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� PAGE \* MERGEFORMAT �21�
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE VETERINÁRIA
DISCIPLINA DE PROPEDÊUTICA CLÍNICA – IV 310
- EXPLORAÇÃO SEMIÓTICA DO APARELHO CARDIOVASCULAR -
- ROTEIRO DE AULA -
Profa Andreza Amaral da Silva
INTRODUÇÃO
1) Funções do Aparelho Cardiovascular
Manutenção da circulação sanguínea:
Oxigênio, gás carbônico, nutrientes, eletrólitos, metabólitos, hormônios;
Própria nutrição;
Hematose;
2) Anatomofisiologia
APARELHO CARDIOVASCULAR:
Coração
Artéria, veias e capilares
Sangue
a) Coração
O coração encontra-se na cavidade torácica (no mediastino), na altura do 3° ao 6° EIC, entre as cavidades pleurais. Os pulmões o recobrem lateralmente, cranialmente, dorsalmente e caudalmente o coração. Sua porção ventral está voltada para o assoalho da cavidade torácica, tocando o tecido que recobre as esternebras. A traquéia, os brônquios principais, o esôfago, os linfonodos mediastinais, o arco aórtico e a porção descendente da aorta estão dentro do mediastino medial na base do coração. Caudalmente, o coração, particularmente o ventrículo esquerdo, entra em íntimo contato com o diafragma. O coração pesa aproximadamente 0,8% do peso vivo do animal.
ESTRUTURA CARDÍACA
	
Câmaras Cardíacas:
Átrios Direito e Esquerdo
Ventrículos Direito e Esquerdo
Válvulas ou Valvas:
Atrioventriculares ( Tricúspide (direita) e Mitral (esquerda)
Semilunares ( Pulmonar (direita) e Aórtica (Esquerda)
Grandes Vasos:
Átrio direito: Veia cava caudal e cranial
Ventrículo direito: Artéria pulmonar
Átrio esquerdo: Veias pulmonares
Ventrículo esquerdo: Artéria aorta 
Coronárias:
São originadas a partir da artéria Aorta. Responsáveis pelo suprimento sanguíneo cardíaco:
HISTOLOGIA CARDÍACA
Histologicamente o coração é formado por três estruturas básicas (túnicas), são elas: 
Pericárdio: A serosa que reveste a superfície externa cardíaca. Dividido em pericárdio visceral e parietal:
Pericárdio visceral: encontra-se intimamente ligado ao miocárdio, revestindo-o. 
Pericárdio parietal (saco pericárdico): envolve o coração, formando uma cavidade entre os pericárdios denominada cavidade pericárdica, em cujo interior se encontra pequena quantidade de líquido seroso, o qual lubrifica a superfície cardíaca, facilitando a movimentação do coração.
Endocárdio: serosa que reveste o coração internamente.
Miocárdio: constituído por duas porções distintas histológica e funcionalmente:
Miocárdio ordinário: constitui o sistema contrátil (o músculo cardíaco em si), responsável pela mecânica do funcionamento cardíaco;
Miocárdio especializado: que é formado por células especializadas na formação e na transmissão de impulsos, determinando o ritmo cardíaco e sua autonomia.
SISTEMA DE CONDUÇÃO CARDÍACA
O sistema de condução cardíaca é formado por:
Nódulo Sinoatrial ou Sinusal: o Nódulo sinoatrial fica localizado na região superior do átrio direito, tem a função de marca-passo do coração, isto é, comanda o ritmo e frequência do coração. É autoexcitável.
Nódulo atrioventricular: o nódulo atrioventricular fica localizado no assoalho do átrio direito e é responsável por fazer a pausa fisiológica que permite que os átrios ejetem sangue para as câmeras ventriculares. Por causa dessa pausa fisiológica na transmissão do potencial de ação pela fibra cardíaca é que os átrios contraem-se antes dos ventrículos.
Feixe de His:  estrutura bifurcada que leva estímulos específicos para cada ventrículo.
Fibras de Purkinje: é uma ponta de condução que entra em contato direto com a célula miocárdica.
Observação:
A descarga elétrica gerada pelo coração possui características singulares, sendo formada em um determinado local e depois conduzida por todo coração, proporcionando uma contração muscular firme e homogênea. 
A geração e a condução devem ser de tal forma que ocorra primeiro apenas a contração dos átrios, dando tempo para eles se “esvaziarem” e encherem os ventrículos de sangue. Daí deve iniciar-se o relaxamento dos átrios para que ocorra a contração dos ventrículos e a expulsão sanguínea. As válvulas cardíacas são extremamente importantes neste ponto, “dando” ao fluxo sanguíneo uma só direção, sempre “para frente”.
A descarga cardíaca é “ritmada” e se inicia no átrio direito, num local chamado nodo sinusal, este é o marcapasso fisiológico do coração. A partir de lá, o estímulo segue para o nodo atrioventricular, seguindo para os ventrículos através do ramo direito e esquerdo das fibras de Purkinje. 
Qualquer problema neste sistema de condução acarretará em um desequilíbrio entre a necessidade de sangue pelo organismo e a capacidade de promover a circulação sanguínea pelo coração, em outras palavras, o coração será incapaz de fazer o sangue circular o corpo na velocidade devida.
PROPRIEDADES CARDÍACAS
Apesar de estar sujeito ao controle do sistema nervoso autônomo (sistema nervoso simpático e parassimpático), o coração possui certa autonomia. O coração é auto-excitável e contrátil, ou seja, tem a capacidade de gerar e propagar impulsos elétricos e de contrair-se. Assim, ele pode, por controle próprio, bombear sangue para todo o organismo de forma rítmica e vigorosa. O autocontrole cardíaco garante que seus batimentos sejam ininterruptos, fortes e rítmicos. Tal capacidade se deve a certas características inerentes ao coração:
Batmotropismo (auto-excitabilidade): a capacidade que o coração possui de se auto-excitar e propagar os impulsos elétricos e, assim, se contrair. O batmotropismo se inicia no nó sinusal.
