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Fordismo
Fordismo, termo criado por Henry Ford, em 1914 refere-se aos sistemas de produção em massa ( linha de produção ) e gestão idealizados em 1913 pelo empresário americano Henry Ford (1863-1947), autor do livro "Minha filosofia e indústria", fundador da Ford Motor Company, em Highland Park, Detroit. Trata-se de uma forma de racionalização da produção capitalista baseada em inovações técnicas e organizacionais que se articulam tendo em vista, de um lado a produção em massa e, do outro, o consumo em massa. Ou seja, esse "conjunto de mudanças nos processos de trabalho (semi-automatização, linhas de montagem)" é intimamente vinculado as novas formas de consumo social.
Esse modelo revolucionou a indústria automobilística a partir de janeiro de 1914, quando Ford introduziu a primeira linha de montagem automatizada. Ele seguiu à risca os princípios de padronização e simplificação de Frederick Taylore desenvolveu outras técnicas avançadas para a época. Suas fábricas eram totalmente verticalizadas. Ele possuía desde a fábrica de vidros, a plantação de seringueiras, até a siderúrgica.
De fato, Ford criou o mercado de massa para os automóveis. Sua obsessão era tornar o automóvel tão barato que todos poderiam comprá-lo.
Uma das principais características do fordismo foi o aperfeiçoamento da linha de montagem. Os veículos eram montados em esteiras rolantes, que se movimentavam enquanto o operário ficava praticamente parado. Buscava-se assim a eliminação do movimento inútil: o objeto de trabalho era entregue ao operário, em vez de ele ir buscá-lo. Cada operário realizava apenas uma operação simples ou uma pequena etapa da produção. Desta forma não era necessária quase nenhuma qualificação dos trabalhadores.
O método de produção fordista exigia vultosos investimentos em máquinas e instalações, mas permitiu que a Ford produzisse mais de 2 milhões de carros por ano, durante a década de 1920. O veículo pioneiro produzido segundo o sistema fordista foi o mítico Ford Modelo T, mais conhecido no Brasil como "Ford Bigode".
Juntamente com o sucesso das vendas do modelo "T" e do fordismo, criou-se o chamado ciclo da prosperidade que mudaria a economia dos Estados Unidos e a vida de muitos americanos da época. Muitos outros setores, como o têxtil, siderúrgico, energético (combustível), entre tantos outros, foram afetados direta ou indiretamente pelo desenvolvimento da indústria automobilística e tiveram um crescimento substancial. Mais rodovias foram construídas, propiciando maior facilidade de locomoção da população e dando lugar ao surgimento de novos polos comerciais ao longo de sua extensão.
O fordismo teve seu ápice no segundo pós-guerra (1945-1968), que ficaram conhecidas na história do capitalismo como os anos dourados. Entretanto, a rigidez deste modelo de gestão industrial foi a causa do seu declínio. Ficou famosa a frase de Ford, que dizia que poderiam ser produzidos automóveis de qualquer cor,desde que fossem pretos. Isto porque a tinta preta secava mais rapidamente, e os carros poderiam ser montados em menos tempo.
A partir da década de 1970, o fordismo entra em declínio. A General Motors flexibiliza sua produção e seu modelo de gestão. Lançam diversos modelos de veículos, várias cores e adota um sistema de gestão profissionalizado, baseado em colegiados. Com isto a GM ultrapassa a Ford, como a maior montadora do mundo.
Na década de 1970, após os choques do petróleo e a entrada de competidores japoneses no mercado automobilístico, o fordismo e a produção em massa entram em crise e começam gradativamente, sendo substituído pela produção enxuta, modelo de produção baseado no Sistema Toyota ou toyotismo.
Em 2007 a Toyota torna-se a maior montadora de veículos do mundo e extingue definitivamente o Fordismo.
A cultura é dinâmica
A cultura é dinâmica. Como mecanismo adaptativo e cumulativo, a cultura sofre mudanças. Traços se perdem, outros se adicionam, em velocidades distintas nas diferentes sociedades.
Dois mecanismos básicos permitem a mudança cultural: a invenção ou introdução de novos conceitos, e a difusão de conceitos a partir de outras culturas. Há também a descoberta, que é um tipo de mudança cultural originado pela revelação de algo desconhecido pela própria sociedade e que ela decide adotar.
A mudança acarreta normalmente em resistência. Visto que os aspectos da vida cultural estão ligados entre si, a alteração mínima de somente um deles pode ocasionar efeitos em todos os outros. Modificações na maneira de produzir podem, por exemplo, interferir na escolha de membros para o governo ou na aplicação de leis. A resistência à mudança representa uma vantagem, no sentido de que somente modificações realmente proveitosas, e que sejam por isso inevitáveis, serão adotadas evitando o esforço da sociedade em adotar, e depois rejeitar um novo conceito.
