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A segurança elétrica no dia a dia do profissional da área de saúde

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A SEGURANÇA ELÉTRICA 
 NO SEU DIA A DIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DA CARTILHA 
 
 
 
Os conceitos apresentados nesta carti lha visam proporcionar um 
material de apoio para prof issionais da saúde, através da apresentação 
dos principais conceitos físicos da eletricidade e dos efeitos resultantes 
da interação da eletricidade com o corpo humano. Portanto, o presente 
material viabil iza a adoção e a prática de procedimentos corretos e 
seguros para o manuseio dos equipamentos eletromédicos. 
A Segurança Elétrica é imprescindível para uma correta realização 
das atividades do prof issional da saúde, bem como para uma boa 
restauração da saúde e do bem estar do paciente. 
Deve-se salientar que a leitura deste material não diminui a 
importância do conhecimento das normas regulamentadoras (NRs) 
criadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que têm como 
objetivo definir os requisitos técnicos e legais sobre as características 
mínimas de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO). Da mesma forma, 
esta cart i lha não pretende substituir os treinamentos oferecidos em 
cursos de especial ização ministrados por prof issionais capacitados, nem 
a leitura dos manuais de instruções dos equipamentos. A busca pelo 
conhecimento deve ser contínua e realizada com discernimento . 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
1 - CONCEITOS BÁSICOS DE ELETRICIDADE ............................................................... 3 
1.1 - Tensão Elétrica ................................................................................................... 3 
1.2 - Corrente Elétrica.................................................................................................. 4 
1.3 - Resistência Elétrica ............................................................................................. 5 
1.4 - Lei de Ohm .......................................................................................................... 5 
1.5 - Potência Elétrica.................................................................................................. 5 
2 - NOÇÕES DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ................................................................. 6 
2.1 - Geração de Energia Elétrica ............................................................................... 6 
2.2 - Tomadas Bipolares x Tripolares .......................................................................... 7 
3 - COMO OCORRE O CHOQUE ELÉTRICO................................................................... 8 
4 - EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA ......................................................................... 8 
5 - COMO PREVENVIR O CHOQUE ELÉTRICO ................................................. 10 
5.1 - Ligação Terra .................................................................................................... 10 
5.2 - Dupla Isolação ................................................................................................... 11 
5.3 - Dispositivo Diferencial Residual (DDR ou DR) .................................................. 11 
 
 
 
 3 
1 - CONCEITOS BÁSICOS DE ELETRICIDADE 
 A seguir, serão apresentadas algumas def inições e conceitos sobre 
eletr ic idade, importantes para o entendimento do texto apresentado nesta cart i lha. 
 
1.1 - Tensão Elétrica 
 A tensão elétr ica, também conhecida como voltagem ou diferença de 
potencial (ddp) representa a diferença de cargas elétr icas existente entre dois 
pontos. Pode ser def inida também como sendo a força necessária para transferir a 
carga de um ponto para outro. A tensão é medida em volt (V), o volt , pode ser 
expresso através de seus múltiplos, como o quilovolt (kV, 1 kV = 1000 V) e de 
seus submúlt iplos, como o mil ivolt (mV, 1 mV = 0,001 V). 
 Existem dois t ipos de tensão: a tensão contínua, f requentemente abreviada 
pela sigla “DC”, derivada do inglês “Direct Current” e a tensão alternada, 
abreviada por “AC” do inglês “Alternat ing Current”. 
 A tensão contínua mantém a sua polar idade e o valor da voltagem 
constantes com o decorrer do tempo, como exemplo de sua ut i l ização temos todos 
os equipamentos eletrônicos. As principais fontes de tensão DC são as pi lhas e as 
baterias, ela também pode ser obtida a part ir de um a fonte de tensão AC, como 
as tomadas da rede de distr ibuição de energia elétr ica, ut i l izando -se um circuito 
eletrônico chamado de fonte de al imentação ou conversor AC/DC. Este conversor 
está presente em todos os equipamentos eletrônicos que l igamos às tom adas. O 
gráf ico da tensão DC é representado por uma linha reta, contínua, Figura 1. 
 
 
 
 
Figura 1: Representação de uma tensão contínua (DC). 
 
 
 
 A tensão alternada var ia a polaridade (ora posit iva, ora negativa) e o valor 
da voltagem com o decorrer do tempo, de forma periódica. No caso da rede 
elétr ica esta var iação se dá conforme a função matemática seno, por isso, recebe 
o nome de tensão senoidal. A tensão fornecida pela rede elétr ica (AC) é ut i l izada 
pelos equipamentos elétr icos, como motores, geladeira s, estufas, etc. O seu 
gráf ico é representado por uma linha ondulada, Figura 2. 
 4 
 
Figura 2: Representação de uma tensão alternada senoidal. 
 