Cronotropismo (rítmicidade): a capacidade cardíaca de ritmar suas contrações na frequência necessária, de modo sincrônico (rítmico), para que todos os seus eventos (sístole e diástole) ocorram de forma adequada e completa.
Dromotropismo (contratilidade): a capacidade que o coração tem de se contrair e promover a propulsão sanguínea para os vasos. 
Inotropismo (força de contração): a capacidade cardíaca de proporcionar uma força de contração necessária para que a pressão sanguínea obtida por essa capacidade, associada à ação das artérias e veias, o sangue possa ser distribuído para todo o organismo de modo satisfatório.
CONTROLE NERVOSO DA MECÂNICA CARDÍACA
A mecânica cardíaca também é mantida e controlada pelo sistema nervoso autônomo, representado pelos nervos cardíacos que emergem dos troncos simpático e parassimpático (vagal), atuando como acelerador (simpático) e frenador ou moderador (parassimpático) da função cardíaca.
CICLO CARDÍACO
O coração contrai e relaxa num movimento cíclico em resposta à despolarização elétrica e o movimento do cálcio dentro das células. O ciclo cardíaco representa os eventos ocorridos entre as duas bulhas cardíacas, ou seja, sístole e diástole. Durante o ciclo, átrios e ventrículos não contraem simultaneamente, por isso serão abordados separadamente. Devemos ter em mente também que o sangue circula atrás de uma pressão mais baixa (local de maior pressão para local de menor pressão). As válvulas existentes no coração (bicúspide e tricúspide) e as válvulas semilunares (pulmonar e aórtica) condicionam o sentido do fluxo sanguíneo, evitando que este volte para trás. No funcionamento do coração considera-se:
Diástole geral: Ocorre o relaxamento do miocárdio. As válvulas semilunares estão fechadas e as válvulas auriculoventriculares estão abertas. O sangue que flui das veias para as aurículas passa de um modo passivo das aurículas para os ventrículos.
Sístole atrial: Verifica-se a contração da parede dos átrios que pressionam o sangue para os ventrículos, provocando o enchimento dos mesmos. As válvulas auriculoventriculares permanecem abertas.
Sístole ventricular: as paredes dos ventrículos contraem-se, comprimindo o sangue e fechando as válvulas auriculoventriculares. A contração ventricular aumenta a pressão sanguínea provocando a abertura das válvulas semilunares. O sangue passa para as artérias.
b) Artérias, Veias eCapilares
Artérias e Arteríolas: Carregam sangue a partir dos ventrículos do coração para todas as partes do nosso corpo. Possuem células endoteliais e tecido muscular em sua estrutura.
Veias e Vênulas: São os vasos que carreiam sangue para o coração. Possuem células endoteliais e uma camada de tecido conjuntivo (adventícia) em sua estrutura. 
Capilares: Possuem a parede constituída exclusivamente de células endoteliais. Dentre todos os vasos do organismo são os que possuem menor calibre. São responsáveis pelas trocas gasosas com os tecidos periféricos. 
c) Sangue
As características e particularidades deste componente do sistema circulatório serão discutidas na disciplina de Patologia Clínica Veterinária.
e) Circulação Sanguínea
Didática e funcionalmente podemos dividir a circulação sanguínea em pequena e grande:
Pequena Circulação (Pulmonar):
Ventrículo direito (Pulmonar) ( artéria pulmonar  ( pulmões ( veias pulmonares  ( átrio esquerdo (Mitral) 
O sangue que sai do ventrículo direito é rico em gás carbônico, sendo considerado venoso, enquanto que o sangue que chega ao átrio esquerdo é rico em oxigênio, chamado de arterial.
Grande Circulação (Sistêmica):
Ventrículo esquerdo (Aórtica) ( artéria aorta  (  sistemas corporais  ( veias cavas  (  átrio direito (Tricúspide)
O sangue que sai do ventrículo esquerdo é rico em oxigênio, sendo considerado arterial, enquanto que o sangue que chega ao átrio direito é rico em gás carbônico, chamado de venoso.
f) Insuficiência Circulatória
INSUFICIÊNCIA CIRCULATÓRIA CENTRAL (Insuficiência cardíaca)
Um distúrbio cardíaco pode ou não comprometer parcial ou completamente uma ou mais das funções cardíacas acima referidas, determinando um quadro de insuficiência cardíaca que se torna incompatível com a vida do animal devido ao comprometimento do aporte sanguíneo e de nutriente aos tecidos, podendo ser, portanto, fatal. Ela pode ser de curso lento, ocorrendo num período prolongado - a chamada insuficiência cardíaca congestiva -, ou ocorrer de forma rápida e fulminante - a chamada insuficiência cardíaca aguda. Na primeira, os mecanismos compensatórios podem ser acionados e o quadro revertido, ao passo que na última, a forma aguda e fulminante, pode não haver tempo hábil para que o organismo compense esse distúrbio, sendo, muitas vezes, um quadro fatal.
Observação: Compensação cardíaca
Se a demanda circulatória for aumentada, o coração poderá compensá-la mediante dois mecanismos básicos pelos quais se proporciona um maior volume circulante por minuto. São eles:
Aumentar a frequência cardíaca, aumentando, portanto, a quantidade de sangue por minuto que o coração bombeia.
Aumentar a força de contração, o que determina maior força de propulsão sanguínea, a qual levará a um aumento da pressão arterial e tornará mais disponível o sangue para os diferentes tecidos e órgãos.
