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TECIDO ÓSSEO – HISTOLOGIA ACADÊMICA: CAMILA LUCENA ATANÁZIO LIVRO USADO: HISTOLOGIA BÁSICA – JUNQUEIRA E CARNEIRO É um tecido conjuntivo especializado que possui células e material extracelular calcificado (matriz óssea) Preparação histológica: para o estudo das células – descalcificação óssea após fixação em um fixador histológico comum. Para se obter a parte mineral da matriz: solução ácida diluída ou substancia quelante. O tecido ósseo possui algumas funções importantes no corpo humano, como: proteger órgãos vitais; suporte; alojamento da medula (produtora de céls do sangue); de cálcio, fosfato e outros íons e mantém a concentração deles constante no sangue, já que regulam a liberação e o armazenamento; absorção de toxinas (como metais pesados) para evitar efeitos adversos. Suas células são: Os osteócitos, que estão localizados em buraquinhos no interior da matriz óssea, são achatados, possuem complexo de Golgi pouco desenvolvido, pequena quantidade de retículo endoplasmático rugoso e núcleo com cromatina condensada. Embora, pelas características descritas acima, eles possuam pequena atividade, são essenciais para a manutenção da matriz óssea e caso ocorra morte eles são reabsorvidos por ela. Para que ocorra a nutrição dos osteócitos, já que estão mergulhados na matriz e nela não há difusão de substâncias, existem os canalículos que permitem a comunicação entre os capilares e os osteócitos possibilitando a troca de moléculas e íons. Dentro dos canalículos os osteócitos se comunicam através de junções comunicantes e podem compartilhar essa nutrição Os osteoblastos que sintetizam a parte orgânica da matriz (colágeno tipo l, proteoglicanos e glicoproteínas), são capazes de concentrar fosfato de cálcio e ajudar na mineralização da matriz, estão localizados na periferia da matriz, *fora dela. Estão sempre em configuração lado a lado lembrando a estrutura de um epitélio simples, quando estão em grande atividade sintética ficam em forma cuboide e com o citoplasma basófilo; já em pouca atividade se encontram achatados e o citoplasma fica menos basófilo. Também sintetizam a osteonectina – facilita a deposição de cálcio - e a osteocalcina – favorece a atividade dos osteoblastos - que é transportada pelo sangue e, em decorrência disso, possui ação tanto nos osteoblastos locais quanto nos mais distantes. *Quando aprisionado pela matriz óssea, passa a ser chamado de osteócito A matriz adjacente aos osteoblastos ativos e que ainda não se encontra calcificada recebe o nome de osteóide. Os osteoclastos, que são células gigantes e multinucleadas que realizam o processo chamado de reabsorção e remodelação óssea. Localizados próximos à matriz. São células grandes, multinucleadas, citoplasma granuloso e vacúolo Os ossos possuem um revestimento interno (endósteo) e externo (periósteo) através de membranas. O periósteo é composto principalmente por fibras colágeno e fibroblastos, que prendem essa membrana ao osso. A matriz óssea é composta principalmente – na parte inorgânica - pelos íons fosfato e cálcio, pequenas quantidades de bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato. Na parte orgânica por fibras colágeno tipo l, pequenas quantidades de proteoglicanos e glicoproteínas (envolvidas na mineralização da matriz). Os cristais de fosfato e o cálcio possuem configuração de hidroxiapatita, a associação desses cristais com as fibras colágeno confere rigidez ao tecido ósseo. Quando o cálcio é retirado, a estrutura óssea não muda, mas ela se torna muito flexível. Já a destruição da parte orgânica, que é o colágeno, deixa o osso muito quebradiço. Composição do osso: O osso possui duas regiões vistas macroscopicamente, uma em que se vê uma camada continua (osso compacto) e outra em que se vê cavidades intercomunicantes (osso esponjoso). Ossos longos: Epífises ou extremidades: são compostas majoritariamente por osso esponjoso, possuindo fino revestimento de osso compacto. Diáfise ou parte cilíndrica ou central: é composta majoritariamente por osso compacto, possuindo pequena quantidade de osso esponjoso na delimitação da medula. Ossos curtos: Possuem osso esponjoso no centro e são revestidos por osso compacto em toda a sua superfície. Ossos chatos: constituem