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Aula 00 - Lei de Drogas

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Legislação Especial p/Polícia Federal 
Teoria e exercícios 
Prof Fernando Barletta – Aula 00 
 
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SUMÁRIO PÁGINA 
1. Apresentação 01 
2. Cronograma 02 
3. Introdução 03 
4. Disposições Preliminares 06 
5. SISNAD – Sistema Nacional de Políticas Públicas 
sobre Drogas 
12 
6. Das Atividades de Prevenção do Uso Indevido, 
Atenção e Reinserção Social de Usuários e Dependentes 
de Drogas 
17 
7. Da Repressão à Produção não Autorizada e ao Tráfico 
Ilícito de Drogas 
31 
8. Dos Crimes 34 
9. Do Procedimento Penal 48 
10. Da Instrução Criminal 53 
11. Da cooperação Internacional 62 
12. Bateria de Exercícios 65 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Olá caro Aluno, 
 
Saiu nosso esperado edital!!! É uma grande satisfação poder 
ministrar para vocês o curso de Legislação especial – Lei 11.343/2006 
para o concurso da Polícia Federal. Houve um acréscimo de conteúdo em 
relação ao concurso anterior. Vamos abordar tudo aqui neste curso do 
Estratégia Concursos! 
 
 Antes de tudo, gostaria de me apresentar. Sou Fernando Barletta, 
formado pela Escola Naval, tendo permanecido nas fileiras militares até o 
posto de Capitão-Tenente durante 14 anos. Hoje, sou Policial Federal, e 
desde então um admirador do Direito Penal, Processual e de Legislação 
Especial, atuando em outros cursos como, por exemplo, o Mestre dos 
concursos. 
 
 Nossa corrida pelo melhor resultado não só dependerá de mim mais 
também de você, meu Aluno. E inserido nesse contexto de profunda 
relação acadêmica, lutaremos juntos para atingirmos o fim maior: SUA 
APROVAÇÃO!!! 
 
AULA 00(Demonstrativa): Lei 11.343/2006 
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Teoria e exercícios 
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 O último concurso foi realizado em 2009, para agente e escrivão. O 
concurso recebeu 114.738 inscrições. O cargo de agente recebeu 63.294 
inscrições para 200 vagas (316,47 por vaga); e o de escrivão, 51.444 
para 400 vagas (128,61 por vaga). 
 
Bom, trabalharei como se estivesse ministrando uma aula 
presencial para vocês, sem muita formalidade e longe dos exageros 
formais do Direito. Aqui serei bem claro, direto e objetivo. 
 
Nosso curso conterá exercícios, focando logicamente a banca 
CESPE. 
 
 
CRONOGRAMA 
 
 Nosso cronograma já está pronto e será o seguinte: 
 
 
Aula Demonstrativa – Já disponível 
 
 Tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes (Lei nº 
11.343/06). 
 
Aula 01 - Já disponível 
 
 O direito de representação e o processo de responsabilidade 
administrativa civil e penal, nos casos de abuso de autoridade (Lei 
nº 4.898/1965). 
 
Aula 02 - Já disponível 
 
 Definição dos crimes de tortura (Lei nº 9.455/1965). 
 
Aula 03 - Já disponível 
 
 Estatuto do Desarmamento (Lei nº10.826/2003). 
 
Aula 04 - Já disponível 
 
 Crimes Ambientais (Lei 9.605/98). 
 
Aula 05 - Já disponível 
 
 Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1970). 
 
 
 
 
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Aula 06 – 20/03/2012 
 
 Lei nº 8.072/1990: Lei dos Crimes Hediondos. 
 
 Lei nº 10.446/2002: infrações penais de repercussão interestadual 
ou internacional que exigem repressão uniforme. 
 
Aula 07 – 30/03/2012 
 
 Lei nº 7.102/1983: dispõe sobre segurança para estabelecimentos 
financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento 
das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de 
transporte de valores, e dá outras providências. 
 
Aula 08 – 13/04/2012 
 
 Lei nº 10.357/2001: estabelece normas de controle e fiscalização 
sobre produtos químicos que direta ou indiretamente possam ser 
destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, 
psicotrópicas ou que determinem dependência física ou psíquica, e 
dá outras providências. 
 
Aula 09 – 22/04/2012 
 
 Lei nº 6.815/1980: define a situação jurídica do estrangeiro no 
Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigração. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Com a criação da nova lei de entorpecentes, a 11.343 de 23 de 
agosto de 2006, esta aparece eivada de um tratamento mais responsável 
no que tange à matéria de tráfico e ao uso de entorpecentes. 
Sua interpretação está em consonância aos moldes sociais de nosso 
cotidiano, pois o ordenamento jurídico atual se adequa à variabilidade das 
questões sociais. 
A nova Lei de Drogas, de 23 de agosto de 2006, instituiu o SISNAD, 
e prescreve: 
 Medidas para prevenção do uso indevido, atenção e 
reinserção social de usuários e dependentes de drogas; 
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 Estabelece normas para repressão à produção não-autorizada 
e ao tráfico ilícito de drogas; e 
 Define crimes. 
 
Esta Lei, por tratar de um assunto que envolve a sociedade nos dias 
de hoje, traz a tona um contexto atual e que atinge diretamente a 
população e torna-se um objeto de grandes discussões. 
 
O preâmbulo da referida lei aparece da seguinte forma: 
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para 
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; 
estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define 
crimes e dá outras providências. 
 
Mas porque falar do preâmbulo professor? 
 
Falo pelo fato da legislação ser objeto de grande debate e discussão 
por tratar de assuntos muito relevantes em nosso cotidiano, trazendo em 
seu texto finalidades bem definidas: 
 
 
 A prevenção do uso indevido, atenção e a reinserção social de 
usuários e dependentes de drogas; 
 Normas para a repressão à produção não autorizada; e 
 Normas para a repressão ao tráfico ilícito de drogas. 
 
 
Você, meu aluno, tem que perceber que além destas finalidades 
expostas, a nova lei traz em seu preâmbulo a preocupação do tratamento 
referente ao “uso indevido”. Esse é o aspecto mais que inovador da nova 
Lei 11.343/06 em relação à antiga 6.368/76. 
 
É importante eu tecer alguns comentários previstos na Constituição 
Federal em relação ao tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins... 
 
...mostrarei primeiramente dois incisos do art 5º da CF: 
 
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XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da 
tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes 
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se 
omitirem; 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado 
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, na forma da lei; 
A maioria da doutrinasempre coloca em evidência que a prática do 
tráfico ilícito de entorpecentes traz para o cidadão delinguente uma das 
consequências mais gravosa no ordenamento penal. A esse tipo de delito 
não cabe fiança, graça ou anistia. 
 
E de acordo com o inciso LI do art 5º, citado anteriormente, o tráfico 
ilícito de entorpecentes é o único crime que permite a extradição de 
brasileiro após ser naturalizado. 
 
