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APOSTILA DO LABORATÓRIO DE QUÍMICA APLICADA À ENGENHARIA Versão 2012 Maria Valderez Ponte Rocha 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE AGROTECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS 1 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia SUMÁRIO AULA 01: Normas, Condutas e Segurança no Laboratório de Química Aplicada à Engenharia .................................................................................................................... 2 AULA 02: Experimento 01: Reações de Oxirredução ................................................... 4 AULA 03: Experimento 02: Determinação do Cloro em Produtos Domésticos por Titulometria de Oxirredução ......................................................................................... 9 AULA 04: Experimento 03: Pilhas ou Células Galvânicas .......................................... 14 AULA 05: Experimento 04: Potenciometria ................................................................ 20 AULA 06: Experimento 05: Eletrólise ........................................................................ 31 AULA 07: Experimento 06: Corrosão I - Tipo de Corrosão......................................... 36 AULA 08: Experimento 07: Corrosão II – Corrosão em Latas de Aço......................... 41 AULA 09: Experimento 08: Corrosão III - Influência do Meio Eletrolítico ................. 43 AULA 10: Experimento 09: Corrosão IV – Proteção Catódica .................................... 47 AULA 11: Experimento 10: Estrutura dos Materiais ................................................... 53 AULA 12: Experimento 11: Polímeros – Produção do Polímero Ureia-Formaldeído ... 56 AULA 13: Experimento 12: Polímeros – Produção do Isopor utilizando Poliestireno .. 61 AULA 14: Experimento 13: Polímeros – Produção de Poliuretano .............................. 64 AULA 15: Experimento 14: Polímeros – Identiificação de Polímeros Sintéticos ......... 67 Modelo de Relatório e Caderno do Laboratório ........................................................... 74 ANEXO A: Comprovante de Entrega do Caderno de Laboratório ou Relatório............78 ANEXO B: Tabela de Potenciais de Redução em meio aquoso a 25 °C........................79 ANEXO C: Tabela Periódica..........................................................................................80 2 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia AULA 01 NORMAS, CONDUTAS E SEGURANÇA NO LABORATÓRIO DE QUÍMICA APLICADA À ENGENHARIA Um laboratório de Química é um local onde são manipuladas substâncias tóxicas, inflamáveis, corrosivas, etc. A minimização dos riscos de acidentes no laboratório passa pela obediência a certas normas. A seguir encontram-se algumas normas que deverão ser observadas e seguidas pelos alunos antes, durante e após as aulas práticas de Laboratório de Química Aplicada à Engenharia: - O prazo de TOLERÂNCIA para o atraso nas aulas práticas é de 10 minutos, após esse prazo o aluno não poderá assistir à aula. No início de cada aula prática o professor fará uma explanação teórica do assunto e discutirá os pontos relevantes, inclusive em relação à segurança dos experimentos. Um aluno que não tenha assistido a uma parte dessa discussão irá atrasar seus colegas e até colocar em risco a sua segurança. - É proibido o uso de “short” e “mini-saias” durante as aulas. Usar de preferência uma calça e calçado fechado. Essa é uma norma de segurança, uma vez que uma calça e sapatos fechados protegem a pele de eventuais contatos com reagentes danosos. - O uso de BATA é OBRIGATÓRIO durante a aula prática. A bata é um equipamento de proteção individual indispensável ao experimentador. - Não serão toleradas brincadeiras durante as aulas práticas, o grupo deve se concentrar na realização das atividades propostas, pois o tempo é exíguo e a experimentação exige atenção. Aliás, vários acidentes em laboratórios de ensino advêm da falta de atenção do aluno experimentador. - O aluno ou a equipe deverá apresentar o pré-laboratório da aula prática, antes do início da mesma, quando este for solicitado. Se não for apresentado, o aluno ou a equipe não poderá participar da aula ou será penalizado na pontuação. 3 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia - Caso o aluno falte a uma aula prática não haverá reposição da mesma. Isso acarretará a perda da pontuação referente a essa aula. - Em cada avaliação será atribuída uma pontuação de 4,0 (quatro pontos) para a prova prática, que será realizada em dupla, uma pontuação de 6,0 (seis pontos) referente à participação do aluno nas aulas práticas e do caderno de laboratório. Observação: Nunca esqueçam o Caderno do Laboratório. - Não será recebido o caderno de Laboratório fora do prazo pré-estabelecido. Alguns pontos importantes de segurança: 1. Sempre usar bata e outros equipamentos de proteção individual necessários (óculos de proteção, máscara, luvas, etc.), quando estiver realizando uma experiência. 2. Quando da diluição de um ácido concentrado, adicionar sempre o ácido à água, lentamente, se possível com resfriamento do recipiente onde se realiza a diluição. Nunca adicionar água a um ácido concentrado! 3. Quando do aquecimento de uma substância em um tubo de ensaio, observar que a boca do tubo não esteja direcionada para alguém, pois pode ocorrer uma ejeção de líquido quente. 4. Os frascos contendo reagentes devem ser identificados sempre. Indicar o nome da substância, sua concentração, o nome do responsável e a data da fabricação. 5. Nunca aquecer uma substância inflamável em chama direta, usar sempre um aquecedor elétrico ou uma manta de aquecimento. 6. Não sentir o odor de uma substância colocando diretamente o nariz sobre o frasco que o contém. Deve-se, com a mão, fazer com que o odor seja deslocado até o olfato do experimentador. 4 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia AULA 02 Experimento 01: REAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO 1. OBJETIVOS Essa prática tem como objetivo efetuar ensaios simples para verificar algumas reações de oxirredução. Podemos verificar experimentalmente a tendência que apresentam as substâncias químicas à oxidação e à redução, bem como os produtos de uma reação de oxirredução. 2. INTRODUÇÃO As reações de oxidação e redução – ou reações de oxirredução – ocorrem pela transferência de elétrons e constituem uma classe importante de reações químicas. As reações de oxirredução ocorrem por toda parte e constituem parcela da vida cotidiana. A transferência de elétrons de uma espécie para outra é um dos processos fundamentais que permitem a vida, a fotossíntese, a fabricação e purificação de alvejantes, e a purificação dos metais. Compreender como os elétrons são transferidos permite determinar modos de usar as reações químicas para gerar eletricidade e usá-la para produzir reações químicas. A corrosão é exemplo de reação de oxirredução. O ferro e o aço dos carros, pontes e edificações oxidam-se e formam ferrugem, e também as estruturas de alumínio são corroídas. Muitos processos biológicos dependem de reações de transferência de elétrons, como por exemplo, o oxigênio que se aspira é convertido em água e dióxido de carbono.A oxidação refere-se á perda de elétrons e a redução refere-se ao ganho de elétrons. Portanto as reações de oxirredução ocorrem quando os elétrons são transferidos do átomo oxidado para o átomo reduzido. Quando o zinco metálico é adicionado a um acido forte, por exemplo, os elétrons são transferidos dos átomos de zinco (o zinco é oxidado) para os íons de hidrogênio (o hidrogênio é reduzido), conforme a reação 1. Zn(s) + 2H+(aq) → Zn2+ (aq) + H2(g) (1) 5 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia A transferência de elétrons que ocorre na reação 1 produz energia na forma de calor e a reação ocorre espontaneamente. 3. MATERIAL 3.1. Material - 09 Tubos de ensaio - Estante para tubos de ensaio - Pipetas de 5 ou 10 ml - Conta gotas e Pipetas Pasteur 3.2. Reagentes - Ácido Sulfúrico concentrado (H2SO4 conc.) - Ácido Sulfúrico 3M (H2SO4 3M) - Água oxigenada (H2O2) - Álcool etílico (C2H5OH) - Clorofórmio (CHCl3) - Cobre metálico (fio de cobre) – (Cu(s)) - Dicromato de Potássio (K2Cr2O7 0,1M) - Glicose (C6H12O6 1%) - Hidróxido de Sódio (NaOH 2M) - Hidróxido de Amônia (NH4OH 1:5) - Hipoclorito de Sódio (NaClO) - Iodeto de Potássio (KI 0,5M) - Nitrato de Prata (AgNO3 1M) - Papel de Alumínio (Al(s)) - Permanganato de Potássio (KMnO4 0,1M) - Sulfato de Cobre (CuSO4 3M) - Solução de CuSO4 (3M) adicionando 10% de NaCl 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 4.1. Verificação das Reações de Oxirredução 4.1.1. Tubo A: Reação do Cobre com CuSO4 6 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia a) Adicione ± 1,0 ml (20 gotas) de solução de CuSO4 – 3M num tubo de ensaio b) Introduza um fio de cobre, durante 1 minuto no tubo de ensaio que contém a solução de CuSO4.. Observe. 