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Trabalho sobre SANÇÃO PENAL COMPLETO

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INTRODUÇÃO
Este trabalho traça uma breve perspectiva do Estado Democrático de Direito, considerado em seu aspecto protetivo dos direitos e garantias fundamentais do indivíduo.
O Direito Penal pode ser caracterizado como ramo do Direito Público, que estabelece sanções penais aplicáveis aos infratores. Através desse conceito é possível perceber a grande importância do tema abordado neste estudo. Destacando ainda, que Direito Penal é o único ramo do direito cuja nomenclatura é dada pelo tipo de sanção, e não pela natureza de relações jurídicas que ali se estabelecem.
Tendo vista esses preceitos, e a consideração de que o conhecimento serve de base para conquista de inequívoca libertação. Desenvolvemos esse modesto trabalho.
Como primeiro passo para tal propósito, ainda que de forma concisa, trabalhamos o que podemos classificar como o mais controverso ponto desta ciência jurídica, que é a sanção penal. A sanção penal está previamente prevista no nosso ordenamento penal, conforme expressamente exigido pelo Princípio da Legalidade, sendo aplicada de forma igualitária a todos, e dirigida somente ao indivíduo que desrespeitar os ditames da Lei Penal. Isso porque, a função ético-social do Direito Penal é a proteção dos valores fundamentais para a subsistência do corpo social, evitando o cometimento de condutas consideradas nocivas à convivência pacífica entre os cidadãos, através de normas proibitivas e cominando as sanções respectivas. Com base nestas ponderações e o aprofundamento na essência de inúmeros estudos imanentes do estudos da Sanção Penal, como o sursis, medidas de segurança, efeitos da condenação, entre outros.	
Sendo assim, relacionamos alguns institutos e suas definições com o auxilio teórico de doutrinadores do Direito Penal.
DA SANÇÃO PENAL
CAPÍTULO I - TEORIA GERAL DA PENA
1.1 CONCEITO DE PENA
	A sanção penal é a pena propriamente dita, dada ao infrator de uma norma, após o devido processo legal onde o autor do fato é julgado. O objetivo da sanção penal é punir, mas não só punir, o objetivo dela também é de ressocializar. 
A sanção penal compreende a pena, aplicada aos imputáveis, e também, a medida de segurança. A pena pode ser definida como:
“a sanção penal de caráter aflitivo, imposta pelo Estado, em execução de uma sentença, ao culpado pela prática de uma infração penal, consistente na restrição ou privação de um bem jurídico, cuja finalidade é aplicar a retribuição punitiva ao delinquente, promover a sua readaptação social e prevenir novas transgressões pela intimidação dirigida à coletividade”. (CAPEZ, 2007; p. 358/359).
1.2 TEORIAS E FINALIDADES DA PENA
As finalidades da pena são explicadas por três teorias, quais sejam:
Teoria absoluta ou da retribuição: de acordo com esta teoria, a pena desponta como a retribuição estatal justa ao mal injusto provocado pelo condenado, consistente na prática de um crime ou de uma contravenção penal (puniturquiapeccatum est). Conforme destaca Cleber Masson (p. 541), para esta teoria, a pena não tem finalidade prática, uma vez que não se preocupa com a readaptação social do infrator da lei penal, punindo-o simplesmente como retribuição à prática do ilícito penal. Grosso modo, a finalidade da pena de acordo com essa teoria é punir o autor de uma infração penal cometida.
Teoria relativa, finalista, utilitária ou da prevenção: para essa teoria, a finalidade da pena consiste em prevenir, ou seja, evitar o cometimento de novas infrações penais (puniturnepeccetur). Portanto, para os adeptos desta teoria, “a pena não se esgota em si mesma, despontando como meio cuja finalidade é evitar futuras ações puníveis” (MASSON, 2011, p. 542). 
A prevenção de novas infrações possui um duplo aspecto: geral e especial. A prevenção geral é destinada a todos os membros da sociedade e pode ainda, ser estudada sob o aspecto negativo e positivo. Sob o aspecto negativo, conforme Rogério Greco (p.473/474) relata, também é conhecida como prevenção por intimidação, pois busca exatamente intimidar os membros da coletividade acerca da gravidade e da imperatividade da pena, retirando-lhes eventual incentivo quanto à prática de infrações penais. Há também o aspecto positivo, também conhecido como prevenção integradora, que consiste em demonstrar e reafirmar a existência, a validade e a eficiência do Direito Penal, ou seja, infundir na consciência das pessoas a necessidade do respeito a determinados valores e reforçar a confiança jurídica do povo.
A prevenção especial, por sua vez, é a direcionada exclusivamente à pessoa do condenado, e também se divide em negativa e positiva. “Pela prevenção especial negativa, existe uma neutralização daquele que praticou a infração penal, neutralização esta que ocorre com sua segregação no cárcere” (GRECO, 2011, p. 474). Já a prevenção especial positiva preocupa-se com a ressocialização do condenado, para que este possa novamente um dia retornar ao convívio social preparado para respeitar as regras a todos impostas pelo Direito.
Teoria mista, eclética, intermediária ou conciliatória: Essa teoria tem uma dupla finalidade, a de punir e a de prevenir a prática do crime. “A pena tem a dupla função de punir o criminoso e prevenir a prática do crime, pela reeducação e pela intimidação coletiva (punitur quia peccatum est et ne peccetur). (CAPEZ, 2007, p. 359).
Essa teoria foi adotada pelo Código Penal (DECRETO-LEI 2.848/1940) em seu art. 59, quando este, dispõe em sua parte final que a pena será estabelecida pelo juiz “conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime”.
1.3 CARACTERÍSTICAS DA PENA
Segundo Damásio Evangelista de Jesus (p. 564), a pena apresenta as seguintes características: É personalíssima, ou seja, só atinge ao autor do crime; A sua aplicação é disciplinada pela lei; É inderrogável, no sentido da certeza de sua aplicação; É proporcional ao crime.
	Segundo Fernando Capez (p. 359/360), as características da pena são:
Legalidade: a pena deve estar prevista em lei vigente, não se admitindo seja cominada em regulamento ou ato normativo infralegal (CP, art. 1º, e CF, art. 5º, XXXIX).
Anterioridade: a lei já deve estar em vigor na época em que for praticada a infração penal (CP, art. 1º, e CF, art. 5º, XXXIX).
Personalidade: a pena não pode passar da pessoa do condenado (CF, art. 5º, XLV). Assim, a pena de multa, ainda que considerada dívida de valor para fins de cobrança, não pode ser exigida dos herdeiros do falecido.
Individualidade: a sua imposição e cumprimento deverão ser individualizadas de acordo com a culpabilidade e o mérito do sentenciado (CF, art. 5º, XLVI).
Inderrogabilidade: salvo as exceções legais, a pena não pode deixar de ser aplicada sob nenhum fundamento. Assim, por exemplo, o juiz não pode extinguir a pena de multa levando em conta seu valor irrisório.
Proporcionalidade: a pena deve ser proporcional ao crime praticado (CF, art. 5º, XLVI e XLVII).
Humanidade: não são admitidas as penas de morte, salvo em caso de guerra declarada, perpétuas (CP, art. 75), de trabalhos forçados, de banimento e cruéis (CF, art. 5º, XLVII).
1.4 ESPÉCIES DE PENAS
De acordo com o art. 32 do Código Penal (DECRETO-LEI 2.848/1940), as penas podem ser: privativas de liberdade, restritivas de direito e multa. Nos termos do art. 33 do Código Penal, as penas privativas de liberdade compreendem a reclusão e a detenção. Há também a prisão simples prevista apenas para as contravenções penais, nos termos da Lei das Contravenções Penais (DECRETO-LEI 3.688/1941). Já as penas restritivas de direito, conforme o disposto no artigo 43 do Código Penal são as seguintes: prestação pecuniária; perda de bens e valores; prestação de serviço à comunidade ou entidades públicas; interdição temporária de direitos; limitação de fim de semana.
1.5 REGIMES PRISIONAIS
	
