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FISIOTERAPIA NAS LESÕES DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO Prof.ª Ingrid de Souza Costa 18/05/2018 LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. DARCY. UMPHRED. Reabilitação neurológica . 18/05/2018 Formado pelos ramos ventrais dos nervos cervicais inferiores C5, C6, C7 e C8 mais primeiro torácico T1. Situa-se entre os músculos escalenos e ECOM. Passa posteriormente a clavícula e acompanha a artéria axilar sob o mm peitoral maior. 18/05/2018 REVISÃO PLEXO BRAQUIAL Divisão em Troncos 18/05/2018 Tronco Superior - TS Tronco Médio - TM Tronco Inferior - TI Divisão em Ramos e Fascículos Troncos TS, TM e TI (supra claviculares) 18/05/2018 Ramos anterior e posterior Fascículos Divisão em Ramos e Fascículos 18/05/2018 Ramo anterior Ramo Posterior Fascículo Lateral- FL Fascículo Posterior- FP Fascículo Medial- FM 18/05/2018 Mecanismos de lesão: Ruptura total das fibras nervosas, comum em traumas. Compressão de um nervo; Distensão ou estiramento (trauma sem perda da continuidade das fibras nervosas); Toxicidade (algumas drogas podem ser tóxicas aos nervos, interferindo em sua função); Patologias específicas, como amiloidose e hanseníase, por ex.; Distúrbios vasculares, que afetam o suprimento nervoso e sua função, consequentemente 18/05/2018 Sintomatologia A sintomatologia apresentada vai depender principalmente do tipo de nervo lesado, sensitivo, motor ou misto. Nervo exclusivamente motor, a sintomatologia apresentada será uma paralisia da musculatura por ele inervada, com um subsequente atrofia desta. Consequentemente a esta paralisia, haverá um predomínio de ação da musculatura antagonista, levando o membro a assumir posições típicas, dependendo de qual nervo foi acometido e o local (nível) da lesão. nervo exclusivamente sensitivo, o paciente apresentará uma perda da sensibilidade em uma determinada região, dependendo do território de inervação. 18/05/2018 Sintomatologia Lesão de nervo misto, o paciente apresentará sintomatologia característica de perdas sensitiva e motora. A secção completa de um nervo pode ser seguida de alterações na pele, nas mucosas, nos ossos e nas unhas, sendo estas alterações denominadas alterações tróficas. A lesão parcial ou incompleta de um nervo pode acompanhar-se de dor, sensação de agulhadas e, mais raramente, causalgia (sensação de queimação local, seguida de alterações tróficas e aumento da temperatura local. 18/05/2018 Lesões Superiores do Plexo Braquial ( C5 e C6 ) Paralisia de Erb-Duchene: é a forma mais comum de lesão, onde ocorrerá paralisia de todos os músculos inervados por essas raízes, como: deltóide, braquial, braquiorradial, supra-espinhoso, infra-espinhoso e bíceps (devido ao comprometimento dos nn. axilar, musculocutâneo, supra-escapular e fibras do radial). 18/05/2018 Se os músculos rombóides, elevador da escápula e serrátil anterior estiverem envolvidos é mau sinal de prognóstico, visto que esses músculos são inervados por nervos que saem diretamente das raízes nervosas (n. escapular dorsal e n. torácico longo). Nesta o membro superior encontra-se hipotônico, pendente ao lado do corpo em adução, rodado medialmente, com o antebraço pronado e estendido. A função da mão encontra-se preservada. O reflexo bicipital é perdido. A perda sensitiva é mínima. O Mecanismo de lesão ocorre por tração da cabeça ou ombros, quedas contra a cabeça do úmero e injúrias obstétricas. 