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Bacen: Programa de Capacitação 2013 (Procap)

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Programa de Capacitação 
Analista do Banco Central do Brasil
ANALISTA – SFN
2014
APOSTILA PROCAP CONCURSO 2013
ANALISTA – SFN
Sumário
INTRODUÇÃO AO MÓDULO I ..... 5
MÓDULO I – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ..... 6
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO DO SFN. ÓRGÃOS NORMATIVOS E 
ENTIDADES SUPERVISORAS ..... 6
INTRODUÇÃO ..... 6
1 EVOLUÇÃO DO SFN A PARTIR DE 1944 ..... 6
1.1 Do pós-guerra às reformas de 1964-1965 ..... 6
1.2 Das Reformas de 1964-1965 até 1988 ..... 7
1.3 De 1988 a 1994 ..... 8
1.4 De 1994 aos dias atuais ..... 8
2 ÓRGÃOS NORMATIVOS DO SFN ..... 9
3 ENTIDADES SUPERVISORAS DO SFN ..... 9
UNIDADE 2 – ENTIDADES OPERADORAS ..... 11
INTRODUÇÃO ..... 11
1 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS CAPTADORAS DE DEPÓSITO À VISTA ..... 11
2 BOLSAS DE MERCADORIAS E FUTUROS ..... 12
3 RESSEGURADORES ..... 12
4 DEMAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS ..... 13
5 OUTROS INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS ..... 17
UNIDADE 3 – OUTROS PARTICIPANTES E TEMAS RELEVANTES NO SFN ..... 20
INTRODUÇÃO ..... 20
1 CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (CFSFN) ..... 20
2 FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITOS (FGC) ..... 21
3 FUNDO GARANTIDOR DE COOPERATIVISMO DE CRÉDITO (FGCOOP) ..... 23
4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE CRÉDITO (SCR) ..... 24
5 SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO (SFH) ..... 25
6 INCLUSÃO FINANCEIRA E EDUCAÇÃO FINANCEIRA ..... 26
6.1 Parceria Nacional para Inclusão Financeira ..... 28
7 FINANÇAS SUSTENTÁVEIS ..... 29
8 COOPERATIVISMO DE CRÉDITO ..... 29
REFERÊNCIAS ..... 32
MÓDULO II – BANCOS CENTRAIS E BANCO CENTRAL DO BRASIL ..... 41
UNIDADE 1 – ORIGENS DOS BANCOS CENTRAIS; HISTÓRIA DO BANCO CENTRAL DO 
BRASIL; FUNÇÕES DE MONOPOLISTA DE EMISSÃO E BANQUEIRO DO GOVERNO ..... 41
INTRODUÇÃO ..... 41
1 ORIGENS DOS BANCOS CENTRAIS E HISTÓRIA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL ..... 41
1.1 Origens dos Bancos Centrais ..... 41
1.2 História do Banco Central do Brasil ..... 42
2 FUNÇÕES DO BANCO CENTRAL DO BRASIL ..... 44
2.1 Monopolista de Emissão ..... 44
2.2 Banqueiro do Governo ..... 45
REFERÊNCIAS ..... 48
UNIDADE 2 – FUNÇÃO DO BANCO CENTRAL DO BRASIL COMO BANCO 
DOS BANCOS ..... 50
INTRODUÇÃO ..... 50
1 SISTEMA DE PAGAMENTOS ..... 50
1.1 Características do sistema de pagamentos vigente até 2002 ..... 51
1.2 Reestruturação do SPB ..... 52
1.3 Características do atual SPB ..... 52
1.4 Atendimento a demandas de liquidez ..... 57
1.5 Prestamista de última instância ..... 58
REFERÊNCIAS ..... 59
UNIDADE 3 – FUNÇÃO DO BANCO CENTRAL COMO SUPERVISOR E 
FISCALIZADOR DO SFN ..... 61
INTRODUÇÃO ..... 61
1 CAMPO DE ATUAÇÃO DO BANCO CENTRAL E AMPARO NORMATIVO ..... 61
2 CONCESSÃO DE AUTORIZAÇÕES PELO BCB ..... 63
3 CONTEXTO INTERNACIONAL DE SUPERVISÃO: OS ACORDOS DE BASILEIA ..... 64
4 REGULAÇÃO PRUDENCIAL E ESTABILIDADE FINANCEIRA NO BRASIL ..... 65
5 COMITÊ DE ESTABILIDADE FINANCEIRA (COMEF) ..... 66
6 ORGANIZAÇÃO DAS AÇÕES DE SUPERVISÃO E FISCALIZAÇÃO ..... 67
7 ATIVIDADES DE SUPERVISÃO E FISCALIZAÇÃO NO ÂMBITO DA DIFIS ..... 67
7.1 Supervisão focada em riscos ..... 68
8 SUPERVISÃO E CONTROLE DAS OPERAÇÕES DO CRÉDITO RURAL E DO PROAGRO ..... 73
9 INSTRUMENTOS DISCIPLINARES E PUNITIVOS ..... 74
9.1 Processos administrativos punitivos ..... 75
9.2 Medidas cautelares ..... 76
9.3 Termo de comparecimento ..... 76
9.4 Classificação de instituições supervisionadas na situação “em evidência” ..... 77
10 REGIMES ESPECIAIS: INTERVENÇÃO, LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL E 
ADMINISTRAÇÃO ESPECIAL TEMPORÁRIA ..... 77
REFERÊNCIAS ..... 78
UNIDADE 4 – EXECUTOR DAS POLÍTICAS MONETÁRIA E CAMBIAL E AUTONOMIA 
DOS BANCOS CENTRAIS E DO BANCO CENTRAL DO BRASIL ..... 79
1 FUNÇÃO DO BANCO CENTRAL - EXECUTOR DA POLÍTICA MONETÁRIA ..... 79
1.1 Instrumentos de política monetária ..... 79
2 FUNÇÃO DO BANCO CENTRAL - EXECUTOR DA POLÍTICA CAMBIAL ..... 86
2.1 Mercado de câmbio no Brasil ..... 88
REFERÊNCIAS ..... 96
UNIDADE 5 – MODELOS DE BANCOS CENTRAIS EM OUTROS PAÍSES E 
ORGANISMOS E INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS INTERNACIONAIS ..... 99
INTRODUÇÃO ..... 99
1 MODELOS DE BANCOS CENTRAIS ..... 99
1.1 Federal Reserve System (FED) ..... 99
2 BANCO CENTRAL DA CHINA ..... 103
2.1 Aspectos históricos ..... 103
2.2 Organização ..... 104
2.3 Funções ..... 104
3 BANCO CENTRAL EUROPEU (BCE) ..... 105
3.1 Antecedentes ..... 105
3.2 Organização ..... 106
3.3 Funções ..... 107
3.4 Composição do capital ..... 107
3.5 Independência ..... 108
3.6 Accountability ..... 109
3.7 O BCE e a crise do euro ..... 109
4 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS INTERNACIONAIS ..... 109
4.1 Fundo Monetário Internacional (FMI) ..... 109
4.2 Funções e objetivos ..... 109
4.3 Organização ..... 110
4.4 Governança ..... 111
4.5 Direitos especiais de saque (DES) ..... 112
4.6 Surveillance ..... 113
4.7 Padrão Especial de Disseminação de Dados (SDDS) ..... 114
4.8 Linhas de financiamento ..... 114
4.9 O Brasil e o FMI ..... 115
5 GRUPO BANCO MUNDIAL ..... 115
5.1 Finalidades ..... 115
5.2 Governança ..... 116
5.3 Composição ..... 116
6 BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO (BID) ..... 117
6.1 Organização ..... 117
6.2 Atuação ..... 118
6.3 Composição ..... 118
7 BANCO DE COMPENSAÇÕES INTERNACIONAIS (BIS) ..... 118
7.1 Missão e organização ..... 119
7.2 Atuação ..... 119
8 CEMLA ..... 120
9 MERCOSUL ..... 120
9.1 Antecedentes ..... 120
9.2 Evolução institucional ..... 121
9.3 Estrutura orgânica ..... 121
10 TÓPICOS RELEVANTES PARA BANCOS CENTRAIS ..... 122
10.1 Fundos Soberanos ..... 122
10.2 Fundo Soberano do Brasil ..... 123
REFERÊNCIAS ..... 126
INTRODUÇÃO AO MÓDULO I
O objetivo deste módulo é fornecer uma visão geral do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Para tanto, 
é apresentada breve visão histórica da sua evolução, a partir do pós-guerra (1944), chegando à sua atual 
estrutura, contemplando os principais órgãos normativos, as entidades supervisoras e os operadores do 
SFN, dos quais fazem parte as instituições financeiras propriamente ditas. Além destes, foram agregados ao 
texto outros elementos relevantes na caracterização do SFN (órgãos, sistemas e temas atuais).
Também foi destacada a evolução do SFN pós 1994, uma vez que a redução acentuada dos índices 
de inflação levou a uma nova realidade no funcionamento do sistema econômico brasileiro e, portanto, das 
instituições financeiras que atuam no país.