a abóboda craniana Possuem duas camadas de osso compacto, as tábuas internas e externas e são separadas por osso esponjoso que, nesse caso, recebe o nome de díploe. Tecido ósseo primário ou imaturo: O primeiro tecido ósseo que aparece é o primário ou não lamelar e vai sendo substituído gradativamente por tecido ósseo secundário ou lamelar. Apresenta fibras colágeno dispostas de forma desorganizada com menor quantidade de minerais (facilita a entrada de raios X) e com maior proporção de osteócitos. Tecido ósseo secundário ou maduro: Possui fibras colágeno organizadas em lamelas, postas de forma paralela uma a outra e concêntricas ao sistema de Havers ou ósteons. As lacunas que possuem os osteócitos estão situadas, de forma geral, entre as lamelas ósseas e algumas vezes estão dentro delas. Separando o grupo de lamelas está uma substância cimentante, que é matriz mineralizada com pouco colágeno. Na diáfise dos ossos longos, as lamelas se organizam constituindo o sistema de Havers com circunferências externas, internas e intermediarias. - Sistema de Havers ou ósteon: cilindro que apresenta no centro um canal revestido de endósteo que possui vasos e nervos, os canais de Havers se comunicam entre si, com a cavidade medular e com a superfície externa do osso através dos Canais de Volkmann (não apresentam lamelas concêntricas e são transversais ou oblíquos) Formação do tecido ósseo: - Pode ocorrer de duas formas: Ossificação intramembranosa Ocorre no interior da membrana conjuntiva Responsável pela formação dos ossos frontal, parietal, occipital, temporal e dos maxilares superior e inferior. Além disso, contribui para o crescimento de ossos curtos e aumento do diâmetro de ossos longos. O primeiro local onde ocorre a ossificação intramembranosa é chamado de centro de ossificação primária, onde células mesenquimatosas são transformadas em osteoblasto que vão sintetizar o osteóide (matriz não mineralizada), que logo se mineraliza e engloba alguns osteoblastos que passarão a ser chamados de osteócitos. Vários dos grupos acima surgem simultaneamente, ocorre confluência das traves e dão uma característica esponjosa ao osso. Entre as traves ocorre a penetração de vasos sanguíneos e células mesenquimatosas indiferenciadas que vão dar origem à medula óssea. A membrana conjuntiva vai sofrendo ossificação, a parte que não a sofre é transformada em periósteo e endósteo. Ossificação endocondral Ocorre a partir de um molde de cartilagem hialina, que é progressivamente destruído e substituído por tecido ósseo formado através do conjuntivo adjacente. Principal responsável pela formação de ossos curtos e longos Processos: cartilagem hialina sofre hipertrofia dos condrócitos, redução da matriz cartilaginosa, sua mineralização e a morte dos condrócitos por apoptose. Os espaços que eram ocupados previamente pelos condrócitos recebem invasão de vasos sanguíneos e células osteogênicas provenientes da conjuntiva adjacente. Ocorre a transformação dessas células em osteoblastos que vão depositar matriz óssea e a cartilagem serve apenas como apoio. Ossos longos: A cartilagem apresenta duas extremidades largas e uma parte média estreita, correspondendo a diáfise e epífise. O primeiro tecido ósseo que surge é fruto de uma ossificação intramembranosa do pericôndrio que cobre a parte média da diáfise e dá origem ao colar ósseo. As células cartilaginosas hipertrofiam, morrem por apoptose e a matriz se calcifica, a partir daí surgem penetrações de vasos sanguíneos e de células do periósteo, vão se diferenciar em osteoblasto que vai formar a matriz óssea calcificada. Após isso, ocorre a formação de tecido ósseo primário sobre a cartilagem calcificadas. Juntamente com a formaçãoóssea primária, os osteoclastos realizam a absorção do tecido ósseo no centro formando o canal medular, que cresce longitudinalmente junto com a ossificação. A medida que o canal medular se forma, surgem células sanguíneas originadas de células-tronco que fixam nos ossos e dão origem a medula, as células tronco vão produzir todos os tipos de células sanguíneas. Depois, formam-se os centros secundários de ossificação nas epífises, mas não simultaneamente, com crescimento radial e apresentam no centro medula.
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