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Controle de vocabulário Recuperação da informação Arquivologia Aguiar
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Manuela Eugênio Maia
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pelas etapas de análise e tradução dos conceitos de um documento. ? Análise: reconhecimento e identificação de conceitos que compõem um documento; ? Seleção dos conceitos contidos nos documentos; ? Elaboração da tradução do conceito através da linguagem documentária utilizada pelo sistema, ou seja, esse instrumento é quem mediará a compatibilização das diversas linguagens, para isso utiliza-se de termos/descritores e o uso de controle de vocabulário para assegurar a comunicação documentária entre os produtores, o sistema de informação e o usuário. Para Kobashi (1994, p.20) a representação documentária é obtida por meio de um processo que se inicia pela análise do texto, com o objetivo de identificar conteúdos pertinentes em função das finalidades do sistema – e da representação desses conteúdos – numa forma sintética, padronizada e unívoca. 188 De acordo com Cunha e Kobashi (1991) O processo de análise documentária, possibilita representar o conteúdo de um documento, que por vez gera produtos documentários denominados de resumos e índices. Segundo a Norma Brasileira NBR 12676 – “Métodos para análise de documentos – determinação de assuntos seleção de termos de indexação”, define indexação como sendo o “ato de identificar e descrever o conteúdo de um documento com termos representativos dos seus assuntos e que constituem uma linguagem de indexação” (ABNT, 1992, p.2). Cintra (2002, p.39) define indexação como uma “operação de tradução de textos em linguagem natural para uma linguagem documentária”. Indexação, na concepção de Lima (2003) “é um processo intelectual que envolve atividades cognitivas na compreensão do texto e a composição da representação do documento” (LIMA, 2003 apud FUJITA, 2007, p.3 ). Lancaster (1993, p.8) aponta algumas questões para orientar o processo da análise documentária e da indexação. 1. Do que trata o [documento]? 2. Por que foi incorporado ao nosso acervo? 3. Quais de seus aspectos serão de interesse para os nossos usuários? O desenvolvimento da Análise Documentária – AD surgiu no interior das práticas organizativas das Bibliotecas e Centros de Documentação. Sua metodologia orienta-se a partir da identificação e descrição dos elementos conteúdo e os assuntos dos documentos. Na Arquivística, as práticas de organização não são orientadas pelo conteúdo-assunto, mas sim pela compreensão do contexto em que está inserido o documento arquivístico, a sua relação com o órgão produtor e o inter-relacionamento de um documento com o outro. No entanto, a categoria assunto é contemplada nas práticas de organização como elemento que visa complementar a inteligibilidade do acervo arquivístico, ou seja, a pertinência e a visibilidade de um assunto como ponto de acesso dependem também de uma 189 decisão política da instituição arquivística, no estabelecimento dos níveis de descrição: sumário, profundo e exaustivo, Smit (1999, p.73) afirma que a AD e o processo de indexação introduzem “o controle de vocabulário em operações de síntese e organização da informação arquivística, tornando-as unívocas, garantindo ainda a representatividade da informação gerada em relação à informação original estocada”. 4.4 Ativando a informação temática nos arquivos permanentes Antes de abordamos a legitimidade do assunto/tema como ponto de acesso na recuperação de conteúdos documentais armazenados nos arquivos permanentes apresentaremos alguns aspectos da gestão documental, em especial a teoria das três idades - princípio que formaliza teoricamente a existência dos arquivos permanentes. Para garantir a eficiência e a agilidade na recuperação da informação arquivística é necessário intervir em seu ciclo de vida. Nessa perspectiva, surge após a segunda guerra mundial o conceito de “gestão documental”, enquanto concepção teórica e pragmática para solucionar os problemas ocasionados pela explosão documental. A gestão documental pressupõe intervir no ciclo de vida dos documentos desde sua produção até serem eliminados ou recolhidos para guarda permanente. A introdução desse conceito na prática arquivística possibilitou a integração de ações organizativas ao inaugurar a concepção teórica e pragmática conhecida como: a teoria das três idades (ciclo de vida do documento). Essa teoria pressupõe a determinação de fases para gerir os fluxos da informação arquivística denominado como valor primário e secundário. O valor da informação é componente determinante sob o ponto de vista de seu uso. Para Rousseau e Couture (1998, p.65) a informação arquivística “é utilizada pelas unidades do organismo, quer pelo seu valor primário, a fim de decidir, de agir e de controlar as decisões e as ações 190 empreendidas quer pelo seu valor secundário, a fim efetuar pesquisas retrospectivas que põem em evidência decisões passadas”. Para racionalizar a redistribuição e alocação da informação arquivística de acordo com o seu uso, surgem três tipos de arquivos: ? Arquivo corrente (primeira idade) - composto por documentos vigentes, frequentemente consultados; ? Arquivo intermediário (segunda idade) - composto por documentos com pouca freqüência de uso, com potencial valor histórico; ? Arquivo permanente (terceira idade) – composto por documentos que possuem valor histórico, mantidos para fins de pesquisa. Camargo & Bellotto (1996) afirmam que a utilização da informação arquivística concentram-se em: 1. uso primário, ligado ao valor primário, o qual é definido como a “qualidade inerente às razões e criação de todo documento, típica das fases iniciais de seu ciclo vital”. Seu sentido será dispositivo, probatório, testemunhal ou informativo, segundo sua categoria; 2. uso secundário, ligado ao valor secundário, que é a “qualidade informativa que um documento pode possuir para além de seu valor primário”. [...] (CAMARGO & BELLOTTO, 1996 apud BELLOTTO, 2002, p.31) (grifo do autor). A passagem de uma fase para outra é determinada pelo seu uso e valor, sendo orientada pela Tabela de Temporalidade Documental – TTD, nela são estabelecidos os prazos de permanência nos arquivos correntes; intermediário, sua eliminação ou transferência para os arquivos permanentes. Do ponto de vista da gestão documental, os principais instrumentos de gestão são as Tabela de Temporalidade Documental e o Plano de Classificação. Segundo Lopes (1993, p.42) “um arquivo ativo que seja organizado de acordo com um plano de classificação de documentos e que tenha seu ciclo vital determinado por uma tabela de temporalidade documental não gerará uma massa documental acumulada”. 191 Já o plano ou quadro de classificação é um instrumento de gestão e tem a função refletir em sua estrutura o contexto de produção do documento. Porém, sob o ponto de vista da recuperação da informação ele apresenta restrições por não contemplar flexibilidade na busca, isto é, na maioria deles não são contemplado o controle de vocabulário e não há a possibilidade de repertoriar um assunto ou tema em sua estrutura. Nesse sentido Ribeiro (1996, p.59-60) ressalta que um plano de classificação não contempla a recuperação temática: ? Representa a estrutura orgânico-funcional do fundo e não tem base temática; ? Está estruturado para fornecer o acesso por proveniência; ? Sua estrutura apresenta apenas os níveis até as seções/subseções de um fundo enquanto a indexação pode descer a níveis mais específicos; ? Suas rubricas não esgotam um tema, destinam-se apenas a reunir a documentação produzida e/ou recebida pelo serviço que lhe dá origem ou aquela documentação resultante da função expressa