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Odontopediatria - RESUMO

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Odontopediatria 
 
Rene Ortiz Jr. 1 
 
Sumário 
 
1. Anatomia dos Dentes Decíduos _ _ 2 
2. Manejo do Paciente Infantil no Consultório _ _ 4 
3. Cariologia _ _ 6 
4. Flúor _ _ 9 
5. Escovação Dental _ _ 11 
6. Dieta _ _ 13 
7. Mínima Intervenção _ _ 15 
8. Anestésico Local em Crianças _ _ 17 
9. Exodontia dos Dentes Decíduos _ _ 20 
10. Radiologia em Odontopediatria _ _ 22 
11. Plano de Tratamento em Odontopediatria _ _ 25 
12. Endodontia _ _ 26 
13. Desenvolvimento e Características das Dentições Decídua e Mista _ _ 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Odontopediatria 
 
Rene Ortiz Jr. 2 
 
Anatomia dos Dentes Decíduos 
 
Características Anatômicas da Dentição Decídua: 
 A polpa dos molares decíduos é mais volumosa em relação à sua coroa; 
 O corno pulpar dos dentes decíduos fica próximo à superfície externa, particularmente 
o corno mesiovestibular e, em especial, o dos primeiros molares inferiores; 
 A espessura do esmalte e da dentina é aproximadamente 1/3 menor nos dentes 
decíduos, em confronto com os permanentes; 
 Os dentes decíduos são menores que os permanentes em todas as suas dimensões; 
 As superfícies V e L dos molares decíduos possuem uma convergência em direção à 
oclusal, com face oclusal estreita; 
 Há maior constrição no colo dos decíduos; 
 Os prismas de esmalte no terço cervical dos decíduos apresentam uma inclinação de 
cervical para oclusal, ou seja, no sentido contrário ao dos permanentes. 
 
Maxila: 
 Incisivo Central Superior: 
 Coroa com diâmetro mesiodistal maior que o comprimento cérvico-incisal; 
 Face palatina com cíngulo proeminente; 
 Borda incisal com ângulo disto-incisal arredondado. 
 
 Incisivo Lateral Superior: 
 O comprimento da coroa da borda cervical à incisal é maior do que a largura 
mesiodistal; 
 A face palatina apresenta cristas marginais grandes, mas o cíngulo não é muito 
desenvolvido; 
 A borda incisal tem o ângulo disto-incisal mais arredondado que o incisivo central. 
 Canino Superior: 
 O comprimento da coroa mostra-se tão alto no sentido cérvico-incisal, como largo 
no sentido mesiodistal; 
 A face palatina apresenta um cíngulo bem evidente, uma fossa lingual dividida em 
dos segmentos: mésio e distopalatino. 
 
 Primeiro Molar Superior: 
 A face vestibular possui um sulco mal definido que separa as cúspides mésio e 
distovestibulares. Apresenta o Tubérculo de Zuckerkandl; 
 A face palatina é mais convexa e possui uma cúspide mesiopalatina e ás vezes 
uma distopalatina; 
 A face oclusal possui uma crista oblíqua e 3 fossas: central, mesial e distal; 
 Possui 3 raízes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Odontopediatria 
 
Rene Ortiz Jr. 3 
 
 Segundo Molar Superior: 
 A coroa é semelhante ao primeiro molar superior permanente e possui 3 raízes; 
 A face vestibular possui um sulco vestibular separando as cúspides mésio e 
distovestibulares. Possui Tubérculo de Zuckerkandl; 
 A face palatina apresenta o Tubérculo de Carabelli (mesiopalatina). Duas cúspides: 
mésio e distopalatina, separadas por um sulco palatino bem definido. 
 
Mandíbula: 
 
 Incisivo Central Inferior: 
 A coroa é muito alongada no sentido cérvico-incisal e achatada no mesiodistal; 
 A face vestibular é pouco convexa; 
 A face lingual apresenta um cíngulo discreto. 
 
 Incisivo Lateral Inferior: 
 A coroa é mais alongada no sentido cérvico-incisal e achatada no mesiodistal; 
 A face vestibular é pouco convexa; 
 A face lingual apresenta um cíngulo ligeiramente desviado para distal; 
 A borda incisal possui o ângulo disto-incisal arredondado. 
 
 Canino Inferior: 
 A coroa é mais alta no sentido cérvico-incisal do que no mesiodistal; 
 A face vestibular é convexa; 
 A face lingual possui uma fossa lingual dividida em dois segmentos (ponte de 
esmalte). 
 
 Primeiro Molar Inferior: 
 Morfologia única e possui duas raízes; 
 A face vestibular é convexa, apresenta duas cúspides (mésio e distovestibular) e o 
Tubérculo de Zuckerkandl; 
 A face lingual é menos convexa e apresenta duas cúspides (mésio e distolingual); 
 A face oclusal apresenta uma crista transversa e três fossas (central, mesial e 
distal). 
 
 Segundo Molar Inferior: 
 Morfologia do 1º molar inferior permanente e possui duas raízes; 
 Face vestibular com 3 cúspides: mesiovestibular, distovestibular e distal, separadas 
por dois sulcos vestibulares. Possui Tubérculo de Zuckerkandl; 
 Face lingual com 2 cúspides (mésio e distolinguais); 
 Face oclusal apresenta 3 fossas (central, mesial e distal). 
 
 
 
 
Odontopediatria 
 
Rene Ortiz Jr. 4 
 
Manejo do Paciente Infantil no Consultório 
 
Etapas do Desenvolvimento Psicológico: 
0 a 2 anos: 
 Total dependência da mãe; 
 Treino do corpo (engatinhar, etc.); 
 Domínio das sensações; 
 Primeira dentição (a partir dos 6 
meses): apresenta agressividade; 
 Oralidade: a boca é considerada o 
órgão de todos os prazeres. 
 
2 a 4 anos: 
 Independência parcial da mãe; 
 Memória  Fala  Comunicação; 
 Ao invés de agir, a criança fala; 
 Simbolismo (personagens animados); 
 Curiosidade; 
 Fase do NÃO, por isso, deve-se 
evitar perguntas; 
 Apresenta medo do abandono, 
inesperado e desconhecido. 
 Quando a mãe vai sair da sala, 
deve-se deixar algum pertence 
dela. 
4 a 6 anos: 
 Fase edipiana: o menino tem interesse 
pela mãe e a menina pelo pai; 
 Fase do “por quê?”; 
 Faz de conta; 
 Socialização; 
 Medo de lesões corporais. 
 
6 a 9 anos: 
 Socialização; 
 Criança alfabetizada e amadurecida; 
 Escola: convívio maior com crianças; 
 Independência. 
 
9 a 12 anos: 
 Fase da pré-adolescência; 
 Desenvolvimento do intelecto; 
 Abandono do corpo; 
 Fase do isolamento, rebeldia, 
autoritarismo e egocentrismo. 
 
Atitudes Paternas: o ambiente doméstico tem 
influência no desenvolvimento da 
personalidade da criança e seus padrões de 
comportamento, ou seja, é importante a 
relação pais e filho. 
 
Excesso de: 
Proteção Indiferença 
Afeição Rejeição 
Bondade Rejeitada 
Ansiedade 
Autoridade 
Mimada 
 
Medo: estado emocional de alerta até o perigo, acompanhado de conteúdo intelectual. 
 
 Medo Objetivo: é aquele oriundo de experiências vividas diretamente pela criança, e 
que provoca emoções desagradáveis ou dolorosas. 
 Direto: quando a experiência anterior dolorosa ou desagradável sofrida pela criança 
ocorreu em tratamento odontológico; 
 Indireto: aquele oriundo de experiências que ocorreram em ambientes semelhantes 
ao do consultório, como, por exemplo, no médico, na farmácia etc., que se 
assemelha muito ao ambiente odontológico. 
 
 Medo Subjetivo: este tipo de medo ocorre por sugestões, ou seja, crianças que 
ouviram falar de experiências desagradáveis vividas por seus pais, parentes ou 
amigos, no consultório odontológico ou especialidades afins. 
Odontopediatria 
 
Rene Ortiz Jr. 5 
 
 Direto: quando a experiência anterior dolorosa ou desagradável sofrida pela criança 
ocorreu em tratamento odontológico; 
 Indireto: aquele oriundo de experiências que ocorreram em ambientes semelhantes 
ao do consultório, como, por exemplo, no médico, na farmácia etc., que se 
assemelha muito ao ambiente odontológico. 
 
Ansiedade: estado emocional de alerta até o perigo, desprovido de conteúdo intelectual. 
 
 Manejoda Ansiedade: 
 Do Paciente: criar um vínculo afetivo e esclarecer os detalhes; 
 Do Cirurgião-Dentista: aprimoramento profissional. 
 
 Método de Distração: 
 Áudio – Analgesia – Música ou ruídos brandos; 
 Vídeo, jogos e álbum de motivação; 
 Programa de TV. 
 
 Meio para Impedir o Tratamento Odontológico: 
 Choro; 
 Tosse; 
 Náuseas; 
 Vômito; 
 Suor; 
 Xixi; 
 Agressão física; 
 Falar muito; 
 Mudez; 
 Birra. 
 
Classificação da Criança: 
 
 Variáveis Sobre o Comportamento Cooperador: 
 As consultas devem ser curtas até os 7 anos, porque as crianças até essa idade na 
maioria das vezes ainda não têm uma disciplina muito grande em relação a 
manterem-se quietas. As consultas devem ser de 25 a 30 minutos; 
 Depende da hora do dia (criança que dorme depois do almoço, deve-se evitar 
serem atendidas neste horário); 
 Tipo de vestuário do cirurgião-dentista (buscar a criança somente com jaleco e 
touca). 
 
 Comportamento do Menos Cooperador: 
 Imaturidade; 
 Falta de disciplina paterna; 
 Excesso de severidade paterna; 
 Medo; 
 Ansiedade materna (influência doméstica). 
 
