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GENÉTICA BACTERIANA • Elementos celulares implicados na Genética Bacteriana: Cromossomo bacteriano: único, cerca de 4,2x103kb (Escherichia coli); apresenta poliaminas; não contém íntrons. Plasmídeo: DNA extra-cromossômico de fita dupla, circular, autoreplicável, com 1/100 da extensão do genoma F-pili: apêndice celular implicado na transferência de plasmídeos (comum em G-) Ribossomos: cerca de 15.000/célula; 80% dispostos em polissomos; composto pelas sub-unidades 30S (rRNA 16S + 21 proteínas) e 50S (rRNA 23S + 5S + 35 proteínas) • Síntese protéica DNA transcrição mRNA tradução tRNA aa 30S 50S mesossomo F-pilus plasmídeo cromossomo bacteriano ribossomo polissomos • Variações fenotípicas Resultam das adaptações das bactérias ao ambiente, são reversíveis; sem comprometimento genético. Ex: Serratia marcescens (37ºC – sem pigmentação 25ºC – vermelhas) Bacillus spharericus (2% peptona – células vegetativas 0,1% peptona – esporos) Gram positivos (cultura nova – células azuis cultura velha – células vermelhas) • Variações genotípicas Alterações na seqüência de nucleotídios; irreversíveis; MUTAÇÃO mutação puntiforme: envolve um único par de bases mutação por inserção mutação por deleção 5’ 3’ G T A (His) 5’ 3’ G T G (His) 5’ 3’ G T T (Gln) A G A T T A C C A (Ser) (Asn) (Gly) A G G A T T A C C A (Ser) (Gln) (Try) G A G G A T T A C C A (Ser) (Gln) (Try) A G A T T A C C A (Ser) (Asn) (Gly) transposições • REGULAÇÃO DA EXPRESSÃO EM BACTÉRIAS OPERON lac Em Escherichia coli a lactose, que é um dissacarídio composto por galactose e glucose, pode ser empregada como fonte de energia, se for ativado o operon da lactose, denominado operon lac. Esse operon é composto por três genes moduladores: um gene repressor (lacL), um gene promotor (lacP) onde se acopla a mRNA polimerase, e um gene operador (lacO) que libera ou retem a mRNA polimerase. Esse operon é composto por três outros genes funcionais: um gene que codifica a enzima β-galactosidase (lacZ) que hidrolisa a molécula de lactose em glucose e galactose, um gene para a enzima lactose-permease (lacY) que favorece a entrada da lactose para o interior da célula, e um gene lacA que codifica a tiogalactosídeo-transacetilase, enzima responsável pela eliminação dos galactosídeos não hidrolisados. A G A T T A C C A C C A T T C G A G G 328pb 523.098pb A G A T T A C C A C C A A T T A T T C G A G G 328pb 523.098pb Caso 1: presença de glucose (pouco cAMP); ausência de lactose lacL lacP lacO lacZ lacY lacA mRNA repressor mRNA pol OPERON sat O Streptococcus mutans é a bactéria de maior importância na evolução do processo carioso. Essa bactéria é capaz de desmineralizar o esmalte dental através da geração de um ambiente ácido localizado, pela rápida glicólise dos açúcares da dieta em ácido láctico. Em adição a essa acidogenicidade, o S. mutans está apto a tolerar a exposição contínua ao choque ácido que pode abaixar o pH local, de 7,0 a 4,0 em cerca de 20 minutos após a ingestão de carboidratos. Essa aciduricidade apresentada pelo S. mutans é um fenômeno multifatorial. Um mecanismo muito interessante envolve a disposição de “bombas” dependentes de ATPase (na membrana citoplasmática) que eliminam os Caso 3: ausência de glucose (muito cAMP); presença de lactose lacL lacP lacO lacZ lacY lacA mRNA repressor mRNA pol lactose β-galactosidase permease transacetilase cAMP Caso 2: presença de glucose (pouco cAMP); presença de lactose lacL lacP lacO lacZ lacY lacA mRNA repressor mRNA pol lactose Baixos níveis de mRNA funcional cAMP prótons H+ do citoplasma, mantendo o pH intracelular próximo de 7,5. A rápida síntese e translocação dessas “bombas”, que têm natureza protéica, durante eventos de queda brusca e continuada de pH, garante a homeostase e adaptação da célula ao ambiente ácido que a envolve. A pronta translocação dessas proteínas é determinada por duas proteínas denominadas Ffh e YlxM que estão dispostas num operon chamado de sat (secretion and acid tolerance). A Ffh (fifty-four homologue) apresenta uma massa molecular de 54kDa e é homóloga das partículas de reconhecimento de sinal (SRP) dependentes de GTP, dos eucariotos, e que também estão envolvidas em processos de translocação de proteínas na membrana citoplasmática de E. coli. A YlxM apresenta uma massa molecular de 13,2kDa e sua função permanece incerta, porem com a forte suposição de que seja uma proteína envolvida na secreção de outras macromoléculas. Experimentos com mutantes afuncionais (knock-out) para o operon sat mostraram que quando essas células são submetidas à um choque ácido (pH5,0) a transcrição desse operon permanece constante, com os mesmos níveis de satmRNA transcritos a pH7,5. Por outro lado, tipos selvagens de S. mutans elevam em até oito vezes a taxa de transcrição desse operon quando em pH5,0. Caso 1: cepa selvagem de S. mutans em pH7,5 satL satP satO ylxm ffh mRNA repressor mRNA pol Estímulo ácido YlxM Ffh Caso 2: cepa selvagem de S. mutans em pH5,0 satL satP satO ylxm ffh mRNA repressor mRNA pol Caso 3: cepa mutante (sat :: Tn917) de S. mutans em pH7,5 satL satP satO ylxm ffh mRNA repressor mRNA pol Estímulo ácido Caso 4: cepa mutante (sat :: Tn917) de S. mutans em pH5,0 satL satP satO ylxm ffh mRNA repressor mRNA pol OBJETIVOS Mostrar ao aluno de Odontologia as principais estruturas celulares que apresentam relevância na Genética Bacteriana, princípios de mutação e os mecanismos de controle da expressão gênica em procariotos. PERGUNTAS 1. Quais fatores favorecem o “ganho de tempo” por parte das bactérias? 2. O que são mutações? 3. Quais as vantagens que o operon oferece para as bactérias? 4. Qual a importância do operon sat para o Streptococcus mutans? 5. Na síntese protéica, qual a função dos tRNAs?
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