1.2 - Corrente Elétrica 
A corrente elétr ica pode ser def inida como o deslocamento ordenado de 
cargas elétr icas ao longo de um f io condutor, na presença de uma diferença de 
potencial entre dois terminais, Figura 3. 
 
 
Figura 3: Fluxo de cargas dentro de um f io condutor. 
 
 
A corrente elétr ica, assim como a voltagem, pode ser contínua ou alternada, 
sendo na corrente contínua o f luxo ordenado de cargas elétr icas no mesmo sent ido, 
com o decorrer do tempo. Enquanto na corrente alternada, o f luxo de cargas 
elétr icas não tem um sentido f ixo, o mesmo varia com o tempo. A unidade de 
medida da corrente elétr ica é o ampère (A), para valores menores ut i l iza-se os 
seus submúlt iplos, como o mil iampère (mA, 1 mA = 0,001 A). 
Os equipamentos eletroeletrônicos vêm com uma simbologia para 
representar se a tensão e a corrente que ele demanda é do t ipo alternada ou 
contínua. 
 
 
Figura 4: Símbolos representando o t ipo de tensão uti l izado 
por um determinado equipamento. 
 5 
1.3 - Resistência Elétrica 
Resistência é a capacidade de um corpo de se opor à passagem da corrente 
elétr ica, quando submetido a uma diferença de potencial. 
Os materiais condutores apresentam uma baixa resistência elétr ica por 
possuir em sua estrutura, elétrons l ivres, esta característica facil i ta a condução da 
corrente, como exemplos, podemos citar os metais, a água mineral e o corpo 
humano. 
Os materiais isolantes apresentam uma alta resistência elétr ica, pois os 
elétrons estão fortemente l igados ao núcleo atômico, como exemplos, temos os 
plásticos, a borracha e a porcelana. 
 
1.4 - Lei de Ohm 
 A Lei de Ohm, descr ita matematicamente pela Equação 1, estabelece que a 
corrente elétr ica é diretamente proporcional à voltagem e inversamente 
proporcional à resistência elétr ica. Assim, aumentando -se a voltagem, aumenta-se 
a corrente na mesma proporção, mas a corrente também será aumentada se 
diminuir-se a resistência. 
 
 
 
1.5 - Potência Elétrica 
A potência elétr ica pode ser def inida como a quantidade de energia elétr ica 
fornecida em um intervalo de tempo. Todo equipamento elétr ico para funcionar 
necessita de potência, que é expressa em watts cujo símbolo é W. A potência é 
matematicamente def inida como o produto da tensão pela corrente, como mostra a 
Equação 2.Para calcular o consumo de energia de um equipamento durante um mês, 
basta mult ipl icar a potência consumida pelo tempo que o equipamento permanece 
l igado (quantidade de horas), veja um exemplo: 
 
(Eq. 1) 
(Eq. 2) 
Qual o gasto de energia de um computador que consome 150 W, 
funcionando 10 horas por dia, durante um mês? 
 
Ao final de 30 dias o computador terá funcionado durante 300 horas e 
consumido um total de: 
 
300h x 150 W = 45.000 Wh ou 45 kWh 
 
Multiplicando-se este consumo pelo preço do kWh, saberemos o custo 
mensal corresponde à utilização deste computador. 
 
 6 
O conhecimento do consumo dos equipamentos é de grande importância, 
pois as tomadas da rede de distr ibuição de energia elétr ica têm limites, para o 
fornecimento da potência solicitada pelos equipamentos. Isto signif ica di zer que os 
equipamentos de consumo elevado exigem uma tomada específica. 
 
2 - NOÇÕES DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 
Nos hospitais e clínicas as necessidades em relação à instalação elétr ica 
são diferenciadas, tanto em nível de projeto e execução, como de manuten ção. 
Uma vez que os equipamentos médico hospitalares estão diretamente relacionados 
à vida dos pacientes, assim como, sendo manipulados diariamente por 
prof issionais da área e rodeados, muitas vezes por visitantes, faz -se necessário a 
ut i l ização de um sistema elétr ico conf iável, seguro e ef icaz. 
 Existem algumas normas técnicas específicas para a área de instalações 
elétr icas no Brasi l, elaboradas e publ icadas pela Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT), dentre elas destacamos a NBR 5410, que trat a de instalações 
elétr icas de baixa tensão. 
 
