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Resumo - Adrian Sgarbi - Interpretação jurídica

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UFRJ 
Introdução ao Direito 
SGARBI- Interpretação Jurídica
O que é interpretar :
Interpretar é atribuir significado a algo ou alguma coisa. Por sua vez . a interpretação jurídica designa-se a atividade de atribuir significados que versa tanto sobre textos quanto fatos os quais o direito considera jurídico . O termo interpretação é ambíguo, tratamos no sentido << interpretação- atividade>> ; << interpretação-resultado>>.
Teorias
Teoria : seria um conjunto de doutrinas , representações e ideologias presentes na atividade interpretativo-jurídica que nos auxilia em sua compreensão como atividade.
 AN ________________ TN (texto normativo)_________ I ( interprete)
(autoridade normativa- 
autoridade produtora 
do material jurídico)
No campo jurídico , mensagens são transmitidas através do textos normais. A mensagem propriamente dita é o “ sentido “ do texto legal alcançado em certo contexto pelo seu intérprete.
A teoria cognitiva da interpretação :interpretar o texto normativo é realizar um ato de conhecimento , de “descoberta”, de “detecção “ do significado do texto normativo. Logo a atividade do interprete, resume-se em trazer à luz o que o texto já contém desde sua elaboração pelo legislador. Consequência disso é a crença de haver interpretação “correta” relacionado ao sentido “correto” relativo ao texto legal. Ela parte da crença que as palavras possuem um significado próprio em virtude da relação “natural “ entre palavra e realidade (naturalismo linguístico ). Portanto para essa teoria, é possível atribuir veracidade ou não a uma descrição comparando-o com significado natural do texto. Sendo assim, o interprete deve se preocupar em revelar a interpretação única dos textos legais e subsequentes solução única , o qual , haveria uma perfeita identidade entre o texto legal e a intenção do legislador. Tem como característica acentuar a posição de autoridade que produz a lei através de contínuo atestado de que não há decisão e vontade do juiz , mas sim a vontade do legislador. 
Teoria cética da interpretação :interpretar o texto normativo é realizar um ato de atribuição do significado ao texto normativo. Aqui, a interpretação é um ato de vontade , de escolha entre os sentidos possíveis decorrentes da análise de um texto legal. Para essa teoria, não existe algo como “sentido próprio das palavras” ; todo significado decorre da “atividade do interprete” e , não , do emitente , o legislador. 
Teoria conciliadora da interpretação : interpreta o texto normativo é realizar um ato de descobrimento do significado do texto normativo , bem como interpretar texto normativo , bem como realizar um ato de atribuição do significado do texto normativo. Portanto, ela conjuga as teorias cognitivas e cética, buscando uma terceira via. Para Helbert Hart, a conciliação entre cognitivistas e céticos deve ser por meio da questão da “textura aberta “ da linguagem . A teoria de Hart afirma: 
a existência de um “ núcleo de certeza” , no qual a expressão linguística se aplica com clareza ;
 e uma” zona de penumbra” ,em que a expressão jurídica é de aplicação duvidosa.
 O que se interpreta?
Todo objeto do qual se possa obter alguma significação pode ser interpretado. Isto é o objeto de interpretação são textos normativos e fatos. 
Quem interpreta?
Seriam os ” juristas”, os advogados, os professores , os juízes e todos aqueles que de um modo técnico operam os materiais jurídicos. Isto é os operadores de direito. 
 Agentes da interpretação e a interpretação que realizam :
Interpretação autêntica: realizada pelo mesmo autor do objeto de interpretação , seja de modo sucessivo ou separado de sua produção . 
Interpretação oficial: realizada por um órgão do Estado , se bem que diverso do órgão editor do material jurídico , no exercício do seu ofício. 
Interpretação judicial : é a interpretação repetida identificada com a prática decisória de determinado juízo ou tribunal. 
Interpretação doutrinária: é a interpretação tanto no sentido de atividade quanto no sentido de produto .
Interpretação geral: é a interpretação não especializada levada pelos efeito pelos destinatários gerais das normas jurídicas.
Como se interpreta?
Interpreta-se argumentando , porque argumentar é marcar posição a respeito de algo. 
