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Dinâmica Familiar

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A dinâmica familiar no atendimento odontológico
Psicologia aplicada à odontologia
Laíssa Eschiletti Prati e Caroline Santa Maria
A dinâmica familiar no atendimento odontológico
Devemos avaliar o paciente dentro da 
Família
Influenciar o paciente
Facilitar ou dificultar o tratamento odontológico
Problemas bucais podem ser sintomas de problemas familiares
A dinâmica familiar no atendimento odontológico
A família pode ser definida como um sistema social pequeno e independente que contém subsistemas menores que se interrelacionam. (Assumpçao Jr. E Sprovieri, 1993)
A unidade central mais significativa é, em geral, formada pelo pai e a mãe. 
A dinâmica familiar no atendimento odontológico
A Família como um sistema
			Grupo familiar
		 
			 Indivíduo 
Família é um sistema aberto: movimentação de seus membros e interação intra e extrafamiliar. 
A dinâmica familiar no atendimento odontológico
Algumas propriedades dos sistemas abertos presentes nas relações familiares foram destacadas por Elkaim (1990):
Totalidade: significa que as mudanças ocorridas em um membro da família tendem a modificar a família como um todo. 
Não-adicionalidade: conhecer os indivíduos separadamente não é suficiente para ter a dimensão do grupo familiar.
Igualdade de fins: elementos semelhantes podem estar ligados a elementos iniciais diferentes. 
Homeostase: há uma tendência do sistema de permanecer em equilíbrio. 
A dinâmica familiar no atendimento odontológico
A questão dos papéis
A partir das interações existentes entre os subsistemas e com os sistemas extrafamiliares, o sistema familiar tende a se estabilizar, com regras e papéis bem definidos. 
Além das heranças genéticas e socio-econômicas que recebemos, há algo que também herdamos e nem sempre percebemos: diz respeito ao lugar que ocupamos na família à qual pertencemos. 
Nós somos aquilo que fazemos com o que herdamos, somos sujeitos ativos no processo. (Käes, 1996)
A dinâmica familiar no atendimento odontológico
As comunicações familiares
Nas relações familiares, há muitas comunicações que ocorrem num plano não-verbal, sendo muitas vezes percebidas por suas consequências. 
Bateson (1971) descreveu uma situação denominada duplo vínculo, que pode se manifestar de várias formas:
1. Duas pessoas transmitem mensagens opostas e com o mesmo valor. 
2. Uma mesma pessoa dá duas instruções conflitantes que devem ser cumpridas.
3. Uma fala é contraditória à postura, gesto e tom de voz que a acompanham.
4. Mensagem explícita de um dos progenitores acompanhada de uma mensagem implícita e contraditória do outro. 
A dinâmica familiar no atendimento odontológico
As situações de duplo vínculo tendem a deixar o indivíduo paralisado, sem a possibilidade de tomar uma decisão satisfatória. 
O porta-voz e o bode expiatório
porta-voz
aquele membro do grupo familiar que, ao adoecer, está denunciando a enfermidade grupal. 
bode expiatório 
aquele membro da família que recebe as projeções de aspectos negativos dos demais membros e fica como representante das manifestações indesejadas do grupo familiar. 
tende a ser expelido do grupo, pois as projeções sobre ele são inconscientes e os demais membros da família não percebem que aqueles aspectos manifestados possam pertencer ao grupo, como um todo.
porta-voz e o bode expiatório
Entender estes dois conceitos auxilia a 
considerar que nem sempre as coisas são como parecem ser
aquele paciente pode estar contando algo que não diz respeito somente a ele, mas a todo um contexto familiar, do qual ele está sendo somente um mensageiro. 
Será que uma criança que se recusa a ir ao dentista ou a colaborar com o tratamento não está contando de uma dificuldade vivenciada pela família como um todo?
É importante ampliar a visão acerca da família
como é a relação estabelecida por esta com o tratamento odontológico e
 qual é a relevância dos problemas bucais como sintomas de conflitos familiares. 
Dever de orientar os pacientes e seus pais acerca de sua responsabilidade na prevenção de problemas ao longo do tratamento odontológico.
não deve confundir o estabelecimento de limites com repressão – ineficaz. 
Não atuar como terapeuta familiar
limites de atuação  muitas vezes sem resolver os problemas familiares não será possível um resultado satisfatório no tratamento odontológico. 
Influências familiares e conselhos aos pais
Odontopediatria
CORRÊA e GUEDES-PINTO (2003)
Ansiedade da mãe
Em crianças de menos idade, além da tensão normal que pode envolver o tratamento dentário, é frequente haver influência decisiva da tensão da mãe afetando o seu comportamento.