Os assuntos que têm sido objeto de atenção recente, por parte do Banco Central do Brasil (BCB), 
mereceram um texto mais abrangente, com informações quantitativas sobre instituições financeiras, rede de 
atendimento bancário no país, cooperativismo de crédito e principais instituições de determinado segmento. 
Uma vez que a atuação do BCB e a estrutura e funcionamento do SFN decorrem basicamente do 
arcabouço legal e regulamentar existente, foi inevitável a citação de diversas leis e resoluções. Em última 
instância, tais remissões facilitam a busca por informações e podem auxiliar aos mais interessados em ampliar 
seu conhecimento nos diversos assuntos mencionados. 
No que se refere à composição e aos principais órgãos operadores do Sistema Financeiro Nacional, 
a principal fonte de consulta foi o sítio do Banco Central (BCB, disponível em: <http://www.bcb.gov.
br/?SFNCOMP>, múltiplos acessos entre 11 e 26/11/2013). Quanto à evolução histórica do SFN, a principal 
fonte de referência foi a obra de Lopes E Rossetti, Economia Monetária (7. ed. São Paulo: Atlas, 1998, p. 
426-436). Em ambos os casos, o texto original foi editado por questões de espaço e, sempre que necessário, 
atualizado para incorporar as últimas alterações normativas disponíveis até a conclusão do presente trabalho, 
em dezembro de 2013*.
Quadro 1: Composição do Sistema Financeiro Nacional
Fonte: BCB, disponível em: <http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP> e atualizações.
 
* As Referências utilizadas neste módulo estão apresentadas ao final da Unidade 3.
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Analista: Área I
MÓDULO I – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO DO SFN. ÓRGÃOS NORMATIVOS E ENTIDADES SUPERVISORAS
INTRODUÇÃO
O objetivo desta unidade é oferecer uma visão sobre a evolução do SFN do final da Segunda Guerra 
Mundial aos dias atuais, destacando os órgãos normativos e as suas respectivas entidades supervisoras, nos 
três segmentos que o compõem. O Banco Central do Brasil foi abordado de maneira sumária neste tópico, 
uma vez que suas funções, estrutura e funcionamento serão objeto do módulo 2. 
1 EVOLUÇÃO DO SFN A PARTIR DE 1944
A evolução do Sistema Financeiro Nacional (SFN) brasileiro pode ser mais facilmente compreendida 
a partir da divisão do tempo em diferentes períodos. Aqui serão considerados quatro períodos históricos: 
i. A fase pós-guerra até as reformas de 1964-1965. 
ii. Das reformas de 1964-1965 até 1988. 
iii. De 1988 a 1994.
iv. De 1994 aos dias atuais.
1.1 Do pós-guerra às reformas de 1964-19651
Habitualmente o período compreendido entre 1945 e 1964 é considerado de transição entre a 
estrutura simples de intermediação financeira existente na primeira metade do século XX e a complexa 
estrutura montada a partir das reformas institucionais de 1964 e 1965. Durante estas duas décadas, o SFN 
sofreu marcantes transformações, acompanhando a evolução econômica do país, que registrou crescimento 
médio anual de 6,6% no período, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
As principais mudanças foram:
i. Expansão da rede bancária a taxas elevadas nas diferentes regiões do país.
ii. Implantação de um órgão normativo, de assessoria, controle e fiscalização do SFN que seria 
o primeiro passo para a criação de um banco central no país – a Superintendência da Moeda 
e do Crédito (Sumoc).
iii. Criação de uma instituição financeira central para fomento de longo prazo, o Banco Nacional 
de Desenvolvimento Econômico (BNDE), criado em 1952, transformado em Banco Nacional 
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em 1982, destinado a apoiar a implantação 
de setores de infraestrutura no Brasil.
iv. Criação de instituições financeiras de apoio a regiões carentes, como o Banco de Crédito 
da Amazônia S.A. (BASA, 1950), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB, 1952) e, ao final do 
período, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul (BRDE, 1961), integrados à 
política de redução dos desníveis regionais de desenvolvimento econômico.
v. Desenvolvimento espontâneo de companhias de crédito, financiamento e investimento (CFI 
ou financeiras), para captação e aplicação de recursos em prazos compatíveis com a crescente 
demanda de crédito de médio e longo prazo, em decorrência da implantação de novos setores 
industriais no país, produtores de bens de capital e de consumo duráveis.
Nesse contexto, a Sumoc foi criada em 1945, para servir de interlocutor junto ao Fundo Monetário 
Internacional (FMI) e exercer algumas funções de um banco central como órgão normativo, de assessoria, 
1 Conforme Lopes e Rossetti (1998, p. 426-436).
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ANALISTA – SFN: Módulo I – Unidade 1 – Evolução do SFN. Órgãos Normativos e Entidades Supervisoras
controle e fiscalização da política monetária e do sistema de intermediação financeira. Contudo, até mesmo por 
falta de amparo legal, a Sumoc era incapaz de impor disciplina às operações bancárias e maiores penalidades 
às instituições faltosas. 
As funções executivas de um banco central eram então exercidas pelo Banco do Brasil, que, por meio 
de suas carteiras especializadas, agia como:
i. Banco dos bancos – recebia depósitos voluntários e compulsórios de bancos privados e 
administrava os serviços de compensação.
ii. Agente financeiro do governo – atuava como caixa do Tesouro Nacional (TN) e financiador 
de déficits orçamentários.
iii. Depositário e administrador de reservas internacionais.
iv. Emprestador de última instância – concedia assistência financeira ao sistema bancário por 
meio de redescontos. 
É interessante notar que este período foi marcado por significativo número de processos de fusão e de 
incorporação de instituições financeiras, a partir de um número elevado de casas bancárias de pequeno porte, 
remanescentes do período anterior à guerra de 1939-1945. De fato, o número de matrizes de instituições 
bancárias caiu de 404, em 1951, para 336, em 1964. Não obstante, houve crescimento significativo da rede de 
agências no mesmo período, passando de 4.038 em 1951 para 6.826 em 1964. Tal expansão contemplou não 
apenas as áreas urbanas em expansão, mas também regiões mais distantes, que foram sendo incorporadas à 
dinâmica do desenvolvimento econômico do país. 
1.2 Das Reformas de 1964-1965 até 1988
 Para melhor compreensão das profundas alterações do SFN ocorridas a partir de 1964-1965, é 
fundamental ter em mente o arcabouço legal criado neste período, a saber:
i. Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964, também chamada Lei do Plano Nacional de Habitação, 
instituiu a correção monetária nos contratos imobiliários de interesse social, criou o Banco 
Nacional de Habitação (BNH) e institucionalizou o Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
ii. Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, também conhecida como Lei da Reforma Bancária 
– reestruturou o Sistema Financeiro Nacional, definiu as características e áreas específicas de 
atuação das instituições financeiras e transformou a Sumoc e seu conselho, respectivamente, 
no Banco Central do Brasil e no Conselho Monetário Nacional.
iii. Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, conhecida como Lei do Mercado de Capitais – disciplinou 
esse mercado e estabeleceu medidas para seu desenvolvimento. 
A partir desta base legal, o SFN passou a contar com maior e mais diversificado número de intermediários 
financeiros não bancários (isto é, não captadores de depósitos), com áreas específicas de atuação. Paralelamente 
foi significativamente ampliada a pauta de ativos financeiros disponíveis, abrindo-se novo leque de opções para 
aplicação de poupanças e criando-se, dessa forma, condições mais efetivas ao desenvolvimento do processo 
de intermediação financeira no país. 
As três leis continuam em vigor e, apesar das modificações e aperfeiçoamentos posteriores, fruto da 
evolução do SFN, elas mantêm os fundamentos lançados à época.
Também é importante destacar a edição da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, que dispôs sobre 
o mercado de valores mobiliários e criou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em decorrência, o 
controle do mercado de capitais passou do âmbito do Banco Central para a CVM, ressalvadas as exceções 
listadas pela referida lei, que permanecem na competência do BCB, tais como: autorizar as câmaras ou 
prestadores de serviço de compensação, de liquidação e de registro; e a fiscalizar o mercado financeiro e de 
capitais. A autorização para funcionamento das corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários 
é da competência do BCB. A referida lei, conquanto tenha sofrido modificações mais profundas que as leis 
anteriormente mencionadas, permanece em vigor. 
Do ponto de vista da rede de agências no país, em 1970, apenas cinco anos após a implantação dessas 
reformas, havia 9.643 estabelecimentos com 517 sedes, incluindo instituições bancárias e não bancárias. 
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ANALISTA – SFN: Módulo I – Unidade 1 – Evolução do SFN. Órgãos Normativos e Entidades Supervisoras
Contudo, no segmento bancário, observou-se, de forma mais acentuada, um movimento de concentração e 
o número de matrizes reduziu-se de 178 (1970) para 107 (1985). 