E já que você, meu aluno, fará o concurso da Polícia Federal, não 
posso deixar de dar uma “palhinha” sobre o art. 144 da Constituição 
Federal... 
 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida 
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos 
seguintes órgãos: 
I - polícia federal; 
(...) 
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União 
e estruturado em carreira, destina-se a:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
(...) 
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o 
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de 
competência; 
Então, perceberam? 
 
Uma das atribuições da Polícia Federal, dentre outras, é a de prevenir 
e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins. Essa 
competência se expande no caráter nacional, quando a repressão for 
interestadual; e internacional, quando a repressão ultrapassar os limites 
de nossas fronteiras. 
 
Então professor, não entendi!!! 
 
Para de sofrer meu aluno, vamos lá qual é a dúvida? 
 
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Se você, professor, falou que entre os Estados a competência também 
é da Polícia Federal...então porque as polícias dos Estados combatem o 
tráfico ilícito de drogas? 
 
Boa pergunta aluno...é o seguinte: As polícias estaduais fazem por 
delegação de atribuição o combate ao tráfico através de convênios entre a 
União e o Estado. A partir desse acordo prévio e por convênio, a 
prevenção e repressão ao tráfico ilícito de entorpecentes passa a ser 
concorrente com a Federal. 
 
Mas professor...isso é o tratamento aqui no Brasil!!! E como é tratado 
o tema de tráfico ilícito de entorpecentes no mundo afora? 
 
É...não vou me estender muito, mas necessito falar um sobre esse 
tratamento... 
 
Internacionalmente, a repressão ao uso e ao tráfico de drogas são 
normatizados pelos acordos, convenções e tratados. Foi no momento em 
que as substâncias eram usadas internacionalmente de maneira 
discriminada, que surgiu a necessidade de controlar o uso, o consumo e 
reprimir o tráfico através dos acordos entre os países. 
 
Ex: Convenção de Genebra de 1936; Convenção Única sobre 
Entorpecentes de 1961; Convenção das Nações Unidas contra o Crime 
Organizado Transnacional de 2000, mais conhecida como CONVENÇÃO 
DE PALERMO. 
 
 
 
Então, vamos começar a destrinchar os artigos da Lei? 
 
Iremos individualizar artigo por artigo, sempre buscando o 
entendimento da doutrina e jurisprudência correspondente. 
 
Vamos lá!!! 
 
 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
 
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas 
sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso 
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de 
drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e 
ao tráfico ilícito de drogas e define crimes (grifo nosso). 
 
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as 
substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim 
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especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente 
pelo Poder Executivo da União(grifo nosso). 
 
 Após algumas décadas desde a vigência da Lei 6.368/76 e alguns 
anos da vigência da Lei 10.409/02, veio o a vigorar em nosso 
ordenamento jurídico a nova Lei de Drogas 11.343/06, revogando as 
anteriores, como prescreve o art. 75 da nova Lei de Drogas. 
 
Art. 75. Revogam-se a Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a Lei nº 10.409, de 11 
de janeiro de 2002. 
 
Fazendo uma breve retrospectiva do combate ao trafico de 
entorpecentes e sobre a evolução das Legislações pertinentes podemos 
destacar dois momentos: 
 
 
 1º momento – A Lei 6368/76 trazia todos os crimes vinculados 
ao tráfico de entorpecentes e seu respectivo procedimento especial; 
 
 2º momento – Apareceu a Lei 10409/02 com o intuito 
basicamente de substituir a Lei 6368/76, onde este trazia também os 
crimes e seus respectivos procedimentos especiais; mas o Presidente da 
republica não sancionou por inteiro a Lei 10409/02, ficando em vigor 
apenas a parte do procedimento especial. Ou seja, ela revogou os 
procedimentos da Lei 6368/76 e recepcionou os crimes da mesma. Só 
que na prática as autoridades trabalhavam com o direito material da lei 
6368/76 (crimes) e com o direito processual da lei 10409/02 
(procedimento especial). 
 
Para acabar com o uso de duas leis diferentes para tratamento do 
mesmo assunto, veio a lei 11.343/06 que tratou dos crimes e do 
procedimento penal, revogando as duas anteriores. 
 
A Lei 11.343/06 instituiu o Sisnad – Sistema Nacional de Políticas 
Públicas sobre drogas, que combinado ao Decreto nº 5.912 de 27 de 
setembro do ano de 2006, versa sobre toda a Política Pública sobre 
drogas. Sisnad, hoje, é a nova denominação do Sistema Nacional 
Antidrogas que era conceituado no art. 3º da Lei 6.368/76 combinado ao 
Decreto 3.696/00, que não mais estão em vigor. 
 
Assim, O antigo Sistema Nacional Antidrogas desde então passa a 
se chamar Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD), 
cuja finalidade vem descrita no TÍTULO II em seu art. 3º da nova Lei. 
 
A nova Lei aborda um novo mecanismo para o desenvolvimento, 
dentro da esfera política e social sobre as drogas, de uma política pública 
do Brasil sobre drogas. 
 
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Dando continuidade ao entendimento e evolução o Sisnad, este é 
composto por órgãos e entidades da Administração Pública que 
desenvolvem medidas de repressão à produção, ao uso e ao tráfico de 
entorpecentes. Além disso, atua no sentido de prevenir o uso indevido de 
drogas, desenvolvendo atividades de tratamento, recuperação e 
reinserção social de usuários e dependentes de drogas. 
 
Essa nova Lei apresenta uma visão inovadora no que tange a 
prevenção ao uso de drogas, através de uma educação e um tratamento 
aos usuários e aos dependentes. Somado a isso, traz em seu corpo um 
aumento das penas e a tipificação de novos crimes. Outra novidade é que 
o objeto material passa a ser a droga como descrito no parágrafo único 
do Art. 1º da Lei. 
 
 
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as 
substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim 
especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente 
pelo Poder Executivo da União. 
 
 O parágrafo único do art. 1º define o conceito de drogas para um 
fimlegal. A Lei em nenhum momento difere substância de produto, sendo 
assim, dá a entender que todo e qualquer tipo de material capaz de 
causar dependência no ser humano é caracterizado como droga. É claro, 
desde que esteja inserido em listas atualizadas periodicamente pelo Poder 
Executivo da União. 
 
 Mas a Lei não traz em seu entendimento o conceito de substância e 
produto. 
 
 Substância – é qualquer espécie de matéria formada por átomos 
de elementos específicos em proporções específicas. Cada 
substância possui um conjunto definido de propriedades e uma 
composição química. Elas também podem ser inorgânicas (como a 
água e os sais minerais)ou orgânicas (como a proteína, 
carboidratos, lipídeos, ácido nucleico e vitaminas). (fonte Wikipédia) 
 
 Produto – é uma substância que forma-se como o resultado de 
reações químicas ou biológicas (em reações que são bioquímicas). 
(fonte Wikipédia) 
 
 
Assim, até o momento em que a União coloque em vigor uma lista 
atualizada como é citado no parágrafo único, é para considerar como 
drogas as substâncias entorpecentes constantes na Portaria SVS/MS nº 
344/98 (Órgão Governamental vinculado ao Ministério da Saúde – 
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Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA), como elenca o art. 66 
da Lei. 
 