2.1 - Geração de Energia Elétrica 
A energia elétr ica, após a sua geração por diferentes fontes, como as usinas 
hidroelétr icas, termoelétricas, eólica, dentre outras, é distr ibuída aos diferentes 
locais de consumo através de uma rede de f ios condutores. 
Nas usinas hidroelétr icas, por exemplo, a energia elétr ica é produzida a 
part ir da água, que inic ialmente está armazenada em um reservatório. Parte desta 
água é conduzida através de um duto para a turbina, que junt amente com o 
gerador real izam um movimento de rotação. Desta forma, uma diferença de 
potencial (ddp) alternada e tr ifásica é obtida nos terminais do gerador. Essa 
denominação tr ifásica refere-se à presença de três “fases” ou três tensões 
senoidais geradas com uma pequena defasagem no tempo, como pode ser visto na 
Figura 4. No Brasil, como a f requência da rede elétr ica é de 60 Hz (60 
cic los/segundo), este intervalo de tempo entre as três ondas é de 5,55 ms (5,55 
milésimos de segundo). Estas três tensões ou f ases são então distr ibuídas aos 
diversos pontos de consumo. 
 
 
 
 
Figura 5: Representação de uma tensão tr ifásica. 
 
 7 
 
As tensões mencionadas são sempre referenciadas ao potencial da terra, 
através de um condutor chamado de “neutro”. Assim, a concessionár ia entrega a 
energia elétr ica ao consumidor f inal através de dois condutores, chamados de fase 
e neutro, este t ipo de instalação é denominada de monofásica. 
Se a potência consumida por uma determinada residência ou 
estabelecimento comercial for super ior a 15 kW, o fornecimento de energia pela 
distr ibuidora será feito através de um circuito bifásico (duas fase e o neutro). 
Acima de 30 kW, a l igação será tr ifásica (três fases e o neutro). 
A maior parte dos equipamentos eletromédicos, ut i l izam a rede monofásica. 
A tr ifásica é ut i l izada em casos de equipamentos que consomem potências mais 
elevadas, em ambientes hospitalares podemos citar como exemplo a ressonância 
magnética e o tomógrafo. 
2.2 - Tomadas Bipolares x Tripolares 
As tomadas bipolares são const ituídas p or uma fase e o neutro, enquanto as 
tomadas tr ipolares apresentam um terceiro pino, que realiza a l igação com o f io 
terra, proporcionando maior segurança tanto para o operador, quanto para os 
equipamentos. A Figura 5 e a Figura 6 exemplif icam o padrão atua l vigente no 
Brasil das tomadas bipolares e tr ipolares. 
 
 
 
 
Figura 6: Tomada bipolar, padrão brasileiro. 
 
 
 
 
Figura 7: Tomada tr ipolar, padrão brasileiro. 
 
 
Observe que nos dois t ipos de tomadas existem duas capacidades de 
corrente, ou seja, tomadas que suportam fornecer até 10 A e tomadas que 
 8 
conseguem fornecer até 20 A, a diferença está no diâmetro dos pinos condutores 
ut i l izados. Correntes mais elevadas necessitam de um pino de maior cal ibre. 
 
3 - COMO OCORRE O CHOQUE ELÉTRICO 
O choque é causado pela circulação de uma corrente elétr ica, de forma 
indesejada, através do corpo humano. Para que haja a circulação da corrente, 
através do corpo, é necessário que ele seja submet ido a uma diferença de 
potencial e portanto duas partes do corpo devem entrar em c ontato com a fonte de 
tensão. 
Como descrito anter iormente, no sistema de distr ibuição de energia elétr ica 
um dos f ios (o neutro) está ligado à terra, isto signif ica que ao pisarmos no chão 
ou encostarmos a mão na parede estaremos já conectados a um dos f io s. Assim, 
ao encostarmos algum outro ponto do corpo em um ponto energizado se 
estabelece a circulação de uma corrente elétr ica através do mesmo. Este contato 
pode ocorrer de maneira direta, quando há o contato direto com condutores 
elétr icos sem a devida proteção de materiais isolantes, como f ios desencapados. 
Ou de maneira indireta, em partes condutoras de equipamentos que apresentem 
fuga de corrente. 
 