1.3 De 1988 a 1994
 
A partir de 1988 o modelo do sistema de intermediação financeira no Brasil mudou novamente. A 
tipologia das operações edas instituições se manteve. Contudo o critério de especialização por instituições 
foi substituído por especialização por operações. A partir daquele ano, foi permitida a criação de bancos 
múltiplos, seja por processo de fusão, incorporação, cisão e transformação, seja por meio de constituição 
direta. Assim, os bancos múltiplos passaram a operar em todos os segmentos do sistema de intermediação 
financeira. O sistema passou a estruturar-se por instituições com uma única carteira ou com mais de uma 
carteira de operações, passando a prevalecer as instituições com carteiras múltiplas. 
Tabela 1: Carteiras de banco múltiplo (BM)
Fonte: Unicad. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/?REVSFN>.
Nota: * Ifs – Instituições Financeiras
No final da década de 1980, o SFN também foi marcado pela promulgação da Constituição Federal 
de 1988 que, entre outras medidas, estabeleceu mudança significativa quanto à quantidade de instituições 
financeiras existentes no sistema. Até então, no denominado sistema de cartas patentes, o CMN fixava um 
quantitativo máximo de instituições (inclusive agências e pontos de atendimento) para o mercado, e o ingresso 
no sistema dependia da aquisição dos pontos existentes para o tipo de instituição em questão, ao lado dos 
demais critérios de capacitação moral, técnica e financeira dos interessados.
1.4 De 1994 aos dias atuais2
Até 1994, a economia brasileira possuía algumas características específicas, decorrentes de um crônico 
e acentuado processo inflacionário, realimentado pela generalizada indexação de preços. Esse quadro, de 
certa forma, favoreceu o SFN, os bancos em particular, que se adaptaram ao ambiente de alta inflação que 
contribuiu para alavancar a participação do setor financeiro na renda nacional. Durante o período inflacionário, 
a atividade financeira sustentava-se dos recursos em trânsito (floating) e do financiamento ao desequilíbrio 
das contas públicas, concentrando-se em operações de curto prazo.
A partir do segundo semestre de 1994, com a implantação do Plano Real, acentuou-se o processo de 
reordenamento da economia brasileira, o que alterou o cenário em que atuavam as instituições financeiras. A 
redução dos níveis inflacionários e a maior abertura da economia revelaram o grau de ineficiência de alguns 
setores domésticos que passaram a refletir-se na incapacidade de honrar os empréstimos concedidos pelos 
2 Do texto O Sistema Financeiro Nacional e o Plano Real. Disponível em <http://www.bcb.gov.br/htms/deorf/r199812/texto.asp?idpai=revsfn199812>. 
Acesso em: 21 nov. 2013.
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ANALISTA – SFN: Módulo I – Unidade 1 – Evolução do SFN. Órgãos Normativos e Entidades Supervisoras
bancos, fato acentuado pelo corte de subsídios e pela política monetária restritiva. Esses fatores, conjugados 
com o desaparecimento dos ganhos inerentes ao processo inflacionário, até então apropriados pelo segmento 
financeiro, evidenciaram a fragilidade de algumas de suas instituições, que se mostraram incapazes de promover 
os ajustes necessários para sua sobrevivência no novo ambiente econômico.
Dada a eminente situação de insolvência de instituições financeiras, o Conselho Monetário Nacional 
e o Banco Central passaram a tomar medidas no sentido de reestruturar e fortalecer o sistema financeiro, 
como o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro (Proer), o 
Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária (Proes) e a criação do 
Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Pela Lei 9.447, de 14.03.97, foram dados mais poderes ao Banco Central 
no tratamento de assuntos relacionados com a responsabilidade civil dos acionistas controladores, na adoção 
de medidas saneadoras de natureza preventiva e passíveis de adoção pelo mercado e na flexibilização de 
regras para privatizações. Pelo mesmo diploma legal, a apuração de responsabilidades de serviços de auditoria 
independente objetivaram reforçar, ainda mais, a ação preventiva do Banco Central.
2 ÓRGÃOS NORMATIVOS DO SFN
i. Conselho Monetário Nacional (CMN)
O Conselho Monetário Nacional (CMN), instituído pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é o órgão 
responsável por expedir diretrizes gerais ao bom funcionamento do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Integram 
o CMN o ministro da Fazenda (presidente), o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o ministro 
presidente do Banco Central do Brasil. Entre suas funções, estão: adaptar o volume dos meios de pagamento 
às reais necessidades da economia; regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de 
pagamentos; orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das 
instituições e dos instrumentos financeiros; zelar pela liquidez e pela solvência das instituições financeiras; 
coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa. 
ii. Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) ¬– órgão responsável por fixar as diretrizes e 
normas da política de seguros privados – é composto pelo ministro da Fazenda (presidente), representante do 
Ministério da Justiça, representante do Ministério da Previdência Social, superintendente da Superintendência 
de Seguros Privados, representante do Banco Central do Brasil e representante da Comissão de Valores 
Mobiliários. Entre as funções do CNSP, estão: regular a constituição, a organização, o funcionamento e a 
fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP), 
bem como a aplicação das penalidades previstas; fixar as características gerais dos contratos de seguro, 
previdência privada aberta, capitalização e resseguro; estabelecer as diretrizes gerais das operações de 
resseguro; prescrever os critérios de constituição das sociedades seguradoras, de capitalização, entidades 
de previdência privada aberta e resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas 
operações e disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de corretor. 
iii. Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)
O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) é um órgão colegiado que integra a 
estrutura do Ministério da Previdência Social cuja competência é regular o regime de previdência complementar 
operado pelas entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão). 
3 ENTIDADES SUPERVISORAS DO SFN
i. Banco Central do Brasil (BCB)
O Banco Central do Brasil (BCB) foi criado pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964. É uma autarquia 
federal vinculada ao Ministério da Fazenda e o principal executor das decisões do Conselho Monetário 
Nacional. Tem como missão assegurar o poder aquisitivo da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente 
e como principais responsabilidades:
• zelar pela adequada liquidez da economia; 
• manter as reservas internacionais em nível adequado; 
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ANALISTA – SFN: Módulo I – Unidade 1 – Evolução do SFN. Órgãos Normativos e Entidades Supervisoras
• estimular a formação de poupança; 
• zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro.
Sua sede fica em Brasília e tem nove representações regionais nas capitais dos Estados do Rio Grande 
do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará.
ii. Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda, 
instituída pela Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976. É responsável por regulamentar, desenvolver, controlar 
e fiscalizar o mercado de valores mobiliários. Para este fim, exerce as funções de: assegurar o funcionamento 
eficiente e regulardos mercados de bolsa e de balcão; proteger os titulares de valores mobiliários; evitar ou 
coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado; assegurar o acesso do público a informações sobre 
valores mobiliários negociados e sobre as companhias que os tenham emitido; assegurar a observância de 
práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; estimular a formação de poupança e sua 
aplicação em valores mobiliários; promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado 
de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas. 
iii. Superintendência de Seguros Privados (Susep)
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) – autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda – é 
responsável pelo controle e pela fiscalização do mercado de seguro, previdência privada aberta e capitalização. 
Entre suas atribuições, estão: fiscalizar a constituição, a organização, o funcionamento e a operação das 
sociedades seguradoras, de capitalização, entidades de previdência privada aberta e resseguradores, na 
qualidade de executora da política traçada pelo CNSP; atuar no sentido de proteger a captação de poupança 
popular que se efetua por meio das operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e 
resseguro; zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados; promover o 
aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vinculados; promover a estabilidade 
dos mercados sob sua jurisdição; zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado; 
disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens garantidores 
de provisões técnicas; cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por 
este forem delegadas; prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.
iv. Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc)
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma autarquia vinculada ao 
Ministério da Previdência Social, responsável por fiscalizar as atividades das entidades fechadas de previdência 
complementar (fundos de pensão). Atua como entidade de fiscalização e de supervisão das atividades das 
entidades fechadas de previdência complementar e de execução das políticas para o regime de previdência 
complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar, observando, inclusive, as 
diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Conselho Nacional de Previdência 
Complementar. 
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ANALISTA – SFN: Módulo I – Unidade 2 – Entidades Operadoras
UNIDADE 2 – ENTIDADES OPERADORAS
INTRODUÇÃO
Esta unidade apresenta resumo das diversas entidades operadoras do Sistema Financeiro Nacional, que 
efetivamente viabilizam as operações de mercado, operam com o público (clientes) e, portanto, cumprem as 
funções de intermediação financeira. A fim de ilustrar os mercados mencionados, são apresentados quadros 
complementares, contendo os grandes números e os principais agentes que operam nos principais segmentos.
1 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS CAPTADORAS DE DEPÓSITO À VISTA
• Bancos múltiplos com carteira comercial.
• Banco comercial (inclusive banco cooperativo comercial).
• Caixa Econômica Federal.
• Cooperativas de crédito. 
i. Bancos múltiplos 
Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam operações ativas, 
passivas e acessórias de diversas instituições financeiras. Devem constituir-se com, no mínimo, duas das 
seguintes carteiras, sendo uma delas obrigatoriamente comercial ou de investimento: 
I - comercial; 
II - de investimento e/ou de desenvolvimento, a última exclusiva para bancos públicos; 
III - de crédito imobiliário; 
IV - de crédito, financiamento e investimento; e 
V - de arrendamento mercantil. 