O primeiro mecanismo é o que ocorre mais comumente e no início de qualquer processo de déficit circulatório. Já o segundo ocorre quando o primeiro não é suficiente para compensar este déficit ou quando o processo evolui e se torna crônico, tornando o primeiro mecanismo insuficiente.
INSUFICIÊNCIA CIRCULATÓRIA PERIFÉRICA
Os vasos sanguíneos são responsáveis pela distribuição de sangue para todas as células do corpo. São os principais responsáveis pela manutenção da pressão sanguínea arterial e também pelo retorno venoso. Quando ocorrem problemas vasculares, ou compromete-se a irrigação ou a drenagem dos tecidos, levando a processos de isquemia, hipóxia, degeneração e morte celular ou à estase sanguínea, determina-se um quadro congestivo. Tudo isso é decorrente da chamada insuficiência circulatória periférica. Para diferenciar da central ou também denominada insuficiência cardíaca, normalmente relacionada à problemas cardíacos, a insuficiência circulatória periférica é decorrente de uma redução do débito cardíaco ou por acúmulo de sangue nos vasos periféricos. Já a insuficiência cardíaca é decorrente de processos que comprometam o volume de sangue por minuto que sai do coração. 
g) Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Conforme dito anteriormente, a Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) é a incapacidade do coração de bombear sangue suficiente para satisfazer às necessidades de oxigênio e nutrientes por parte dos tecidos. Em função da localização da falha cardíaca no coração, a ICC pode ser classificada em ICC Esquerda e ICC Direita.
ICC Esquerda: 
Ocorre uma falha no coração esquerdo que o torna incapaz de bombear todo o seu conteúdo para a rede arterial periférica. Como o ventrículo não se pode esvaziar devidamente, a pressão no átrio esquerdo aumenta, aumentando a pressão na circulação pulmonar;
( pressão no ventrículo esquerdo (VE) ( ( fluxo de sangue do átrio esquerdo (AE) ( ( pressão no AE ( ( fluxo de sangue dos vasos pulmonares ( ( da pressão na circulação pulmonar ( extravasamento de líquido para os pulmões (edema pulmonar);
Sinais clínicos: cursam com alterações no sistema respiratório (tosse, dispneia, posição ortopnéica, edema pulmonar e cianose, etc);
ICC Direita: 
Ocorre uma falha do coração direito que não consegue ejetar o sangue para a circulação pulmonar. Como resultado, o sangue acumula-se no átrio direito, aumentando a pressão na rede venosa nos vasos que chegam ao coreação pela veia cava, com a consequente retenção de sangue nos diversos órgãos e tecidos.
( pressão no ventrículo direito (VD) ( ( fluxo de sangue do átrio direito (AD) ( ( pressão no AD ( ( fluxo de sangue dos vasos venosos que chegam ao coração (veias cavas) ( ( da pressão na circulação venosa ( congestão das vísceras e dos tecidos periféricos ( extravasamento de líquido para os tecidos (edema) e cavidades (efusões cavitárias);
Sinais clínicos: cursam com alterações sistêmicas (edemas, derrames cavitários - ascite principalmente, ingurgitamento e pulso de jugular, etc);
3) Objetivos do Exame Clínico
O paciente é um cardiopata?
Anamnese e exame físico.
Cerca de 85% das alterações de sistema circulatório podem ser detectadas apenas com o exame físico.
EXAME SUBJETIVO
1) Identificação ou Resenha
a) Espécie
Reticulopericardite: apenas em Ruminantes
Cães são mais propensos a cardiomiopatia dilatada e à endocardiose. 
Gatos são mais propensos à miocardiopatia hipertrófica;
Observação: O gato não apresenta predisposição à cardiomiopatia dilatada devido a suplementação com taurina nos alimentos balanceados vendidos comercialmente. A taurina está relacionada ao metabolismo do cálcio (sendo importante para a contração cardíaca) e é um aminoácido essencial nos gatos, e por isso suplementada nas rações comerciais para essa espécie.
b) Raça
Doenças Congênitas cuja incidência está relacionada à raça do animal:
Persistência de ducto arterioso: poodles, pastor alemão e collie
Estenose subaórtica: rottweilers e boxer
Estenose de pulmonar: buldogues, schnauzers e beagles
Doenças Congênitas cuja incidência está relacionada à raça do animal:
Miocardiopatia dilatada idiopática: raças grandes e gigantes (boxer, doberman, dogue alemão, entre outros)
Degeneração mixomatosa da valva mitral: raças pequenas (Fox, pincher miniatura, pequinês, teckel, lulu da pomerânia)
Equinos: raças de esporte (PSI, quarto de milha) tem sistema cardiovascular mais desenvolvido devido ao exercício e são menos propensos a apresentarem cardiopatias.
c) Idade
Sopro em filhotes (3 meses): suspeita-se de cardiopatia congênita
Sopro em adulto (10 anos): suspeita-se de cardiopatia adquirida
Jovens: doenças congênitas (persistência do ducto arterioso, má formações cardíacas)
Adultos: doenças crônicas e adquiridas (ICC, endocardite, reticulopericardite)
d) Sexo (poucas cardiopatias são ligadas ao sexo – felinos não apresentam)
Fêmea de cão: persistência do ducto arterioso
Macho de cão: degeneração mixomatosa de valva mitral e miocardiopatia dilatada
Bovinos:fêmeas leiteiras tem mais distúrbio cardiovascular que o macho – vaca vive 15 a 20 anos ao passo que maioria dos bezerros machos não chega à fase adulta (incidência relativa)
e) Meio ambiente
Dirofilariose: regiões litorâneas (presença do vetor)
Doença de Chagas: mata e floresta (habitat do barbeiro)
2) Anamnese
Queixa principal: principais sinais e sintomas observados pelo proprietário ou tratador;
Início e duração do problema: 
Quais os primeiros sinais notados pelo proprietário ou tratador do animal (suspeitar de enfermidade secundária ou primária do sistema circulatório);
Quais sinais surgiram primeiro e qual foi a sequência? (são dados que podem dar uma noção da gravidade do processo e se a enfermidade está se agravando e acometendo outros sistemas ou está restrita ao sistema cardiovascular);
Evolução da doença: inferir sobre a gravidade do processo em questão e se o quadro está pior, estável ou se houve melhora;
Exposição a infecções e vacinação: endocardites podem estar associadas a casos recentes de infecções (pneumonias, mastites, metrites). A febre aftosa pode causar lesões no músculo cardíaco dos animais de grande porte e por isso checar se a vacinação está em dia.
