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UNIDADE 4 - MEDULA ESPINAL TAMANHO E LIMITES A medula espinal, é a porção longa do sistema nervoso central, é a continuação do encéfalo, que se localiza no interior da coluna vertebral em seu canal vertebral, ao longo do eixo crânio-caudal. Ela se inicia na junção do crânio com a primeira vértebra cervical e termina na altura entre a primeira e segunda vértebra lombar no adulto, atingindo entre 44 e 46 cm de comprimento. DILATAÇÕES Intumescência cervical É a dilatação da medula espinhal na região cervico- torácica devido o aumento do número de neurônios cujas fibras nervosas vão constituir os nervos destinados ao pescoço e membros superiores (plexo braquial). Estende- se de C3 à T1. Intumescência lombar É a dilatação da medula espinhal na região lombossacral devido o aumento do número de neurônios cujas fibras nervosas vão constituir os nervos destinados aos membros inferiores (plexo lombossacral). Estende-se de L1 a S2. CONE MEDULAR O cone medular corresponde a porção terminal da medula espinal. Situa-se entre 1º e 2º vértebras lombares. FIXAÇÕES (FILAMENTO TERMINAL E LIGAMENTOS DENTICULADOS SEGMENTOS MEDULARES Existem 31 pares de nervos espinhais aos quais correspondem 31 segmentos medulares assim distribuídos: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. Encontramos 8 pares de nervos cervicais e apenas 7 vértebras cervicais porque o primeiro par de nervos espinhais sai entre o occipital e C1. DERMÁTOMOS A área da pele inervada por uma única raiz nervosa posterior constitui um dermátomo. A familiaridade com os mapas de dermátomos é essencial para a localização do nível de uma lesão na medula espinal, por exemplo: relação território corpóreo (dermátomo) = região posterior da cabeça (C2); ombro (C4); polegar (C6); dedo médio (C7); dedo mínimo da mão (C8); papila mamária (T4, T5); umbigo (T10); região inguinal (L1); hálux (L4, L5); dedo mínimo do pé (S1); órgãos genitais externos e região perianal (S4, S5). MIÓTOMOS Grupos de músculos inervados a partir de um único segmento medular constituem um miótomo. O conhecimento dos miótomos clinicamente relevantes é útil na localização do nível de uma lesão na medula espinal, por exemplo: relação miótomo (segmento medular) = deltóide (C5); bíceps (C6); tríceps (C7); hipotenar (T1); quadríceps femoral (L4); extensor do hálux (L5); gastrocnêmio (S1) e esfíncter interno do ânus (S3, S4). MIÓTOMOS MENINGES A medula espinal é revestida por três membranas fibrosas chamadas de meninges: a pia-máter, a aracnóide-máter e a dura-máter. A pia-máter e a aracnóide-máter são chamadas em conjunto de leptomeninge. A dura-máter, mais espessa, é conhecida também como paquimeninge. A dura-máter espinal envolve a medula espinal como se fosse um dedo de luva, o “saco-dural”. Cranialmente, a parte espinal da dura-máter se junta com a parte cranial da dura-máter, caudalmente, termina em um “fundo de saco” ao nível da vértebra S2. Quando a medula espinal termina no cone medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento esbranquiçado, denominado filamento terminar, que perfura o “fundo de saco” e se insere no cóccix, com o nome de ligamento coccígeo. ESPAÇO ENTRE AS MENINGES Existem três espaços relacionados com as meninges que envolvem a medula espinal: o espaço extradural (epidural), subdural e subaracnóideo. O espaço extradural se situa entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral. O espaço subdural localiza-se entre a dura-máter e a aracnóide-máter. O espaço subaracnóideo, localizado entre a aracnóide- máter e a pia-máter, é o mais importante e contém uma quantidade razoavelmente grande de líquido cerebrospinal. ANATOMIA EM SECÇÃO TRANSVERSAL Em secção transversal, a medula espinal é composta de uma área de substância cinzenta em forma de H ou borboleta, posicionada centralmente, circundada por substância branca. A substância cinzenta da medula espinal contém basicamente corpos de neurônio e neuróglia, enquanto que a substância branca contém principalmente tratos de fibras nervosas. Para estabelecer as delimitações corretas das áreas funcionais da medula, é importante conhecer os sulcos e a fissura que marcam a superfície da medula espinal (fissura mediana anterior, sulco mediano posterior, sulco