Técnicas para Manejar o Comportamento Não Colaborador: 
 Falar – Mostrar – Fazer: modelo comportamental através de explicações, mostrando 
e realizando o procedimento. 
 
 Controle pela Voz: alteração controlada do tom da voz, visando direcionar o 
comportamento da criança. Nesse caso, é importante a expressão facial. 
 Se a criança estiver gritando, deve-se falar baixo, e caso ela esteja com muita birra, 
deve-se falar com um tom mais forte. 
 
Odontopediatria 
 
Rene Ortiz Jr. 6 
 
 Contenção Física: manobras que restringem os movimentos impróprios da criança. 
 Indicações: 
 Pacientes que não colaboram por imaturidade; 
 Crianças rebeldes; 
 Pacientes especiais; 
 Quando há risco de machucar a criança. 
 Ativa: cirurgião-dentista, auxiliar e/ou responsável. 
 Passiva: faixas de contenção, ped wrap, abridor de boca e bloco de mordida. Deve 
ter o consentimento dos pais e uma autorização por escrito. 
 
 Mão Sobre a Boca: técnica usada para restabelecer comunicação com a criança que 
se tornou emocionalmente descontrolada. Essa técnica não é mais aprovada pela 
Academia Americana de Odontopediatria (AAPD). 
 
 
 
Cariologia 
 
Doença Cárie: é uma doença infecciosa transmissível, de 
etiologia multifatorial, progressão lenta e raramente 
autolimitante. 
Lesão de Cárie: manifestação clínica da doença. 
 
Cárie Dentária: 
 Dentes: 
 Maturação Pós Eruptiva: após a erupção dos dentes, o esmalte chega à boca com 
aproximadamente 80% de mineral, devendo essa concentração chegar aos 97% 
após cerca de dois anos; 
 Presença de fluorapatita; 
 Tipo, morfologia e posição do dente. 
 
 Saliva: 
 Capacidade tampão (bicarbonato, ureia e fosfato); 
 Fluxo salivar; 
 Atuação no processo de des-remineralização: perda de minerais para o meio, 
causando a lesão de cárie; 
 Lavagem e limpeza da superfície dental; 
 Ação Antibacteriana (lactoferrina, lactoperoxidase, lisozima e Ig A). 
 
 Hospedeiro: 
 Higiene bucal: controle de microrganismos; 
 Controle da dieta (açúcar); 
 Aspectos sociais. 
Odontopediatria 
 
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Lesões de Cárie: 
 Em Esmalte: 
 Ocorre uma desmineralização nos espaços intercristalinos do esmalte dentário, 
ocasionando uma diminuição do tamanho dos cristais e aumentando os espaços 
intercristalinos; 
 A lesão de mancha branca, característica dessa lesão, ocorre devido uma 
mudança nas propriedades ópticas do esmalte; 
 Lesão em formato piramidal com base na superfície, apresentando as seguintes 
zonas histológicas: 
 Zona Superficial: região praticamente intacta, sem desmineralização; 
 Corpo da Lesão: região mais desmineralizada, com maior volume de poros; 
 Zona Escura: frente de avanço das lesões, com poros apresentando tamanhos 
reduzidos; 
 Zona Translúcida: pode ser frente de avanço de lesões, com desmineralização 
mínima, mas com poros amplos. 
 
 Em Dentina: 
 Como reação de defesa, temos a esclerose dos túbulos dentinários e a formação 
de dentina reacional (terciária); 
 As camadas da dentina cariada são: 
 Zona Necrótica: é a camada mais superficial, apresentando placa, resíduos 
alimentares e bactérias proteolíticas. Essa camada deve ser removida, sendo 
indolor à sua remoção; 
 Zona Infectada: apresenta bactérias proteolíticas na superfície e acidogênicas 
na profundidade, sendo uma camada amolecida e não é recuperável, ou seja, 
deve-se remover; 
 Zona Afetada: evidente em lesões agudas, apresentando poucas bactérias 
acidogênicas, sendo vital e sensível à remoção. Essa camada é recuperável, ou 
seja, pode ser mantida. 
 
Risco: probabilidade de aparecimento de novas lesões. 
 
Fatores de Risco: 
 Crianças menores de 3 anos: 
 Aquisição precoce e n° de mutans; 
 Biofilme visível em ICS; 
 Ingestão de sacarose; 
 Nível socioeconômico. 
 Crianças maiores: 
 Experiência passada de cárie; 
 Fatores socioeconômicos; 
 Biofilme e dieta. 
 
Atividade: grau de progressão/velocidade da doença 
 
Exame dos Dentes: 
 Presença ou ausência de lesões: exame visual e tátil; 
 Profundidade das lesões: exame radiográfico; 
 Atividade das lesões: exame visual e tátil. 
 
Odontopediatria 
 
Rene Ortiz Jr. 8 
 
 Exame Visual: deve-se realizar com os dentes limpos (após a profilaxia), secos (com 
isolamento relativo) e iluminados através do refletor odontológico. 
 Exame Tátil: sonda milimetrada (OMS) para remoção de biofilme e avaliação da 
textura da superfície (lisa ou rugosa). 
 Exame Radiográfico: radiografias Interproximais (bite-wing). 
 
Atividade das Lesões: 
 Lesão em Esmalte Ativa: opacidade, rugosidade e porosidade. 
 Áreas de alto risco; 
 Opacidade na entrada das fissuras; 
 Fundo da fissura acastanhado claro; 
 Dente abaixo do plano oclusal; 
 Adjacente à outra lesão; 
 Margem gengival; 
 Gengivite na papila adjacente. 
 
 Lesão em Esmalte Inativa: superfície lisa, brilhante e polida. 
 Área de baixo risco; 
 Ausência de opacidade na 
entrada das fissuras; 
 Fundo da fissura escurecido; 
 Dente com oclusão estabelecida; 
 Dente adjacente ausente. 
 Lesão em Dentina Ativa: 
 Presença de tecido amolecido; 
 Cor amarelada ou castanha clara; 
 Aspecto úmido; 
 Opacidade no esmalte adjacente. 
 
 Lesão em Dentina Inativa: 
 Cor marrom escura ou negra; 
 Aspecto seco; 
 Tecido endurecido no fundo da lesão; 
 Ausência de opacidade no esmalte adjacente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Odontopediatria 
 
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Flúor 
 
Segurança no uso de dentifrício fluoretado a 1.100 ppm de Flúor: 
 
Idade Peso Dentes já irrompidos 
Quantidade de dentifrício 
utilizada por escovação 
1 ano 10 kg De 4 a 8 incisivos 
0,05 g (semelhante à 
metade de um grão de arroz) 
2 anos 12,5 kg 
Todos os incisivos, 
primeiros molares e caninos 
0,1 g (semelhante a 
um grão de arroz) 
5-6 anos 20 kg Todos os decíduos 
0,3 g (semelhante a 
um grão de ervilha) 
 
Soluções Fluoretadas para Bochecho: 
 Diário: fluoreto de sódio a 0,05% (225 ppm F). 
 Em casos de risco e atividade de cárie, tais como: 
 Pacientes submetidos à radioterapia; 
 Pacientes c/ prótese ou aparelho ortodôntico; 
 Distúrbios emocionais ou de alimentação; 
 Deficiência salivar; 
 Com necessidades especiais; 
 Dente recém erupcionado. 
 
 Semanal: fluoretode sódio a 0,2% (900 ppm F). 
 Utilizados para meios de prevenção coletivos. 
 
 Devem ser contraindicados em crianças que não tenham a capacidade de reter água 
na boca (menores de 6 anos de idade), correndo o risco de deglutir, podendo com isso 
em longo prazo ser intoxicadas. 
 
Fluoreto de Sódio 2% (NaF): 
 Apresenta-se como um gel, tendo um pH neutro; 
 Pode ser aplicado com moldeiras ou cotonete embebido na solução, sendo que se 
deve passar em todas as superfícies dentais. Deve-se realizar isolamento relativo; 
 A solução deve ficar por 1 minuto em contato com o dente; 
 As demais aplicações devem ser feitas em intervalos de 1 semana. 
 
Flúor Fosfato Acidulado a 1,23%: 
 12.300 ppm F e pH 3,5 (ácido fluorídrico): ataca partículas de materiais estéticos; 
 Whitford et al (1996) comparou FFA em gel com o mousse, sendo que, em média 
são utilizados 3,86 g em gel e 0,89 g de mousse. Assim, o FFA em mousse é o 
método mais seguro; 
 Devem-se seguir estas etapas para aplicação: 
1. Realizar uma profilaxia profissional, mas o biofilme não interfere pois o flúor 
atravessa e reage com esmalte; 
2. Deixar a cadeira odontológica na posição vertical, reduzindo a possibilidade de 
ingestão do produto; 
3. Pode ser aplicado com moldeiras ou cotonete embebido na solução, sendo que 
se deve passar em todas as superfícies dentais. Realiza-se isolamento relativo; 
4. Aguardar 1 minuto e remover o excesso. Não lavar e cuspir por 30 minutos. 
Odontopediatria 
 
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 Recomendações e Cuidados: 
 Não enxaguar após a aplicação; 
 Não ingerir nada durante no mínimo 30 minutos após a aplicação; 
 Aplicação com moldeira mais indicado para crianças acima dos 3 anos de idade; 
 Nunca aplicar o FFA em gel com paciente em jejum. 
 