18/05/2018 Lesões Inferiores do Plexo Braquial (C8 e T1) Paralisia de Klumpke: ocorre com menor frequência e corresponde a uma lesão de nn. Mediano e Ulnar no nível da mão. Nesse caso, os músculos afetados são os flexor ulnar do carpo e os flexores dos dedos e os músculos intrínsecos da mão (região tenar e hipotenar e mm interósseos). Assim, há perda da flexão do punho e dos dedos, e perda também da capacidade de realizar movimentos finos com as mãos, redução do trofismo das eminências tenar e hipotenar e déficit sensitivo na porção medial do antebraço 18/05/2018 Observa-se que a motricidade do braço e antebraço é mantida. As causas mais comuns são: - Tumores ou outra patologia expansiva do ápice pulmonar, - Fratura da clavícula, - Síndrome da costela cervical (os processos transversos da vértebra C7 desenvolvem-se além do normal, formando-se um novo par de costelas, que pressionam as raízes ventrais dos nn C8 e T1), - Aneurisma do arco da aorta, - Ato de puxar o braço subitamente, principalmente em RN e crianças menores, - Queda de altura com tentativa de paralisação com os braços, etc. 18/05/2018 Lesão do Plexo total (C5 a T1) Paralisia de Erb-Klumpke: é a lesão total do plexo braquial. É rara e com difícil determinação da localização exata da lesão anatômica. A lesão afetará todo o braço, que se encontra completamente flácido. Manifestações clínicas como atrofia, hipomobilidade, edemas, e hematomas são indicativos. 18/05/2018 LESÕES NERVOSAS Lesão do n. Torácico Longo (C5 a C7) Também conhecida por Escápula em asa, ou alada. Há perda da função do m. Serrátil Anterior, ficando comprometido o movimento de abdução do braço acima de 90º, movimento que acentua a aparência em asa da escápula. As causas mais comuns derivam de impactos ou pressão no triângulo posterior do pescoço, lesões iatrogênicas como a de uma mastectomia radical e carregar objetos pesados sobre o ombro. 18/05/2018 Lesão do n. Torácico Longo (C5 a C7) 18/05/2018 Lesão do n. Axilar (C5 e C6) Caracteriza-se por atrofia do m. deltóide, perda de sensibilidade da porção lateral superior do braço e diminuição do poder de abdução do braço até 90º (não esquecer, que a abdução do braço é realizada também pelo m. supraespinhal). Suas causas mais comuns decorrem de compressão da axila para cima, por ex. do uso de muletas, e traumas ou fraturas que desloquem a cabeça do úmero da cavidade glenóide, uma vez que o n. axilar passa entre o colo cirúrgico e a cabeça do úmero. 18/05/2018 Lesão do n. Axilar (C5 e C6) 18/05/2018 Lesão do n. Musculocutâneo (C5 a C7) Raramente é lesado devido a sua localização (perfura o m. coracobraquial e passa entre as cabeças longa e curta do bíceps). Uma das causas de lesão deste são os ferimentos cortantes ao nível do braço na porção anterior. Ocorre comprometimento dos mm bíceps braquial, coracobraquial e braquial, assim a flexão do antebraço é perdida quase em sua totalidade e a flexão do braço fica comprometida. 18/05/2018 Lesão de n. Radial (C5 a T1) O nervo radial origina-se do fascículo posterior do plexo braquial e corre na porção medial do braço, cruzando-o posteriormente, e pelo tríceps emergindo na região ântero-lateral do cotovelo (sulco biciptal lateral). Neste ponto bifurca-se dando origem ao seu ramo motor, (ramo profundo do n radial que após passar pelas fibras do m. supinador é denominado n. interósseo posterior), e sensitivo (ramo superficial do n. radial). 18/05/2018 O nervo radial pode ser lesado em qualquer região de seu trajeto e então há perda da sensibilidade da sua região de inervação e a deformidadeda mão conhecida como “mão caída”. Acomete a musculatura extensora do punho e da mão. Além do movimento de extensão, a supinação também é prejudicada. As fraturas do úmero são uma das principais causas da lesão nervosa. É causada também por cortes, ferimentos por projeteis de arma de fogo, formação de calo ósseo após fratura do úmero e pressão de muletas. 