Medicação atual e resposta à terapia: arguir o proprietário sobre medicações administradas ao animal: qual medicação, em qual dose, intervalo; se houve melhora ou piora do quadro clinico (se o medicamento leva a melhora isso pode te ajudar a fechar o diagnóstico – diagnóstico terapêutico, ou se foi usada alguma droga que possa mascarar sintomas circulatórios e induzir ao erro – antiarrítmicos, furosemida, etc)
Consegue administrar a medicação?: extremamente importante pois muitas vezes o animal já foi diagnosticado e o tratamento iniciado, contudo, o proprietário não conduziu de forma adequada a terapêutica instituída pelo veterinário.
Estado reprodutivo: fêmeas em estágio final de gestação podem apresentar, pelo peso excessivo dos fetos e o espaço que ocupam na cavidade abdominal, retorno venoso prejudicado e podem desenvolver quadro de edema periférico que pode ser confundido com distúrbio circulatório periférico.
Claudicação e paresias: ocorrem devido a dor isquêmica em membros inferiores com atividade muscular. Alivia com o repouso e decorre da má perfusão tecidual ou alterações eletrolíticas (potássio, cálcio, magnésio baixos).
Doenças e traumas pregressos: doença da segunda-feira nos equinos (rabdomiólise) está associada à fibrose miocárdica.
Secreção nasal e dificuldade de respirar: podem estar associados à ICC esquerda. Avaliar possibilidade de comprometimento do sistema respiratório.
 
Ambiente: higiene (higiene predispõe animal à ingestão de corpos estranhos e perfuração do retículo – reticulopericardite traumática) e presença de plantas tóxicas (Palicourea marcgravii)
Apetite: a perda de apetite pode estar associada a doenças do sistema cardiovascular.
Consumo de água e alimento: hidratação (volemia), doenças carências (doença do músculo branco, plantas tóxicas causa cardiopatia, etc)
Hábitos urinários e de evacuação: devido a perda de líquido para o interstício (edema pulmonar, edemas periféricos e efusões cavitárias) pode haver diminuição do volume urinário e da frequência de micção. As fezes podem apresentar-se ressecadas e com muco pelo mesmo motivo (perda de líquido);
Vômitos ou regurgitações: alterações no centro do vômito.
Convulsões ou síncopes: falta de oxigenação para os tecidos nervosos.
Função a que se destina o animal: avaliar a carga de trabalho versos a condição física do animal (ver se ele suporta a carga de exercício a qual está sendo submetido e se ele está preparado fisicamente para tal).
3) Indícios de comprometimento do aparelho circulatório
a) Taquipnéia e Dispnéia
Taquipnéia:
Aumento da frequência respiratória;
Precede à dispneia;
Dispnéia: 
Dificuldade Respiratória:
Inspiratória: VA anteriores;
Expiratória: Brônquio, interstício e alvéolos ou edema pulmonar por ICC;
Mista: ICC + efusão pleural;
b) Tosse
Arco reflexo produzido por estimulação da faringe, traquéia, brônquios, bronquíolos, pleura e pericárdio.
Tosse cardíaca:
Normalmente seca e ruidosa;
Ocorre no repouso e no exercício 
Estímulos que a evocam (quando o proprietário chega em casa)
Causas: aumento do átrio esquerdo (degeneração mixomatosa da valva), Insuficiência ventricular esquerda e Dirofilariose (cão) 
Observação: normalmente o proprietário relata que a ocorrência da tosse é maior à noite, mas na verdade ela pode ocorrer a qualquer hora do dia. O horário da noite é o período em que o proprietário normalmente está em casa (após o trabalho) e, portanto, o período em que fica mais tempo em companhia do animal. Além disso, o retorno do proprietário à sua casa causa deixa o animal excitado, desencadeando o reflexo da tosse.
c) Cianose
Pode ser central ou de origem periférica
Periférica: estase do sangue nos capilares, resultando numa maior extração de oxigênio pelos tecidos locais, isso é mais comum com baixo débito cardíaco com vasoconstricção periférica.
Central: diminuição da tensão de oxigênio arterial e aumento da concentração de hemoglobina saturada
Causas: edema pulmonar, obstrução das vias respiratórias, choque;
d) Coleções de líquidos 
Edema: Ocorre devido a um desequilíbrio entre a pressão oncótica e a osmótica.