4.1.2. Tubo B: Reação do KI com NaClO a) Colocar ± 1,0 ml (20 gotas) da solução de KI em um tubo de ensaio. b) Adicionar ± 1,0 ml (20 gotas) de hipoclorito de sódio. c) Observe e conclua. Obs.: Não demorar a colocar o clorofórmio. d) Adicionar ± 1,0 ml (20 gotas) de CHCl3. Observe. 4.1.3. Tubo C: Reação do Cobre com a AgNO3 a) Colocar ± 1,0 ml (20 gotas) da solução de AgNO3 1M. b) Adicionar o fio de cobre. Observe durante 1 minuto. 4.1.4. Tubo D: Reação do KMnO4 com H2SO4 e H2O2 a) Colocar ± 1,0 ml (20 gotas) da solução de KMnO4 0,1M em um tubo de ensaio. b) Adicionar 0,4 ml (10 gotas) de H2SO4 3M. c) Adicionar ± 1,0 ml (20 gotas) de H2O2. Observe. Dados: A equação desta reação é: KMnO4 + H2O2 + H2SO4 → K2SO4 + MnSO4 + H2O + O2 4.1.5. Tubo E: Reação do Alumínio em Solução Básica a) Colocar ± 1,0 ml (20 gotas) da solução básica (Solução aquosa de NaOH 2M) num tubo de ensaio. b) Adicione o alumínio. Observe. 4.1.6. Tubo F: Reação do Cobre com Alumínio a) Colocar ± 1,0 ml (20 gotas) da solução de CuSO4 num tubo de ensaio. b) Observar a temperatura inicial da solução. c) Adicionar uma bola de papel alumínio. d) Observar a temperatura final da reação. 4.1.7. Tubo G: Reação do K2Cr2O7 com H2SO4 e CH3CH2OH 7 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia a) Colocar ± 1,0 ml (20 gotas) da solução de K2Cr2O7 0,1M num tubo de ensaio. b) Adicionar 0,4 ml (10 gotas) de H2SO4 concentrado. c) Adicionar 0,4 ml (10 gotas) de álcool (CH3CH2OH). d) Repita o mesmo procedimento utilizando a solução A ao invés do álcool. A equação desta reação é: CH3CH2OH(aq) + K2Cr2O7(aq) + 4H2SO4(aq) → CH3COOH(aq) + K2SO4(aq) + Cr2(SO4)3(aq) + H2O(l) 4.1.8. Tubo I: Reação da Glicose com Nitrato de Prata a) Colocar 0,4 mL (10 gotas) de uma solução de nitrato de prata 1M em um tubo de ensaio limpo. b) Adicionar 3 gotas de uma solução de hidróxido de sódio 2M até a total precipitação do cátion prata sob a forma de óxido de prata. c) Adicionar gota a gota (aproximadamente 40 gotas) de uma solução de hidróxido de amônia (NH4OH) 1:5 até total dissolução do precipitado de óxido de prata. d) Juntar 40 gotas da solução de glicose 1%. e) Deixar em repouso por alguns minutos e observar a formação de um espelho de prata nas paredes internas do tubo de ensaio. 5. REFERÊNCIAS 1. ATKINS, P., JONES, L. Princípios de Química – Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente, Capítulo 12, 3a Edição, Bookman, 2005. 2. BROWN, T. L., LEWAY JR., H. E., BURSTEN, B. E., BURDGE, J. R., Química – A Ciência Central, Capítulo 20, 9a Edição, Pearson, 2007. 3. KOTZ, J. C., TREICHEL JR., P. M. Química Geral 2 e Reações Químicas, Capítulo 20, Tradução da 9a Edição americana, Cengage Learning, São Paulo, 2009. 4. KRÜGER, V., LOPES, C. V. M., SOARES, A. R. Eletroquímica para o Ensino Médio (Apostila – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Instituto de Química), 1997. 5. MENDES, A. Química de Laboratório – Técnicas e Experiências (Apostila – Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará), 1996. 8 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia 6. PÓS-LABORATÓRIO 1. Para cada ensaio realizado (Procedimentos 4.1.1 ao 4.1.8), responda: a) Quais as substâncias que estão se oxidando e se reduzindo. b) Qual o agente oxidante? Qual o agente redutor? c) Equacione as semirreações de oxidação e redução. d) Qual a reação global balanceada da reação. e) Identifique as reações que ocorreram desprendimento de gases e informe a fórmula molecular e o nome do gás. 2. Calcular o potencial padrão de cada reação dos procedimentos 4.1.1 ao 4.1.6, para isso utilizar o Potencial Padrão de Redução, encontrados nas Tabelas de Potenciais de Redução Padrão nos livros de Química nos capítulos de Eletroquímica. Informe quais reações podem acontecer espontaneamente. 3. Responda conforme foi observado no Procedimento 4.1.7. a) Identifique a solução A. Explique os fatos ocorridos que definiram essa solução. b) Ocorreu desprendimento de vapores e se sim qual o odor sentido dos mesmos? (Observação: Não sentir o odor de uma substância colocando diretamente o nariz sobre frasco que o contém. Deve-se, com a mão, fazer com que o odor seja deslocado até o olfato do experimentador). Esse odor é devido a qual substância formada durante a reação? c) Qual a cor da solução após ocorrer a reação com álcool etílico? Essa cor se deve a formação de qual substância? 4. O que ocorreu com a temperatura no procedimento 4.1.6. Explique tal fato. 5. Por que os utensílios domésticos de prata têm uma durabilidade maior que os de alumínio? Como você explica a perda do brilho de uma panela feita de alumínio e após uma limpeza ela recupera esse brilho? 6. Em Setembro de 2008 o Governo Federal decretou a “Lei Seca” relatando que o motorista que for pego dirigindo sobre efeito do álcool pagará uma multa de 957,00 reais, terá a Carteira Nacional de Habilitação suspensa e poderá até ser preso. Para verificar se o motorista ingeriu álcool os policiais de trânsito realizam o teste do bafômetro. Explique o princípio de funcionamento do bafômetro e qual a reação que ocorre, colocando as cores observadas nos reagentes e nos produtos. Este teste detecta qualquer quantidade de álcool ingerido por uma pessoa? 9 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia AULA 03: Experimento 02: DETERMINAÇÃO DO CLORO EM PRODUTOS DOMÉSTICOS POR TITULOMETRIA DE OXIRREDUÇÃO 1. INTRODUÇÃO A instabilidade natural dos compostos clorados associada à negligência na sua fabricação (uso de água imprópria, armazenamento inadequado) pode levar à diminuição do teor de cloro livre acarretando a decomposiçãoprecoce do produto e consequentemente, a perda do poder bactericida (Nicoletti e Magalhães, 1996). A solução de hipoclorito de sódio com pH elevado, em torno de 11 é mais estável, sendo a liberação de cloro mais lenta. À medida que se reduz o pH da solução, através do ácido bórico ou do bicarbonato de sódio, a solução torna-se muito instável e consequentemente a perda de cloro é mais rápida, isso significa que o tempo de vida útil da solução é pequeno (Estrela, 2004). Diante disso, vários estudos têm sido realizados para verificar a qualidade das soluções de hipoclorito de sódio que se encontram à venda no mercado. 2. OBJETIVOS Verificar como uma reação de oxirredução pode ser usada para a determinação quantitativa de um agente oxidante em removedores domésticos e alvejantes líquidos à base de hipocloritos. 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. Material - Removedores domésticos (diferentes marcas comerciais) - Alvejantes líquidos (diferentes marcas comerciais) - Bureta de 25 mL - Provetas - Pipetas de 5 ou 10 mL - Erlenmeyer de 125 mL 10 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia 3.2. Reagentes - Hipoclorito de sódio (amostras comerciais) - Tiossulfato de sódio 0,05M - Iodato de Potássio (KIO3) 0,01M - Iodeto de Potássio (KI) - Ácido sulfúrico (H2SO4) 1M - Amido 1% 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 4.1. Preparação das Soluções 4.1.1. Tiossulfato de Sódio (Na2S2O3.5H2O 0,05M ou 0,1N) O tiossulfato de sódio, Na2S2O3.5H2O, é facilmente obtido em estado de pureza elevada, mas existe sempre uma certa incerteza sobre o seu conteúdo exato de água em virtude da natureza eflorescente (liberam umidade no meio) do sal, e por outras razões. A substância não é, portanto, adequada como padrão primário. Ele é um agente redutor, em virtude da reação: 2S2O32-(aq) → S4O62-(aq) + 2e- O equivalente do tiossulfato de sódio pentahidratado é o mol, 248,18. Procedimento: Dissolvem-se 24,9 g de tiossulfato de sódio hidratado e 0,2 g de carbonato de sódio anidro (Na2CO3) em 1L de água previamente fervida, deixa-se decantar durante 24 horas e padroniza-se. 4.1.2. Iodato de Potássio (KIO3 0,01M) Procedimento: Seca-se o iodato de potássio puro a 180°C durante 1h, dissolve-se 2,14 g em água e completa o volume para 1 L. 11 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia 4.2. Padronização da Solução de Tiossulfato de Sódio com Iodato de Potássio A padronização da solução de tiossulfato de sódio 0,05M (Na2S2O3.5H2O) pode ser padronizada, por titulação, contra uma solução obtida pela dissolução de KIO3, iodato de potássio puro, na concentração de 0,01M. O KIO3 reage com o excesso de KI na solução ácida de acordo com a seguinte reação: IO3-(aq) + 5I-(aq) + 6H+(aq) → 3I2(aq) + 3H2O(l) Procedimento: Encha uma bureta de 25 ml com Na2S2O3 0,05M tomando cuidado de eliminar todas as bolhas. Registre o volume inicial da bureta. Para realizar a padronização, coloque 5 mL de KIO3 0,01M com auxilio de uma pipeta, em um frasco Erlenmeyer de 125 mL. Adicione 5 mL de água e 0,4 g de KI. Agite o frasco até que o KI dissolva. Adicione então 2,5 mL de H2SO4 1M e misture agitando. Deverá aparecer uma cor marrom escura, indicando a presença de iodo. Titule imediatamente com Na2S2O3 0,05M contido na bureta, até que a cor marrom esmaeça para uma cor amarelo pálido. Adicione então 2 mL da solução indicadora de amido 1% e continue a titulação até que a cor azul-escura do indicador desapareça. A mudança de azul para uma solução incolor é muito nítida. Registre o volume da solução de tiossulfato usado na titulação. 