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Notas de aula baseadas no livro: MECÂNICA VETORIAL PARA ENGENHEIROS: ESTÁTICA (Capítulo 9) Ferdinand P. Beer E. Russell Johnston, Jr. Elliot R. Eisenberg Notas de Aula: J. Walt Oler ENGA49 Isostática Prof. Roberto Almeida Forças Distribuídas: Momentos de Inércia Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 2 Introdução • Anteriormente foram consideradas forças distribuídas que eram proporcionais à área sobre a qual elas atuavam. - A resultante era obtida somando ou integrando as áreas. - O momento da resultante em relação a qualquer eixo era determinado calculando os primeiros momentos das áreas em relação ao eixo. • Agora serão consideradas forças que são proporcionais à área sobre a qual elas atuam mas também variam linearmente com a distância para um dado eixo. - Será mostrado que a magnitude da resultante depende do primeiro momento da distribuição da força em relação ao eixo. - O ponto de aplicação da resultante depende do segundo momento da distribuição em relação ao eixo. • Este capítulo apresentará métodos para cálculo de momentos e produtos de inércia de áreas. Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 3 Momento de Inércia de uma Área • Considere forças distribuídas cujas magnitudes são proporcionais às áreas elementares sobre as quais elas atuam e também variam linearmente com a distância de para um dado eixo. F A A • Exemplo: considere uma viga sujeita a flexão pura. Forças internas variam linearmente com a distância para um eixo neutro que passa pelo centróide da seção. momento segundo momento primeiro 0 22 dAydAykM QdAydAykR AkyF x • Exemplo: considere a força hidrostática sobre uma comporta circular submersa. dAyM dAyR AyApF x 2 Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 4 Momento de Inércia de uma Área por Integração • Segundos momentos ou momentos de inércia de uma área em relação aos eixos x e y, dAxIdAyI yx 22 • As integrais são simplificadas escolhendo dA como uma faixa estreita paralela a um dos eixos coordenados. • Para uma área retangular, 3 3 1 0 22 bhbdyydAyI h x • A fórmula para áreas retangulares pode ser aplicada a faixas paralelas aos eixos, dxyxdAxdIdxydI yx 223 3 1 Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 5 Momento Polar de Inércia • O momento polar de inércia é um parametro importante em problemas envolvendo torção de eixos cilíndricos e rotação de placas. dArJo 2 • O momento polar de inércia está relacionado com os momentos de inércia retangulares, xy o II dAydAxdAyxdArJ 22222 Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 6 Raio de Giração de uma Área • Considere a área A que tem momento de inércia Ix. Imagine que a área está concentrada numa faixa estreita paralela ao eixo x com Ix equivalente. A I kAkI xxxx 2 kx = raio de giração em relação ao eixo x • De maneira similar, A J kAkJ A I kAkI o ooo y yyy 2 2 222 yxo kkk Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 7 Exemplo 9.1 Determine o momento de inércia de um triângulo em relação à sua base. SOLUÇÃO: • Uma faixa estreita paralela ao eixo x é escolhida para dA. dyldAdAydIx 2 • Por semelhança de triângulos, dy h yh bdA h yh bl h yh b l • Integrando dIx de y = 0 para y = h, h hh x yy h h b dyyhy h b dy h yh bydAyI 0 43 0 32 0 22 43 12 3bh I x Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 8 Exemplo 9.2 a) Determine o momento polar de inércia centroidal de uma área circular por integração direta. b) Usando o resultado da parte a, determine o momento de inércia de uma área circular em relação a seu diâmetro. SOLUÇÃO: • Um elemento diferencial de área anular é escolhido, rr OO O duuduuudJJ duudAdAudJ 0 3 0 2 2 22 2 4 2 rJO • Por simetria, Ix = Iy, xxyxO IrIIIJ 2 2 2 4 4 4 rII xdiâmetro Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 9 Teorema dos Eixos Paralelos • Considere o momento de inércia I de uma área A em relação ao eixo AA’ dAyI 2 • O eixo BB’, paralelo a AA’, passa pelo centróide da área e é chamado eixo centroidal. dAddAyddAy dAdydAyI 22 22 2 2AdII Teorema dos eixos paralelos Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 10 Teorema dos Eixos Paralelos • Momento de inércia IT de uma área circular em relação à reta tangente ao círculo, 4 4 5 224 4 12 r rrrAdIIT • Momento de inércia de um triângulo em relação ao eixo centroidal, 3 36 1 2 3 1 2 13 12 12 2 bh hbhbhAdII AdII AABB BBAA Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 11 Momentos de Inércia de Áreas Compostas • O momento de inércia de uma área composta A em relação a um dado eixo é obtido pela adição dos momentos de inércia das áreas componentes A1, A2, A3, ... , em relação ao mesmo eixo. Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 12 Momentos de Inércia de Áreas Compostas Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 13 Exemplo 9.4 A resistência de uma viga de aço de perfil W14x38 é aumentada ao soldar uma placa ao flange superior. Determine o momento de inércia e o raio de giração em relação a um eixo paralelo à placa que passa pelo centróide da seção. SOLUÇÃO: • Determine a localização do centróide da seção composta em relação ao sistema de coordenadas com origem no centróide da seção do perfil. • Aplique o teorema dos eixos paralelos para determinar os momentos de inércia da seção do perfil e da placa em relação ao eixo centroidal da seção composta. • Calcule o raio de giração a partir do momento de inércia da seção composta. Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 14 Exemplo 9.4 SOLUÇÃO: • Determine a localização do centróide da seção composta em relação ao sistema de coordenadas com origem no centróide da seção do perfil. 12.5095.17 0011.20Perfil 12.50425.76.75Placa in ,in. ,in ,Seção 32 AyA AyyA in. 792.2 in 17.95 in 12.50 2 3 A Ay YAyAY Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 15 Exemplo 9.4 • Aplique o teorema dos eixos paralelos para determinar os momentos de inércia da seção do perfil e da placa em relação ao eixo centroidal da seção composta. 4 23 4 3 12 12 placa, 4 22 perfil, in 2.145 792.2425.775.69 in3.472 792.220.11385 AdII YAII xx xx • Calcule o raio de giração a partir do momento de inércia da seção composta. 2 4 in 17.95 in 5.617 A I k xx in. 87.5xk 2.145 3.472placa,perfil, xxx III 4in 618xI Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 16 Exemplo 9.5 Determine o momento de inércia da área sombreada em relação ao eixo x. SOLUÇÃO: • Calcule os momentos de inércia do retângulo e do semi-círculo em relação ao eixo x. • O momento de inércia da área sombreada é obtido subtraindo o momento de inércia do semi-círculo do momento de inércia do retângulo. Forças Distribuídas:Momentos de Inércia 9 - 17 Exemplo 9.5 SOLUÇÃO: • Calcule os momentos de inércia do retângulo e do semi-círculo em relação ao eixo x. Retângulo: 46 3 13 3 1 mm102.138120240 bhIx Semi-círculo: momento de inércia em relação a AA’, 464 8 14 8 1 mm1076.2590 rI AA 23 2 2 12 2 1 mm1072.12 90 mm 81.8a-120b mm 2.38 3 904 3 4 rA r a momento de inércia em relação a x’, 46 362 mm1020.7 1072.121076.25 AaII AAx momento de inércia em relação a x, 46 2362 mm103.92 8.811072.121020.7 AbII xx Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 18 Exemplo 9.5 • O momento de inércia da área sombreada é obtido subtraindo o momento de inércia do semi-círculo do momento de inércia do retângulo. 46mm109.45 xI xI 46mm102.138 46mm103.92 Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 19 Produto de Inércia • Produto de Inércia: dAxyI xy • Teorema dos eixos paralelos para produtos de inércia: AyxII xyxy • Quando o eixo x, o eixo y, ou ambos são eixos de simetria, o produto de inércia é zero. • Pode ser positivo, negativo ou zero Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 20 Exemplo 9.6 Determine o produto de inércia do triângulo retângulo: a) em relação ao eixo x e y; b) em relação aos eixos centroidais paralelos aos eixos x e y. SOLUÇÃO: • Determine o produto de inércia usando integração direta e o teorema dos eixos paralelos com uma faixa retangular vertical como elemento diferencial. • Aplique o teorema dos eixos paralelos para obter o produto de inércia em relação aos eixos centroidais. Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 21 Exemplo 9.6 SOLUÇÃO: • Determine o produto de inércia usando integração direta e o teorema dos eixos paralelos com uma faixa retangular vertical como elemento diferencial b x hyyxx dx b x hdxydA b x hy elel 1 11 2 1 2 1 Integrando dIxy de x = 0 a x = b, bb b elelxyxy b x b xx hdx b x b xx h dx b x hxdAyxdII 0 2 432 2 0 2 32 2 0 2 2 2 1 83422 1 22 24 1 hbIxy dAyxIddI elelyxxy Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 22 Exemplo 9.6 • Aplique o teorema dos eixos paralelos para obter o produto de inércia em relação aos eixos centroidais hybx 3 1 3 1 Com os resultados da parte a, bhhbhbI AyxII yx yxxy 2 1 3 1 3 122 24 1 22 72 1 hbI yx Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 23 Eixos Principais e Momentos de Inércia Principais Dados dAxyI dAxIdAyI xy yx 22 queremos determinar os momentos e produtos de inércia em relação aos novos eixos x’ e y’. 