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Ditadura e Renovação do Serviço Social

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE 
CENTRO DE CIÊNCIAS JURIDICAS E SOCIAS 
UNIDADE ACADEMICA DE DIREITO
CURSO DE BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
DOCENTE:GLAUCIA OLIVEIRA
DISCENTE: DÉBORA ANDRADE ALVES
FICHAMENTO: DITADURA E SERVIÇO SOCIAL.
SOUSA-PB
2016
	Fichamento
	NETTO. J. P. Ditadura e Serviço Social. São Paulo, Cortez, 2011 (capítulo 2).
	“Efetivamente, é ainda no marco dos seminários do Sumaré e do Alto da Boa Vista que ressoam as formulações da vertente renovadora a que denominamos reatualização do conservadorismo [...]”. Pag. 201
[A reatualização do conservadorismo expressou-se no marco dos seminários de Sumaré e Alto da Boa Vista onde se identifica elaborações de perspectivas para renovação do Serviço Social.]
	“Nesta perspectiva do processo de renovação do Serviço Social no Brasil se manifesta, no interior da complexa dialética de ruptura e continuidade com o passado profissional, a ponderabilidade maior da herança profissional, sem prejuízo dos elementos renovadores que apresenta. Revela notar, ainda e preliminarmente, que a correta apreciação desta perspectiva demanda observações, mesmo sumárias, acerca das dificuldades que se punham para a explicação do pensamento mais conservador, de que ela é uma ponta privilegiada, quando da sua emersão no panorama do Serviço Social no país.” Pag. 202
[O processo de renovação do Serviço Social se deu na passagem de um debate com intenção de ruptura e de certa forma uma aproximação com o passado da profissão dando-se de forma momentânea sem prejudicar os elementos de renovação que eram posto a profissão apresentando assim dificuldades para expressão do pensamento conservador.]
	“O lastro conservador não foi erradicado do Serviço Social pela perspectiva modernizadora; como vimos na seção precedente, ela explorou particularmente os seu vetor reformista e subordinou as suas expressões ás condições das novas exigências que a “modernização conservadora” colocou ao exercício profissional. Só este fato, tomado com as suas implicações na redefinição do perfil profissional do assistente social, tornava difícil uma recuperação mecânica e imediata do conservantismo tradicional da profissão [...]”. Pag. 202
[O pensamento conservador não foi superado pela perspectiva modernizado essa por sua vez permitiu uma exploração da sua renovação, submetendo assim o exercício profissional a dar novas respostas ás determinações pautada pela perspectiva modernizadora, a não superação do pensamento conservador e as suas consequências na redefinição ao exercício profissional tornou difícil uma recuperação automática e rápida do conservadorismo no exercício profissional.]
	“Especificamente no que concerne ao Serviço Social, qualquer empresa restauradora haveria de colidir com duas variáveis de monta: a laicização profissional, que jogava contra o retorno aos velhos confessionalismos, e a crescente ponderação de tendências católicas que, enquanto tais, alinhavam-se numa posição receptiva em face de projetos societários anticapitalistas e de parâmetros analíticos extraídos da tradição marxista, complicando a legitimação de operações regressivas com o apelo ao antigo integrismo”. Pag. 202
[Qualquer intenção de restauração do conservadorismo teria de se deparar com duas colocações a laicização da profissão, ou seja, não aceita e que não recebe influencia religiosa, o retorno ao apego exagerado às normas e regra ditas pela sociedade aos preconceitos e ao progresso de analises de vertentes católicas que era propenso a projetos contrários ao capitalismo- Teologia da Libertação- dificultando o apoio a retomada de perspectivas com a invocação de pessoas que pretendiam manter a integridade do conservadorismo.]
	“[...] De uma parte, tais núcleos operavam configurando bolsões de resistência ás modificações encarnadas no processo renovador pela perspectiva modernizadora, especialmente aquelas que submetiam o ethos tradicional da profissão á lógica institucional posta pelo ordenamento societário conformado pela ditadura. De outra, davam-se possibilidades objetivas, tanto pelo insuperado lastro conservador quanto por dilemas práticos- operacionais novos e não resolvidos pela perspectiva modernizadora como, notadamente, por um clima sociocultural em que dimensões individuais e psicológicas ganhavam um relevo maior no jogo das relações sociais (cf. seção 2.2.4 apud NETTO, 2011, p.202-203), clima que, se devidamente explorado, permitiria revigorar as tradicionais práticas face to face. [...]”. Pag. 202 e 203
[Houve muita resistência com relação ás modificações no exercício profissional feito pela perspectiva modernizadora principalmente aqueles que defendiam as primeiras protoformas do exercício profissional, por outro lado a perspectiva modernizadora dava possibilidade para essa resistência, pois não houve a superação do conservadorismo pela perspectiva modernizadora e por ter concepções individuais e psicológicas em que se poderiam restaurar as antigas técnicas do exercício profissional.]
