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Controle de vocabulário Recuperação da informação Arquivologia Aguiar
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Manuela Eugênio Maia
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seu artigo “Relações históricas entre Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação”, assinala a dificuldade de construir uma linearidade temporal histórica para o campo da CI, devido ao seu ‘a- historicismo’, nesse sentido complementa ao dizer que, supostamente, devido a uma origem remota e não conhecida e pelas constantes dissidências de grupos profissionais e campos de estudos levaram à fragmentação em diversas vertentes, simultaneamente a uma convivência conjunta ainda não devidamente questionada, e a uma recorrente dificuldade de elaboração de fundamentos comuns” (ORTEGA, 2004, p. 1). Na perspectiva da Arquivística (ROUSSEAU, COUTURE, 1998, p.30) apontam alguns fatores que incidem sobre a dificuldade de traçar uma linearidade histórica dos Arquivos desde a Alta Antiguidade. Aponta à imprecisão terminológica para designar os termos: Arquivos, Arquivistas e Arquivística por constituírem um referencial terminológico moderno no contexto da Arquivística. Outro elemento está relacionado com a dificuldade de contemplar em pesquisas investigativas uma ampla escala temporal, de modo a cobrir desde o milênio IV a.C., data aproximativa em que foram encontrados os primeiros documentos administrativos. Contudo, ressalta que é possível ater-se aos acontecimentos históricos mais significativos de modo a contextualizar a evolução histórica das instituições arquivísticas. A outra dificuldade está relacionada com abrangência geográfica do assunto. Ao considerar que a história dos Arquivos inicia-se no Oriente e prossegue sua evolução no Ocidente, base das práticas arquivísticas contemporâneas. Para Silva et al (2002) é “difícil apontar um foco único para o nascimento da idéia de reunir e organizar os suportes escritos, com objetivos de natureza prática. Podemos avançar, quando muito, que os arquivos no seu estádio embrionário deverão ter surgidos há cerca de uns seis milênios, na vasta área do chamado crescente fértil e Médio Oriente” (SILVA et al, 2002, p.45). 30 Para Rousseau e Couture (1998, p.32) pode-se abordar a história dos arquivos através de diferentes perspectivas. Por estudos e análises acuradas dos conteúdos de documentos, ao afirmar que os conteúdos dos documentos por si só apresentam indícios e aspectos que referenciam, esclarecem e justificam a sua constituição e origem, a sua função e uso, bem como sobre o lugar que eles ocuparam nas diferentes épocas e sociedades. Outro indício é que os suportes de registro da informação administrativa, “condicionaram o seu armazenamento, sua preservação para utilização futura e exigiram o desenvolvimento e a especialização de uma profissão. Um ou outro indício ilustra, à sua maneira, a história da profissão e da disciplina”. Com o decorrer dos tempos, influenciadas por fatores históricos, culturais e tecnológicos, as instituições Arquivos aos poucos foram distanciando-se e delimitando seu campo de atuação (PAES, 1991, p.1). De acordo com Smit (2000), a separação das instituições bibliotecas e arquivos, certamente, originaram-se com a invenção do projeto de Gutemberg, ao possibilitar a reprodução em massa de livros. “Além de estabelecer formatos de papel e composição de cadernos, [...] foram adquirindo sua feição atual”. A partir daí, instaurou-se a distinção entre ambas baseada nos “tipos de documentos e a função da informação neles contida” (SMIT, 2000, p.28). Com a invenção da imprensa, foi possível aumentar em escala, nunca visto anteriormente, a quantidade de livros; esse fenômeno contribuiu para aumentar a visibilidade pública e social das bibliotecas. Segundo Burke (2003), “a biblioteca aumentou de importância, assim como de tamanho [...]” (BURKE, 2003, p.56). Até então, as bibliotecas custodiavam livros e outros documentos. Esse advento contribuiu para separação das instituições bibliotecas e arquivos. As bibliotecas passaram a dar mais atenção aos livros e os arquivos aos documentos. Já Silva (2002) afirma que 31 a noção muito usada de coleção, aplicada, de início, sincreticamente, a livros, documentos, objectos vários, passando ao longo do século XX, a servir de linha separadora do patrimônio cultural bibliográfico e museístico do patrimônio arquivístico (diplomas e documentos régios, jurídico-administrativos e políticos, [...]”. Quando Natalis de Wailly desenvolveu o conceito de fundo para organização de arquivos. Nesse sentido coleção e colecionismo ficaram conotados com a acumulação intencional, aleatória e temática de objectos, enquanto fundo tem, [...] “pretereintencional” e não temático, ou seja, os documentos são supostamente produzidos como conseqüência de uma ordem (e rotina) administrativa e institucional anterior à vontade das pessoas ou dos funcionários que os produzem série” (SILVA, 2002, p. 575). Matos e Cunha (2003, p.12) questionam: Por que ainda se mostram atados ao modelo estanque de atribuir a cada instituição a caracterização de um dado acervo? Que razões ainda podem explicar que as instituições se diferenciam pelo tipo de documento ou seu suporte? [...]. Nem mesmo o argumento da especificidade na metodologia do trabalho de organização encontra espaço para se admitir o reforço do paradigma das diferenças. Smit (2000) afirma que as diferenças se fundamentam em dois grandes eixos complementares: os acervos e as instituições que os obrigam. No imaginário profissional e coletivo estocam-se livros e periódicos em bibliotecas, objetos em museus e documentos gerados pelas administrações em arquivos (SMIT, 2000, p.28). Complementa ao advertir que a demarcação institucional das áreas, orientada pelos “suportes documentais”, as metodologias próprias empregadas, “supõe o trabalho de organização sempre adequado aos objetivos institucionais, fechando o círculo vicioso. [...] no entanto, o peso da tradição deve ser relativizado” (SMIT, 2000, p.28). A seguir é apresentada uma figura para melhor ilustrar o entendimento do exposto pela autora anteriormente: 32 Figura 1. Círculo vicioso da instituição Arquivos Fonte: (Smit, 2000, p.) A autora afirma que a mesma “circularidade” viciosa também acontece na instituição biblioteca, ao compor de técnicas, ferramentas e métodos organizativos próprios. Ressalta a necessidade de compreender as especificidades organizativas, teóricas, conceituais, técnicas e metodológicas de cada uma dessas áreas (Arquivística e Biblioteconomia) a partir de uma visão mais ampla, de modo que venha romper o “ciclo vicioso”, enfatiza a “necessidade de proceder a uma análise da situação que vá além da vivência profissional” (Smit, 2000). Ou seja, ao enfatizar somente as diferenças entre as praticas organizativas, os “profissionais sedimentam conceitos e princípios de que bibliotecas abrigam livros e periódicos, museus preservam objetos e arquivos custodiam documentos produzidos e recebidos em função de suas atividades” (SMIT, 2002 apud MATOS; CUNHA, 2003, p.11). Para nortear as discussões em torno das diferenças e semelhanças entre as práticas profissionais e o fazer organizativo das instituições bibliotecas e arquivos Smit (2002) aponta como um “primeiro núcleo de questionamentos A instituição é Um Arquivo Que organiza documentos administrativos Utilizando determinados procedimentos de organização dos documentos Estes procedimentos são adotados pelos arquivos 33 possíveis e que podem ser sistematizados ao redor dos termos documento, informação e função” (Idem) (grifo nosso). Ainda, enfatiza a necessidade de romper com a visão paradigmática centrada na dimensão