Verniz Fluoretado: 
 Preventivo e terapêutico: 22,600 ppm F, com aplicação direcionada; 
 Deve ser feito após as refeições, deixa os dentes amarelados e apresenta um 
tempo maior para reagir; 
 Sequência de aplicação: 
 Profilaxia prévia, seguido de uma lavagem com água e secar com jato de ar; 
 Deve-se realizar um isolamento relativo com rolete de algodão e sugador; 
 Com um pincel macio, aplicar o verniz (fazer aplicação por quadrantes); 
 Nas regiões interproximais devem ser aplicadas com a ajuda de um afastador 
interproximal (2 a 3 dias) ou com o fio dental; 
 Gotejar água para acelerar o endurecimento do verniz; 
 Pedir para a criança cuspir, sendo que não se deve enxaguar a cavidade bucal 
após a aplicação. 
 Recomendações e Cuidados: 
 Não ingerir alimentos por 2 horas e durante as 12 horas após a aplicação, 
recomendar ao paciente uma alimentação pastosa e líquida; 
 Escovar os dentes somente após 12 horas; 
 Não aplicar com o paciente em jejum; 
 Não aplicar os vernizes sobre gengivas sangrantes. 
 
Toxicidade do Flúor: 
Toxicidade Aguda do Flúor: ingestão única de grande quantidade de flúor, associado ao 
uso profissional ou suplementos fluoretado. 
 Dose tóxica: 5 mg de F/ Kg; 
 Sintomas: náuseas, vômitos, dor (irritação da mucosa gástrica), problemas 
gastrointestinais e parada cardiorrespiratória; 
 Diminuir a absorção gástrica através do vômito; 
 Administrar leite, antiácidos (2 colheres de chá em meio copo de água) e/ou leite 
de magnésio. 
 
Toxicidade Crônica do Flúor: ingestão de baixas doses de flúor em um longo período de 
tempo está relacionada com alterações nas estruturas dentais e ósseas. 
 Pode haver o aparecimento de alterações dentárias, como a fluorose, e óssea, 
como a hipercalcificação. 
 
 
 
 
 
Odontopediatria 
 
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Escovação Dental 
 
Objetivo: remover depósitos alimentares, microrganismos, resíduos não calcificados, 
massagear a gengiva (queratinização e melhor circulação). 
 
Ferramentas: escova e fio dental, sendo considerado o método mais seguro e devendo 
ter sua introdução precoce à criança pelos pais, os quais devem supervisionar até o seu 
desenvolvimento motor. 
 
Escova Dental: 
 Cerdas de nylon e arredondadas, com os tufos de mesmo comprimento; 
 Cabeça, pequena, e haste situadas no mesmo longo eixo, sendo leves; 
 Baixo custo, eficientes, duráveis e impermeáveis; 
 As escovas devem ser substituídas idealmente a cada 2 ou 3 meses; 
 As cerdas não devem ficar expostas ao ambiente e nem em contato com cerdas de 
outras escovas para evitar a contaminação e a transmissão de microrganismos. 
 
Creme Dental: 
 A escovação com creme dental, de 1.000 a 1.500 ppm, deve ser realizada somente 
pelos adultos nas crianças de pouca idade; 
 Quantidade de creme dental utilizada na escova equivalente a um grão de arroz. 
 
Posições para Realização da Higiene Bucal: 
 Posição Joelho com Joelho: muito utilizada para bebês, mas necessita de duas 
pessoas. Deve-se fazer a contenção da criança, enquanto que, a outra pessoa, faz 
a imobilização da cabeça da criança com os joelhos e realiza a escovação; 
 Posição de Starkey: utilizada em crianças em idade pré-escolar, na qual a criança 
fica em pé, na frente e de costas para o responsável, e encosta a cabeça contra ela. 
O responsável usa a mão esquerda para segurar e estabilizar a mandíbula e com 
os dedos dessa mão afasta os lábios e bochechas. Com a mão direita empunha a 
escova, executando os movimentos. 
 
Técnica de Escovação: 
 Técnica de Fones: indicadas para bebês e crianças de idade pré-escolar. 
 A criança empunha a escova e com os dentes cerrados faz movimentos circulares 
na face vestibular de todos os dentes superiores e inferiores, indo do último dente 
de um hemiarco a outro; 
 Nas faces palatinas ou linguais, os movimentos também são circulares, agora com 
a boca aberta; 
 E nas faces oclusais e incisais, os movimentos são no sentido anteroposterior. 
 
 Os números de movimentos escovatórios por grupos de dentes nesta técnica são de 
10 vezes. 
 
 
 
 
 
Odontopediatria 
 
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 Técnica de Stillman Modificada: indicadas para crianças interessadas e habilidosas. 
 A escova é colocada com o longo eixo das cerdas lateralmente contra a gengiva e 
as cerdas são deslizadas de gengival para oclusal ou incisal; 
 Quando as cerdas estiverem junto ao ponto de contato dos dentes, fazem-se 
movimentos vibratórios; 
 Esse movimento é repetido 20 a 25 vezes para cada grupo de dentes escovados. 
 
 Técnica de Bass: indicadas para crianças portadoras de aparelhos ortodônticos. 
 A escova é colocada a 45º no longo eixo dos dentes e movimentos vibratórios são 
realizados; 
 Deve-se realizar na região cervical e na incisal, contornando os braquetes. 
 
Uso do Fio Dental: 
 Pode ser o método do fio livre ou a alça ou círculo; 
 O fio deve passar pelos espaços Interproximais e deslizando pela superfície distal 
do dente anterior e mesial do posterior, sendo que o fio é movido de cima para 
baixo e em vaivém. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Dieta 
 
 
Grupo 1: 6 porções – farinha, pães, massas, 
batata e mandioca; 
 
Grupo 2: 4 porções – verduras e legumes; 
 
Grupo 3: 4 porções – frutas; 
 
Grupo 4: 3 porções – leite, iogurte e queijo; 
 
Grupo 5: 2 porções – carnes e ovos; 
 
Grupo 6: 1 porção – feijão, soja e ervilha; 
 
Grupo 7: 1 porção – óleo e margarina; 
 
Grupo 8: 2 porções – açúcares e doces. 
 
Amamentação: 
 Amamentação Natural: 
 Leite Materno: 
 Proteção contra infecções; 
 Condiciona o trato intestinal; 
 Grande valor nutricional; Alimento estéril, temperatura. 
 Benefícios Bucais: desenvolvimento da musculatura facial; 
 Saúde Geral: o leite materno contém todas as proteínas, açúcar, gordura, 
vitaminas e água que o bebê necessita para ser saudável. 
 
 Amamentação Artificial: 
 Substitui a amamentação natural na impossibilidade, sendo que não há tanta força 
de sucção como no seio materno; 
 A criança pode apresentar respiração bucal, maxila estreita e palato ogival, 
mordida cruzada posterior, mau hálito, sono agitado e postura corporal incorreta; 
 Sem adição de açúcar, achocolatado ou farinha; 
 Bicos anatômicos e não se deve aumentar a largura dos furos. 
 
 Alimentação Complementar: após realizar o desmame. 
 Canequinhas educativas com água e sucos; 
 Outras fontes de alimentação de forma gradativa, sendo em forma de purê, como 
por exemplo, frutas raspadas e papa salgada; 
 Aumentar a consistência gradativamente, introduzindo pedaços de comida para 
estimular a mastigação. Respeitando sempre a vontade da criança; 
 A partir dos 12 meses, a criança deve se alimentar com as mesma alimentação da 
família, mas com consistência pastosa, dependendo da dificuldade de mastigação. 
 
Cárie de Acometimento Precoce (Cárie de Mamadeira): 
 Prevenção: 
 Não oferecer líquidos adoçados; 
 Remover as mamadas noturnas, oferecendo-lhes água ao invés de leite; 
 Escovação após as mamadas ou refeições. 
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Alimentos Protetores: 
 Gorduras: modificações da película protetora na superfície do esmalte, diminuindo o 
acúmulo de biofilme; 
 Alimentos duros e fibrosos: aumento da secreção salivar e melhor efeito tampão; 
 Castanhas, nozes, amendoim, pipoca e queijo: elevam o pH do biofilme e 
neutralizam as ações acidogênicas de outros alimentos; 
 Queijo (caseína): reduz a solubilidade, reduz a aderência bacteriana e apresenta alto 
conteúdo de Ca e PO4. 
 Xilitol: substituto da sacarose. 
 Presente em frutas, vegetais, árvores e plantas; 
 As bactérias não utilizam como fonte de energia, além disso, o xilitol cria um 
ambiente não favorável para S. mutans, ou seja, retarda a aquisição desse tipo de 
bactéria, apresentando um efeito preventivo. O xilitol não reduz o biofilme, mas 
possibilita menor aderência de biofilme. 
 
Diário Alimentar: 
 Aconselhamento Dietético: fazer com que o paciente entenda a relação entre 
ingestão de açúcar, presença de biofilme e formação de ácidos, não excluindo o 
açúcar da dieta, mas eliminá-lo entre as refeições. Assim sendo, deve-se ensinar o 
paciente uma forma de consumo racional. 
 
 Como Orientar o Preenchimento: 
 Anotar tudo que comer e beber durante o dia e a noite, com os horários; 
 Anotar medicamentos, balas, chicletes, suco natural ou artificial; 
 Anotar as medidas – colher de sopa, sobremesa ou chá; 
 Mamadeira: composição e hora; 
 Anotar os horários de escovação. 
 
 Como Analisar: 
 Circular a ingestão de sacarose com círculo vermelho em todas as refeições 
principais nos 3 dias, sendo que mais de 1 sacarose como sobremesa (consumo 
entre eles por até 20 minutos, pois neste período o pH permanece crítico), 
considerar apenas uma ingestão; 
 O risco cariogênico da dieta é determinado pela frequência de ingestão, momento 
da ingestão e consistência dos alimentos. 
 
 Orientação aos Responsáveis: 
 Diminuir quantidade de lanches e sacarose, devendo utilizar frutas nos lanches e a 
sacarose como sobremesa; 
 Se a mãe não conseguir alterações, introduzir escovação após o lanche 
cariogênico. 
 