Regime penitenciário ou regime prisional é o meio pelo qual se efetiva o cumprimento da pena privativa de liberdade. O art. 33, § 1º, do CP elenca três regimes: Fechado, semi-aberto e aberto.
De acordo com Fernando Capez(2007, p. 360):
O regime fechado cumpre-se a pena em estabelecimento penal de segurança máxima ou média. 
O regime semi-aberto cumpre-se a pena em colônia penal agrícola, industrial ou em estabelecimento similar. 
 O regime aberto trabalha ou frequenta cursos em liberdade, durante o dia, e recolhe-se em Casa de Albergado ou estabelecimento similar à noite e nos dias de folga.
DA SANÇÃO PENAL
CAPITULO II – DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
2.1 CONCEITO
	A pena é a resposta dada pelo Estado ao autor de uma infração penal (crime ou contravenção). Tem ela o objetivo de punir pelo descumprimento da lei penal e evitar a prática, pela mesma ou por outras pessoas, de novos delitos, além de buscar a ressocialização do agente para a vida em sociedade.
“Pena privativa de liberdade é a modalidade de sanção penal que retira do condenado seu direito de locomoção, em razão da prisão por tempo determinado” (MASSON, 2011, p. 558).
2.2 Espécies De Penas Privativas De Liberdade (Reclusão, Detenção E Prisão Simples)
O direito penal brasileiro admite três espécies de penas privativas de liberdade, quais sejam: reclusão e detenção, relativas a crimes (Código Penal, artigo 33, caput), e prisão simples, inerente às contravenções penais (Lei das Contravenções Penais, artigo 5º, I). 
	A diferença mais importante é dada pelo art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal e refere-se à pena: Art. 1º Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção penal, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.	
Temos, portanto, para os crimes, as seguintes possibilidades, em se tratando de pena: reclusão; reclusão e multa; reclusão ou multa; detenção; detenção e multa; detenção ou multa. Lembrando-se que a pena de multa nunca é cominada isoladamente ao crime.
Em se tratando de contravenção penal, temos as seguintes possibilidades: prisão simples; prisão simples e multa; prisão simples ou multa; multa.
A diferença mais importante entre crime e contravenção é, portanto, a cominação da pena. 
A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto e aberto, enquanto a detenção, em regime semi-aberto e aberto. Já a pena de prisão simples, consiste em privação de liberdade a ser cumprida sem rigor penitenciário, em estabelecimento ou seção especial de prisão comum, em regime semi-aberto ou aberto (Lei das Contravenções Penais, artigo 6º).
2.3 REGRAS DO REGIME FECHADO, SEMI-ABERTO E ABERTO
	No regime fechado o condenado cumpre a pena em penitenciária e nos termos do artigo 34 do Código Penal, será submetido a exame criminológico de classificação e individualização da execução, no início do cumprimento da pena. Estará obrigado ao trabalho comum dentro do estabelecimento penitenciário, em conformidade com suas aptidões ou ocupações anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena. O trabalho externo só é possível em obras ou serviços públicos.
“No início do cumprimento da pena, o condenado será submetido a exame criminológico de classificação e individualização (art. 34, caput). A pena é cumprida em penitenciária. O Condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e isolamento durante o repouso noturno (§ 1º). Dentro do estabelecimento, o trabalho será em comum, na conformidade com as ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena (§ 2º). O trabalho externo é permitido em obras públicas, desde que tomadas as cautelas para evitar a fuga (§ 3º). O trabalho será sempre remunerado (art. 39)”. (GONÇALVES, 2007; p. 112). 
No regime semi-aberto, conforme o disposto no artigo 35 do Código Penal, o condenado também deverá se submeter ao exame criminológico. Porém, a Lei de Execução Penal, em seu artigo 8º, refere-se ao mesmo como simples faculdade. Nesse regime, o condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar, não sendo, portanto, previsto o isolamento durante o repouso noturno. Há também a possibilidade de realização de trabalho externo, bem como frequência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. Isso porque, nesse estágio, pretende-se preparar o condenado para o retorno ao convívio social.
“O condenado poderá também ser submetido a exame criminológico (art. 35, caput, do CP e 8º da LEP). O condenado fica sujeito a trabalho remunerado e em comum durante o dia em colônia penal agrícola, industrial ou similar (§ 1º). É permitido trabalho externo, bem como a frequência a cursos supletivos e profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior (§ 2º). A jurisprudência tem entendido que, na ausência de vagas no regime semi-aberto, o condenado deve aguardar vaga no regime fechado. O preso, no ora estudado, tem direito, com autorização judicial, à saída temporária da colônia com a finalidade de visitar familiares, frequentar cursos ou participar de outras atividades relevantes para sua ressocialização por prazo não superior a 7 dias, renovável quatro vezes por ano (art. 12, 123 e 123 da LEP)”. (GONÇALVES, 2007; p. 112).
O regime aberto, segundo o artigo 36 do Código Penal, baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. Este só permanecerá recolhido, em casa de albergado ou estabelecimento similar, durante o repouso noturno e nos dias de folga, afinal, deverá trabalhar frequentar cursos ou exercer outra atividade autorizada fora do estabelecimento e sem vigilância. O detento deverá demonstrar que está preparado e merece a adoção desse regime, com responsabilidade e disciplina, sob pena de ser transferido para outro regime mais rigoroso.
“O regime aberto baseia-se na autodisciplina e no senso de responsabilidade do condenado (art. 36), uma vez que este permanecerá fora do estabelecimento e sem vigilância para trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada e, durante o período diurno e dias de folga, deverá recolher-se à prisão albergue (§ 1º). O art. 117 da Lei da Execução Penal (Lei n. 7.210, de 11-7-1984) admite, em hipóteses excepcionais, que o sentenciado cumpra o regime aberto em prisão-albergue domiciliar. Nesse caso, o condenado deve recolher-se à sua residência durante o período diurno e dias de folga. Essa forma de prisão domiciliar é admissível quando se trata de pessoa maior de 70 anos, condenado acometido de doença grave, pessoa com filho menor ou doente mental ou, ainda, quando se trata de condenada gestante. A jurisprudência tem admitido também a prisão domiciliar fora das hipóteses do art. 117 quando não existe na comarca albergue no qual o sentenciado possa recolher-se”. (GONÇALVES, 2007; p. 112).
2.4 PROGRESSÃO DE REGIME, INCLUSIVE, NOS CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS
	
O artigo 33 do Código Penal, em seu §2º dispõe que as penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, ou seja, prevê a possibilidade de alguém, que inicia o cumprimento de sua pena em um regime mais gravoso, obtenha o direito de avançar para uma forma mais branda. São dois os requisitos para a progressão, previstos no artigo 112 da Lei de Execução Penal, quais sejam: o objetivo, que conforme Fernando Capez (p. 391), consiste no tempo de cumprimento de pena no regime anterior (1/6 da pena); e o subjetivo, que refere-se ao bom comportamento carcerário do condenado, a ser atestado pelo diretor do estabelecimento. 
“Bom comportamento significa o preenchimento de uma série de requisitos de ordem pessoal, tais como autodisciplina, senso de responsabilidade do sentenciado e esforço voluntário e responsável em participar do conjunto das atividades destinadas a sua harmônica integração social, avaliado de acordo cum seu comportamento perante o delito praticado, seu modo de vida e sua conduta carcerária” (CAPEZ, 2011, p. 392).
É importante ressaltar que“a progressão não poderá ser realizada por “saltos”, ou seja, deverá sempre obedecer ao regime legal imediatamente seguinte ao qual o condenado vem cumprindo sua pena” (GRECO, 2011, p. 495).
“Para a progressão do regime fechado para o semi-aberto, o condenado deve ter cumprido 1/6 da pena imposta na sentença ou do total de penas (no caso de várias execuções). Além disso o sentenciado deve ter demonstrado bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento. (...) Para a progressão do regime semi-aberto para o aberto, é necessário, inicialmente, o cumprimento de 1/6 do restante da pena (quando iniciado no regime fechado) ou 1/6 do total da pena (quando iniciado o cumprimento no semi-aberto). Além disso, exige-se que o sentenciado tenha aceitado as condições do programa (da prisão-albergue), as impostas pelo juiz, que esteja trabalhando ou comprove a possibilidade de fazê-lo imediatamente e, por fim, que seus antecedentes e os exames a que se tenha submetido demonstrem que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime”. (GONÇALVES, 2007; p. 116-117).
 