... quanto maior a tensão da mãe, maior o problemas gerado. 
Mães muito ansiosas e tensas quanto ao tratamento odontológico, na maioria das vezes, provocam grande ansiedade na criança, ainda que estas nunca tenham passado por experiências desagradáveis ou traumáticas em odontologia. 
Desajuste familiar
As crianças cujas famílias apresentam desajustes crônicos, contínuos, têm problemas maiores ou menores, dependendo de uma série de fatores...
... e estes problemas influenciam seu comportamento no consultório. 
Brigas entre os pais, viagem prolongada de um dos pais e nascimento de outro irmão geralmente afetam o mais novo – estes problemas provocam mudanças nas atitudes das crianças inclusive naquelas tomadas dentro do consultório. 
Fatores sócio-econômicos
É comum os clínicos considerarem apenas o fator sócio-econômico e assumirem como verdade que: quanto mais rica for a criança, mais cheia de vontades, chorosa e difícil de controlar. 
Esta afirmação deixa de lado os fatores culturais e étnicos. 
Os autores consideram que as crianças de classe média têm comportamento melhor que as mais ricas e que as mais pobres. 
Outros clínicos consideram que as mais pobres têm o melhor comportamento. 
Preparo da criança para ir ao dentista
Ansiedade da mãe, desajustes familiares e fatores sócio-econômicos e culturais têm influência sobre o comportamento da criança, ainda que esta jamais tenha ido ao dentista.
A criança pode ficar ansiosa de ir ao dentista – os extremos por parte da família são indesejáveis: família não deve se esforçar demais para demonstrar que o dentista é um amigão e também não devem transparecer para a criança o seu medo e experiências negativos com tratamento odontológico. 
Orientações devem ser feitas com clareza e de forma simples. 
Orientação aos pais e acompanhantes
Não se inquiete se seu filho chora.
O choro é uma forma normal de reação da criança ante situações desconhecidas ou temidas. Não lhe diga que não deve chorar; seu filho é uma criança e pode estar muito assustado. Respeite seu temor. Trataremos de aliviá-lo e fazer com que perca o medo naturalmente. 
 Não se inquiete se a reação de seu filho for ainda mais violenta; sem dúvida ele terá motivo.
 Sempre haverá métodos para resolver o problema odontológico. 
 Nunca o engane.
 Diga-lhe que vai levá-lo ao dentista. Faça-o compreender que vai visitar uma pessoa que o quer como amigo. 
 Se você lhe prometeu algum presente para melhorar sua conduta, não inclua o dentista nessas promessas. 
Orientação aos pais e acompanhantes
Deixe a criança expressar curiosidade por tudo que houver no consultório.
 O dentista terá prazer em lhe explicar e esclarecer suas dúvidas.
Controle seus temores. 
Evite, em presença de seu filho, relatar coisas desagradáveis e não permita que outros o façam. 
A melhor situação no tratamento é alcançada quando a criança está no consultório, o que conseguiremos aos poucos. 
Favoreça-o com sua atitude e confiança no dentista.
Enquanto você acompanha seu filho no consultório, procure não intervir na conversa entre ele e o dentista. 
A criança se confunde quando várias pessoas falam ou quando recebe indicações de vários lados. 
Orientação aos pais e acompanhantes
Permita que seu filho se desenvolva só, seguramente ele conseguirá. 
O dentista está para ajudá-lo e solicitará sua
cooperação quando julgá-lo necessário. 
Quando seu filho retornar a sala de espera, receba-o com naturalidade, evitando comentários a respeito dos procedimentos realizados durante a consulta. 
 Observações sobre horário marcado
 Observações sobre necessidade de visitas de controle
Comportamento dos pais no consultório odontológico
Quando a criança é levada à sala de tratamento, deve-se explicar aos pais que não deverão fazer nenhum gesto para seguí-lo ou para levar a criança, a menos que o dentista o convide.
Algumas crianças em idade escolar portam-se melhora na ausência de seus pais, enquanto outras, só tendo a presença dos pais se sentirão seguras (menores de 4 anos).
Se o pai ou mãe foram convidados a entrar na sala de consulta, este deve portar-se como uma visita. 
Presença da mãe na sala de consulta
É um dos pontos controvertidos no tratamento de crianças.
De forma geral, os autores acreditam que os pais não devem acompanhar seus filhos: necessário dispensar atenção aos pais, criança colabora menos e quer a atenção da mãe. 
Crianças menores de 3 anos: a separação da mãe pode causar muito sofrimento. 
As mães que entram no consultório devem ser bem preparadas.

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