É importante destacar que as instituições financeiras múltiplas oficiais, federais ou estaduais podem 
operar simultaneamente as carteiras de investimento e de desenvolvimento (ex.: Banco do Nordeste do 
Brasil S.A. e Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A.), enquanto os bancos múltiplos privados não podem 
operar a carteira de desenvolvimento. 
Os bancos múltiplos devem ser organizados sob a forma de sociedade anônima e suas operações estão 
sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às 
suas carteiras. Na sua denominação social deve constar a expressão “Banco” (Resolução CMN nº 2.099, de 
1994 e atualizações). 
ii. Bancos comerciais
Os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou públicas que têm como objetivo principal 
proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a médio prazos, o comércio, a 
indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e os terceiros em geral. A captação de 
depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial, o qual pode também 
captar depósitos a prazo. Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e, na sua denominação 
social, deve constar a expressão “Banco” (Resolução CMN nº 2.099, de 1994). 
iii. Caixa Econômica Federal
A Caixa Econômica Federal (Caixa), criada em 1861, está regulada pelo Decreto-Lei 759, de 12 de 
agosto de 1969, como empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda, com 100% do capital social detido 
pela União. Trata-se de instituição assemelhada aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à vista, 
realizar operações ativas e efetuar prestação de serviços. Uma característica que distingue a Caixa é que ela 
prioriza a concessão de empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de assistência social, 
saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esporte. Pode operar com crédito direto ao consumidor, 
financiando bens de consumo duráveis, emprestar sob garantia de penhor industrial e caução de títulos, bem 
como tem o monopólio do empréstimo sob penhor de bens pessoais. Também tem o monopólio da venda 
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de bilhetes de loteria3 federal e dos concursos de prognósticos e da compra de ouro extraído em garimpos 
e minas. Além de centralizar o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do Fundo 
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), é o banco pagador do Programa de Integração Social (PIS), integra 
o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Ao final 
de 2012, a Caixa detinha 71% das operações de crédito imobiliário do país4. 
iv. Cooperativas de crédito
As cooperativas de crédito são sociedades de pessoas (cada associado tem direito a um voto, 
independente da quantidade de cotas partes detida na sociedade). Dividem-se em: singulares, que prestam 
serviços financeiros de captação e de crédito apenas aos respectivos associados, podendo receber repasses 
de outras instituições financeiras e realizar aplicações no mercado financeiro; centrais (constituídas por, no 
mínimo, três cooperativas singulares), que prestam serviços às singulares filiadas, e são também responsáveis 
auxiliares por sua supervisão; e confederações de cooperativas centrais (constituídas por, no mínimo, três 
centrais), que prestam serviços a centrais e suas filiadas. As regras prudenciais são mais estritas para as 
cooperativas cujo quadro social é mais heterogêneo, como as cooperativas de livre admissão (Resolução 
CMN nº 3.859, de 2010).
2 BOLSAS DE MERCADORIAS E FUTUROS
As bolsas de mercadorias e futuros podem assumir a forma jurídica de associação civil ou sociedade 
anônima, com objetivo de efetuar o registro, a compensação e a liquidação, física e financeira, dasoperações 
realizadas em pregão ou em sistema eletrônico. Para tanto, devem desenvolver, organizar e operacionalizar 
um mercado de derivativos livre e transparente, que proporcione aos agentes econômicos a oportunidade de 
efetuarem operações de hedging (proteção) ante flutuações de preço de commodities agropecuárias, índices, 
taxas de juro, moedas e metais, bem como de todo e qualquer instrumento ou variável macroeconômica 
cuja incerteza de preço no futuro possa influenciar negativamente suas atividades. Possuem autonomia 
financeira, patrimonial e administrativa e são fiscalizadas pela CVM, ressaltando-se que a autorização para 
funcionamento é da competência do BCB. 
3 RESSEGURADORES
Os resseguradores são entidades constituídas sob a forma de sociedades anônimas que têm por objeto 
exclusivo a realização de operações de resseguro e retrocessão. O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) 
foi fundado, em 1939, como empresa de economia mista, vinculada ao Ministério da Fazenda, com sede no 
Rio de Janeiro. Desde 1º/10/2013, transformou-se em empresa privada (IRB Brasil Resseguros S.A.) 
 e detém cerca de 47% do mercado total de resseguros no Brasil5.
Tabela 2: Cinco maiores resseguradoras do Brasil – (dez./2012)
Fonte: disponível em: <http://www.valor.com.br/valor1000/2013/rankingmaioresresseguros>.
3 Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados. Disponível em: <http://bd.camara.leg.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/1518/exploracao_loterias_
andrade.pdf?sequence=1>. Acesso em: 12 nov.2013.
4 Relatório de Administração da Caixa 2012. Disponível em: <http://downloads.caixa.gov.br/_arquivos/caixa/caixa_demfinanc/Relatorio_Administracao_2012.
pdf>. Acesso em: 27 nov. 2013.
5 Disponível em: <http://www.irbbrasilre.com/conheca-o-irb/sobre-o-irb-brasil-re/>. Acesso em: 21 nov. 2013.
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4 DEMAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
• Agências de fomento. 
• Associações de poupança e empréstimo. 
• Bancos de câmbio. 
• Bancos de desenvolvimento. 
• Bancos de investimento. 
• Bolsa de valores.
• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 
• Companhias hipotecárias. 
• Cooperativas de centrais de crédito. 
• Entidades fechadas de previdência complementar. 
• Sociedades de crédito, financiamento e investimento. 
• Sociedades de crédito imobiliário. 
• Sociedades de crédito ao microempreendedor.
• Sociedades seguradoras. 
i. Agências de fomento (AF)
As agências de fomento (AF) têm como objeto social a concessão de financiamento de capital fixo e 
de giro associado a projetos na Unidade da Federação (UF) onde tenham sede. Devem ser constituídas sob 
a forma de sociedade anônima de capital fechado e estar sob o controle de UF, sendo que cada Unidade 
só pode constituir uma agência. Tais entidades têm status de instituição financeira, mas não podem captar 
recursos junto ao público, recorrer ao redesconto, ter conta de reserva no Banco Central, contratar depósitos 
interfinanceiros na qualidade de depositante ou de depositária e nem ter participação societária em outras 
instituições financeiras. De sua denominação social, deve constar a expressão “agência de fomento” acrescida 
da indicação da UF controladora. É vedada sua transformação em qualquer outro tipo de instituição integrante 
do Sistema Financeiro Nacional. As agências de fomento devem constituir e manter, permanentemente, fundo 
de liquidez equivalente, no mínimo, a 10% do valor de suas obrigações, a ser integralmente aplicado em títulos 
públicos federais (Resolução CMN nº 2.828, de 2001). 
ii. Associações de poupança e empréstimo (APE)
As associações de poupança e empréstimo (APE) são constituídas sob a forma de sociedade civil, 
sendo de propriedade comum de seus associados. Suas operações ativas são, basicamente, direcionadas ao 
mercado imobiliário e ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH). As operações passivas são constituídas de 
emissão de letras e cédulas hipotecárias, depósitos de cadernetas de poupança, depósitos interfinanceiros e 
empréstimos externos. Os depositantes dessas entidades são considerados acionistas da associação e, por 
isso, não recebem rendimentos, mas dividendos. Os recursos dos depositantes são, assim, classificados no 
patrimônio líquido da associação e não no passivo exigível (Resolução CMN nº 52, de 1967). 
iii. Bancos de Câmbio (BCamb)
Os bancos de câmbio (BCamb) são instituições financeiras autorizadas a realizar, sem restrições, 
operações de câmbio e operações de crédito vinculadas às de câmbio, como financiamentos à exportação 
e à importação e adiantamentos sobre contratos de câmbio, e ainda a receber depósitos em contas sem 
remuneração, não movimentáveis por cheque ou por meio eletrônico pelo titular, cujos recursos sejam 
destinados à realização das operações acima citadas. Na denominação dessas instituições, deve constar a 
expressão “banco de câmbio” (Resolução. CMN nº 3.426, de 2006).
iv. Bancos de desenvolvimento (BD)
Os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras controladas pelos governos estaduais, e 
têm como objetivo precípuo proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao 
financiamento, a médio e longo prazos, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento 
econômico e social do respectivo estado. As operações passivas são depósitos a prazo, empréstimos 
externos, emissão ou endosso de cédulas hipotecárias, emissão de cédulas pignoratícias de debêntures e 
de títulos de desenvolvimento econômico. As operações ativas são empréstimos e financiamentos, dirigidos 
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prioritariamente ao setor privado. Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima, com sede na 
capital do estado que detiver seu controle acionário, devendo adotar, obrigatória e privativamente, em sua 
denominação social, a expressão “banco de desenvolvimento”, seguida do nome do estado em que tenha 
sede (Resolução CMN nº 394, de 1976).