	
“A empresa restauradora possível, portanto, deveria travar um duplo combate: deter e reverter a erosão do ethos profissional tradicional e todas as suas implicações sociotécnicas e, ao mesmo tempo, configurar-se como uma alternativa capaz de neutralizar as novas influências que provinham dos quadros de referência próprios da inspiração marxista. Faze-lo, porém, supunha inovar na operação mesma da restauração – supunha reatualizar o conservadorismo, embutindo-o numa “nova proposta”, “aberta” e “em construção”. Pag. 203
[A perspectiva modernizadora deveria deter as praticas tradicionais e superaras influencias de outras perspectivas próprias como por exemplo a marxista.]
	“Uma primeira, e evidentemente decisiva, característica relevante desta perspectiva é a exigência e a valorização enérgicas da elaboração teórica. De fato, todos os seus documentos significativos insistem na necessidade de um esforço sistemático no sentido de produzir (e/ou organizar) conhecimentos para fundar as práticas profissionais. A ênfase recai na interdição do empirismo e do praticalismo, ressaltando-se como primordial o investimento na cognição. [...] Esta explícita valorização das dimensões teóricas, estranha ao quadro do tradicionalismo profissional, desenvolve-se com uma reiterada critica aos substratos que o Serviço Social historicamente recolheu das ciências sociais; estamos defrontados, aqui, com um dos pontos fortes desta perspectiva: a recusa dos padrões teóricos-metodológicos da tradição positivista”. Pag.203 e 204
[O primeiro caráter da perspectiva é a exigência de uma elaboração teórica para a profissão, ou seja, a formulação de fundamentos que norteie o exercício profissional, impedindo o empirismo e o praticalismo onde e extremamente importante à percepção de conhecimento. A preocupação em fundamentar o exercício profissional em elementos teóricos traz uma critica aos antigos fundamentos da profissão um exemplo e a recusa a perspectiva teórica- metodológica positivista.]
	
“A critica á herança positivista, em grande estilo, é uma tônica na literatura profissional da perspectiva de reatualização do conservadorismo, quer ao positivismo clássico, quer ás suas versões mais recentes. “[...] Ao tratar os fatos como coisas, rejeitamos o que é da ordem das significações, das intencionalidades, das finalidades, dos valores, enfim, tudo aquilo que constitui a face interna da ação”, asseguram alguns profissionais (CBCISS, 1986: 117 apud NETTO, 2011, p.204). Representante autorizado dessa perspectiva fala da sua “insatisfação [que] se acentuava na medida em que o Serviço Social, cada vez mais ligado a um positivismo lógico, nos ocultava a possibilidade de compreender o vivido humano e se fechava ao questionamento [...]” (Almeida, 1978: 114). [...] Basicamente, tal critica incide sobre dois componentes nucleares do legado positivista, incorporados á tradição do Serviço Social: a interpretação causalista (e fatorial) da sociedade e a assepsiaideológica do conhecimento [...]”. P. 204
[A critica ao positivismo se deu principalmente pelo fato de que essa perspectiva e que o positivismo impede de analisar e entender tudo que constitui uma ação e não dava possibilidade do profissional de entender as vivencias humanas assim como relata um dos profissionais, dando-se essa critica por dois componentes do positivismo a primeira e por culpabilização do individuo ou seja a pessoa só esta naquela situação por sua culpa, a segunda por um caráter de regeneração ideológica do individuo.]
	“No mesmo movimento, os representantes desta perspectiva recusam-se a passar a ideia de que seu labor teórico é asséptico: afirmam clara e nitidamente os seus valores e objetivos profissionais. Os primeiros são, sintomaticamente, cristãos: “Nossas preocupações fundamentais estão apoiadas em critérios a partir da compreensão homem e mundo, orientada numa hermenêutica da realidade pela teoria personalista do conhecimento, por uma fenomenologia existencial e por uma ética cristã motivante” (Almeida, 1978: 11 apud NETTO, 2011, p.205-206). Nos segundos, os nossos autores simultaneamente repudiam praticas ajustadoras e priorizam o que conotam como transformação social: Almeida (1978: 114 apud NETTO, 2011, p.205-206) assevera que “posicionar o Serviço Social como instrumento de adaptação social é acentuar a ruptura do ser homem enquanto sujeito” e o grupo de profissionais que interveio no seminário do Sumaré observa que “o Serviço Social [...] procura se interrogar [sobre o social] visando a um conhecimento e a um processo de transformação social” (CBCISS, 1986: 183 apud NETTO, 2011, p.205-206) 
[As pessoas que representam essa mesma perspectiva opõe-se a admitir que o seu trabalho teórico seja de regeneração do individuo isto e praticas ajustadoras primeiro tendo como base os valores cristãos que se caracteriza por ajustamento do individuo e na segunda há rejeição dessas praticas.]