 
 
 
 
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Mínima Intervenção 
 
Cárie Dentária: doença (controle dos fatores etiológicos). 
Lesões Diagnosticadas Precocemente: nível de progressão das lesões. 
Tratamento Não Invasivo: paralisação e controle, ainda no esmalte. 
Remoção Parcial: estágios mais avançados, já atingiu a dentina. 
Materiais Adesivos: estágios mais avançados. 
 
Lesões em Esmalte: 
Lesões Ativas: em manchas acastanhadas, opadas, rugosas e porosas, deve-se evitar a 
progressão das lesões, através do controle dos fatores etiológicos, tais como: 
 Orientação de dieta; 
 Orientação de higiene e controle do biofilme; 
 Uso racional de flúor: 
 Dentifrício: prevenção primária – sem atividade; 
 
 Colutórios: prevenção secundária – atividade; 
 
 Verniz Fluoretado; 
 
 Cariostático: indicados para superfícies com lesão em esmalte ativa ou com 
atividade duvidosa, tendo um efeito terapêutico. Esta contraindicada em casos com 
preocupação estética preponderante, devido a não aceitação do escurecimento; 
 Composto por Diamino Fluoreto de Prata. Cariostatic® ou Cariostop®; 
 Tem a função de criar um ambiente propicio ao aumento da resistência do 
esmalte a cárie, diminuição da velocidade de progressão da doença cárie e 
interrupção/paralisação do processo carioso; 
 Desvantagem técnica: apresenta uma rápida inativação, mas a lesão apresenta 
um aspecto igual de lesões inativas, ou seja, escurecimento da superfície 
oclusal; 
 Excelente para o uso em saúde pública devido ao custo/benefício e efetividade 
na paralisação da doença cárie; 
 Técnica de aplicação: 
1. Profilaxia; 
2. Proteção dos tecidos moles com vaselina e isolamento relativo; 
3. Aplicação do produto e deixar agir por 3 minutos; 
4. Lavagem abundante; 
5. Reaplicações com intervalos semanais ou até inativar a lesão. 
 
 Selamento Ionomérico Oclusal: indicados em dentes em erupção com lesões em 
esmalte ativas, em tratamento restaurador atraumático (ART) e/ou pacientes de 
alto risco, ou seja, história anterior de cárie. 
 Técnica de aplicação: 
1. Profilaxia e, a seguir, um isolamento relativo; 
2. Condicionamento do esmalte com ácido poliacrílico 11,5% (se for 35%, deve-
se diluir com algodão e água) por 10 a 15 segundos; 
3. Lavar e secar; 
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4. Manipulação e inserção do material, realizando uma pressão digital com o 
dedo vaselinado. Ao final, deve-se colocar vaselina sobre o CIV para evitar 
sinérese e embebição; 
5. Avaliação oclusal – colher de dentina; 
6. Controle. 
 
Lesões Inativas: manchas brancas ou pigmentadas enegrecidas, aspecto liso, brilhante e 
polido. Devem-se diferenciar as lesões inativas de selamento biológico. Se os fatores 
etiológicos estão controlados, não há necessidade de tratamento. 
 Selante Resinoso Opaco: caso o paciente esteja preocupado com a estética, pode-se 
utilizar selante resinoso opaco (resinas fluídas à base de BIS-GMA, sendo ideal a de 
baixa viscosidade). 
 Técnica de aplicação do selante resinoso opaco: 
1. Profilaxia, seguida do condicionamento ácido por 15 segundos; 
2. Lavar, secar, aplicar o selante resinoso opaco e fotoativar por 20 segundos; 
3. Checar a oclusão e realizar aplicação tópica de flúor (ATF). 
 
 Microabrasão: mistura-se ácido fosfórico 37% e pedra-pomes. 
 Técnica de aplicação: 
1. Isolamento do campo operatório (relativo ou absoluto); 
2. Profilaxia com pedra-pomes; 
3. Proteger os olhos e tecidos moles; 
4. Misturar pedra-pomes com ácido fosfórico 37% e aplicar com auxílio de taça de 
borracha e/ou cunha, 30 segundos de duração; 
5. Enxaguar, reavaliar e se necessário aplicar novamente (máximo de 10 vezes 
por sessão); 
6. Polimento e verniz com flúor transparente. 
 
Lesões em Dentina: 
 Lesão de cárie ativa na metade externa de dentina: pode-se optar pela restauração 
com remoção parcial (técnica restauradora) ou somente pelo selamento de lesão de 
cárie (mínima intervenção). 
 
 Lesão de cárie ativa em 1/3 interno de dentina: opta-se pelo capeamento pulparindireto, onde se prioriza a remoção parcial da dentina cariada (remove-se a dentina 
infectada e mantém a dentina afetada, evitando a exposição pulpar, principalmente em 
dentes decíduos e permanentes jovens) com curetas e brocas carbide em baixa 
rotação, e realiza-se a restauração definitiva do dente com material biocompatível que 
promova bom vedamento. 
 
 Lesão de cárie inativa em dentina: restauração com resina composta. 
 
 
 
 
 
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Anestésico Local em Crianças 
 
Aspectos Psicológicos: 
 Devemos saber, por intermédio do responsável, se a criança já foi ou não anestesiada; 
 Em caso positivo, devemos questionar sobre a técnica empregada anteriormente e 
se a criança teve medo ou não; 
 Sendo a resposta negativa, devemos perguntar se a criança é medrosa e se 
apresenta reações exageradas ao tomar injeção e ao tratar de dentes. 
 Em crianças de pouca idade, pode-se usar o artifício de esconder a agulha com o rolo 
de algodão ou protetor de agulha, explicando que aquele aparelho é para pingar um 
remédio que vai tirar a dor do dente. Caso a criança mostre interesse em ver os 
instrumentos, devemos mostra-los, dando explicações simples, ao seu alcance; 
 Quando a criança atinge os 6 anos, devemos usar uma técnica mais realista, falando a 
verdade, dando explicações adequadas, as quais serão facilmente entendidas, o que 
permitirá melhor cooperação; 
 É necessário, antes e durante a execução da anestesia, deve o clínico falar bastante 
com a criança, contando-lhe algum fato agradável e de interesse infantil. Isso faz com 
que ela preste atenção na conversa, ficando mais tranquila e, portanto, distraindo-se; 
 Muitas crianças choram durante a anestesia, especialmente as de menor idade, sendo 
que, cabe ao clínico analisar se o choro é por erro técnico ou simplesmente uma 
manifestação normal de uma criança que está sob tensão. Em caso de a segunda 
hipótese ser a real, fica ainda mais valorizada a conversa durante anestesia; 
 Deve-se explicar as sensações da anestesia (“formigamento”) e assegurar à criança 
que a sensação é transitória. 
 
Cuidados: 
Locais: 
 Imobilizar a cabeça da criança; 
 Administrar lentamente o anestésico; 
 Utilizar abridor de boca; 
 Avisar pais e responsáveis para a 
criança não morder lábios e 
bochechas; 
 Verificar história médica através da 
anamnese detalhada; 
 A dose total deve ser menor que a 
dose máxima; 
 Bisel da agulha deve estar voltado 
para o osso. 
 
 
 
Gerais: 
 Não mostrar os instrumentais para a 
criança; 
 Evitar o barulho ao manusear os 
instrumentais; 
 Evitar falar sobre os instrumentais 
(agulha, tesoura e anestesia); 
 Conversar com a criança o tempo todo, 
realizando o preparo psicológico da 
criança; 
 Explicar que vai ouvir o barulho e sentir 
mexer no dente; 
 Explique que vai nascer outro dente no 
lugar daquele que será ou foi extraído. 
 
Fracassos: 
 Inflamação aguda; 
 Técnica incorreta; 
 Quantidade insuficiente de anestésico; 
 Condição psicológica desfavorável. 
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Anestesia Tópica: 
 Vantagem: reduzem a sensação de dor que a punção da agulha pode provocar; 
 Técnica: 
1. Secar a mucosa antes de colocar o anestésico, evitando-se, assim, sua diluição; 
2. Deve ser colocado sobre a mucosa e mantido com auxílio de um rolo de algodão; 
3. Isso feito, deve-se esperar pelo menos dois minutos, para obter o efeito desejável. 
 
Anestesia Infiltrativa: 
 Indicação: todos os dentes decíduos e permanentes superiores, enquanto que na 
mandíbula é usada para dentes anteriores, tanto decíduos como permanentes. Pode 
ser usada também nos molares decíduos, exceto a partir dos 5 a 6 anos, quando as 
raízes desses dentes estão completas e o osso mandibular está mais calcificado, 
dificultando a difusão do anestésico; 
 Técnica: 
1. Os tecidos moles devem ser estirados, permitindo que a agulha penetre mais 
rapidamente; 
2. O ponto de eleição para a punção é a região do fórnix e o mais próximo do ápice 
do dente a ser anestesiado. Essa penetração não deve ser inicialmente muito 
profunda, para não atingir o periósteo, região extremamente sensível; 
3. O anestésico deve ser depositado lentamente e com pouca pressão, para dar 
tempo aos tecidos de se expandirem e para que o vasoconstritor atue, evitando a 
absorção e efeitos tóxicos do anestésico; 
4. Após a anestesia infiltrativa vestibular, estando portanto a papila gengival vestibular 
previamente anestesiada, introduzimos a agulha nessa região, com a seringa 
perpendicular a ela e paralela ao plano oclusal, caminhado lentamente com a 
agulha de vestibular para lingual ou palatino 
 Algumas vezes a agulha toca na crista óssea alveolar, sendo que, nesses 
casos, recuamos um pouco a agulha e fazemos outro trajeto para que ela 
caminhe em tecido mole. 
5. Quando a papila interdental, pelo lado palatino ou lingual, estiver anestesiada, 
fazemos a anestesia dessa região, introduzindo a agulha num ponto agora já 
anestesiado; 
6. Executada a anestesia, deve-se esperar de 3 a 5 minutos para iniciar os trabalhos 
operatórios. Durante esse intervalo, pode-se explicar o efeito da anestesia, dizendo 
que naquela região poderá haver sensação de intumescimento ou formigamento, 
cócegas ou aquecimento. 
 
