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Entrevista como Instrumento de Pesquisa Social

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INSTRUMENTO DE PESQUISA SOCIAL: ENTREVISTA
Bibliografia: 
GIL, Antonio Carlos. Entrevista. In: ______ Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. Cap. 11, p.117-127.
GRESSLER, Lori Alice. Entrevista. In: ______ Introdução à pesquisa: projetos e relatórios. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2004. p.164-169.
1) DEFINIÇÃO
• Entrevista é uma técnica de pesquisa que visa obter informações de interesse a uma investigação, onde o pesquisador formula perguntas orientadas, com um objetivo definido, frente a frente com o respondente e dentro de uma interação social. 
	
2) IMPORTÂNCIA
• entrevista + questionário = técnicas de coleta de dados mais utilizadas no âmbito das ciências sociais;
• enorme flexibilidade = técnica por excelência na investigação social;
• permite identificar variáveis e suas relações, comprovar hipóteses, orientar outras fases da pesquisa, coleta de dados para uma pesquisa preliminar.
3) VANTAGENS
• possibilita obtenção de dados referentes aos mais diversos aspectos da vida social;
• permite a obtenção de dados em profundidade acerca do comportamento humano;
• os dados obtidos podem ser classificados e quantificados.
• não exige que o respondente saiba ler ou escrever
• maior flexibilidade no trabalho de investigação (pode-se explicar o significado das perguntas, captar expressões corporais, tonalidade de voz e ênfase das respostas)
4) LIMITAÇÕES
• falta de motivação do entrevistado para responder;
• facilidade de fornecimento de respostas falsas
• inabilidade ou incapacidade do entrevistado para responder (vocabulário insuficiente, problemas psicológicos);
• influência exercida pelo aspecto pessoal do entrevistador;
• influência das opiniões do entrevistador sobre as respostas do entrevistado;
• custo do treinamento dos entrevistadores e da aplicação das entrevistas.
5) ESTRUTURAÇÃO DAS ENTREVISTAS
• mais estruturada: alto grau de predeterminação das perguntas, roteiro pré-estabelecido;
• menos estruturadas: sem roteiro pré-estabelecido;
6) TIPOS DE ENTREVISTAS
6.1) Entrevista informal (não estruturada): Objetiva uma visão geral do problema pesquisado, quase uma conversa. Nestes casos, comumente recorre-se a informantes-chave, especialistas no assunto. Comum em estudos de caso, autobiografias, etc.
6.2) Entrevista focalizada: Como a anterior, é uma conversa, mas sobre um tema específico. Exige a habilidade e sensibilidade por parte do entrevistador de não permitir que o tema da conversa se desvie do tema original. Ex: Entrevista com foco na exposição Agropecuária de Dourados e o agronegócio. 
6.3) Entrevista por pautas: Explora no decorrer da entrevista os pontos, ou pautas, são ordenados e devem ter uma certa relação entre si. São feitas poucas perguntas diretas, deixa-se o entrevistado falar livremente enquanto se referir às pautas assinaladas. Necessário intervir quando o assunto fugir da pauta. Quando for interesse do tema, as atitudes culturais do respondente são consideradas respostas a uma entrevista por pautas. 
6.4) Entrevista estruturada: Apresenta uma relação padronizada e fixa de perguntas (questionário ou formulário), cuja ordem e redação permanecem invariáveis para todos os entrevistados, que geralmente são em grande número. Recomenda-se que o mesmo seja pré-testado em uma amostra da população. Permite o tratamento quantitativo dos dados (estatístico também).
6.5) Entrevista face a face e por telefone: A modalidade mais antiga é a face a face, por via telefônica é uma modalidade que se expandiu pelo acesso de quase toda população a esse meio de comunicação. Vantagens e desvantagem sobre os demais. FAZER EM SALA.
6.6) Entrevista com recursos visuais: Introduz-se na entrevista fotografias, desenhos, bonecos, charges, entre outros. Visa: levar as pessoas a discutirem assuntos que poderiam ser perturbadores se tratados, diante de estranhos, por meio de perguntas diretas. As figuras e objetos representam situações que, dificilmente, poderiam ser descritas verbalmente. 
7) CONDUÇÃO DA ENTREVISTA
Entrevista estruturada ou semi-estruturada: aplicador com cultura mediana, e treinamento operacional rápido. Entrevista focalizada, quando se trata de problemas psicológicos, por ex. há a necessidade de profundos conhecimentos da personalidade humana e, pelo menos, um ou dois anos de treinamento do entrevistador.
8) ASPECTOS DA ENTREVISTA
8.1) Preparação do roteiro
• definição do propósito da pesquisa e o detalhamento dos objetivos, 
• construção das questões.