	“Em relação á perspectiva modernizadora, é palmar a demarcação da linha que reautaliza o conservadorismo no que toca ao posicionamento em face dos substratos positivistas e neopositivistas que constituem o lastro das ciências sociais. A demarcação, todavia, não se reduz a esse nível: sem prejuízo de pontos de contato com aquela perspectiva (a que faremos alusão mais adiante), é o âmbito do exercício profissional propugnado por esta vertente que assinala o seu giro diante dos parâmetros próprios da modernização. Nas formulações dos profissionais de que se inscreve rigorosamente nas fronteiras da ajuda psicossocial [...] enquanto um dos elementos constitutivos dos avanços promovidos pela perspectiva modernizadora constitui precisamente em não se conformar com a limitação do âmbito profissional aos marcos da ajuda psicossocial, antes assumindo-o e o ultrapassando, ampliando-o para envolver outros níveis e instâncias das relações sociais, o que se propõe aqui reside exatamente na reentronização do espaço profissional consagrado pela tradição e objeto da critica (não importa se diplomática ou não) modernizadora”. Pag. 206
[O positivismo e o neopositivismo que é o fundamento das bases das ciências sociais foram extremamente importantes para a reatualização do conservadorismo com relação à perspectiva modernizadora, nas formulações de vários profissionais o exercício profissional do Serviço Social torna-se uma ajuda psicossocial, no mesmo momento que a perspectiva modernizadora proporcionou em não se conforma com os limites posto ao âmbito profissional, há uma regressão e uma reintegração do tradicionalismo.]
	“O dado mais saliente do que se propõe inovador nos textos representativos da tendência renovadora de que agora tratamos é, sem dúvidas, a reivindicação de um suporte metodológico até então inusual no desenvolvimento do Serviço Social em nosso país: o recurso á fenomenologia aparece neles como o insumo para a reelaboração teórica e pratica da profissão. Mais precisamente, a demanda do aporte do pensamento fenomenológico surge como a faceta mais proeminente das colocações significativas dos autores que se inscrevem na perspectiva de reatualização do conservadorismo. É efetivamente a remissão ao influxo da fenomenologia que emerge como uma das principais balizas diferenciadores da contribuição desta perspectiva no processo de renovação profissional desenvolvido nas ultimas décadas.” Pag. 208
[O recurso á fenomenologia foi uma perspectiva de predisposição renovadora que apareceu nos traços do Serviço Social tendo como objetivo uma reelaboração teórica e pratica da profissão, a fenomenologia aparece como a principal perspectiva destacada nos autores que aponta a concepção de reatualização do conservadorismo.]
	“Por outro lado, há a considerar na sua empresa o caráter particular da fenomenologia- complexo de proposição e realizações da maior significação no panorama intelectual do ocidente neste século, tão diferenciado, matizado e polêmico (inclusive internamente, como sói ocorrer com os veios teóricos-metodológicos fecundos e feculantes) que um de seus mais autorizados analistas prefere, a tratá-la como “escola” ou “tendência” filosófica, tomá-la como movimento (Spiegel-berg, 1969 apud NETTO, 2011, p.209-210). Evidentemente, não é cabível, neste local, uma discussão centrada sobre a fenomenologia; entretanto- e em função da própria modalidade de reivindicação que dela fazem os seus adeptos no Serviço Social no Brasil (cf. infra apud NETTO, 2011, p.209-210) -; é pertinente colocar em destaque o obvio: nada mais distante de uma aceitação pacifica e menos indene de problematização que a postura fenomenológica. Esta longe de ser tranquila a exegese do ciclópico (e ainda em muitas partes inédito) legado de Husserl, assim como da sua evolução intelectual mesma, conforme o comprovam os debates de seus discípulos e a critica mais compreensiva (VV.AA., 1968; Abbagnano, 1970; Arvon, 1972; Bubner, 1984). Desdobramentos imanentes da fenomenologia resultaram em construções marcadamente distintas, e não foram raros os confrontos entre seus representantes mais insignes. Componentes axiais do que se pode referir como a estrutura metodológica e categorial do pensamento fenomenológico – da epoché á essência – constituíram o objeto de criticas que não são passiveis de um simples descartamento. [...] No que concerne á extensão da postura fenomenológica ás ciências sociais, igualmente a polêmica é acesa: o empenho de Schutz é ferido por reservas elementares – entre outras, veja-se a sucinta critica de Giddens”. (1978: 28-34 apud NETTO, 2011, p.209-210)
[A fenomenologia e tão complexo que um de seus principais autores prefere aborda-la como uma escola ou tendência tendo uma problematização para entender provocando assim construções extremamente distintas a respeito da sua perspectiva levando a pesadas critica. Pelos próprios elementos de valores da fenomenologia denota problemas para entender sua estrutura.]
