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Controle de vocabulário Recuperação da informação Arquivologia Aguiar
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Manuela Eugênio Maia
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pensar arquivístico da antiguidade clássica até a contemporaneidade com a intenção de reconstituir os principais marcos, postulados teóricos, conceituais e metodológicos constituídos na área. No segundo capítulo apresenta considerações teórico-conceituais da informação arquivística, buscando evidenciar a mudança do paradigma documental para o dinamismo informacional. No terceiro capítulo tece algumas considerações no intuito de identificar possíveis aproximações e contribuições a partir da abordagem da Teoria Geral dos Sistemas (TGS) desenvolvida por Bertalanffy (1975) para compreensão das instituições arquivísticas enquanto sistemas de recuperação da informação, buscando dentro dos limites desse trabalho re(significar) os arquivos sob a ótica dos sistemas. Também é apresentado um um panorama geral sobre os sistemas de recuperação da informação, buscando evidenciar as implicações teórico-conceituais em torno dos termos: dados, documentos, informação e conhecimento no contexto de um Sistema de Recuperação da Informação (SRI). No quarto capítulo são abordados os fundamentos teóricos, conceituais e metodológicos da Organização e Tratamento da Informação sob a ótica da Ciência da Informação e da Arquivística. E finalmente o quinto capítulo apresenta uma revisão teórica, conceitual e metodológica acerca do controle de vocabulário (processo) e do vocabulário controlado (produto documentário) na perspectiva da CI e da Arquivística, procurando evidenciar os aportes metodológicos para nortear a sua elaboração. 26 1 ARQUIVOS, BIBLIOTECAS E CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO: UM DIÁLOGO POSSÍVEL 1.1 Arquivos, Bibliotecas e Centros de Documentação: a informação como elemento integrador Desde o surgimento da escrita, o homem sentiu a necessidade de registrar a memória de suas ações, conhecimentos ou sentimentos para comunicar, primeiro sob a forma pictográfica e ideográfica, substituída em seguida por um sistema codificado de sinais, signos, significantes e significados. A partir de então identificou a necessidade de registrar e preservar para uso futuro (SILVA, 2002 et al p.45; LUDOLINI, 1989, p.157 apud ROUSSEAU, COUTURE, 1998, p. 34). Da antiguidade até os dias atuais os arquivos e bibliotecas têm sido instituições responsáveis pela organização e preservação do saber humano registrado em diversos suportes surgidos em diferentes épocas históricas: pedras, tábuas de argila, papiro, pergaminho, papel dentre outras mídias surgidas recentemente. Ao longo da história humana, ambas vem empenhando técnicas organizativas no intuito de preservar e recuperar a memória arquivística e bibliográfica produzida e acumulada por uma entidade institucional ou pessoal. Desde a antiguidade até os meados da Idade Média, ambas as instituições informativas desempenhavam funções e ações organizativas similares ao custodiarem documentos de qualquer natureza, produzidos e/ou acumulados em decorrência do desenvolvimento de atividades administrativas, religiosas e intelectuais da ação humana. Reafirmando o enunciado exposto acima Ortega (2004, p.2) afirma que “durante a Idade Antiga e a Idade Média, museus, arquivos e bibliotecas constituíam praticamente a mesma entidade, pois organizavam e armazenavam todos os tipos de documentos”. 