A Grande Caca ao Monstro - Norbert Landa

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Um estranho barulho acordou a Pata bem cedinho pela manhã.
Parecia um PSHH PSHH! e vinha mesmo de baixo da sua cama.
A Pata não sabia o que era e tinha demasiado medo para espreitar.
Então, saltou da cama e correu à procura de ajuda.
“Porco!” gritou a Pata. “Está uma coisa debaixo da minha cama a fazer 
barulhos estranhos. Assim: PSHH PSHH, GRRR!”
“PSHH PSHH, GRRR?” perguntou o Porco. “Santa Bolota! Precisamos da 
ajuda de alguém muito forte! Não saias daí!”
E o Porco foi a correr à procura do Urso.
O Porco contou ao Urso o barulho assustador que vinha de baixo da cama 
da Pata. “Esta coisa faz PSHH PSHH, GRRR, BANG BANG! Eu quis contar-te 
porque és o mais forte da floresta.”
O Urso transportava um tronco enorme. “Eu sei que sou o mais forte,” 
disse o Urso. “Mas penso que deveríamos procurar alguém 
suficientemente barulhento para afugentar essa coisa.”
Então correram à procura do Lobo, que estava a preparar-se para os seus 
uivos matinais. O Urso contou-lhe as chocantes notícias sobre a coisa 
aterradora debaixo da cama da Pata.
“Faz PSHH PSHH, GRRR, BANG BANG, PAM PAM – o tempo todo!” disse o 
Urso. “Lembrámo-nos que tu nos poderias ajudar a assustar esta coisa e 
fazê-la ir embora!”
“Claro que ajudo” disse o Lobo todo orgulhoso. “Não há ninguém mais 
barulhento que eu. Ora Escutem!”
“Mas penso que precisamos também da ajuda de alguém muito 
inteligente.”
Então correram à procura da Coruja.
“Coruja”, disse o Lobo. “Há um som terrível e assustados que vem de 
baixo da cama da Pata. Faz PSHH PSHH, GRRR, BANG BANG, PAM PAM 
GRRRAUU!”
A Coruja ficou sem palavras.
“Por seres tão inteligente.” disse o Porco, “pensámos que talvez 
soubesses o que esta coisa é.”
A Coruja disse “Inteligente, sim, é o que eu sou. Por isso vos digo: 
A Pata está em grandes apuros!”
O Porco, o Urso e o Lobo, assustados, aproximaram-se.
“Tens a certeza?” perguntaram.
“Claro,” disse a Coruja, “conseguem imaginar alguma 
coisa querida e fofinha a fazer um barulho desses?”
“Só pode ser um Monstro!” 
guinchou o Porco. “Oh não! 
O que iremos fazer?”
“A única forma de lidar com 
o monstro,” disse a Coruja, 
“é caçando-o!”
Coruja espertalhona!
Assim, os amigos 
começaram a juntar 
corda, rede, colheres de 
pau e outros objectos que 
pudessem ser úteis.
Depois, ganharam 
coragem e seguiram para 
a casa da Pata.
A Coruja seguiu à frente, porque caçar o Monstro tinha sido ideia sua, 
Atrás seguia o Lobo, a uivar ruidosamente. No meio, seguia o Urso, com o 
seu pau-assusta-monstros. E por fim, o Porco, agarrado à sua rede-
apanha-monstros.
“Será que chegámos tarde demais?” sussurrou o Urso.
“Oh nãooo!” gritou o Porco em desespero.
“Pata, estás aí?” chamou o Lobo.
Foi então que a porta rangeu e lentamente se abriu...
Mal chegaram a casa da Pata, puseram-se logo à escuta. Mas não se 
ouviu nenhum som monstruoso – nem gritos, choro ou pedidos de ajuda. 
Nada!
Era a Pata. “Estão aqui!” exclamou.
“Pata! Tu estás em grandes apuros!” sussurrou o Urso.
A Pata parecia que ia desmaiar. “Um Monstro?” soluçou 
ela. “Como é que sabem?”
“Está um monstro debaixo da tua cama!” guinchou o Porco.
“Porque faz PSHH PSHH, GRRR, BANG BANG, PAM PAM, GRRRRAUU!” 
gritou o porco.
“E também UHUUUUUUUUUUI!” acrescentou a Coruja.
“Vá lá, vamos apanhá-lo!” Então, encheram-se de coragem e marcharam 
todos para dentro da casa da Pata.
A Coruja espreitou e apontou a lanterna...
Os animais ficaram boquiabertos... 
Mal podiam acreditar no que estavam a ver!
Em bicos de pés, 
subiram as 
escadas e, ao 
entrar no quarto, 
de repente 
ouviram:
PSHH PSHH!
Parecia vir 
mesmo de baixo 
da cama.
“Sabem o que acabámos de fazer?” perguntou a Coruja.
Sentindo-se tolinhos os animais olharam uns para os outros e riram...
“De um ratinho, fizemos um monstro!”
Aí, mesmo 
debaixo da cama 
da Pata, estava 
um ratinho 
pequenino, que 
ressonava 
suavemente na 
sua 
pequeníssima 
cama, 
PSHH PSHH!