4.3. Determinação da Capacidade de Oxidação de um Removedor Doméstico Com auxílio de uma pipeta adicione 0,5 mL ou 0,5 g da amostra da solução de hipoclorito de sódio a ser analisada, transferindo-se para um Erlenmeyer de 125 ml, adicione 25 ml de água destilada e 1 g de KI. Agite até dissolver o KI. Após, acrescente 2,5 mL de H2SO4 (gota a gota). A solução deve ficar marrom indicando a formação do PRECAUÇÕES DE SEGURANÇA: Alvejantes líquidos contendo hipoclorito de sódio a 5% são corrosivos para a pele e para os olhos. Quando estiverem manipulando o alvejante líquido, tomem cuidado para não deixar a solução atingir sua pele. Observe que os alvejantes ou outras substâncias contendo hipoclorito, como removedores domésticos, não devem nunca ser misturados com amônia (NH3), pois podem produzir cloraminas, tais como H2NCl e HNCl2, que são tóxicas e voláteis. 12 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia iodo. Após, inicie a titulação com tiossulfato de sódio 0,05 M sob agitação constante até que a substância resultante adquira uma cor amarelo-claro. Adicione então 2 ml do indicador amido 1%, ocorrendo uma mudança de cor para azul-violáceo. Retorne a titulação com tiossulfato de sódio 0,05 M até que a solução torne-se transparente. Registre o volume gasto da solução de tiossulfato de sódio na titulação. Após estes procedimentos, procede-se o cálculo da porcentagem de cloro ativo na amostra: Teor de Cloro = Ntiossulfato* Vtiossulfato*fc*milieq do Cloro * 100 / V NaClO Sendo: V= Volume de tiossulfato de sódio utilizado na titulação padronizado fc= Fator de correção do tiossulfato de sódio miliequivalente do cloro = 0,03545 5. REFERÊNCIAS 1. BROWN, T. L., LEWAY JR., H. E., BURSTEN, B. E., BURDGE, J. R., Química – A Ciência Central, Capítulo 20, 9a Edição, Pearson, 2007. 2. ESTRELA, C. Hipoclorito de sódio. In: Ciência Endodôntica. São Paulo: Artes Médicas, p.415-455 2004. 3. NICOLETTI, M. A.; MAGALHÃES, J. F. Influencia del envasey de factores ambientales en la estabilidad de la solución de hipoclorito sódico. Bol. Ofic. Panam, v.121, n.4, p.301- 309, 1996. 4. POSTMA, J. M.; ROBERTS, J. L. J.; HOLLENBERG, J. L. Química no Laboratório, 5a Edição, Editora Manole, p. 451-454, 2009 13 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia 6. PÓS-LABORATÓRIO 1. Faça uma breve pesquisa do que seria titulação de oxirredução, coloque figuras ou desenhe esquemas de titulação para tornar mais explicativa sua resposta. 2. Calcule o fator de correção do tiossulfato de sódio e sua verdadeira concentração. 3. Qual o teor de cloro na amostra comercial de alvejante? Compare com os teores determinados das outras amostras pelos colegas. 4. Muitas soluções de alvejantes domésticos são essencialmente soluções de hipoclorito de sódio, NaClO. Calcule a massa da amostra de alvejante líquido contendo 5% em peso de NaClO que oxidaria I- suficiente para consumir 0,80 mL de tiossulfato de sódio 0,15M. Sugestão: procure a densidade do hipoclorito de sódio em livros ou na internet. 14 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia AULA 04 Experimento 03: PILHAS OU CÉLULAS GALVÂNICAS 1. INTRODUÇÃO 1.1. Pilhas Galvânicas Quando mergulhamos uma placa de zinco em uma solução de cobre há transferência de elétrons do zinco para o cátion cobre. Mas como aproveitar esta transferência de elétrons para gerar eletricidade? O problema é que os elétrons são transferidos diretamente dos átomos de zinco para os cátions cobre. Para que houvesse aproveitamento de eletricidade, os elétrons liberados pelo zinco deveriam passar por um circuito externo(uma lâmpada, por exemplo) antes de chegar ao cátion cobre. Como poderíamos solucionar este problema? Em 1836, Daniell construiu um dispositivo (mais tarde chamado pilha), que permitia aproveitar este fluxo de elétrons, interligando eletrodos que eram sistemas constituídos por um metal imerso em uma solução de seus íons. Por exemplo, como seria um eletrodo feito de zinco. O eletrodo de zinco é um sistema constituído por uma placa de zinco metálico, mergulhada em uma solução que contém cátions zinco (Zn2+), obtida pela dissolução de um de seus sais, por exemplo, ZnSO4, em água (Figura 1). Nesse eletrodo ocorre o seguinte: o zinco metálico da placa doa 2 elétrons para o cátion zinco da solução e se transforma em Zn2+. Zn0 → Zn2+ + 2e- O cátion zinco que estava em solução recebe os 2 elétrons doados pelo zinco metálico e se transforma em zinco metálico. Zn2+ + 2e- → Zn0 15 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia Figura 1: Eletrodo de zinco (Brown, LeMay e Bursten, 2007). Agora temos o cobre metálico da placa doando 2 elétrons para o cátion cobre da solução e se transformando em Cu2+ (Figura 2). Cu0 → Cu2+ + 2e- Mas o cátion cobre que estava em solução, ao receber os 2 elétrons doados pelo cobre metálico, se transforma em cobre metálico. Cu2+ + 2e- → Cu0 Figura 2: Eletrodo de cobre (Brown, LeMay e Bursten, 2007). 16 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia Daniell percebeu que, se fizesse uma interligação entre 2 eletrodos desse tipo, feitos de metais diferentes, o metal mais reativo iria transferir seus elétrons para o cátion do metal menos reativo, em vez de transferí-los para os seus próprios cátions em solução. O zinco é mais reativo que o cobre, ou seja, tende a doar seus elétrons ao cátion cobre (Cu2+). Com uma interligação entre os eletrodos de zinco e de cobre, mergulhados em solução de seus íons, através de um fio condutor, o zinco metálico irá transferir seus elétrons para o cobre (Cu2+). Desse modo se estabelece uma passagem de corrente elétrica pelo fio condutor, conforme ilustra a Figura 3. Figura 3: Célula Galvânica ou Pilha de Daniell (Brown, LeMay e Bursten, 2007). Observa-se que ao lado do zinco está uma solução de ZnSO4(aq) e ao lado do cobre está uma solução de CuSO4(aq). Inicialmente, na solução de ZnSO4(aq) o número de íons Zn2+ é igual ao número de íons SO42-. Qual a função da PONTE SALINA: Ela é constituída de um tubo em U, preenchido com algodão embebido em uma solução qualquer. Ela tem a função de permitir a migração de íons de uma solução para outra, de modo que o número de íons positivos e negativos na solução de cada eletrodo permaneça em equilíbrio. Na pilha de 17 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia zinco e cobre, onde se utiliza KCl na ponte salina, os íons Zn2+ e K+ tendem a migrar em direção ao eletrodo de cobre para neutralizar o excesso de cargas negativas (íons SO42-). Da mesma forma, os íons SO42- e Cl- tendem a migrar em direção ao eletrodo de zinco para de íons Zn2+. Figura 4: Desenho de uma ponte salina (Russell, 2008). Movimento dos íons na solução: O eletrodo de zinco está inserido numa solução de ZnSO4(aq) e ao lado, o cobre está imerso em uma solução de CuSO4(aq). Inicialmente, na solução de ZnSO4(aq) o número de íons Zn2+ é igual ao número de íons SO42-. Analogamente, no lado do cobre, a concentração de Cu2+ é igual à concentração de SO42-. Veja a Figura 5A. (A) (B) Figura 5: (A) Circuito Aberto e (B) Circuito Fechado da Pilha de Daniell (Russell, 2008). 18 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia Fechando o circuito, após algum tempo, o eletrodo de zinco irá se dissolver provocando aumento da concentração de Zn2+ na solução (concentração de SO42- constante); por outro lado, no eletrodo de cobre haverá deposição de cobre metálico diminuindo consideravelmente a concentração de Cu2+ na solução (concentração de SO42- constante). A pilha é uma fonte de força eletromotriz, e como tal possui uma resistência interna. Como você já sabe, força eletromotriz é a máxima diferença de potencial que a pilha consegue fornecer para os seus pólos, mas sempre que é ligado um aparelho que necessita de uma corrente grande para o seu funcionamento na pilha, a diferença de potencial em seus pólos será menos que a força eletromotriz da pilha, pois parte de energia que a pilha fornece aos portadores de cargas (elétrons) é consumida por eles para percorrer a própria pilha. Para determinar a força eletromotriz da pilha que está a sua disposição use o voltímetro e meça a diferença de potencial entre os pólos quando nenhum outro elemento está ligado na pilha. 2. OBJETIVOS Essa prática tem como objetivo montar a pilha de Daniell, entender como é o seu funcionamento, identificando os compartimentos que ocorre a oxidação e redução, o ânodo e cátodo e a importância da ponte salina. 