v. Bancos de investimento (BI)
Os bancos de investimento (BI) são instituições financeiras públicas ou privadas especializadas em 
operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para 
suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros. Devem ser constituídos sob 
a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão “banco de 
investimento”. Não possuem contas-correntes e captam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos 
externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles administrados. As principais operações 
ativas são financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, 
depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos externos (Resolução CMN nº 2.624, de 1999). 
vi. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
O BNDE, criado em 1952 (e transformado em BNDES em 1982) como autarquia federal, foi enquadrado 
como uma empresa pública federal, com personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, 
pela Lei 5.662, de 21 de junho de 1971. O BNDES é um órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e tem como objetivo apoiar empreendimentos que contribuam 
ao desenvolvimento do país. Suas linhas de apoio contemplam financiamentos de longo prazo e custos 
competitivos, para desenvolvimento de projetos de investimentos e para comercialização de máquinas e 
equipamentos novos, fabricados no país, bem como para incremento das exportações brasileiras. Contribui, 
também, ao fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e ao desenvolvimentodo mercado 
de capitais. A BNDESPAR, subsidiária integral, investe em empresas nacionais por meio da subscrição de ações 
e debêntures conversíveis. As linhas de apoio financeiro e os programas do BNDES atendem às necessidades 
de investimentos das empresas de qualquer porte e setor, estabelecidas no país. A parceria com instituições 
financeiras, com agências estabelecidas em todo o país permite a disseminação do crédito, possibilitando 
maior acesso aos recursos do BNDES. 
A taxa de juros de longo prazo (TJLP), instituída em 1994, é definida como o custo básico dos 
financiamentos concedidos pelo BNDES6. É fixada trimestralmente pelo CMN e ao longo de 2013 foi de 5% 
ao ano, a mais baixa desde sua criação.
Entre os diversos produtos oferecidos, destaca-se o cartão BNDES, destinado a micro, pequenas, médias 
empresas e também a empreendedores individuais. 
vii. Companhias hipotecárias (CH)
As companhias hipotecárias são instituições financeiras constituídas sob a forma de sociedade anônima, 
que têm por objeto social conceder financiamentos destinados à produção, à reforma ou à comercialização 
de imóveis residenciais ou comerciais aos quais não se aplicam as normas do Sistema Financeiro da Habitação 
(SFH). Suas principais operações passivas são: letras hipotecárias, debêntures, empréstimos e financiamentos 
no país e no exterior. Suas principais operações ativas são: financiamentos imobiliários residenciais ou 
comerciais, aquisição de créditos hipotecários, refinanciamentos de créditos hipotecários e repasses de 
recursos para financiamentos imobiliários. Tais entidades têm como operações especiais a administração de 
créditos hipotecários de terceiros e de fundos de investimento imobiliário (Resolução CMN nº 2.122, de 1994).
viii. Cooperativas centrais de crédito (CCC) 
As cooperativas centrais de crédito, formadas por cooperativas singulares, organizam, em maior escala, 
as estruturas de administração e suporte de interesse comum das cooperativas singulares filiadas, exercendo 
sobre elas, entre outras funções, supervisão de funcionamento, capacitação de administradores, gerentes e 
associados e auditoria de demonstrações financeiras (Resolução CMN nº 3.859, de 2010). 
6 Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Ferramentas_e_Normas/Custos_Financeiros/Taxa_de_Juros_de_Longo_
Prazo_TJLP/>. Acesso em: 21 nov. 2013.
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ix. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI ou Financeiras)
As sociedades de crédito, financiamento e investimento, também conhecidas por financeiras, foram 
instituídas pela Portaria do Ministério da Fazenda nº 309, de 30 de novembro de 1959. São instituições 
financeiras privadas que têm como objetivo básico a realização de financiamento para aquisição de bens, 
serviços e capital de giro. Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação 
social deve constar a expressão “crédito, financiamento e investimento”. Tais entidades captam recursos por 
meio de aceite e colocação de letras de câmbio (Resolução CMN nº 45, de 1966) e recibos de depósitos 
bancários (Resolução CMN nº 3.454, de 2007). 
x. Sociedades de crédito imobiliário (SCI) 
As SCI são instituições financeiras criadas pela Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964, para atuar no 
financiamento habitacional. Constituem operações passivas dessas instituições os depósitos de poupança, a 
emissão de letras e as cédulas hipotecárias e depósitos interfinanceiros. Suas operações ativas são: financiamento 
para construção de habitações, abertura de crédito para compra ou construção de casa própria, financiamento 
de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de construção. Devem 
ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, adotando obrigatoriamente, em sua denominação social, 
a expressão “crédito imobiliário” (Resolução CMN nº 2.735, de 2000).
xi. Sociedades de crédito ao microempreendedor (SCM)
As sociedades de crédito ao microempreendedor (SCM), criadas pela Lei 10.194, de 14 de fevereiro 
de 2001, são entidades que têm por objeto social exclusivo a concessão de financiamentos e a prestação 
de garantias a pessoas físicas, bem como a pessoas jurídicas classificadas como microempresas, com vista a 
viabilizar empreendimentos de natureza profissional, comercial ou industrial de pequeno porte. São impedidas 
de captar, sob qualquer forma, recursos junto ao público, bem como emitir títulos e valores mobiliários 
destinados à colocação e à oferta públicas. Devem ser constituídas sob a forma de companhia fechada ou de 
sociedade por quotas de responsabilidade limitada, adotando obrigatoriamente em sua denominação social a 
expressão “sociedade de crédito ao microempreendedor”, vedada a utilização da palavra “banco” (Resolução 
CMN nº 2.874, de 2001, com texto atualizado pela Resolução CMN 3.567, de 2008).
xii. Bolsas de valores (BV)
As bolsas de valores (BV) são sociedades anônimas ou associações civis, com o objetivo de manter 
local ou sistema adequado ao encontro de seus membros e à realização entre eles de transações de compra 
e venda de títulos e valores mobiliários, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado 
por seus membros e pela Comissão de Valores Mobiliários. Possuem autonomia financeira, patrimonial e 
administrativa (Resolução CMN nº 2.690, de 2000).
xiii. Sociedades seguradoras
Sociedades seguradoras são entidades, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, especializadas 
em pactuar contrato, por meio do qual assumem a obrigação de pagar ao contratante (segurado), ou a quem 
este designar, uma indenização, no caso em que advenha o risco indicado e temido, recebendo, para isso, o 
prêmio estabelecido. 
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Tabela 3: 20 Maiores seguradoras no Brasil (dez./2012)
Fonte: disponível em: <http://www.valor.com.br/valor1000/2013/ranking50maioresseguradoras>.
Nota: * balanço consolidado. 
xiii. Entidades fechadas de previdência complementar
As entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão) são organizadas sob a forma 
de fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos e são acessíveis, exclusivamente, aos empregados de 
uma empresa ou grupo de empresas ou aos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, entes denominados patrocinadores ou aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter 
profissional, classista ou setorial, denominadas instituidores. As entidades de previdência fechada devem seguir 
as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, por meio da Resolução CMN nº 3.792, de 24 
de setembro de 2009, no que tange à aplicação dos recursos dos planos de benefícios. Também são regidas 
pela Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001. 
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Tabela 4: 20 Maiores fundos de pensão do Brasil (jun./2013)
Fonte: Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada (Abrapp). 
Disponível em: <http://www.abrapp.org.br/Documentos%20Pblicos/ 
ConsolidadoEstatistico_06_2013.pdf/>. 
5 OUTROS INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS
• Administradoras de consórcio. 
• Entidades abertas de previdência complementar. 
• Sociedades de arrendamento mercantil. 
• Sociedades corretoras de câmbio. 
• Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários. 
• Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
• Sociedades de capitalização.
i. Administradoras de consórcio
 As administradoras de consórcio são empresas responsáveis pela formação e pela administraçãode 
grupos de consórcio, atuando como mandatárias de seus interesses e direitos. O grupo de consórcio é uma 
sociedade não personificada, com prazo de duração e número de cotas previamente determinados, e que 
visa à coleta de poupança para permitir aos consorciados a aquisição de bens ou serviços. As atividades do 
sistema de consórcio são reguladas pela Lei nº 11.795, de 8 de outubro de 2008, bem como pela Circular 
nº 3.432, de 3 de fevereiro de 2009, e supervisionadas pelo Banco Central.
 
ii. Sociedades de arrendamento mercantil (SAM ou leasing)
As sociedades de arrendamento mercantil (SAM) são constituídas sob a forma de sociedade anônima, 
devendo constar obrigatoriamente na sua denominação social a expressão “arrendamento mercantil”. As 
operações passivas dessas sociedades são emissão de debêntures, dívida externa, empréstimos e financiamentos 
de instituições financeiras. Suas operações ativas são constituídas por títulos da dívida pública, cessão de 
direitos creditórios e, principalmente, por operações de arrendamento mercantil de bens móveis, de produção 
nacional ou estrangeira, e bens imóveis adquiridos pela entidade arrendadora para fins de uso próprio do 
arrendatário. São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN nº 2.309, de 1996).
