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Responsabilidade Bancaria

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FACULDADE DO SUL DA BAHIA 
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO 
OITAVO PERIODO “A” 
 
 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL EM ATIVIDADES 
BANCARIA 
 
 
 
 
 
 
 
Teixeira de Freitas 
2014 
FACULDADE DO SUL DA BAHIA 
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO 
OITAVO PERIODO “A” 
ANNE GABRIELE SIQUEIRA DIAS 
BENIELTON DE SOUZA AUGSUTO 
GABRIEL LIMA DIAS 
JOHN SANDER DE CARVALHO 
RODRYGO FERREIRA PEREIRA 
YURI CARDOSO CARILLO DE SÁ 
 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL EM ATIVIDADES 
BANCARIA 
Trabalho a ser entregue no dia 01/12/2014 ao professor 
Clebeson Porto da matéria de Responsabilidade Civil, 
com a finalidade de obter nota da segunda unidade do 
oitavo período do curso de direito. 
 
 
 
Teixeira de Freitas 
2014 
ATIVIDADE BANCÁRIA E A APLICABILIDADE DO CDC 
 
As discussões jurídicas relacionadas aos contratos bancários ganharam 
importância com a lei 8079/90, que estabeleceu as regras a serem respeitadas 
nas relações de consumo entre consumidores e fornecedores, Os 
estabelecimentos bancários, como qualquer outro estabelecimento comercial, 
tem como objetivo principal o lucro. Embora definidos como fornecedores pelo 
art 3º do Código de Defesa do Consumidor, há grande discussão no meio 
jurídico, quanto a efetiva incidência de normas de proteção aos contratos 
firmados entre cliente e instituição bancária, uma vez que não haveria como se 
falar em relação de consumo relacionada aos contratos assinados entre 
clientes e instituições bancárias. 
Há outras posições a serem consideradas, como a de Luiz Rodrigues 
Wambier, que acredita que os contratos bancários, são relações de consumo , 
assim diz: 
"Se, todavia, o tomador dos recursos se utilizou do montante obtido por meio de 
operação de crédito (em sentido amplo) para a realização de atividades próprias, 
tanto de produção quanto de consumo, estará efetivamente consumindo aqueles 
recursos e, com isso, sujeitando a operação bancária ao crivo do CDC." 
(WAMBIER, Luiz Rodrigues. Os Contratos bancários e o Código de defesa do 
Consumidor. In Revista de Direito do Consumidor. São Paulo: RT, Vol. 18, 
Abr./Jun. 1996, p.127). 
Há ainda que ser demonstrada posição de Fabio Ulhoa Coelho, que 
define a atividade bancária e a compara com outros ramos como a atividade 
industrial, assim estabelecendo uma identidade entre ambas e deixando claro 
que mesmo nos contratos é a atividade bancária, uma atividade entre 
fornecedor e consumidor: 
“Por atividade bancária entende-se a coleta, intermediação ou aplicação de 
recursos financeiros próprios ou de terceiros em moeda nacional ou estrangeira. 
Esse conceito abarca uma gama considerável de operações econômicas, ligadas 
direta ou indiretamente à concessão, circulação ou administração do crédito. 
Estabelecendo-se paralelo entre a atividade bancária e a industrial, pode-se 
afirmar que a matéria prima do banco e o produto que ele oferece ao mercado é o 
crédito, ou seja, a instituição financeira dedica-se a captar recursos junto a clientes 
para emprestá-los a outros clientes.” (COELHO, Fabio Ulhoa, Curso de Direito 
Comercial, 1994, p.174). 
Com o mesmo posicionamento ainda é possível trazer posição de Nery 
Junior, que diz : 
“O problema da classificação do banco como empresa e de sua atividade 
negocial, tem-se que é considerado pelo artigo 3º, caput, do Código do 
Consumidor como fornecedor, ou melhor, é considerado como um dos sujeitos da 
relação de consumo [...] O produto da atividade negocial do banco é o crédito; 
agem os bancos, ainda, na qualidade de prestadores de serviço quando recebem 
tributos mesmo de não clientes, fornecem extratos de contas bancárias por meio 
de computador.” (NERY JUNIOR, Nelson, Direito do Consumidor, 1992, p.304). 
 Dessa forma o argumento de que não poderiam ser aceitos como 
relação de consumo os contratos bancários, pois não haveria como se 
consumir dinheiro e assim não poderia existir relação de consumo não é valida, 
tendo em vista que o dinheiro é um bem consumível, definido assim pelo 
código civil, e dessa forma, o argumento torna-se inválido. Outro argumento 
que era utilizado para a não incidência do Codigo de Defesa do Consumidor 
nos contratos bancários é o de que não haveria destinatário final ao credito, 
uma vez que a função do mesmo seria de circular riquezas, porém pode não 
pode ser o cliente obrigado a manter o crédito em sua posse. Assim explica 
Nelson Nery Junior que diz: 
“ havendo a outorga do dinheiro ou do crédito para que o devedor o utilize como 
destinatário final, há a relação de consumo que enseja a aplicação dos 
dispositivos do Código de Defesa do Consumidor. Caso o devedor tome dinheiro 
ou crédito emprestado do banco para repassá-lo, não será destinatário final e, 
portanto, não há que se falar em relação de consumo. Porém, o ônus de provar 
que o dinheiro ou crédito tomado pela pessoa física não foi destinado ao uso final 
do devedor, é incumbido ao banco.” (NERY JUNIOR, Nelson, Direito do 
Consumidor, 1992, p.459). 
Outro argumento é o de que o crédito obtido será utilizado como fator de 
produção, não havendo consumo final pelo cliente, porém não há presunção 
alguma que o credito será sempre utilizado como meio de produção, não sendo 
no contrato bancário pactuado algo nesse sentido, ficando dessa forma 
prejudicado o argumento, além disso a obtenção do crédito gera uma 
prestação de serviço do banco para com o cliente, o que caracteriza a 
incidência do Código de Defesa do Consumidor na relação e faz do banco um 
fornecedor. 
Jurisprudência é dominante o entendimento quanto à aplicabilidade do 
Código de Defesa do Consumidor às atividades bancárias.. Dessa forma 
conclui-se do exposto, que aos contratos bancários, aplicam-se inúmeras 
disposições do estatuto protecionista do consumidor, Lei nº 8.078/90 e que os 
argumentos contrários não são validos, para a não aplicação do CDC. 
 