póstero-lateral, sulco ântero-lateral e sulco intermédio posterior). Tetraplegia Paraplegia SUBSTÂNCIA BRANCA A substância branca é dividida em três funículos: anterior, lateral e posterior. Cada um desses funículos contém um ou mais tratos ou fascículos. Um trato é composto de fibras nervosas que possuem a mesma origem, destino e função. O funículo posterior contém apenas um trato de fibras ascendentes enquanto que, os funículos lateral e anterior, contêm vários tratos ascendentes e descendentes. SUBSTÂNCIA CINZENTA A substância cinzenta é dividida em corno anterior, lateral e posterior. Atualmente, o estudo da substância cinzenta deve ser feito através da divisão em zonas ou lâminas propostas por Rexed. Existem 10 lâminas (I-X) bem delimitadas com funções já bem definidas. SUBSTÂNCIA CINZENTA Lâmina I – Placa marginal Lâmina II e Lâmina III – substância gelatinosa Lamina III e Lamina IV – núcleo central Lâmina V – Colo do corno posterior (Substância reticular) Lâmina VI – Corpo do corno posterior Lâmina VII – corno intermédio Lâmina VIII – corno anterior Lamina IX – corno anterior (divisível em parte medial, intermédia e lateral para musculaturas axiais, cinturas e membros respectivamente) Lâmina X – Junto ao canal central, composto pelas comissuras cinzentas anterior e posterior e pelas células que envolvem o canal central. TRATOS ASCENDENTES E DESCENDENTES Antes de estudarmos os tratos ascendentes (as vias aferentes), é importante compreender os conceitos de primeiro, segundo e terceiro neurônio. PRIMEIRO NEURÔNIO: Localiza-se geralmente fora da parte central do sistema nervoso, em um gânglio sensitivo. É um neurônio sensitivo, em geral pseudo-unipolar, cujo dendraxônio se bifurca em “T”, dando um prolongamento periférico e outro central. O prolongamento periférico se liga ao receptor, enquanto o prolongamento central penetra na parte central do sistema nervoso pela raiz posterior dos nervos espinais ou por um nervo craniano. SEGUNDO NEURÔNIO: Localiza-se na coluna posterior da substância cinzenta da medula espinal ou em núcleos de nervos cranianos do tronco encefálico. Origina axônios que geralmente cruzam o plano mediano logo após a sua origem e entram na formação de um trato ou lemnisco. TERCEIRO NEURÔNIO: Localiza-se no tálamo e origina um axônio que chega ao córtex cerebral por uma radiação talâmica. PRINCIPAIS TRATOS E FASCÍCULOS ASCENDENTES: Fascículo grácil (tato epicrítico e propriocepção consciente do membro inferior); Fascículo cuneiforme (tato epicrítico e propriocepção consciente do membro superior); Trato espinocerebelar anterior (propriocepção inconsciente para o cerebelo); Trato espinocerebelar posterior (propriocepção inconsciente para o cerebelo); Trato espinotalâmico anterior (tatoprotopático); Trato espinotalâmico lateral (dor e temperatura). “VIAS CONSCIENTES E INCONSCIENTES” As grandes vias aferentes podem ser consideradas como cadeias neuronais, unindo os receptores ao córtex cerebral (nível consciente). No caso das vias inconscientes, esta cadeia é constituída por apenas dois neurônios (o primeiro e o segundo neurônio) e termina em níveis subconscientes como o cerebelo. PRINCIPAIS TRATOS DESCENDENTES: Trato corticoespinal anterior (motricidade voluntária); Trato corticoespinal lateral (motricidade voluntária); Trato rubroespinal (tônus muscular e postura); Trato vestibuloespinal lateral (e medial) (controle da postura ereta e equilíbrio); Trato reticuloespinal lateral e anterior (controle do movimento e postura); Trato tetoespinal (controle da posição da cabeça associado aos movimentos oculares). SISTEMA PIRAMIDAL Os termos “sistema piramidal”, “tratos piramidais” ou “vias piramidais” são utilizados como sinônimos para designar o conjunto dos principais tratos motores que comandam os movimentos voluntários ou conscientes (tratos corticospinal anterior e corticospinal lateral). SISTEMA EXTRAPIRAMIDAL Os termos “sistema extrapiramidal”, “tratos extrapiramidais” ou “vias extrapiramidais” são utilizados como sinônimos para designar o conjunto dos principais tratos motores que comandam os movimentos automáticos e aprendidos, a regulação do tônus muscular e a regulação da postura (tratos rubrospinal, vestibulospinal, reticulospinal e tetospinal). CURIOSIDADES A utilização