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. Material - Placa de Zinco - Placa de Cobre - Sulfato de Cobre (CuSO4) 1M - Sulfato de Zinco (ZnSO4) 1M - Multímetro - Lâmpada 19 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Montar a pilha de Daniell utilizando as placas de zinco e cobre fornecidas, conforme ilustrado na Figura 3, para isso siga as seguintes etapas: a) No béquer 1 adicionar 60 mL da solução de ZnSO4 1M e no béquer 2 adicionar 60 mL da solução de CuSO4 1M. b) Colocar a placa de zinco no béquer 1 e a de cobre no béquer 2. c) Colocar a ponte salina interligando os dois compartimentos. d) Ligar o polo positivo e o polo negativo, utilizando o jacaré, nas placas e no multímetro para verificar o potencial da célula. e) Fazer a conexão com o LED e verificar o que ocorre. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BROWN, T. L., LEWAY JR., H. E., BURSTEN, B. E., BURDGE, J. R., Química – A Ciência Central, Capítulo 20, 9a Edição, Pearson, 2007. 2. KOTZ, J. C., TREICHEL JR., P. M. Química Geral 2 e Reações Químicas, Capítulo 20, Tradução da 9a Edição americana, Cengage Learning, São Paulo, 2009. 3. RUSSEL, J. B. Química Geral, McGraw-Hill do Brasil, 1981. 6. PÓS-LABORATÓRIO 1. Equacione as semi-reações que ocorrem na pilha de Daniell, forneça a reação global balanceada que ocorre na pilha. 2. Calcule o potencial padrão da célula e o ∆G0. A reação é espontânea? Justifique sua resposta com base nos valores obtidos para ∆E0 e ∆G0. 3. Qual a função da ponte salina? O que ocorreu com a voltagem quando esta foi retirada da pilha? 4. Ao fechar o circuito da pilha, haverá passagem de elétrons do zinco para o cobre, com isso a placa de zinco começa a se corroer, enquanto a placa de cobre aumenta de tamanho e a solução azul de Cu2+ começa a diminuir a intensidade da cor. Por quê? Faça desenhos e esquemas para auxiliar na sua resposta. 5. Qual seria o potencial da pilha se a solução de CuSO4 fosse diluída para uma concentração de 0,20 mol/L a 25 °C? Considere condições ideais. 20 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia AULA 05: Experimento 04: POTENCIOMETRIA 1. INTRODUÇÃO 1.1. Introdução a Potenciometria Quando um metal é imerso numa solução que contém os seus próprios íons estabelece-se um potencial de eletrodo. O processo de se utilizar uma única medida do potencial de eletrodopara determinar a concentração de uma espécie iônica em solução designa-se como potenciometria direta. O eletrodo cujo potencial é dependente da concentração do íon a ser determinado é chamado de eletrodo indicador, e quando, o íon a ser determinado é diretamente envolvido na reação de eletrodo, diz-se que estamos tratando de um eletrodo de primeira espécie. Para evitar os problemas a respeito da potenciometria direta, a atenção tem sido voltada para a titulação potenciométrica como método analítico. Conforme o nome indica, trata-se de um processo de titulação no qual as medidas potenciométricas são conduzidas, a fim de se determinar o ponto final. Neste processo são envolvidas mudanças de potencial do eletrodo, em vez de valores exatos do potencial de eletrodo com uma dada solução. O objetivo de uma medição potenciométrica é obter informações sobre a composição de uma solução mediante ao potencial que aparece entre dois eletrodos. A medição do potencial se determina mediante condições reversíveis, de forma termodinâmica, e isto implica que deve deixar o tempo suficiente para alcançar o equilíbrio, extraindo a mínima quantidade de intensidade, para não influenciar sobre o equilíbrio que se estabelece entre a membrana e a solução da amostra. Para obter medições analíticas válidas em potenciometria, um dos eletrodos deverá ser de potencial constante e não pode haver mudanças entre um e outro experimento. O eletrodo que satisfaz esta condição é o eletrodo de referência. Em razão da estabilidade do eletrodo de referência, qualquer mudança no potencial do sistema 21 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia será ocasionada pela contribuição do outro eletrodo, chamado eletrodo indicador ou de trabalho. O potencial registrado é na realidade a soma de todos os potenciais individuais, com seu sinal correspondente, produzido pelos eletrodos indicador e referência. 1.2. Titulações Potenciométricas Na titulação potenciométrica, também chamada de potenciometria relativa, mede-se a f.e.m. da célula no curso da titulação. As titulações, como sabemos, são acompanhadas de variações bruscas de concentração nas imediações do ponto de equivalência, o que provoca uma variação brusca no potencial do eletrodo indicador e, portanto, também na f.e.m. da célula. A titulação potenciométrica é uma técnica de localização do ponto final na análise volumétrica, aplicável sempre que se dispuser de um eletrodo indicador para a espécie desejada. São feitas sucessivas medições da f.e.m. da célula, sendo cada uma delas após a adição de certo volume de solução titulante adequada. A seguir relacionam-se esses potenciais com o volume de solução titulante consumida. As medições feitas no decorrer da titulação potenciométrica são relativas e informarão sobre as variações ocorridas no potencial da célula. Através delas, pode-se estabelecer com precisão o ponto de equivalência que determinará a concentração da espécie sob análise. A titulação potenciométrica é mais trabalhosa do que a técnica volumétrica com indicadores visuais e requer equipamento especial, mas ela apresenta uma série de vantagens sobre a técnica convencional: • Maior sensibilidade, então pode ser aplicada a soluções bem diluídas; • Pode ser empregada para soluções coloridas ou turvas, pois dispensa o uso de indicadores visuais; • Pode ser aplicada para certas reações que não disponham de indicadores visuais adequados; • Podem-se determinar sucessivamente vários componentes; • Pode ser aplicada em meio não aquoso; • Pode ser adaptada a instrumentos automáticos. 22 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia Na titulação manual, trabalha-se com um pH-metro e um grupo de titulação, que compreende uma bureta de pistão, montada junto com um agitador sobre uma base compacta. Esse tipo de titulação potenciométrica requer o controle constante das diversas etapas, anotando o volume de reagente dosado e o respectivo potencial, dados que posteriormente são utilizados para construir a curva de titulação, de onde é calculado o volume de reagente gasto até o ponto de equivalência e a concentração da espécie analisada. 1.3. Ácido acetilsalicílico O ácido acetilsalicílico (em latim acidum acetylsalicylicum) é um fármaco do grupo dos anti-inflamatórios não-esteróides (AINE), utilizado como anti-inflamatório, antipirético, analgésico e também como antiplaquetar. É, em estado puro, um pó de cristalino branco ou cristais incolores, pouco solúvel na água, facilmente solúvel no álcool e solúvel no éter. A origem do nome Aspirina: o A vem de acetil. Spir se refere a Spiraea ulmaria (planta que fornece o ácido salicílico). E o in era um sufixo utilizado na época. Aspirina, em alguns países, é ainda nome comercial registrado, propriedade dos laboratórios farmacêuticos da Bayer para o composto ácido acetilsalicílico. No entanto, é igualmente reconhecido como nome genérico do princípio ativo, e é por esse nome que é habitualmente referida na literatura farmacológica e médica. É o medicamento mais conhecido e consumido em todo o mundo. Em 1999 a Aspirina completou 100 anos. Figura 1: Estruturas do ácido acetilsalicílico. 23 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia 1.3.1. Dosagem do Ácido acetilsalicílico A dosagem do ácido acetilsalicílico num medicamento pode ser efetuada recorrendo a duas técnicas, a potenciométrica e a condutimetria. Desde longa data, tem-se utilizado a medida de potencial para a determinação dos pontos finais em numerosas titulações quer de reações de neutralização como de oxidação – redução, bem como de precipitação ou complexação. No caso concreto das curvas de titulação ácido – base, podem obter-se com toda a facilidade pelo método potenciométrico sendo particularmente útil quando se pretende dosear misturas de ácidos (ou bases) (Delgado, 1993). Nas titulações potenciométricas, os potenciais absolutos, ou potenciais em relação a um eletrodo padrão, não são necessários, e as medidas fazem-se enquanto a titulação vai-se realizando (Vogel, 1989). Neste tipo de titulação, atende-se as variações de f.e.m. de uma célula eletroquímica, à medida que se vai adicionando um reagente de concentração exatamente conhecida à solução em ensaio. O método pode aplicar-se a qualquer reação, para a qual se disponha de um eletrodo indicador, que permita seguir as variações da atividade de pelo menos uma das substâncias intervenientes (Willard et al., 1979). O ponto de equivalência será revelado por uma abrupta modificação do potencial no gráfico das leituras da f.e.m. contra o volume da solução titulante. Além de permitir estabelecer o ponto de equivalência de uma reação, o método pode, ainda, fornecer informação acerca da amostra e das suas reações, a partir do registro completo da curva de titulação potenciométrica. Próximo do ponto de equivalência, a concentração de reagente original torna-se muito pequena e é normalmente impossível para o íon, ou íons, controlar o potencial do eletrodo. A força eletromotriz da célula torna-se instável e indefinida porque o eletrodo indicador não mergulha em quantidades suficientes da cada espécie do par redox em estudo. Se as espécies não estão demasiado diluídas, uma gota, ou duas, de titulante será suficiente para que se ultrapasse o ponto de equivalência e se passe para a zona estabilizada das espécies do par redox do titulante. Soluções mais diluídas que 10-3 ou 10-4 M não conduzem, em geral, a pontos satisfatórios. 