Localização:
Equino: baixo ventre, cabeça, membros anteriores
Bovino: barbela, cabeça, peito
Pequenos animais: membros e cabeça
Causas:
Hipoproteinemia: alterações laboratoriais (caquexia cardíaca)
Renal e hepática: Alterações laboratoriais, sinais disfunção renal ou hepática, uremia
Cardiovascular:
Insuficiência cardíaca direita: bilateral e simétrico
Trombose venosa: unilateral e localizado
Efusões Pericárdicas:
Pericárdicas
Torácicas
Abdominais (ascite – mais comum)
Ascite
Acúmulo de Líquido Livre no Abdome;
Lento e crônico;
Dispnéia e taquipnéia (graves);
Causas:
Extra-Cardíacas:
Hipoproteinemia;
Doença Hepática;
Doença Renal;
Pancreatite;
Obstrução linfática (ducto torácico);
Cardíacas (transudato modificado):
Disfunção Cardíaca Direita Grave:
Congênitas : displasia tricúspide;
Adquiridas: miocardiopatia dilatada, degeneração mixomatosa de tricúspide;
Tamponamento cardíaco;
e) Síncope
Perda súbita e transitória da consciência e tônus postural; 
Falta de extrato energético e Oxigênio ao cérebro;
Causas:
Cardíacas:
Colapso de traquéia;
Distúrbios neurológicos;
Hemorragias; 
Anemias;
Hipoglicemia; 
Tosse;
Extra-Cardíacas:
Cardiopatias congênitas;
Miocardiopatia dilatada;
Endocardioses;
Arritmias;
Medicações cardiológicas;
Observação: Diferenciação entre síncope cardíaca e convulsão
	Momento
	Síncope Cardíaca
	Convulsão
	Situação Clínica
	Estresse, defecação, micção, tosse e exercício 
	Qualquer situação 
	Episódio
	 Brusco e de curta duração
 Com ou sem perda da consciência
 Com ou sem defecação e micção
 Cianose pode ocorrer 
	 Duração prolongada
 Perda da consciência
 Com ou sem defecação e micção
 Cianose pode ocorrer 
	Sintomas Residuais
	 Recuperação rápida
 Orientação 
	 Recuperação lenta
 Desorientação 
f) Perda de Peso
Caquexia Cardíaca (casos crônicos):
Causado pelo desequilíbrio entre a ingesta dietética e os requerimentos nutricionais;
Diminuição perfusão e edema intestino: resulta em perdas de nutrientes aumentada na urina ou nas fezes prejudicando a absorção e utilização do substrato;
Aumento do Catabolismo: o gasto de energia em repouso é elevado devido ao trabalho aumentado da respiração, febre, ou aumento da circulação periférica do sistema nervoso simpático. Finalmente, a falta de atividade física contribui para a perda de massa magra nesta população, em que a restrição ao exercício rotineiramente acontece;
Interleucinas (TNF-α): liberada durante a doença cardiovascular. Inibe a ingestão de alimentos e causa hipermetabolismoe hipercatabolismo;
g) Fraqueza e sonolência
Devido à má perfusão tecidual.
h) Morte Súbita
Cães: estenose sub-aórtica por isquemia de miocárdio;
Doberman: Cardiomiopatia dilatada oculta;
Bovino: planta tóxica (Palicourea marcgravii);
i) Febre variável
Aumento do catabolismo;
Endocardites (bovinos);
EXAME FÍSICO
1) Inspeção Geral 
Fazer uma inspeção panorâmica do animal em movimento e em repouso;
Observar:
Sinais de fraqueza e letargia;
Escore corporal (caquexia cardíaca);
Aumento de volume (coleções líquidas);
Estado dos vasos aparentes (estase venosa);
2) Região da Cabeça e Pescoço
INSPEÇÃO E PALPAÇÃO
Simetria:
Presente ou ausente
Causas de assimetria: 
Edema - falha cardíaca direita (frio e indolor);
Obstrução venosa ou linfática;
Narinas:
Sempre úmidas e brilhantes (diminuição da umidade e brilho pode ser devido à diminuição do volume circulante);
Secreção ausente nos distúrbios de aparelho circulatório;
Reflexo da Tosse
Verificar se está ausente, presente ou exacerbado;
Verificar o tipo de tosse produzida (tosse cardíaca x tosse respiratória);
Mucosa
Cor:
Pálida: 
Choque hipovolêmico;
Falência Circulatória Periférica;
Cianose:
Hipoperfusão e anemia (eliminar suspeita de causa respiratória);
TPC:
Maior que 2 segundos: diminuição do volume circulante (desidratação, choque);
Linfonodos regionais (retrofríngeo, mandibular e parotídeo):
Temperatura, consistência, sensibilidade e mobilidade;
Diferenciar de alteração regional e processo linfático;
3) Exame dos Capilares
INSPEÇÃO 
Vasos episclerais: arteríolas e vênulas pré-capilares
Avaliar plenitude, cor e extensão;
Normal: moderadamente cheios e claramente demarcados;
Cheias (ingurgitadas): estase venosa, distúrbio inflamatório (ocular); 
“Vazia”: anemia avançada;
Vermelho ferrugem: aumento da permeabilidade vascular (choque);
4) Exame da Veias
INSPEÇÃO E PALPAÇÃO
Veias inspecionáveis e palpáveis:
Veia jugular:
Todas as espécies
Bilateral – sulco da jugular
Veia abdominal subcutânea: bovinos 
Avaliar:
Grau de Plenitude
Pulso Venoso
Consistência da Parede 
Grau de Plenitude