Em se tratando de progressão de regime nos crimes previstos na Lei 8.072/90, a Lei dos Crimes Hediondos originariamente dispunha, em seu artigo 2º, que os crimes hediondos e equiparados (tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e terrorismo) seriam insuscetíveis de liberdade provisória e a pena deveria ser cumprida integralmente em regime fechado. Assim, vedava-se a progressão de regime. 
Essa previsão instalou interessante controvérsia doutrinária e jurisprudencial, até que, em 2006, em julgamento inédito, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade do §1º do artigo 2º da Lei 8.072/90, por entender que o mencionado dispositivo contrariava o princípio da individualização da pena, da dignidade humana e da proibição de penas cruéis. 
Em 2007 adveio a Lei 11.464, que entrou em vigor na data de sua publicação, e passou a permitir expressamente a progressão de regime nos crimes hediondos e equiparados, prevendo, no entanto, um requisito temporal distinto. “Assim, se o apenado for primário, a progressão se dará após o cumprimento de 2/5 da pena, isto é, 40% da pena, e, se reincidente, 3/5 da pena, isto é, 60% da pena” (CAPEZ, 2011, p. 399).
2.5 REGIME DE PENA NOS CRIMES HEDIONDOS
	
Conforme já destacado anteriormente, nos crimes hediondos, previstos taxativamente no artigo 1º da Lei 8.072/90, e nos delitos a estes equiparados pela determinação expressa contida no artigo 5º, XLIII, da Constituição Federal de 1988 (tráfico de drogas, tortura e terrorismo), a pena privativa de liberdade deve ser cumprida em regime inicialmente fechado, independentemente da sua quantidade e do perfil subjetivo do réu (primariedade ou reincidência circunstâncias judiciais, favoráveis ou desfavoráveis).
	Em verdade, a grande crítica à Lei 8.072/90 é que o legislador ignorou o princípio da individualização da pena prevista no art. 59 do Código Penal e consagrado no art. 5º, XLVI, da CF/88. 
	Não percebeu o legislador que a execução de longas penas privativas de liberdade, em regime unicamente fechado (conforme impõe a Lei 8.072/90), representa um castigo insuportável, que desmotiva o preso, para quem desaparece qualquer perspectiva, qualquer esperança de retorno à liberdade antecipada pelo seu próprio mérito prisional.
2.6 REGIME ESPECIAL
	Segundo Rogério Greco (p. 500), a lei determina que as mulheres cumpram pena em estabelecimento separado, para evitar a promiscuidade e a prostituição no sistema carcerário, observando-se os direitos e deveres inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto no capítulo I do Título V do Código Penal, atendendo-se, assim, ao disposto no artigo 5º, XLVIII, da Constituição Federal, que diz que a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado.
“Dispõe o art. 37 do Código Penal que as mulheres devem cumprir pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal. Veja-se que a própria Constituição Federal estabelece que “a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado” (art. 5º, XLVIII)”. (GONÇALVES, 2007; p. 117).
O artigo 83, §3º da Lei de Execução Penal, com a redação dada pela Lei 12.121/2009, estabelece que os estabelecimentos penais destinados a mulheres deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo feminino na segurança de suas dependências internas. O artigo 5º, L, da Constituição Federal, assegura, ainda, o direito às presidiárias de condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação. Já o artigo 89 da Lei de Execução Penal, diz “(...) a penitenciária de mulheres poderá ser dotada de seção para gestante e parturiente e de creche com a finalidade de assistir ao menor desamparado cuja responsável esteja presa”.
2.7 REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO
	O regime disciplinar diferenciado foi inserido no artigo 52 da Lei de Execução Penal, pela Lei 10.792/03. É aplicável ao preso provisório e ao condenado, nacional ou estrangeiro, em três condições: 1) com a prática de fato previsto como crime doloso, que constitui falta grave, desde que ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sem prejuízo da sanção penal correspondente (LEP, art. 52, caput); 2) quando o preso apresentar alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou sociedade (LEP, art. 52, §1º); 3) quando existirem fundadas suspeitas de envolvimento ou participação do preso provisório ou condenado, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando (LEP, art. 52, §2º).
Os incisos I, II, III e IV do artigo 52 da Lei de Execução Penal, descrevem as características desse regime, quais sejam: I – duração máxima de 360 (trezentos e sessenta) dias, sem prejuízo da repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de 1/6 da pena aplicada; II – recolhimento em cela individual; III – visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de 2 (duas) horas; e IV – direito do preso de sair da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol.
2.8 DIREITOS DO PRESO
	Nos termos do artigo 38 do CP, “o preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral”. Esse dispositivo encontra-se em sintonia com o artigo 5º, XLIX, da Constituição Federal, que assegura aos presos o respeito à integridade física e moral.
“A Carta Magna também assegura aos presos que comprovarem insuficiência de recursos assistência jurídica integral (art. 5º, LXXIV), indenização por erro judiciário ou por permanência na prisão acima do tempo determinado (LXXV) e condições para que as presidiárias possam amamentar seus filhos (L). (...) Não se deve esquecer, contudo, o disposto no art. 15, III, da Constituição Federal, no sentido de que haverá suspensão dos direito políticos com a condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos. Os presos provisórios, portanto, têm direito a voto”. (GONÇALVES, 2007; p. 118). 
Os artigos 40 e 41 da Lei de Execução Penal arrolam diversos direitos dos presos, tais como alimentação suficiente e vestuário, atribuição de trabalho e sua remuneração, assistência material, jurídica, educacional, social, religiosa e à saúde, entrevista direta com advogado, chamamento nominal, avistar-se com o diretor do presídio, contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes, atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, dentre outros.
2.9 SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL
	
Determina o artigo 41 do Código Penal que o condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimentoadequado.
Conforme destacado por Victor Eduardo Rios Gonçalves (p. 120), o condenado a quem sobrevém doença mental durante o cumprimento da pena deverá ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado (art. 41 do CP).
Importante observar, como destacado por Rogério Greco (p. 506), que essa hipótese se aplica ao agente que, ao tempo da ação ou omissão era uma pessoa imputável, e após iniciar o cumprimento de sua pena, sobreveio-lhe a doença mental. Será recolhido para o referido estabelecimento para efetivar o tratamento adequado à sua doença.
O artigo 183 da Lei de Execução Penal dispõe que quanto no curso da execução da pena privativa de liberdade sobrevier doença ou perturbação mental, o juiz poderá, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou da autoridade administrativa, determinar a substituição da pena por medida de segurança.
2.10 DETRAÇÃO PENAL
	