Técnicas/Argumentos interpretativos 
 Pode-se designar o processo de justificação ( de apresentação da razão ou motivos) de afirmações. 
 Cada técnica de interpretação está amparada por argumentos específicos os quais, por sua vez , abrem potencialmente oportunidades para certos resultados quando estão presentes as condições de seu uso. 
Interpretação gramatical
Toda a autoridade normativa deve preocupar-se em formular textos normativos compreensíveis a partir de normas que regem a linguagem em uso; caso contrário , inviabiliza a própria comunicação entre o emissor e o receptor da mensagem .Essa técnica decorre de três fatores: disposições jurídicas se expressam por meio da linguagem ; e de que o legislador não pode ser anarquista em relação a gramática normativa da língua. Doutrinariamente, não tem-se feito apenas à interpretação gramatical , mas à interpretação ocupada com seu editor. Ou seja , se deve buscar o sentido “subjetivo d lei” ( a vontade do legislador) ou sentido “objetivo da lei” ( a “vontade” da lei ).
Argumento do sentido literal
Afirma posição comprometida “apenas” com a explicação do sentido mais ou menos fixo “ pragmaticamente, no campo jurídico. Utiliza-a quando se destaca a significação dicionarizada. 
“ Nos termos da leitura procedida pelo agentes X o texto TN significa S”.
Argumento do sentido comum 
É caracterizado pelo destaque que se dá ao uso de termos ou expressões em certo grupo social. Porém , o grupo destacado pertence aos destinatários gerais , não a um campo profissional em particular. Geralmente esse argumento é utilizado para assentar parâmetro de contraste.
“Conforme a utilização corrente do vocábulo X deve ser entendido como S”.
Argumento do sentido técnico 
Cumpre a tarefa de destacar certo uso de termo ou expressões. No entanto , o parâmetro assumindo para que seja possível assentar um contraste é agora o de um grupo específico de profissionais. Geralmente quando usado, o objetivo desejado pelo interprete é o de afirmar que em razão de uma especificidade do texto exige-se que o vocábulo ou expressão em análise seja o de campo especializado , e não outro uso qualquer. 
“Conforme a utilização técnico-profissional do vocábulo X ele deve ser entendido como S”.
Interpretação histórica. 
Busca a cobrança da atenção do interprete a certo período histórico-legislativo. Ela percebe a postura , exigida da parte do interprete, deste entender o texto legal a teor de seus antecedentes de formulação (argumento da intenção do legislador) . Mas pode atuar de modo contrariamente, exigindo atribuir sentido ao texto legal de modo consentâneo com sua atualidade (argumento histórico-evolutivo). Daí que surge o empate teórico :
originalista : defendem a técnica histórica de procura das intenções dos pais fundadores.
ativistas (não originalistas): pugnam pela releitura das disposição jurídicas.
“Se as condições interpretativas X existirem , o texto legal TN deve ser interpretado segundo a técnica T”.
Argumento psicológico :
Mais conhecido como argumento da intenção do legislador. Baseia-se na pergunta sobre o sentido a que o legislador , a época da produção do texto legal , quis atribuir a ele. Busca conservar a vontade do legislador projetada pelo interprete.
“Deve aceitar N1 como o significado de TN em razão da vontade do legislador verificada a partir dos elementos X,Y,Z .”
Argumento Precedente :
É caracterizado pela invocação de uma decisão relativa a um caso concreto antecedente que, por apresentar semelhantes com o caso atual, é trazido como exigência de coerência histórica do órgão julgador. 
Precedente-horizontal “deve-se aceitar N1 como significado de TN em razão de decisão anteriormenteproferido, em caso semelhante, pelo mesmo órgão julgador, que atribuiu a TN o significado N1.”
Deve-se estabelecer paralelo entre o presente caso e um caso anteriormente decidido por um mesmo juiz ou tribunal destacando que há aspectos expressivos tanto em um caso quanto em outro que, para o órgão julgador manter-se coerente com sua próprio interpretação , deve considerar quando do pronunciamento da decisão atual. 
Precedente-vertical: deve aceitar N1 como significado de TN em razão de decisão anteriormente proferida pelo órgão superior Y , em caso semelhante, que atribui a TN o significado N1” 
Deve se estabelecer paralelo entre o presente caso e um caso já julgado em superior instância, destacando que há aspectos expressivos tanto em um caso quanto no outro , de modo que para o órgão julgador manter-se coerente com o que vem sendo decidido pelos órgãos... . 