Anestesia Regional Pterigomandibular: 
 Indicação: utilizamos esta técnica para a mandíbula em pré-molares e molares 
permanentes e, ainda, molares decíduos. 
 Técnica Direta: 
1. A seringa deve estar entre o canino e o primeiro molar decíduo (ou pré-molar) do 
lado oposto ao que se deseja anestesiar e ligeiramente inclinada para baixo 
(ângulo de 45º), pois, na criança, a língula da mandíbula está localizada abaixo do 
plano oclusal dos dentes. O ponto de eleição da punção é o espaço retromolar; 
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2. A metade da altura da unha (1 cm) indica o local da penetração da agulha, 
devendo ser introduzida mais ou menos 1 cm, e se deposita um terço do tubete de 
anestesia, com a finalidade de anestesiar o nervo lingual; 
3. Em seguida, introduzimos a agulha a uma profundidade de 2 a 2,5 cm e 
depositamos o resto do anestésico, e anestesiamos o nervo alveolar inferior; 
4. O nervo bucal será anestesiado pela deposição submucosa de algumas gotas do 
anestésico na região do trígono retromolar; 
5. Havendo necessidade, pode-se complementar essa anestesia com infiltrativa por 
vestibular, principalmente nos primeiros molares permanentes, que podem possuir 
nervos recorrentes. 
 
Acidentes/Complicações: 
 Úlcera Traumática: ocorre no lábio inferior, devido à mordida voluntária ou não dessa 
região anestesiada; 
 Cuidados preventivos devem ser tomados no sentido de alertar os pais para que 
vigiem cuidadosamente seu filho, se foi ministrada anestesia Pterigomandibular, até 
que volte a normalidade. 
 É aconselhável que a criança não mastigue alimentos consistentes nesse período, o 
que levaria a um ferimento inconsciente do lábio, e alimentos muito quentes não 
devem ser dados, para evitar a ocorrência de queimaduras. 
 
 Dores Pós-Anestesia: a dor pode surgir por injeção no músculo, pois o tecido 
muscular absorve muito lentamente a solução anestésica e esta passa a se comportar 
como uma substância estranha, o que acarreta uma inflamação local e 
consequentemente a dor; 
 
 Trismo: pode ocorrer por trauma em um músculo durante a introdução da agulha ou 
ainda por hemorragia e infecção leve no músculo; 
 
 Hematoma: decorre do extravasamento acidental de sangue para os tecidos através 
da rupturade vasos sanguíneos; 
 
 Paralisia Temporária: resulta da anestesia de terminações nervosas motoras, 
desaparecendo assim que cessa o efeito anestésico; 
 
 Fratura da Agulha: deve-se evitar realizando um bom condicionamento do paciente, 
nunca tentar surpreendê-lo, deixa-lo em posição confortável e estar atento aos seus 
movimentos bruscos, usar técnica correta, nunca introduzindo totalmente a agulha na 
mucosa, e também usar agulha de boa procedência; 
 
 Reações Alérgicas: nas reações localizadas do tipo eritematoso, edema e prurido, 
pode-se empregar anti-histamínico via oral. Caso as reações sejam mais severas, a 
criança deve ser hospitalizada. 
 
 
 
 
 
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Exodontia dos Dentes Decíduos 
 
Indicações: 
 Extrações seriadas; 
 Anquilose; 
 Raiz residual; 
 Rizólise irregular; 
 Fratura radicular. 
 Alveólise; 
 Retenção prolongada; 
 Reabsorção interna que impossibilite à terapêutica 
endodôntica; 
 Prognóstico desfavorável do processo infeccioso 
(rompimento da cripta do sucessor permanente); 
 
Inoportunidade Cirúrgica: 
 Momentânea: 
 Diabetes não compensada; 
 Infecções sistêmicas agudas e febre; 
 Alteração na auto-hemostasia; 
 Estomatites, gengivites, 
pericoronarite e sinusite maxilar. 
 Definitiva: 
 Estágios finais de doenças 
degenerativas hepáticas, 
cardíacas, renais e doenças 
terminais (hospitalar); 
 Neoplasias. 
 
Fases Cirúrgicas: 
 Avaliação Pré-Operatória: 
 História clínica; 
 Evitar emergências; 
 Exame clínico: 
 Exames Complementares: exames laboratoriais e radiográficos; 
 Exame Físico: deambulação, fala, postura e aparência; 
 Exame Extrabucal: assimetria, coloração e textura da pele, cadeia ganglionares; 
 Exame Intrabucal: tecidos moles e tecidos duros. 
 
 Pré-Operatório: 
 Orientar os responsáveis para não falar que a criança irá tirar o dente, que vai 
tomar injeção, etc. 
 
 Transoperatório: 
 Manutenção da cadeia asséptica; 
 Posição do paciente e apoio sobre o paciente; 
 Não cobrir o rosto da criança totalmente com o campo cirúrgico, evitando assim 
desconfortos e ansiedade; 
 Técnica cirúrgica usada (amplitude do trauma cirúrgico): hemostasia e afastamento. 
 
 Instruções Pós-Operatória: 
 Relatório da cirurgia; 
 Prescrição: dieta, antibióticos, antinflamatório e analgésicos; 
 Evitar esforço físico; 
 Controle do sangramento, não realizando bochechos por 24 horas; 
 Alimentação líquida e pastosa, com higienização bucal normal; 
 Radiografias para o controle. 
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Passo Clínico para Exodontia: 
1. Diagnóstico; 
2. Antissepsia; 
3. Anestesia com mepivacaína 2% especial com adrenalina (Scandicaíne especial); 
4. Sindesmotomia com espátula de Freer ou hollemback nº 3; 
5. Luxação com fórceps e/ou alavancas; 
6. Avulsão; 
7. Curetagem mecânica extremamente cuidadosa, tendo cuidado para não ter a 
possibilidade de acarretar lesão no germe dentário permanente, provocando 
alterações na calcificação do esmalte; 
8. Manobra de Chompret, que é a compressão, entre os dedos, das tábuas corticais, 
interna e externa, reduzindo a largura do alvéolo. Deve-se tomar cuidado para não 
dificultar a erupção do dente permanente; 
9. Sutura: em alguns casos, não necessita de sutura, pois o dente permanente em 
erupção está quase erupcionado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Odontopediatria 
 
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Radiologia em Odontopediatria 
 
Medidas para Diminuir a Quantidade de Radiação Recebida: 
Paciente: 
 Usar filmes ultrarrápidos, diminuindo o tempo de exposição; 
 Tomadas radiográficas com boa técnica, ainda que isso requeira aparentemente mais 
trabalho, evitando-se as repetições; 
 Em pacientes de controle, efetuar apenas as radiografias necessárias; 
 Usar o avental plumbífero com 0,5 mm de chumbo no paciente, protegendo a tireoide, 
o esterno e as gônadas. 
 
Operador: 
 Não ficar na direção do feixe de raios-X, utilizando barreiras de proteção; 
 Não segurar o filme na boca do paciente; 
 Não segurar o cabeçote do aparelho. 
 
Importância do Exame Radiográfico: 
 Diagnóstico: 
 Cárie incipiente; 
 Patologia pulpar; 
 Lesões traumáticas; 
 Alterações na época de 
erupção dos dentes; 
 Fraturas e reabsorções; 
 História de dor; 
 Patologias; 
 Controle do paciente. 
 Prever futuros problemas de oclusão; 
 Avaliar o desenvolvimento dos dentes, através da radiografia panorâmica, devendo ser 
solicitado aos 6 anos; 
 Programar tratamento imediato e futuro; 
 Detecção e tratamento precoce de anomalias como anodontias, supranumerários, 
desvios do trajeto de erupção, etc. 
 
Características dos Dentes Decíduos: 
 Menores em todas as dimensões; 
 Camada de dentina mais delgada; 
 Câmara pulpar ampla com cornos pulpares proeminentes (mesial); 
 Assoalho da câmara fina – perfuração; 
 Raízes divergentes no sentido apical; 
 Delgadas, longas e afiladas; 
 Presença de foraminas e canais colaterais na região de furca. 
 
Recomendações para Radiografias em Crianças: 
 Familiarizar a criança com o aparelho; 
 Regular o aparelho antes da colocação do filme; 
 Utilizar o filme compatível com a cavidade oral da criança; 
 Realizar inicialmente as radiografias mais fáceis. 
 
 
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Radiografia Interproximal: 
 Indicações: 
 Diagnóstico de lesões de cárie interproximal; 
 Relação da lesão coronária com a câmara pulpar; 
 Avaliação do contorno das restaurações; 
 Observações de alterações coronárias (lesões de cárie em estágios iniciais e 
lesões reincidentes). 
 
Radiografia Periapical: 
 Indicações: 
 Estudo das relações entre as dentaduras e cronologia de erupção; 
 Estado da crista óssea alveolar; 
 Detecção de alterações pulpares (mineralizações, nódulos, reabsorções, forma da 
câmara pulpar, etc.); 
 Conhecimento da forma, tamanho e número de raízes dentárias; 
 Pesquisa de anomalias, lesões periapicais e patologias ósseas. 
 
 Técnica de Casati Álvares, modificada por Issáo e Guedes-Pinto: 
 Utiliza-se um filme periapical dobrado em ângulo reto e colocamos, com fita 
adesiva, um pedaço de rolo de algodão sob a parte do filme que o paciente vai 
morder; 
 Em seguida, coloca-se o filme na boca do paciente e ele morderá a parte que tem o 
rolo de algodão, de tal maneira que a outra porção fique paralela ao longo eixo do 
dente. 
 
