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e fadiga muscular Tetanização dos músculos respiratórios. Risco de morte por asf ixia. A part ir de 50 mA Fibr i lação ventr icular A corrente elétr ica interfere na seqüência de despolarização comandada pelo nódulo sinoatr ial. Risco de morte por incapacidade de bombeamento de sangue. A part ir de 1 A Queimadura, Contração sustentada do miocárdio A corrente elétr ica causa desnaturação da queratina e morte celular, por elevação da temperatura. Estes valores típicos de corrente são obtidos quando se considera as seguintes condições: duração do choque de três segundos, freqüência da corrente igual a 60 Hz e aplicada entre as duas mãos de uma pessoa pesando 70 kg. Os valores de corrente que apresentam risco pa ra o ser humano são estabelecidos por extrapolação de estudos com animais. Os valores da tabela acima apresentam uma grande var iabi l idade entre indivíduos de um mesmo sexo e entre indivíduos de diferentes sexo, devido às diferenças f isiológicas. Tipicament e o l imiar de sensibil idade para as mulheres é 50% inferior aos valores obt idos para os homens. Devemos lembrar que o percurso da corrente através do corpo humano também inf lui no efeito, pois a corrente afetará predominantemente aqueles órgãos por ela percorr idos. A Figura 8 apresenta esquematicamente os diferentes percursos que a corrente elétr ica pode real izar através do corpo humano. Observe que em determinados percursos a corrente passa predominantemente pelo tórax, representando um fator determinante do desencadeamento de f ibr i lação cardíaca. 10 Figura 8: Possíveis percursos da corrente durante um choque. 5 - COMO PREVENVIR O CHOQUE ELÉTRICO Inúmeros métodos têm sido desenvolvidos com o objet ivo de reduzir os acidentes elétr icos. Alguns são usados universalmente, outros são requeridos apenas em áreas que são consideradas per igosas. Existem ainda métodos especialmente usados em hospitais. Uma forma ef iciente de se prevenir dos efeitos da corrente elétr ica é aumentar a resistência à passagem da corrente pelo corpo, por exemplo, através do uso de luvas ou calçados de borracha. No entanto, isto é de difíci l aplicação no dia a dia, tornando-se necessário recorrer a outros métodos preventivos, dentre os quais abordaremos os mais usados atualmente. 5.1 - Ligação Terra O aterramento é a l igação de um ou mais equipamentos à terra, por motivo de proteção ou por exigência quanto ao funcionamento do mesmo. Essa l igação de um equipamento à terra, realiza -se por meio de condutores de proteção conectados à caixa do equipamento, isto é, às carcaças metálicas dos equipamento, dos motores, dos transformadores, dos quadros de distr ibuição, etc. Com o aterramento consegue-se reduzir o potencial elétr ico entre o equipamento e a terra a valores que não oferecem r iscos para as pessoas e para o próprio equipamento. O contato defeituoso entre um condutor fase e a caixa metálica de um equipamento ou a corrente de fuga, presente em alguns equipamentos (geladeira, ar condicionado, computador e ou tros), pode representar r isco. Uma pessoa que neles venha a tocar poderá estar submetida a uma diferença de potencial equivalente a que existe entre a fase e o neutro (uma vez que o neutro é l igado à terra) e assim passará através do corpo da pessoa uma co rrente que será determinada pela resistência de contato e pela resistência interna do corpo. Podendo causar alguns daqueles efeitos descritos anteriormente. Estando a caixa do equipamento l igado ao f io terra, esta corrente f luirá predominantemente através do circuito de aterramento, protegendo o indivíduo. 11 O circuito de aterramento é constituído por um f io condutor e por um eletrodo de aterramento, também chamado de dispersor. Dispersor é um corpo metálico colocado em contato íntimo com o solo, com a f inal idade de dispersar correntes elétr icas. Pode ser constituído por um único elemento ou por mais elementos interl igados. Os dispersores podem ser do t ipo estaca, chapa, grade ou de perímetro. Quando o eletrodo de aterramento é const ituído por uma barra rígid a, denomina-se haste de aterramento. O terreno onde serão introduzidos os dispersores deve apresentar baixa resist ividade, visto que a resistência do circuito de aterramento depende também desta característ ica do terreno. Em algumas situações é necessário tratar o terreno a f im de se obter esta baixa resist ividade. 5.2 - Dupla Isolação A dupla isolação é uti l izada em equipamentos cujo invólucro é metálico, sendo potencialmente mais per igoso. Neste caso reveste -se internamente o corpo do equipamento com um material não condutor, usualmente um plástico apropr iado. Esse revestimento serve como uma segunda isolação, separando as partes elétr icas do equipamento do seu corpo. Equipamentos duplamente isolados não precisam ser aterrados. Dupla isolação, contudo, é apenas de valor l imitado para equipamentos encontrados em um hospital. 5.3 - Dispositivo Diferencial Residual (DDR ou DR) O DR, como é mais conhecido, baseia -se na comparação entre a corrente da fase e do neutro, que devem ser iguais. Caso uma pessoa t oque um aparelho defeituoso, que esteja apresentando fuga de corrente, parte da corrente do neutro será desviada para a terra através do seu corpo, desta forma, a corrente do neutro será menor que a da fase. Os sensores de corrente do DR captam esta difere nça entre as duas correntes e sendo ela signif icat iva ( maior que 30 mA), ele interrompe o circuito, semelhantemente à ação do disjuntor. 12 Esta cartilha foi elaborada como parte de um projeto de extensão, financiado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura – PROExC, da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, cujo objetivo foi divulgar os riscos e as precauções que devem ser adotadas pelos usuários de equipamentos eletromédicos e teve a participação da seguinte equipe: Milton Marcelino Filho, Coordenador Adriana Fontes, Vice-Coordenadora Carolina Karen Alves Silva, aluna bolsista Gerlaine Monteiro Gouveia, aluna bolsista João Barbosa da Silva Neto, aluno bolsista Juliana Maria de Barros Lima, aluna voluntária Yago Emidio de Oliveira Silva, aluno voluntário Recife, novembro de 2015