O "ambiente" exerce um papel fundamental sobre as mudanças culturais, embora não único: os homens mudam sua maneira de encarar o mundo tanto por contingências ambientais quanto por transformações da consciência social.
A Cultura é Dinâmica
Cada sistema cultural está em constante mudança, entende-se isso pela diferença de comportamento entre as gerações, por exemplo. Esta pode ser lentamente alterada pelas inovações tecnológicas, eventos históricos como guerras ou catástrofes ou pode ser rápida.
Essas transformações nunca ocorrem somente internamente, também sofrem influências externas, com exceção de povos que vivam isolados. A 'aculturação' é comum a quase todas as sociedades.
Em um século pode ser percebida as mudanças nos padrões de beleza, comportamentos e ideais.
POSITIVISMO
CONCEITO DE ANOMIA.
“Ao enfraquecimento das normas numa dada sociedade, Durkheim deu o nome de “anomia”. E considerava-a como sendo uma desorganização tal da sociedade que enfraqueceria a integração dos indivíduos que não sabem que normas devem seguir.
Numa sociedade ou grupo social em anomia "faltará uma regulamentação durante certo tempo. Não se sabe o que é possível e o que não é, o que é justo e o que é injusto, quais as reivindicações e esperanças legítimas, quais as que ultrapassam a medida" (Durkheim, 1974).
O conceito de anomia desempenha um papel importante na sociologia, principalmente no estudo das mudanças sociais e de suas conseqüências. Quando as regras sociais e os valores que guiam as condutas e legitimam as aspirações dos indivíduos se tornam incertos, perdem o seu poder ou, ainda, tornam-se incoerentes ou contraditórios devido às rápidas transformações da sociedade; resulta daí um quadro de desarranjo social denominado anomia.
Num mundo de constantes mudanças, onde as crenças e as instituições perdem sua característica de permanência e constância que possuíam nas sociedades tradicionais, as sociedades estão sujeitas a algum ripo de desarranjo nos regulamentos que servem para estabilizar o grupo.
Podemos denominar 'condutas anômicas' aquelas que o indivíduo adota quando se vê privado das referências e dos controles que organizam e limitam seus desejos e aspirações - são condutas marginais e, de um modo geral, ligadas à violência.
Numa sociedade em estado de anomia, as pessoas estão predispostas a seguir uma liderança carismática que lhes indique novos valores e que, de um modo geral, o líder personifica. Aqui, a anomia possui uma dimensão que pode ter um resultado positivo ou negativo. A sociedade alemã, no início da década de 1930, em profundo estado de anomia, com a economia desorganizada, as instituições políticas enfraquecidas e a disputa radical entre os valores da esquerda e da direita, tornou-se receptiva aos valores defendidos pelo Partido Nazista personificados no seu líder, Adolf Hitler.
Quando os indivíduos vivem uma situação de anomia, perdem o sentido de pertencer ao grupo. As normas do grupo não dirigem seu comportamento e, por algum tempo, não encontram nenhuma norma que as substitua. Não abandonam totalmente as normas da sociedade, mas afastam-se, e não se identificam com as demais normas.
Não podemos afirmar que anomiaseja sinônimo de ausência de lei, embora aqueles que possuam uma conduta anômica possam violar a lei.
Nos campos de concentração nazistas, muitos prisioneiros viviam em condições de anomia, como mostra o Quadro abaixo era como se um indivíduo anômico tivesse perdido o passado, não previsse qualquer futuro e vivesse somente no presente imediato, o qual parece ser nenhum lugar”.
CONFINAMENTO E ANOMIA.
“As pessoas que sobreviveram aos campos de concentração nazistas testemunharam que, enquanto encarceradas, elas estavam em um estado que poderia ser considerado de extrema anomia. Ao entrarem nos campos, elas mantiveram os seus valores habituais, incluindo um sentimento de íntima identificação com seus camaradas sofredores. Elas se tratavam com compaixão, cooperavam para tapear os guardas e não se roubavam uns aos outros. Pouco a pouco, porém, algumas delas mudavam. Impelidas pela privação, saúde precária, tortura e ameaça de exterminação, elas passavam a violar as normas que prezavam grandemente à época da admissão. Algumas roubavam dos seus camaradas; algumas informavam sobre os prisioneiros que tinham violado os regulamentos; outras buscavam privilégios especiais colaborando com os seus captores, de um modo ou de outro.