Art. 66 Lei 11.343/06. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1o desta Lei, até 
que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se 
drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle 
especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998. 
 
 
 Sendo assim, somente a lei federal é que poderá enumerar em lista 
específica substâncias e produtos como tóxicos, pois trata de matéria 
penal e processual penal. A fundamentação está elencada no art. 22 da 
Constituição Federal, onde a competência é privativa da União. E a 
execução cabe ao Ministério da Saúde através de decreto ou portaria. 
 
Art.22 CF – Compete privativamente a União Legislar sobre: 
I – Direito Civil, comercial, PENAL, PROCESSUAL, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho; 
 
É importante destacarmos que a Lei de Drogas continua sendo 
caracterizada uma norma penal em branco. 
 
Norma penal em branco - Modalidade em que o preceito é incompleto, devendo ser 
integrado por outra norma, geralmente ato administrativo. A matéria tem relevo para o 
efeito de caracterização da abolitio criminis, ou não, quando houver revogação ou 
modificação da norma integradora. 
saberjuridico.com.br. 
 
 
E segundo Celso Demando – “chamadas leis que não possuem definição integral, 
necessitando ser complementadas por outras leis, decretos ou portarias” – Código Penal 
Comentado, 3ª edição, pág 8. 
 
 
Então, caro aluno, fica o seguinte entendimento: A norma penal em 
branco necessitará de outro instrumento legal para entrar em vigor. 
Contudo, no caso específico da Lei 11.343/06, necessitará de outra lei, 
decreto do Poder Executivo ou ato administrativo do Governo Federal na 
área de saúde. 
 
 
(Prova: CESPE - 2009 - SEJUS-ES - Agente Penitenciário / Direito Penal / Lei nº 11.343-
2006 - Lei de Drogas; ) 
Em relação à legislação penal extravagante e aos crimes definidos na parte especial do 
Código Penal, julgue os itens a seguir. 
De acordo com a legislação que tipifica o tráfico ilícito e o uso indevido de drogas, são 
consideradas entorpecentes aquelas capazes de produzir dependência física ou psíquica, 
constantes nas relações publicadas em conjunto com a lei específica, por esta constituir 
norma penal em branco. 
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( ) Certo ( ) Errado 
Certo 
 
 
 
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, 
bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais 
e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, 
ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como 
o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre 
Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso 
estritamente ritualístico-religioso (grifo nosso). 
 
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita 
dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins 
medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante 
fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas (grifo nosso). 
 
 
O art. 2º e seu parágrafo único estabelecem a proibição das drogas 
por todo o território Nacional e qualquer forma de manejo ou exploração 
das mesmas, a não ser que haja uma autorização legal ou regulamentar 
como, por exemplo, sua utilização em rituais religiosos, aprovados pela 
Convenção de Viena. 
 
 Na própria letra da lei do art. 2º buscaremos o significado das ações 
tidas como proibidas: 
 
 Plantio - O plantio designa-se pela ação de semear, colocar na terra a 
semente para que a planta cresça e dê algum tipo de fruto; 
 
 Cultivar – A cultura designa-se como a ação de trabalhar na terra para 
que ela possa fomentar o crescimento saudável de uma planta; 
 
 Colher – A colheita designa-se como a ação de retirar os frutos de 
uma planta; 
 
 Explorar – A exploração designa-se como o uso e desenvolvimento de 
métodos de pesquisas para o cultivo. 
 
Assim percebemos que o plantio, a cultura, a colheita e a 
exploração são de vegetais e substratos, que quando trabalhados e 
modificados de sua forma inicial, deles são extraídos produtos, 
substâncias e drogas ilícitas em geral. 
 
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Tal proibição das drogas, como regra, é em todo o território 
nacional alcançando também a matéria prima que cultivada, coletada, e 
explorada destina-se à obtenção de drogas. 
 
 O próprio art. 2º caput traz um ressalva expressa ao uso de 
substâncias psicotrópicas de plantas de uso estritamente ritualístico-
religioso: 
 
 
“(...) a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que 
estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias 
Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente 
ritualístico-religioso”. 
 
Então a ressalva pode ser: 
 
 Autorização legal ou regulamentar – é uma ressalva genérica que 
dependerá ainda de uma lei ou regulamento; 
 
 Convenção de Viena – é uma ressalva específica, pois está elencada 
no próprio art. 2º caput. 
 
 
No parágrafo único dá a Lei uma possibilidade da União em autorizar 
o plantio, a cultura e a colheita de vegetais e substratos dos quais 
possam ser extraídas ou produzidas drogas para uso exclusivo medicinal 
ou científico. Tal regulamentação deve conter dados do local onde serão 
executadas as atividades bem como o prazo para elaboração. 
 
 
Sobre a Convenção de Viena de 1971 – ONU – esta foi aprovada 
pelo Decreto Legislativo nº 90, de 05/12/1972, e promulgada pelo 
Decreto nº 79.388, de março de 1977, da Presidência da República. 
 
É importante salientar que em virtude do prescrito no art. 5º § 3º 
da CF combinado à emenda 45/04,a Convenção de Viena não se equipara 
a uma emenda constitucional. 
 
Art. 5º § 3º CF. Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). 
 
 
Ainda no contexto do art. 2º no que tange ao uso da terra para o 
plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos que 
possam ser extraídas ou produzidas drogas, a Constituição Brasileira em 
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seu texto não só condena como também confisca a propriedade que usa a 
terra para aqueles fins. 
 
Art. 243 CF/88. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas 
ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente 
destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e 
medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras 
sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de 
instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no 
aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão 
do crime de tráfico dessas substâncias. 
 
A Convenção de Viena em seu art 32-4 elencou reservas com veremos: 
 
 
Art 32 - 4 da Convenção de Viena – “Qualquer Estado em cujo território cresçam no 
estado selvagem plantas contendo substâncias inscritas na lista I e utilizadas 
tradicionalmente por certos grupos restritos bem determinados na ocasião de cerimônias 
mágicas ou religiosas, pode, na altura da assinatura da ratificação ou da adesão, fazer 
reservas sobre estas plantas no que se refere às disposições do artigo 7, exceto nas 
relativas ao comércio internacional”. 
 
 
Isso em função da própria norma não definir o que realmente se 
caracteriza como pequenos grupos, dando a entender que seja grupos 
onde se impera a afinidade e os graus de parentesco, inscritos em um 
mesmo molde social, prevalecendo as tradições hereditárias. Então, 
podemos dizer que a minoria destinatária dessa norma poderia, dentro do 
nosso contexto, ser os índios. 
 