 
4 - EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA 
 
 A passagem da corrente elétr ica através do corpo humano pode provocar 
efeitos de importância e gravidade var iáveis, podendo produzir desde um leve 
aquecimento, uma estimulação nervosa ou muscular até queimaduras. Dependendo 
da intensidade da corrente e do seu percurso através do corpo. 
 De acordo com a Lei de Ohm (Eq. 1), a intensidade da corrente está 
diretamente relacionada com a tensão apl icada e inversamente relacionada com a 
resistência elétr ica oferecida pelo corpo do indivíduo. 
 No corpo humano, a principal resistência à passagem da corrente elétr ica é 
oferecida pela pele, visto que os tecidos e órgãos internos apresentam baixa 
resistência, por serem constituídos de uma grande quantidade de água e 
eletról itos, sendo portanto um bom condutor elétr ico. 
 Muitas vezes pergunta-se: o que é mais perigoso, um choque na tensão de 
220 V ou na tensão de 110 V ? Teoricamente o choque na tensão de 220 V é mais 
perigoso, pois nas mesmas condições de resistência irá gerar uma corrente duas 
vezes maior. Entretanto, na prática observa -se que nem sempre a tensão 
representa o fator determinante e sim a resistência que o corpo do indivíduo 
apresenta à passagem da corrente, ou seja, o fato de o indivíduo estar de pés 
descalços ou usando um sapato com solado isolante pode ser mais determinante. 
 A tabela abaixo apresenta valores típicos de c orrente para a ocorrência de 
determinados efeitos f isiológicos. 
 9 
 
 
VALOR DA 
CORRENTE 
 
POSSÍVEIS EFEITOS 
 
SIGNIFICADO FISIOLÓGICO E 
CONSEQUÊNCIAS 
 
0,5 a 7 mA 
 
Limiar de sensibil idade 
Representa a corrente mínima 
que consegue ser percebida 
(sentida) pelos d iversos 
indivíduos. Leve formigamento. 
 
7 a 90 mA 
 
Contração muscular 
involuntária, privação 
do ref lexo de ret irada 
Ativação de músculos 
extensores ou contratores. O 
indivíduo pode ser jogado longe 
ou o indivíduo pode f icar preso 
ao f io ou a um equipamento. 
 
A part ir de 20 mA 
 
Parada respiratór ia, dore fadiga muscular 
Tetanização dos músculos 
respiratórios. Risco de morte 
por asf ixia. 
 
A part ir de 50 mA 
 
Fibr i lação ventr icular 
A corrente elétr ica interfere na 
seqüência de despolarização 
comandada pelo nódulo 
sinoatr ial. Risco de morte por 
incapacidade de bombeamento 
de sangue. 
 
A part ir de 1 A 
 
Queimadura, 
Contração sustentada 
do miocárdio 
A corrente elétr ica causa 
desnaturação da queratina e 
morte celular, por elevação da 
temperatura. 
 
 
 
 
Estes valores típicos de corrente são obtidos quando se considera as 
seguintes condições: duração do choque de três segundos, freqüência da corrente 
igual a 60 Hz e aplicada entre as duas mãos de uma pessoa pesando 70 kg. Os 
valores de corrente que apresentam risco pa ra o ser humano são estabelecidos 
por extrapolação de estudos com animais. Os valores da tabela acima apresentam 
uma grande var iabi l idade entre indivíduos de um mesmo sexo e entre indivíduos 
de diferentes sexo, devido às diferenças f isiológicas. Tipicament e o l imiar de 
sensibil idade para as mulheres é 50% inferior aos valores obt idos para os homens. 
Devemos lembrar que o percurso da corrente através do corpo humano 
também inf lui no efeito, pois a corrente afetará predominantemente aqueles órgãos 
por ela percorr idos. A Figura 8 apresenta esquematicamente os diferentes 
percursos que a corrente elétr ica pode real izar através do corpo humano. Observe 
que em determinados percursos a corrente passa predominantemente pelo tórax, 
representando um fator determinante do desencadeamento de f ibr i lação cardíaca. 
 
 10 
 
Figura 8: Possíveis percursos da corrente durante um choque. 
 
5 - COMO PREVENVIR O CHOQUE ELÉTRICO 
 
 Inúmeros métodos têm sido desenvolvidos com o objet ivo de reduzir os 
acidentes elétr icos. Alguns são usados universalmente, outros são requeridos 
apenas em áreas que são consideradas per igosas. Existem ainda métodos 
especialmente usados em hospitais. 
Uma forma ef iciente de se prevenir dos efeitos da corrente elétr ica é 
aumentar a resistência à passagem da corrente pelo corpo, por exemplo, através 
do uso de luvas ou calçados de borracha. No entanto, isto é de difíci l aplicação no 
dia a dia, tornando-se necessário recorrer a outros métodos preventivos, dentre os 
quais abordaremos os mais usados atualmente. 
 