Estes desertores se afastaram dos seus colegas prisioneiros, não tanto física como espiritual e psiquicamente. Eles sabiam que não pertenciam àquele mundo, mas não tinham nenhum outro mundo participar. Eles abandonaram as normas às quais eles tinham anteriormente subscrito, mas eles não tinham nenhum sistema de normas substitutivas que fosse consistente, amplo ou conscientemente organizado e aceito. Não mais eram compassíveis em relação aos seus colegas, mas também não os odiavam. Eles simplesmente não tinham nenhum sentimento, assim dizendo, para com eles ou a respeito deles. O comportamento atual não era nem "bom" nem "ruim", era simplesmente um comportamento de sobrevivência. Simplesmente era.”
EXEMPLOS DE FATOS SOCIAIS NA SOCIEDADE ATUAL
Fato social é toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior" 
1º - O casamento é 1 exemplo de fato social o qual nos deparamos a todo momento também em nossa sociedade. Todo o círculo de parentes e de igual maneira amigos que, claro o cercam de forma direta ou indireta impõe que, claro o cidadão deve se casar e de igual maneira constituir 1 família. Até durante o período também em que a situação tem como principal finalidade a descontração, 
gozação e de igual maneira coisas do gênero, o fato social mostra suas características, no exemplo abaixo podemos ver nitidamente algumas delas. Ex: "e você já se casou...", quem nunca se deparou com 1 pergunta desta ao rever 1 grande amigo, ou numa reunião com seus familiares que, claro não os via há boa dose de tempo? Apesar de ser dotado de 1 poder coercitivo, aceitamos o mesmo de bom grado. 
2º - Direito é fato social, uma vez que, do ponto de vista normativo, direito é o complexo de normas, exteriores ao indivíduo, que coage a agir de determinada maneira.
TEORIA DE EMILE DURKHEIM
O francês Emile Durkheim é considerado o pai da Sociologia por ter sido um dos primeiros a sistematizar o objeto desta ciência. Durkheim entendia que a sociedade era superior aos indivíduos, portanto, seguindo esta concepção, a sociedade existe independentemente do individuo, este que é simples receptor das regras sociais.
Este sociólogo fundamenta o método de estudo da Sociologia, os fatos sociais, que são maneiras padronizadas de relacionamento entre os indivíduos. Para este autor há três características dos fatos sociais. A primeira refere-se a uma manifestação que é geral, ou seja, existe na maioria das sociedades; a segunda característica dos fatos sociais fundamenta-se na ideia de coerção, isto é, a força que estes fatos agem sobre o individuo, levando-os a se conformarem e a aceitarem as regras socialmente construídas; a terceira característica é a exterioridade  dos fatos sociais, ou seja, tem existência própria independente dos indivíduos.
Durkheim fundamenta sua teoria a partir do método Funcionalista. Este sociólogo compara a sociedade com um organismo vivo. Os órgãos trabalham em função da harmonia de todo o organismo.
Quando um fato põe em risco a evolução, a harmonia, a coesão social está diante de um acontecimento mórbido, portanto, de uma sociedade doente. Durkheim diferencia os fatos sociais em normais e patológicos. Os fatos normais são aqueles que não extrapolam os limites dos acontecimentos mais gerais de uma sociedade. Enquanto os fatos patológicos são aqueles acontecimentos que transgridem as regularidades, mas, como uma doença, são transitórios.
Este sociólogo conceitua dois tipos de solidariedade: mecânica e orgânica. A solidariedade mecânica existe em sociedades primitivas em que a consciência coletiva é bastante enfática nos habitantes bem como a sociedade é coesa, isto é, os habitantes têm em comum as crenças, hábitos e valores. A solidariedade orgânica pode ser encontrada nas sociedades modernas complexas em que é acentuada a divisão do trabalho social e em que a sociedade é fragmentada.
	RELAÇÃO INDIVÍDUO SOCIEDADE PARA
		ÉMILE DURKEIN(1858-1917)
	
	
		No pensamento durkeiniano a sociedade prevalece sobre o indivíduo, pois quando este nasce tem de se adaptar às normas já criadas, como leis, costumes, línguas, etc.
O indivíduo, por exemplo, obedece a uma série de leis impostas pela sociedade e não tem o direito de modificá-las.
Para Durkheim o objeto de estudo da Sociologia são os fatos sociais. Esses fatos sociais são as regras impostas pela sociedade (as leis, costumes, etc. que são passados de geração a geração).
É a sociedade, como coletividade, que organiza, condiciona e controla as ações individuais. O indivíduo aprende a seguir normas e regras que não foram criadas por ele, essas regras limitam sua ação e prescrevem punições para quem não obedecer aos limites sociais.
Durkheim propôs um método para a Sociologia que consiste no conjunto de regras que o pesquisador deve seguir para realizar, de maneira correta, suas pesquisas. Este método enfatiza a posição de neutralidade e objetividade que o pesquisador deve ter em relação à sociedade: ele deve descrever a realidade social, sem deixar que suas idéias e opiniões interfiram na observação dos fatos sociais.