“Detrair” significa “abater o crédito de” (JESUS, 2011, p. 570). A detração penal é o desconto, na pena privativa de liberdade ou na medida de segurança, do tempo de prisão provisória ou de internação já cumprido pelo condenado. Evita-se o bis in idem na execução da pena privativa de liberdade. Compreende-se pela expressão “prisão provisória” toda e qualquer prisão processual e cautelar, ou seja, não decorrente de pena, consistente na privação de liberdade antes do trânsito em julgado da condenação. Importante, ainda, ressaltar que para a aplicação do princípio da detração penal deve existir nexo de causalidade entre a prisão provisória e a pena privativa de liberdade.
“Detração é o cômputo, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, do tempo de prisão provisória cumprida no Brasil ou no estrangeiro, de prisão administrativa ou de internação em hospital de custódia ou tratamento psiquiátrico. Em outras palavras, significa que se o sujeito permaneceu preso durante o processo, em razão da prisão em flagrante, preventiva ou qualquer outra forma de prisão provisória, o tempo de permanência no cárcere será descontado do tempo da pena privativa de liberdade imposta na sentença final. Assim, se alguém foi condenado a 3 anos e 6 meses e havia ficado preso por 6 meses aguardando a sentença, terá que cumprir apenas o restante da pena, ou seja, 3 meses”. (GONÇALVES, 2007; p. 120).
DA SANÇÃO PENAL 
CAPITULO III – DAS PENAS RESTRINTIVAS DE DIREITO
3.1 CONCEITO E CARACTERISTICAS
Conforme leciona Fernando Capez:
“O 6° Congresso das Nações Unidas, reconhecendo a necessidade de buscar alternativas para a pena privativa de liberdade, cujos altíssimos índices de reincidência (mais de 80%) recomendavam uma urgente revisão, incumbiu o Instituto da Ásia e do Extremo Oriente para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente, de estudar a questão. Apresentada a Proposta, foi aprovada no 8° Congresso da ONU realizado em 14 de dezembro de 1990, sendo apelidada de Regras de Tóquio, também conhecidas como regras Mínimas das Nações Unidas para a elaboração de Medidas Não Privativas de Liberdade.” (CAPEZ, 2005, p. 388)
As Regras de Tóquio são na verdade recomendações acerca da aplicabilidade das penas alternativas em detrimento às penas privativas de liberdade, e possuem extrema importância para tal. O Brasil, como país signatário dessas Regras, seguiu suas recomendações em busca de normas e sanções mais humanitárias. 
As penas restritivas de direitos são classificadas como uma opção sancionatória oferecida pela legislação penal com o objetivo de evitar a imposição da pena privativa de liberdade. Prado conceitua da seguinte forma: 
“[...] as penas restritivas de direitos previstas no estatuto atual são autônomas – e não acessórias –, sendo, de conseguinte, inadmissível sua cumulação com as penas privativas de liberdade. São, de fato, substitutivas destas últimas, de modo que sua aplicação exige, em uma etapa preliminar, a fixação pelo juiz do quantum correspondente à privação da liberdade, para ao depois proceder-se à sua conversão em pena restritiva de direitos, quando isso for possível.” (PRADO, 2010, p. 553) 
 	Tal possibilidade, esta disposta ao Juiz no momento da determinação da pena na sentença, conforme dispõe art. 59, inciso IV, do Código Penal: 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
Não se deverá confundir a pena substitutiva em questão com penas alternativas. A pena restritiva tem caráter substitutivo e está vinculada, obrigatoriamente, à aplicação de uma pena originária, no caso, uma pena privativa de liberdade. Já a pena alternativa possui caráter despenalizante e poderá ser aplicada como sanção principal desde o início, de forma direta. 
Alguns doutrinadores tratam essas penas como “penas alternativas”. O que houve em 1998 foi uma profunda alteração nos artigos que tratam a respeito dessas penas. Vide que no art. 32, do Código Penal as penas previstas são;
Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
III - de multa.
As penas restritivas são divididas doutrinariamente em dois grupos diferentes: 
as penas restritivas de direitos genéricas e as específicas. No primeiro grupo encontram-se aquelas que admitem aplicação substitutiva em qualquer tipo de infração penal, sem nenhuma exigência específica. É o caso da prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas e a limitação de fim de semana. Já no grupo das penas restritivas específicas encontra-se a interdição temporária de direitos. Sua aplicação está limitada a determinados delitos perpetrados no exercício de certas atividades, mediante a violação do dever a elas inerentes, ou a delitos culposos. 
3.2 DURAÇÃO DAS PENAS RESTRITIVA DE DIREITOS
O art. 55 do Código Penal dispõe que as penas restritivas de direitos de prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana têm a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída.
Mas a pena de prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas superior a 1 (um) ano pode ser cumprida em menor tempo, nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada (art. 46, §4º, CP).
Essa regra não se aplica às penas de prestação pecuniária e perda de bens e valores, pois em nada se relacionam com o limite temporal da pena privativa de liberdade substituída. Têm, notadamente, cunho patrimonial, e não de restrição de direitos por prazo certo.
3.3 DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS
Dos Requisitos Objetivos;
Quantidade da pena privativa de liberdade aplicada: deve ser igual ou inferior a 4 anos. No caso de condenação por crime culposo, a substituição será possível, independentemente da quantidade da pena imposta não existindo tal requisito;
Natureza da infração penal: crime cometido sem violência ou grave ameaça a pessoa. O crime culposo, mesmo quando cometido com emprego de violência, como é o caso do homicídio culposo e das lesões corporais culposas, admite a substituição por pena restritiva. A lei, portanto, se refere apenas a violência dolosa. (BITENCOURT, 2007, p.480)
Dos Requisitos Subjetivos;
Não ser o réu reincidente em crime doloso. Atualmente o reincidente pode beneficiar-se da substituição, pois a nova lei vedou o beneficio apenas ao reincidente em crime doloso, Dessa forma, somente aquele que, após ter sido definitivamente condenado pela pátria de um crime doloso, vem a cometer novo crime doloso fica impedido de beneficiar-se da substituição. Se entre a extinção da pena do crime doloso anterior e a pratica do novo delito doloso tiveremdecorrido mais de 5 anos, o condenado fará jus a substituição, não substituindo a vedação (o chamado período depurador, mas também conhecido como prescrição quinquenal da reincidência);
A culpabilidade, os antecedentes, a conduta ou a personalidade ou ainda os motivos e circunstancias recomendarem a substituição. Convém notar que esses requisitos constituem uma repetição das circunstancias constantes no art. 59, caput, do CP, salvo duas: comportamento da vitima e consequências do crime, coincidentemente as únicas de natureza objetiva. Assim o art. 44, III, do CP somente levou em conta as circunstancias subjetivas do mencionado art. 59.(BITENCOURT 2007, p.480)
3.4 DAS ESPÉCIES 
O código Penal estabelece no art. 43, as seguintes penas restritivas de direito:
Prestação pecuniária;
Prestação inominada;
Perda de bens e valores; 
Prestação de serviços á comunidade;
Interdições temporárias de direitos;
Limitação de fim de semana.
3.4.1 Prestação Pecuniária
 	
A prestação pecuniária foi inserida no CP, pela Lei nº 9.714/98, sendo que a Lei nº 9.605/98, que trata dos crimes contra o meio ambiente, já havia introduzido essa modalidade de sanção no direito brasileiro, através do seu art. 12, com a seguinte redação: a prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos. “O valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o infrator”. (Não exige coincidência dos beneficiários para ocorrer o desconto). O Art. 45, § 1o do CP dispõe que: A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. ( BITENCOURT, 2007, p.487)
	Vale ressaltar que a prestação pecuniária não se confunde com a multa reparatória prevista pelo Código de Transito Brasileiro (Lei 9.503/97 em seu art. 297), uma vez que esta só é cabível quando houver dano material ao ofendido, causado pelo ilícito, enquanto a prestação pecuniária é admissível ainda na ausência de prejuízo.
3.4.2 Prestação Inominada (art. 45, § 1°, do CP)
No caso de aceitação pelo beneficiário, a prestação pecuniária poderá consistir em prestação de outra natureza, como, por exemplo, entrega de cestas básicas a carentes, em entidades publicas ou privadas. A interpretação, aqui, deve ser a mais ampla possível, sendo, no entanto, imprescindível o consenso do beneficiário quando o crime tiver como vitima pessoa determinada. DAMASIO E. JESUS entende que a prestação inominada corresponde a uma espécie de “pena inominada”, o que feriria o principio da legalidade, trazendo incertezas ao aplicador da lei e ensejando duvida a respeito do verdadeiro conteúdo da resposta penal. Faz porem, a seguinte ressalva: “o dispositivo, contudo, encontra-se em consonância com as Regras de Tóquio, que recomendam ao juiz, depois de arrolar dezesseis medidas penais alternativas (non-custodial measures), aplicação, se necessário e conveniente, ‘de qualquer outra medida que não envolva detenção pessoal’. Medida Liberal, corresponde, entretanto, ao ideal de justiça, pela qual ao juiz, nas infrações de menor gravidade lesiva cometidas por acusados não perigosos, atribuir-se-ia o poder de aplicar qualquer pena, respeitados os princípios da segurança social e da dignidade, desde que adequada ao fato e as condições pessoais do delinquente”. Convém ressaltar que essa pena não pode consistir no pagamento em dinheiro, para que não se confunda com a prestação pecuniária, nem na prestação de trabalho, pois, para essa finalidade, já existe a prestação de serviços à comunidade. 
3.4.3 Perda de bens e valores (art. 45, § 3°, do CP)
Art. 45, § 3o CP.: A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime.
Fernando Capez entende que:
“a perda de bens e valores não pode passar da pessoa do condenado, uma vez que, no momento em que se opera o trânsito em julgado, esses bens (identificados) são transferidos automaticamente para o patrimônio do Estado, não havendo a possibilidade de execução contra os herdeiros, que não os possuem mais, não podendo sequer desfazer dos referidos bens, pois do contrario, estariam incidindo na pratica do crime previsto no art. 171, § 2°, I (disposição de coisa alheia como própria).”(CAPEZ, 2005, p.402)
3.4.4 Prestação de Serviços Comunitários (art. 46 do CP)
Consiste na atribuição de tarefas ao condenado, junto a entidades assistenciais, hospitais, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais, ou em beneficio de entidades públicas. A prestação a comunidade ou a entidades publica é aplicável as condenações superiores a 6 meses de privação da liberdade. As tarefas não serão remuneradas, uma vez que se trata do cumprimento da pena principal (LEP, art. 30), e não existe pena remunerada.
3.4.5 Interdição Temporária de Direitos (art. 47 do CP)
Proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo: trata-se de pena específica, uma vez que só pode ser aplicada ao crime cometido no exercício do cargo (efetivo) ou função, com violação dos deveres a eles inerentes (art. 56 do CP)
3.4.6 Limitação de Fim de Semana
A limitação de fim de semana (Art. 43, VI, e 48 do CP) consiste na obrigação do condenado de permanecer aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, na Casa de Albergado ou estabelecimento adequado. Trata-se de modalidade de pena que tem sido evitada pelo judiciário, em face da ineficiência de sua fiscalização e a inexistência de casa de albergado na maioria dos Estados brasileiros. A duração da limitação de fim de semana é a mesma da pena privativa de liberdade aplicada. 
3.5 CONVERSÃO
Em determinadas circunstâncias, as penas restritivas de direitos podem ser convertidas em pena privativa de liberdade, observando a detração. (art. 44, §§ 4° e 5°, do CP e art. 181 e parágrafos da LEP).
Ao adotar as penas restritivas de direitos como substitutivas, era indispensável dotá-las de coercibilidade. E, para isso, nada melhor do que a previsão da possibilidade de convertê-las em pena restritiva de liberdade. A finalidade da conversão, em outras palavras, é garantir o êxito das penas substitutivas.
O limite temporal da conversão tem de ser observada também, pois a conversão deixou de ser pela pena efetivamente aplicada, independentemente do tempo de cumprimento da sansão restritiva. Atendendo o clamor da doutrina e jurisprudência, adotou-se o princípio da detração, deduzindo-se o tempo de pena restritiva efetivamente cumprido.
Pela legislação revogada, frisa-se a conversão pelo tempo de pena aplicada, sem descontar o período cumprido de pena restritiva (antigo art. 45). Para afastar essa brutal injustiça, a nova lei adotou, com acerto, o principio da detração penal, determinando a duração do tempo cumprido de pena restritivas de direitos.
A afirmação de dever ser respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão, segundo alguns entendimentos, refere-se ao mínimo de dias de penas alternativas cumprido para permitir a dedução da pena de prisão a converter. Ou seja, cumprimento inferior a 30 dias não poderia ser aplicado à detração. Já no entendimento de Cezar Roberto Bitencourt, o saldo mínimo de 30 dias refere-se ao período mínimo de conversão possível, para desestimular o descumprimento injustificado nos últimos dias da substituição. Saldo é o que faltapara cumprir, e não o tempo de pena restritiva já cumprida.
As penas de prestação pecuniárias e perda de bens e valores, em razão de sua natureza pecuniária, a exemplo da pena de multa, não podem ser convertidas em pena de prisão pela falta de pagamento.
 	Assim como a pena de multa, a prisão simples substituída em penas restritivas não pode ser convertida em pena de prisão. O texto é expresso ao referir-se a detenção ou reclusão (art. 45, § 4°, in fine). E a interpretação extensiva contra o infrator é inadmissível em direito pena.
3.5.1 Da Obrigatoriedade e Faculdade da Conversão
Anteriormente à Lei n. 9.714/98, a questão da conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade estava tratada no art. 45 do CP. Atualmente, de acordo com o § 5º do art. 44, acrescentado pela nova legislação, sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade por outro crime, o juiz da execução decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicar se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. Dessa forma, de acordo com o novo dispositivo, haverá a conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade quando:
durante o cumprimento da pena alternativa, sobrevier condenação a pena privativa de liberdade. Trata-se, obrigatoriamente, de decisão transitada em julgado, por imperativo do princípio do estado de inocência;
a nova condenação tornar impossível o cumprimento da pena alternativa.
Além disso, também haverá conversão quando:
o condenado não for encontrado para ser intimado do início do cumprimento da pena;
houver o descumprimento injustificado da restrição imposta ou quando o condenado praticar falta grave.
Antes de converter a pena restritiva de direitos em privativa de liberdade, deve-se possibilitar ao condenado ampla defesa de seus direitos, com a instauração do devido processo legal e a observância do contraditório, pois esses princípios também devem ser observados na execução penal, durante a qual subsiste o devido processo legal. Regime aberto e "Sursis": a condenação não torna, em nenhum desses dois casos, impossível o cumprimento da pena alternativa, razão pela qual não acarreta a conversão em pena privativa de liberdade. Regime fechado e semi-aberto: a condenação nesse caso torna impossível o prosseguimento da execução da pena alternativa restritiva de direitos, acarretando, por conseguinte, a sua conversão em privativa de liberdade. Em se tratando de pena alternativa pecuniária, contudo, não haverá a conversão, uma vez que não existe qualquer incompatibilidade.
DA SANÇÃO PENAL
CAPÍTULO IV - PENA DE MULTA
4.1 CONCEITO
	