18/05/2018 Lesão de n. Radial (C5 a T1) 18/05/2018 Lesão do n. Ulnar (C7 a T1) O nervo ulnar origina-se do fasciculo medial do plexo braquial e corre na porção medial do braço até o cotovelo medial, passando por uma escavação no dorso do epicôndilo medial, e caminha pelo antebraço ântero - medial até terminar em seus ramos digitais palmares próprios. O nervo emite ramos motores para a musculatura do antebraço e da mão, e ramos sensitivos para a porção medial do 4º dedo e todo 5º dedo (na face ventral da mão). 18/05/2018 O nervo ulnar pode ser lesado em qualquer região de seu trajeto e então há perda da sensibilidade da sua região de inervação e a deformidade da mão conhecida como “mão em garra”. Sua fisiopatologia é demarcada pela abdução da mão, punho estendido, extensão das falanges distais e proximais e flexão das médias. Seu acometimento é mais comum na porção do cotovelo e no punho. E é mais pronunciada quanto mais distal for a lesão. As causas mais comuns são lesões agudas ou decorre de pequenos e repetidos traumas no cotovelo e punho, lesões cortantes, fibrose e aderências após cirurgias sobre o epicôndilo medial. 18/05/2018 Lesão do n. Ulnar (C7 a T1) 18/05/2018 Lesão de n. Mediano (C5 a T1) O nervo mediano origina-se dos fascículos lateral e medial do plexo braquial e corre na porção medial do braço emergindo na região ântero-medial do cotovelo. Nesse ponto passa por baixo do tendão do bíceps, entre as cabeças umerais e ulnar do músculo pronador redondo e bifurca-se, abaixo dele, dando origem ao Nervo Interósseo Anterior, que inerva a porção lateral do flexor profundo dos dedos, o m. flexor longo do polegar e o músculo pronador quadrado. Sua continuação confere motricidade a parte da musculatura intrínseca lateral da mão e sensibilidade da palma da mão, porção lateral do 4º dedo e de todos 3º e 2º dedos. Após bifurcar-se o mediano corre na direção do punho até a região do túnel carpal, onde, logo após divide- se. 18/05/2018 O nervo mediano pode ser lesado em qualquer região de seu trajeto e então há perda da sensibilidade da sua região de inervação e pode ocorrer a deformidade da mão conhecida como “mão simiesca”. Em lesões acima da bifurcação pode haver impossibilidade de fletir a interfalangeana do polegar e a interfalangeana distal do indicador, assim como perda de força para pronação do antebraço, além de atrofia da musculatura tenar (mão simiesca e achatada) e impossibilidade de abdução e oponência do polegar e, também, causalgia 18/05/2018 As causas mais comuns dessa lesão decorrem de compressão por torniquetes, traumas, compressão no túnel do carpo, ferimentos no punho e compressão pelo m. pronador redondo. Sendo comumente mais lesionado no nível do punho, que geralmente acarreta em Síndrome do túnel do Carpo, caracterizada pela impossibilidade de oponência e abdução do polegar, alteração na sensibilidade, presença de dor e atrofia da eminência tenar. 18/05/2018 Lesão de n. Mediano (C5 a T1) 18/05/2018 EXAMES COMPLEMENTARES: Eletroneuromiografia 18/05/2018 TRATAMENTO: - Clínico - Cirúrgico - Fisioterapêutico. 18/05/2018 Tratamento: Manter ADM, órteses de auxílio Eletroterapia Cinesioterapia. 