Veia Mamária:
Normal é cheia (pois está localizada abaixo do coração);
À compressão não se esvazia;
Veia Jugular:
Animal normal é vazia (pois está localizada acima do coração);
Coluna não maior que 1/3 inicial da jugular;
Mais facialmente visível em animais magros e de grande porte;
Piora ao abaixar a cabeça;
 Teste Estase Venosa: comprimir (garrotear) a jugular no meio do pescoço e avaliar a coluna após o primeiro batimento cardíaco;
Teste da Estase venosa Negativo: ausência de coluna de sangue abaixo do garrote após o primeiro batimento cardíaco – Ausência de distúrbio Cardiovascular
Teste da Estase Venosa Positivo: presença de coluna de sangue abaixo do garrote mesmo após o primeiro batimento cardíaco – PREENÇA DE DISTÚRBIO CARDIOVASCULAR (dificuldade de retorno venoso e aumento da pressão venosa central);
Pulso Venoso
Verificar se está presente ou não
Pulso Venoso Negativo:
Fisiológico é na veia jugular;
Ocorre devido à interrupção fluxo sanguíneo durante a sístole atrial – pré-sistólico;
Verificado apenas no final da jugular (porção próxima ao tórax);
Observado apenas em animais magros e grandes animais (bovinos);
Fica mais nítido quando o animal abaixa a cabeça (ação da gravidade);
É sempre Estase Venosa Negativo;
É ausente na veia mamária (exceto na lactação);
Pulso Venoso Positivo:
Pulso Patológico (sempre decorre de alguma alteração cardíaca)
Veia Jugular:
Observado desde a entrada tórax, indo em direção à mandíbula;
Ocorre durante a sístole atrial (1ᵃ bulha);
Normalmente ocorre devido à regurgitação sanguínea – falha na tricúspide;
É sempre Estase Venosa Positivo;
Também pode ser observado na veia mamária dos bovinos;
Pulso Venoso da Jugular FALSO:
Artéria Carótida: reflexo;
Variação pressão intratorácica (dispneia);
Ambos sempre serão Estase Venosa Negativo;
Causas de Distensão e Pulso Venoso Positivo:
	DISTENSÃO
	PULSO POSITIVO E DISTENSÃO
	Efusão Pericárdica e Pericardite Traumática 
	Insuficiência de Tricúspide (congênita, degenerativa, adquirida, CMD) 
	Leucose e Tuberculose Pericárdica 
	Estenose de Valva Pulmonar 
	Endocardite Atrioventricular Direita (insuficiência) 
	Dirofilariose 
	Cardiomiopatia Dilatada (CMD) 
	Hipertensão Pulmonar 
	Massa Tumoral Átrio Direito ou de Localização cranial 
	
	Trombose de Veia Cava 
	
	Consistência da Parede
Palpar toda extensão da veia jugular – porção acessível (bilateralmente);
Ponta dos dedos e mão em pinça;
Consistência, sensibilidade, mobilidade e temperatura;
Veia jugular normal não é sentida;
Endurecimento e diminuição da mobilidade: inflamação
Flebite: parede;
Tromboflebite: parede e lúmen;
5) Exame do Tórax e Coração
a) Inspeção do Tórax
Inspeção Direta - bilateral e por cima:
Emaciação;
Obesidade;
Evidência de Caquexia;
Padrão Respiratório:
Dispnéia: mista (edema pulmonar);
Respiração abdominal: processos tórax (neoplasias, pericardite);
Posição ortopnéica;
b) Inspeção da Área Cardíaca
Inspeção Indireta: 
Radiografia, ecocardiografia, tomografia, etc.
Choque cardíaco ou précordial (lado esquerdo):
Parede do ventrículo esquerdo;
Posição quadrupedal;
MAE deslocado cranialmente;
Acima e caudal ao olecrano; 
Observa-se a vibração da parede torácica;
Possível somente em animais magros e de peito estreito;
c) Palpação do Tórax (animal em estação ou decúbito)
Fraturas;
Crepitações e enfisema;
Massas;
Edema;
Frêmito;
e) Palpação da Área Cardíaca (animal em estação ou decúbito)
Frêmito – sopros e pericardite;
Choque précordial ou cardíaco - desloca-se o MAE cranialmente:
Grandes Animais: 5º e 6º EIC;
Pequenos Animais: 5º EIC (corresponde ao foco da válvula mitral);
Alterações à Palpação do Choque Cardíaco:
Intensidade:
Aumentada:
Animais magros;
Hipertrofia cardíaca;
Início de endocardite;
Hepatização pulmonar; 
Diminuída:
Animais obesos;
Debilidade cardíaca;
Hidrotórax, hemopericárdio e hidrotórax;
Próximo à morte; 
Deslocamento:
Cranial:
Gestação gemelar (grandes) e/ou avançada;
Ascite;
Sobrecarga ruminal e gástrica;
Tumores e gânglios infartados no mediastino; 
Caudal:
Tumores na parede torácica;
f) Percussão do Tórax e Coração
Sempre bilateral e sequencial;
Percussão Indireta:
Grandes Animais: martelo plessimétrica; 
Pequenos Animais: digito-digital;
Importância:
Delimitação da área cardíaca (maciço e submaciço) e pulmonar (claro);
Identificação de massas (macicez localizada) e fluído no tórax (macicez horizontal);
Identificação das áreas de macicez ABSOLUTA e RELATIVA:
Macicez Absoluta: presentes apenas naqueles animais em que o coração não é inteiramente recoberto pelo pulmão (equinos, cães e gatos);