	“Ora, justamente por esta dupla razão – de uma parte, o pioneirismo no recurso á fenomenologia; de outra, complexidade e a problematicidade próprias da postura fenomenológica – seria legitimo esperar daqueles autores que, na profissão e entre nós, reclamam a inspiração fenomenológica uma cuidadosa clarificação do referencial a que pretendem estar vinculados [...]”. Pag. 211
[O autor em sua explanação pela dificuldade complexidade e problemática de seu entendimento reclama a necessidade de os autores influenciados por essa perspectiva compreendam a fenomenologia.]
	“O exame de literatura produzida pelos autores mais significativos que reivindicam a inspiração fenomenológica, porém, defrauda esta expectativa. E revela, principalmente, que o recurso á fenomenologia é operado por eles de modo muito característico – e inquietante: um modo de reproduz uma historia tara do Serviço Social. Três observações acerca da modalidade desse recurso parecem-nos suficientes para indicar a sua problemática.” Pag. 211
[O modo como os autores abordam e descrevem a fenomenologia e muito insatisfatório, apresentandotrês indicações sobre essa maneira de abordar a fenomenologia.]
	“Em primeiro lugar, chama a atenção a curiosa relação que se estabelece entre os autores representativos da perspectiva de reatualização do conservadorismo e as fontes seminais do pensamento fenomenológico – mais precisamente, o que é notável é a ausência de relação entre aqueles autores e as fontes originais. Percorrendo-se os documentos que, no seminário do Sumaré, reenviam-se de alguma forma á postura fenomenológica (CBCISS, 1986: 115-117, 183-193 apud NETTO, 2011, p.211-212), reconhece-se que, malgrado uma ou duas referências bibliográficas “clássicas”, as remissões são fontes secundárias. Se tomamos como objeto o trabalho de Pavão (1988), esta relação que chamamos de curiosa é mais evidente: o capitulo que abre o ensaio, “Ideias principais de Fenomenologia que interessam ao Serviço Social”, onde, entre outros temas fundamentais, trata-se do próprio conceito de fenomenologia, de intencionalidade, de essência, de epoché, de redução eidética etc. – em suma: de método fenomenológico – esse capitulo é praticamente todo construído á base de fontes secundárias (Pavão, 1988: 15-37 apud NETTO, 2011, p.2011-212). Não é diferente o que se encontra em Almeida (1978: 113-132 apud NETTO, 2011, p.211-212). Apenas Carvalho (1987) se aproxima de uma fonte original – Merleau-Ponty – da qual recolhe o que lhe parece pertinente para os seus objetivos, num procedimento seletivo conforme ás tradições históricas do Serviço Social.” Pag. 211 e 212
[A primeira indicação está relacionada à exiguidade de ligação dos autores com os elementos originais sendo que o recurso se dá sobre fontes de obras secundarias e a mínima utilização de obras originais assim nenhum dos autores conseguiu seguir fielmente a perspectiva fenomenológica tendo uma aproximação superficial, animalesca dessa perspectiva.]
	“Em segundo lugar, no apelo á inspiração fenomenologia desta perspectiva renovadora brasileira é assombrosa a absoluta falta de mínimas referências ás problematizações de que as posturas, propostas, categorias e procedimentos fenomenológicos foram e são objetivos. O método fenomenológico aparece como algo sem contestação, como matriz teórico-metodólogico situada para além de criticas e reservas. No discurso dos renovadores brasileiros que a reivindicam, a fenomenologia sequer se entremostra alvo de polêmicas acerbas [...]”. Pag. 213
[A segunda indicação se refere à inexistência de problematização das contestações sem criticas, reservas e polêmicas a respeito das posturas fenomenológicas. Quando não se faz uma analise teórico-metodológica a respeito das falhas da perspectiva fenomenológica, e quando não se analise criticamente há apenas a reprodução da fenomenologia tendo assim uma construção textual dos autores extremamente vulgar.]
	“Em terceiro lugar, ressalta na incorporação das posturas e procedimentos fenomenológicos efetivada pelos autores da perspectiva de reatualização do conservadorismo um ponderável empobrecimento teórico e critico de categorias engendradas na vertente aberta por Hussel – trata-se, efetivamente, de um processo de simplificação que não pode passar inadvertido. O que nas fontes originais é complexo, multívoco , ás vezes ambíguo, evanescentes, obscuro, matizado, aparece nos textos de Serviço Social com uma clareza suspeita [...]”. Pag. 214
[A terceira indicação se refere ao empobrecimento teórico e critico que os autores têm de categorias oriundas da fenomenologia através de uma simplificação das posturas e procedimentos dessa vertente. Esse empobrecimento nos leva a uma analise banal, trivial e sem embasamento do que vem a ser a fenomenologia.]
