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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E EXATAS– FACSAE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS GREICE KELLY DA SILVA AGUILAR ROSANE LOPES DE ALCÂNTARA SOMERLATE CONTABILIDADE PÚBLICA Teófilo Otoni - MG 2013 GREICE KELLY DA SILVA AGUILAR ROSANE LOPES DE ALCÂNTARA SOMERLATE ANÁLISE DO DESEMPENHO ORÇAMENTÁRIO E FINANCEIRO DO MUNICÍPIO DE TEÓFILO OTONI Trabalho apresentado à disciplina de Contabilidade Pública, do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM, como requisito parcial de aprovação. Prof. Msc. Simão Pereira da Silva Teófilo Otoni - MG 2013 Veja o que achei: Que Deus fez o homem simples, mas ele buscou muitas artimanhas. Eclesiastes 7:29 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 01 Análise Vertical e Horizontal das Receitas e Despesas.............10 FIGURA 02 Relação Receitas e Despesas...................................................11 FIGURA 03 Distribuição das Receitas AV.....................................................11 FIGURA 04 Análise Horizontal das Receitas Correntes................................12 FIGURA 05 Análise Vertical das Receitas Correntes....................................12 FIGURA 06 Distribuição das Receitas Tributárias.........................................13 FIGURA 07 Análise das Transferências de Capital.......................................13 FIGURA 08 Análise Horizontal das Receitas.................................................14 FIGURA 09 Despesas Correntes X Despesas de Capital.............................14 FIGURA 10 Análise Vertical das Despesas Totais........................................15 FIGURA 11 Análise do Aumento das Despesas Totais.................................15 FIGURA 12 Análise Horizontal das Despesas com Pessoal ........................16 FIGURA 13 Despesas por Unidade de Governo 2009 .................................17 FIGURA 14 Despesas por Unidade de Governo 2010 .................................17 FIGURA 15 Despesas por Unidade de Governo 2011..................................18 FIGURA 16 Despesas por Unidade de Governo 2012..................................19 FIGURA 17 Análise Horizontal de Unidade de Governo...............................19 FIGURA 18 Índice de Gastos com Pessoal...................................................26 FIGURA 19 Gastos com Educação e com Saúde.........................................27 FIGURA 20 Análise Vertical e Horizontal da Cota-parte do ICMS................29 FIGURA 21 Análise Vertical da Cota-parte do ICMS 2009............................30 FIGURA 22 Análise Vertical da Cota-parte do ICMS 2010............................31 FIGURA 23 Análise Vertical da Cota-parte do ICMS 2011............................32 FIGURA 24 Análise Vertical da Cota-parte do ICMS 2012...........................33 LISTA DE EQUAÇÕES EQUAÇÃO P1 - Liquidez Corrente .............................................................21 EQUAÇÃO P2 - Liquidez Imediata ..............................................................21 EQUAÇÃO P3 - Situação Financeira Líquida ..............................................22 EQUAÇÃO P4 - Comprometimento com Dívidas ........................................23 EQUAÇÃO P5 - Grau de Dependência .......................................................23 EQUAÇÃO P6 - Estrutura de Capital ..........................................................24 EQUAÇÃO P7 - Execução da Receita ........................................................25 EQUAÇÃO P8 - Equilíbrio Orçamentário ....................................................25 EQUAÇÃO P9 - Execução da Despesa ......................................................26 EQUAÇÃO P10 - Gastos com Pessoal .........................................................26 EQUAÇÃO 11 - Gastos com Educação ......................................................27 EQUAÇÃO P10 - Gastos com Saúde ............................................................27 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 7 2 DESCRIÇÃO DO MUNICÍPIO ..................................................................... 8 3 ANÁLISE .................................................................................................... 10 3.1 Análise das receitas e despesas do município ........................................... 10 3.2 Análise através de Índices ........................................................................ 20 3.3 Análise da distribuição da Cota-parte do ICMS ........................................ 28 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 35 5 REFERÊNCIAS ......................................................................................... 