dos termos “piramidal” e “extrapiramidal” é muito difundida e bem prática na área clínica, entretanto, já existe uma classificação alternativa mais recente que distingue nos tratos descendentes um sistema lateral e um sistema medial. O sistema lateral inclui além do trato corticospinal lateral (piramidal), o trato rubrospinal (extrapiramidal). O sistema medial inclui somente tratos extrapiramidais: reticulospinal anterior, vestibuloespinal lateral e tetospinal. DOR CONCEITO DOR (AIED) “ Experiência sensorial e/ou emocional desagradável, associada ou não ao dano potencial dos tecidos” LIMIAR DE DOR ALTO / BAIXO LIMIAR DE DOR ALTO / BAIXO Estados emocionais - O limiar depende em grande parte da atitude do paciente frente ao ambiente. Em regra geral, pacientes emocionalmente instáveis têm baixos limiares. Pessoas muito preocupadas, tem seu limiar de dor diminuído. Medo - O limiar diminui à medida que o temor aumenta. Os pacientes medrosos e apreensivos tendem a aumentar exageradamente sua expectativa negativa. Esses pacientes são hiperreativos e tornam a dor fora de proporção em relação ao estímulo que a causou. TEORIA DA COMPORTA DA DOR Os cientistas Melzack e Wall (1965) apresentaram a "Teoria da Comporta", de forma a explicar como a ativação de certos mecanismos podem diminuir ou suprimir a percepção da dor, por meio da estimulação de interneurônios inibitórios. Tal informação significa que existem áreas no cérebro que liberam substâncias opiáceas (endorfina, dinorfina, encefalinas, noradrenalina e serotonina, dentre outras) que modulam a dor, agindo como neurotransmissores inibitórios. TEORIA DA COMPORTA DA DOR A percepção da dor é maior quando a pessoa se encontra em situações de medo, tristeza, isolamento e insônia. Em contrapartida, a dor é menos acentuada e pode até desaparecer quando estamos em ambiente agradável, despreocupados, esperançosos e com tempo de sono suficiente. TEORIA DA COMPORTA DA DOR A ansiedade e a depressão podem perpetuar a dor e alterar as respostas aos estímulos. Diversos neurotransmissores são bem conhecidos por exercerem um efeito potente sobre os estados do humor e do ânimo tendo, assim, uma atuação poderosa no comportamento doloroso humano. LITERATURA INDICADA: MACHADO. Neuroanatomia Funcional. 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 1993; MENESES. Neuroanatomia Aplicada. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006; DÂNGELO; Fattini. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. Qual a importância funcional da existência das vias descendentes e ascendentes da medula espinal. Escreva o conceito e a localização GERAL do primeiro, segundo e terceiro neurônios. Diferencie substância cinzenta da substância branca. A serotonina é uma amina vasoativa que atua sobre o sistema cardiovascular, musculatura lisa e promoção da agregação plaquetária, sem falar que atua como um neurotransmissor no SNC, estando relacionada especialmente ao sistema límbico, controlando as reações de: ansiedade, medo, depressão, sono e percepção à dor. Em diferentes estados comportamentais ocorrem alterações extracelulares nos níveis desse neurotransmissor. É conhecido que a diminuição dos níveis de serotonina eleva a sensibilidade à dor, o comportamento exploratório, a atividade locomotora e os comportamentosde agressivos e de ordem sexual. Tanto nos homens quanto nos animais, distúrbios psíquicos têm sido correlacionados com alterações das funções da serotonina, como comportamentos agressivos e obsessivos, além de déficit de atenção. A serotonina é a principal inibidora do núcleo hipotalâmico ventromedial, local no SNC onde localiza-se o centro da saciedade. Este efeito hipotalâmico é elevadamente específico para os carboidratos, requerendo outros co-fatores para atuar sobre as proteínas e os lipídeos. Deste modo, quando a serotonina diminui, ocorre o ganho de peso. Inversamente, quando encontra-se elevado, causa perda de apetite. Atua também na temperatura corporal, promovendo hipertermia ou hipotermia, dependendo de qual receptor é estimulado. Um medicamento muito utilizado atualmente responsável por aumentar o nível de serotonina é a fluoxetina que, além de tratar a depressão, proporciona maior controle da fome.
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