	“[...] não há aqui nenhum corte com a tradição da nossa profissão: o recurso a matrizes teórico-metodológicas as apanha de segunda ou terceira mãos, dilui as suas especificidades e as combina, seletivamente, a componentes heteróclitos. O procedimento em face da fenomenologia – e que não diz respeito apenas a esta matriz ou á perspectiva que estamos considerando – é o procedimento canônico na tradição histórica do Serviço Social: dado um quadro de referência determinado (que aqui se toma sem qualquer contextualização sócio-histórica e ideocultural e em relação ao qual é admitida explicitamente a carência de um conhecimento aprofundado – cf. nota 209 apud NETTO, 2011, p.215-216), dele se extraem as categorias que interessam a uma operação particular; não entram em linha de conta as mediações, extremamente complexas, entre a articulação sistemática de categorias na elaboração de uma compreensão filosófica da realidade (ou de aspectos seus) construída pelo sujeito sócio-humano e a sua instrumentação parametrada por exigências sociotécnicas e institucionais bem limitadas.” Pag. 215
[O Serviço Social não se apropriou rigorosamente do caráter da fenomenologia].
	“A critica ao tradicionalismo profissional, efetivada internacionalmente no campo do Serviço Social a partir de meados da década de sessenta, teve um de seus alvos prioritários no universo de valores chancelado historicamente desde o advento da profissão (cf. seção 2.2.3 apud NETTO, 2011, p.217). Neste universo, os chamados “princípios básicos do Serviço Social” – que, na sua concepção “clássica”, foram suficientemente tratados por Junqueira – estiveram no centro de uma acurada desmontagem critico-ideológica; entre eles, o principio de autodeterminação (do cliente, usuário, utente, beneficiário – a caracterização varia conforme os autores e a própria evolução profissional) foi dos mais visados”. Pag. 217
[A critica ao tradicionalismo da profissão apresentou como seu principal alvo os valores aprovados desde o inicio da profissão, então os princípios básicos do serviço social na sua concepção clássica sofreu um divisão de caráter critico- ideológico.]
	“[...] É nesta conjuntura de generalização do questionamento ao tradicionalismo (e, consequentemente, de seus “valores” e “princípios”) e da emersão de alternativas criticas a ele que se publica o ensaio sobre o “principio de autodeterminação no Serviço Social”, inspirado na “visão fenomenológica”, da Profa. Ana Maria Braz Pavão (Pavão, 1988 apud NETTO, 2011, p.218).” 
[Com a propagação das criticas e questionamento sobre os valores e princípios do tradicionalismo e que Pavão publica um texto a respeito dessas propagações na visão fenomenológica.]
	“ O “principio de autodeterminação” é tomado pela autora como pacifico e indiscutível, “como fenômeno observável na prática profissional do Assistente Social” (Pavão, 1988:37; grifos nossos apud NETTO, 2011, p.219); trata-se de uma expressão valorativa que “traduz a possibilidade do homem concretiza numa determinada realidade sociocultural e histórica” (Pavão, 1988: 35 apud NETTO, 2011, p.219); liberdade que, naturalmente, é “direito [...] inerente ao homem” (Pavão, 1988: 37 apud NETTO, 2011, p.219). [...] Poder-se-á argumentar que esta “colocação entre parênteses” da história (e,como ela, das praticas derivadas) do “principio” estaria conforme a uma concepção fenomenológica; no entanto, o que é preciso questionar é, sobretudo,o que se perde com este proceder: perde-se exatamente o conjunto de determinações que possibilita um desvendamento histórico-concreto da significação do “principio” nas representações e práticas profissionais.[...]” Pag. 219
[A autora tenta compreender o principio da autodeterminação pela perspectiva fenomenológica, caracterizado como incontestável que podendo ser observado na pratica profissional, onde seria possível proporcionar uma liberdade ao homem dentro de determinantes sociocultural que se caracteriza por agregar aspectos culturais e sociais dentro de um mesmo grupo e determinantes históricos que interfere na realidade transformando o homem. Essas concepções estão em uma concepção fenomenológicas, mas Netto vem elencar o que se perde com essa perspectiva, sendo assim especificadas: a perda das deliberações tomadas que são importantes para expor os acontecimentos históricos que ocorreu na praticaprofissional no decorrer do tempo.]