37 7 1 INTRODUÇÃO A Administração Pública como um meio para realização dos serviços inerentes ao Estado (KOHAMA, 2006) necessita de organização e vontade política para alcançar sua efetividade. E no que tange a Administração Pública municipal há de se compreender que esta além de observar as mesmas normas e princípios que são norteadores e limitadores da Administração Pública Estadual e Federal, será ela a que estará mais próxima à população, sendo o ponto de contato desta com os outros entes federativos. É o ente municipal o responsável por oferecer aqueles bens e serviços mais básicos e palpáveis, como calçamento de rua, transporte urbano, coleta de lixo, saúde, etc., fazendo chegar à sociedade o fruto da arrecadação tributária do Estado como um todo. Essa oferta de bens e serviços que atenda a população depende do bom planejamento, mantendo o equilíbrio na Lei Orçamentária Anual (LOA) onde é feita a previsão das receitas e fixação das despesas (KOHAMA, 2006, p.40) de cada ano de acordo com as prioridades do Plano Plurianual (PPA) e as regras estabelecidas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A LOA é o Orçamento propriamente dito e através dele é possível perceber quais os direcionamentos da Administração Pública, mostrando quais áreas de governo tem sido priorizadas, pois ele demonstra quanto o governo arrecada e como é gasto o produto dessa arrecadação. Conhecendo esse fato este trabalho apresenta um análise dos Balanços Públicos do Município de Teófilo Otoni, fazendo uso dos seguintes relatórios obtidos do site da Secretaria Nacional do Tesouro: Balanço Anual, Relatório Resumido da Execução Orçamentária, Relatório de Gestão Fiscal e Anexos X (SIOPE) e XVI (SIOPS) do Relatório Resumido da Execução Orçamentária. O período de análise compreende os anos de 2009 a 2012 e utilizou-se das técnicas de análise Vertical e Horizontal e através de Índices para se fazer a Análise do Desempenho Orçamentário e Financeiro do Município de Teófilo Otoni. 8 2 DESCRIÇÃO DOMUNICÍPIO O Município de Teófilo Otoni está situado no nordeste de Minas Gerais, na zona do Mucuri, sendo considerado o centro macrorregional, ocupando uma área segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 3.242,27 km², com uma população de 134.745 habitantes. Fundado com o nome de Filadélfia em 7 de setembro de 1853, por Teophilo Benedicto Ottoni, teve seu nome modificado, quando da sua emancipação política em 9 de novembro de 1878, para Teófilo Otoni em homenagem ao fundador. Mantém limites com as cidades de Novo Oriente de Minas, Itaipé, Ouro Verde de Minas, Ataléia, Frei Gaspar, Itambacuri, Pavão, Carlos Chagas, Poté e Ladainha (ESAF, 2012, p. 25 - 26). A economia é baseada no comércio e prestação de serviços que compreende a maior parte do PIB Municipal, seguidos pela indústria e agropecuária. Tem no setor de gemas e joias, pelo qual é conhecida como a Capital Mundial das Pedras Preciosas, uma importante contribuição econômica, pois ocupa cerca de duas mil pessoas, entre formais e informais, sendo ainda responsável pela maior parte das empresas exportadoras dos vales do Jequitinhonha e Mucuri. Referente à indústria o setor predominante é o de laticínios, onde se destacam a Cooperativa de Laticínios de Teófilo Otoni (CLTO) e Nestlé. E com respeito à agropecuária, esta se baseia na pecuária de corte e leite, na agricultura familiar de subsistência, com ênfase a produção de mudas ornamentais. Outro setor que merece atenção é o apícola, no qual sua produção é conhecida na cidade e no Estado, mas carece de apoio para um maior desenvolvimento (ESAF, 2012, p. 33 - 34). Pela grande população a qual a cidade de Teófilo Otoni abarca há de se compreender que zelar pelo seu bem estar, fornecendo a ela bens e serviços necessários é uma tarefa que exige uma boa gestão dos recursos arrecadados. Boa gestão esta tipificada pelo planejamento satisfatório de sua utilização de modo a atender ás principais demandas e ter condições de fazer investimentos permanentes. Para aclarar essa situação, no que tange a arrecadação de receitas e as despesas efetuadas para promoção do bem estar social, procede-se a Análise das Receitas e Despesas do Município, no período de 4 anos, a saber, 2009, 2010, 2011 e 2012. As técnicas utilizadas serão a análise Vertical e Horizontal e a análise 9 através de Índices. Para o acompanhamento da proporção de cada receita e despesa em seu respectivo total e do crescimento ou involução das mesmas no período analisado, e identificar com auxilio dos quocientes algumas situações na arrecadação e execução da receita e previsão e execução da despesa. 10 3 ANÁLISE A análise favorece a uma maior consistência na interpretação dos relatórios contábeis, promovida pela utilização de demonstrativos confiáveis e de técnicas e ou índices necessários à evidenciação das informações relevantes, seja para a manutenção do controle social ou para a tomada de decisões ótimas. 