A pena de multa no Brasil é prevista expressamente pelo Código Penal pátrio em seu art. 32, quando a elenca como uma de suas penas, as penas adotadas pelo legislador são, privativa de liberdade, restritivas de direito e multa. Em colocação pontual, Cezar Roberto Bitencourt (2014, p.753) nos ensina que: 
“Duas são as características essenciais, tradicionais, da pena de multa em todos os países: 1º) a possibilidade de sua conversão em pena de prisão, caso não seja paga; 2º) seu caráter personalíssimo, ou seja, a impossibilidade de ser transferida para os herdeiros ou sucessores do apenado.”
	A origem da pena de multa é antiga, e não vamos entrar no mérito, encurtemos a dizer o seguinte. A pena de multa como conhecemos hoje, é aplicada ao acusado pelo sistema de dias-multa, e está prevista no art. 49 do Código Penal, in verbis:
Art. 49. A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. 
§1.º O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. 
§2.º O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. (BRASIL, Decreto-Lei 2.848. 7 de dez. 1940, 1940)
	Para doutrina, o conceito de pena de multa, se resume em: 
“A pena de multa consiste, nos termos da lei nova, no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa, sendo, no mínimo, de 10 e, no máximo, de 360 dias-multa [...]. Pretendeu-se a revalorização das quantias estabelecidas na legislação anterior, adotando-se o novo critério em parâmetros fixados pela própria lei, e sujeitas à correção monetária no ato da execução.” (MIRABETE, 2007, p.290)
	Observando o artigo no código penal e as fontes doutrinárias do direito penal, podemos observar que o legislador pátrio foi bem claro em conceituar a pena de multa. Passamos então a analisar a forma que se aplica a multa ao condenado.
4.2 COMINAÇÃO E APLICAÇÃO
	
O magistrado aplica a multa de acordo com o crime praticado pelo agente, guiando pelo artigo 59 do CP. Essa aplicação é "segundo o prudente arbítrio do juiz, que não pode desprezar os parâmetros fixados em lei" (MIRABETE, 2007, p.294). Para fixar a pena de multa o juiz deve observar severamente a condição financeira do condenado, as circunstâncias do crime. Uma discussão antes da reforma do Código Penal era a fixação, estabelecimento do valor, quantidade e qualidade da pena aplicada, e hoje passamos por uma fase em que aplicação é através do dia-multa, e no entendimento da doutrina o magistrado passa por três fases. O professor Fernando Capez (2005, p. 416-417) estabeleceu o seguinte esquema para aplicação da pena, segundo o professor esta fase se dá em três etapas:
“Como calcular o valor? Superando três etapas:
a) encontrar o número de dias-multa;
b) encontrar o valor de cada dia-multa;
c) multiplicar o número de dias-multa pelo valor de cada um deles.
Como encontrar o número de dias-multa? A lei fixa um limite mínimo de 10 e um máximo de 360 dias-multa. [...]. 
Como encontrar o valor de cada dia-multa? O valor é fixado com base no maior salário mínimo vigente ao tempo da infração penal, variando entre o limite mínimo de 1/30 até 5 salários mínimos.”
	O mínimo de dias que o juiz aplicará então será de 10 (dez) dias-multa e o máximo de 360 (trezentos e sessenta). A primeira analise do magistrado é sobre a situação econômica do acusado. Segundo o Código penal no seu artigo 60, "Art. 60. Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu. (BRASIL, Decreto-Lei 2.848. 7 de dez. 1940, 1940). Para o doutrinador Julio Fabrini Mirabete, a pena tem que ser fixada da seguinte forma:
“A pena em dias-multa deve ser fixada, segundo prudente arbítrio do juiz, que não pode desprezar os parâmetros fixados em lei. Em sua fixação, o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu. Serão fixados, portanto, principalmente de acordo com a situação de seu patrimônio, rendas, meios de subsistência, nível de gastos ou outros elementos que o juiz considerar adequados. Deverá, assim, ser considerada a situação econômica global do condenado, sem que o juiz tenha de ater-se a seu padrão de salário, quando se tratar de assalariado. É claro que, se o condenado viver exclusivamente do produto de seu salário, o dia-multa não deverá ser inferior a sua renda diária.”	 (MIRABETE, 2007, p. 294).
	Ressalta-se ainda para o §1.º do artigo 60 do Código Penal que diz que o valor dos dias-multas "pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo". (BRASIL, Decreto-Lei 2.848. 7 de dez. 1940, 1940). O magistrado na fixação dos dias-multas deve ater-se para as causas de aumento e diminuição de pena. Há que se ressaltar que nas leis extravagantes, quando se prevê a aplicação de pena de multa, não são considerados os critérios e o sistema de aplicação de dias-multa. 
4.3 COBRANÇA E EXECUÇÃO DA MULTA
O pagamento da pena de multa está previsto no artigo 50 do Código Penal Brasileiro, in verbis:
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) diasdepois de transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do condenado quando: 
a) aplicada isoladamente;
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;
c) concedida a suspensão condicional da pena.
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família. (BRASIL, Decreto-Lei 2.848. 7 de dez. 1940, 1940)
	O prazo para que se inicie o pagamento da multa é de 10 (dez) dias após o transito e julgado da sentença condenatória. Existe a possibilidade do parcelamento do pagamento da pena de multa, está previsto no art. 50, caput, in fine. É isso que explica o mestre Julio Fabbrini Mirabete (2007, p. 296) em sua obra Manual de Direito Penal, traz que:
“A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais. O requerimento deverá ser apresentado até o término do prazo concedido para o pagamento da multa, ficando a critério do juiz, após eventuais diligências para verificar a real situação econômica do condenado e ouvido o Ministério Público, a fixação do número de prestações. Se o condenado for impontual ou se melhorar se situação econômica, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, revogará o benefício, executando-se a multa ou prosseguindo-se na execução já iniciada.” 
	Existe ainda a possibilidade da pena de multa ser suspensa, tendo previsão legal no art. 52 do CP, que diz "Art. 52. É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental." (BRASIL, Decreto-Lei 2.848. 7 de dez. 1940, 1940). A superveniência de doença mental, em face do executado, suspende a execução da pena de multa. Como afirma Mirabete (2007, p. 297) :
“É suspensa a execução da pena de multa se sobrevém ao condenado doença mental. Assim como ao inimputável não se aplica a pena, toda vez que depois do trânsito em julgado da sentença o condenado vier a padecer de doença mental, não será possível a execução da pena privativa de liberdade ou da multa. Na primeira hipótese, o agente deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado ou o juiz poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança. Na segunda como se anotou, é suspensa a execução.” 
Suspende-se, neste caso, a exigibilidade o crédito.
4.4 IMPOSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DA MULTA
	