27 (MARTINS, 1996; WITTY 1973 apud SMIT, 2000, p. 28) afirmam que as “Três Marias1 não nasceram separadas. Afastaram-se ao longo do tempo. Ao que tudo indica, as primeiras “bibliotecas” acumulavam tanto materiais bibliográficos quanto documentos de natureza arquivística (relações de propriedades de terras e respectivos impostos)”. Silva et al (2002, p.46) afirma que, na antiguidade, os palácios e templos dispunham de locais para a preservação de documentos de toda a espécie e natureza, eram considerados arquivos, embora algumas vezes exercessem a função de ‘bibliotecas privativas’. “Tanto se encontravam missivas e assentos contabilísticos, como textos literários, sob a forma de oráculos, hinos religiosos ou relatos históricos ”. O sincretismo de materiais custodiado num único lugar também é apontado por Fernández (1993), ao afirmar que se recuarmos até à crucial invenção da escrita, passando pela célebre Biblioteca Museu) de Alexandria, [...] prevaleceu um sincretismo espesso que prende, por um mesmo e único laço, Livrarias a Cartórios, documentos administrativos e oficiais a obras consideradas literárias. Ou ainda o Biblos com objectos vários guardados no Mouseion (“a casa das Musas”) (FERNÁNDEZ, 1993, p. 27 apud SILVA, 2002, p. 574). Ainda de acordo com Silva et al (2002, p. 46-49) nos arquivos de Ebla (Síria) foi encontrado armazenado registros em tabuinhas em escrita cuneiforme, respeitando os aspectos “orgânicos da estrutura arquivística”. É considerada uma das mais significantes descobertas do “ponto de vista organizativo”, datado ao século XXIV. a.C, cobrindo documentação acumulada e preservada durante um período de, aproximadamente, quarenta e cinco anos. O acervo era composto de “documentos de correspondência, tratados diplomáticos, assentos contabilísticos, listas de oferendas, algumas obras literárias e, ainda, instrumentos de referência, como dicionários e listas geográficas.” (Idem, p.5). 1 Denominadas pela autora, no sentido de designar os profissionais Arquivistas, Bibliotecários e Museológos e suas áreas correspondentes: Arquivística, Biblioteconomia e Museologia. 28 Segundo (Sagredo e Nuño, 1994 apud Ortega, 2004, p. 2) A existência comprovada das primeiras coleções organizadas de documentos, ou o que se poderia chamar de primeira biblioteca primitiva, data do terceiro milênio a.C. Trata-se da biblioteca de Ebla, na Síria, cuja coleção era composta de textos administrativos, literários e científicos, registrados em 15 mil tábuas de argila, as quais foram dispostas criteriosamente em estantes segundo o tema abordado, além de 15 tábuas pequenas com resumos do conteúdo de documentos. [...] nela vem sendo considerada a origem dos princípios da Biblioteconomia. De acordo com (BARATIAN, JACOB, 2000), o significado de biblioteca remonta a Grécia Antiga e é compreendida como um espaço, onde eram armazenados os objetos documentais registrados em rolos de papiros, disponíveis para consulta. Braga (1995, p.2) “diz que a biblioteca precede o papel impresso; suas origens remontam e talvez até antecedam os tabletes de terracota da biblioteca de Assurbanipal e aos pergaminhos de Alexandria. A biblioteca nasceu como caixa, arquivo dos livros e evoluiu dentro do contexto do livro e seus sucedâneos”. Diante dos enunciados expostos por Sagrado e Nuño (1994), Silva et al (2002) e Braga (1995) ficam evidentes a imprecisão quanto ao surgimento das instituições Bibliotecas e dos Arquivos, não é evidenciado o que surgiu primeiro: Arquivos ou Bibliotecas, ao afirmarem a presença de documentos de natureza bibliográfica como também arquivística armazenados em um único local. Segundo Baratian e Jacob (2000, p.46), “Aristóteles é o primeiro, que se tem notícia, a ter reunido uma coleção de livros e a ter ensinado aos reis do Egito a maneira de organizar uma biblioteca. [...] livro suporte de arquivamento destinado a preservar a literalidade dos textos da falha da memória humana”. Como se vê, reconstituir uma linearidade histórica com a intenção de identificar com precisão a origem dos Arquivos e Bibliotecas, e ainda apontar 29 as semelhanças e diferenças entre a práxis organizativa das bibliotecas e arquivos não é uma tarefa tão simples assim. Ortega (2004), em