18/05/2018 Reabilitação Funcional 18/05/2018 SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ 18/05/2018 Profª Ingrid de Souza Costa Sinônimos: Polineuritis Idiopática Aguda Polirradiculoneuritis Ideopática Aguda Polineuropatia Inflamatoria Aguda Polineuritis Infecciosa Síndrome de Guillain-Barré-Landry 18/05/2018 Síndrome de Guillain-Barré É um transtorno neurológico em que o sistema imunológico do corpo ataca uma parte do sistema nervoso periférico: - Destruição da bainha de mielina podendo chegar aos axônios. - Desenvolvimento rápido e acelerado (dias ou semanas) 18/05/2018 18/05/2018 Epidemiologia Afeta a todas as idades e gêneros, com uma incidencia de 1-2 em 100.000 hab ⁄ ano. Precedida por Infecção Respiratoria Aguda ou Gastrointestinal 1-4 semanas antes dos síntomas. Principal causa de paralisia flácida em indivíduos saudáveis. − Mortalidade : 4 a 15% 18/05/2018 Relação com agentes infecciosos Campilobacter yeyuni 26-41 % Citomegalovirus 10-22 % Virus da varicela zozter HIV Micoplasma pneumoniae 10 % Epstein-Barr 18/05/2018 Fisiopatología Sistema Destruição da bainha Impossibilidade de enviar Imunológico de mielina e axônios sinais de forma eficaz ao cerebro Incapacidade sentir O cérebro recebe Os músculos perdem a textura, calor, menos sinais capacidade de resposta dor sensoriaes as órdens do cérebro O cérebro pode receber sinas Inapropriados ( sensações dolorosas ) 18/05/2018 Quadro Clínico: Parestesia de extremidades pés e mãos seguida de debilidade muscular. Dor moderada a severa (80% dos casos) Reflexos tendinosos reduzidos e lentos. Comprometimento dos nervos cranianos III,VI,IX,XII (50%) Disfunção autonômica: hipotensão, arritmias, retenção urinária em 65% dos casos. O déficit máximo se produz antes de 3 semanas 18/05/2018 Sintomas de emergência (Buscar ajuda imediata) Dificuldade para deglutir Dificuldade respiratória. Ausência temporária da respiração. Incapacidade para respirar profundamente Desmaios. 18/05/2018 Paralisia Facial Periférica 18/05/2018 Definição: Paralisia facial periférica, caracteriza-se pelo acometimento dos músculos da hemiface, Lesão do sétimo par de nervos cranianos ( nervo facial). 18/05/2018 18/05/2018 FORMAS DE LESÃO DO NERVO – ETIOLOGIA – CLASSIFICAÇÃO DA PARALISIA DE ACORDO COM A CAUSA Idiopática (paralisia de Bell) Infecciosa Traumática Congênita Vasculares Metabólicas Iatrogênicas Paralisia Facial Neonatal 18/05/2018 Incidência anual: 23/100.000 Sexo: M=F Todas as idades Paralisia Facial Periférica (idiopática – de Bell) 18/05/2018 Início súbito Dor na face, hipoestesia, e hiperacusia Recuperação - 80% - 30-60 dias Paralisia Facial de Bell 18/05/2018 Paralisia de Bell Evolução “Auto-limitada”: 85% recupera a mobilidade “normal” em 1 ano mesmo sem tratamento ! Recuperação tardia (> 3m) = sequelas Sinal de Bell= ao tentar fechar a pálpebra o olho do lado paralisado desvia para cima e fora. 18/05/2018 Sinais e sintomas do lado acometido Rosto assimétrico tanto no repouso quanto no movimento,mais nem sempre o lado afetado é o mais “feio”. Inicialmente vemos o lado afetado muito tenso Sulcos da testa desaparecem O paciente fica sem expressão facial Olho atingido em geral não fecha inicialmente Alteração do globo ocular: o globo ocular sobe na tentativa de estimular a pálpebra a fechar (sinal de Bell) Fenda palpebral aumenta porque parte dela é contração muscular 18/05/2018 Sinais e sintomas do lado acometido Sulco do nariz fica apagado Comissura labial cai Boca e língua se desviam para o lado sadio Dificuldade para falar, assobiar, inflar a bochecha Hiperacusia: som alto gera dor de ouvido Diminuição das secreções lacrimais e salivares 2/3 anteriores da língua perde o gosto Instalação dos sintomas é rápida, geralmente o único sinal é uma dor no rosto. 18/05/2018 Tratamento médico Corticóide em altas doses para diminuir o processo inflamatório. Cirurgia para descompressão do nervo; não é muito aceito. 18/05/2018 Tratamento Fisioterapêutico Avaliação: Dependendo do ramo acometido temos que trabalhar mais determinada função ou área do rosto. Utilizar 1 fotografia do paciente anterior a patologia Avaliação criteriosa da função muscular, para saber quais são os exercícios recomendados. Cinesioterapia é muito utilizada, porém é um pouco lenta. 