Não existe mais a possibilidade do condenado que não paga a pena de multa ter sua liberdade privada, embora, já tenha existido. Antes a lei dizia que "a multa era convertida em detenção quando o condenado solvente deixasse de pagá-la ou frustrasse a sua execução [...]" (MIRABETE, 2007, p 296). Este advento da nova regulamentação está previsto no código penal no art. 51 (cinquenta e um), a saber:
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (BRASIL, Decreto-Lei 2.848. 7 de dez. 1940, 1940)
Hoje em dia não mais se fala nessa possibilidade de converter pena de multa em detenção. 
DA SANÇÃO PENAL
CAPÍTULO V - DA APLICAÇÃO DA PENA
5.1 CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
	
Ao fixar a pena base o juiz deve percorrer entre outros caminhos as circunstâncias judiciais do fato, circunstâncias judiciais, quais são, culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade do agente, circunstâncias e consequências do crime, motivo e comportamento da vítima, estas previamente estabelecidas pelo legislador no artigo 59 (cinquenta e nove) do Código Penal traz ao magistrado um caminho para fixação da pena base, in verbis:
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (BRASIL, Decreto-Lei 2.848. 7 de dez. 1940, 1940)
	Como se verifica o que são as circunstâncias judiciais por Fernando Capez (2005, p. 435) que diz que elas "são também conhecidas como circunstâncias inominadas, uma vez que não são elencadas exaustivamente pela lei, que apenas fornecem parâmetros para sua identificação.". O conceito quem nos traz é (MIRABETE, 2007, p. 299), dizendo que "denuncia os fins da pena, determinando que seja ela estabelecida conforme seja necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime, sendo a culpa do agente a base fundamental para a individualização da sanção a ser aplicada.". 
	A primeira circunstância que o magistrado deve observar para fixar a pena ao acusado é o grau de culpabilidade, ou seja, o seu grau de responsabilidade. "Na verdade, impõe-se que se examine aqui a maior ou menor censurabilidade do comportamento do agente, a maior ou menor reprovabilidade da conduta praticada, não se esquecendo, porém, a realidade concreta em que ocorreu, especialmente a maior ou menor exigibilidade de outra conduta. (BITENCOURT, 2014, p. 773). 
	A segunda circunstância a ser observada é quanto aos antecedentes criminais do acusado. Como anota perfeitamente o professor Fernando Capez em sua obra escrevendo que os antecedentes "são todos os fatos da vida pregressa do agente, bons ou maus, ou seja, tudo o que ele fez antes da prática do crime.". (CAPEZ, 2005, p. 436). 
	A terceira análise a ser feita deve ser quanto à conduta social, e refere-se às atividades e os comportamentos sociais do agente perante a sociedade. 
	Já a próxima circunstância judicial a ser observada é a personalidade do agente, que para Aníbal Bruno apud Cesar Roberto Bitencourt (2014, p. 775) "é um todo complexo, porção herdada e porção adquirida, com o jogo de todas as forças que determinam ou influenciam o comportamento humano". Em seguida o magistrado ater-se-á para as circunstâncias e consequências do crime que para Fernando Capez (2005, p. 439) elas:
“Possuem caráter genérico, incluindo-se nessa referência as de caráter objetivo e subjetivo não inscritas em dispositivos específico. As circunstâncias podem dizer respeito, por exemplo, à duração do tempo do delito, que pode demonstrar maior determinação do criminoso, ao local do crime, que pode indicar a maior periculosidade do agente; à atitude de frieza, insensibilidade do agente durante ou após a prática da conduta criminosa.[...]”	
Há ainda em que se observarem os motivos do crime, que segundo (BITENCOURT, 2014, p. 776) "constituem a fonte propulsora da vontade criminosa. Não há crime gratuito ou sem motivo.". Ainda observando as circunstâncias judiciais deve-se remeter ao comportamento da vítima, que para o professor Bitencourt (2014, p. 777): 
“Esses comportamentos são, não raros, verdadeiros fatores criminógenos, que, embora não justifiquem o crime, nem isentem o réu de pena, podem minorar a censurabilidade do comportamento delituoso, como, por exemplo, "a injusta provocação da vítima. A verdade é que o comportamento da vítima pode contribuir para fazer surgir no delinquente o impulso delitivo, podendo, inclusive, falar-se em "vítima totalmente inocente, a vítima menos culpada que o criminoso, a vítima tão culpada quanto o criminoso e a vítima totalmente culpada[...].”
	Passaremos agora analisar as circunstâncias legais. 
5.2 CIRCUNSTÂNCIAS LEGAIS: ATENUANTES E AGRAVANTES GENÉRICAS; CAUSAS DE DIMINUIÇÃO E AUMENTO DE PENA; QUALIFICADORAS; AGRAVANTES NO CONCURSO DE PESSOAS,REINCIDÊNCIA; CÁLCULO DA PENA.
 