 Técnica Periapical Modificada (Oclusal): 
 A cabeça da criança fica inclinada (plano oclusal a 30° em relação ao solo); 
 O filme adulto é posicionado no sentido transversal, sendo apreendido pela 
mordida da criança; 
 O feixe principal é a ponta do nariz (arcada superior) e ponta do mento (arcada 
inferior). 
 Não permite a visualização das lesões iniciais e interproximais. 
 
Técnica de Clark: 
 Indicações: 
 Frequentemente usada para a localização de dentes supranumerários ou corpos 
estranhos no sentido vestíbulo-palatino, na maxila. 
 
 Procedimentos: 
1. É necessário que os filmes sejam colocados na mesma posição na boca para a 
primeira e segunda tomadas radiográficas; 
2. A primeira radiografia é realizada com a técnica da bissetriz descrita para a região; 
3. A segunda radiografia terá uma alteração na angulação horizontal do feixe central 
dos raios-X, ou seja, incidindo o feixe central no dente vizinho; 
4. O objeto mais distante do observadordeslocar-se-á no mesmo sentido do 
deslocamento desse objeto. 
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Radiografia Panorâmica: 
 Exame de todo o complexo maxilo-mandibular em uma única tomada radiográfica; 
 Facilidade da técnica; 
 Baixa dose de radiação em relação ao exame periapical completo; 
 Excessiva sobreposição de imagens e distorção; 
 Impossibilidade de avaliação de pequenas alterações; 
 Colaboração do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Plano de Tratamento em Odontopediatria 
 
Considerações Sobre o Plano de Tratamento: 
 Importância do dente no arco; 
 Idade da criança; 
 Cooperação do paciente; 
 Possibilidade restauradora; 
 Condição econômica do indivíduo. 
 
Fases do Plano de Tratamento: 
 Fase Sistêmica: 
 Problema de ordem geral, sendo pacientes que necessite de cuidados especiais e 
prioridades no tratamento; 
 Urgência: deve ser sucinto, com intenção de solucionar a dor do paciente, 
decorrente de alterações pulpares e periapicais, traumatismos e/ou afecções de 
tecidos moles. 
 
 Fase Preparatória: 
 Objetivo: diminuir ou controlar a atividade da cárie dentária, se presente, e 
estabelecer medidas para diminuir o risco; 
 Adequação do Meio: remover bactérias cariogênicas ou periodontopatogênicas. 
 Remoção dos focos de infecção; 
 Exodontia; 
 Endodontia; 
 Curetagem das lesões de cárie. 
 Etapa Preventiva: 
 Orientação de dieta e higiene: açúcar – placa – ácido / consumo racional; 
 Aplicação tópica de flúor: gel ou mousse / verniz fluoretado; 
 Aplicação de selantes oclusais. 
 
 Fase Restauradora: só deve ser iniciado quando o paciente e núcleo familiar 
estiverem preparados para recebê-lo, estando conscientes da sua necessidade e 
colaboração. Essa fase tem a função de recuperar a forma e função. 
 Depende do grau de acometimento da cárie e da esfoliação normal, devendo 
trabalhar por quadrante; 
 Esta incluída nessa fase a dentística, a prótese, a cirurgia programada e a 
ortodontia preventiva e corretiva (deve ser realizada em um momento oportuno, ou 
seja, final da fase restauradora); 
 A escolha do material deve basear-se nas necessidades funcionais da restauração 
proposta, avaliação do risco de cárie, resultado estético desejado e habilidade do 
profissional. 
 
 Fase de Manutenção: os intervalos dependerão da colaboração dos pais, das 
necessidades individuais do paciente e risco de cárie (alto, médio ou baixo). 
 Exame clínico; 
 Reforço educativo e preventivo; 
 Orientação de dieta e higiene; 
 Motivação. 
 Radiografias. 
 
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Endodontia 
 
Anatomia Interna dos Dentes Decíduos: 
 Molares superiores e inferiores tem alta porcentagem de 2 canais nas raízes mesiais; 
 Canais palatino e distal são mais volumosos, tendo uma menor chance de apresentar 
um 2º canal; 
 A parte interna das raízes é mais fina que a externa, devido à rizólise. Assim sendo, no 
ápice das raízes, apresentam o bisel da rizólise; 
 Região apical em forma de fita ou oval e com menor espessura dentinária. 
 
Devem-se procurar sinais e sintomas de vitalidade pulpar... 
 Pulpite reversível ou hiperemia pulpar;  Calcificação pulpar; 
 Alterações degenerativas: reabsorção externa c/ formação óssea e calcificação pulpar. 
 
... ou de perda de vitalidade. 
 Pulpite irreversível; 
 Necrose pulpar; 
 Pulpites crônicas: pólipo e reabsorção interna; 
 Alterações degenerativas: reabsorção externa infecciosa. 
 
 Anamnese: 
 Idade; 
 Condição sistêmica; 
 Sintomatologia; 
 Tempo decorrido; 
 Uso de medicamentos. 
 
 Exame Clínico: 
 Dente: características da lesão. 
 Quantidade de remanescente dentário; 
 Localização da lesão; 
 Alteração de cor coronária: 
o Coloração Amarelada: após um estímulo agressivo à polpa, pode-se resultar 
numa calcificação na câmara pulpar coronária, apresentando, assim, uma 
coloração amarelada na coroa do dente afetado; 
o Coloração Cinza ou Amarronzada: após um trauma dentário, pode-se 
resultar em extravasamento de sangue da polpa (hemorragia pulpar), sendo 
que, caso haja rarefação óssea apical, pode-se diagnosticar como necrose 
pulpar. Caso o contrário, deve-se realizar somente o acompanhamento; 
o Dente de Turner: hipoplasia de esmalte do dente permanente devido a 
persistência de uma infecção do dente decíduo. 
 
 Tecido de Suporte: 
 Coloração dos tecidos;  Abcessos/ fístulas;  Exame de mobilidade. 
 
 Exame Radiográfico: 
 Proximidade da lesão de cárie/polpa;  Rarefação óssea apical. 
 
 
 
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Resumindo: 
 Pulpite Aguda Reversível: tratamento conservador; 
 Pulpite Aguda Irreversível: tratamento radical; 
 Pulpite Crônica (ulcerada, hiperplásica e reabsorção interna): tratamento radical; 
 Degeneração Pulpar: 
 Reabsorção Externa c/ Formação Óssea: tratamento conservador; 
 Reabsorção Externa s/ Formação Óssea: tratamento radical. 
 Calcificação Pulpar: tratamento conservador; 
 Necrose Pulpar: tratamento radical. 
 
Tratamento Conservador: 
 Restauração: em lesões de classe IV envolvendo dentina e esmalte, assim 
apresentando uma hiperemia pulpar (pulpite reversível). 
 
 Capeamento Direto: exposição mecânica acidental e sem contaminação bacteriana. 
 Deve-se utilizar como materiais o hidróxido de cálcio PA ou MTA e permitir um 
ótimo selamento coronário; 
 Atualmente, pouco indicado. 
 
 Capeamento Indireto: em lesão de cárie profunda, deve-se realizar a remoção parcial 
do tecido cariado, permitindo o estímulo de cura e reparação da dentina afetada. 
 Deve-se utilizar como materiais o hidróxido de cálcio, cimento de ionômero de vidro 
(CIV) ou o cimento de óxido de zinco e eugenol (OZE). 
 
 Pulpotomia: em lesão de cárie profunda, próxima à polpa, após a remoção do tecido 
cariado ou exposição mecânica acidental com contaminação bacteriana, realiza-se a 
amputação do tecido pulpar coronário e deixando a polpa radicular intacta e saudável. 
 Deve-se utilizar o MTA, sulfato férrico ou formocresol (cancerígeno). 
 
Pulpectomia: 
 Indicações: 
 Pulpite irreversível; 
 Necrose pulpar; 
 Pulpites crônicas (pólipo e reabsorção interna); 
 Alterações degenerativas: reabsorção externa infecciosa. 
 
 Passo a Passo: 
1) Organização do Material; 
 
2) Odontometria (ODT): radiografia periapical de diagnóstico; 
 Deve-se determinar a referência incisal ou oclusal, desconsiderar o bisel da 
rizólise e subtrair 1,0 mm da região do ápice radicular. 
 
3) Anestesia e Isolamento Absoluto: 
 Grampo 26 ou 28 no 2º molar decíduo, estendendo o isolamento até o canino. 
 
4) Cirurgia de Acesso (CA): 
 Brocas: para o acesso, utilizam-se pontas diamantadas esféricas, a seguir, 
utiliza-se a broca Endo-Z para estabelecer a forma de contorno e conveniência 
(remoção do teto); 
 
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 Dentes Anteriores: 
 Ponto de Eleição: região central palatina; 
 Direção de Trepanação: perpendicular à parede lingual/ palatina; 
 Forma de Conveniência: os incisivos ficam com um formato triangular, 
enquanto os caninos ficam em losango. 
 Dentes Posteriores: 
 Ponto de Eleição: fosseta central; 
 Direção de Trepanação: 1º MS = palatina ou distal / 2º MS: palatina / MI = 
distal; 
 Forma de Conveniência: 1º e 2º MS = triangular / 1º e 2º MI: trapezoidal.5) Preparo de Entrada dos Canais (PEC): utilizar o alargador de Moura, entrando no 
canal girando em sentido horário e realizando uma tração até ser removido (5x). 
 