24 Universidade Federal Rural doSemi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia Porém, pode-se localizar mais precisamente um ponto final representando os valores sucessivos da variação da fem por unidade de volume de titulante adicionado, em função de cada um destes volumes, na vizinhança do ponto de inflexão. A posição do máximo da curva Figura 2 - Curva da Primeira derivada da titulação potenciométrica (Brett, 1996). Uma vez conhecido o ponto final, a força eletromotriz da célula correspondente a este ponto pode obter-se a partir da curva de titulação original. Pode-se ainda, obter o termo do ensaio de forma mais precisa, à custa da “segunda derivada”, cuja curva é traçada tomando em ordenadas o quociente entre a razão dos incrementos da f.e.m. e volume (fem/ V) e o incremento V, contra o volume de titulante adicionado, em abscissas. No termo do ensaio, a Segunda derivada torna-se numericamente igual a zero, ao mesmo tempo que se dá a brusca mudança de sinal da ordenada (Willard et al., 1979). Figura 3 - Curva da Segunda derivada da titulação potenciométrica (Brett, 1996). 25 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia Como a localização do ponto final não envolve os erros pessoais que entram na mudança de cor de um indicador, as titulações potenciométricas constituem um dos métodos analíticos mais exatos e de maior rigor. Porém, este rigor é obtido à custa de uma maior complexidade e perda de tempo (Gonçalves, 1996). Para determinar a concentração do ácido acetilsalicílico no comprimido, utilizaremos a equação do ponto de equivalência. CaVa = CbVb onde: Ca: concentração do ácido Va: volume da solução do ácido Cb: concentração da base Vb: volume da solução de base utilizada na titulação A seguir, apresentam-se um exemplo de uma titulação potenciométrica para auxiliar vocês nos cálculos. Tabela 1: Exemplo dos cálculos de Primeira e Segunda Derivada de uma titulação potenciométrica. Primeira Derivada Segunda Derivada V (mL) NaOH pH Vmédio (mL) ∆pH/∆V Vmédio (mL)* ∆(∆pH/∆V)/∆V 85,0 4,245 85,5 0,155 86,0 4,400 86,0 0,071 86,5 0,226 87,0 4,626 87,0 0,081 87,5 0,307 88,0 4,933 88,0 0,033 88,5 0,340 89,0 5,273 89,0 -0,083 89,5 0,257 90,0 5,530 90,0 -0,068 90,5 0,189 91,0 5,719 91,3 -0,0039 92,0 0,130 93,0 5,980 26 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia 3. MATERIAL - Amostra contendo ácido acetilsalicílico - pHmetro - Bureta de 50 mL - Álcool Etílico - Becker - Agitador Magnético 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 1. Pese a amostra (comprimido). 2. Coloque o comprimido em um gral e triture-o com auxílio de um pistilo. 3. Transfira para um béquer e adicione 50 mL de etanol e agite para dissolver. 4. Adicione 150 mL de água destilada e uma barra de agitação magnética. 5. Lave o eletrodo e coloque-o imerso na solução a ser titulada. 6. Coloque 40 mL de solução padrão de NaOH 0,1 mol/L em uma bureta de 50 mL. 7. Proceda a titulação, titulando de 0,5 mL em 0,5 mL para localizar o ponto de equivalência (P.E.), anote os valores de pH. 8. Tabelar os resultados. Tabela 1: Dados Experimentais e valores necessários para a representação gráfica da primeira e segunda derivada. Dados Iniciais Primeira Derivada Segunda Derivada VNaOH (mL) pH ∆pH ∆V Vm ∆pH/∆V ∆ (∆pH /∆V) ∆ (∆pH /∆V) ∆V Vmédio* 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 27 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0 10,5 11,0 11,5 12,0 12,5 13,0 13,5 14,0 14,5 15,0 15,5 16,0 16,5 17,0 17,5 18,0 18,5 19,0 19,5 20,0 28 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia 20,5 21,0 21,5 22,0 22,5 23,0 23,5 24,0 24,5 25,0 25,5 26,0 26,5 27,0 27,5 28,0 28,5 29,0 29,5 30,0 30,5 31,0 31,5 32,0 32,5 33,0 33,5 34,0 34,5 35,0 35,5 36,0 29 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. PESTANA, C.; CORREIA, D.; FREITAS, F. Doseamento do ácido Acetilsalicílico numa aspirina por Potenciometria e condutimetria, Métodos Instrumentais de Análise, Departamento de Química, Universidade da Madeira, 2001. 2. DELGADO, RITA, Química, 1993, 49, 34-38. 3. JEFFERY, BASSETT, MENDHAN, DENNEY, Análise Química Quantitativa VOGEL, Quinta ed., editora LTC, Londres, 1989. 4. WILLARD, H; MERRITT, JR L; DEAN, J, Análise Instrumental, 2ª edição Fundação Calouste Gulbenkian, lisboa, 1979. 5. GONÇALVES, M .L .S., Métodos Instrumentais para Análise de Soluções – Análise Quantitativa, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa,1996. 6. BRETT, A. M. O; BRETT, C. M. A., Electroquímica-Princípios, Métodos e Aplicações, Almedina, Coimbra, 1996. 6. PÓS-LABORATÓRIO 1. Defina Potenciometria. 2. Qual a aplicação da Titulação Potenciometrica e qual as suas vantagens. 3. Construa o Gráfico de pH versus volume de NaOH (mL), usando algum programa computacional (Excel ou Microcal Origin) e papel milimetrado. Verifique o ponto de viragem observado neste gráfico. 4. Construa o Gráfico da Primeira Derivada (∆pH/∆V versus volume médio de NaOH (mL)), usando algum programa computacional e o papel milimetrado. Verifique o ponto de viragem observado neste gráfico. 5. Construa o Gráfico da Segunda Derivada (∆2pH/∆2V versus volume de NaOH (mL), usando algum programa computacional e o papel milimetrado. Verifique o ponto de viragem observado neste gráfico. 6. Calcule o valor esperado de ácido acetilsalicílico presente no medicamento analisado em termos percentuais. 7. Calcule a porcentagem de ácido acetilsalicílico utilizando os volumes do NaOH (titulante) obtido nas questões 3, 4 e 5. Complete a Tabela 2 e comente seus resultados. 30 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia Tabela 2: Resultados obtidos para a concentração do ácido acetilsalicílico na amostra e percentagem de matéria ativa no comprimido, obtidos por diferentes métodos. Gráfico feito em: Método VNaOH (mL) Titulação Conc. de ác. acetilsalicílico (mol/L) % (m/m) de ac. acetilsalicílico Papel Milimetrado Gráfico pH x VNaOH Primeira Derivada Segunda Derivada Programa Computacional Gráfico pH x VNaOH Primeira Derivada Segunda Derivada Observação: A Tabela 2 deve ser colocada no tópico Resultados e Discussões.31 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia AULA 06: Experimento 05: ELETRÓLISE 1. INTRODUÇÃO As células voltáicas são baseadas nas reações de oxirredução espontâneas. Contrariamente, é possível usar a energia elétrica para fazer com que reações de oxirredução não espontâneas ocorram. Por exemplo, a eletricidade pode ser usada para decompor o cloreto de sódio fundido em seus elementos componentes, como mostra a Reação 1. 2NaCl(l)→ 2Na(l) + Cl2(g) (Reação 1) Por causa dos altos pontos de fusão das substâncias iônicas, a eletrólise de sais fundidos necessita de altas temperaturas. Uma alternativa seria realizar a eletrólise em meio aquoso. Obtém-se os mesmos produtos se fizermos a eletrólise da solução aquosa de um sal em vez de fazer do sal fundido? Nem sempre, a eletrólise de uma solução aquosa é complicada pela presença da água, porque precisa-se considerar se a água é oxidada (para formar O2) ou reduzida (para formar H2) em vez dos íons do sal fundido (Kotz e Treichel, 2009). Quando se aciona o motor de arranque de um automóvel girando-se a chave de ignição, quando se acende uma lanterna, quando se mede a concentração de um ácido em solução aquosa usando-se um aparelho medidor de pH, quando consideramos a colocação de placas de zinco no caso de uma embarcação para se evitar a sua corrosão, estamos observando a ocorrência de reações químicas. Quando se abre uma janela com esquadria de alumínio, e até quando se utiliza um sabão qualquer, estamos usufruindo de produtos obtidos como consequência do uso de reações químicas muito semelhantes àquelas citadas no primeiro parágrafo. Essas reações químicas são chamadas de eletroquímicas, que produzem eletricidade ou são por esta provocadas (http://www.uff.br/gqi/ensino/disciplinas). A eletroquímica é o ramo da química que estuda as reações que envolvem a produção ou o uso da eletricidade. As reações que produzem eletricidade são aquelas 32 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia que ocorrem nas pilhas e baterias. As reações que só ocorrem pela passagem da eletricidade através de um líquido são as chamadas reações de eletrólise. Os fenômenos que ocorrem pela passagem da eletricidade através de um líquido podem ser melhor estudados e compreendidos se utilizarmos um gerador de corrente elétrica contínua, que pode ser uma pilha, uma bateria ou um retificador de corrente alternada, o qual pode ser até um “carregador” de bateria de automóvel. Tendo-se em mãos uma fonte de corrente contínua, que fenômenos podemos provocar com ele? Para responder a esta nova curiosidade só resta sair experimentando. 