3.1 Análise das receitas e despesas do município Os dados fornecidos pelo Relatório Resumido da Execução Orçamentária dos anos de 2009, 2010, 2011 e 2012 propiciou a realização das seguintes análises referentes às despesas e receitas do município: FIGURA 01 - Análise Vertical e Horizontal das Receitas e Despesas por Categoria Econômica 11 FIGURA 02 – Relação receitas e despesas Observa-se que a proporção dos gastos com despesas correntes apresentaram inferior ao valor das receitas correntes pode-se inferir que os valores restantes foram destinados às despesas de capital. Essa informação só não se faz verdadeira em 2009 por ser o único exercício em que tanto receitas correntes não cobrem as despesas correntes quanto as receitas de capital não cobrem as despesas de capital empenhadas. FIGURA 03 - Distribuição das Receitas AV% Nota-se que no período de análise o percentual de distribuição das receitas do município concentrou em 95% para as Receitas Correntes e para as Receitas de Capital o percentual oscilou em 1,47% a 2,32%. 2009 2010 2011 2012 98,53 95,70 96,58 97,68 1,47 4,30 3,42 2,32 Distribuição das Receitas AV% Receitas Correntes Receitas de Capital 12 FIGURA 04 – Análise Horizontal das Receitas Corrente A análise das Receitas Correntes no período em questão possibilitou a percepção de um aumento considerável de 63,73% nas receitas Correntes do município em relação a 2009. FIGURA 05 – Análise Vertical das Receitas Correntes A análise vertical possibilita perceber que os valores referentes às Transferências Correntes constituem mais de 70% do total das Receitas Correntes, sendo seguida pela Receita Tributária que não ultrapassa o percentual de 9,21% nos anos analisados. 31,06 42,56 63,73 AH% das Receitas Correntes em relação a 2009 2010 2011 2012 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00 2009 2010 2011 2012 9,20 9,06 9,21 7,91 1,73 3,90 5,42 3,88 2,24 2,62 3,41 4,27 0,47 0,99 0,96 1,12 81,24 74,10 71,92 75,84 3,66 5,02 5,66 4,66 AV % Receita Corrente RECEITA TRIBUTÁRIA RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES RECEITA PATRIMONIAL RECEITA DE SERVIÇOS TRANSFERÊNCIAS CORRENTES OUTRAS RECEITAS CORRENTES 13 FIGURA 06 – Distribuição das Receitas Tributárias Os percentuais apresentados no gráfico apontam para o ISS (Imposto sobre Serviços) como o imposto de maior arrecadação nos quatros anos analisados, chegando a 55,69% em 2011. O IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) e o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) aparecem em segundo com um percentual conjunto de 38% em 2012 da totalidade da Receita Tributária. FIGURA 07 – Análise das Transferências de Capital A figura demonstra um expressivo aumento das Receitas de Transferências de Capital em 2010 com relação ao primeiro ano de analise, na ordem de 300,77%. A ampliação dessa margem deve-se ao aumento dos valores repassados pelos 2009 2010 2011 2012 21,77 17,35 16,25 19,51 38,50 53,80 55,69 47,81 9,40 9,23 9,01 11,67 19,68 17,51 16,88 18,50 10,65 2,12 2,17 2,52 IPTU ISS ITBI IRRF Outras Receitas Tributárias 300,77 74,46 84,65 2010 2011 2012 AH % TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL 14 convênios neste ano, que voltou a patamar anterior nos anos que seguiram, provocando um declínio também considerável em 2011 de 74,46%, tendo esse índice um pouco de crescimento em 2012 para 84,65%. FIGURA 08 – Análise Horizontal das Receitas A análise horizontal das receitas conduz a perceber um aumento de 65,16% das Receitas Totais do município em relação ao ano de 2009. Os dados das despesas proporcionaram as análises que seguem: FIGURA 09 – Despesas Correntes versus Despesas de Capital As Despesas Correntes compreendem, nos anos analisados, um percentual de 91,5% em média das despesas totais, seguindo o mesmo percentual de 2010 2011 2012 34,94 45,43 65,16 2009 2010 2011 2012 90,29 89,41 91,84 94,44 9,71 10,59 8,16 5,56 Despesas Correntes X Despesas de Capital Despesas correntes Despesas de Capital 15 distribuição das receitas do município, que se concentrou nas Receitas Correntes, pois apresentou uma margemsuperior a 90%. FIGURA 10 – Análise Vertical das Despesas Totais As maiores despesas oscilaram entre os gastos com Pessoal e Encargos Sociais e Outras Despesas Correntes. FIGURA 11 – Análise do Aumento das Despesas Totais 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 2009 2010 2011 2012 42,09 45,01 41,41 42,03 0,94 0,83 0,83 0,81 47,25 43,57 49,60 51,60 0,00 8,96 6,53 4,04 1,64 1,36 1,27 1,52 8,07 19,25 0,36 0,00 Despesas Totais AV% PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA OUTRAS DESPESAS CORRENTES INVESTIMENTOS AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA INVERSÕES FINANCEIRAS 8,71 22,25 39,81 Aumento das Despesas Totais em relação a 2009 2010 2011 2012 16 O gráfico permite a constatação do aumento das despesas dos anos de 2010, 2011 e 2012 com relação ao ano de 2009 na ordem de 39,81%. Contudo, este crescimento apresenta-se inferior ao aumento das receitas totais o que pode possibilitar uma folga no orçamento do município. FIGURA 12 – Análise Horizontal das Despesas com Pessoal e Encargos Sociais O percebível aumento das despesas com Pessoal e Encargos Sociais com relação a ano base de 2009 segue o aumento das despesas do mesmo período em análise. Dos valores totais das despesas pode-se ainda estabelecer uma análise destes por Unidade de Governo. 