6) Instrumentação Radicular: 
 Levar à câmara coronária o Endo PTC, que deve ser ativado pelo líquido de 
Dakin (hipoclorito de sódio 1%), sendo que o Endo PTC deve preencher toda a 
câmara coronária, e o líquido de Dakin deve ser gotejado (3 gotas) sobre ele até 
se obter a desejada efervescência; 
 Instrumentação com limas tipo K (Dentsply Maillefer), de diâmetro proporcional 
ao canal, utilizando-se sempre dois números a mais que o inicial; 
 Ao diminuir a efervescência, colocar mais gotas do Líquido de Dakin. Quando a 
solução ficar diluída, colocar mais Endo PTC, lembrando que o efeito 
efervescente não pode desaparecer durante a manipulação do canal; 
 Percebe-se que o processo de limpeza está no fim quando, após o uso do 
último instrumento, as substâncias químicas colocadas na cavidade mostram-se 
de cor branca, isto é, sem qualquer turvação; 
 A irrigação final é feita com EDTA-T, devendo o líquido ser levado à porção 
mais apical dos canais. Ao mesmo tempo em que se faz a irrigação, faz-se a 
sucção, colocando sempre a agulha de irrigação mais profundamente no canal e 
a de sucção na câmara pulpar; 
 A secagem do canal é feita por sucção, com o uso de sugador e capilary tips. A 
secagem dos canais é completada com o uso de cones de papel. 
 
7) Obturação (OBT): 
 Principais requisitos desejáveis da pasta de obturação para dentição decídua: 
 Bactericida e bacteriostático; 
 Antinflamatório; 
 Reabsorvível e biocompatível; 
 Radiopaco; 
 Não provocar pigmentação no dente; 
 Remoção fácil se necessário. 
 Pasta Guedes-Pinto: Paramonoclorofenol canforado (2 gotas), Iodofórmio (1,0 
cm de tubete anestésico) e Rifocort (1,0 cm da pomada); 
 Deve-se misturar, numa placa de vidro, o iodofórmio e o paramonoclorofenol 
canforado, e, em seguida, acrescenta-se o rifocort à mistura; 
 Inserir a lima com a pasta, girando no sentido horário e tirar (repetir 10x). 
 Colocar na câmara coronária uma base de guta-percha bem delgada e, a 
seguir, selar e obturar o dente. Finalmente, realiza-se a limpeza da cavidade. 
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Desenvolvimento e Características das 
Dentições Decídua e Mista 
 
Biogênese dos Dentes Decíduos: 
 Fase Formativa: 
 Pré-Natal: início da mineralização e morfogênese e formação das estruturas faciais; 
 Pré-Dental: formação da coroa, antes da estrutura óssea que irá conter os dentes; 
 Pós-Natal: formação radicular, irrompimento e reabsorção radicular (rizólise). 
 
 Fase Regressiva: 
 Início da reabsorção;  Esfoliação. 
 
Fase Pré-Dental: 
 Características: 
 Fase dos roletes gengivais (perfil convexo), sendo o superior inclinado p/ vestibular; 
 Tem cordão fibroso (região de incisivos e caninos), boca triangular e calo de 
amamentação (bolinha no lábio sup.) – características da fase de amamentação; 
 Os roletes apresentam contato posterior e a região anterior apresenta espaço livre; 
 Ausência de tecido óssea recobrindo os dentes e palato raso; 
 A higiene dos roletes gengivais deve ser realizada com cotonete. 
 
 Recém Nascidos: 
 ATM plana; 
 Retrusão mandibular fisiológico; 
 Plano de oclusão ao nível da ATM; 
 Ossos da face pouco desenvolvidos; 
 Movimentos horizontais pouco desenvolvidos. 
 
 Amamentação Materna: 
 Sucção no seio materno: 1º estímulo para desenvolvimento da mandíbula; 
 O estímulo do movimento de sucção gera tensão no côndilo e formação de osso na 
mandíbula, tendo o seu crescimento para cima e para trás e deslocando a 
mandíbula para baixo e para frente; 
 Mamadeira: carência de sucção, instalando-se outros hábitos perniciosos. 
 
Amamentação Materna: até ± 3 anos Amamentação Artificial: não é recomendado 
Comprime o seio com a língua no palato duro, 
promovendo a extração do leite; 
Apenas empurrar o bico contra o palato; 
Suga a quantidade necessária; Obtém fluxo bem maior de leite; 
Estimula o crescimento mandibular; Desarmonia no crescimento mandibular; 
Favorece a respiração nasal; Favorece a respiração bucal; 
Promove a satisfação da necessidade de 
sucção e de fome; 
Bebê atinge em alguns minutos a sensação de 
plenitude alimentar e não faz sucções 
suficientes – instalação de outros hábitos; 
Mantém o vínculo mãe/bebê; 
Língua retroposicionada, com dorso levantado 
o tempo todo; 
Exercita e fortalece lábio, língua, bochechas, 
palato duro e mole e dentes; 
Não condiz a uma boa coordenação de lábios, 
bochechas e mandíbula; 
Correto crescimento das estruturas ósseas e 
musculares da face do bebê. 
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Dentição Decídua: 
 1ª Fase: Incisivos decíduos. 
 
 
 
 
 
 
 Mandíbula Maxila 
Incisivo Central 6 meses 7 ½ meses 
Incisivo Lateral 7 meses 9 meses 
 Durante a erupção dos incisivos, a condição mais frequente é de topo a topo 
(contato dos incisivos); 
 Sobremordidade (overbite) muito acentuada: superior sobre o inferior; 
 Limite dos movimentos da língua: posição mais posterior; 
 Começa a mudança dos hábitos alimentares: de sucção para a mastigação; 
 Sintomatologia: febre, aumento da salivação, falta de apetite, erupção cutânea, 
coriza e diarreia fraca; 
 Fase da oralidade: coloca tudo na boca; 
 Higienização: escova de dente e pasta de dente com 1.100 ppm de flúor, tendo 
cuidado com a quantidade de pasta. 
 
 2ª Fase: 1º Molares decíduos. 
 
 
 Mandíbula Maxila 
1º Molar 12 meses 14 meses 
 
 Primeiro levantamento da mordida, sendo o primeiro senso de oclusão; 
 Diminui a sobremordida e começa a ser definida a dimensão vertical de oclusão; 
 Criança está apta a mastigar. 
 
 3ª Fase: Caninos decíduos. 
 
 
 Mandíbula Maxila 
Canino 16 meses 18 meses 
 
 Surgem os espaços primatas, estando localizados entre o canino e o incisivo lateral 
decíduos, na maxila, e entre o canino e o 1º molar decíduos, na mandíbula; 
 Um dos mecanismos para alinhar os permanentes durante sua erupção. 
 Estabelece a guia canina. 
 
 4ª Fase: 2º Molares decíduos. 
 
 
 Mandíbula Maxila 
2º Molar 20 meses 24 meses 
 
 Diminui ainda mais a sobremordida; 
 Função da mastigação plenamente desenvolvida; 
 Os molares podem irromper de três formas, em relação a sua face distal, ou seja, 
traça-se uma linha na região distal dos 2º molares, superior e inferior, classificando-
os como: 
 Plano Terminal Reto: os dois estão alinhados; 
 Degrau Mesial: o inferior erupciona para mesial; 
 Degrau Distal: o inferior erupciona para distal. 
 
 
 
 
Plano Terminal Reto Degrau Distal Degrau Mesial 
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A. Funções dos Dentes Decíduos: 
 Mastigação, fonação, estética, manter os espaços para os dentes permanentes, 
estimula o crescimento (ósseo) dos maxilares. 
 
B. Características da Dentição Decídua Normal: 
 Os dentes decíduos estão implantados verticalmente na base óssea e, como 
consequência, as faces oclusais e incisais destes dispõem-se num plano. Essa 
condição faz com que o arco decíduo não apresente a curva de Spee e Wilson; 
 Na dentição decídua, a ATM se localiza próxima ao plano oclusal dos dentes da 
mandíbula e paralela a esse plano; 
 Considerando a presença ou não de diastemas na região anterior, superior e 
inferior, o arco decíduo pode ser classificado, de acordo com Baume, em: 
 Arco Tipo I de Baume: possui diastemas entre os dentes anteriores, e parece 
ser mais favorável a um bom posicionamento dos permanentes anteriores, 
quando de suaerupção; 
 Arco Tipo II de Baume: não possui diastemas entre os dentes anteriores, e 
apresenta uma tendência maior a apinhamento na região anterior, quando da 
substituição dos decíduos pelos permanentes. 
 Espaços Primatas (Diastemas Fisiológicos): presente em 80% dos casos (arco do 
tipo I ou II de Baume), localizado entre o canino e primeiro molar decíduos, na 
mandíbula, e entre o incisivo lateral e canino decíduos, na maxila; 
 Overbite (trespasse vertical): entre 10 a 40%, apresentando-se como ½ da coroa 
dos incisivos inferiores coberta pelos superiores, sendo uma condição fisiológica; 
 Overjet (trespasse horizontal): pode apresentar de 0 a 4,0 mm; 
 Forma de arcos oval; 
 Tem mútua proteção e guia canina, com movimentos de lateralidade guiados pelo 
canino. O canino pode irromper de 3 maneiras, sendo classificados em: 
 Classe I: cúspide do canino superior no mesmo plano vertical que a superfície 
distal do canino inferior quando em oclusão cêntrica; 
 Classe II: cúspide do canino superior numa relação topo a topo ou em relação 
mais mesial à superfície distal do canino inferior quando em oclusão cêntrica; 
 Classe III: cúspide do canino superior numa relação mais distal à superfície 
distal do canino inferior quando em oclusão cêntrica. 
 
 
 
C. Alterações na Dentição Decídua: 
 Mordida Aberta: tendo como fator etiológico algum hábito bucal, ao remover esse 
hábito até os 3 anos, ocorre uma correção espontânea; 
 Mordida Aberta + Mordida Cruzada Posterior: a correção da mordida cruzada 
posterior, tende a promover a correção espontânea da mordida aberta; 
 Mordida Profunda (fase tardia da dentadura decídua): apresenta um prognóstico 
desfavorável, tendendo a se transferir para a dentição permanente. 
Classe I Classe II Classe III 
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Dentição Mista: 
 Sequência de Erupção: 
 Superior: 6 1 2 4 5 3 7 
 Inferior: 6 1 2 3 4 5 7 
 Geralmente, os caninos superiores e pré-molares inferiores ficam impactados. 
 