2. OBJETIVOS Observar a eletrólise do iodeto de potássio (KI), da água (H2O) e do cloreto de sódio (NaCl), verificando os principais produtos e as condições necessárias para que ocorram. 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. Material - 3 Placas de Petri (10 cm de diâmetro) - Eletrodos de aço-inox - Fonte de corrente - Dois conectores tipo jacaré - Dois fios de conexão 3.2. Soluções - Indicadores de pH - Azul de bromotimol - Iodeto de Potássio (KI) 5% m/v - Hidróxido de sódio (NaOH) 5% m/v - Solução de um eletrólito inerte (sulfato de potássio K2SO4 a 5%) - Solução de NaCl 5% m/v 33 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 4.1. Eletrólise do KI Neste procedimento será mostrada a eletrólise de iodeto de potássio com a formação de iodo elementar. Numa placa de Petri, adicionar 40 mL de solução KI 5% e os eletrodos de aço inox opostamente colocados. Conecte os eletrodos à fonte de corrente pelos cabos e conexões necessários. Em seguida, faça a ligação do circuito. Observe e anote. 4.2. Eletrólise do NaCl Neste procedimento será mostrada a eletrólise de cloreto de sódio. Na placa de Petri, dentro dela, colocar opostamente os eletrodos de aço inox, como realizado nos outros procedimentos. Conecte os eletrodos à fonte de corrente pelos cabos e conexões necessários. Adicionar 40 mL de solução NaCl 5% na placa de Petri e fazer a ligação do circuito. Observar. Adicionar duas gotas de fenolftaleína e observar novamente. 4.3. Eletrólise da H2O Neste procedimento será demonstrada a decomposição eletrolítica da água. Os efeitos eletrolíticos são visualizados mediante indicadores de pH. Adicionar na placa de Petri a solução de K2SO4 (± 40 mL). Adicionar 20 gotas do indicador Azul de bromotimol e misturar bem. OBS.: As cores diversificadas do indicador Azul de bromotimol: Cor da forma ácida (AMARELO) /Cor intermediária (VERDE) /Cor da forma básica (AZUL). A Eletrólise Propriamente Dita Monte os eletrodos de aço inox na placa de forma oposta, assim como os cabos de conexão. Antes de fazer a ligação do circuito, espere um pouco (cerca de um minuto) para acalmar eventuais turbulências na solução. De imediato os efeitos coloridos são observados em torno dos eletrodos. Deixando o circuito ligado durante alguns minutos pode-se apreciar a evolução da eletrólise. Observe e anote. 34 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia 4.4.Eletrólise do NaOH Nessa etapa do nosso experimento iremos utilizar um becker de 1000 mL e 2 tubos de ensaio. No becker adicionar 400 mL da solução de Hidróxido de Sódio 5 % m/v. Após, colocar dois fios de cobre dentro do tubo e adicionar um pouco da solução dentro do tubo. Vire o tubo com cuidado para dentro do becker e logo em seguida ligue a fonte e observe o ocorrido. A Figura 1 representa um esquema simplificado para montar a eletrólise. Vamos provar a formação dos gases hidrogênio e oxigênio, fazendo uma explosão e fazendo arder uma brasa de madeira (palito de fósforo) na atmosfera de gás, respectivamente. Figura 1: Esquema da eletrólise da água utilizando tubos de ensaio para coletar os gases produzidos. CANTINHO DA CURIOSIDADE Propriedades de alguns materiais Gases H2 - incolor, inodoro, produz pequena explosão em contato com uma chama viva; O2 - incolor, inodoro, reaviva a chama em palito de fósforo em brasa (se em grande quantidade); Cl2 - amarelo esverdeado, de odor irritante, e que lembra um pouco o cheiro da “água sanitária”, descora um papel de tornassol umedecido, azul ou vermelho; Líquidos Br2- amarelo esverdeado, solúvel em água formando uma solução amarelada; Sólidos I2 - violeta, solúvel em água formando uma solução castanho avermelhado; Cu - metal de cor rosa avermelhado; Cu2I2 - branco levemente amarelado e insolúvel na água. Cu(OH)2 - azul, insolúvel na água; CuO - preto, insolúvel na água; Cu2O - amarelo, que com o tempo passa a vermelho tijolo, insolúvel na água; CuCl2 - amarelo, que com o tempo passa a marrom; Cu2Cl2 - branco; CuBr - branco; CuBr2 - preto. Aquo-complexos [Cu(H2O)6]2+ - azul claro FONTE: http://www.uff.br/gqi/ensino/disciplinas 35 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BROWN, T. L., LEWAY JR., H. E., BURSTEN, B. E., BURDGE, J. R., Química – A Ciência Central, Capítulo 20, 9a Edição, Pearson, 2007. 2. KOTZ, J. C., TREICHEL JR., P. M. Química Geral 2 e Reações Químicas, Capítulo 20, Tradução da 9a Edição americana, Cengage Learning, São Paulo, 2009. 3. Site: http://www.pontociencia.org.br acessado em 25 de Outubro de 2009. 4. Site: http://www.uff.br/gqi/ensino/disciplinas acessadoem 24 de Outubro de 2009. 6. PRÉ-LABORATÓRIO 1. Para cada eletrólise indique as reações que ocorrem no ânodo e cátodo. E qual a reação global balanceada. 2. Calcule a tensão mínima que se deve fornecer para que ocorram essas eletrólises. 7. PÓS-LABORATÓRIO 1. Identifique os principais produtos da reação, explicando o que ocorreu que ajudou a vocês a definir esses produtos. 2. Para realizar a eletrólise da água é necessário adicionar um eletrólito para conduzir as cargas. Então, por que podem ser utilizados H2SO4 e HNO3 na eletrólise da água, e não pode utilizar HCl para eletrolisá-la? 3. Qual a aplicação dos principais produtos formados na eletrólise da H2O, do KI e do NaCl. 4. Qual o tempo necessário para produzir 5,0 L de H2 medidos a 760 torr e 25°C pela eletrólise da H2O usando uma corrente de 1,5 A? (b) Quantos gramas de O2 são produzidos no mesmo tempo? 5. Supondo que a eletrólise do KI fosse conduzida a 350 mA durante 10 min, qual seria a massa de iodo produzida? Obs.: Entregar o Pré-Laboratório no dia da aula prática de Eletrólise, no início da aula. 36 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia AULA 07: Experimento 06: CORROSÃO I - TIPO DE CORROSÃO 1. INTRODUÇÃO As diversas variáveis usualmente presentes no fenômeno da corrosão modificam o curso e a extensão das reações eletroquímicas, resultando os diferentes tipos de ataque, que dão origem a diferentes tipos de corrosão. Os mecanismos da corrosão eletroquímica estão associados ao fluxo de corrente elétrica entre as áreas catódicas e anódicas. A reação anódica está sempre associada com dissolução do metal e a formação dos íons correspondentes; a reação catódica pode envolver dois processos diferentes, dependendo da natureza do meio corrosivo: desprendimento de hidrogênio (meio ácido) e absorção do oxigênio (meio neutro ou básico). A corrosão galvânica ocorre quando dois metais diferentes são postos em contato um com outro e expostos a um eletrólito. O metal menos nobre será o ânodo e por isso se dissolverá enquanto o mais nobre agirá como cátodo. Dependendo da natureza do meio corrosivo, as reações catódicas podem ocorrer pelos processos de desprendimento de hidrogênio ou absorção do oxigênio. A corrosão por aeração diferencial ocorre quando um material metálico é imerso em regiões diferentemente aeradas, sendo o ânodo a área menos aerada e o cátodo a mais aerada. 1.1. Corrosão galvânica A corrosão galvânica ocorre frequentemente quando se tem um metal colocado em uma solução contendo íons, facilmente redutíveis, de um metal que seja catódico em relação ao primeiro. Assim, tubulações de alumínio em presença de sais, por exemplo, de Cu2+ e Hg2+, sofrem corrosão localizada, produzindo pites. Isto ocorre porque o alumínio reduz os íons Cu2+ ou Hg2+ para os metais respectivos, sofrendo consequentemente oxidação. Hg3Al2Hg3Al2 Cu3Al2Cu3Al2 32 32 +→+ +→+ ++ ++ 37 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia Além desse ataque inicial o metal formado se deposita sobre a superfície de alumínio e cria uma série de micropilhas galvânicas, nas quais o alumínio funciona como ânodo, sofrendo corrosão acentuada. Casos envolvendo este mecanismo são observados em: � Trocadores ou permutadores de calor, com feixe de tubos de alumínio; a presença de pequenas concentrações de Cu2+ na água de refrigeração ocasiona, em pouco tempo, perfurações nos tubos; � Tubos de caldeiras onde ocorre, em alguns casos, depósitos de cobre ou óxido de cobre. Isto porque a água de alimentação da caldeira pode conter íons cobre, cobre metálico ou suas ligas; � Tanques de aço carbono onde aço galvanizado. A corrosão galvânica é ocasionada pela presença de cobre ou compostos originados pela ação corrosiva ou erosiva da água sobre a tubulação de cobre que alimenta o tanque. Por isso deve-se evitar, sempre que possível, que um fluido circule por um material metálico catódico antes de circular por um que lhe seja anódico. 