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Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 72 SUMÁRIO PÁGINA 1. Apresentação 01 2. Cronograma 02 3. Introdução 03 4. Disposições Preliminares 06 5. SISNAD – Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas 12 6. Das Atividades de Prevenção do Uso Indevido, Atenção e Reinserção Social de Usuários e Dependentes de Drogas 17 7. Da Repressão à Produção não Autorizada e ao Tráfico Ilícito de Drogas 31 8. Dos Crimes 34 9. Do Procedimento Penal 48 10. Da Instrução Criminal 53 11. Da cooperação Internacional 62 12. Bateria de Exercícios 65 APRESENTAÇÃO Olá caro Aluno, Saiu nosso esperado edital!!! É uma grande satisfação poder ministrar para vocês o curso de Legislação especial – Lei 11.343/2006 para o concurso da Polícia Federal. Houve um acréscimo de conteúdo em relação ao concurso anterior. Vamos abordar tudo aqui neste curso do Estratégia Concursos! Antes de tudo, gostaria de me apresentar. Sou Fernando Barletta, formado pela Escola Naval, tendo permanecido nas fileiras militares até o posto de Capitão-Tenente durante 14 anos. Hoje, sou Policial Federal, e desde então um admirador do Direito Penal, Processual e de Legislação Especial, atuando em outros cursos como, por exemplo, o Mestre dos concursos. Nossa corrida pelo melhor resultado não só dependerá de mim mais também de você, meu Aluno. E inserido nesse contexto de profunda relação acadêmica, lutaremos juntos para atingirmos o fim maior: SUA APROVAÇÃO!!! AULA 00(Demonstrativa): Lei 11.343/2006 Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 72 O último concurso foi realizado em 2009, para agente e escrivão. O concurso recebeu 114.738 inscrições. O cargo de agente recebeu 63.294 inscrições para 200 vagas (316,47 por vaga); e o de escrivão, 51.444 para 400 vagas (128,61 por vaga). Bom, trabalharei como se estivesse ministrando uma aula presencial para vocês, sem muita formalidade e longe dos exageros formais do Direito. Aqui serei bem claro, direto e objetivo. Nosso curso conterá exercícios, focando logicamente a banca CESPE. CRONOGRAMA Nosso cronograma já está pronto e será o seguinte: Aula Demonstrativa – Já disponível Tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes (Lei nº 11.343/06). Aula 01 - Já disponível O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal, nos casos de abuso de autoridade (Lei nº 4.898/1965). Aula 02 - Já disponível Definição dos crimes de tortura (Lei nº 9.455/1965). Aula 03 - Já disponível Estatuto do Desarmamento (Lei nº10.826/2003). Aula 04 - Já disponível Crimes Ambientais (Lei 9.605/98). Aula 05 - Já disponível Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1970). Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 72 Aula 06 – 20/03/2012 Lei nº 8.072/1990: Lei dos Crimes Hediondos. Lei nº 10.446/2002: infrações penais de repercussão interestadual ou internacional que exigem repressão uniforme. Aula 07 – 30/03/2012 Lei nº 7.102/1983: dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá outras providências. Aula 08 – 13/04/2012 Lei nº 10.357/2001: estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que direta ou indiretamente possam ser destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência física ou psíquica, e dá outras providências. Aula 09 – 22/04/2012 Lei nº 6.815/1980: define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigração. INTRODUÇÃO Com a criação da nova lei de entorpecentes, a 11.343 de 23 de agosto de 2006, esta aparece eivada de um tratamento mais responsável no que tange à matéria de tráfico e ao uso de entorpecentes. Sua interpretação está em consonância aos moldes sociais de nosso cotidiano, pois o ordenamento jurídico atual se adequa à variabilidade das questões sociais. A nova Lei de Drogas, de 23 de agosto de 2006, instituiu o SISNAD, e prescreve: Medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 72 Estabelece normas para repressão à produção não-autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; e Define crimes. Esta Lei, por tratar de um assunto que envolve a sociedade nos dias de hoje, traz a tona um contexto atual e que atinge diretamente a população e torna-se um objeto de grandes discussões. O preâmbulo da referida lei aparece da seguinte forma: Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. Mas porque falar do preâmbulo professor? Falo pelo fato da legislação ser objeto de grande debate e discussão por tratar de assuntos muito relevantes em nosso cotidiano, trazendo em seu texto finalidades bem definidas: A prevenção do uso indevido, atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas; Normas para a repressão à produção não autorizada; e Normas para a repressão ao tráfico ilícito de drogas. Você, meu aluno, tem que perceber que além destas finalidades expostas, a nova lei traz em seu preâmbulo a preocupação do tratamento referente ao “uso indevido”. Esse é o aspecto mais que inovador da nova Lei 11.343/06 em relação à antiga 6.368/76. É importante eu tecer alguns comentários previstos na Constituição Federal em relação ao tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins... ...mostrarei primeiramente dois incisos do art 5º da CF: Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 72 XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; A maioria da doutrinasempre coloca em evidência que a prática do tráfico ilícito de entorpecentes traz para o cidadão delinguente uma das consequências mais gravosa no ordenamento penal. A esse tipo de delito não cabe fiança, graça ou anistia. E de acordo com o inciso LI do art 5º, citado anteriormente, o tráfico ilícito de entorpecentes é o único crime que permite a extradição de brasileiro após ser naturalizado. E já que você, meu aluno, fará o concurso da Polícia Federal, não posso deixar de dar uma “palhinha” sobre o art. 144 da Constituição Federal... Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; (...) § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (...) II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; Então, perceberam? Uma das atribuições da Polícia Federal, dentre outras, é a de prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins. Essa competência se expande no caráter nacional, quando a repressão for interestadual; e internacional, quando a repressão ultrapassar os limites de nossas fronteiras. Então professor, não entendi!!! Para de sofrer meu aluno, vamos lá qual é a dúvida? Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 72 Se você, professor, falou que entre os Estados a competência também é da Polícia Federal...então porque as polícias dos Estados combatem o tráfico ilícito de drogas? Boa pergunta aluno...é o seguinte: As polícias estaduais fazem por delegação de atribuição o combate ao tráfico através de convênios entre a União e o Estado. A partir desse acordo prévio e por convênio, a prevenção e repressão ao tráfico ilícito de entorpecentes passa a ser concorrente com a Federal. Mas professor...isso é o tratamento aqui no Brasil!!! E como é tratado o tema de tráfico ilícito de entorpecentes no mundo afora? É...não vou me estender muito, mas necessito falar um sobre esse tratamento... Internacionalmente, a repressão ao uso e ao tráfico de drogas são normatizados pelos acordos, convenções e tratados. Foi no momento em que as substâncias eram usadas internacionalmente de maneira discriminada, que surgiu a necessidade de controlar o uso, o consumo e reprimir o tráfico através dos acordos entre os países. Ex: Convenção de Genebra de 1936; Convenção Única sobre Entorpecentes de 1961; Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional de 2000, mais conhecida como CONVENÇÃO DE PALERMO. Então, vamos começar a destrinchar os artigos da Lei? Iremos individualizar artigo por artigo, sempre buscando o entendimento da doutrina e jurisprudência correspondente. Vamos lá!!! DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes (grifo nosso). Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 72 especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União(grifo nosso). Após algumas décadas desde a vigência da Lei 6.368/76 e alguns anos da vigência da Lei 10.409/02, veio o a vigorar em nosso ordenamento jurídico a nova Lei de Drogas 11.343/06, revogando as anteriores, como prescreve o art. 75 da nova Lei de Drogas. Art. 75. Revogam-se a Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a Lei nº 10.409, de 11 de janeiro de 2002. Fazendo uma breve retrospectiva do combate ao trafico de entorpecentes e sobre a evolução das Legislações pertinentes podemos destacar dois momentos: 1º momento – A Lei 6368/76 trazia todos os crimes vinculados ao tráfico de entorpecentes e seu respectivo procedimento especial; 2º momento – Apareceu a Lei 10409/02 com o intuito basicamente de substituir a Lei 6368/76, onde este trazia também os crimes e seus respectivos procedimentos especiais; mas o Presidente da republica não sancionou por inteiro a Lei 10409/02, ficando em vigor apenas a parte do procedimento especial. Ou seja, ela revogou os procedimentos da Lei 6368/76 e recepcionou os crimes da mesma. Só que na prática as autoridades trabalhavam com o direito material da lei 6368/76 (crimes) e com o direito processual da lei 10409/02 (procedimento especial). Para acabar com o uso de duas leis diferentes para tratamento do mesmo assunto, veio a lei 11.343/06 que tratou dos crimes e do procedimento penal, revogando as duas anteriores. A Lei 11.343/06 instituiu o Sisnad – Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre drogas, que combinado ao Decreto nº 5.912 de 27 de setembro do ano de 2006, versa sobre toda a Política Pública sobre drogas. Sisnad, hoje, é a nova denominação do Sistema Nacional Antidrogas que era conceituado no art. 3º da Lei 6.368/76 combinado ao Decreto 3.696/00, que não mais estão em vigor. Assim, O antigo Sistema Nacional Antidrogas desde então passa a se chamar Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD), cuja finalidade vem descrita no TÍTULO II em seu art. 3º da nova Lei. A nova Lei aborda um novo mecanismo para o desenvolvimento, dentro da esfera política e social sobre as drogas, de uma política pública do Brasil sobre drogas. Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 72 Dando continuidade ao entendimento e evolução o Sisnad, este é composto por órgãos e entidades da Administração Pública que desenvolvem medidas de repressão à produção, ao uso e ao tráfico de entorpecentes. Além disso, atua no sentido de prevenir o uso indevido de drogas, desenvolvendo atividades de tratamento, recuperação e reinserção social de usuários e dependentes de drogas. Essa nova Lei apresenta uma visão inovadora no que tange a prevenção ao uso de drogas, através de uma educação e um tratamento aos usuários e aos dependentes. Somado a isso, traz em seu corpo um aumento das penas e a tipificação de novos crimes. Outra novidade é que o objeto material passa a ser a droga como descrito no parágrafo único do Art. 1º da Lei. Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União. O parágrafo único do art. 1º define o conceito de drogas para um fimlegal. A Lei em nenhum momento difere substância de produto, sendo assim, dá a entender que todo e qualquer tipo de material capaz de causar dependência no ser humano é caracterizado como droga. É claro, desde que esteja inserido em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União. Mas a Lei não traz em seu entendimento o conceito de substância e produto. Substância – é qualquer espécie de matéria formada por átomos de elementos específicos em proporções específicas. Cada substância possui um conjunto definido de propriedades e uma composição química. Elas também podem ser inorgânicas (como a água e os sais minerais)ou orgânicas (como a proteína, carboidratos, lipídeos, ácido nucleico e vitaminas). (fonte Wikipédia) Produto – é uma substância que forma-se como o resultado de reações químicas ou biológicas (em reações que são bioquímicas). (fonte Wikipédia) Assim, até o momento em que a União coloque em vigor uma lista atualizada como é citado no parágrafo único, é para considerar como drogas as substâncias entorpecentes constantes na Portaria SVS/MS nº 344/98 (Órgão Governamental vinculado ao Ministério da Saúde – Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 72 Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA), como elenca o art. 66 da Lei. Art. 66 Lei 11.343/06. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1o desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998. Sendo assim, somente a lei federal é que poderá enumerar em lista específica substâncias e produtos como tóxicos, pois trata de matéria penal e processual penal. A fundamentação está elencada no art. 22 da Constituição Federal, onde a competência é privativa da União. E a execução cabe ao Ministério da Saúde através de decreto ou portaria. Art.22 CF – Compete privativamente a União Legislar sobre: I – Direito Civil, comercial, PENAL, PROCESSUAL, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; É importante destacarmos que a Lei de Drogas continua sendo caracterizada uma norma penal em branco. Norma penal em branco - Modalidade em que o preceito é incompleto, devendo ser integrado por outra norma, geralmente ato administrativo. A matéria tem relevo para o efeito de caracterização da abolitio criminis, ou não, quando houver revogação ou modificação da norma integradora. saberjuridico.com.br. E segundo Celso Demando – “chamadas leis que não possuem definição integral, necessitando ser complementadas por outras leis, decretos ou portarias” – Código Penal Comentado, 3ª edição, pág 8. Então, caro aluno, fica o seguinte entendimento: A norma penal em branco necessitará de outro instrumento legal para entrar em vigor. Contudo, no caso específico da Lei 11.343/06, necessitará de outra lei, decreto do Poder Executivo ou ato administrativo do Governo Federal na área de saúde. (Prova: CESPE - 2009 - SEJUS-ES - Agente Penitenciário / Direito Penal / Lei nº 11.343- 2006 - Lei de Drogas; ) Em relação à legislação penal extravagante e aos crimes definidos na parte especial do Código Penal, julgue os itens a seguir. De acordo com a legislação que tipifica o tráfico ilícito e o uso indevido de drogas, são consideradas entorpecentes aquelas capazes de produzir dependência física ou psíquica, constantes nas relações publicadas em conjunto com a lei específica, por esta constituir norma penal em branco. Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 72 ( ) Certo ( ) Errado Certo Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso (grifo nosso). Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas (grifo nosso). O art. 2º e seu parágrafo único estabelecem a proibição das drogas por todo o território Nacional e qualquer forma de manejo ou exploração das mesmas, a não ser que haja uma autorização legal ou regulamentar como, por exemplo, sua utilização em rituais religiosos, aprovados pela Convenção de Viena. Na própria letra da lei do art. 2º buscaremos o significado das ações tidas como proibidas: Plantio - O plantio designa-se pela ação de semear, colocar na terra a semente para que a planta cresça e dê algum tipo de fruto; Cultivar – A cultura designa-se como a ação de trabalhar na terra para que ela possa fomentar o crescimento saudável de uma planta; Colher – A colheita designa-se como a ação de retirar os frutos de uma planta; Explorar – A exploração designa-se como o uso e desenvolvimento de métodos de pesquisas para o cultivo. Assim percebemos que o plantio, a cultura, a colheita e a exploração são de vegetais e substratos, que quando trabalhados e modificados de sua forma inicial, deles são extraídos produtos, substâncias e drogas ilícitas em geral. Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 72 Tal proibição das drogas, como regra, é em todo o território nacional alcançando também a matéria prima que cultivada, coletada, e explorada destina-se à obtenção de drogas. O próprio art. 2º caput traz um ressalva expressa ao uso de substâncias psicotrópicas de plantas de uso estritamente ritualístico- religioso: “(...) a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso”. Então a ressalva pode ser: Autorização legal ou regulamentar – é uma ressalva genérica que dependerá ainda de uma lei ou regulamento; Convenção de Viena – é uma ressalva específica, pois está elencada no próprio art. 2º caput. No parágrafo único dá a Lei uma possibilidade da União em autorizar o plantio, a cultura e a colheita de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas para uso exclusivo medicinal ou científico. Tal regulamentação deve conter dados do local onde serão executadas as atividades bem como o prazo para elaboração. Sobre a Convenção de Viena de 1971 – ONU – esta foi aprovada pelo Decreto Legislativo nº 90, de 05/12/1972, e promulgada pelo Decreto nº 79.388, de março de 1977, da Presidência da República. É importante salientar que em virtude do prescrito no art. 5º § 3º da CF combinado à emenda 45/04,a Convenção de Viena não se equipara a uma emenda constitucional. Art. 5º § 3º CF. Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). Ainda no contexto do art. 2º no que tange ao uso da terra para o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos que possam ser extraídas ou produzidas drogas, a Constituição Brasileira em Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 72 seu texto não só condena como também confisca a propriedade que usa a terra para aqueles fins. Art. 243 CF/88. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias. A Convenção de Viena em seu art 32-4 elencou reservas com veremos: Art 32 - 4 da Convenção de Viena – “Qualquer Estado em cujo território cresçam no estado selvagem plantas contendo substâncias inscritas na lista I e utilizadas tradicionalmente por certos grupos restritos bem determinados na ocasião de cerimônias mágicas ou religiosas, pode, na altura da assinatura da ratificação ou da adesão, fazer reservas sobre estas plantas no que se refere às disposições do artigo 7, exceto nas relativas ao comércio internacional”. Isso em função da própria norma não definir o que realmente se caracteriza como pequenos grupos, dando a entender que seja grupos onde se impera a afinidade e os graus de parentesco, inscritos em um mesmo molde social, prevalecendo as tradições hereditárias. Então, podemos dizer que a minoria destinatária dessa norma poderia, dentro do nosso contexto, ser os índios. A única coisa que se deve respeitar é a proibição do comércio internacional, contanto que o grupo seja pequeno, pois se houver religiões com multidões de fanáticos ou adeptos, a ela não cabe tal exceção ficando proibida a utilização das plantas descritas. DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS SISNAD Para começarmos a tecer algum comentário sobre SISNAD, é importante visualizarmos onde podemos encontrá-lo na lei. Seu conceito, instituição, finalidade, princípios, objetivos e sua composição estão previstos na Lei 11.343/06 em seus Títulos I e II. Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 72 Finalidade do SISNAD Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com: I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas; II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas. Terá o novo sistema criado pelo Poder Público, o SISNAD, a incumbência de tratar a questão sobre as drogas no âmbito da Política Nacional. O próprio art 3º caput se encarrega de verbalizar tais ações que desde então serão aplicadas por esse novo Sistema. FINALIDADES ARTICULAR INTEGRAR ORGANIZAR COORDENAR I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas; II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS PRINCÍPIOS DO SISNAD Art. 4º São princípios do Sisnad: I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade; II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes; III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados; IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad; Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 72 V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da participação social nas atividades do Sisnad; VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito; VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito; VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad; IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas; X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social; XI - a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas - Conad. O inciso V, que busca uma ação compartilhada entre Estado e Sociedade, visando a melhor maneira em se criar e aperfeiçoar as políticas públicas. Criando-se, dessa forma, um emaranhado de atividades que englobem o tema sobre drogas. No inciso VIII, a articulação entre os órgãos citados visa uma condição de aperfeiçoamento e acerto no que tange as atividades e projetos cujo tema são as drogas. No inciso XIX, a abordagem multidisciplinar diz respeito à abordagem da prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas, como também à a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas. Quando o último inciso fala sobre a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas – Conad, coloca esse órgão como principal dentro do SISNAD. Ele está previsto no Decreto nº 5912/06. Integram o SISNAD: I - o Conselho Nacional Antidrogas - CONAD, órgão normativo e de deliberação coletiva do sistema, vinculado ao Ministério da Justiça; (Redação dada pelo Decreto nº 7.426, de2010 (...) Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 72 Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos: I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;(grifo nosso) II - promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país; III - promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios; IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de que trata o art. 3o desta Lei. CAPÍTULO II DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS Art. 6º (VETADO) Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação central e a execução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no regulamento desta Lei. O interessante é que o art 3º do Decreto 5912/06 que regulamentou a Lei 11343/06, prevê a mesma coisa, e nele o Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas é que será o responsável pela orientação central e a execução descentralizada das atividades. Art. 3o A organização do SISNAD assegura a orientação central e a execução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal e, mediante ajustes específicos, estadual, municipal e do Distrito Federal, dispondo para tanto do Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas, unidade administrativa da Estrutura Regimental aprovada pelo Decreto no 5.772, de 8 de maio de 2006. Art. 8º (VETADO) CAPÍTULO III (VETADO) Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 72 Art. 9º (VETADO) Art. 10. (VETADO) Art. 11. (VETADO) Art. 12. (VETADO) Art. 13. (VETADO) Art. 14. (VETADO) CAPÍTULO IV DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS Art. 15. (VETADO) Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da União. A letra da Lei cria uma determinação obrigatória para as instituições de saúde e assistência social que venham a atender os usuários e os dependentes de drogas. O que se deve observar, sempre é a preservação da intimidade da pessoa e de sua família. Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo. O Poder Executivo deve estar a par de toda a dinâmica de informações referentes à repressão ao tráfico ilícito de drogas. Como o art. 17 cita em seu texto em relação aos dados estatísticos é importante dizer que no caso específico do Brasil, os dados oficiais sobre drogas são disponibilizados pelo Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas – OBID, órgão vinculado à Secretaria Nacional de Políticas sobre drogas – SENAD, da Presidência da República. Todos os órgãos Judiciais, Policiais, Alfandegários e Sanitários, que tratam de dados sobre a prevenção, fiscalização, controle e repressão ao tráfico ilícito de entorpecentes, devem manter atualizados os registros e as estatísticas sobre tais assuntos. Como sabemos, tais estatísticas servem como uma estrutura basilar para futuras tomadas de decisões e direcionamentos da política de prevenção, fiscalização e repressão ao tráfico ilícito a entorpecentes. Como o foco desta Lei é principalmente o desenvolvimento de atividades ligadas diretamente à prevenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, vamos nesta parte da Lei esmiuçar toda essa estrutura da política pública. Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 72 DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS CAPÍTULO I DA PREVENÇÃO Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de proteção. Então as atividades de prevenção do uso indevido de drogas são duas, a REDUÇÃO e o FORTALECIMENTO: Redução dos fatores de vulnerabilidade e risco; e Promover e fortalecer os fatores de proteção. A prevenção, em seu sentido estrito, significa afastar a perspectiva de acesso as drogas, não deixar que as pessoas, motivadas por inúmeros fatores, tenham algum tipo de contato com as drogas ou que façam uso da mesma. Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes: I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence; II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços que as atendam; III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido de drogas; IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias; V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas; VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados; VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em consideração as suas necessidades específicas; Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 72 VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares; IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida; X - o estabelecimento de políticasde formação continuada na área da prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino; XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas; XII - a observância das orientações e normas emanadas do Conad; XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas. Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda. CAPÍTULO II DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas. Pela definição são todas as atividades direcionadas à melhoria da qualidade de vida e a redução dos riscos e danos associados ao uso de drogas. Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais. Já as atividades de reinserção social são todas voltadas à integração e reintegração do usuário ou dependente em redes sociais. A integração é caracterizada quando um indivíduo sente-se inserido em determinado grupo por compartilhar seus regulamentos, sendo um primeiro contato com o grupo; enquanto na reintegração existe um pressuposto de retorno ao grupo, que no caso das drogas, consiste em realizar novamente a Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 72 integração dos antigos consumidores de drogas na comunidade, através de uma política social. ATIVIDADES DE ATENÇÃO AO USUÁRIO E DEPENDENTE DE DROGAS E FAMILIARES ATIVIDADES DE REINSSERÇÃO SOCIAL DO USUÁRIO E DEPENDENTE DE DROGAS E FAMILIARES Que vise à melhoria da qualidade de vida; e Que vise à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas. Aquelas direcionadas para sua integração; ou Direcionada para sua reintegração em redes sociais. Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes: É importante salientar que tanto as atividades de atenção quanto as de reinserção caminham quase que simultaneamente. Isso reforça ainda mais o entendimento da obrigatoriedade do Estado em desenvolver e colocar em prática a política de acompanhamento e proteção ao usuário, somado ao fator da reinserção desse usuário ao mundo social. I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer condições, observados os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social; Quando o inciso preceitua “direitos fundamentais da pessoa humana”, não podemos esquecer de relembrar o elencado na norma Constitucional. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III - a dignidade da pessoa humana; Combinado com... Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes Em relação à saúde e assistência social, o texto Constitucional não deixou de conceituar nos seguintes artigos. Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 72 Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos Os artigos elencados acima da Constituição Federal, por si só, já dizem tudo... II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades socioculturais; III - definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a inclusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde; O projeto terapêutico individualizado dedica-se exclusivamente à atenção e reinserção social basicamente para direcionar a reinserção social. IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais; V - observância das orientações e normas emanadas do Conad; VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas. Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada. As redes dos serviços sociais que integram a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, através do Sistema único de Saúde – SUS, previsto no art 195 § 10 da CF. § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão conceder benefícios às instituições privadas que desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão oficial. Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 72 Esse é um meio pelo qual setores da política pública utilizam para que o setor privado não despreze o usuário e o dependente de drogas, visto que o trabalho é a melhor maneira de reinserção ao meio social. Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas poderão receber recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária e financeira. Então, parcela das entidades civis poderá receber algum tipo de apoio por partedo Governo se trabalhar em prol do atendimento aos usuários e dependentes de drogas. São elas: Instituições privadas - poderão receber benefícios da União, Estado, Distrito dos Municípios se desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho. Instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social – poderão receber recursos do Funad. Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário. É notório que o simples fato do usuário e o dependente de drogas estar cumprindo pena privativa de liberdade ou submetido à medida de segurança, não lhe tira o direito de ser assistido através do Sistema de Saúde. Além disso, a própria Lei de Execução Penal – LEP - em sua redação preceitua: Art. 11 da LEP. A assistência será: I - material; II - à saúde; III -jurídica; Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 72 IV - educacional; V - social; VI - religiosa. Art. 14 da LEP. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico. Assistência à saúde compreende: Médico; Farmacêutico; e Odontológico. DOS CRIMES E DAS PENAS Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor. O primeiro ponto que devemos saber e que difere da antiga lei é o fato que usuário não é mais condenado à privativa de liberdade. A doutrina dominante considera este entendimento da lei como importante, pois o usuário não representa para a sociedade um perigo iminente, apesar de ajudar a financiar o tráfico de drogas. O interessante é que apesar do substantivo usuário constar no rol incriminador “DOS CRIMES E DAS PENAS”; para um usuário que após tratamento e reeducação insistir em fazer uso de substância proscrita, fica isento da pena privativa de liberdade. AS PENAS PODERÃO SER APLICADAS ISOLADA CUMULADA A nova legislação retirou o usuário de drogas da conseqüência prisional, sendo assim, percebeu que seria melhor dar-lhe condições para o seu tratamento e a sua ressocialização. Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 72 Não se pode afirmar que o simples fato de o usuário não poder ser preso, não quer dizer que sua conduta deixou de ser crime. Digo pela análise do art 5º XVLI da CF, pois iremos perceber que existe outras penas como conseqüência de atitudes criminosas. XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; Retornando ao previsto no art. 27, ao consumidor de drogas poderá ser aplicada isoladamente ou cumulativamente advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Professor, como é decidido o tipo de sanção? Quem for julgar deverá basear-se no art. 59 do Código Penal: Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime I - as penas aplicáveis dentre as cominadas Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Da maneira que está descrito o tipo penal do art.28, o “uso” não configura conduta típica. Este artigo condena quem: Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 72 Adquirir; Guardar; Tiver em depósito; Transportar; Trouxer consigo; Para consumo pessoal Semear; Cultivar; e Colher. Ainda dentro do contexto do núcleo do tipo destacado acima, observa-se que as condutas descritas apresentam como finalidade a droga, pois neste artigo, diferente do objetivo que iremos ver no art. 33, visa o agente o consumo pessoal. Trata-se, no entanto, de um crime de pequeníssimo potencial ofensivo. Ao crime do usuário admite-se a transação penal da Lei 9099/95 e o impedimento de prisão em flagrante, previsto no art. 48 desta lei. Art 48 § 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. Art. 48 § 5º Para os fins do disposto noart. 76 da Lei no 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta. Alguns destaques do art. 28: Sujeito ativo – qualquer do povo; Sujeito passivo – é a sociedade; Objeto material – droga; A não conseqüência da punição de pena privativa de liberdade já estava prevista na Convenção de Viena em seu art. 22, b. ARTIGO 22 Disposições Penais b) Não obstante a alínea precedente, quando dependentes de substâncias psicotrópicas houverem cometido tais delitos, as partes poderão tomar providências para que, como uma alternativa à condenação ou pena ou como complemento à pena, tais dependentes sejam submetidos a medidas de tratamento, pós-tratamento, educação, reabilitação e reintegração social, em conformidade com o parágrafo 1 do artigo 20. Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 72 O STF se pronunciou da seguinte forma: (Supremo Tribunal Federal, RE 430.105-9-RJ) preceitua que há crime, retirando apenas as penas privativas de liberdade (detenção ou reclusão), e não originou o abolitio criminis. O entendimento do STF foi que existe a despenalização. Não houve a descriminalização do art.28 caput. Continua sendo considerado crime em nosso ordenamento. A Turma, resolvendo questão de ordem no sentido de que o art. 28 da Lei 11.343/2006 (Nova Lei de Tóxicos) não implicou abolitio criminis do delito de posse de drogas para consumo pessoal,então previsto no art. 16 da Lei 6.368/76, julgou prejudicado recurso extraordinário em que o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro alegava a incompetência dos juizados especiais para processar e julgar conduta capitulada no art. 16 da Lei 6.368/76. Considerou-se que a conduta antes descrita neste artigo continua sendo crime sob a égide da lei nova, tendo ocorrido, isto sim, uma despenalização, cuja característica marcante seria a exclusão de penas privativas de liberdade como sanção principal ou substitutiva da infração penal. Afastou-se, também, o entendimento de parte da doutrina de que o fato, agora, constituir-se-ia infração penal sui generis, pois esta posição acarretaria sérias conseqüências, tais como a impossibilidade de a conduta ser enquadrada como ato infracional, já que não seria crime nem contravenção penal, e a dificuldade na definição de seu regime jurídico. Ademais, rejeitou-se o argumento de que o art. 1º do DL 3.914/41 (Lei de Introdução ao Código Penal e à Lei de Contravenções Penais) seria óbice a que a novel lei criasse crime sem a imposição de pena de reclusão ou de detenção, uma vez que esse dispositivo apenas estabelece critério para a distinção entre crime e contravenção, o que não impediria que lei ordinária superveniente adotasse outros requisitos gerais de diferenciação ou escolhesse para determinado delito pena diversa da privação ou restrição da liberdade. Aduziu-se, ainda, que, embora os termos da Nova Lei de Tóxicos não sejam inequívocos, não se poderia partir da premissa de mero equívoco na colocação das infrações relativas ao usuário em capítulo chamado "Dos Crimes e das Penas". Por outro lado, salientou-se a previsão, como regra geral, do rito processual estabelecido pela Lei 9.099/95. Por fim, tendo em conta que o art. 30 da Lei 11.343/2006 fixou em 2 anos o prazo de prescrição da pretensão punitiva e que já transcorrera tempo superior a esse período, sem qualquer causa interruptiva da prescrição, reconheceu-se a extinção da punibilidade do fato e, em conseqüência, concluiu-se pela perda de objeto do recurso extraordinário. RE 430105 QO/RJ, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 13.2.2007. (RE-430105) Podemos verificar que não está prevista a prisão para o usuário de drogas. Este, deverá ser encaminhado para o juizado criminal, e nas comarcas onde não existir plantão, aí sim, deve-se conduzir à autoridade policial. Mas não podemos confundir...a captura é feita pela polícia, sendo que esta não lavrará prisão em flagrante e sim um termo circunstanciado, que será enviado ao Juizado Criminal. § 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 72 Aos que apresentam alguma dessas condutas também são submetidos ao caput do art. 28. Semeia Cultiva para consumo pessoal Colhe ( Prova: TJ-DFT - 2007 - TJ-DF - Juiz - Objetiva.2 / Direito Penal / Lei nº 11.343-2006 - Lei de Drogas; ) Qual o entendimento do Supremo Tribunal Federal relativamente ao art. 28 da Lei n. 11.343/2006 (Nova Lei de Tóxicos)? a) Implicou abolitio criminis do delito de posse de drogas para consumo pessoal. b) A posse de drogas para consumo pessoal continua sendo crime sob a égide da lei nova, tendo ocorrido, contudo, uma despenalização, cuja característica marcante seria a exclusão de penas privativas de liberdade como sanção principal ou substitutiva da infração penal. c) Pertence ao Direito penal, mas não constitui "crime", mas uma infração penal sui generis; houve descriminalização formal e ao mesmo tempo despenalização, mas não abolitio criminis. d) Não pertence ao Direito penal, constituindo-se numa infração do Direito judicial sancionador, seja quando a sanção alternativa é fixada em transação penal, seja quando imposta em sentença final (no procedimento sumaríssimo da Lei dos Juizados), tendo ocorrido descriminalização substancial (ou seja: abolitio criminis). Letra B (Prova: CESPE - 2011 - PC-ES - Delegado de Polícia - Específicos / Direito Penal / Lei nº 11.343-2006 - Lei de Drogas; ) Julgue os itens seguintes, referentes aos dispositivos aplicáveis ao tráfico ilícito e ao uso indevido de substâncias entorpecentes. A conduta de porte de drogas para consumo pessoal possui a natureza de infração sui generis, porquanto o fato deixou de ser rotulado como crime tanto do ponto de vista formal quanto material. ( ) Certo ( ) Errado Errado Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 72 Acerca das modificações penais e processuais penais introduzidas pela Lei n.