EXPOSIÇÃO INDEVIDA DO CONSUMIDOR INADIMPLENTE 
 
 O que se pode punir eventualmente é a maneira abusiva com que as 
cobranças podem ser realizadas, de modo a evitar os excessos cometidos em 
tal ato. 
Artigo 42 – Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto 
à ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. 
Parágrafo único – o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à 
repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, 
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipóteses de engano 
justificável. 
 
Há de se ponderar que, existem várias maneiras de se cobrar uma 
dívida, pode ser por intermédio de uma cobrança judicial ou por uso de táticas 
"extrajudiciais" (telefonemas, notificações, telegramas, etc.). 
 
É nesse momento, das cobranças extrajudiciais, que exsurgem os 
excessos e abusos, uma vez que as táticas geralmente utilizadas pelas 
empresas credoras ou suas terceirizadas são as mais diversas possíveis, pois 
abordam os devedores em seus lares, trabalhos e até mesmo em momentos 
de lazer. 
Existem casos, em que inclusive expõem os devedores a situações 
vexatórias, o que possibilita que futuramente, estes, independente de deverem 
ou não, ajuízem ações buscando indenização pelos eventuais danos morais. 
Assim, insta salientar que o credor tem sim todo o direito de cobrar sua 
dívida, porém que se faça dentro dos limites da lei, é claro. 
Não se está aqui dizendo que a empresa não possa realizar a cobrança 
das dívidas, claro que pode, porém devem evitar se valer da famosa "tortura 
psicológica", realizada pelas empresas de cobranças terceirizadas, que 
passam a ligar diversas vezes ao dia, em telefonesfixos, celulares e até 
mesmo vizinhos, passando as informações sobre a dívida a terceiros, 
colocando os devedores em situações extremamente embaraçosas, inclusive 
passando informações inverídicas com o intuito de intimidar e amedrontar o 
devedor. 
O que o Código de Defesa do Consumidor protege é a exposição do 
cliente ao ridículo, mesmo que o ato de cobrar e ser cobrado cause vexame, 
porém isso não deve ser a arma usada a compelir o cliente ao pagamento da 
dívida. 
Portanto, não se deve expor o cliente, fazendo com que tal dívida e 
cobrança cheguem ao conhecimento de terceiros, seja de qualquer maneira, 
pois com isso, são inúmeras as formas de expor o cliente ao ridículo, 
dependendo até mesmo da “criatividade” que se possa chegar à cobrança com 
o intuito de compelir o pagamento da dívida por intermédio de uma situação 
vergonhosa. 
Quanto aos locais de cobrança, não quer dizer que o legislador proibiu 
determinados locais como trabalho, descanso ou lazer, porém não pode tal 
conduta (a cobrança) interferir no trabalho do devedor, seu descanso ou lazer, 
e esse grau de interferência é que será avaliado caso a caso. 
Assim, o consumidor deve conhecer e exigir seus direitos ao passar por 
uma situação em que se sinta exposto ao ridículo, constrangido ou ameaçado. 
Inclusive, sobre para tutelar esse direito é que o Código de Defesa do 
Consumidor prevê em seu artigo 71 punição para a conduta de exposição 
vexatória: 
"Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento 
físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro 
procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira 
com seu trabalho, descanso ou lazer: Pena: Detenção de três meses a um ano e 
multa." 
 Nesses casos, objetivamente, o cliente deve fazer um Boletim de 
Ocorrência, informando os fatos e a parte contrária (empresa credora), e 
procurar um órgão de proteção ao consumidor ou um advogado de sua 
confiança. 
 
COBRANÇA DE VALORES INDEVIDOS 
É sabido que as relações de consumo representam um grande 
contingente de demandas perante o Poder Judiciário. Esse crescimento 
vertiginoso da jurisdicionalização sobre os conflitos de interesse entre 
consumidores e empresas fornecedoras deve-se, entre outras razões, ao 
acesso à informação, através da mídia, dos meios de comunicação de massa, 
e da internet. 
O Procon, órgão vinculado à Administração Direta, responsável pela 