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iii. Sociedades Corretoras de Câmbio (SCC)
As sociedades corretoras de câmbio (SCC) são constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por 
quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominação social a expressão “corretora de 
câmbio”. Têm por objeto social exclusivo a intermediação em operações de câmbio e a prática de operações 
no mercado de câmbio de taxas flutuantes. São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução 
CMN nº 1.770, de 1990).
iv. Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários (SCTVM)
As sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários são constituídas sob a forma de sociedade 
anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. Entre seus objetivos, estão: operar em bolsas de 
valores, subscrever as emissões de títulos e valores mobiliários no mercado; comprar e vender os títulos 
e os valores mobiliários por conta própria e de terceiros; encarregar-se da administração de carteiras e 
da custódia de títulos e valores mobiliários; exercer as funções de agente fiduciário; instituir, organizar e 
administrar os fundos e os clubes de investimento; emitir os certificados de depósito de ações e cédulas 
pignoratícias de debêntures; intermediar as operações de câmbio; praticar as operações no mercado de 
câmbio de taxas flutuantes; praticar as operações de conta margem; realizar as operações compromissadas; 
praticar as operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por conta própria e de 
terceiros; operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros. São supervisionadas 
pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN nº 1.655, de 1989), ressalvada a competência da CVM para 
fiscalizar as operações com valores mobiliários e fiscalizar a administração de carteiras e a custódia de valores 
mobiliários. A autorização para funcionamento das SCTVM é da competência do BCB. 
v. Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários (SDTVM)
As sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários (SDTVM) são constituídas sob a forma 
de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominação 
social a expressão “distribuidora de títulos e valores mobiliários”. Algumas de suas atividades: intermedeiam 
a oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado; administram e custodiam as 
carteiras de títulos e valores mobiliários; instituem, organizam e administram fundos e clubes de investimento; 
operam no mercado acionário, comprando, vendendo e distribuindo títulos e valores mobiliários, inclusive 
ouro financeiro, por conta de terceiros; fazem a intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias; 
efetuam lançamentos públicos de ações; operam no mercado aberto e intermedeiam operações de câmbio. São 
supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN nº 1.655, de 1989), ressalvada a competência 
da CVM para fiscalizar as operações com valores mobiliários e fiscalizar a administração de carteiras e a 
custódia de valores mobiliários. A autorização para funcionamento das SDTVM é da competência do BCB.
Os fundos de investimento, administrados por corretoras, distribuidoras e outros intermediários 
financeiros são constituídos sob a forma de condomínio (pessoa jurídica distinta da instituição que o 
administra) e representam a reunião de recursos para aplicação em carteira diversificada de títulos e valores 
mobiliários, com o objetivo de propiciar aos condôminos valorização de quotas, a um custo global mais 
baixo. A normatização, a concessão de autorização, o registro e a supervisão dos fundos de investimento 
são de competência da Comissão de Valores Mobiliários. Embora a administração de fundos de investimento 
seja atividade típica de corretoras e distribuidoras de valores, atualmente os bancos comerciais e múltiplos 
administram a maior parte dos fundos de investimento no país. Em dezembro de 2013, havia mais de 8.500 
fundos de investimento em atividade. 
vi. Sociedades de capitalização
As sociedades de capitalização são entidades, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, que 
negociam contratos (títulos de capitalização), que têm por objeto o depósito periódico de prestações 
pecuniárias pelo contratante, o qual terá, depois de cumprido o prazo contratado, o direito de resgatar parte 
dos valores depositados corrigidos por uma taxa de juros estabelecida contratualmente, conferindo, ainda, 
quando previsto, o direito de concorrer a sorteios de prêmios em dinheiro. 
vii. Entidades abertas de previdência complementar 
As entidades abertas de previdência complementar são entidades constituídas unicamente sob a forma 
de sociedades anônimas e têm por objetivo instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário 
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concedidos em forma de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas. São regidas 
pelo Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, e pela Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001. 
As funções do órgão regulador e do órgão fiscalizador são exercidas pelo Ministério da Fazenda, por intermédio 
do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
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UNIDADE 3 – OUTROS PARTICIPANTES E TEMAS RELEVANTES NO SFN
INTRODUÇÃO
Além dos órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores do SFN, existem outras instituições 
e sistemas que exercem funções relevantes no âmbito do SFN, discriminadas a seguir. 
1 CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (CFSFN)
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) é um órgão colegiado, de segundo 
grau, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, com sede em Brasília (DF), criado pelo Decreto 
nº 91.152, de 15 de março de 1985. É constituído, paritariamente, por oito conselheiros, possuidores de 
conhecimentos especializados em assuntos relativos aos mercados financeiro, de câmbio, de capitais, de 
consórcios e de crédito rural e industrial, observada a seguinte composição:
• dois representantes do Ministério da Fazenda (Minifaz); 
• um representante do Banco Central do Brasil (BCB); 
• um representante daComissão de Valores Mobiliários (CVM); e
• quatro representantes das entidades de classe dos mercados afins, por essas indicados em 
lista tríplice. 
As entidades de classe que integram o CRSFN são as seguintes:
Titulares:
Abrasca – Associação Brasileira das Companhias Abertas.
Anbima – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.
Ancord – Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, 
Câmbio e Mercadorias.
Febraban – Federação Brasileira das Associações de Bancos.
Suplentes:
Abac – Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.
Amec – Associação de Investidores no Mercado de Capitais.
CECO/OCB – Conselho Consultivo do Ramo Crédito da Organização das Cooperativas Brasileiras.
Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.
Fazem ainda parte do Conselho de Recursos três procuradores da Fazenda Nacional, designados pelo 
procurador-geral da Fazenda Nacional, com atribuição de zelar pela fiel observância da legislação aplicável 
(manifestação indispensável em todos os recursos), e um secretário-executivo, nomeado pelo ministro de 
Estado da Fazenda, responsável pela execução e pela coordenação dos trabalhos administrativos. Para tanto, 
o Banco Central do Brasil e, subsidiariamente, a Comissão de Valores Mobiliários proporcionam o respectivo 
apoio técnico e administrativo.
Um dos representantes do Ministério da Fazenda é o presidente do Conselho e o vice- presidente 
é o representante designado pelo Ministério da Fazenda entre os quatro representantes das entidades de 
classe que integram o Conselho.
Entre suas diversas atribuições, compete ao CRSFN julgar, em segunda e última instância, os recursos 
de decisões do Banco Central do Brasil:
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ANALISTA – SFN: Módulo I – Unidade 3 – Outros Participantes e Temas Relevantes no SFN
i. relativas a penalidades por infrações à legislação cambial, de capitais estrangeiros e de crédito 
rural e industrial (esta competência originalmente pertencia ao CMN e foi transferida pela 
Lei nº 9.069, de 1995);
ii. proferidas com base no art. 33 da Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991, relativas a penalidades 
por infração à legislação de consórcios;
iii. proferidas com base no art. 9o da Lei no 9.447, de 14 de março de 1997, referentes à 
adoção de medidas cautelares (a lei trata da responsabilidade solidária de administradores 
de instituições financeiras submetidas a regime especial, entre outras matérias);
iv. referentes à desclassificação e à descaracterização de operações de crédito rural e industrial 
e a impedimentos referentes ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro); 
e
v. relacionadas à retificação de informações, aplicação de multas e custos financeiros associados 
a recolhimento compulsório, encaixe obrigatório e direcionamento obrigatório de recursos. 
Permanece com o CMN a competência residual para julgar os demais casos ali previstos (contra 
instituições financeiras, seus diretores, membros de conselhos administrativos, fiscais e semelhantes), por 
força do disposto no artigo 44, § 5º, da Lei 4.595/1964, a saber:
- Multa pecuniária variável.
- Suspensão do exercício de cargos.
- Inabilitação temporária ou permanente ao exercício de cargos de direção na administração ou 
gerência em instituições financeiras.
De acordo com o Relatório de Atividades de 2012, de um total de 638 decisões tomadas pelo CRSFN, 
cerca de 82% foram confirmadas pelo colegiado. Não sofreram alteração 77% das decisões do BCB e 87% das 
decisões da CVM. No caso do BCB, em 358 processos julgados pelo CRSFN (inclusive 118 arquivamentos), 
276 decisões foram mantidas integralmente e 82 sofreram alteração7. 
Tabela 5: Decisões do CRSFN (recursos julgados) 2012
Fonte: CRSFN.
Em 2012, o prazo médio de tramitação de um processo no CRSFN foi de 1.296 dias (3 anos, 6 meses e 21 dias). 
2 FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITOS (FGC)
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma associação civil sem fins lucrativos, com personalidade 
jurídica de direito privado, com a missão institucional de proteger depositantes e investidores no âmbito 
do sistema financeiro, até os limites estabelecidos pela regulamentação, contribuir para manutenção da 
estabilidade do SFN e prevenir crise bancária sistêmica. 