5.1 - Ligação Terra 
 O aterramento é a l igação de um ou mais equipamentos à terra, por motivo 
de proteção ou por exigência quanto ao funcionamento do mesmo. 
 Essa l igação de um equipamento à terra, realiza -se por meio de condutores 
de proteção conectados à caixa do equipamento, isto é, às carcaças metálicas dos 
equipamento, dos motores, dos transformadores, dos quadros de distr ibuição, etc. 
Com o aterramento consegue-se reduzir o potencial elétr ico entre o equipamento e 
a terra a valores que não oferecem r iscos para as pessoas e para o próprio 
equipamento. 
 O contato defeituoso entre um condutor fase e a caixa metálica de um 
equipamento ou a corrente de fuga, presente em alguns equipamentos (geladeira, 
ar condicionado, computador e ou tros), pode representar r isco. Uma pessoa que 
neles venha a tocar poderá estar submetida a uma diferença de potencial 
equivalente a que existe entre a fase e o neutro (uma vez que o neutro é l igado à 
terra) e assim passará através do corpo da pessoa uma co rrente que será 
determinada pela resistência de contato e pela resistência interna do corpo. 
Podendo causar alguns daqueles efeitos descritos anteriormente. Estando a caixa 
do equipamento l igado ao f io terra, esta corrente f luirá predominantemente através 
do circuito de aterramento, protegendo o indivíduo. 
 11 
 O circuito de aterramento é constituído por um f io condutor e por um 
eletrodo de aterramento, também chamado de dispersor. Dispersor é um corpo 
metálico colocado em contato íntimo com o solo, com a f inal idade de dispersar 
correntes elétr icas. Pode ser constituído por um único elemento ou por mais 
elementos interl igados. Os dispersores podem ser do t ipo estaca, chapa, grade ou 
de perímetro. Quando o eletrodo de aterramento é const ituído por uma barra rígid a, 
denomina-se haste de aterramento. 
 O terreno onde serão introduzidos os dispersores deve apresentar baixa 
resist ividade, visto que a resistência do circuito de aterramento depende também 
desta característ ica do terreno. Em algumas situações é necessário tratar o 
terreno a f im de se obter esta baixa resist ividade. 
 
5.2 - Dupla Isolação 
 A dupla isolação é uti l izada em equipamentos cujo invólucro é metálico, 
sendo potencialmente mais per igoso. Neste caso reveste -se internamente o corpo 
do equipamento com um material não condutor, usualmente um plástico apropr iado. 
Esse revestimento serve como uma segunda isolação, separando as partes 
elétr icas do equipamento do seu corpo. Equipamentos duplamente isolados não 
precisam ser aterrados. Dupla isolação, contudo, é apenas de valor l imitado para 
equipamentos encontrados em um hospital. 
 
5.3 - Dispositivo Diferencial Residual (DDR ou DR) 
 O DR, como é mais conhecido, baseia -se na comparação entre a corrente da 
fase e do neutro, que devem ser iguais. Caso uma pessoa t oque um aparelho 
defeituoso, que esteja apresentando fuga de corrente, parte da corrente do neutro 
será desviada para a terra através do seu corpo, desta forma, a corrente do neutro 
será menor que a da fase. Os sensores de corrente do DR captam esta difere nça 
entre as duas correntes e sendo ela signif icat iva ( maior que 30 mA), ele 
interrompe o circuito, semelhantemente à ação do disjuntor. 
 
 
 
 12 
 
 
 
 
 
 
 
Esta cartilha foi elaborada como parte de um projeto de extensão, 
financiado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura – PROExC, da 
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, cujo objetivo foi 
divulgar os riscos e as precauções que devem ser adotadas pelos 
usuários de equipamentos eletromédicos e teve a participação da 
seguinte equipe: 
 
 
Milton Marcelino Filho, Coordenador 
Adriana Fontes, Vice-Coordenadora 
Carolina Karen Alves Silva, aluna bolsista 
Gerlaine Monteiro Gouveia, aluna bolsista 
João Barbosa da Silva Neto, aluno bolsista 
Juliana Maria de Barros Lima, aluna voluntária 
Yago Emidio de Oliveira Silva, aluno voluntário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recife, novembro de 2015

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