defesa do consumidor, recebe diariamente, em suas unidades de atendimento 
espalhadas pelo país, dezenas de consumidores. Além de fiscalizar e aplica 
multas, o Procon atua como órgão conciliador, não sendo dotado, contudo, de 
coercitibilidade e imperatividade para impor a correção de um comportamento 
ilícito ou uma sanção pela prática do ato. 
Assim, eis que entra em ação a máquina judiciária, a fim de socorrer e 
remediar todas as situações não dirimidas na esfera administrativa. 
É muito comum notar que operadores do direito, em defesa dos 
interesses de seus clientes, por vezes distorcem a letra da lei, visando auferir 
retorno desproporcional ao prejuízo arcado. Isto se deve tanto em razão do 
despreparo desses profissionais, como também da má-fé na postulação de 
direitos. Entretanto, em alguns casos, a redação da lei resta confusa e 
ambígua, sendo necessária a extração da real intenção da norma jurídica, por 
meio de uma análise de princípios e de uma interpretação sistemática e 
teleológica do direito. 
Nesse sentido, um ponto interessante a se debruçar é a questão da 
cobrança indevida, instituto tratado por dois diplomas normativos, a saber, 
Código Civil e Código de Defesa do Consumidor, mas que assume acepções 
distintas. 
A cobrança indevida está regulada no Código Civil, em seu artigo 940, 
que traz a seguinte redação: Aquele que demandar por dívida já paga, no todo 
ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for 
devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que 
houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se 
houver prescrição. Por seu turno, o Código de Defesa do Consumidor trata da 
cobrança indevida no artigo 42, parágrafo único, senão veja-se: O consumidor 
cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual 
ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros 
legais, salvo hipótese de engano justificável. 
Preliminarmente, muito embora ambos os diplomas positivem a mesma 
situação, superado está um possível conflito entre tais normas, tendo em vista 
o critério da especificidade, em que a norma específica prevalece a norma 
geral. Destarte, em se tratando de relações de consumo, aplicar-se-á o artigo 
42, parágrafo único, da Lei 8.078/90, ficando as relações civis e empresariais 
sujeitas à aplicação do Código Civil. 
A primeira discussão que podemos suscitar diz respeito ao 
verbo demandar do artigo 940 do Código Civil. Uma primeira corrente 
doutrinária entende que há a necessidade de processo judicial, considerando o 
verbo em sentido estrito. Contudo, prevalece o entendimento de que o verbo 
deve ser considerado de maneira ampla, abrangendo-se, assim, também a 
cobrança extrajudicial. 
O ponto mais polêmico reside na imprecisão do legislador ao 
confeccionar o parágrafo único do artigo 42 do CDC. Isto porque a letra da lei 
dá margem à dúvida, ao dispor que o consumidor cobrado indevidamente tem 
direito à repetição do indébito, correspondente ao dobro do que pagou. A 
princípio, a lei fala em cobrar, sendo, portanto, irrelevante a existência do 
pagamento. No entanto, na segunda parte do dispositivo, a quantificação do 
valor a ser retornado é feita com base na quantia desembolsada pelo 
consumidor, ficando incerta a necessidade do pagamento. 
Certo é que esse impasse ainda provoca polêmica na doutrina e 
jurisprudência. Não obstante, entendo que a aplicação mais justa da regra 
contida no artigo 42, interpretada de acordo com todo o sistema jurídico e a 
realidade econômica, considerando, inclusive, o escopo do Código de Defesa 
do Consumidor e dos preceitos constitucionais, imputa àquele que cobrou 
quantia indevida, independentemente do pagamento pelo consumidor, a 
repetição do indébito. 
É de suma importância o diálogo com outras fontes regradoras, que não 
apenas a interpretação gramatical do texto legal. Há que se considerar o 
objetivo da hermenêutica jurídica, de investigação e coordenação por modo 
sistemático dos princípios do direito e das leis decorrentes, apurando-se o 
conteúdo, de modo a alcançar a verdadeira finalidade da norma jurídica, para 
fins de sua correta aplicação. 
 