A única coisa que se deve respeitar é a proibição do comércio 
internacional, contanto que o grupo seja pequeno, pois se houver 
religiões com multidões de fanáticos ou adeptos, a ela não cabe tal 
exceção ficando proibida a utilização das plantas descritas. 
 
 
 
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS 
 
SISNAD 
 
Para começarmos a tecer algum comentário sobre SISNAD, é 
importante visualizarmos onde podemos encontrá-lo na lei. Seu conceito, 
instituição, finalidade, princípios, objetivos e sua composição estão 
previstos na Lei 11.343/06 em seus Títulos I e II. 
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Finalidade do SISNAD 
 
Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e 
coordenar as atividades relacionadas com: 
 
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de 
usuários e dependentes de drogas; 
II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas. 
 
Terá o novo sistema criado pelo Poder Público, o SISNAD, a 
incumbência de tratar a questão sobre as drogas no âmbito da Política 
Nacional. O próprio art 3º caput se encarrega de verbalizar tais ações que 
desde então serão aplicadas por esse novo Sistema. 
 
FINALIDADES 
 
 
 
ARTICULAR INTEGRAR ORGANIZAR COORDENAR 
 
 
 
 
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de 
usuários e dependentes de drogas; 
II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de 
drogas 
 
 
 
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SISTEMA NACIONAL DE 
POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS 
 
PRINCÍPIOS DO SISNAD 
 
Art. 4º São princípios do Sisnad: 
 
I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, 
especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade; 
II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes; 
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo 
brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido 
de drogas e outros comportamentos correlacionados; 
IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, 
para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad; 
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V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e 
Sociedade, reconhecendo a importância da participação social nas 
atividades do Sisnad; 
VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados 
com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o 
seu tráfico ilícito; 
VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção 
do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes 
de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico 
ilícito; 
VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes 
Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do 
Sisnad; 
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a 
interdependência e a natureza complementar das atividades de prevenção 
do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes 
de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de 
drogas; 
X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso 
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de 
drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico 
ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social; 
XI - a observância às orientações e normas emanadas do Conselho 
Nacional Antidrogas - Conad. 
 
O inciso V, que busca uma ação compartilhada entre Estado e 
Sociedade, visando a melhor maneira em se criar e aperfeiçoar as 
políticas públicas. Criando-se, dessa forma, um emaranhado de atividades 
que englobem o tema sobre drogas. 
 
No inciso VIII, a articulação entre os órgãos citados visa uma 
condição de aperfeiçoamento e acerto no que tange as atividades e 
projetos cujo tema são as drogas. 
 
No inciso XIX, a abordagem multidisciplinar diz respeito à 
abordagem da prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social 
de usuários e dependentes de drogas, como também à a repressão da 
produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas. 
 
Quando o último inciso fala sobre a observância às orientações e 
normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas – Conad, coloca esse 
órgão como principal dentro do SISNAD. Ele está previsto no Decreto nº 
5912/06. 
 
Integram o SISNAD: 
I - o Conselho Nacional Antidrogas - CONAD, órgão normativo e de deliberação coletiva 
do sistema, vinculado ao Ministério da Justiça; (Redação dada pelo Decreto nº 7.426, de2010 (...) 
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Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos: 
 
I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos 
vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de 
drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;(grifo 
nosso) 
II - promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas 
no país; 
III - promover a integração entre as políticas de prevenção do uso 
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de 
drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e 
 
as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, 
Distrito Federal, Estados e Municípios; 
IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e a 
articulação das atividades de que trata o art. 3o desta Lei. 
 
 
CAPÍTULO II 
DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE 
POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS 
 
Art. 6º (VETADO) 
 
Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação central e a 
execução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas 
esferas federal, distrital, estadual e municipal e se constitui matéria 
definida no regulamento desta Lei. 
 
O interessante é que o art 3º do Decreto 5912/06 que regulamentou a 
Lei 11343/06, prevê a mesma coisa, e nele o Observatório Brasileiro de 
Informações sobre Drogas é que será o responsável pela orientação 
central e a execução descentralizada das atividades. 
Art. 3o A organização do SISNAD assegura a orientação central e a execução 
descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal e, 
mediante ajustes específicos, estadual, municipal e do Distrito Federal, dispondo para 
tanto do Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas, unidade administrativa da 
Estrutura Regimental aprovada pelo Decreto no 5.772, de 8 de maio de 2006. 
 
Art. 8º (VETADO) 
 
CAPÍTULO III 
(VETADO) 
 
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Art. 9º (VETADO) 
Art. 10. (VETADO) 
Art. 11. (VETADO) 
Art. 12. (VETADO) 
Art. 13. (VETADO) 
Art. 14. (VETADO) 
 
CAPÍTULO IV 
DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE 
INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS 
 
Art. 15. (VETADO) 
 
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da 
assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem 
comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de 
saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade 
das pessoas, conforme orientações emanadas da União. 
 
 
A letra da Lei cria uma determinação obrigatória para as instituições 
de saúde e assistência social que venham a atender os usuários e os 
dependentes de drogas. O que se deve observar, sempre é a preservação 
da intimidade da pessoa e de sua família. 
 
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de 
drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo. 
 
O Poder Executivo deve estar a par de toda a dinâmica de 
informações referentes à repressão ao tráfico ilícito de drogas. Como o 
art. 17 cita em seu texto em relação aos dados estatísticos é importante 
dizer que no caso específico do Brasil, os dados oficiais sobre drogas são 
disponibilizados pelo Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas 
– OBID, órgão vinculado à Secretaria Nacional de Políticas sobre drogas – 
SENAD, da Presidência da República. 
 
 Todos os órgãos Judiciais, Policiais, Alfandegários e Sanitários, que 
tratam de dados sobre a prevenção, fiscalização, controle e repressão ao 
tráfico ilícito de entorpecentes, devem manter atualizados os registros e 
as estatísticas sobre tais assuntos. Como sabemos, tais estatísticas 
servem como uma estrutura basilar para futuras tomadas de decisões e 
direcionamentos da política de prevenção, fiscalização e repressão ao 
tráfico ilícito a entorpecentes. 
 
Como o foco desta Lei é principalmente o desenvolvimento de 
atividades ligadas diretamente à prevenção e reinserção social de 
usuários e dependentes de drogas, vamos nesta parte da Lei esmiuçar 
toda essa estrutura da política pública. 
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DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E 
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS 
 
CAPÍTULO I 
DA PREVENÇÃO 
 
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, 
para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores de 
vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores 
de proteção. 
 
Então as atividades de prevenção do uso indevido de drogas são 
duas, a REDUÇÃO e o FORTALECIMENTO: 
 
 Redução dos fatores de vulnerabilidade e risco; e 
 Promover e fortalecer os fatores de proteção. 
 
