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A Expressão de Riqueza e Poder ARTE BIZANTINA O termo arte bizantina refere-se à expressão artística de caráter religioso do Império Bizantino. No entanto, deve-se lembrar que esta tendência artística, por meio de influência político-religiosa, expandiu-se para regiões fora das fronteiras imperiais. CONTEXTO HISTÓRICO Imperador Justiniano. Detalhe do mosaico da igreja de são vital, em Ravena (526-547) Imperador Justiniano. Detalhe do mosaico da igreja de são vital, em Ravena (526-547) O movimento viveu o seu apogeu no século VI, durante o reinado do imperador Justiniano I ao qual se sucede um período de crise denominado Iconoclasta e que consiste na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito político entre os imperadores e o clero. Imperador Constantino I. Retrato/Busto em mármore. Coleção real (312-325) Imperador Constantino I. Retrato/Busto em mármore. Coleção real (312-325) O imperador Constantino I transferiu a capital do império para Bizâncio, antiga cidade renomeada mais tarde para Constantinopla. Neste local reúnem-se toda uma série de fatores que impulsionam a ascensão da nova expressão artística. Mapa antigo de Constantinopla O crescente problema nas fronteiras causado pelos bárbaros, além de problemas dentro de Roma com o senado constantemente se envolvendo em questões relacionadas ao reinado dos imperadores, fez com que os imperadores optassem por outras cidades para serem sedes do império. Mapa antigo de Constantinopla INFLUÊNCIA Vista parcial do interior da basílica de Santa Sofia, em Istambul A localização de Constantinopla permite à arte bizantina a absorção de influências vindas de Roma, da Grécia e do Oriente e a interligação de alguns destes diversos elementos culturais num momento de impulso à formação de um estilo repleto de técnica e cor. Vista parcial do interior da basílica de Santa Sofia, em Istambul Vista parcial do interior da basílica de Santa Sofia, em Istambul Vista Externa da basílica de Santa Sofia, em Istambul Catedral do Sangue Derramado, ou Igreja da Ressurreição, São Petersburgo, Rússia (Detalhe do teto) Catedral do Sangue Derramado, ou Igreja da Ressurreição, São Petersburgo, Rússia (Detalhe do teto) A arte bizantina está intimamente relacionada com a religião, obedecendo a um clero fortalecido que possui, além das suas funções naturais, as funções de organizar também as artes, e que conseqüentemente relega os artistas ao papel de meros executores. Catedral do Sangue Derramado, ou Igreja da Ressurreição, São Petersburgo, Rússia Mosaico Comnenus - 1122. Interior da Basílica de Santa Sofia. Istambul Mosaico Comnenus - 1122. Interior da Basílica de Santa Sofia. Istambul O imperador, assenta num banco regímico teocrático, possuindo poderes administrativos e espirituais. Sendo o representante de Deus na Terra, é convencionalmente representado com uma auréola sobre a cabeça e não é raro encontrar um mosaico onde esteja representado com a esposa ao lado da Virgem Maria e o Menino Jesus Jesus Cristo, imperatriz Zoé e imperador Constantino IX monomachus, hagia sofia, em Istambul, Turquia Nossa Senhora e o Menino Jesus, entre os imperadores Constantino e Justiniano, século X, autor anônimo, Istambul MOVIMENTO ICONOCLASTA Em 726, um édito imperial proibiu as imagens religiosas no Império Bizantino. A população se dividiu entre dois grupos: os iconoclastas e os iconófilos. Página do Saltério Chludov criticando a iconoclastia. No fundo há uma representação da crucificação de Jesus no Gólgota. O artista compara os soldados romanos maltratando Jesus com os patriarcas iconoclastas João Gramático e o Antônio I de Constantinopla, destruindo o ícone de Cristo. ÍCONE BIZANTINO Os artistas bizantinos criaram, também, os ícones (palavra de origem grega, que significa "imagem"), uma nova forma de expressão artística na pintura. São quadros devocionais, geralmente, bastante luxuosos que representam figuras sagradas, como Jesus Cristo, a Virgem, os apóstolos, santos e