Foi autorizado a constituir-se pelo CMN por meio da Resolução nº 2.197, de 31.08.1995. Em novembro 
do mesmo ano, foram aprovados o estatuto e o regulamento da nova entidade (Resolução CMN nº 2.211, 
de 16 de novembro de 1995). Atualmente as normas e o regulamento do FGC são regidos pela Resolução 
CMN nº 4.222, de 23 de maio de 2013).
O FGC tem por objetivos prestar garantia de créditos contra instituições dele associadas, nas situações de:
• decretação da intervenção ou da liquidação extrajudicial de instituição associada; e
• reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do estado de insolvência de instituição 
associada que, nos termos da legislação em vigor, não estiver sujeita aos regimes referidos 
no item anterior (bancos públicos federais). 
7 Os recursos no CRSFN são decompostos em número de indiciados. Assim, em 2012, nos 215 recursos julgados verificaram-se 513 indiciados(as), 
com aplicação de 638 decisões/penalidades, das quais 358 oriundas do BCB e 280 da CVM.
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Também é atribuição do FGC, consideradas as finalidades de contribuir para a manutenção da estabilidade 
do Sistema Financeiro Nacional e prevenção de crise sistêmica bancária, a contratação de operações de 
assistência ou de suporte financeiro, incluindo operações de liquidez com as instituições associadas, diretamente 
ou por intermédio de empresas por estas indicadas, inclusive com seus acionistas controladores.
São instituições associadas ao FGC a Caixa Econômica Federal e as instituições constituídas sob a 
forma de banco múltiplo, banco comercial, banco de investimento, banco de desenvolvimento, sociedade de 
crédito, financiamento e investimento, sociedade de crédito imobiliário, companhia hipotecária e associação 
de poupança e empréstimo, em funcionamento no país, que: 
i. Recebam depósitos à vista, em contas de poupança ou depósitos a prazo.
ii. Realizem aceite em letras de câmbio.
iii. Captem recursos mediante a emissão e a colocação de letras imobiliárias, de letras hipotecárias 
ou de letras de crédito imobiliário.
iv. Captem recursos por meio de operações compromissadas, tendo por objeto títulos de 
emissão de empresa ligada.
Os pagamentos do fundo são realizados por instituição financeira ou conglomerado até o limite de 
R$ 250 mil por CPF/CNPJ, limitado ao saldo existente em conta. No caso de contas conjuntas, o valor da 
garantia também está limitado a R$ 250 mil, ou ao saldo da conta quando inferior a esse limite, dividido pelo 
número de titulares, sendo o crédito do valor garantido feito de forma individual. A adesão das instituições 
financeiras e associações de poupança e empréstimo ao FGC é compulsória e a contribuição é de 0,0125% 
sobre as rubricas contábeis especificadas no regulamento. As autorizações do BCB para funcionamento de 
novas instituições financeiras estão condicionadas à adesão ao FGC.
O caráter privado da estrutura do FGC, estabelecido pela resolução do Conselho Monetário Nacional, 
foi importante na sua consolidação como entidade independente.
O saldo do FGC é formado por: 
• contribuições ordinárias e especiais mensais das instituições associadas; 
• taxas de serviços decorrentes da emissão de cheques sem provisão de fundos; 
• recuperações de direitos creditórios nas quais o FGC houver se sub-rogado, em virtude de 
pagamento de dívidas de instituições associadas relativasa créditos garantidos; 
• resultado líquido dos serviços prestados pelo FGC e rendimentos de aplicação de seus recursos; 
• remuneração e encargos correspondentes ao recebimento dos valores devidos em função da 
realização das operações de assistência ou de suporte financeiro e aplicações de recursos; e 
• receitas de outras origens. 
Em 2012 o FGC recebeu aproximadamente R$ 194,5 milhões em recursos isentos de imposto de 
renda e contribuição para seguridade social, sendo R$ 168 milhões mensais em contribuições ordinárias, 
R$ 21,1 milhões em depósito a prazo com garantia especial (DPGE) e R$ 5,5 milhões do recheque (tarifas 
sobre cheques sem fundos). Também, em 2012, as despesas operacionais apresentaram gasto médio de R$ 
1,5 milhão, cerca de 0,8% da arrecadação.
São garantidos pelo FGC:
• Depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio. 
• Depósitos de poupança.
• Depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado. 
• Depósitos mantidos em contas não movimentáveis por cheques destinadas ao registro e ao 
controle do fluxo de recursos referentes à prestação de serviços de pagamento de salários, 
vencimentos, aposentadorias, pensões e similares. 
• Letras de câmbio. 
• Letras imobiliárias. 
• Letras hipotecárias. 
• Letras de crédito imobiliário. 
• Letras de crédito do agronegócio. 
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• Operações compromissadas que têm como objetivo títulos emitidos após 8 de março de 
2012 por empresa ligada. 
Até maio de 2013, o FGC limitava-se a garantir R$ 70 mil por depositante ou investidor. Considerando-
se os saldos até R$ 70 mil, a cobertura do fundo chegava a 98,7% dos depositantes, contemplando 30,95% 
do total de créditos existentes no sistema financeiro. A partir da edição da Resolução CMN nº 4.222, de 23 
de maio de 2013, o FGC passou a garantir até R$ 250 mil, cobrindo 99,7% dos depositantes e 46,5% dos 
créditos existentes em junho de 2013. 
Quanto aos produtos bancários cobertos pelo FGC, em junho de 2013 os depósitos a prazo 
representavam 42,2%, os depósitos de poupança, 36,5%, e os depósitos à vista, 12,5%, totalizando 91,2% do 
saldo dos produtos garantidos pelo fundo. 
3 FUNDO GARANTIDOR DE COOPERATIVISMO DE CRÉDITO (FGCOOP)8
O Fundo Garantidor de Cooperativismo de Crédito (FGCoop) foi criado nos mesmos moldes do 
FGC, mas com a função de proteger os depositantes das suas associadas (cooperativas singulares de crédito 
e bancos cooperativos). As cooperativas centrais e as confederações são “associadas representantes,” isto 
é, participam do FGCoop com o propósito exclusivo de representar as cooperativas singulares, não tendo 
direito a qualquer tipo de garantia ou suporte financeiro prestado pelo FGCoop. A exemplo do FGC, também 
é uma associação civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica de direito privado, com abrangência 
nacional e sede em Brasília (DF). 
Foi autorizado a constituir-se pelo CMN pela Resolução nº 4.150, de 30 de outubro de 2012, e, em 
novembro do ano seguinte, foram aprovados o estatuto e o regulamento da nova entidade (Resolução CMN 
nº 4.284, de 5 de novembro de 2013). Também é isento do pagamento de imposto de renda (IR). A afiliação ao 
FGCoop pelas cooperativas singulares de crédito e pelos bancos cooperativos que vierem a ser constituídos 
deve ser comprovada ao BCB previamente ao início de suas operações. 
O FGCoop tem por finalidades conforme o art. 2º do seu estatuto:
• Proteger depositantes e investidores das instituições associadas, nos limites e nas condições 
previstas no seu regulamento.
• Contribuir para manutenção da estabilidade do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo 
(SNCC). 
• Contribuir para prevenção de crise sistêmica no segmento cooperativista. 
É vedado ao FGCoop ressarcir crédito de cooperados e clientes de instituições que não sejam suas associadas. 
Os pagamentos do fundo são realizados por associada até o limite de R$ 250 mil por CPF/CNPJ, limitado 
ao saldo existente em conta. A adesão das associadas ao FGCoop é compulsória e a contribuição é de 0,0125% 
sobre as rubricas contábeis especificadas no regulamento, com limite mensal mínimo de contribuição de R$ 100,00. 
O saldo do FGCoop é formado por: 
• contribuições ordinárias e extraordinárias das instituições associadas; 
• taxas de serviços decorrentes da emissão de cheques sem provisão de fundos recolhidos 
direta ou indiretamente pelas instituições associadas; 
• recuperações de direitos creditórios nas quais o FGCoop houver se sub-rogado, em virtude 
de pagamento de dívidas de instituições associadas relativas a créditos garantidos; 
• resultado líquido dos serviços prestados pelo FGCoop e rendimentos de aplicação de seus 
recursos; 
• remuneração e encargos correspondentes ao recebimento dos valores devidos em função 
da realização das operações de assistência ou de suporte financeiro; e 
• receitas de outras origens, inclusive recursos recebidos do FGC. 
Inicialmente foram repassados cerca de R$ 129 milhões do FGC ao FGCoop, decorrentes das taxas 
de cheques sem fundo de clientes de cooperativas de crédito e bancos cooperativos, recolhidos pelo FGC 
desde o início de seu funcionamento em 1995. 
8 Conforme Resolução CMN nº 4.284, de 5.11.2013.
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4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE CRÉDITO (SCR)
O Sistema de Informações de Crédito do Banco Central (SCR) é instrumento de registro e consulta 
de informações sobre operações de crédito, avais e fianças prestados e limites de crédito concedidos por 
instituições financeiras a pessoas físicas e jurídicas no país. Foi criado pelo CMN e é administrado pelo BCB, 
a quem cumpre armazenar as informações encaminhadas e também disciplinar o processo de correção e 
atualização da base de dados pelas instituições financeiras participantes.