A prevenção, em seu sentido estrito, significa afastar a perspectiva 
de acesso as drogas, não deixar que as pessoas, motivadas por inúmeros 
fatores, tenham algum tipo de contato com as drogas ou que façam uso 
da mesma. 
 
 
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem 
observar os seguintes princípios e diretrizes: 
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de 
interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a 
comunidade à qual pertence; 
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como 
forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e privados 
e de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços que 
as atendam; 
III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em 
relação ao uso indevido de drogas; 
IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com 
as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, 
incluindo usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por 
meio do estabelecimento de parcerias; 
V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às 
especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das 
diferentes drogas utilizadas; 
VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da 
redução de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza 
preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados; 
VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da 
população, levando em consideração as suas necessidades específicas; 
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VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam em 
atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a 
usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares; 
IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, 
profissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria 
da qualidade de vida; 
X - o estabelecimento de políticasde formação continuada na área da 
prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 
3 (três) níveis de ensino; 
XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido 
de drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados às 
Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a 
drogas; 
XII - a observância das orientações e normas emanadas do Conad; 
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de 
políticas setoriais específicas. 
 
Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas 
dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as 
diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do 
Adolescente - Conanda. 
 
 
CAPÍTULO II 
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL DE 
USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS 
 
 
Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de 
drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem 
à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos 
associados ao uso de drogas. 
 
Pela definição são todas as atividades direcionadas à melhoria da 
qualidade de vida e a redução dos riscos e danos associados ao uso de 
drogas. 
 
Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do 
dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, 
aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração em redes 
sociais. 
 
 Já as atividades de reinserção social são todas voltadas à integração 
e reintegração do usuário ou dependente em redes sociais. A integração é 
caracterizada quando um indivíduo sente-se inserido em determinado 
grupo por compartilhar seus regulamentos, sendo um primeiro contato 
com o grupo; enquanto na reintegração existe um pressuposto de retorno 
ao grupo, que no caso das drogas, consiste em realizar novamente a 
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integração dos antigos consumidores de drogas na comunidade, através 
de uma política social. 
 
 
ATIVIDADES DE ATENÇÃO AO 
USUÁRIO E DEPENDENTE DE 
DROGAS E FAMILIARES 
ATIVIDADES DE REINSSERÇÃO 
SOCIAL DO USUÁRIO E 
DEPENDENTE DE DROGAS E 
FAMILIARES 
 Que vise à melhoria da 
qualidade de vida; e 
 Que vise à redução dos 
riscos e dos danos 
associados ao uso de drogas. 
 
 Aquelas direcionadas para 
sua integração; ou 
 Direcionada para sua 
reintegração em redes 
sociais. 
 
 
Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do 
dependente de drogas e respectivos familiares devem observar os 
seguintes princípios e diretrizes: 
 
É importante salientar que tanto as atividades de atenção quanto as 
de reinserção caminham quase que simultaneamente. Isso reforça ainda 
mais o entendimento da obrigatoriedade do Estado em desenvolver e 
colocar em prática a política de acompanhamento e proteção ao usuário, 
somado ao fator da reinserção desse usuário ao mundo social. 
 
I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de 
quaisquer condições, observados os direitos fundamentais da pessoa 
humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política 
Nacional de Assistência Social; 
 
 Quando o inciso preceitua “direitos fundamentais da pessoa 
humana”, não podemos esquecer de relembrar o elencado na norma 
Constitucional. 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
III - a dignidade da pessoa humana; 
Combinado com... 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes 
 
Em relação à saúde e assistência social, o texto Constitucional não deixou 
de conceituar nos seguintes artigos. 
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Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de 
contribuição à seguridade social, e tem por objetivos 
 
Os artigos elencados acima da Constituição Federal, por si só, já 
dizem tudo... 
 
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social 
do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares que 
considerem as suas peculiaridades socioculturais; 
III - definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a 
inclusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde; 
 
O projeto terapêutico individualizado dedica-se exclusivamente à 
atenção e reinserção social basicamente para direcionar a reinserção 
social. 
 
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos 
familiares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por equipes 
multiprofissionais; 
V - observância das orientações e normas emanadas do Conad; 
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas 
setoriais específicas. 
 
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Municípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e 
ao dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde 
e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão 
orçamentária adequada. 
 
As redes dos serviços sociais que integram a União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios, através do Sistema único de Saúde – SUS, previsto 
no art 195 § 10 da CF. 
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e 
ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos 
Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
 
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão 
conceder benefícios às instituições privadas que desenvolverem 
programas de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e do 
dependente de drogas encaminhados por órgão oficial. 
 
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Esse é um meio pelo qual setores da política pública utilizam para 
que o setor privado não despreze o usuário e o dependente de drogas, 
visto que o trabalho é a melhor maneira de reinserção ao meio social. 
 
 
 
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com 
atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que 
atendam usuários ou dependentes de drogas poderão receber recursos 
do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária e financeira. 
 
Então, parcela das entidades civis poderá receber algum tipo de 
apoio por partedo Governo se trabalhar em prol do atendimento aos 
usuários e dependentes de drogas. 
 
São elas: 
 
 
 Instituições privadas - poderão receber benefícios da União, 
Estado, Distrito dos Municípios se desenvolverem programas de 
reinserção no mercado de trabalho. 
 
 Instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com 
atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social 
– poderão receber recursos do Funad. 
 
 
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de 
infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou 
submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de 
atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário. 
 
 
É notório que o simples fato do usuário e o dependente de drogas 
estar cumprindo pena privativa de liberdade ou submetido à medida de 
segurança, não lhe tira o direito de ser assistido através do Sistema de 
Saúde. 
 
 Além disso, a própria Lei de Execução Penal – LEP - em sua redação 
preceitua: 
 
 Art. 11 da LEP. A assistência será: 
 
 I - material; 
 II - à saúde; 
 III -jurídica; 
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 IV - educacional; 
 V - social; 
 VI - religiosa. 
 
 
 
Art. 14 da LEP. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e 
curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico. 
 
Assistência à saúde compreende: 
 
Médico; 
Farmacêutico; e 
Odontológico. 
 
