC (equipamento de proteção coletivo), para o fim de descaracterizar a atividade realizada como especial, foi editada a Súmula 09 da TNU: “O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado”. 
Atenção para a Súmula 32 da TNU, cuja redação foi alterada no final de 2011: “O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é considerado especial, para fins de conversão em comum, nos seguintes níveis: superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto n. 53.831/64 e, a contar de 5 de março de 1997, superior a 85 decibéis, por força da edição do Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003, quando a Administração Pública reconheceu e declarou a nocividade à saúde de tal índice de ruído”
Em resumo, até a edição da Lei 9.032/95, bastava o enquadramento do segurado nos decretos que estabeleciam os tempos diferenciados para aposentação. Após essa lei, é necessária a comprovação de exposição aos agentes nocivos à saúde, por qualquer meio de prova, com o preenchimento dos formulários SB-40 e DSS-8030. A partir da MP 1.523/96, convertida na Lei 9.528/97, exige-se o laudo técnico para a comprovação de exposição aos agentes nocivos à saúde.
	TEMPO DE SERVIÇO DOS PROFESSORES:
	- Os professores sempre tiveram direito a aposentadoria por tempo de serviço em tempo reduzido, se comparado aos demais trabalhadores.
	- Desde a EC 20/98, os professores universitários não tem mais direito a aposentar-se com período reduzido: o benefício é para professores que comprovarem, exclusivamente, tempode efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
	- Súmula 726 do STF: “Para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora da sala de aula”.
	JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS
Onde houver JEF, a competência é absoluta para as causas de até 60 salários mínimos, observadas as exceções do §1º do art. 3º, da Lei 10.259/01.
A Justiça estadual julga as causas que decorram de acidente do trabalho contra o INSS. Isso significa que ela pode julgar auxílio-doença (decorrente de acidente do trabalho), auxílio-acidente (decorrente de acidente do trabalho), aposentadoria por invalidez (decorrente de acidente de trabalho), e até pensão por morte (se decorrer de acidente do trabalho – questão polêmica). Vale lembrar das hipóteses de doença profissional e doença do trabalho que também são da competência da Justiça Estadual.
Enunciado nº. 9 FONAJEF
Além das exceções constantes do § 1º do artigo 3º da Lei n. 10.259, não se incluem na
competência dos Juizados Especiais Federais, os procedimentos especiais previstos no
Código de Processo Civil, salvo quando possível a adequação ao rito da Lei n. 10.259/2001.
Enunciado nº. 22 FONAJEF
A exclusão da competência dos Juizados Especiais Federais quanto às demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos somente se aplica quanto a ações coletivas.	
Enunciado nº. 23 FONAJEF
Reconhecida a incompetência do Juizado Especial Federal, é cabível a extinção do processo, sem julgamento de mérito, nos termos do art. 1º da Lei n. 10.259/2001 e do
art. 51, III, da Lei n. 9.099/95, não havendo nisso afronta ao art. 12, § 2º, da Lei 11.419/06. (Nova redação – V FONAJEF)
Quanto ao valor da causa, o STJ entende que, quando há prestações vencidas e vincendas, há a necessidade do exame conjugado da Lei 10.259/01 e do art. 260, CPC (CC 46.732/MS).
Enunciado nº. 15 FONAJEF
Na aferição do valor da causa, deve-se levar em conta o valor do salário mínimo em
vigor na data da propositura de ação. 
Enunciado nº. 18 FONAJEF
No caso de litisconsorte ativo, o valor da causa, para fins de fixação de competência
deve ser calculado por autor.
Enunciado nº. 20 FONAJEF
Não se admite, com base nos princípios da economia processual e do juiz natural, o
desdobramento de ações para cobrança de parcelas vencidas e vincendas.
Ainda no que diz respeito ao valor da causa para determinação da competência, vislumbra-se a possibilidade de renúncia do crédito que exceder a 60 (sessenta) salários mínimos na data do ajuizamento da demanda, devendo a renúncia ser expressa.
Enunciado nº. 16 FONAJEF
Não há renúncia tácita nos Juizados Especiais Federais para fins de fixação de competência.
Enunciado nº. 17 FONAJEF
Não cabe renúncia sobre parcelas vincendas para fins de fixação de competência nos
Juizados Especiais Federais.
Pagamentos efetuados pelo INSS
Via de regra os pagamentos são feitos através de RPV (condenações até 60 salários mínimos). Quando a condenação superar este patamar, a via adequada é o precatório, podendo, também, haver renúncia do valor excedente para fins de recebimento em RPV.
Os pagamentos vencidos após a sentença até o trânsito em julgado constituem obrigação de fazer por parte do INSS, devendo ser pagas administrativamente. É o chamado complemento positivo.
Enunciado nº. 65 FONAJEF
As parcelas vencidas após a data do cálculo judicial podem ser pagas administrativamente, por meio de complemento positivo.

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