O SCR é o principal instrumento utilizado pela supervisão bancária para acompanhar as carteiras de 
crédito das instituições financeiras. Nesse sentido, desempenha papel importante na garantia da estabilidade 
do SFN e na prevenção de crises. O SCR é alimentado mensalmente pelas instituições financeiras, mediante 
coleta de informações sobre as operações concedidas. Cumpre a elas também corrigir ou excluir as 
informações imprecisas. Eventuais questionamentos judiciais devem ser encaminhados diretamente à instituição 
financeira que informou os dados sobre a operação. Inicialmente se determinou que as instituições enviassem 
informações sobre o total das operações dos clientes com responsabilidade total igual ou superior a R$ 
50.000,00 (cinquenta mil reais). Paulatinamente, esse valor foi sendo diminuído, inicialmente para o patamar 
de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), depois para R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e, atualmente, são armazenadas no 
banco de dados do SCR as operações dos clientes com responsabilidade total igual ou superior a R$ 1.000,00 
(mil reais) a vencer e vencidas, e os valores referentes às fianças e aos avais prestados pelas instituições 
financeiras a seus clientes, além de créditos a liberar contabilizados nos balancetes mensais.
A base legal para o sistema coletar e compartilhar informações entre as instituições participantes do SFN 
e o respeito à privacidade do cliente quanto ao sigilo e à divulgação de informações obedecem às condições 
previstas na Lei Complementar nº 105/2001 e na Resolução CMN nº 3.658, de 17 de dezembro de 2008.
A qualidade das informações coletadas é essencial para garantir que sejam atingidos os objetivos que 
nortearam a implantação do SCR. Para assegurar a confiabilidade do sistema, os arquivos recebidos são 
submetidos a um rigoroso processo de verificação,mediante a realização de diversos testes de consistência.
A Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, em seu art. 1º, parágrafo 3º, determina que não 
constitui violação do dever de sigilo a troca de informações entre instituições financeiras, para fins cadastrais, 
inclusive por intermédio de centrais de risco, observadas as normas baixadas pelo CMN e pelo BCB.
O CMN, por meio da Resolução nº 3.658, de 17 de dezembro de 2008, dispõe que as instituições 
financeiras poderão consultar as informações consolidadas por cliente constantes do sistema, desde que obtida 
autorização específica do cliente para essa finalidade. Portanto, depende do tomador de crédito permitir 
ou não o compartilhamento de dados – sem a autorização do cliente, nenhuma instituição financeira pode 
acessar seus dados no sistema.
Observe-se que as pessoas físicas e jurídicas com registro no Sistema de Informações de Crédito não 
ficam impedidas de contrair novos empréstimos e financiamentos. Prevalecerá sempre o entendimento entre 
o cliente e a instituição financeira.
Devem prestar informações ao SCR: 
• Agências de fomento ou de desenvolvimento. 
• Associações de poupança e empréstimo. 
• Bancos comerciais. 
• Bancos de câmbio. 
• Bancos de desenvolvimento; 
• Bancos de investimento. 
• Bancos múltiplos.
• Caixas econômicas. 
• Companhias hipotecárias. 
• Cooperativas de Crédito. 
• Sociedades de arrendamento mercantil. 
• Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários. 
• Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários. 
• Sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte. 
• Sociedades de crédito, financiamento e investimento. 
• Sociedades de crédito imobiliário. 
• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 
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O benefício imediato do SCR para a sociedade é o aumento de informações que facilitam a tomada 
da decisão de crédito, diminuindo os riscos de concessão e aumentando a competição entre as instituições 
participantes do SFN. As informações permitem que as instituições conheçam melhor os tomadores de 
crédito no SFN e, com base na exposição que apresentar, elas oferecerem melhores condições de taxa ou 
prazo, para aqueles clientes com hábitos de pagamento regular.
A taxa de juros incidente nas operações de crédito concedidas pelos intermediários financeiros reflete 
a taxa de captação, os custos operacionais da instituição, os tributos e as taxas pagos, acrescidos de uma 
margem de lucro. A inadimplência é um custo implícito no preço do crédito e, quanto menor a certeza de 
pagamento, maior a taxa cobrada ao tomador final. Ao conhecer melhor o risco do potencial contratante 
do crédito, as instituições financeiras podem oferecer taxas menores àqueles tomadores com bom histórico 
de pagamento. Nesse sentido, o SCR funciona como um bureau de crédito e registra informações úteis para 
distinção entre bons e maus pagadores, contribuindo para redução do spread bancário.
Entre os principais aspectos que distinguem o SCR em relação aos cadastros restritivos de crédito 
(Serasa-Experian, Boa Vista, CCF e congêneres), destacam-se:
• A existência do SCR veio atender à necessidade de supervisor do Banco Central, ao prover 
a supervisão bancária com informações para realização de suas atividades com a escala e a 
precisão adequadas. As informações recebidas pelo sistema são maiores do que as disponibilizadas 
para consulta pelas instituições financeiras. Optou-se por compartilhar informações com o 
SFN em função dos benefícios, proporcionados pela divulgação de informações que permitem 
a decisão de crédito com menores riscos. 
• O conteúdo do SCR também distingue esse sistema dos cadastros restritivos de crédito. O 
registro de dados de determinada pessoa física ou jurídica no SCR não a desqualifica, haja 
vista que o registro no SCR não revela necessariamente informação que permita construir 
juízo de valor negativo de um devedor. A avaliação, a partir da consulta de dados de um 
devedor no SCR, pode ser tanto positiva, nos casos em que se constata que o cliente é um 
pagador contumaz e pontual, como negativa, caso se percebam dificuldades no pagamento 
dos créditos em aberto. 
• O SCR apresenta o saldo devedor de clientes e sua adimplência ou inadimplência, cabendo a cada 
instituição avaliar as informações. Deve-se ressaltar que a grande maioria dos clientes cadastrados 
no sistema é adimplente (cerca de 70% não têm registro desabonador) e que a inadimplência, 
que pode ser temporária, não impede a contratação de novas operações de crédito. 
Cada cliente pode consultar seus dados diretamente na internet na página do BCB ou das instituições 
financeiras. As consultas realizadas diretamente no Banco Central também apresentam os dados detalhados 
por instituição financeira. As consultas realizadas na instituição financeira apresentam o detalhamento apenas 
das operações realizadas com aquela instituição. Para operações com outras instituições, os dados são 
apresentados de forma agregada para todo o SFN. 
O SCR submete-se à disciplina do Código de Defesa do Consumidor (CDC), razão pela qual apenas 
os dados dos últimos 60 meses ficam disponíveis para consulta.
5 SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO (SFH)
O Sistema Financeiro da Habitação (SFH) foi criado pela Lei nº 4.380, de 1964, no âmbito de uma 
reformulação geral do Sistema Financeiro Nacional. A mesma lei instituiu a correção monetária, com o 
objetivo de abrir o mercado para colocação de títulos do governo e viabilizar financiamentos de longo prazo.
A correção monetária foi fundamental ao financiamento habitacional, então limitado a pouquíssimas 
operações realizadas pelas Caixas Econômicas e pelos institutos de previdência existentes na época. De um 
lado, possibilitou a criação de instrumentos de captação de recursos de prazos mais longos e os depósitos 
em caderneta de poupança e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Por outro lado, viabilizou 
o crédito imobiliário.
A primeira fase do SFH, que vai de sua criação até a segunda metade dos anos 70, foi o período áureo 
do Sistema. Os depósitos em caderneta de poupança cresceram, chegando a ocupar o primeiro lugar entre os 
haveres financeiros não monetários. Os recursos do FGTS também expandiram como resultado do aumento 
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do nível de emprego e da massa salarial. Surgiram as Sociedades de Crédito Imobiliário e as Associações de 
Poupança e Empréstimo, formando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), integrado por 
instituições financeiras especializadas na concessão de financiamentos habitacionais, tendo como fontes de 
recursos os depósitos em caderneta de poupança e repasses dos recursos do FGTS pelo Banco Nacional 
da Habitação (BNH).
Além de administrar o FGTS, o BNH também era o órgão regulador e fiscalizador do SFH, incluindo 
as instituições do subsistema SBPE.
Do lado dos financiamentos habitacionais, foram introduzidos mecanismos como o Fundo de Compensação 
de Variações Salariais (FCVS), mediante o qual a obrigação do mutuário, que tivesse pagado todas as suas 
prestações, cessava depois de decorrido o prazo contratual do financiamento e o fundo absorveria eventuais 
saldos devedores residuais, provocados pelo descompasso entre a periodicidade de aplicação dos índices 
de correção monetária aplicados aos saldos devedores e os índices de reajustes aplicados às prestações. 
Com elevação da inflação, ações judiciais promovidas pelos mutuários se multiplicaram, visando 
compatibilizar as prestações de casa própria com a evolução do salário. O resultado

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