	“Os dois passos são efetivamente de grande congruência: ao “colocar entre parênteses” a historia (e as práticas) do “principio”, a autora estabeleceu o procedimento subsequente: a desconsideração de toda abordagem concretamente critica ao “principio” no evolver profissional. Ao final da operação, a resultante deste empreendimento fenomenológico é a mais tranquila e explicita recuperação da autodeterminação constituída na tradição conservadora: o “principio” é (re)legitimado e, com ele, a constelação de postulados e demais “princípios universais” do Serviço Social é revalorizada acriticamente.” Pag. 220 e 221
[Quando a autora não leva em consideração o processo histórico e toda pensamento critico direcionado ao principio ela recupera e incorpora a abordagem tradicional conservadora.]
	“A razão objetiva do que há de instigante na elaboração de Carvalho – para além de uma retórica entusiástica que, com laivos dogmáticos, de fato deve ser considerada como secundaria – reside precisamente no veio fenomenológico a que ela declara vincular-se: sua fonte básica é Merleau-Pondy, cuja peculiar posição no interior de um “existencialismo de combate” como o francês e seu conhecimento e simpatia em face da tradição marxista e dos movimentos socialista (ademais da sua conexão com a resistência antifascista) contribuíram, junto com a sua “sensibilidade particularmente aguda [...] para problemas novos”, para direcionar – ao contrário de boa parcela dos pensadores existencialista – seu esforço “no sentido de apreender a realidade social atual” (Lukács, 1967: 199 apud NETTO, 2011, p.221-222). [...] A forma concreta como efetivou esta relação, por outro lado, pesa fortemente nas suas debilidades; sem detalhar a critica dessa aproximação (cf. nota 209 apud NETTO, 2011, p.221-222), cabe reinterar (cf. seção anterior) que a imediaticidade e a seletividade com que ela se operou conduzem a autora a estabelecer nexos muito unívocos, diretos e mesmo mecânicos não só entre o processo profissional de que se trata (a entrevista) e o pensamento de Merleau-Ponty, mas entre este e todo o quadro de profissional do assistente social em passos que só se justificam através de um verdadeiro fórceps intelectual”. Pag. 221 e 222
[O direcionamento da perspectiva de Carvalho compreende uma concepção diferente das de Pavão, mas também abarca aspectos conservadora. Essa diferença de concepções de Carvalho com relação a Pavão se deu pela escolha da base fenomenológica- textos de Merleau-Ponty-, e por seu vinculo com as resistências antifascistas dentre outras concepções teóricas. Com isso Carvalho buscou entender a realidade social em sua totalidade, mas se equivocou quando não se aproximou das criticas feitas a relação estabelecida entre a sua concepção e a dos outros autores utilizados ocasionando um insatisfatório método intelectual.]
	“[...] o fundamento desta perspectiva, para a autora, já o vimos atrás, é o “pensamento causal” – e ela que superá-lo mediante a “metodologia fenomenológica’’. As observações criticas que Carvalho dirige á entrevista tal como a entende o Serviço Social “clássico” são freqüentemente fundadas e pertinentes; sua recusa do psicologismo vulgar (geralmente comportamentalista) que a alimenta é igualmente acertada (Carvalho, 1987: 60-61), bem como seu repúdio ao distanciamento e á “objetividade” profissionais (Carvalho, 1987: 72-73 apud NETTO, 2011, p.222). Pag. 222
[A autora tem por objetivo superar o “pensamento causal” pela fenomenologia, tecendo criticas ao Serviço Social clássico e ao psicologismo e ao distanciamento do posicionamento da profissão, todas as suas apreciações com relação a cada concepção são extremamente fundamentadas e racionais.]
	“O campo sobre o qual opera a reflexão de Carvalho, o da entrevista em Serviço Social – mais precisamente: o da entrevista que implica relação face to face entre “cliente” (esta é a denominação empregada pela autora) e profissional –, é nomeadamente fértil para esta concepção. E se a proposta metodológica de Carvalho supere em larga medida o psicologismo próprio da entrevista dita “clássica”, mostra-se todavia muito adequada para cristalizar o patamar no qual o psicologismo era apenas uma expressão metodológica e técnica possível: o patamar da centralização do exercício profissional circunscrito á dinâmica individual de “cliente”. Pag. 224
[A autora não conseguiu superar as concepções tradicionais do Serviço Social inclusive ela recupera essa perspectiva psicologizante.]
	“O exame do exemplário de entrevista fenomenológica fornecido por Carvalho atesta a sua limitação da concepção profissional no circuito psicossocial e na circunscrição individual: é o “cliente” que está tensionado porque sua esposa tem problemas de saúde, é o “cliente” que deve tomar decisões pessoais e familiares em condições de quase agonia, é a “cliente” que vivencia uma crise na seqüência do abandono pelo marido etc. E atesta-o não pelas “situações” que põe em tela: atesta-o pelo fato de não se encontrar nos processos assinalados pelas entrevistas reproduzidas nenhum elemento que permita mostrar minimamente como o “cliente”, concretamente, “toma posição e dá partida para assumir e dirigir sua vida considerando a família e a política, a ideologia e a economia, e os acontecimentos históricos de um país, de uma nação e de um povo” (Carvalho, 1987: 71 apud NETTO, 2011, p.225)”. Pag.225
[A perspectiva fenomenológica empregada por Carvalho mostra a sua limitação de concepção profissional onde recupera a perspectivas tradicionais de culpabilização do individuo analisando a pessoa individualmente sem considerar suas vivencias o seu processo sócio- histórico na sociedade, e sem levar em consideração os acontecimentos históricos e políticos vividos pela sociedade.]