Macicez Relativa: presente apenas naqueles animais em que o coração é inteiramente recoberto pelo pulmão (bovinos);
Percussão Dolorosa:
Utiliza-se martelo de borracha;
Realizada somente em Bovinos na região do coração;
Avaliar: Sensibilidade (gemidos e defesa);
Aumentada: Lesões inflamatórias e/ou traumáticas na área coração (pericardite traumática);
g) Auscultação
Realizar o exame com o animal em estação e em repouso;
Ambiente silencioso e calmo;
Toalha no tórax ou estetoscópio (pouco utilizado – risco de acidente e pouca higiene);
Estetoscópio/fonendoscópio;
Sons de baixa e de alta frequência;
Sons cardíacos e respiratórios
Sempre auscultar:
Ponto de Máxima Intensidade Cardíaca (em pequenos animais corresponde ao 5º EIC esquerdo – foco da mitral);
Focos Cardíacos (pulmonar aórtico, tricúspide e mitral);
O que avaliar:
Frequência Cardíaca 
Bulhas Cardíacas 
Focos de Auscultação
Ritmo Cardíaco 
Lado Esquerdo				Lado Direito
P: Pulmonar
A: Aórtico				T: Tricúspide
M:Mitral
	Espécie Animal
	Lado Esquerdo
	Lado Direito
	
	Pulmonar
	Aórtico
	Mitral
	Tricúspide
	Equinos
	3° EIC
	4° EIC
	4° ou 5° EIC
	4° EIC
	Bovino
	3° EIC
	4° EIC
	4° ou 5° EIC
	4° EIC
	Pequenos Ruminantes
	3° EIC
	4° EIC
	5° EIC
	4° EIC
	Pequenos Animais
	3° EIC
	4° EIC
	5° EIC
	4° EIC
FREQUÊNCIA CARDÍACA
Número de batimentos cardíacos em um minuto;
Sempre avaliada no ponto de máxima intensidade cardíaca;
Alterações da frequência cardíaca:
Taquicardia: aumento da frequência acima dos valores considerados de referência
Febre, dor, exercício e gestação;
Anemia, Desidratação;
Distúrbio circulatório;
Bradicardia: diminuição da frequência abaixo dos valores considerados de referência
Idade e medicações; 
Distúrbio de condução;
Aumento do tônus vagal; 
 
	Espécie Animal 
	Frequência Cardíaca (bpm) 
	Equino 
	28 a 40 
	Bovino 
	60 a 80 
	Ovino 
	90 a 115 
	Caprino 
	95 a 120 
	Cão Adulto
	60 a 160 
	Cão Filhote
	até 220 
	Cão – Raças Pequenas 
	até 180 
	Gato 
	120 a 240 
BULHAS CARDÍACAS
Sons cardíacos Normais – S1 e S2:
1º Bulha (S1): Corresponde ao fechamento das válvulas atrioventriculares (mitral e tricúspide) - “Tum” ou “Lubb”;
Componentes sonoros da 1º Bulha:
Tensão vibratória das cordoalhas tendíneas; 
Vibração do fechamento das válvulas atrioventriculares;
Ruído muscular da contração dos ventrículos;
Distensão súbita das paredes arteriais;
 Tipo de som: profunda e de maior duração maior;
2º Bulha (S2): Corresponde ao fechamento das válvulas semilunares (aórtica e pulmonar) - “Tá” ou “Dupp” 
Componentes sonoros da 2º Bulha:
Tensão vibratória das válvulas semilunares;
Tipo de som: aguda e curta (poucos componentes);
Focos de Ausculta X Bulhas Cardíacas:
1º Bulha (S1): mais audível no foco da Mitral e da Tricúspide;
2º Bulha (S2): mais audível no foco da Pulmonar e da Aórtico;
RITMO CARDÍACO
Deve ser sempre Constante, Regular e com a Frequência cardíaca dentro dos valores de referência (normal);
Ritmo cardíaco normal é o Sinusal (origem no nodo sinusal no átrio direito);
Ritmos normais em cães:
Arritmia sinusal respiratória: normal em cães
Marca-passo Migratório
Ritmos normais em gatos:
Taquicardia sinusal
h) Sons Cardíacos Anormais à Auscultação
São eles:
Modificações do Ritmo
Clicks ou Estalidos
Sopros Cardíacos
MODIFICAÇÃO DO RITMO
Ocorre devido a presença das Bulhas S3 e/ou S4 - Ritmo de Galope.
3º Bulha – S3:
Som de baixa intensidade presente no início da diástole (próximo a S2);
Ocorre devido ao rápido preenchimento ventricular; 
Causas: Hipertrofia ventricular com insuficiência de miocárdio;
Esporádica em bovino e frequente em equino;
4º Bulha – S4:
Ruído de Baixa intensidade e pré-sistólico (próximo a S1);
Ocorre devido à vibração da contração atrial; 
Causas: diminuição da complacência ventricular e hipertrofia;
Ritmo de galope: presença de S3 e S4 concomitantemente;
Ritmo Pendular:
Pequeno silêncio é igual ao grande silêncio;
Há aumento da FC e semelhança entre S1 e S2 (ritmo fetal);
Ocorre em doenças infecciosas graves e fase terminal das cardiopatias;
Ritmo Monofônico:
Desaparece S1 ou S2 (mais frequente) – Hipovolemia intensa;
Quando há desaparecimento de S1: ocorre devido à dilatação extrema das cavidades cardíacas com comprometimento do tônus e contratabilidade do coração;
CLICKS OU ESTALIDOS
Som de alta frequência e audível na sístole (estalo);
Costuma ser confundido com ritmo de galope;
Normalmente presente durante o prolapso de mitral (protrusão da válvula);
Mais comum em cães;
SOPROS
Vibrações sonoras audíveis que refletem alterações de fluxo sanguíneo no coração (turbulência).
