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transtorno de humor

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1 Giovani Beppu 
PSIQUIATRIA – PROBLEMA 3 
 
Humor: estado emocional que mostra a percepção que a pessoa tem do mundo; tônus afetivo do indivíduo. 
Afeto: expressão externa do estado emocional. 
Transtornos do humor (psicoses maníaco-depressivas): grupo de condições clínicas com perda do senso de controle 
das expressões afetivas e com experiência subjetiva de grande sofrimento (Transtorno depressivo e bipolar). 
o Etiologia: causa basal desconhecida 
 Fatores genéticos: incidência maior nas famílias (se um dos pais tem, um dos filhos tem o risco de 10-
25%; se ambos os pais têm, o risco é de 50%); principalmente no transtorno bipolar; 
 Fatores biológicos: principalmente serotonina e nora; dopamina, GABA e peptídeos neuroativos (ADH); 
alterações dos hormônios tireoidianos (investigar em todos os pacientes com transtorno do humor); 
 Fatores psicossociais: estresse (mais frequente nos primeiros episódios)  principalmente perda de 1 
dos pais antes dos 11 anos; perdas significativas (pessoas, moradia, emprego, simbólicos...); se 
permanente pode alterar sintomas, recuperação, curso... 
 
 Depressão maior: 
Epidemio: maior prevalência dos transtornos psiquiátricos; prevalência de 12% (média); mulher > homem (2:1); 
idade média de início = 40 anos; divorciados e pessoas sem relacionamentos interpessoais íntimos; áreas rurais; 2/3 
cogitam suicídio (10-15% cometem) 
Classificação: 
o Transtorno depressivo maior, episódio único 
o Transtorno depressivo maior, recorrente: episódios distintos de depressão separados por pelo menos 2 
meses 
o Depressão melancólica (endógena): não tem gatilho 
o Depressão atípica: ganho de peso, hiperfagia e hipersonia. 
o Depressão sazonal: ocorre durante o menor período de luz diurna (inverno e outono) 
o Depressão pós-parto: início dentro de 4 semanas após o parto 
o Depressão psicótica: depressão grave + sintomas psicóticos (se de conteúdo depressivo  humor-
congruente; se não for de conteúdo negativo  incongruente) 
Clínica e Diagnóstico: 
o Humor deprimido na maior parte do dia; 
o Diminuição acentuada do interesse/prazer das atividades; 
o Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta; 
o Insônia terminal (ou múltiplos despertares durante a noite); 
o Agitação ou retardo psicomotor; 
o Fadiga ou falta de energia; 
o Sentimento de inutilidade, de culpa excessiva ou inapropriada; 
o Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar; 
o Pensamentos de morte, ideação suicida ou tentativa suicida; 
o Sentimento de vazio; 
o Perda da capacidade de colocar situações em perspectiva (p. ex., “eu sou um merda porque perco força 
muscular MAS todos os idosos perdem”  perspectiva); 
Dx diferencial: transtorno por uso de álcool; transtorno de ansiedade; transtornos alimentares; transtorno bipolar I e 
II; esquizofrenia; doença de Parkinson; Alzheimer; pseudodemência; luto não complicado (6-8 meses); 
Tratamento: hospitalização (risco de suicídio ou homicídio, incapacidade de autocuidado ou necessidade de 
procedimentos diagnósticos); psicoterapia (cognitiva, interpessoal, comportamental, psicanálise ou familiar); 
fototerapia (principalmente transtorno afetivo sazonal); farmacoterapia (2x mais chance de recuperação em 1 mês); 
 Farmacoterapia: 
 ISRS (Fluoxetina, Citalopram, Sertralina, Escitalopram); 
 2 Giovani Beppu 
 Inibidores da receptação NE (Desipramina, Nortriptilina); 
 Inibidores da receptação de NE e 5-HT (Amitriptilina, Venlafaxina); 
 Inibidor da receptação de dopamina (Bupropiona); 
 Todos os antidepressivos podem levar 3-4 semanas para exercer efeitos terapêuticos; 
 Dosagem deve ser elevada ao máximo recomendado (exceto se paciente melhorar com doses menores) 
e mantido por pelo menos 4-5 semanas; 
 Manter tratamento antidepressivo por pelo menos 6 meses; 
 Diminuir gradualmente ao longo de 1-2 semanas; 
 Ausência de resposta parcial em 4-6 semanas  mudança no tratamento (mudar* ou acrescentar); 
 
 Transtorno afetivo bipolar: 
Epidemio: <1%; homem = mulher; idade média de 30 anos (5-50 anos); divorciados e solteiros; grupos 
socioeconômicos mais altos; 
Classificação: 
o Transtorno bipolar I: episódio maníaco + episódio depressivo 
 Transtorno bipolar I, episódio maníaco único; 
 Transtorno bipolar I, recorrente: episódios maníacos separados por pelo menos 2 meses; 
o Transtorno bipolar II: episódio hipomaníaco + episódio depressivo 
Clínica e Diagnóstico: 
o Episódio maníaco: mínimo de 1 semana; causa prejuízo no funcionamento social e profissional 
o Episódio hipomaníaco: mínimo de 4 dias; não causa prejuízo no funcionamento social e profissional 
 Autoestima inflada ou grandiosidade; 
 Redução da necessidade de sono; 
 Fala mais do que o habitual, fala confusa, trocadilhos, piadas, rimas; 
 Fuga de ideias; 
 Distratibilidade; 
 Delírios (75% dos pacientes)  geralmente congruentes com o humor (grandeza); 
o Sentimentos da depressão 
Dx diferencial: ciclotimia; abuso de substâncias; borderline; narcisista; histriônica; antissocial. 
Aspectos preditivos: idade de início precoce; depressão psicótica antes dos 25 anos; depressão pós-parto; depressão 
recorrente (>5 episódios); HF bipolar. 
Curso: início rápido (horas ou dias); se não tratado dura cerca de 3 meses; geralmente começa com depressão. 
Tratamento: 
o Fase aguda: carbonato de lítio (estabilizador do humor) + neurolépticos atípicos ou BZD alta potência (é 
necessária a combinação porque o lítio tem ação lenta); ou Valproato (anticonvulsivante estabilizador do 
humor); ou ECT (se não responder ao tto ou ideação suicida) 
o Manutenção: lítio, carbamazepina e valproato (isolados ou em conjunto); suplementação tireoidiana 
(pacientes tratados com lítio podem desenvolver hipotireoidismo)

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