DOS CRIMES E DAS PENAS 
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada 
ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o 
Ministério Público e o defensor. 
O primeiro ponto que devemos saber e que difere da antiga lei é o 
fato que usuário não é mais condenado à privativa de liberdade. 
A doutrina dominante considera este entendimento da lei como 
importante, pois o usuário não representa para a sociedade um perigo 
iminente, apesar de ajudar a financiar o tráfico de drogas. 
O interessante é que apesar do substantivo usuário constar no rol 
incriminador “DOS CRIMES E DAS PENAS”; para um usuário que após 
tratamento e reeducação insistir em fazer uso de substância proscrita, 
fica isento da pena privativa de liberdade. 
AS PENAS PODERÃO SER APLICADAS 
 
ISOLADA CUMULADA 
 
A nova legislação retirou o usuário de drogas da conseqüência 
prisional, sendo assim, percebeu que seria melhor dar-lhe condições para 
o seu tratamento e a sua ressocialização. 
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Não se pode afirmar que o simples fato de o usuário não poder ser 
preso, não quer dizer que sua conduta deixou de ser crime. Digo pela 
análise do art 5º XVLI da CF, pois iremos perceber que existe outras 
penas como conseqüência de atitudes criminosas. 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
Retornando ao previsto no art. 27, ao consumidor de drogas poderá 
ser aplicada isoladamente ou cumulativamente advertência sobre os 
efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e medida 
educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
Professor, como é decidido o tipo de sanção? 
Quem for julgar deverá basear-se no art. 59 do Código Penal: 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade 
do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento 
da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime 
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas 
 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou 
trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às 
seguintes penas: 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso 
educativo. 
Da maneira que está descrito o tipo penal do art.28, o “uso” não 
configura conduta típica. Este artigo condena quem: 
 
 
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 Adquirir; 
 Guardar; 
 Tiver em depósito; 
 Transportar; 
 Trouxer consigo; Para consumo pessoal 
 Semear; 
 Cultivar; e 
 Colher. 
 
 
Ainda dentro do contexto do núcleo do tipo destacado acima, 
observa-se que as condutas descritas apresentam como finalidade a 
droga, pois neste artigo, diferente do objetivo que iremos ver no art. 33, 
visa o agente o consumo pessoal. 
 
Trata-se, no entanto, de um crime de pequeníssimo potencial 
ofensivo. 
 
Ao crime do usuário admite-se a transação penal da Lei 9099/95 e o 
impedimento de prisão em flagrante, previsto no art. 48 desta lei. 
 
Art 48 § 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá 
prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo 
competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se 
termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias 
necessários. 
 
Art. 48 § 5º Para os fins do disposto noart. 76 da Lei no 9.099, de 1995, que dispõe 
sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação 
imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta. 
 
Alguns destaques do art. 28: 
 
 Sujeito ativo – qualquer do povo; 
 Sujeito passivo – é a sociedade; 
 Objeto material – droga; 
 
 
A não conseqüência da punição de pena privativa de liberdade já 
estava prevista na Convenção de Viena em seu art. 22, b. 
ARTIGO 22 
Disposições Penais 
b) Não obstante a alínea precedente, quando dependentes de substâncias psicotrópicas 
houverem cometido tais delitos, as partes poderão tomar providências para que, como uma 
alternativa à condenação ou pena ou como complemento à pena, tais dependentes sejam 
submetidos a medidas de tratamento, pós-tratamento, educação, reabilitação e 
reintegração social, em conformidade com o parágrafo 1 do artigo 20. 
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O STF se pronunciou da seguinte forma: 
 
(Supremo Tribunal Federal, RE 430.105-9-RJ) preceitua que há crime, retirando apenas 
as penas privativas de liberdade (detenção ou reclusão), e não originou o abolitio 
criminis. O entendimento do STF foi que existe a despenalização. Não houve a 
 
 
descriminalização do art.28 caput. Continua sendo considerado crime em nosso 
ordenamento. 
 
A Turma, resolvendo questão de ordem no sentido de que o art. 28 da Lei 
11.343/2006 (Nova Lei de Tóxicos) não implicou abolitio criminis do delito de 
posse de drogas para consumo pessoal,então previsto no art. 16 da Lei 6.368/76, 
julgou prejudicado recurso extraordinário em que o Ministério Público do Estado do Rio 
de Janeiro alegava a incompetência dos juizados especiais para processar e julgar 
conduta capitulada no art. 16 da Lei 6.368/76. Considerou-se que a conduta antes 
descrita neste artigo continua sendo crime sob a égide da lei nova, tendo ocorrido, isto 
sim, uma despenalização, cuja característica marcante seria a exclusão de penas 
privativas de liberdade como sanção principal ou substitutiva da infração penal. 
Afastou-se, também, o entendimento de parte da doutrina de que o fato, agora, 
constituir-se-ia infração penal sui generis, pois esta posição acarretaria sérias 
conseqüências, tais como a impossibilidade de a conduta ser enquadrada como ato 
infracional, já que não seria crime nem contravenção penal, e a dificuldade na definição 
de seu regime jurídico. Ademais, rejeitou-se o argumento de que o art. 1º do DL 
3.914/41 (Lei de Introdução ao Código Penal e à Lei de Contravenções Penais) seria 
óbice a que a novel lei criasse crime sem a imposição de pena de reclusão ou de 
detenção, uma vez que esse dispositivo apenas estabelece critério para a distinção entre 
crime e contravenção, o que não impediria que lei ordinária superveniente adotasse 
outros requisitos gerais de diferenciação ou escolhesse para determinado delito pena 
diversa da privação ou restrição da liberdade. Aduziu-se, ainda, que, embora os termos 
da Nova Lei de Tóxicos não sejam inequívocos, não se poderia partir da premissa de 
mero equívoco na colocação das infrações relativas ao usuário em capítulo chamado 
"Dos Crimes e das Penas". Por outro lado, salientou-se a previsão, como regra geral, do 
rito processual estabelecido pela Lei 9.099/95. Por fim, tendo em conta que o art. 30 da 
Lei 11.343/2006 fixou em 2 anos o prazo de prescrição da pretensão punitiva e que já 
transcorrera tempo superior a esse período, sem qualquer causa interruptiva da 
prescrição, reconheceu-se a extinção da punibilidade do fato e, em conseqüência, 
concluiu-se pela perda de objeto do recurso extraordinário. 
RE 430105 QO/RJ, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 13.2.2007. (RE-430105) 
 
Podemos verificar que não está prevista a prisão para o usuário de 
drogas. Este, deverá ser encaminhado para o juizado criminal, e nas 
comarcas onde não existir plantão, aí sim, deve-se conduzir à autoridade 
policial. 
 