18/05/2018 18/05/2018 •Cinesioterapia: 100% dos pacientes realizam; é dividida em duas partes: 1 – feita com o terapeuta na clínica 2- exercícios domiciliares Um grande auxiliar da cinesioterapia é o espelho. Os músculos que trabalhamos são: - bucinador: para manter a tensão nas bochechas - risório - orbicular da boca - depressor do lábio inferior - mentório para enrugar o queixo Exercícios/treino muscular (devem ser feitos várias vezes por dia) 1. Levantar a sobrancelha 2. Franzir a sobrancelha 3. Apertar os olhos 4. Comprimir os lábios 5. Encher a bochecha de ar/água 6. Sorrir com os lábios fechados 7. Sorrir com a boca aberta 8. Bico para baixo 18/05/2018 Recursos auxiliares Massoterapia Estimulação simples: com gelo Eletroterapia: FES Biofeedback 18/05/2018 18/05/2018 Prognostico: < idade, fraqueza incompleta dos mm acometidos (parte da função se mantém, mesmo inicialmente). Inicio de recuperação: entre 10 e 21 dias. Até 20% de seqüela (pode ser sensibilidade ou final da função) é considerado esperado. A literatura diz que até 4 anos depois o paciente tem recuperação. Síndrome de Machado-José 18/05/2018 Fisioterapia Neurofuncional Prof.ª Ingrid de Souza Costa DEFINIÇÃO Doença neurológica genética que afeta principalmente o equilíbrio e a capacidade motora. Como ela assume caráter degenerativo, seus sintomas são agravados com o passar do tempo e podem levar ao óbito 18/05/2018 Histórico Descrita pela primeira vez em 1972, na família Machado, de descendência açoriana (da Ilha de São Miguel), a qual era afetada por uma forma progressiva de ataxia, nistagmo, hiporreflexia, variados graus de miotrofia e sinais de lesão do cordão posterior da medula. Quatro anos depois, uma nova família nos EUA, com sobrenome Joseph, também de origem açoriana, a qual foi observada a ocorrência de ataxiaprogressiva, disartria, nistagmo, bradicinesia, fasciculações de língua e de face, postura distônica, hiperreflexia e sinal de Babinski em sete gerações. 18/05/2018 Histórico A designação de DMJ somente em 1978. Machado-Joseph provém dos nomes das duas primeiras famílias descritas. Entende-se que o gene fora levado pela colonização, espalhando-se pelo mundo. 18/05/2018 FISIOPATOLOGIA E GENÉTICA A DMJ ou ataxia espinocerebelar tipo 3 (AEC 3) é atualmente a mais comum das ataxias hereditárias autossômicas dominantes. Relaciona-se ao gene MJD1. 18/05/2018 EPIDEMIOLOGIA A idade mais comum de início dos sintomas está na faixa de 38 a 40 anos e a duração média da doença é de 17 anos entre os brasileiros. Patologia de caráter hereditário, a síndrome é transmitida de uma geração para a outra, ou seja, se o pai ou a mãe sofre deste mal, existe chances de 50% do filho também desenvolver. Trata-se ainda de uma doença rara, que afeta apenas 0,3 a 2 pessoas a cada 100 mil habitantes no mundo. 18/05/2018 A DMJ tem uma ampla variação fenotípica e cinco subtipos clínicos têm sido descritos: tipo I: os pacientes mostram sinais como a distonia, com início precoce dos sintomas. tipo II: os pacientes têm sintomas cerebelares (ataxia da marcha, disartria e incoordenação apendicular) tipo III: os pacientes apresentam sinais cerebelares e neuropatias periféricas, de manifestação mais tardia. tipo IV: os pacientes desenvolvem predominantemente parkinsonismo e amiotrofia distal. tipo V: que foi descrito mais tarde, cursa com paresia espástica 18/05/2018 TRATAMENTO Programas fisioterapêuticos utilizados em outros tipos de ataxias cerebelares pode ser um tratamento viável para pacientes com DMJ, já que a literatura sobre o assunto ainda é escassa. Um programa baseado em adequação postural e treinamento de habilidades funcionais com os membros superiores de indivíduos atáxicos, facilita a preensão e promove um controle dos movimentos. 