	 A aplicação destas deve ser obrigatoriamente observada pelo juiz, que deve ater-se para não deixar ocorrer o "non bis in idem", ou seja, se ele já classificou como qualificadora, não poderá observar como agravante o mesmo fato genérico. Como explica na íntegra Bitencourt (2014, p. 779), e completa ainda dizendo sobre as circunstâncias legais:
“Como é natural, a preocupação com a dupla valoração afasta as circunstâncias que constituem ou qualifiquem o crime. Assim, na análise das agravantes e atenuantes deve-se observar sempre se não constituem elementares, qualificadoras, ou causas de aumento ou diminuição de pena.
O código não estabelece a quantidade de aumento ou de diminuição das agravantes e atenuantes legais genéricas, deixando ao prudente arbítrio do juiz, ao contrário do que faz com as majorantes e minorantes, para as quais estabelece os parâmetros de aumento ou de diminuição. No entretanto, sustentamos que a variação dessas circunstâncias (atenuantes e agravantes) não deve chegar até o limite mínimo das majorantes e minorantes, que é fixado em um sexto. Caso contrário, as agravantes e as atenuantes se equiparariam àquelas causas modificadoras da pena que, a nosso juízo, apresentam maior intensidade, situando-se pouco abaixo das qualificadoras (no caso das majorantes). Em outros termos, coerentemente, o nosso Código Penal adota uma escala valorativa para agravante, majorante e qualificadora, que são distinguidas, umas das outras, exatamente pelo grau de gravidade que representam, valendo o mesmo, no sentido inverso, para as moduladoras favoráveis ao acusado, privilegiadora, minorante e atenuante.”
	Iremos começar falando sobre as circunstâncias atenuantes da pena, aquelas circunstâncias que diminuem a pena do acusado quando preenchido os requisitos. Como explica Julio Fabbrini Mirabete (2007, p. 314) "os dados objetivos ou subjetivos que, por seu aspecto positivo, levam à diminuição da reprimenda.". São circunstâncias que o magistrado obrigatoriamente deve observar, caso não o faça, sua sentença certamente será cassada. Elas estão previstas no Código Penal no art. 65 e 66, in verbis:
Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; 
II - o desconhecimento da lei; 
III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. (BRASIL, Decreto-Lei 2.848. 7 de dez. 1940, 1940)
	A primeira atenuante a ser observada é quanto à idade do agente, se menor de 21 anos, a pena vai ser diminuída, devido a seu desenvolvimento mental não ser completo e maduro. Também se enquadra como atenuante o desconhecimento da lei. Em seguida nos deparamos com o crime cometido por motivo de relevante valor social ou moral (Art. 65, inciso III, "a"). Explica Mirabete(MIRABETE, 2007, p.316) o seguinte, que "dá-se tratamento benéfico a condutas que, apesar de ilícitas, estão ligadas a um sentimento que não é anti-social por se referirem à honra ou à liberdade individual, ou à pátria, à comunidade e a outros bens jurídicos socialmente relevantes.". 
	Também é uma circunstância atenuante ter o agente tentado por sua própria vontade e com sucesso, evitar o resultado ou melhorar-lhe. Seriam os casos em que o agente se arrepende de prática do ilícito e resolve modificar os resultados, tentando não causar mais. "Atenua a pena, também, ter o agente confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime". (MIRABETE, 2007, p.317). Se o agente confessar espontaneamente o crime, o juiz, deverá aplicar-lhe este fato como atenuante, diminuindo assim sua pena. Se o crime for cometido sob influência de multidão ou tumulto, sem o agente o ter provocado, se atenua a pena também. Caso o indivíduo seja flagrado cometendo um ilícito penal onde por ser influenciado que cometeu tal pratica, atenua-se a pena. A pena ainda poderá ser atenuada como nos casos em que é previsto pelo art. 66, como explica o Dr.º Julio Fabbrini Mirabete (2007, p. 318):
“Em razão da circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. É uma circunstância inominada, facultativa e de conteúdo variável, que permitirá ao juiz considerar aspectos do fato não previsto expressamente[...].”
	Em se tratando as agravantes, é aquelas que aumentam a pena do condenado isso quando não constituem ou agravam o delito, o código penal tratou da matéria em seu art. 61, in verbis:
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
I - a reincidência;
II - ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; 
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; 
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; 
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; 
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada. (BRASIL, Decreto-Lei 2.848. 7 de dez. 1940, 1940)
	O conceito de penas agravante que nos traz é Mirabete (2007, p. 301) "Agravam sempre a pena, quando não constituem ou qualificam o delito, as circunstâncias referidas no código penal". 
	No inciso II, analisamos várias agravantes, a primeira delas é a alínea 'a' que trata dos motivos fúteis ou torpes, é aquele motivo insignificante, que não justificava tal ação. Em seguida observamos o caso em que o agente comete o crime para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; Neste caso como informa o mestre Fabbrini (2005, p.442) "existe conexão entre os crimes. A conexão tecnológica, quando o crime é praticado para assegurar a execução de outro". Na próxima hipótese observamos as causas que dificultam a defesa da vítima, instituto muito tratado e muito comentado na mídia, para Mirabete (2007, p. 303) "refere-se o dispositivo, porém, tanto ao aspecto material da traição, quando se pratica o crime estando à vítima, por exemplo, de costas ou dormindo [...]". A alínea "d" trata dos casos em que o agente faz comete o crime com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum, nestes casos, é como explica na íntegra Fernando Capez (2005, p. 443-444):
“veneno é substância tóxica que perturba ou destrói as funções vitais. Fogo é a combustão ou qualquer outro meio que provoque queimaduras na vítima, como uma lamparina acesa. Explosivo é toda substância inflamável que possa produzir explosão, estouro, detonação. Tortura é a infligência de forimento físico ou moral na vítima, desnecessário no mais das vezes para aprática do crime, demonstrando o sadismo, a insensibilidade do agente. A tortura, porém, pode constituir crime autônomo quando acompanhada das circunstâncias previstas na Lei n. 9455, de 7 de abril de 1997. Meio insidioso é uma formulação genérica que engloba qualquer meio pérfido, que se inicia e progride em que seja possível percebê-lo prontamente e cujos sinais só se evidenciam quando em processo bastante adiantado. Geralmente, o veneno é ministrado insidiosamente, sem que a vítima perceba que está sendo envenenada. Meio cruel é outra forma geral, definido na exposição de motivos como todo aquele que aumenta o sofrimento do ofendido ou revela uma brutalidade fora do comum ou em constante com o mais elencar sentimento de piedade. Reiteração dos golpes de faca configura meio cruel. Meio de que possa resulta perigo comum é a última fórmula genérica, interpretada de acordo com o caso anterior especificado, que é o emprego de explosivo. Configuram-no disparos de arma de fogo contra a vítima, próximo a terceiros.”
	A próxima hipótese que encontramos é quando o crime é contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge, nestes casos agrava-se a pena, pois como explica (MIRABETE, 2007, p. 305) "derivam das relações de parentesco e casamento, revelando a maior insensibilidade do agente em atingir pessoas a ele ligadas por laços que exigiram maior proteção, estima e afetividade.". Em seguida observamos os casos em que o agente pratica o crime com abuso de autoridade ou prevalecendo-se as relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, "consiste no fato de o agente transformar em agressão o que devia ser apoio e assistência.". (CAPEZ, p. 444). Com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão, estes casos são aqueles em que os cargos são públicos. Para Fernando Capez:
“o cargo ou ofício devem ser públicos. Observe-se que no crime de concussão, que é uma espécie de extorsão praticada pelo funcionário público, com abuso de autoridade, contra o particular, que cede metu publicia potestais, não incide a mencionada agravante. O ministério refere-se a atividades religiosas. A profissão diz respeito a qualquer atividade exercida por alguém, como meio de vida.” (CAPEZ, 2005, p. 445).
A próxima alínea a ser analisada trata dos casos em que o agente comete crime contra, criança, maior de 60 anos, enfermo ou mulher grávida, pois "são hipóteses em que a vítima, por sua situação, merece maior respeito e tem menores oportunidades de defesa, justificando a exasperação da pena.". (MIRABETE, 2007, p. 307). Existem ainda outras causas como por exemplo quando o ofendido estava sobre a proteção de autoridade, em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública ou de desgraça particular do ofendido, ou quando o agente pratica o crime em estado de embriaguez preordenada, todas essas hipóteses agravam a pena do indivíduo. 
5.2.1 Causas De Diminuição E Aumento De Pena
	Estas são simpaticamente chamadas de majorantes e minorantes e elas as causas estão previstas na parte geral do código, pois, elencam o aumento ou diminuição de pena. Como explica Fernando Capez (2005, p.452) "são assim chamadas porque se situam na Parte Geral do Código Penal. São as causas que aumentam ou diminuem as penas em proporções fixas (1/2, 1/3, 1/6, 2/3 e etc.)". Está expresso no código, um exemplo de causa de diminuição, é o crime na forma tentada (art. 14, II CP). Já no caso de causa de aumento de pena, temos o crime continuado específico (art. 71, parágrafo único). Para Cesar Roberto Bitencourt é importante ressaltar que:
“Além das agravantes e atenuantes, há outras causa modificativas da pena, que o Código denomina causas de aumento e de diminuição, também conhecidas como majorantes e minorantes. As majorantes e minorantes são fatores de aumento ou redução da pena, estabelecidos em quantidade fixas (ex: metade, dobro, triplo, um terço) ou variáveis (ex.: um a dois terços).” (BITENCOURT, 2014, p. 781).
	É importante ressaltar que a análise dessas causas é verificada na última fase. E é nesta fase que o magistrado pode sair dos limites legais, quando fundamentado. 
5.2.2 Qualificadoras
	Só estão previstas na Parte Especial, elas alteram o limite das penas, no caso concreto, são fixadas no momento em que o magistrado fixa a pena base. Elas elevam os limites abstratos da pena privativa de liberdade. Para (CAPEZ, 2005, p. 453):
“Sua função é a de alterar os limites mínimo e/ou máximo da pena [...] elevam os limites abstratos da pena privativa de liberdade [...] Ora, se elas apenas alteram os limites da pena, precedem as fases de dosagem dentro desses limites. Assim, o juiz, antes de iniciar a primeira fase de fixação da pena, deve observar se o crime é simples ou qualificado para saber dentro de quais limites irá fixar a reprimenda. 
5.2.3 Agravantes No Concurso De Pessoas
	
No concurso de pessoas, ou seja, quando mais de um agente pratica ou participa da execução criminosa, concorrem estes no crime. Nestes casos a pena é agravada, observando algumas características previstas no artigo 62 do Código Penal. O artigo 62 do código penal traz, in verbis:
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: 
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;
II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; 
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. (BRASIL, Decreto-Lei 2.848. 7 de dez. 1940, 1940)
	
Este artigo regulamenta os crimes quem que há o concurso de agentes, agrava a pena em primeira análise ao agente que organiza, promove ou coopera na ação ilícita. 
5.2.4 Reincidência 
	