Ação social de weber
		
MAX WEBER (1864-1920)
	
	
		Para Weber a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais. Estas são todo tipo de ação que o indivíduo faz, orientando-se pela ação de outros.
Só existe ação social, quando o indivíduo tenta estabelecer algum tipo de comunicação, a partir de suas ações com os demais.
Weber estabeleceu quatro tipos de ação social. Estes são conceitos que explicam a realidade social, mas não são a realidade social:
1 – ação tradicional: aquela determinada por um costume ou um hábito arraigado;
2 – ação afetiva: aquela determinada por afetos ou estados sentimentais;
3 – racional com relação a valores: determinada pela crença consciente num valor considerado importante, independentemente do êxito desse valor na realidade;
4 – racional com relação a fins: determinada pelo cálculo racional que coloca fins e organiza os meios necessários.
Nos conceitos de ação social e definição de seus diferentes tipos, Weber não analisa as regras e normas sociais como exteriores aos indivíduos.
Para ele as normas e regras sociais são o resultado do conjunto de ações individuais.
Na sua concepção o método deve enfatizar o papel ativo do pesquisador em face da sociedade.
RESENHA: A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO – MAX WEBER
Em “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo’, Weber discorre sobre a relevância da reforma protestante para a formação do capitalismo moderno, de modo que relaciona as doutrinas religiosas de crença protestante, para demonstrar o surgimento de um modus operandi de relações sociais, que favorecee caracteriza a produção de excedentes, gerando o acúmulo de capital.
Há de se dizer, então, que o mundo outrora dominado pela religião católica, era também concebido a partir da cultura por ela promulgada. Isso quer dizer que o modo de vida pregado no catolicismo, era propagado para além dos limites da Igreja, perpassando a vida dos sujeitos. Entretanto, o catolicismo condenava a usura, e pregava a salvação das almas através da confissão, das indulgências e da presença aos cultos. Desta forma, o católico enxergava o trabalho como modo de sustentar-se, mas não via prescrição em também divertir-se, buscando modos de lazer nos quais empenhava seu dinheiro, e produzindo apenas para seu usufruto. Menos temerário ao pecado que o protestante, e impregnado pela proibição da usura, o católico pensava que pedir perdão a seu Deus seria suficiente para elevar-se ao “reino dos céus”. Assim, seguindo esta cultura religiosa, a acumulação de bens não encontrou caminhos amplos, e permaneceu adormecida.
Contudo, com o advento do protestantismo, a doutrina – e portanto, a cultura – católica modificou-se, e a salvação passou a ser para alguns, não mais passível de ser conquistada, mas sim uma providência divina, onde o trabalho era meio crucial para glorificar-se. Para o protestante, o trabalho enobrece o homem, o dignifica diante de Deus, pois é parte de uma rotina que dá às costas ao pecado. Durante o período em que trabalha, o indivíduo não encontra tempo de contrariar as regras divinas: não pratica excessos, não cede à luxúria, não se dá a preguiça: não há como fugir das finalidades celestiais. E, complementando toda a doutrina protestante, ainda é crucial pontuar que nesta religião não há espaço para sociabilidade mundana, pois todo o prazer que se põe a parte da subserviência a Deus, fora considerado errado e abominável. Assim, restava a quem acreditava nestas premissas, o trabalho e a acumulação, já que as horas estendidas na produção excediam as necessidades destes religiosos, gerando o lucro.
Portanto, quando se fala em uma concepção tradicional de trabalho, trata-se da concepção católica, que não acumulava e pensava o trabalho como meio de garantir subsistência. Já a concepção que vê o trabalho como fim absoluto, é a protestante, que enxerga no emprego de esforços produtivos a finalidade da própria existência humana, interligada com os propósitos providenciais de Deus.
Esta mudança no comportamento social, além do choque de culturas exposto nos parágrafos acima, suscita uma abrupta mudança no cenário econômico. Isso decorre do seguinte ciclo: O católico trabalha para viver, o protestante vive para trabalhar. O protestante gera excedente, e o acumula, investindo-o em cadernetas de poupança, gerando lucro. A finalidade protestante é salvar-se, e se o trabalho é salvador, empregar outros auxilia na salvação alheia. Logo, o protestante é dono dos meios de produção, detém os funcionários e acumula cada dia mais excedentes, gerando mais capital. E assim, a gênese do capitalismo moderno é concebida.
Conclui-se, portanto, que a cultura – segundo Weber um modo de ser que detém as práticas –  ao ser modificada, gera novos costumes, um comportamento inusitado, que embora não tivesse como objetivo estabelecer uma nova ordem econômica, e sim moral, passa a sustentar a essência do sistema.

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