18/05/2018 Caso Clínico 1 ACS, sexo masculino, de 27 anos, começou a sentir dores constantes nos membros inferiores em fevereiro de 2009, procurou tratamento médico, no qual foram feitos uma série de exames que obteve o diagnóstico de Ataxia Hereditária Dominante, e passou a fazer tratamento medicamentoso. Em julho de 2009 foi feito o exame genético, resultando no diagnóstico de Ataxia Espinocerebelar tipo 3 (SCA3) Doença de Machado-Joseph (DMJ). Após um curto período de tempo passou a apresentar um quadro clínico de perda de equilíbrio e dificuldade na marcha, passando a utilizar uma bengala e auxílio de terceiros (outra pessoa) para se locomover. 18/05/2018 a) Sendo você o fisioterapeuta, descreva as avaliações que devem ser feitas com este paciente. 18/05/2018 Caso Clínico 2 Anamnese: C.A.M.F., sexo masculino, 30 anos, foi diagnosticado há cerca de dois anos como portador da Ataxia Espinocerebelar tipo III ou Doença de José-Machado. Ele relatou que os primeiros sintomas da doença surgiram aos 18 anos de idade, quando começou a notar dificuldade em manter o equilíbrio estático e dinâmico, que foi piorando progressivamente ocasionando quedas e prejudicando sua independência nas AVD’s. Relatou ainda que, em alguns momentos, definidos por ele como “crise”, ser acometido subitamente por uma fraqueza nos MMII (membros inferiores). Em relação aos antecedentes familiares, possui um tio paterno portador dos mesmos sintomas que ele, porém sem diagnóstico clínico que comprove a doença. Faz uso de Fluoxetina (10 mg) e Artane (5 mg) uma vez ao dia. 18/05/2018 Avaliação Neurofuncional: O Índice de Barthel é um instrumento que mede o grau de assistência exigido ao indivíduo em dez itens sobre mobilidade e cuidados pessoais. Os itens são somados atingindo-se de 0 a 100 pontos, cuja pontuação igual a 100 significa que o indivíduo é totalmente independente. Já o equilíbrio e a marcha, foram avaliados por meio da observaçãoe experimentação da escala de Tinetti, que é compreendida por duas escalas. A primeira possui nove itens que avaliam o equilíbrio e a segunda possui sete que avaliam a marcha. A pontuação total do índice é de 28 pontos, onde uma pontuação menor que 19 sugere risco cinco vezes maior de quedas. Logo, quanto menor a pontuação, maior o acometimento. 18/05/2018 Durante o exame clínico pôde-se observar flutuações do tônus e presença de movimentos involuntários em membros superiores e inferiores, força muscular grau 5 para os membros superiores e grau 4 para os inferiores, reflexos tendinosos, sensibilidade tátil, térmica e dolorosa preservados, leve disartria e aspectos cognitivos aparentemente normais. No exame funcional, observou-se dificuldade na realização das transferências nas posições de joelhos para semi- ajoelhado, semi-ajoelhado para de pé e de pé para semi- ajoelhado, realizando-os somente com auxílio de terceiros. A marcha do tipo ebriosa, encontrava-se com a base alargada, assimetria de cintura escapular, sem dissociação das cinturas, anteriorização pélvica e realizada com o auxílio de muleta. 18/05/2018 a) Descreva o diagnóstico cinético funcional do paciente. b) Sabendo-se que na Clínica Escola de Fisioterapia da FESJF estão disponíveis bolas suíças, therabands, bastões, caneleiras de 1, 2, 3, 4 e 5kg, cones, cama elástica, rampa e escada, descreva detalhadamente os objetivos e plano de tratamento para este paciente a curto, médio e longo prazo. 18/05/2018
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