Mas não podemos confundir...a captura é feita pela polícia, sendo 
que esta não lavrará prisão em flagrante e sim um termo circunstanciado, 
que será enviado ao Juizado Criminal. 
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo 
pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de 
pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar 
dependência física ou psíquica. 
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Aos que apresentam alguma dessas condutas também são 
submetidos ao caput do art. 28. 
Semeia 
Cultiva para consumo pessoal 
Colhe 
 
( Prova: TJ-DFT - 2007 - TJ-DF - Juiz - Objetiva.2 / Direito Penal / Lei nº 11.343-2006 - 
Lei de Drogas; ) 
Qual o entendimento do Supremo Tribunal Federal relativamente ao art. 28 da Lei n. 
11.343/2006 (Nova Lei de Tóxicos)? 
a) Implicou abolitio criminis do delito de posse de drogas para consumo pessoal. 
b) A posse de drogas para consumo pessoal continua sendo crime sob a égide da lei 
nova, tendo ocorrido, contudo, uma despenalização, cuja característica marcante seria a 
exclusão de penas privativas de liberdade como sanção principal ou substitutiva da 
infração penal. 
c) Pertence ao Direito penal, mas não constitui "crime", mas uma infração penal sui 
generis; houve descriminalização formal e ao mesmo tempo despenalização, mas não 
abolitio criminis. 
d) Não pertence ao Direito penal, constituindo-se numa infração do Direito judicial 
sancionador, seja quando a sanção alternativa é fixada em transação penal, seja quando 
imposta em sentença final (no procedimento sumaríssimo da Lei dos Juizados), tendo 
ocorrido descriminalização substancial (ou seja: abolitio criminis). 
Letra B 
 
(Prova: CESPE - 2011 - PC-ES - Delegado de Polícia - Específicos / Direito Penal / Lei nº 
11.343-2006 - Lei de Drogas; ) 
Julgue os itens seguintes, referentes aos dispositivos aplicáveis ao 
tráfico ilícito e ao uso indevido de substâncias entorpecentes. 
A conduta de porte de drogas para consumo pessoal possui a natureza de infração sui 
generis, porquanto o fato deixou de ser rotulado como crime tanto do ponto de vista 
formal quanto material. 
( ) Certo ( ) Errado 
Errado 
 
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Acerca das modificações penais e processuais penais introduzidas pela Lei n.º 
11.343/2006 - Lei de Tóxicos – com relação à figura do usuário de drogas, assinale a 
opção correta. 
 
a) A conduta daquele que, para consumo pessoal, cultiva plantas destinadas à 
preparação de substância capaz de causar dependência física ou psíquica permanece 
sem tipificação. 
b) É possível, além das penas de advertência, prestação de serviços à comunidade ou 
medida educativa, a imposição de pena privativa de liberdade ao usuário de drogas. 
c) O porte de drogas tornou-se infração de menor potencial ofensivo, estando sujeito ao 
procedimento da Lei n.º 9.099/1995, que dispõe sobre os juizados especiais criminais. 
d) Poderá ser imposta ao usuário de drogas prisão em flagrante, devendo o autuado ser 
encaminhado ao juízo competente para que este se manifeste sobre a manutenção da 
prisão, após a lavratura do termo circunstanciado. 
 
Letra C 
 
 
( Prova: CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado - 3 - Primeira Fase / Direito 
Penal / Lei nº 11.343-2006 - Lei de Drogas; ) 
Com relação à legislação referente ao combate às drogas, assinale a opção correta. 
a) O agente que, para consumo pessoal, semeia plantas destinadas à preparação de 
pequena quantidade de substância capaz de causar dependência psíquica pode ser 
submetido à medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
b) O agente que tiver em depósito, para consumo pessoal, drogas sem autorização 
poderá ser submetido à pena de reclusão. 
c) O agente que transportar, para consumo pessoal, drogas em desacordo com 
determinação legal poderá ser submetido à pena de detenção. 
d) O agente que entregar a consumo drogas, ainda que gratuitamente, em desacordo 
com determinação legal, pode ser submetido à pena de advertência sobre os efeitos das 
drogas. 
Letra A - Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer 
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
 
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz 
atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e 
às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e 
pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. 
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A avaliação poderá ser feita inicialmente perante a autoridade 
policial quando o usuário lhe for apresentado, assim, podendo diferenciá-
lo entre usuário ou traficante, apesar da palavra final ser da autoridade 
judicial. 
Em qualquer das esferas (policial / judiciária) a avaliação deve ser 
motivada. 
Mas quais são os critérios de avaliação professor? 
São os seguintes: 
 Natureza; 
 Quantidade da substância apreendida; 
 Local e às condições em que se desenvolveu a ação; 
 Circunstâncias sociais e pessoais; e 
 Conduta e aos antecedentes do agente. 
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão 
aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
 
 
Serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses 
(Prova: FCC - 2010 - SJCDH-BA - Agente Penitenciário / Direito Penal / Lei nº 11.343-
2006 - Lei de Drogas; ) 
É certo que a pena de prestação de serviços à comunidade, à qual poderá ser submetido 
aquele que guarda drogas para consumo pessoal, 
a) será cumprida em entidades educacionais que se ocupem, exclusivamente, da 
recuperação de dependentes de drogas. 
b) prescreve em um ano. 
c) será aplicada pelo prazo máximo de cinco meses. 
d) será aplicada pelo prazo máximo de um ano, em caso de reincidência. 
e) não poderá ser aplicada cumulativamente com a pena de advertência. 
Letra C 
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§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do 
caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. 
Se houver reincidência 10 (dez) meses 
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas 
comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, 
estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, 
que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da 
recuperação de usuários e dependentes de drogas. 
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se 
refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o 
agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: 
I - admoestação verbal; 
II - multa. 
 
(Prova: CESPE - 2011 - PC-ES - Escrivão de Polícia - Específicos / Direito Penal / Lei nº 
11.343-2006 - Lei de Drogas; ) 
Com relação à legislação especial, julgue o item que se segue. 
Caso, em juízo, o usuário de drogas se recuse, injustificadamente, a cumprir as medidas 
educativas que lhe foram impostas pelo juiz, este poderá submetê-lo, alternativamente, 
a admoestação verbal ou a pagamento de multa. 
( ) Certo ( ) Errado 
A letra da lei diz sucessivamente e não alternativamente. 
Errado 
Caso ainda o agente se recuse de qualquer medida educativa 
perante o juízo, ainda assim o juiz poderá submetê-lo a admoestação 
verbal e multa. 
§ 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do 
infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente 
ambulatorial, para tratamento especializado. 
Todo o aparato é disponível ao agente para a sua recuperação e 
ressocialização. 
(Prova: CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado - 3 - Primeira Fase / Direito 
Penal / Lei nº 11.343-2006 - Lei de Drogas; ) 
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Com relação à legislação referente ao combate às drogas, assinale a opção 
correta. 
a) O agente que, para consumo pessoal, semeia plantas destinadas à preparação de 
pequena quantidade de substância capaz de causar dependência psíquica pode ser 
submetido à medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
b) O agente que tiver em depósito, para consumo pessoal, drogas sem autorização 
poderá ser submetido à pena de reclusão. 
c) O agente que transportar, para consumo pessoal, drogas em desacordo com 
determinação legal poderá ser submetido à pena de detenção. 
d) O agente que entregar a consumo drogas, ainda que gratuitamente, em desacordo 
com determinação legal, pode ser submetido à pena de advertência sobre os efeitos das 
drogas. 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, 
para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
Letra A 
 
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do 
§ 6o do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o 
número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem 
superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a 
capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 
(três) vezes o valor do maior salário mínimo. 
De acordo com o Código Penal, em seu art.60, o valor dia-multa 
está ligado á capacidade econômica do agente. 
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do 
réu. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se 
refere o § 6o do art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional 
Antidrogas. 
FUNAD - responsável por estabelecer critérios e implementar a justa reversão do patrimônio 
obtido ilicitamente em atividades de tráfico de drogas ou a elas associada, em favor da sociedade. 
As informações sobre o Funad estão disponíveis no site da Secretaria Nacional de Políticas sobre 
Drogas: www.senad.gov.br (FONTE. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA) 
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Devemos prestar a máxima atenção nas questões de prova que 
envolva esse tema, pelo fato de que no Código Penal as demais multas, 
que não sejam originadas da arrecadação de drogas, tem outro destino. 
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na 
sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e 
sessenta) dias-multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das 
penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 
107 e seguintes do Código Penal. 
Nos delitos que envolvam usuários de drogas a letra da lei utilizou 
um prazo padrão de 2 anos para a prescrição tanto da punição quanto 
para a execução da pena. 
 