• se entrevista informal: definir os tópicos de interesse, ficando o seu desenvolvimento por conta da habilidade do entrevistador. 
• na estruturada, o roteiro deve ser o questionário. 
Regras gerais para elaborar um roteiro:
a) Instruções para o entrevistador devem ser claras: como iniciar a entrevista, duração, local e circunstância em que pode ser realizada, como proceder em caso de recusa, etc. O entrevistador deve estar disposto a ouvir mais que falar.
b) questões com linguagem clara, sem palavras ambíguas e adequadas ao entendimento do entrevistado. 
c) enunciado da questão deve dispensar qualquer tipo de informação adicional.
d) a transição entre as questões deve vir explicitada no texto, por ex. “Agora, gostaríamos de saber...”.
e) Questões potencialmente ameaçadoras (a entrevista face a face não garante ao entrevistado o anonimato) devem ser elaboradas de forma mais leve.
f) Evitar as questões abertas. Exigem mais tempo nas entrevistas e estão sujeitas à ênfase dado por quem registra as respostas.
g) Ordenamento das perguntas deve favorecer o rápido engajamento do respondente na entrevista e a manutenção do seu interesse.
8.2) Estabelecimento do contato inicial (abordagem)
• o entrevistador precisa ser bem recebido. 
• avisar da visita com antecedência via comunicação escrita ou divulgação da mídia.
• como quebra-gelo falar amistosamente sobre qualquer tema que no momento possa parecer interessante ao entrevistado. A seguir, explicar a finalidade da entrevista, o objetivo do trabalho, o nome da entidade ou pessoas que patrocinam a importância para a comunidade e/ou pesquisador e particularmente a importância da colaboração pessoal do entrevistado. 
• deixar claro que a entrevista, se for o caso, tem caráter estritamente confidencial e que as informações prestadas ficarão no anonimato.
• A manutenção de uma atmosfera de cordialidade e simpatia é essencial durante a entrevista. O entrevistado deve sentir-se livre de qualquer coerção.
8.3) Formulação das perguntas
• Nas estruturadas, a formulação segue-se a rota prevista;
• Nas não estruturadas o desenvolvimento das perguntas depende do contexto da conversação. Em ambos os casos as perguntas devem ser padronizadas, na medida do possível, pois só assim será possível comparar as respostas dos entrevistados entre si. 
• só devem ser feitas perguntas diretas quando o entrevistado estiver pronto para dar a informação desejada e na forma precisa;
• em primeiro lugar devem ser feitas as perguntas que não conduzam a recusa em responder, ou que possam provocar algum negativismo;
• deve ser feita uma pergunta de cada vez;
• as perguntas não devem deixar implícitas as respostas;
• manter na mente as perguntas mais importantes até que se obtenha as informações adequada sobre elas.
8.4) Estímulo a respostas completas
• “Você não acha que...” pode sugerir resposta, não sendo recomendada em entrevistas.
• como sugestão: “Poderia contar um pouco mais a respeito?”, “Qual a sua idéia em relação a este ponto?”, “Qual o dado que lhe parece mais exato?”.
• respostas “não sei” indicam a não disposição do entrevistado para pensar. 
• sugestão: “Entendo que este é um problema que geralmente não preocupa muito as pessoas, mas gostaria que me falasse um pouco mais a respeito”.
8.5) Registro das respostas
Anotá-las ou fazer uso de um gravador. A anotação posterior esbarra noslimites da memória e na possibilidade da distorção decorrente dos elementos subjetivos que se projetam na reprodução da entrevista.
Orientação para entrevistas estruturadas (manuais),
• dispor o formulário sobre a mesa ou superfície lisa;
• situar em uma mesma linha visual o entrevistado e o formulário, de modo a observar a cada um sem grandes movimentos, que distrairiam o entrevistado;
• começar a anotar somente depois que o entrevistado começar a falar;
• usar ponto de exclamação (!!) quando o tom da resposta assim o pede;
• anotar alguns aspectos e atitudes do entrevistado que possuam alguma significação útil;
• anotar as mesmas palavras do entrevistado e evitar resumir ou parafrasear as respostas;
• incluir tudo o que se referir ao objeto da pergunta e anotar em síntese as informações paralelas, mesmo que estas não se refiram diretamente ao assunto.
8.6) Conclusão da entrevista
• Ela deve ser encerrada em um clima de cordialidade. 
• Se houver necessidade de entrevistas posteriores, isto deve ser comentado para que “a porta fique aberta” para os próximos encontros. Uma boa tática é terminar a primeira parte da entrevista quando o respondente ainda mostrar interesse em conversar sobre o assunto.

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