O conceito de reincidência vem estampado no artigo 63 (sessenta e três) do código penal que traz "Art. 63. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior." (BRASIL, Decreto-Lei 2.848. 7 de dez. 1940, 1940). Para Capez (2005, p. 456) reincidência "é a situação de quem pratica um fato criminoso após ter sido condenado por crime anterior, em sentença transitada em julgado.". É também prevista no inciso "I" do artigo 61, "Art. 61. [...] I- a reincidência; [...]". (BRASIL, Decreto-Lei 2.848. 7 de dez. 1940, 1940), e é contestada na doutrina que acham que se assim vista acarreta esbarrando no princípio do " bis in idem", que ninguém será julgado duas vezes pelo mesmo crime. Para doutrina duas são as espécies de reincidência, reincidência real e reincidência ficta, a reincidência real ocorre quando o delinquente cumpriu a pena imposta ao crime anterior, já a ficta que é a que o sistema penal brasileiro adotou, é aquela que existe com a simples condenação anterior. De acordo com Julio Frabbrini Mirabete (2007, p. 309): 
“[...] para que ocorra a reincidência, com a consequente agravação da pena a ser imposta ao autor de determinado crime, é necessário que já tenha transitado em julgado uma sentença condenatória contra ele proferida no país ou no estrangeiro, por outro crime (crime antecedente). É possível, pois, que o agente já tenha sido condenado anteriormente por outro ilícito penal e que não se reconheça na aplicação da pena do delito posterior a reincidência: basta que a condenação anterior tenha sido imposta em sentença que transitou em julgado após o cometimento do segundo crime.” 
	Lembra-se ainda que só se prove a reincidência mediante certidão de transito em julgado de sentença condenatória com a data do trânsito. Aqui não se refere aos antecedentes do acusado. 
5.2.5 Cálculo da Pena (art. 68 do cp)
	
A forma que se calcula a pena a ser fixada ao condenado está prevista em nosso ordenamento, no artigo 68 do código pena, in verbis:
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; emseguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. 
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. (BRASIL, Decreto-Lei 2.848. 7 de dez. 1940, 1940).
	O magistrado tem que passar por todas as fases, para chegar a pena concreta ao condenado no caso concreto, quais são, na primeira fase ele fixa apena base levando em consideração as circunstâncias judiciais legais, como, antecedentes o grau de culpabilidade entre outros já observados anteriormente, em seguida, ele passa para segunda fase, onde vai observar as circunstâncias atenuantes e agravantes e na terceira fase de fixação da pena deve ser observadas se existente as causas de aumento e diminuição de pena. É importante ressaltar que o magistrado após estabelecer a quantidade de pena a ser aplicada deverá estabelecer qual o regime inicial para o cumprimento da pena.
DA SANÇÃO PENAL
CAPÍTULO VI – DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
6.1 CONCEITO, PRESSUPOSTOS E ESPÉCIES
6.1.1 Conceito
Atualmente, pode-se observar que existem muitas pessoas que são condenadas com penas privativas de liberdade de curta duração. As penas privativas de direito foram criadas não para punir, mas sim para reeducar o agente que comete um ato ilícito, para que o mesmo possa viver novamente em sociedade, e não apresentar mais perigo à sociedade. Suspensão Condicional da Pena ou Sursis é um instituto de direito penal com a finalidade de permitir que o condenado não se sujeite à execução de pena privativa de liberdade de pequena duração, ou seja, permite que, mesmo condenada, uma pessoa não fique na cadeia. Sursis quer dizer suspensão, derivado de surseoir, que significa suspender. A suspensão condicional da pena ou sursis, nos moldes da que possuímos, surgiu na França com o projeto Bèrander de 26 de maio de 1884 que foi origem do chamado sistema continental europeu, ao qual nos filiamos. E é um instituto pelo qual a execução da pena privativa de liberdade é suspensa sob certas condições, e durante determinado período de tempo, extinguindo-se a pena ao término do prazo, como preceitua o art. 77 do nosso Código Penal:
Art. 77. A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos […].
	No dizer de GOLÇALVES (2007, p. 159), O sursis é:
 “O sursis, que para alguns é direito subjetivo do réu e, para outros, forma de execução da pena, consiste na suspensão da pena privativa de liberdade por determinado tempo (período de prova), no qual o condenado deve sujeitar-se a algumas condições e, ao término de tal prazo, não tenha havido causa para revogação, será declarada extinta a pena. A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa (art. 80). O art. 77 do Código Penal estabelece os requisitos do sursis”. 
6.1.2 Pressupostos
Para que um condenado consiga ter a suspensão condicional da pena ele deve preencher pressupostos subjetivos e objetivos.
	Os objetivos são: no chamado sursis simples, a condenação de pena privativa de liberdade não superior a dois anos; no sursis etário ou no sursis humanitário, a condenação de pena privativa de liberdade não superior a quatro anos.
	Os pressupostos subjetivos são: a) que o condenado não seja reincidente em crime doloso; b) a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstancias autorizem a concessão do beneficio, isto é, verifica-se a ausência de periculosidade do condenado.
	Vale destacar o primeiro requisito que diz respeito ao fato de não ser o condenado reincidente em crime doloso; portanto se o agente tiver cometido anteriormente uma contravenção penal ou ter tido uma condenação anterior por crime culposo não impede a aplicação da suspensão condicional da pena.
Se o juiz define o prazo de dois anos para o sursis, o condenado ficará durante esse período em observação. Se não praticar nova infração penal e cumprir as determinações impostas pelo juiz, este, ao final do período de prova, determinará o fim da pena. Se durante o período de prova houver revogação do sursis, o condenado cumprirá a pena que se achava com a execução suspensa.
Muito se temia, em relação ao sursis, pois o condenado não ficava na cadeia, o que se pareceria com impunidade e estimularia o condenado a praticar novos crimes. Na prática, porém, demonstrou-se serem infundados tais temores; ao contrário, trouxe vantagens na aplicação da justiça, por evitar o contato de réus condenados por pequenos crimes com delinquentes de grande periculosidade. Favoreceu até a certeza da punição, impedindo que juízes, temerosos de promiscuidade dos delinquentes nas prisões, absolvessem frequentemente acusados de crimes leves e que nenhuma periculosidade apresentavam.
Nossos legisladores, ao adotarem a suspensão condicional da pena, aproximaram-se do sistema a que podemos chamar belga-francês, que consiste no juiz proferir a condenação, suspendendo ao mesmo tempo a execução penal por determinado prazo e mediante condições.
6.1.3 Espécies de Sursis
O Código Penal prevê quatro espécies de suspensão condicional da pena, sendo estas ditas por Greco:
a)Sursis simples, que está previsto no parágrafo 1º do art. 78 do Código Penal. Uma vez determinado o período de prova, no qual deverá cumprir todas as condições que lhe foram determinadas na sentença penal condenatória, o condenado, no primeiro ano do prazo, deverá prestar serviços à comunidade ou submeter-se à limitação do fim de semana. 
Cabe ao Serviço Social Penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou outra instituição beneficiada com a prestação de serviços (desde que inspecionadas pelo Conselho Penitenciário, Ministério Público ou por ambos) a fiscalização do cumprimento das condições estabelecidas. Tais condições impostas pelo juiz poderão ser modificadas à qualquer tempo ouvido o condenado, desde que observada a situação pessoal do réu. 
b)O sursis especial é aquele onde o condenado não ficara sujeito às condições impostas pelo magistrado desde que reparado o dano (salvo se houver impossibilidade de fazê-lo), bem como preencha os requisitos especificados no art. 77 do CP e as circunstâncias do art. 59 lhe sejam inteiramente favoráveis. Neste caso o magistrado deverá aplicar as condições previstas no art. 78, § 2º cumulativamente, não sendo estas facultativas como no sursis simples. 
c)O sursis etário ou em razão das condições de saúde do condenado, destinando-se este aos condenados com idade superior a 70 anos na data da condenação. Nesta forma de suspensão o condenado deverá ser submetido a um período de prova que poderá ser de quatro a seis anos. As condições impostas para esse tipo de sursis podem ajustar-se as do sursis simples ou do especial, de acordo com o caso, atendendo aos requisitos previstos no art. 78, § 2º.
d)O sursis humanitário foi uma inovação trazida pela Lei 9.714/98, permitindo, agora, ao condenado a uma pena não superior a quatro anos, ver concedida a suspensão condicional pelo período de quatro a seis anos, desde que razões de saúde a justifiquem. Assim, condenados aidéticos, tuberculosos, paraplégicos ou aqueles que tenham sua saúde seriamente abalada poderão ser beneficiados com o sursis, evitando, dessa forma, o agravamento da sua situação que certamente acontecerá se fosse jogado no cárcere.(GRECO, 2003 p.700)
6.2 CAUSA DE REVOGAÇÃO
6.2.1 Revogação Obrigatória
	
O art. 81 do Código Penal determina:
“A suspensão será revogada se, no curso do prazo o beneficiário:
I – é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;
II – frustra, embora solvente, a execução da pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado a reparação do dano;
III – descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.”
As causas determinadas pelo legislador, se ocorrerem,

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