	“Em síntese, Carvalho consegue apontar uma alternativa para o psicologismo da entrevista “clássica”; a solução que encaminha, contudo, não abre perspectivas que permitam superar concretamente (para além das petições de principio) o marco de uma relação profissional centrada sobre dinâmicas individuais, ainda que reclamando para estas – novamente no plano das petições principistas – uma “historicidade”. Na quadra em que significativos vetores do corpo profissional se esforçam precisamente para superar esta centralização, o caminho defendido por Carvalho tem todas as condições para se converter num anteparo áquele esforço e para se transformar numa via de regressão ao enquadramento do assistente social como agente profissional circunscrito ao trabalho com o individuo”. Pag. 226
[A autora consegue apontar uma saída para o psicologismo, mas não consegue supera-lo literalmente, onde a sua concepção se volta novamente às praticas profissionais conservadoras já efetuadas.]
	“[...] É em especial neste desenho que se encontra o núcleo da reatualização do conservadorismo: uma empresa cujo objetivo profundo é chancelar, (re)legitimando-as, as formas particulares de que a profissão se investiu até a década de sessenta, bem como as constelações ideológicas que a penetravam, redimensionando-as de modo tal que elas se representem, sem modificações substantivas, como alternativas mais adequadas e contemporâneas quer á “natureza” da profissão, quer ás demandas do “homem”. E é este o desenho construído na obra em que Almeida (1978) formula a sua “nova proposta” Pag. 226-227. 
[Almeida busca confirmar e reatualizar o conservadorismo, em que as concepções ideológicas e tradicionais possa se reapresentar sem nenhuma alteração as perspectivas utilizadas anteriormente.]
	“A concepção que Almeida possui da constituição profissional é rigorosamente tradicional – nada incorpora das problemáticas relativas ás lutas de classe, as formas de manipulação ideológica, aos modos de controle de classes subalternas, á divisão social e técnica do trabalho, ao Estado etc., problemáticas que, com maior ou menor consistência, vieram á tona na “contribuição valiosa” a que alude. Ao contrário, desdobrando velha correnteda (auto)representação profissional, ela funda o estatuto profissional do assistente social numa metodologia, produto de “modelos construídos pelos assistentes sociais” (Almeida,1978: 46 apud NETTO, 2011, p.229)”. P. 229
[A visão de Almeida e totalmente conservadora, sem levar em conta os problemas encontrados no sistema capitalista que afeta diretamente a vida da classe trabalhadora, fazendo com que o agir pensar da profissão volte ao tradicionalismo e que o conservadorismo de reatualize.]
	“[...] vale referir dois outros passos em que salta á vista a sua postura abertamente reativa á critica do tradicionalismo profissional – exatamente no que este possuía de mais comprometido com representações e intervenções tendentes a barrar formas democráticas e participativas de vida política e social.” Pag. 231
[A autora critica as apreciações feitas pela perspectiva modernizadora ao conservadorismo.]
	“Com estas indicações preliminares, o que pretendemos é tão somente circunscrever o terreno em que se move a contribuição de Almeida – trata-se de uma elaboração que deriva expressamente do solo do pensamento conservador, absolutamente conforme ás mais consagradas tradições do Serviço Social de extração católica.[...] duplo combate travado pela perspectiva da reatualização do conservadorismo – a polêmica contra a tendência da modernização, de um lado, e a luta contra as incidências da tradição marxista no campo profissional, de outro – , levado a cabo mediante o recurso a formas que se pretendem novas de fundamentação teórico-metodológica e profissional.” Pag. 232-233
[A autora tem uma perspectiva conservadora onde se pode encontrar diversas formulações tradicionais pautadas nas formas de agir pensar da profissão conservadora e das perspectivas católicas. A autora também combate à perspectiva modernizadora e a contra a aplicação da perspectiva marxista.
	“[...] o que peculiariza a posição renovadora de Almeida no marco da perspectiva em que se inscreve a sua proposta teórico-profissional é justamente a sua dupla e simultânea invocação da fenomenologia e do personalismo católico”. Pag. 233
[O que distingue a posição de Almeida das demais autoras e o fato de utilizar a fenomenologia atrelada com as visões do ideário cristão.]