Argumento do sentido evolutivo
Procura afirmar o sentido do uso contemporâneo de um vocábulo ou de todo o texto legal em razão de fatores econômicos, linguísticos etc.
Interpretação sistemática
Tanto é possível designar um dogma do campo jurídico quanto uma técnica. O dogma é o de que os textos legais não constituem elementos isolados , tendo em vista serem eles apenas partes de um grupo de textos ; a “técnica” resume-se no posicionamento segundo a qual em razão dos materiais jurídicos comporem uma totalidade única eles devem ser interpretados uns em relação aos outros , de sorte que discrepâncias entre suas interpretações devem ser evitadas. 
Argumento da harmonização contextual 
Tem por base a racionalidade das práticas legislativas. Portanto, defende a compatibilidade dos preceitos editados pelas autoridades normativas. 
Argumento da plenitude 
Baseia na afirmação tautológica de que ou bem o comportamento está regulado pela ordem jurídica ou bem não está. Dessa maneira , infere-se que se o comportamento não está previsto ele está permitindo. 
Argumento a contrario 
Afirmação de que dada uma norma que predica determinada qualificação normativa a um sujeito ou classe de sujeitos , há uma outra afirmação que lhe é posta relativa aos demais sujeitos não contemplados nesta mesma qualificação. Favorece a interpretação literal ou restritiva.
Argumento a fortiori
Se há uma norma que estabelece certa situação a respeito de determinada classe de sujeitos , e se existe outra classe de sujeitos para quais estão presentes razões mais fortes do que as que ensejaram a previsão para a primeira classe, a estes ela deve ser aplicada também “por mais fortes razões”. 
Interpretação Teleológica
Todo documento legal possui um fim ou um propósito. Portanto ,conhecer este fim ou propósito é dado relevante para afirmar o sentido do texto. Durante essa atividade interpretativa, recomenda dê mais peso aos fins- políticos, econômicos, sociais- a serem alcançadas com o texto legal , de sorte que estes escopos possam ser privilegiados na afirmação de seu sentido. 
 “Se as condições interpretativas X existirem , o texto legal TN deve ser interpretado segundo a técnica T”.
Argumento de equidade :
Pugna pela certificação de um “justo concreto” que deve ser atendido .Portanto , com ele o objetivo é o de assegurar os equilíbrios entre os valores contrapostos os quais evidentemente estão adstritos às circunstâncias históricas e sociais que envolvem o caso .
Deve-se destacar as peculiaridades do caso e enfatizar que aplicar s regra sem qualquer temperamento promoverá mais malefícios do que benefícios para a parte e a sociedade. 
B)Argumentos dos fins :
Exige como ponto de apoio que se aceite o ordenamento jurídico como uma unidade dotada de propósitos . Portanto, não apenas se supõe que os documentos legais fazem parte da relação entre os meios e fins pensados pelo legislador , mas também que seus preceitos participam dessa orientação finalista.
Deve-se consignar o conjunto de disposições que atestam os fins afirmados como estabelecidos pelo legislador e , depois, incluir o sentido pretendido do texto marco de contribuição para sua realização 
As técnicas interpretativas e os resultados possíveis :
Resultados possíveis:
a)declarativo : são reconhecidas as consequências da interpretação realizada sobre um ou mais textos legais que evidenciam , dependendo do caso , o seu sentido ordinário ou especializado.
b) corretivo : são identificados as consequências da interpretação realizada sobre um ou mais texto legais que tende a ampliar o significado usual das palavras ou restringir .
c) extensivo : o intérprete empregam técnicas de interpretação histórico-evolutivo , teleológica e as vezes sistemática .Procuram incluir no campo de aplicação do texto legal situações que não entrariam nele caso considerasse o emprego habitual. 
d) restritivo : as técnicas habituais são técnicas da interpretação histórica e da interpretação sistemática. Em ambos os casos é forte a presença da discussão sobre o propósito dos textos ou dos textos legais. Buscam excluir do campo de aplicação do texto legal as situações que entrariam nele caso se considerasse seu emprego habitual da linguagem comum

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