Dente Idade Dente Idade 
1º MI 6-7 anos 1º PMI 10-12 anos 
1º MS 6-7 anos 1º PMS 10-11 anos 
ICI 6-7 anos 2º PMI 11-12 anos 
ICS 7-8 anos 2º PMS 10-12 anos 
ILI 7-8 anos CS 11-12 anos 
ILS 8-9 anos 2º MI 11-13 anos 
CI 9-10 anos 2º MS 12-13 anos 
 
 Rizólise: 
 Dentes Anteriores: de palatina para vestibular e de cervical para oclusal; 
 Dentes Posteriores: da região de furca. 
 
 Estágio de Nolla: 
 
 
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 Fatores que Influenciam na Erupção: 
 Fatores Genéticos: 
 Hereditariedade; 
 Raça: negros (erupção 
mais precoce); 
 Sexo: decíduos (erupção mais precoce em 
meninos) e permanentes (erupção mais precoce 
em meninas); 
 Fatores Ambientais: 
 Socioeconômicos: nutricionais; 
 Desnutrição: atraso da erupção; 
 Criança prematura (baixo peso): atraso; 
 Criança obesa: erupção mais precoce. 
 Fatores Sistêmicos: 
 Disfunções endócrinas: hipotireoidismo – atraso na erupção; 
 Síndrome de Down (atraso na erupção). 
 Fatores Locais: 
 Anquilose dentoalveolar; 
 Perda de força eruptiva (falta de espaço); 
 Supranumerário (mésio dens). 
 
 Características das Dentições Mistas: 
 Mordida aberta transitória; 
 Apinhamento dos incisivos inferiores; 
 Inclinações axiais (overbite e overjet); 
 Mastigação/ movimentos descoordenados; 
 Não tem guia canina em mútua proteção; 
 Função em grupo (ainda não 
erupcionou os caninos); 
 Formação das curvas de Spee 
e Wilson. 
 
 Avaliar: 
 Perda precoce dos decíduos: 
 Perda de espaço; 
 Desvio da linha média dentária por perda precoce do canino decíduo. Remover 
o canino decíduo do lado oposto para evitar o indesejado. 
 Dentes impactados: frequentemente os caninos superiores e pré-molares inferiores; 
 Anquilose de decíduo; 
 Padrão de decíduo: 
 Os dentes devem erupciona num prazo máximo de 9 meses de diferença do seu 
contralateral, no mesmo arco; 
 Caso isto não ocorra, pesquisar: impactação, anquilose ou presença de dentes 
supranumerários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A. 1º Período Transicional: 6-8 anos. 
 Erupção dos 1º molares e incisivos permanentes; 
 Estabelece relação de trespasse horizontal e vertical; 
 Início de formação das curvas de Spee e Wilson; 
 Ocorre o 2º surto de crescimento transversal da maxila e mandíbula. 
 
Crescimento Transversal: 
 1º Surto (Fase Pré-Dental): somente 6 meses e entra em um tempo de latência. 
 Maxila: na sutura palatina;  Mandíbula: na sínfise. 
 
 2º Surto (Fase Pós-Natal): 
 Maxila: quando erupciona o IC;  Mandíbula: quando erupciona o IL. 
 
 Avaliar: 
 Se molares estão irrompendo na posição correta; 
 Se incisivos estão irrompendo na posição correta e se tem lugar para eles. 
 Erupção dos Molares: o plano terminal dos 2º molares decíduos irá influenciar na 
futura erupção dos 1º molares permanentes. 
 Arranjo Precoce: através da ocupação dos espaços primatas, os inferiores 
mesializam e entram em classe I, mas, caso este espaço seja ocupado pelos 
incisivos e caninos, não ocorrerá arranjo precoce; 
 Arranjo Tardio: caso não haja o arranjo precoce, ocorrerá o arranjo tardio. 
Através da análise individual de Nance, podemos fazer uma avaliação da 
relação de tamanho de caninos e molares decíduos com caninos permanentes e 
pré-molares. É com base nessa diferença de tamanho entre decíduos e 
permanentes que se poderá fazer uma avaliação, se há ou não há espaço para 
um bom posicionamento dos dentes permanentes, na região mesial ao primeiro 
molar permanente. 
o Maxila: 1,8 mm; o Mandíbula: 3,4 mm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classe II Classe I 
Classe III 
Classe IV 
Degrau Mesial Degrau Distal 
Plano 
Terminal 
Reto 
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 Erupção dos Incisivos: 
 Os incisivos irão erupciona por lingual em relação aos decíduos e após a 
erupção, irão posicionar-se mais labialmente; 
 Aumenta a distância intercaninos; 
 Diferença entre a soma da distância M-D dos incisivos decíduos e permanentes; 
o Maxila: 7,0 mm; o Mandíbula: 5,0 mm. 
 Eventos para compensar esta diferença: inclinação para vestibular dos incisivos, 
presença de espaço primata, espaço livre de Nance, espaços interdentais 
(Baume) e crescimento transversal. 
 
B. Período Intransicional: 8-10 anos. 
 Fase bastante estável com poucas alterações na dentição: 
 Incisivos superiores inclinados para vestibular; 
 Diastemas fisiológicos (fase do “patinho feio”). 
 Movimento eruptivo dos caninos e dos outros dentes (apenas intraósseo); 
 Avaliar: 
 Direção de irrompimento dos caninos (Rx panorâmica de 6/6 meses); 
 Fase do “patinho feio” (7-12 anos): diastema entre os incisivos. 
 
C. 2º Período Transicional: 10-12 anos. 
 Erupção dos caninos permanentes e pré-molares; 
 Mesialização do 1º molar permanente (ajuste tardio); 
 Erupção do 2º molar permanente; 
 Avaliar: 
 Espaços (controle de espaço); 
 Espaço livre de Nance. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Perda Precoce dos Dentes Decíduos 
 
Causas: 
 Traumatismo dentário; 
 Exodontia; 
 Reabsorção radicular prematura; 
 Cárie extensa. 
 
Forças atuam nos dentes decíduos, em todas as direções, sendo que, ao ser 
removida uma delas, leva-se ao desequilíbrio. 
 
Perda Precoce dos Dentes Decíduos Anteriores: 
 Perda deespaço anterior; 
 Deficiência mastigatória; 
 Alteração na fonética; 
 Instalações de hábitos bucais; 
 Problemas de ordem psicológica. 
 
 Perda Precoce dos 2 Incisivos Centrais Superiores: o desenvolvimento da dentição 
não é afetado; 
 Perda Precoce de 1 Incisivo Lateral Superior: desvio da linha média; 
 Perda Precoce dos 2 Incisivos Laterais Superiores: aumento da distância 
intercanina decídua, associada com a erupção dos incisivos permanentes; 
 Perda Precoce de 1 Canino Superior: os quatro incisivos migrarão em direção da 
perda prematura, ocorrendo desvio da linha média; 
 Perda Precoce dos 2 Caninos Superiores: perda do espaço para erupção dos 
caninos permanentes superiores, não ocorrendo desvio da linha média; 
 
 Perda Precoce de 1 Incisivo Lateral Inferior: os dois incisivos centrais permanentes 
migrarão para o espaço lateral; 
 Perda Precoce de 2 Incisivo Lateral Inferior: a distância intercanina associada com 
a erupção dos incisivos permanentes não aumentará, não ocorrendo desvio de linha 
média; 
 Perda Precoce de 1 Canino Inferior: os quatro incisivos migrarão em direção da 
perda prematura, ocorrendo desvio da linha média; 
 Perda Precoce dos 2 Caninos Inferiores: perda de espaço, sem desvio da linha 
média. 
 
Perda Precoce dos Dentes Decíduos Posteriores: 
 Perda Precoce do 2º Molar Inferior: migração dos dentes subjacentes para o espaço 
originado, podendo ocorrer extrusão do molar decíduo superior; 
 Perda Precoce do 2º Molar Superior: o 1º molar permanente superior mesializa e 
ocorre a erupção precoce do 2º molar permanente superior; 
 Perda Precoce dos 2º Molar Superior e Inferior: os 1º molares permanentes 
mesializam e ocorre a erupção precoce do 2º molar permanente. 
 
Com a perda precoce do 2º molar decíduo durante a erupção do 1º molar 
permanente, promove uma erupção ativa e leva a perda rápida de espaço. 
 
 
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Mantenedor de Espaço: 
 Estágio de Nolla: se houver comprovação radiográfica que o sucessor permanente 
está aquém do estágio 6 de Nolla (coroa completamente formada), deve-se indicar o 
uso de um mantenedor de espaço. 
 
 Objetivos: 
 Manter a integridade das arcadas; 
 Restabelecer funções normais; 
 Evitar a instalação de hábitos nocivos; 
 Desenvolver a estética; 
 Manter o espaço para erupção dos 
dentes permanentes. 
 
 Mantenedor de Espaço Ideal: 
 Deve ocupar todo o espaço perdido; 
 Não interferir com a erupção do 
permanente; 
 Não interferir com o crescimento e 
desenvolvimento das arcadas; 
 Restabelecer a função mastigatória; 
 Evitar supra-erupção do antagonista; 
 Apresentar fácil higienização; 
 Simples construção; 
 Resistente. 
 
 Tipos: 
 Fixos: exigem menor cooperação (idade do paciente) e apresenta maior retenção; 
 Removíveis: exige uma maior cooperação por parte do paciente, tendo uma 
retenção por grampos, além de permite ajustes e reembasamento. Pode-se utilizar 
expansor.

Outros materiais