16,26 20,28 39,61 2010 2011 2012 PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS AH% PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS 17 FIGURA 13 – Despesas por Unidade de Governo 2009 No ano de 2009 as maiores despesas ocorreram na área da saúde com um índice de 40%, seguido da Educação 19% e a Administração aparece em terceiro com 14% do total das despesas. FIGURA 14 – Despesas por Unidade de Governo 2010 Legislativa 3% Administração 14% Assistência Social 3% Previdência Social 0% Saúde 40% Educação 19% Cultura 0% Urbanismo 13% Saneamento 0% Agricultura 1% Comunicações 0% Desporto e Lazer 0% Encargos Especiais 6% Unidades de Governo 2009 Legislativa 2% Administração 13% Assistência Social 4% Previdência Social 0% Saúde 40% Educação 19% Cultura 0% Urbanismo 13% Saneamento 0% Agricultura 1% Energia 0% Desporto e Lazer 0% Encargos Especiais 6% Unidades de Governo 2010 18 Em 2010 os maiores gastos mantiveram nas mesmas áreas, variando para menos o percentual da área administrativa para 13%. FIGURA 15 – Despesas por Unidade de Governo 2011 No ano de 2011 os gastos com a área da saúde aumentaram para 42%, e na Educação o aumento foi de um ponto percentual, indo para 20%. O destaque deste ano analisado reside na área de Urbanismo que apresentou um declínio de 6% com relação aos anos anteriores de 2009 e 2010. Legislativa 2% Administração 12% Assistência Social 4% Previdência Social 1% Saúde 42% Educação 20% Cultura 0% Urbanismo 7% Saneamento 0% Gestão Ambiental 0% Agricultura 3% Energia 1% Transporte 0% Desport o e Lazer 0% Encargos Especiais 6% Unidades de Governo 2011 19 FIGURA 16 – Despesas por Unidade de Governo 2012 Em 2012 pode-se perceber que os gastos com a saúde aumentaram um pouco mais, indo para 45%, na área Educacional e Administrativa o índice se manteve em 20% e 12% respectivamente. Ocorreu um aumento de 2% na área de Encargos Especiais e 1% na Legislativa, e o Urbanismo manteve-se em declínio, apresentando índice 1% menor do ano anterior. No período dos quatro anos não apresentou grandes alteração na distribuição das despesas, sendo essas, em sua maioria, voltadas para as áreas da Saúde, Educação, Administração e Urbanismo, que no último ano analisado foi superado em 1% pelos gastos destinados a área de Encargos Especiais, visto também ao declínio dos recursos destinados a esta área, a de Urbanismo. Legislativa 3% Administração 12% Assistência Social 3% Previdência Social 1% Saúde 45% Educação 20% Cultura 0% Urbanismo 6% Saneamento 0% Agricultura 1% Energia 0% Transporte 0% Desport o e Lazer 1% Encargos Especiais 8% Unidades de Governo 2012 20 FIGURA 17 – Análise Horizontal de Unidade de Governo Análise Horizontal de Unidade de Governo leva a apreender um significativo crescimento de alocação das despesas nas áreas de saúde, Educação e Cultura, e um declínio, também relevante, na Gestão Ambiental e no Transporte em relação a 2009, ano base de análise. Com isso, as análises das Unidades de Governo deste quadriênio, 2009 a 2012, externa que a administração pública tem concentrado os gastos com áreas fundamentais com Saúde e Educação, e tem enxugado as despesas com a Administração. 3.2 Análise através de Índices Esta análise utilizará dez índices que indicarão a situação financeira, orçamentária e patrimonial do Município em questão, os dados em sua maioria foram obtidos do Balanço Anual de cada período, com ressalva para o Índice de Gastos com Pessoal obtido do Relatório de Gestão Fiscal, e dos adicionais de 7,26 28,77 56,79 13,31 31,66 50,19 -15,76 13,21 45,14 -15,27 39,00 -6,54 43,18 88,32 -67,97 -80,00 -60,00 -40,00 -20,00 0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 2010 2011 2012 AH% Unidades de Governo Saúde Educação Cultura Gestão Ambiental Transporte 21 Gastos com Educação e Saúde obtidos dos Anexos X e XVI do Relatório Resumido de Execução Orçamentária. EQUAÇÃO P1: Liquidez Corrente (ILC) = Ativo Financeiro Passivo Financeiro O índice de liquidez corrente conforme Andrade (2007, p.308), “determina quanto a instituição possui de disponibilidade e créditos para cada unidade de obrigações exigíveis” e de acordo com a analise feita pode-se então inferir que o Município de Teófilo Otoni nos dois primeiros anos analisados, 2009 e 2010, não dispunha de um Ativo Financeiro que cobrisse completamente o Passivo Financeiro, evidenciando a necessidade de outros recursos para cumprir com tais obrigações. Esta situação se modifica nos dois últimos anos apresentando um Ativo capaz de cobrir com folga suas obrigações exigíveis, o que pode ser apontado por um crescimento do Ativo