1.2. Corrosão por aeração diferencial O tipo mais importante de célula de concentração é a aeração diferencial, que ocorre quando uma parte do metal é exposta a diferentes concentrações de ar ou é imersa em regiões do eletrólito diferentemente aerados (ou com outros gases dissolvidos); isto provoca uma diferença de potencial entre as partes diferentemente aeradas. É um fato experimental que áreas de uma superfície metálica onde a concentração de oxigênio é alta, são catódicas. Este tipo de corrosão é o que ocorre na “linha d’água das partes metálicas parcialmente imersa em uma solução. Se, se mergulha uma peça de metal, zinco, por exemplo, em uma solução diluída de um eletrólito qualquer, e a solução não é agitada, as partes acima e adjacentes a linha d’água são mais fortemente aeradas devido a facilidade de acesso do oxigênio a estas áreas, que portanto, tornar-se-ão catódicas. Na parte imersa a maior profundidade, a concentração de oxigênio é menor, sendo esta, por conseguinte, anódica. Outro exemplo de corrosão por aeração diferencial tipo linha d’água, ocorre nas estruturas, estacas, etc. mergulhadas parcialmente na água do mar. 38 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia De maneira análoga pode-se explicar a corrosão do ferro sob gotas de água ou de solução salina (por exemplo, água do mar condensada da neblina). Nas áreas cobertas pela gota é impedido o acesso do oxigênio do ar, e por isso tornam-se anódicas em relação às outras áreas expostas ao oxigênio do ar. Superfícies ásperas ou esmerilhadas são corroídas mais depressa do que as superfícies lisas polidas, onde não se acumulam poeiras, óxidos, etc. As superfícies rugosas, com sulcos ou fendas, onde o oxigênio não pode penetrar, são perigosamente corroídas por aeração diferencial provocando cavidades (pitting). Esta corrosão aumenta com o tempo, pois os produtos da corrosão acumulam- se em torno da área anódica, impedindo ainda mais qualquer acesso de oxigênio. 2. OBJETIVO Observar as principais diferenças entre corrosão eletrolítica e corrosão galvânica. 3. MATERIAL − Fonte de corrente contínua − Pisseta − Lixas para metais − Béquer de 50 mL − Béquer de 100 mL − 1 bastão de vidro − Fio condutor − 1 Pipeta graduada de 5 mL − Lâmina de zinco − Placa de cobre − Placa de ferro e ferro (prego) − Solução de H2SO4 1 mol/L − Solução de Ferricianeto de Potássio K3Fe(CN)6 − Solução de Cloreto de Sódio (NaCl) a 10% m/v − Fenolftaleína 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL CORROSÃO GALVÂNICA PARTE I: Corrosão provocada por aeração (ou oxigenação) diferencial. a) Limpe uma das superfícies de uma chapa de ferro. b) Coloque sobre a superfície limpa da chapa de ferro duas gotas de solução de cloreto de sódio, uma gota de fenolftaleína e duas gotas de solução de ferricianeto de potássio. 39 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia c) Aguardar 5 a 10 minutos e observar que na região central da película líquida, aparece coloração azul ou esverdeada e na região periférica aparece coloração róseo avermelhada. FUNÇÃO DOS INDICADORES • Fenolftaleína.- indicador de área catódica; coloração róseo-avermelhada (em meio alcalino ou básico, presença de hidroxila OH-) confirma área protegida. • Ferricianeto de potássio - indicador de área anódica; precipitado azul de ferricianeto de ferro (II) ou ferricianeto ferroso confirma área corroída. 3Fe2+ + 2 Fe(CN)63- → Fe3 (Fe(CN)6)2Azul PARTE II: Corrosão provocada por impurezas metálicas situadas num material metálico a) Adicione em um béquer de 50 mL, cerca de 25 mL de solução de H2SO4 1M. b) Mergulhe parcialmente, nesta solução, uma lâmina de zinco previamente limpa. Observe que o ataque ao zinco é pequeno. c) Mergulhe parcialmente nesta solução, sem tocar na lâmina de zinco, um bastão de cobre previamente limpo. Observe que o cobre não é atacado. d) A seguir, toque a lâmina de zinco com o bastão de cobre. Neste experimento pode-se admitir que o cobre funcione como a impureza necessária para formar uma pilha de ação local, na qual o zinco sofre corrosão e o cobre não. PARTE III: Corrosão provocada por materiais diferentes a) Adicione 50 mL da solução de NaCl 10% em um béquer de 100 mL. b) Adicione à solução, 15 gotas de fenolftaleína e 1 mL de solução de ferricianeto de potássio. Homogeinize a solução utilizando o bastão de vidro. c) Ligue o ferro a uma placa de cobre, previamente limpos, através de um fio condutor. d) Faça a imersão desses metais, ligados entre si, na solução de NaCl 10%. e) Observe o aparecimento de coloração róseo-avermelhada em torno do bastão de cobre e resíduo azul em torno do bastão de ferro. 40 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia PARTE IV: Corrosão provocada por materiais diferentes. a) Repita o procedimento da experiência nº 3, porém usando o ferro e uma placa de zinco previamente limpos. b) Após mergulhar os metais, ligados entre si, na solução de NaCl, observe o ocorrido e anote. CORROSÃO ELETROLÍTICA PARTE V: Corrosão provocada por corrente elétrica a) Em um béquer de 100 mL coloque 50 mL da solução de NaCl 10%. b) Mergulhe na solução obtida dois eletrodos de ferro, respectivamente ao polo positivo e ao polo negativo de uma fonte de corrente contínua. c) Após alguns minutos de funcionamento da fonte, desligue-a e agite a solução. Observe o ocorrido. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. GENTIL, Vicente, Corrosão, 4° Edição, Editora LTC, 2008. 2. COLOMBO, Análise de Contaminantes Ambientais, Depart. de Química e Biologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Curitiba, 2008. 6. PÓS-LABORATÓRIO PARTE I 1. Qual o fator que provoca a corrosão do ferro? 2. Escreva as semi-reações ocorridas nas regiões anódica e catódica da pilha de corrosão formada. PARTE III 3. Qual dos metais, Fe ou Cu, sofre corrosão? 4. Escreva as semi-reações que ocorrem nas regiões anódica e catódica da pilha de corrosão formada. 5. Qual a razão das colorações observadas nas regiões anódicas e catódicas? PARTE IV 6. Qual dos metais (Fe ou Zn) sofre corrosão? 7. Escreva as semi-reações que ocorrem nas regiões anódica e catódica da pilha de corrosão formada. 8. Qual a razão do aparecimento do resíduo esbranquiçado na lâmina de zinco? 41 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia AULA 08: Experimento 07: CORROSÃO II – CORROSÃO EM LATAS DE AÇO 1. INTRODUÇÃO A atual tecnologia é fortemente dependente da utilização de materiais metálicos, aproveitando as excelentes propriedades físicas e químicas dos metais. Por outro lado, quase todas as ligas metálicas se deterioram pelo ataque que sofrem do meio ambiente onde são utilizadas. Os problemas de corrosão são frequentes e ocorrem nas mais variadas atividades (indústria química, automotiva, naval, de construção civil, etc). A corrosão preocupa o mundo, que gasta bilhões de dólares ao ano para repor às perdas causadas por ela. Corrosão pode ser definida como deterioração de um material, geralmente metálico, por ação química ou eletroquímica, provocada pelo meio ambiente. O ferro, por exemplo, é atacado por água e gás oxigênio do ar formando ferrugem. Alguns autores consideram a deterioração de materiais não metálicos (concreto, borracha, madeira, etc), devido à ação do meio ambiente, como corrosão. 2. OBJETIVO O experimento a seguir tem por objetivo ilustrar ou desenvolver alguns conceitos básicos de corrosão: efeito do sal na velocidade de corrosão; uso de metais de sacrifício; influência de um pequeno ânodo frente a uma grande superfície de cátodo nas edificações e equipamentos. 3. MATERIAL 3.1. Material: - 4 latas (leite em pó, creme de leite, etc.); - Placa de zinco; 3.2. Reagente: - Solução aquosa de cloreto de sódio (NaCl). 42 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Use 4 latas semelhantes e limpas. Enumere-as de 1 a 4. Faça um risco no fundo das latas 2, 3 e 4 (utilize um objeto pontiagudo, como um prego, saca-rolhas, etc). Arranhe duas ou três vezes para garantir que a camada de estanho seja removida. Prepare a solução aquosa de cloreto de sódio. 800ml são suficientes para um conjunto de latas (latas pequenas de 200g). As latas deverão ser usadas como indicado a seguir: 1) lata sem arranhão, com água até 2 ou 3 cm da boca. 2) lata com arranhão, com água até 2 ou 3 cm da boca. 3) lata com arranhão, com água salgada (solução aquosa de NaCl a 4,5%). 4) lata com arranhão, com água salgada e colocar placa de zinco próximo ao arranhão. Faça as observações de 24 em 24 horas e anote-as numa tabela como a seguir: (copie-a em tamanho adequado para fazer as anotações). Tabela 1: Dados obtidos durante a execução do experimento. TEMPO (h) LATA 1 LATA 2 LATA 3 LATA 4 24 48 72 96 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. GENTIL, Vicente, Corrosão, 4° Edição, Editora LTC, 2008. 2. www.dfq.pucminas.br/apostilas/quimica. Acessado em 02 de novembro de 2009. 6. PÓS-LABORATÓRIO 1. Quais latas sofreram corrosão? (colocar em ordem crescente de corrosão) 2. Quais fatores que provocaram maior corrosão numa lata do que em outra? 