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Controle de vocabulário Recuperação da informação Arquivologia Aguiar
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Manuela Eugênio Maia
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Considera que há uma disputa discursiva, uma visão ancorada no paradigma do acervo e a outra apoiada numa visão mais ampla ao contemplar a responsabilidade social dessas instituições com a função de reunir, armazenar e disseminar conteúdos informativos. Enfatiza ainda que para melhor compreender as semelhanças e diferenças é necessário “discutir aquilo que as une, uma vez que se parte do princípio que há “algo” que as aproxima” (Idem). Nessa perspectiva, Esteban Navarro (1995) afirma haver uma proximidade entre as práticas de organização das bibliotecas, arquivos e centros de documentação a partir da perspectiva da “cadeia documental”, constatam-se três etapas sucessivas: 37 la entrada de los documentos em l sistema documental se denomina em un âmbito coleta y em outro reunión, pero participan del mismo objetivo de recoger y siguen um mismo proceso, caracterizado em los centros cuya organización se rige por un criterio colecionista, por las etapas de seleción, adquisión y registro, que tine su paralelismo em las areas de recepción, expurgo y registro que se realizan el los archivos, si bien mediatizadas por otros fatores (...) a segunda etapa consiste em el tratamiento de los documentos que han ingresado em el sistema mediante uma serie de operaciones destinadas a transformar, configurar, almacenar y restituir la información ue contienen, que se articulan em dos fases denomina da programación archivística y recuperación em los archivos, y análisis y recuperación em el resto de los centros. Y por ultimo, se produce la salida del sistema de esa información, mediante la difusión de los instrumentos de representación y el servicio de los documentos recuperados em repuesta a las peticiones de los usuarios (ESTEBAN NARRARRO, 1995, p.81 apud RODRIGUES, 2003, p.211) Complementa ao afirmar semelhanças entre arquivos e bibliotecas, “quanto aos seus objetivos finais, isto é, atender às demandas de informações dos seus usuários” (ESTEBAN NAVARRO, 1995 apud RODRIGUES, 2003, p.211). Ao destacar algumas especificidades institucionais entre os arquivos, bibliotecas e centros de documentação, é oportuno evidenciar o “princípio da proveniência” ou “respeito aos fundos”. Este é o princípio base que norteia as atividades de organização e tratamento da informação arquivística, ele determina que não se devem misturar documentos provenientes de um fundo com outros, esse procedimento é que garante a identidade contextual de um fundo documental, distinguindo-os dos demais. Nesse sentido, o que caracteriza e define um documento arquivístico são as características contextuais, funcionais e orgânicas – reflexo das atividades e ações de uma instituição ou indivíduo, sua função é subsidiar a prática administrativa, fiscal, financeira, jurídica, etc. das instituições. Já o livro é resultado de uma atividade intelectual e preconiza em seu conteúdo assunto(s) ou temática(s). 38 Desse modo, pode-se dizer que o princípio da proveniência impõe um olhar organizativo ao documento arquivístico diferenciado do documento bibliográfico – ao respeitar a proveniência para assegurar os indícios e aspectos contextuais, orgânicos, funcionais e estruturais constituintes de um fundo ou um documento em detrimento do assunto/tema, característica intelectual indissociável de um documento bibliográfico. Não estamos afirmando que num documento arquivístico não exista um tema/assunto, porém, vale ressaltar que a incidência de um assunto ou tema no documento arquivístico, tanto na fase corrente como permanente é circunstancial. Mesmo diante desse dispositivo teórico-metodológico arquivístico (princípio da proveniência) é possível apontar como similaridades, ou “aquilo que as une”, dois elementos: a informação e o usuário (grifo nosso). Ou seja, ambas as instituições informativas possuem responsabilidades sociais diante da sociedade ao advogarem funções e objetivos em comuns. Numa perspectiva que visa evidenciar o usuário como a principal razão de uma instituição arquivística, Jardim e Fonseca (2004, p.1) apontam alguns pressupostos paradigmáticos que contrapõem a visão que procura valorizar as diferenças entre instituições informativas: Arquivos, Biblioteca e Centros de Documentação ao afirmar que: ? O conceito de "lugar" torna-se secundário para o profissional da informação e para os usuários; ? Onde a informação se encontra não é o mais importante e sim o acesso à informação; ? A ênfase na gestão da informação desloca-se do acervo para o acesso, do estoque para o fluxo da informação, dos sistemas para as redes; ? Instituições como arquivos, bibliotecas e centros de documentação adquirem novas vocações, renovam funções que lhes são históricas e superam outras; ? Sob a banalização das tecnologias da informação, os usuários (aos menos os não excluídos do acesso às tecnologias da informação), produzem novas demandas aos arquivos, bibliotecas, centros de 39 documentação e provocam a realocação ou supressão de fronteiras que demarcam tais espaços; ? Emergem espaços informacionais virtuais (bibliotecas, arquivos, etc.) cuja existência, longe de excluir as instituições documentais tradicionais, sugere-lhes novas possibilidades de gestão da informação. E ainda complementa ao afirmar que: Do ponto de vista dos impactos deste contexto no universo arquivístico, alguns autores sugerem que não apenas necessitamos nos movermos em direção a um paradigma da pós-custódia arquivística, mas também partirmos do modelo "arquivos direcionados para os arquivistas" para "arquivos direcionados para os usuários" (JARDIM, FONSECA, 2004, p.1) De acordo com Heredia (1992) Los archivos están ligados inevitablemente a cualquier institución... El archivo no se plantea como conveniente, sino aue nace “a pesar de”. Para las bibliotecas no existe esta dependência côn lãs instituciones, puden existir con total independencia. Los centros de documentación pueden gozar de independencia pero suelen estar relacionado con centros e instituciones específicas (HEREDIA, 1992 apud SANTAELLA RUIZ, 2006, p.166). Sem a pretensão de reduzir as especificidades e semelhanças entre a Arquivologia e Biblioteconomia, segue abaixo uma tabela para melhor ilustração: 40 Arquivologia Biblioteconomia Gestão da memória ? Produção e avaliação de documentos ? Temporalidade das séries documentais ? Formação e desenvolvimento de acervos ? Gerenciamento de recursos informacionais Produção da informação documentária ? Processamento técnico ? Representação e recuperação da informação Mediação da informação ? Jurisdição e acesso ? Programas de difusão ? Serviços ao usuário ? Ação cultural ? Comunicação comunitária Tabela 1. Diferenças e semelhanças entre Arquivologia e Biblioteconomia Fonte: (SMIT, 2000, p.8) Santaella Ruiz (2006, p.166-168), aponta três fatores para assinalar as divergências institucionais entre Arquivos, Bibliotecas e Centros de Documentação: Diferença institucional: Demarca as unidades informativas por sua vinculação a uma organização ou por sua independência institucional. O arquivo, como receptor de documentos gerados por uma entidade no exercício de sua função diferentemente os centros de documentação e bibliotecas com caráter coletor. Divergências em torno da disseminação da informação: Tradicionalmente, se tem assinalado o perfil dinâmico do papel do Documentalista, frente a sua missão de difundir a informação