Financeiro e diminuição do Passivo Financeiro. O acréscimo do Ativo foi causado pelo aumento dos Investimentos dos Regimes próprios de Previdência e das Aplicações Financeiras e Créditos em Circulação, em 2011 e 2012, respectivamente e a redução do Passivo por uma diminuição dos Depósitos para os dois anos, Restos a Pagar Processados, em 2011 e Restos a Pagar não Processados em 2012. EQUAÇÃO P2: Liquidez Imediata (ILI) Disponibilidades + Vinculados em Conta Corrente Passivo Financeiro 2011: 55.340.071,63 1,03 53.825.022,15 2012: 74.141.172,02 1,62 45.794.015,69 2009: 33.441.105,05 0,66 50.808.875,47 2010: 46.555.956,35 0,83 55.953.356,06 22 O índice de liquidez imediata demonstra que nos anos de 2009, 2010 e 2011, com os Recursos Financeiros disponíveis, àqueles de alta liquidez, o Município não possuía condições de quitar a totalidade de suas dívidas registradas no Passivo Financeiro. Ao passo que em 2012 este quociente apenas confirma a boa situaçãoapresentada por àquele de Liquidez Corrente, possuindo para cada R$ 1,00 de dívida, R$ 1,59 em espécie e em direitos de alta liquidez no Ativo Financeiro para sua quitação. EQUAÇÃO P3: Situação Financeira Líquida (ISFL) Ativo Financeiro - Passivo Financeiro Receita Total A Situação Financeira Líquida não se mostrou satisfatória nos anos de 2009 e 2010 por apresentar índices negativos, que segundo Andrade (2007, p.309) são indicativos de déficit financeiro, e demonstram uma defasagem entre o que se arrecadou e o que foi gasto. Assim sendo, houve em 2009 um déficit de 13,67%, ou seja, para cada R$ 1,00 de receita arrecadada, foi gasto em média R$ 1,14, e em 2010 essa defasagem foi na ordem de 5,9%, gastou-se cerca de R$ 1,06 para cada R$ 1,00 arrecadado. Já nos anos de 2011 e 2012, pode ser encontrado um superávit financeiro na ordem de 0,82% e 13,61%, respectivamente. 2011: 16.420.375,28 0,31 53.825.022,15 2012: 72.751.848,58 1,59 45.794.015,69 2009: 32.926.978,86 0,65 50.808.875,47 2010: 17.148.783,03 0,31 55.953.356,06 2011: 1.515.049,48 0,01 184.113.330,67 2012: 28.347.156,33 0,14 208.243.518,68 2009: -17.367.770,42 -0,14 127.004.480,37 2010: - 9.397.399,71 -0,06 159.372.243,34 23 EQUAÇÃO P4: Comprometimento com Dívidas (ICD) Amortização e encargos Receita Corrente Líquida O comprometimento anual com dívidas tem seu limite estabelecido em 11,5% da Receita Corrente Líquida conforme o art.30 da Lei de Responsabilidade Fiscal e como prevê o II, art. 7º, da Resolução do Senado Federal nº 43/2001: As operações de crédito interno e externo dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios observarão, ainda, os seguintes limites: I – [...]; II - o comprometimento anual com amortizações, juros e demais encargos da dívida consolidada, inclusive relativos a valores a desembolsar de operações de crédito já contratadas e a contratar, não poderá exceder a 11,5% (onze inteiros e cinco décimos por cento) da receita corrente líquida; Pode-se perceber que o município analisado não ultrapassou este limite previsto, oscilando entre 4% e 2% nos períodos analisados. EQUAÇÃO P5: Grau de Dependência (IGD) Receita de transferências Receita Corrente 2009: 5.251.921,52 4,40 119.383.338,78 2010: 3.279.652,33 2,26 145.115.625,80 2011: 7.150.117,84 4,29 166.481.999,92 2012: 4.472.064,19 2,31 193.414.940,40 24 Em todos os anos a administração pública municipal tem mantido um alto grau de dependência com relação às transferências correntes sendo acima de 70%. Em 2009 para cada R$ 1,00 arrecadado com receita corrente R$ 0,89 foi de transferências, em 2010 e 2011 o índice apresentou uma queda, R$ 0,77 e R$ 0,76 para cada R$1,00 arrecadado. Em 2012 voltou a crescer, mas não atingindo o valor referente ao primeiro ano de analise chegando a 0,79. Desse modo estes números podem apontar para um baixo esforço fiscal do município que tem nas transferências das demais esferas de governo sua principal fonte de recursos. EQUAÇÃO P6: Estrutura de Capital (IEC) Passivo Financeiro + Passivo Não Circulante Ativo Total Inicialmente, em 2009, o índice de estrutura de capital demonstrava que cada R$1,00 do ativo consistia em R$ 0,33 de capital de terceiros. Nos anos seguintes, 2010, 2011 e 2012 este índice apresentou significativo aumento, sendo de 0, 90, 1,00 e 0,98. Nestes últimos três anos o ativo foi financiado quase na totalidade por capitais de terceiros, o que pode ser explicado pelas Reservas que fazia parte do Patrimônio Líquido em 2009 e deixaram de existir nos anos subsequentes. 