Nº 71004835625 (Nº CNJ: 0007073-42.2014.8.21.9000) 
2014/Cível 
CONSUMIDOR. TELEFONIA. AÇÃO DECLARATÓRIA DE 
DESCONSTITUIÇÃO DE DÉBITOS C/C DEVOLUÇÃO. 
COBRANÇA POR SERVIÇOS NÃO CONTRATADOS. FATURAS 
PAGAS. DEVER DE RESTITUIR, EM DOBRO, DOS VALORES 
INDEVIDAMENTE COBRADOS. APLICABILIDADE DO 
ART. 42 DO CDC. SENTENÇA MODIFICADA. RECURSO 
PROVIDO. 
Recurso Inominado Segunda Turma Recursal 
Cível 
Nº 71004835625 (Nº CNJ: 0007073-
42.2014.8.21.9000) 
Comarca de São Leopoldo 
CP CENTRAL DE PROJETOS ELETRICOS LTDA RECORRENTE 
BRASILTELECOM RECORRIDO 
ACÓRDÃO 
Vistos, relatados e discutidos os autos. 
Acordam os Juízes de Direito integrantes da Segunda Turma Recursal Cível 
dos Juizados Especiais Cíveis do Estado do Rio Grande do Sul, à 
unanimidade, em DAR PROVIMENTO AO RECURSO. 
Participaram do julgamento, além da signatária (Presidente), os eminentes 
Senhores Dr.ª Ana Claudia Cachapuz Silva Raabe e Dr. Alexandre de 
Souza Costa Pacheco.Porto Alegre, 16 de julho de 2014. 
DRA. VIVIAN CRISTINA ANGONESE SPENGLER, 
Relatora. 
RELATÓRIO 
Trata-se de ação de desconstituição de débito por cobrança superior ao 
contratado em duas linhas de telefonia fixa comercial. Alega a parte autora que 
as cobranças iniciaram conforme o contrato, porém foram aumentando 
sucessivamente sem que houvesse aumento do consumo dos serviços. 
Informa que tentou solucionar o problema pela via administrativa da operadora, 
contudo, sem sucesso. Requereu a desconstituição do débito de R$1.843,71, a 
devolução em dobro pelos valores pagos indevidamente e a cobrança 
conforme o contratado. 
A demanda foi julgada procedente para declarar a desconstituição do débito de 
R$1.843,71, determinar a regularização das cobranças nas faturas conforme o 
plano contratado. 
Recorreu a parte autora, postulando a reforma da sentença. 
VOTOS 
Dra. Vivian Cristina Angonese Spengler (RELATORA) 
O recurso interposto é somente da parte autora e é digno de acolhimento. A 
irresignação versa sobre a devolução dos valores pagos indevidamente. 
Entendo que merece reforma a decisão de primeiro grau. Isso porque no caso 
em apreço, verifica-se a cobrança por serviços de telecomunicações não 
contratados nos terminais 51- 3568 7634 e 51- 3589 7800. 
Em relação à linha 51- 3568 7634, faturas de dezembro/12 a abril/13, fls. 36/56 
verifica-se a cobrança indevida e o respectivo adimplemento pelos serviços não 
contratados chegando ao total de R$3.041,64, que em dobro atinge o montante 
de R$6.083,28. 
Fatura Data do pagamento Valor R$ Folhas 
Dezembro/12 14/12/12 241,67 36/38 
Janeiro/13 14/01/2013 249,40 39/40 
Fevereiro/13 18/02/2013 644,30 41/43 
Março/13 14/03/2013 960,00 44/45 
Abril/13 15/04/2013 946,27 46/48 
Total simples 3.041,64 
Total em dobro 6.083,28 
 