Classificação dos sopros:
Tipo; 
Fase em que ocorrem;
Origem;
Grau ou intensidades;
Duração;
Tipo de Sopro
Sopros Orgânicos:
São sempre patológicos;
Decorrem de alterações:
Valvares;
Cardíacas (doença septal);
Sopros Funcionais:
Não associados à doença cardíaca - não patológicos;
Causas: anemia, hipoproteinemia e febre;
Quanto à Fase Em Que Ocorrem
Sopro Sistólico:
ESTENOSE de Pulmonar ou Aórtica;
INSUFICIÊNCIA de Mitral ou Tricúspide;
Sopro Diastólico:
INSUFICIÊNCIA de Pulmonar ou Aórtica;
ESTENOSE de Mitral ou Tricúspide;
Observação: Insuficiência x Estenose
Insuficiência: estreitamento e contratura da valva que fica incapaz de exercer sua função (fechar - má vedação);
Estenose: Valva engrossa, endurece (abertura incompleta devido a diminuição da luz);
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SÍSTOLE VENTRICULAR:	
Válvulas atrioventriculares: FECHADAS
Válvulas semilunares: ABERTAS
DIÁSTOLE:
Válvulas atrioventriculares: ABERTAS
Válvulas semilunares: FECHADAS
�
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Quanto à Origem
Foco de máxima audibilidade e intensidade do sopro: 
PULMONAR: sopro mais audível no foco da válvula Pulmonar;
AÓRTICO: sopro mais audível no foco da válvula Aórtica;
MITRAL: sopro mais audível no foco da válvula Mitral;
TRICÚSPIDE: sopro mais audível no foco da válvula Tricúspide;
Quanto ao Grau de Intensidade
	GRAU DO SOPRO 
	DESCRIÇÃO DO SOPRO 
	GRAU I 
	Muito suave, audível apenas em ambientes silenciosos e após alguns minutos de auscultação 
	GRAU II 
	Suave, mais facilmente audível 
	GRAU III 
	Sopro de intensidade moderada 
	GRAU IV 
	Alto, porém não acompanhado de frêmito precordial 
	GRAU V
	Alto com frêmito precordial palpável 
	GRAU VI 
	Muito alto, sendo audível mesmo com o estetoscópio afastado da parede torácica, com frêmito precordial 
Quanto à Duração
PROTOssistólico ou diastólico: no início da sístole ou diástole
MESOssistólico ou diastólico: no meio da sístole ou diástole 
TELEssistólico ou diastólico: no fim da sístole ou diástole 
HOLOssistólico ou diastólico: em toda a sístole ou diástole 
6) Exame das Artérias
a) Palpação
Verifica-se o Pulso Arterial;
Dedo indicador e médio;
Pressão mais forte e diminui lentamente até sentir o pulso;
Artérias palpáveis:
Equino: Facial (submandibular), facial transversa e digital palmar; 
Bovino: Facial, Digital e Caudal (Coccígea);
Cães, gatos, bezerros, potros, pequenos ruminantes: femoral
Avaliar:
Frequência (número de pulsos por minuto – igual ao frequência cardíaca)
Ritmo (intervalo entre os pulsos deve ser constante e regular)
Amplitude (capacidade de distensão das artérias)
Tensão ou Dureza (força necessária para extinguir o pulso)
Celeridade (Velocidade do pulso)
Grau de Plenitude (indica o quão repleto está o vaso – quantidade de sangue)
7) Exame do Abdome
a) Inspeção, Palpação e Percussão
Alteração contorno abdominal (região inferior);
Ascite e hepato e/ou esplenomegalia;
Reflexo hepatojugular: Com o animal em estação exercer uma pressão firme no abdômen cranial durante um minuto. No animal sadio não deverá ocorrer nenhuma alteração da jugular. Animais com doença cardíaca, localizada principalmente do lado direito, permanecem com uma distensão da jugular (teste positivo)
Colheita de material;
8) Exames Complementares
a) Exame Radiográfico
Posição, forma/silhueta e tamanho cardíacos;
Avaliar alterações respiratórias (distúrbios cardiovasculares);
Conteúdos anormais cavidade torácica (hidrotórax, piotórax);
Projeções latero-lateral e dorso-ventral* (apenas pequenos animais);
Grandes Animais (precisa de um aparelho potente);
Mensuração Cardíaca (Buchanan): identificar aumento da área cardíaca;
b) Eletrocardiograma
Avalia a atividade elétrica cardíaca – despolarização e repolarização;
Ritmo, frequência e condução intracardíaca;
Aumento das câmaras, isquemia, desequilíbrio eletrolítico;
ECG Holter: ECG durante tempo desejado (normalmente 24h);
Indicação:
Síncopes;
Miocardiopatias assintomáticas (Boxer,, Doberman e Pinscher);
Intolerância ao exercício;
Arritmias esporádicas;
Avaliar terapiaantiarrítmica;
c) Ecocardiograma
Avaliar o coração e estruturas adjacentes:
Espessura paredes ventriculares e movimentação;
Mensurar câmaras cardíacas;
Avaliar valvas cardíacas e seu funcionamento;
Avaliar grandes vasos;
Doppler: fluxo sanguíneo cavidades e vasos;
d) Pressão Arterial
Pouco utilizada – pequenos animais;
Dois Métodos:
Invasivo – cateter em artéria periférica;
Não invasivo:
Doppler;
Método Oscilométrico;
Fotopletismografia; 
e) Pericárdiocentese
Dilatação cardíaca ou área de macicez absoluta em bovinos;
Citologia e microbiologia;
Animal em estação (grandes animais) ou decúbito lateral esquerdo (pequenos animais);
Calibre varia com a espécie, de 15 a 20 cm de comprimento; 
Inserção da agulha no sentido craniomedial – ângulo entre cartilagem xifóide e arco costal;
Complicações (perfuração de grandes vasos, enfisema subcutâneo, morte, etc);
	Espécie 
	Localização 
	Equinos e cães
	Entre 5° e 6° EIC esquerdo
	Demais espécies
	Entre 4° e 5° EIC esquerdo
f) Exames Laboratoriais
Marcadores de lesão cardíaca
Troponinas Cardíacas I (cTnI) e T (cTnT):
cTnI < 0,04 ng/mL – normal
cTnT > 0,07 ng/mL – enfermidade cardíaca
CK-MB (presente em tecidos extracardíacos)
LDH;

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