2009: 108.950.916,35 0,84 130.130.762,44 2010: 122.425.738,54 0,77 158.111.658,90 2011: 140.102.289,78 0,76 184.014.372,56 2012: 166.243.173,73 0,79 210.411.669,58 2011: 179.405.988,67 1,00 179.405.988,67 2012: 253.298.836,81 0,98 258.929.688,01 2009: 77.945.684,16 0,33 235.718.103,90 2010: 228.304.470,21 0,90 254.746.185,20 25 EQUAÇÃO P7: Execução da Receita (IER) Receita Executada Receita Prevista Nos anos de 2010 e 2012 a execução da receita obedeceu quase a totalidade da previsão, apresentando índices de 0,92 e 0,97. Em 2009 e 2010 este mesmo rigor não foi seguido, sendo os índices de 0,72 e 0,85, o que pode ser explicado por uma execução muito menor que a previsão de Transferências Intergovernamentais e Transferências de Convênios nestes dois anos. EQUAÇÃO P8: Equilíbrio Orçamentário (IEO) Despesa Fixada Receita Prevista Com relação ao equilíbrio na fixação de despesas e previsão de receitas, o município apresentou um bom índice em todos os anos analisados não se distanciando muito do índice 1,00 que seria o desejado. Vale ressaltar que o ano de 2010 como já dito também ter apresentado um índice próximo do ideal demonstrou no orçamento um superávit na ordem de 6%. 2011: 178.065.616,86 0,85 210.188.100,00 2012: 202.218.223,15 0,97 208.856.265,27 2009: 122.438.884,89 0,72 170.856.000,00 2010: 165.216.030,30 0,92 180.520.915,35 2011: 208.242.429,62 0,99 210.188.100,00 2012: 206.850.308,76 0,99 208.856.265,27 2009: 173.406.675,82 1,01 170.856.000,00 2010: 169.974.355,61 0,94 180.520.915,35 26 EQUAÇÃO P9: Execução da Despesa (IED) Despesa Executada Despesa Fixada Os índices de execução da despesa são menores que 1 nos períodos de análise, mostrando que a despesa foi executada legalmente não ultrapassando os valores fixados, apresentando um crescimento ao longo dos anos mas respeitando- se os limites. EQUAÇÃO P10: Gastos com Pessoal (IGP) Despesa com Pessoal Total Receita Corrente Líquida 2011: 71.934.989,95 43,21 166.481.999,92 2012: 84.342.206,10 43,61 193.414.940,40 FIGURA 18 – Índice de Gasto com Pessoal 40,00 45,00 50,00 2009 2010 2011 2012 49,44 47,82 43,21 43,61 P10 - Gasto com Pessoal Limite máximo (incisos I, II e III, art. 20 da LRF) - (54,00%) Limite Prudencial (parágrafo único, art. 22 da LRF) - (51,30%) 2011: 168.062.583,48 0,81 208.242.429,62 2012: 192.200.152,24 0,93 206.850.308,76 2009: 137.476.445,44 0,79 173.406.675,82 2010: 149.450.028,90 0,88 169.974.355,61 2009: 59.022.476,17 49,44 119.383.338,78 2010: 69.397.876,77 47,82 145.115.625,80 27 Os limites para gastos com pessoal são estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal que prevê no III, do art.20 o teto de 54% para o Executivo na esfera municipal e no parágrafo único do art.22 estabelece o limite prudencial de 95% do percentual acima apresentado, ou seja, 51,30% da Receita Corrente Líquida. Assim, pelos percentuais apresentados o município respeitou esses limites nos anos de análises. Ao abordar o índice de gastos com pessoal no presente trabalho, pareceu por bem ainda, expor o percentual de gastos com saúde e educação que tem valoresmínimos estabelecidos pela Carta Magna de nosso país em 15% (III, Art.77, ADCT) e 25% (Art.212, CF/88) respectivamente. EQUAÇÃO 11: Gastos com Educação Despesa com MDE Total Receita Bruta de Impostos (inclui transferências constitucionais legais) EQUAÇÃO 12: Gastos com Saúde Despesa com Saúde Total Receita de Impostos Líquida (inclui transferências constitucionais legais) FIGURA 19 – Gastos com Educação e Gastos com Saúde 28 Os percentuais evidenciam o cumprimento por parte do município dos gastos mínimos fixados para estas áreas de governo, sendo que na área da saúde os gastos foram maiores que o mínimo estabelecido e o dispêndio com a educação margeou percentual proposto. 3.3 Análise da distribuição da Cota-parte do ICMS As regras da distribuição do Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) encontram-se na Constituição Federal em seu artigo 158, sendo estabelecidos do valor total arrecado 25% pertencem aos municípios (inciso IV), devendo ser repassado no mínimo, três quartos, proporcionalmente ao valor adicionado fiscal (VAF) e, o restante, como dispuser lei estadual. (Art.158, CF/88) No Estado de Minas Gerais após acalorados debates promovidos pela Assembleia Legislativa do Estado, foi aprovada e publicada em 12 de janeiro de 2009 a Lei nº 18.030, originária do projeto de Lei n° 23/2003, que alterou a lei anterior, proveniente da Lei nº 12.040/95, ou Lei Robin Hood. Esta nova lei trouxe mudanças significativas no processo de distribuição da cota-parte do ICMS aos municípios do Estado, sendo incluso seis novos critérios (turismo, esportes, municípios sede de estabelecimentos penitenciários, recursos hídricos, ICMS solidário e mínimo per capita) e um subcritério do ICMS Ecológico (mata seca) aos já existentes (Área Geográfica, População, População dos 50 mais Populosos, Educação, Saúde, Meio Ambiente, Patrimônio Cultural, Produção de Alimentos e Receita Própria). A nova Lei começou a vigorar em janeiro de 2010, mas a distribuição realizada com base nos novos critérios só iniciou em 2011. (Fundação João Pinheiro, 2010) 29 Fonte: Baseado nos dados obtidos da Fundação João Pinheiro FIGURA 20 – Análise Vertical e Horizontal da Cota-parte do ICMS A elaboração da tabela de análise Vertical e Horizontal da Cota-parte do ICMS favoreceu a criação de gráficos que facilitem a interpretação dos dados fornecidos, visto a quantidade de variáveis utilizadas para a apuração destes repasses. 