3. As latas utilizadas pela indústria de alimentos são revestidas por uma fina camada de estanho. Consulte uma tabela de potenciais de redução ou de reatividade de metais, e justifique este procedimento. 4. Por que o arranhão favoreceu o desenvolvimento da corrosão na lata n°2? 5. Por que a presença de cloreto de sódio (NaCl) aumentou a corrosão na lata n°3? 6. Procure justificar o que ocorreu na lata n°4. 43 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia AULA 09: Experimento 08: CORROSÃO III - INFLUÊNCIA DO MEIO ELETROLÍTICO 1. INTRODUÇÃO Devemos ter em mente a importância que representa a natureza do meio corrosivo que se encontra na imediata proximidade da superfície metálica. Assim, a exemplo de um trocador de calor, o meio corrosivo vai apresentar uma temperatura mais elevada na parte em contato imediato com a superfície metálica dos tubos. Tal fato pode acarretar uma decomposição, nesta região, dos produtos usados para tratamento da água. 2. OBJETIVO Demonstrar como se dá a corrosão do ferro quando exposto a diferentes meios eletrolíticos 3. MATERIAL 3.1. Material: Pregos de Ferro; 3.2. Reagentes: - Solução de Hidróxido de sódio 1M (NaOH); - Solução de Carbonato de sódio 1M (Na2CO3); - Solução de Cloreto de sódio 1M (NaCl); - Solução de Ácido clorídrico 1M (HCl); - Solução de Cloreto de potássio 1M (KCl); - Solução de Ácido sulfúrico 1M (H2SO4); - Solução de Ácido acético 1M (CH3COOH); - Solução de Cloreto de sódio 10% (NaCl). 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL PARTE I a) Limpe com água e sabão os pregos polidos e não toque nas superfícies da peça com as mãos, devendo-se utilizar pinça.44 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia b) Coloque um prego limpo em sete tubos de ensaio nomeados de A a G e adicione 4 ml das seguintes soluções nos tubos. Tubo A: Hidróxido de sódio (NaOH) 1 mol/L Tubo B: Carbonato de sódio (Na2CO3) 1 mol/L Tubo C: Cloreto de sódio (NaCl) 1 mol/L Tubo D: Ácido clorídrico (HCl) 1 mol/L Tubo E: Cloreto de potássio (KCl) 1 mol/L Tubo F: Ácido sulfúrico (H2SO4) 1 mol/L Tubo G: Ácido acético (CH3COOH) 1 mol/L c) Determinar a concentração de íons hidrogênio (Haq+) em cada solução medindo o pH das mesmas, utilizando fitas de pH1, o que é suficiente para saber se as mesmas são básicas, ácidas ou neutras. d) Deixar os pregos nas soluções durante 24 horas, ou seja, de um dia para o outro. e) Observar e descrever as mudanças acontecidas. Preencha a Tabela 1 comparativa com seus próprios resultados. Adicional: f) Adicione aos tubos (A a G) duas gotas de ferricianeto de potássio 0,1M (K3Fe(CN)6) e observe os resultados. g) Num tubo de ensaio H, adicione 1 mL de solução FeSO4 e uma gota de ferricianeto de potássio 0,1M (K3Fe(CN)6). Compare este resultado com os obtidos quando o ferricianeto de potássio foi adicionado às soluções que contém o prego (tubos A a G). Observe, conclua e complete a Tabela 1. Tabela 1: Resultados obtidos com a Parte I do experimento Corrosão III - Influência do Meio Eletrolítico. Tubo pH Caráter Observação 1i Observação 2ii A B C 1 São pedaços de papel cobertos com uma substância indicadora. Geralmente há dois tipos de fitas, as que possuem apenas um tipo de indicador, geralmente o tornassol. E as que possuem mais de dois tipos. Ao mergulhar a fita em um líquido, a coloração da região impregnada com a solução indicadora, muda de coloração e com uma tabela de comparação se determina o valor de pH da solução analisada. Esta técnica serve apenas para uma avaliação inicial da amostra, existem pHmetros que realizam a determinação do pH das soluções com muita precisão. 45 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia D E F G H (i) O que foi observado antes de adicionar o ferricianeto de potássio aos tubos. (ii) O que foi observado após adicionar o ferricianeto de potássio aos tubos. INFLUÊNCIA DO MEIO ELETROLÍTICO NA CORROSÃO CAUSADA POR CORRENTE IMPRESSA PARTE II: Água destilada a) Em um béquer de 100 mL coloque 40 mL de H2O. b) Mergulhe na solução obtida dois eletrodos de ferro, respectivamente ao polo positivo e ao polo negativo de uma fonte de corrente contínua, conforme Figura 1. c) Após um ou dois minutos agitar o eletrólito: nada se observa, permanecendo o aspecto inicial. Figura 1: Esquema do aparato de corrosão para avaliação da influência do meio eletrolítico. PARTE III: Solução de Cloreto de Sódio a) Em um béquer de 100 mL coloque 40 mL da solução de NaCl 10%. b) Mergulhe na solução obtida dois eletrodos de ferro, respectivamente ao polo positivo e ao polo negativo de uma fonte de corrente contínua. c) Após alguns minutos de funcionamento da fonte, desligue-a e agite a solução. Observe o ocorrido. 46 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. GENTIL, Vicente, Corrosão, 4° Edição, Editora LTC, 2008. 2. MORA, Nora Díaz; SIHVENGER, João Carlos; LUCAS, Juliana Fenner R. Caderno de Práticas de Laboratório de Química Geral. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, 2006. 6. PÓS-LABORATÓRIO 1. Indique as soluções nas quais observou alguma evidência de corrosão na parte I. Explique. 2. Escreva as reações de oxidação e redução do ferro, cobre e alumínio imersos nas soluções preparadas, assumindo que existe suficiente oxigênio dissolvido. 3. Quais as características observadas na ponta, na cabeça e no resto do prego? Explique essas diferenças em relação ao processo de fabricação do prego. 47 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia AULA 10: Experimento 09: CORROSÃO IV – PROTEÇÃO CATÓDICA 1. INTRODUÇÃO A proteção catódica é um método de controle de corrosão que consiste em transformar a estrutura à proteger no cátodo de uma célula eletroquímica ou eletrolítica. O emprego de proteção catódica em estruturas de concreto enterradas ou submersas é ainda pouco frequente, devido a dificuldades, tais como necessidade de se interligar toda a armadura do concreto, de modo a funcionar como um negativo único e a possibilidade de fraturas no concreto devido aos esforços gerados pela pressão parcial do hidrogênio liberado no cátodo, quando submetido a potenciais muito negativos. Não pode ser usada em estruturas aéreas em face da necessidade de um eletrólito contínuo, o que não se consegue na atmosfera (Gentil, 2008). 1.1. Proteção catódica galvânica O sistema de proteção catódica galvânica ou por ânodo de sacrifício é aquele que utiliza uma força eletromotriz de natureza galvânica para imprimir a corrente necessária à proteção da estrutura considerada. Esta força eletromotriz resulta da diferença entre o potencial natural do ânodo e o potencial da estrutura que se deseja proteger. É uma grandeza que depende das características do ânodo, do material que compõe a estrutura que se deseja proteger e, de cera forma, do próprio eletrólito. Como a diferença de potencial conseguido nesse sistema é relativamente pequena ele é aplicado somente a meios de resistividade elétrica da ordem de no máximo, 6000 Ω.cm. É usual o emprego deste sistema em instalações marítimas, já que a baixa resistividade da água do mar possibilita uma baixa resistência no circuito de proteção catódica, permitindo a injeção, no sistema, de uma corrente de maior intensidade. Os materiais tradicionalmente utilizados como ânodos galvânicos são: • Ligas de magnésio; • Ligas de alumínio; • Ligas de zinco. 48 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Apostila do Laboratório de Química Aplicada à Engenharia Outros materiais podem eventualmente ser utilizados como ânodos galvânicos, em sistemas particulares. Como exemplo, cita-se o uso de chapas de aço carbono para proteção de peças de bronze, latão ou cobre, em serviço na água do mar. Ao fazer a ligação do ânodo com a estrutura, estando ambos em contato simultâneo com o eletrólito, forma-se uma pilha na qual a corrente que circula resulta da dissolução eletroquímica do ânodo. À luz deste fenômeno, é fácil concluir-se que, em última análise, o ânodo galvânico representa uma certa quantidade de energia acumulada, a qual será liberada paulatinamente, proporcionando uma corrente elétrica que exercerá uma ação protetora sobre a superfície da estrutura (cátodo). A circulação desta corrente no sistema dá origem a um processo de polarização, fazendo com que os potenciais de ambos os componentes, ânodo e cátodo, se desloquem em sentidos convergentes. Assim, o ânodo sofrerá uma polarização anódica, a qual, por princípio, deve ser muito pequena, e a estrutura (cátodo) sofrerá uma acentuada polarização catódica, de modo a atingir o potencial de imunidade, ou de estabilidade termodinâmica do metal, ou liga, no meio considerado. 1.2. Proteção catódica por corrente impressa O sistema de proteção catódica por corrente impressa é aquele que utiliza uma força eletromotriz, proveniente de uma fonte de corrente contínua, para imprimir a corrente necessária à proteção da estrutura considerada. Esta força
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