 
 
No que se refere ao terminal 51- 3589 7800, pela análise das faturas é possível 
constatar que as cobranças iniciaram a partir da fatura de março/2013, fl. 50, 
bem como o devido pagamento , de modo que os valores a serem restituídos 
correspondem às faturas anexadas aos autos, às folhas 50/57, chegando ao 
total de R$564,72, que em dobro equivale a R$1.129,44. 
Fatura Data do pagamento Valor R$ Folhas 
Março/13 14/03/2013 191,84 50/51 
Abril/13 15/04/2013 189,50 52/54 
Maio/13 14/05/2013 183,38 55/57 
Total simples 564,72 
Total em dobro 1.129,44 
 
 
 
Portanto, em relação à restituição dos valores cobrados não 
contratados , reconheço como indevidas as cobranças e aplicável a 
condenação à restituição, em dobro, do valor pago, nos termos do art. 42, 
parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor que dispõe “o 
consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do 
indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de 
correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável”. 
Assim, determino a restituição dos valores indevidamente pagos no valor de 
R$3606,36, que em dobro corresponde ao valor de R$7212,72, devendo ser 
corrigidos pelo IGP-M desde a data de cada desembolso e juros de mora de 
1% ao mês, desde a citação em 21/06/2013, fl.10. 
Em face do exposto, voto no sentido de DAR P PROVIMENTO AO 
RECURSO para determinar à ré que restitua a parte autora o valor de 
R$7212,72, atualizada monetariamente pelo IGP-M desde a data de cada 
desembolso, acrescida de juros de mora de 1% ao mês, desde a citação 
(21/06/2013 – fl.10). 
Sem sucumbência, na exegese do art. 55 da Lei 9.099/95. 
Dr.ª Ana Claudia Cachapuz Silva Raabe - De acordo com o (a) Relator (a). 
Dr. Alexandre de Souza Costa Pacheco - De acordo com o (a) Relator (a). 
DRA. VIVIAN CRISTINA ANGONESE SPENGLER - Presidente - Recurso 
Inominado nº 71004835625, Comarca de São Leopoldo:"DERAM 
PROVIMENTO AO RECURSO. UNÂNIME." 
Juízo de Origem: 2. VARA CIVEL SÃO LEOPOLDO - Comarca de São 
Leopoldo

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