30 FIGURA 21 – Análise Vertical da Cota-parte do ICMS 2009 No ano que iniciou o processo de análise, 2009, a parcela da cota-parte do ICMS com índice mais expressivo foi o VAF, que abarcou 67,45% do total arrecadado, seguido pela variável População dos 50 mais populosos com 11,91%, e População com 8,45%. VAF; 67,45 Área Geográfica; 2,62 População; 8,45 População dos 50 mais populosos; 11,91 Educação; 2,32 Produção de Alimentos; 1,47 Patrimônio Cultural; 0,40 Unidades de conservação (A); 0,08 Meio Ambiente (A+B+C); 0,09 Programa Saúde da Família; 2,09 Saúde per capita; 0,17 Receita Própria; 2,06 Cota Mínima; 3,05 Município Minerador; 0,01 2009 - Cota-parte do ICMS VAF Área Geográfica População População dos 50 mais populosos Educação Produção de Alimentos Patrimônio Cultural Unidades de conservação (A) Meio Ambiente (A+B+C) Programa Saúde da Família Saúde per capita Receita Própria Cota Mínima Município Minerador 31 FIGURA 22 – Análise Vertical da Cota-parte do ICMS 2010 No segundo ano de análise a modificação mais relevante residiu no declínio da parcela do VAF para 66,56%, sendo que as outras variáveis mais expressivas População dos 50 mais populosos e População apresentaram índices sem muita alteração do ano anterior. VAF; 66,56 Área Geográfica; 2,57 População; 8,22 População dos 50 mais populosos; 11,56 Educação; 2,43 Produção de Alimentos; 1,51 Patrimônio Cultural; 0,90 Unidades de conservação (A); 0,08 Meio Ambiente (A+B+C); 0,08 Programa Saúde da Família; 2,10 Saúde per capita; 0,18 Cota Mínima; 1,78 Cota Mínima; 3,00 Receita Própria; 0,01 2010 - Cota-parte do ICMS VAF Área Geográfica População População dos 50 mais populosos Educação Produção de Alimentos Patrimônio Cultural Unidades de conservação (A) Meio Ambiente (A+B+C) 32 FIGURA 23 – Análise Vertical da Cota-parte do ICMS 2011 No terceiro ano analisado, 2011, as alterações que surgiram correspondem às modificações fomentadas pela Lei nº 18.030/09 que possibilitou a inserção de novos critérios no processo de distribuição da cota-parte do ICMS, sendo que no cenário municipal a ênfase incidiu sobre os critérios de Municípios Sede de Estabelecimentos Penitenciários e ICMS Solidário que abarcou uma parcela de 12,23% da arrecadação, ficando atrás somente do VAF, que embora apresentou o maior índice da arrecadação do ano, continuou em declínio em relação aos anos anteriores, indo para 58,09%. VAF; 58,09 Área Geográfica; 2,18 População; 7,34 População dos 50 mais populosos; 10,42 Educação; 1,93 Produção de Alimentos; 1,14 Patrimônio Cultural; 0,52 Unidades de conservação (A); 0,07 Meio Ambiente (A+B+C); 0,07 Programa Saúde da Família; 1,27 Saúde per capita; 0,15 Receita Própria; 1,59 Cota Mínima; 2,55 Município Minerador; 0,00 Penitenciárias; 0,53 ICMS solidário; 12,23 2011 - Cota-parte do ICMS VAF Área Geográfica População População dos 50 mais populosos Educação Produção de Alimentos Patrimônio Cultural Unidades de conservação (A) Meio Ambiente (A+B+C) Programa Saúde da Família Saúde per capita Receita Própria Cota Mínima Município Minerador Penitenciárias 33 FIGURA 24 – Análise Vertical da Cota-parte do ICMS 20112 No último ano de análise, 2012, o VAF se manteve como parcela mais expressiva, mas continuou caindo, chegando a 57,94% da arrecadação. O ICMS Solidário seguido dos critérios População dos 50 mais Populosos e População apresentaram pouca variação com relação ao ano anterior, exprimindo na mesma sequência a representatividade de seus índices. Diante do exposto, pode-se perceber que do total da arrecadação do ICMS do município no período analisado, o VAF diminui seu potencial arrecadatório em 9,51%. Este fato encontra justificativa no acréscimo de critérios a serem analisados para a distribuição da cota-parte do ICMS, que acaba por favorecer a ocorrência de investimentos em outras áreas de unidade de governo. Conforme análise horizontal ocorreu um significativo aumento do ICMS do município, atingindo um percentual de 72,03% do total arrecadado no período analisado. O pior índice de arrecadação foi da variável Município Minerador que apresentou um declínio de – 86,95% e o maior coube ao critério de Patrimônio VAF; 57,94 Área Geográfica; 2,19 População; 7,32 População dos 50 mais populosos; 10,37 Educação; 1,74 Produção de Alimentos; 1,17 Patrimônio Cultural; 0,65 Unidades de conservação (A); 0,07 Meio Ambiente (A+B+C); 0,07 Programa Saúde da Família; 1,52 Saúde per capita; 0,18 Receita Própria; 1,59 Cota Mínima; 2,55 Município Minerador; 0,00 Penitenciárias; 0,57 ICMS solidário; 12,15 2012 - Cota-parte do ICMSVAF Área Geográfica População População dos 50 mais populosos Educação Produção de Alimentos Patrimônio Cultural Unidades de conservação (A) Meio Ambiente (A+B+C) Programa Saúde da Família Saúde per capita Receita Própria Cota Mínima Município Minerador Penitenciárias ICMS solidário 34 Cultural com o índice de 181,52%, acompanhado pelo da Saúde per Capita que mostrou um índice de 85,49% do total arrecadado no quadriênio analisado. A variável ICMS Solidário contribui para o aumento da arrecadação, ocupando logo no primeiro ano de vigor da Lei 18.030/09 o segundo lugar no percentual total. As demais variáveis apresentaram desempenho parecidos sem grandes alterações, permanecendo com índices similares no período em questão. 