mártires. A Virgem de Vladimir, sec. XI-XII ícone bizantino de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (título conferido a Maria, mãe de Jesus) PINTURA Nos ícones eram utilizadas a técnica da têmpera ou a da encáustica, onde revestiam a superfície da madeira ou da placa de metal com uma camada dourada, sobre a qual pintavam a imagem. Para fazer as dobras das vestimentas, as rendas e os bordados, retiravam com um estilete a película de tinta da pintura. Essas áreas, assim, adquiriam a cor de ouro do fundo. Duccio di Buoninsegna, Madonna and Child, c.1300, ouro e têmpera sobre madeira (28 x 20,8cm) para devoção pessoal. Duccio di Buoninsegna, Virgem e o Menino com Santos Dominique e Áurea, tríptico portátil, c. 1305-10 (42,5×34,5cm) Coleção da National Gallery de Londres. MOSAICO O mosaico é a expressão máxima da arte bizantina servindo como de fonte de instrução e guia espiritual aos fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas,e dos vários imperadores. Painel retratando o imperador Justiniano, bispos, dignatários e soldados, sec. VI. Plasticamente, o mosaico bizantino não se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem também os afrescos. Mosaico romano da Vila de Las Tiendas, Espanha, sec. I d.C. CONVENÇÕES ESPECÍFICAS NA COMPOSIÇÃO DA IMAGEM As pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade O Imperador Justiniano e o Seu Séquito e A Imperatriz Teodora e o Seu Séquito, respectivamente, c. 547 d.C. Mosaicos da Igreja de São Vital, Ravena, Itália. Os olhos são grandes apresentando uma desproporção em relação ao rosto O Imperador Justiniano e o Seu Séquito e A Imperatriz Teodora e o Seu Séquito, respectivamente, c. 547 d.C. Mosaicos da Igreja de São Vital, Ravena, Itália. (Detalhes) O Imperador Justiniano e o Seu Séquito e A Imperatriz Teodora e o Seu Séquito, respectivamente, c. 547 d.C. Mosaicos da Igreja de São Vital, Ravena, Itália. (Detalhes) "A união da autoridade política e espiritual expressa nestes mosaicos reflete a "realeza divina" do imperador bizantino e homenageia o casal real como doadores daquela igreja [São Vital]. É como se as figuras em mosaico estivessem, de facto, a participar numa liturgia, mesmo que imperador e a imperatriz estejam a quilómetros de distância. O bordado na fímbria do manto de Teodora representa os Três Reis Magos transportando as dádivas para Maria e para o Rei recém-nascido e, como os reis, o casal imperial é portador de oferendas. Justiniano oferece pão, e Teodora um cálice, sem dúvida referências à Eucaristia e ao sacrifício de Jesus da sua carne e do seu sangue para a redenção da Humanidade. O imperador é escoltado por doze acompanhantes, o equivalente imperial dos doze apóstolos. Para além disso, Justiniano é retratado de uma forma que faz lembrar Constantino, o primeiro imperador cristão: o escudo com o monograma de Cristo relaciona a conquista de Ravena por Justiniano com o triunfo de Constantino, de inspiração divina, que levou à fundação de Constantinopla, a corte herdada por Justiniano." Postura rígida e Composição ordinária A perspectiva e o volume são ignorados Mosaico com Cristo, São Vital recebendo uma coroa de mártir, dois anjos e o bispo Eclesius que começou a construir a igreja. OS MOSAICOS BIZANTINOS DE RAVENA Mausoléu de Galla Placidia.Mosaico "O Bom Pastor" sobre a porta de entrada. Cúpula do mausoléu revestida com mosaicos que simulam um céu estrelado. Basílica de San Vitale Acima, mosaico com Cristo, São Vital recebendo uma coroa de mártir, dois anjos e o bispo Eclesius que começou a construir a igreja. Nas laterais. mosaico com Justiniano I (à esquerda) e com a Imperatriz Teodora (à direita) Duomo, Torre e Battistero Neoniano. Mosaico do Batismo de Cristo, no Battistero Neononiano. Observe as figuras dos 12 apóstolos ao redor da cena central. A cena central representa João Batista batizando Jesus Cristo que está em pé com água do rio Jordão até a cintura. Do lado direito, há um deus pagão
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