º 11.343/2006 - Lei de Tóxicos – com relação à figura do usuário de drogas, assinale a opção correta. a) A conduta daquele que, para consumo pessoal, cultiva plantas destinadas à preparação de substância capaz de causar dependência física ou psíquica permanece sem tipificação. b) É possível, além das penas de advertência, prestação de serviços à comunidade ou medida educativa, a imposição de pena privativa de liberdade ao usuário de drogas. c) O porte de drogas tornou-se infração de menor potencial ofensivo, estando sujeito ao procedimento da Lei n.º 9.099/1995, que dispõe sobre os juizados especiais criminais. d) Poderá ser imposta ao usuário de drogas prisão em flagrante, devendo o autuado ser encaminhado ao juízo competente para que este se manifeste sobre a manutenção da prisão, após a lavratura do termo circunstanciado. Letra C ( Prova: CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado - 3 - Primeira Fase / Direito Penal / Lei nº 11.343-2006 - Lei de Drogas; ) Com relação à legislação referente ao combate às drogas, assinale a opção correta. a) O agente que, para consumo pessoal, semeia plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância capaz de causar dependência psíquica pode ser submetido à medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. b) O agente que tiver em depósito, para consumo pessoal, drogas sem autorização poderá ser submetido à pena de reclusão. c) O agente que transportar, para consumo pessoal, drogas em desacordo com determinação legal poderá ser submetido à pena de detenção. d) O agente que entregar a consumo drogas, ainda que gratuitamente, em desacordo com determinação legal, pode ser submetido à pena de advertência sobre os efeitos das drogas. Letra A - Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. § 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br28 de 72 A avaliação poderá ser feita inicialmente perante a autoridade policial quando o usuário lhe for apresentado, assim, podendo diferenciá- lo entre usuário ou traficante, apesar da palavra final ser da autoridade judicial. Em qualquer das esferas (policial / judiciária) a avaliação deve ser motivada. Mas quais são os critérios de avaliação professor? São os seguintes: Natureza; Quantidade da substância apreendida; Local e às condições em que se desenvolveu a ação; Circunstâncias sociais e pessoais; e Conduta e aos antecedentes do agente. § 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses (Prova: FCC - 2010 - SJCDH-BA - Agente Penitenciário / Direito Penal / Lei nº 11.343- 2006 - Lei de Drogas; ) É certo que a pena de prestação de serviços à comunidade, à qual poderá ser submetido aquele que guarda drogas para consumo pessoal, a) será cumprida em entidades educacionais que se ocupem, exclusivamente, da recuperação de dependentes de drogas. b) prescreve em um ano. c) será aplicada pelo prazo máximo de cinco meses. d) será aplicada pelo prazo máximo de um ano, em caso de reincidência. e) não poderá ser aplicada cumulativamente com a pena de advertência. Letra C Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 72 § 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. Se houver reincidência 10 (dez) meses § 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. § 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: I - admoestação verbal; II - multa. (Prova: CESPE - 2011 - PC-ES - Escrivão de Polícia - Específicos / Direito Penal / Lei nº 11.343-2006 - Lei de Drogas; ) Com relação à legislação especial, julgue o item que se segue. Caso, em juízo, o usuário de drogas se recuse, injustificadamente, a cumprir as medidas educativas que lhe foram impostas pelo juiz, este poderá submetê-lo, alternativamente, a admoestação verbal ou a pagamento de multa. ( ) Certo ( ) Errado A letra da lei diz sucessivamente e não alternativamente. Errado Caso ainda o agente se recuse de qualquer medida educativa perante o juízo, ainda assim o juiz poderá submetê-lo a admoestação verbal e multa. § 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. Todo o aparato é disponível ao agente para a sua recuperação e ressocialização. (Prova: CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado - 3 - Primeira Fase / Direito Penal / Lei nº 11.343-2006 - Lei de Drogas; ) Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 72 Com relação à legislação referente ao combate às drogas, assinale a opção correta. a) O agente que, para consumo pessoal, semeia plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância capaz de causar dependência psíquica pode ser submetido à medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. b) O agente que tiver em depósito, para consumo pessoal, drogas sem autorização poderá ser submetido à pena de reclusão. c) O agente que transportar, para consumo pessoal, drogas em desacordo com determinação legal poderá ser submetido à pena de detenção. d) O agente que entregar a consumo drogas, ainda que gratuitamente, em desacordo com determinação legal, pode ser submetido à pena de advertência sobre os efeitos das drogas. Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Letra A Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6o do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo. De acordo com o Código Penal, em seu art.60, o valor dia-multa está ligado á capacidade econômica do agente. Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6o do art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas. FUNAD - responsável por estabelecer critérios e implementar a justa reversão do patrimônio obtido ilicitamente em atividades de tráfico de drogas ou a elas associada, em favor da sociedade. As informações sobre o Funad estão disponíveis no site da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas: www.senad.gov.br (FONTE. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA) Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 72 Devemos prestar a máxima atenção nas questões de prova que envolva esse tema, pelo fato de que no Código Penal as demais multas, que não sejam originadas da arrecadação de drogas, tem outro destino. Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal. Nos delitos que envolvam usuários de drogas a letra da lei utilizou um prazo padrão de 2 anos para a prescrição tanto da punição quanto para a execução da pena. DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais. É lógico, meu aluno, que numassunto como este o Estado quer ter o controle total acerca da movimentação e do manuseio dessas substâncias. Para se ter o controle de todas as atividades que tem relação com as drogas, a legislação determina a licença prévia. Como a Lei em questão é considerada um norma penal em branco, é responsabilidade do órgão vinculado ao Ministério da Saúde enumerar as drogas que serão proibidas, assegurando a conferência da respectiva licença. É muito mais fácil se alterar uma portaria da Anvisa do que uma lei Federal. Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelas autoridades de polícia judiciária, que recolherão quantidade suficiente Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 72 para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova. Mais uma vez também está previsto na Convenção de Viena: Art. 22.3. Qualquer substância psicotrópica, ou outra substância, ou qualquer equipamento utilizado ou destinado a ser utilizado na prática de qualquer dos delitos mencionados nos parágrafos 1 e 2, será sujeito a apreensão e confisco. § 1o A destruição de drogas far-se-á por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, guardando-se as amostras necessárias à preservação da prova. § 2o A incineração prevista no § 1o deste artigo será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público, e executada pela autoridade de polícia judiciária competente, na presença de representante do Ministério Público e da autoridade sanitária competente, mediante auto circunstanciado e após a perícia realizada no local da incineração. A autorização pode ser no inquérito ou em autos apartados, mas é o meio que permite a incineração. § 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama. Para a queima da plantação, não necessita de nenhuma autorização como no caso das drogas. A queima deve ser quase que instantânea. Ao se comentar sobre o Decreto 2611/98 diz-se respeito ao art. 27 do Código Florestal: Art. 27. É proibido o uso de fogo nas florestas e demais formas de vegetação. Parágrafo único. Se peculiaridades locais ou regionais justificarem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou florestais, a permissão será estabelecida em ato do Poder Público, circunscrevendo as áreas e estabelecendo normas de precaução. (Regulamento). Esse artigo diz exatamente como devem ser realizadas as queimadas. Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 72 § 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor. Art. 243 CF. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias Obs: A expropriação é feita em processo separado.. Quando o preceito legal ressalta a pessoa “autoridade policial”, esta diz respeito ao Delegado de Polícia, pessoa com atribuiãode presidir o inquérito policial. O recolhimento de quantidade para o exame pericial fica a cargo do perito em uma quantidade não estipulada por lei. A formalização com o Auto de Levantamento deve conter todas as atividades e circunstâncias que possam especificar o exato lugar da plantação, as condições em que se encontrava, a extensão, dentre outros. INCINERAÇÃO Plantações ilícitas de drogas Imediatamente destruídas Quem destrói? Polícia judiciária competente Tudo é formalizado no... Auto de levantamento Destruição das drogas Por meio de INCINERAÇÃO Prazo máximo 30 dias Quem autoriza a incineração Autoridade judicial A incineração deve ser na presença de quem? De representante do Ministério Público e da autoridade Sanitária Queimadas das plantações Proteger o meio ambiente Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 72 DOS CRIMES Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Temos aí um crime com vários núcleos verbais, sendo importante dizer que permaneceram os dezoitos verbos que existia na lei antiga. Por um lado a Lei 11343/06 beneficiou os usuários enquanto que para os traficantes foi imposta uma pena mais severa com uma duração maior ainda e com respectiva majoração das multas. Sujeito ativo – Qualquer pessoa Sujeito passivo – a sociedade Bem jurídico – saúde pública AÇÕES DO TIPO IMPORTAR Entrar com droga no Brasil EXPORTAR Sair com a droga do Brasil REMETER Movimentação da droga para outra pessoa dentro do Brasil PREPARAR É manuseio da substância para obter a droga PRODUZIR Fabricar FABRICAR Utilização mecânica para obter a droga ADQUIRIR Trazer para si a posse da droga VENDER Repassar para outra pessoa mediante pagamento PERMUTA É a venda por meio de troca EXPOR À VENDA Colocá-la visível para os compradores OFERECER Doar a droga sem que receba recompensa PRESCREVER Recomendar o uso MINISTRAR Utilizar a droga em alguém através de um instrumento FORNECER Suprir outrem com droga Acesse www.baixarveloz.net Legislação Especial p/Polícia Federal Teoria e exercícios Prof Fernando Barletta – Aula 00 Prof Fernando Barletta www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 72 OBS1: Na exposição à venda, a droga deve estar materialmente presente no ponto de venda, não configurando-se assim, a exposição por meio de catálogo ou até uma exposição pela internet. OBS2: Na prescrição, caracteriza-se como crime próprio, pois somente o profissional da saúde que tem os meios legais para prescrever. Nesse contesto da gratuidade, todas as condutas descritas no tipo penal são indiferentes ao resultado do lucro. O agente poderá praticar qualquer tipo verbal respondendo somente por um único crime. Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze)
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