35 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo propiciou um maior conhecimento da gestão dos recursos públicos do município de Teófilo Otoni, sendo possível obter informações sobre o mesmo no site da prefeitura o que possibilita acompanhar o desempenho da administração da cidade. No transcorrer do exercício de análise pode-se notar que a Capital das Pedras preciosas encontra-se atualmente em uma situação considerada confortável visto o equilíbrio entre receitas e despesas exposto nos relatórios público. As receitas correntes nos últimos três anos de análise apresentam percentual superior à proporção das despesas correntes conduzindo a entender que os valores restantes foram destinados às despesas de capital. Desse modo as receitas arrecadadas conseguem cobrir os valores das despesas empenhadas. Este contexto favorável pode ser explicado ainda pelo índice de liquidez corrente que aponta a capacidade do Ativo de cobrir com folga as obrigações exigíveis nos últimos dois anos. Outros índices como o de Liquidez Imediata, Situação Financeira Líquida e o de Comprometimento com Dívidas também corroboram com esta perspectiva ao evidenciar situações financeiras favoráveis. Contudo, em relação à arrecadação a maior parte das Receitas constitui em recursos oriundos das Transferências Correntes sendo cerca de 70% do total das receitas Correntes do município. Em relação à receita tributária que aparece em segundo lugar, o imposto de maior expressão reside no ISS com um percentual de 47,81 em 2012, pelo fato da economia do município basear-se principalmente no comércio e serviços, estes os que mais contribuem para o PIB Municipal. A despesa que cresceu em uma proporção menor que as receitas, buscou obedecer as referência de gastos propostas na Lei de Responsabilidade Fiscal nas áreas de Saúde, Educação, e os gastos com Pessoal que nos quatro anos analisado, obteve maior índice de 45,01% em 2009. Com isso constatou-se que a arrecadação do município constituída em sua maioria por transferências correntes e tributação, consegue arcar com as despesas empenhadas. Porém, a cidade externa uma considerável dependência em relação 36 às transferências correntes, sendo a geração de receita própria ínfima, não atingindo o percentual de 28% do total arrecadado. Neste sentido, considera-se interessante destinar uma maior atenção às políticas públicas que podem ser desenvolvidas no intuito de melhorar a arrecadação própria do município e reduzir a dependência dos valores transferidos, ou pelo menos diminuir as disparidades existentes, permitindo a disponibilização de serviços com qualidade e a realização de investimentos em obras necessárias a população. . 37 5 REFERÊNCIAS ANDRADE, Nilton de Aquino. Contabilidade Pública na Gestão. 3 ed.3. reimp. São Paulo:Atlas, 2012. BRASIL. Congresso. Senado. Resolução n. 43, de 2001. Brasília, DF, 2001. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: Texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais n.1 a 6/94.- Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2013.87p. BRASIL. Lei complementar nº101, de 4 de maio de 2000. 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Prefeitura Municipal de Teófilo Otoni. Disponível em: <http://www.teofilootoni.mg.gov.br/pmto/> Acesso em: 02 de agosto de 2013. 38 TEÓFILO OTONI. Prefeitura Investe no Fomento a Apicultura. Disponível em: <http://www.teofilootoni.mg.gov.br/pmto/2013/04/prefeitura-investe-no-fomento-a- apicultura/> Acesso em: 12 de agosto de 2013. MINAS GERAIS. Lei 18.030, de 12 de Janeiro de 2009. Disponível em: <http://www.fjp.mg.gov.br/robin-hood/index.php/leirobinhood/legislacao> Acesso em: 12 ago. de 2013. SILVA, Simão Pereira da; WAKIM, Vasconcelos Reis; MAGALHÃES, Elizete Aparecida de. A Cooperação como Mecanismo de Fortalecimento Financeiro para a Gestão Pública Municipal: uma alternativa no Vale do Mucuri. In: ENAPEGS: QUARTO ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM GESTÃO SOCIAL. Lavras, 2010 p. 1-15. FILHO, Geraldo Rodrigues Ferreira et al. Limitações e Contradições nas Alternativas de Apoio Financeiro aos Municípios: Um Estudo de Caso no Município de Itaipé em Minas Gerais. . In: ENAPEGS: ENCONTRO DE ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E GOVERNANÇA. Vitória, 2010. p.17.
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