	“A articulação entre postura fenomenológica e uma concepção personalista é, em principio, legítima,supondo-se o rigor com que se deve explorar a primeira e reconhecendo-se os riscos de ecletismo que rondam a segunda. Nenhuma das colocações de Almeida, ao longo de seu livro, fornece elementos probatórios de uma conseqüente assunção da postura fenomenológica; o que fundadamente se extrai dos seus passos analíticos e das suas afirmações lidimamente metodológicas é tão-somente a intenção “da compreensão de como trabalhar em Serviço Social passando a historia humana em sua significação mais profunda”, que implicaria “não separar dimensões de interioridade e dimensões de exterioridade da pessoa”, voltando-se para “a dimensão social presente na dimensão pessoal” (Almeida, 1978: 12 apud NETTO, 2011, p.233)”. Pag. 233
[A citação vem evidenciar como se dá a articulação entre a perspectiva fenomenológica com a personalista onde se pode demonstrar que a leitura de Almeida sobre a fenomenologia se dá de forma muito simplista sem aprofundamento em que se pode constatar que não há indícios de utilização da fenomenologia em seu exercício profissional.]
	“Almeida dá a partida á sua reflexão tematizando a noção de intervenção social, para com ela pensar a natureza do Serviço Social e a sua estrutura teórico e metodológica.[...]” Pag. 236
[A intenção de intervenção de Almeida está pautada na ajuda psicossocial.]
	““No que se refere á intervenção social, afirmamos ser a problemática social objetivada pela clientela o que se interessa ao assistente social” (Almeida, 1978:29; grifos nossos apud NETTO, 2011, p.237) – assertiva no mínimo audaciosa, que pode ser interpretada como o cancelamento, enquanto alvo de intervenção, de toda “problemática social” que não for passível de “objetivação” pela “clientela”.[...]”. Pag.237
[O que o “cliente” vai expressar e o que interessa ao Assistente Social, as outras condições objetivas que são da realidade desses individuou não interessa, o que e objetivado pelo “cliente”, por exemplo: determinada pessoa está precisando de uma cesta básica então o Assistente Social só vai precisar viabilizar essa cesta básica a ele.]
	“É na formulação da “nova proposta” (que Almeida grafa com maiúsculas) que comparecem, solidárias, a reivindicação fenomenológica e a visão personalista próprias de Almeida. Delimitando a sua “problemática”, ela afirma a sua critica ao padrão positivista de ciência; afirma-a, todavia, num tamanho grau de generalidade e abrangência que é quase inevitável a interdição da própria racionalidade analítica sistematizadora, num movimento bastante tradicional para aqueles que conhecem a rota que leva do relativismo ao irracionalismo.” Pag.240
	“É na formulação da “nova proposta” (que Almeida grafa com maiúsculas) que comparecem, solidárias, a reivindicação fenomenológica e a visão personalista próprias de Almeida. Delimitando a sua “problemática”, ela afirma a sua critica ao padrão positivista de ciência; afirma-a, todavia, num tamanho grau de generalidade e abrangência que é quase inevitável a interdição da própria racionalidade analítica sistematizadora, num movimento bastante tradicional para aqueles que conhecem a rota que leva do relativismo ao irracionalismo.” Pag.240
[A “nova proposta” metodológica pra profissão se respalda no diálogo, pessoa e transformação social e tem como centralidade a ajuda psicossocial.]
	“O “marco referencial teórico” da “nova proposta” é uma tríade conceitual: diálogo, pessoa e transformação social (idem, ibid.), cuja articulação e implementação constituem propriamente a metodologia profissional, posto o Serviço Social no encaminho da ajuda psicossocial (cf. seção 2.4.1 e a nota 244 apud NETTO, 2011, p.242). A tematização do diálogo por Almeida (1978: 116-119 apud NETTO, 2011, p.242), estreitamente conexa ao que ela entende por “verdade”, consagra toda uma série de lugares-comuns para ofertar, substantivamente, por trás de uma linguagem “profunda” (recorde-se o já mencionado “mergulho no ser”), duas ideias: 1 .ª) pelo diálogo, profissional e cliente se auto-implicam numa experiência de investigação da verdade; 2 .ª) pelo dialogo ( mediante o conhecimento que ele propicia), constrói-se o projeto social (cf. infra), á base da concepção segundo a qual se coloca o diálogo “como processo gerador de transformação social” (Almeida, 1978: 118; grifo nosso apud NETTO, 2011, p.242 )”. Pag. 242
[O trabalho teórico de Almeida tem um significado muito importante para o Serviço Social, pois ele surge no contexto de crise da perspectiva modernizadora e na crise de intenção de ruptura, sendo o respaldo teórico para aqueles que recusam as linhas modernizadoras procura restaura o tradicionalismo conservador que estava ameaçado.]

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