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO 
ILÍCITO DE DROGAS 
 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
 
Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para 
produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em 
depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, 
oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, 
drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as 
demais exigências legais. 
 
É lógico, meu aluno, que numassunto como este o Estado quer ter 
o controle total acerca da movimentação e do manuseio dessas 
substâncias. Para se ter o controle de todas as atividades que tem relação 
com as drogas, a legislação determina a licença prévia. 
 
 
 
Como a Lei em questão é considerada um norma penal em branco, 
é responsabilidade do órgão vinculado ao Ministério da Saúde enumerar 
as drogas que serão proibidas, assegurando a conferência da respectiva 
licença. É muito mais fácil se alterar uma portaria da Anvisa do que uma 
lei Federal. 
 
 
 
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelas 
autoridades de polícia judiciária, que recolherão quantidade suficiente 
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para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das 
condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as 
medidas necessárias para a preservação da prova. 
 
Mais uma vez também está previsto na Convenção de Viena: 
 
Art. 22.3. Qualquer substância psicotrópica, ou outra substância, ou qualquer equipamento 
utilizado ou destinado a ser utilizado na prática de qualquer dos delitos mencionados nos 
parágrafos 1 e 2, será sujeito a apreensão e confisco. 
 
§ 1o A destruição de drogas far-se-á por incineração, no prazo máximo 
de 30 (trinta) dias, guardando-se as amostras necessárias à preservação 
da prova. 
 
§ 2o A incineração prevista no § 1o deste artigo será precedida de 
autorização judicial, ouvido o Ministério Público, e executada pela 
autoridade de polícia judiciária competente, na presença de 
representante do Ministério Público e da autoridade sanitária competente, 
mediante auto circunstanciado e após a perícia realizada no local da 
incineração. 
 
A autorização pode ser no inquérito ou em autos apartados, mas é o 
meio que permite a incineração. 
 
§ 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, 
observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio 
ambiente, o disposto no Decreto no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que 
couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do 
Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama. 
 
Para a queima da plantação, não necessita de nenhuma autorização 
como no caso das drogas. A queima deve ser quase que instantânea. 
 
Ao se comentar sobre o Decreto 2611/98 diz-se respeito ao art. 27 
do Código Florestal: 
Art. 27. É proibido o uso de fogo nas florestas e demais formas de vegetação. 
 Parágrafo único. Se peculiaridades locais ou regionais justificarem o emprego do fogo em 
práticas agropastoris ou florestais, a permissão será estabelecida em ato do Poder Público, 
circunscrevendo as áreas e estabelecendo normas de precaução. (Regulamento). 
Esse artigo diz exatamente como devem ser realizadas as 
queimadas. 
 
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§ 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, 
conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a 
legislação em vigor. 
 
Art. 243 CF. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de 
plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao 
assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer 
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e 
pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de 
atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias 
Obs: A expropriação é feita em processo separado.. 
Quando o preceito legal ressalta a pessoa “autoridade policial”, esta diz 
respeito ao Delegado de Polícia, pessoa com atribuiãode presidir o 
inquérito policial. 
 
O recolhimento de quantidade para o exame pericial fica a cargo do 
perito em uma quantidade não estipulada por lei. 
 
A formalização com o Auto de Levantamento deve conter todas as 
atividades e circunstâncias que possam especificar o exato lugar da 
plantação, as condições em que se encontrava, a extensão, dentre outros. 
 
INCINERAÇÃO 
Plantações ilícitas de drogas Imediatamente destruídas 
Quem destrói? Polícia judiciária competente 
Tudo é formalizado no... Auto de levantamento 
Destruição das drogas Por meio de INCINERAÇÃO 
Prazo máximo 30 dias 
Quem autoriza a incineração Autoridade judicial 
A incineração deve ser na presença 
de quem? 
De representante do Ministério 
Público e da autoridade Sanitária 
Queimadas das plantações Proteger o meio ambiente 
 
 
 
 
 
 
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DOS CRIMES 
 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, 
adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, 
trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou 
fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Temos aí um crime com vários núcleos verbais, sendo importante 
dizer que permaneceram os dezoitos verbos que existia na lei antiga. 
Por um lado a Lei 11343/06 beneficiou os usuários enquanto que 
para os traficantes foi imposta uma pena mais severa com uma duração 
maior ainda e com respectiva majoração das multas. 
 Sujeito ativo – Qualquer pessoa 
 Sujeito passivo – a sociedade 
 Bem jurídico – saúde pública 
AÇÕES DO TIPO 
IMPORTAR Entrar com droga no Brasil 
EXPORTAR Sair com a droga do Brasil 
REMETER Movimentação da droga para outra 
pessoa dentro do Brasil 
PREPARAR É manuseio da substância para 
obter a droga 
PRODUZIR Fabricar 
FABRICAR Utilização mecânica para obter a 
droga 
ADQUIRIR Trazer para si a posse da droga 
VENDER Repassar para outra pessoa 
mediante pagamento 
PERMUTA É a venda por meio de troca 
EXPOR À VENDA Colocá-la visível para os 
compradores 
OFERECER Doar a droga sem que receba 
recompensa 
PRESCREVER Recomendar o uso 
MINISTRAR Utilizar a droga em alguém através 
de um instrumento 
FORNECER Suprir outrem com droga 
 
 
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OBS1: Na exposição à venda, a droga deve estar materialmente 
presente no ponto de venda, não configurando-se assim, a exposição por 
meio de catálogo ou até uma exposição pela internet. 
OBS2: Na prescrição, caracteriza-se como crime próprio, pois 
somente o profissional da saúde que tem os meios legais para prescrever. 
Nesse contesto da gratuidade, todas as condutas descritas no tipo 
penal são indiferentes ao resultado do lucro. O agente poderá praticar 
qualquer tipo verbal respondendo somente por um único crime. 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze)

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