2cos2sen 2 2sen 2cos 22 2sen 2cos 22 xy yx yx xy yxyx y xy yxyx x I II I I IIII I I IIII I • A mudança de eixos resulta em • As equações para Ix’ e Ix’y’ são as equações paramétricas de um círculo, 2 2 méd 222 méd 22 xy yxyx yxx I II R II I RIII • As equações de Iy’ e Ix’y’ levam ao mesmo círculo. sen cos sen cos xyy yxx Sendo: Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 24 Eixos Principais e Momentos de Inércia Principais 2 2 méd 222 méd 22 xy yxyx yxx I II R II I RIII • Nos pontos A e B, Ix’y’ = 0 e Ix’ é máximo e mínimo, respectivamente. RII médmínmáx, yx xy m II I 2 2tan • Imax e Imin são os momentos de inércia principais da área em relação a O. • A equação para m define dois ângulos, separados de 90o que correspondem aos eixos principais da área em relação a O. Iméd Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 25 Círculo de Mohr para Momentos e Produtos de Inércia 2 2 méd 22 xy yxyx I II R II I • Os momentos e produtos de inércia de uma área são plotados como mostrado e usados para construir o círculo de Mohr, • O círculo de Mohr pode ser usado graficamente ou analiticamente para determinar os momentos e produtos de inércia para quaisquer outros eixos retangulares, incluindo os eixos principais e os momentos e produtos de inércia principais. Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 26 Exemplo 9.7 Para a seção mostrada, os momentos de inércia em relação aos eixos x e y são Ix = 4,05x10 6 mm4 e Iy = 2,72x10 6 mm4. Determine: a) a orientação dos eixos principais da seção em relação a O, e b) os valores dos momentos de inércia principais em relação a O. SOLUÇÃO: • Calcule o produto de inércia em relação aos eixos xy dividindo a seção em três retângulos e aplique o teorema dos eixos paralelos para cada. 75mm 100mm 12,5mm 75mm 12,5mm 12,5mm • Determine a orientação dos eixos principais e os momentos de inércia principais. RII médmínmáx, yx xy m II I 2 2tan 2 2 méd 22 xy yxyx I II R II I Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 27 Exemplo 9.7 SOLUÇÃO: • Calcule o produto de inércia em relação aos eixos xy dividindo a seção em três retângulos. 6 6 6 42 10x56,2 10x28,175,4325,315,937III 0005,937II 10x28,175,4325,315,937I mm,mm ,mm ,mm Área,Retângulo Ayx Ayxyx Aplique o teorema dos eixos paralelos para cada. AyxII yxxy Note que o produto de inércia em relação aos eixos centroidais paralelos aos eixos xy é zero para cada retângulo. 46 mm 10x56,2 AyxI xy 75mm 100mm 12,5mm 75mm 12,5mm 12,5mm 31,25mm 31,25mm 43,75mm 43,75mm Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 28 Exemplo 9.7 • Determine a orientação dos eixos principais e os momentos de inércia principais. 46 46 46 mm 10x56,2 mm 10x72,2 mm 10x05,4 xy y x I I I 255,4 e 4,752 85,3 10x72,210x05,4 10x56,222 2tan 66 6 m yx xy m II I 7,127 e 7,37 mm 26 2 66 mínmáx, 10x56,2 2 10x)72,205,4( 2 10x)72,205,4( I 46 mín 46 máx mm 10x74,0 mm 10x03,6 II II b a 2 2 mínmáx, 22 xy yxyx I IIII I Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 29 Exemplo 9.8 Os momentos e produtos de inércia em relação aos eixos x e y são: Ix = 7,24x10 6 mm4, Iy = 2,61x10 6 mm4 e Ixy = -2,54x10 6 mm4. SOLUÇÃO: • Plote os pontos (Ix , Ixy) e (Iy ,-Ixy) e construa o círculo de Mohr. O diâmetro do círculo é o segmento entre os pontos. • A partir do círculo, determine a orientação dos eixos principais e os momentos de inércia principais. • A partir do círculo, calcule os momentos e produtos de inércia em relação aos eixos x’y’. Usando o círculo de Mohr,determine: a) os eixos principais em relação a O, b) os valores dos momentos principais em relação a O, e c) os valores dos momentos e produtos de inércia em relação aos eixos x’ e y’. Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 30 Exemplo 9.8 46 46 46 mm1054,2 mm1061,2 mm1024,7 xy y x I I I SOLUÇÃO: • Plote os pontos (Ix , Ixy) e (Iy ,-Ixy) e construa o círculo de Mohr. O diâmetro do círculo é o segmento entre os pontos. 4622 46 2 1 46 2 1 méd mm10437,3 mm10315,2 mm10925,4 DXCDR IICD IIIOC yx yx • A partir do círculo, determine a orientação dos eixos principais e os momentos de inércia principais. 6,472097,12tan mm CD DX 8,23m RIOAI médmax 46 max mm1036,8 I RIOBI médmin 46 min mm1049,1 I Forças Distribuídas: Momentos de Inércia 9 - 31 Exemplo 9.8 46 46 méd mm10437,3 mm10925,4 R IOC • A partir do círculo, calcule os momentos e produtos de inércia em relação aos eixos x’y’. Os pontos X’ e Y’ correspondentes aos eixos x’ e y’ são obtidos pela rotação de CX e CY no sentido anti-horário de um ângulo 2(60o) = 120o. O ângulo de CX’ com a horizontal é f = 120o – 47,6o = 72,4o. o y RIYCOCOGI 4,72coscos méd' f 46 mm1089,3 yI o x RIXCOCOFI 4,72coscos méd' f 46 mm1096,5 xI o ' 4,72sen.sen. RXCXFI yx f 46 mm1028,3 yxI
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